Quer viajar?: O que você precisa saber para se tornar um viajante
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Book preview
Quer viajar? - Claudia Liechavicius
Copyright © 2018 Claudia Liechavicius
Copyright © desta edição Memória Visual
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19.2.1998. É proibida a reprodução total e parcial, por quaisquer meios sem a expressa anuência da editora.
Editora
Camila Perlingeiro
Revisão
Crib Tanaka
Capa, projeto gráfico
e diagramação
Adriana Cataldo | Cataldo Design
Ilustração
Mara Oliveira
Impressão e acabamento
Kunst
Produção de ebook
S2 Books
CIP – CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
Elaborada pela bibliotecária Gabriela Faray (CRB7-6643)
L718q
Liechavicius, Claudia.
Quer viajar? : o que você precisa saber para se tornar um viajante / Claudia Liechavicius. – Rio de Janeiro : Memória Visual, 2018.
144 p. ; 23 cm.
ISBN 978-85-89617-81-9
1. Turismo 2. Viagens I. Título.
CDD 380.1459104
CDU 338.48
Rua São Clemente 300 – Botafogo – 22260-004
Rio de Janeiro – RJ – Tel.: 21-2537-8786
editora@memoriavisual.com.br
www.memoriavisual.com.br
@memoriavisual
@memoria_visual
Aos meus pais, Nelson e Laura, meus grandes
mestres na arte de viajar.
Aos meus filhos Kim e Lucca, que dão cor
ao meu mundo.
Ao meu marido Marcus Vinícius, meu porto seguro.
Ao meu irmão Marcelo (in memorian), que me fez entender que a vida é aqui e agora.
SUMÁRIO
Capa
Folha de rosto
Créditos
Dedicatória
Prefácio
Introdução
Um jeito independente de viajar
Tudo preparado antes de embarcar: o que não pode faltar para organizar a viagem
Escolha a hospedagem ideal
Com a mala pronta e sob medida
Viagem solo ou viagem em família?
Os destinos dos apaixonados
Viagem pela história
Ásia: bem-vindo à pluralidade!
Sem contraindicação: a qualquer momento
A culinária pelo mundo
Fuja dos micos, das gafes e das saias justas
Tudo planejado? Boa viagem!
PREFÁCIO
A vida nos apresenta certas surpresas, umas super agradáveis e outras, nem tanto. Receber o convite para escrever o prefácio do livro da Claudia Liechavicius, sem dúvida é daquelas que colocamos na conta dos privilégios. Foi uma honra e um baita desafio.
Claudia, minha amiga há mais de 20 anos, é a criadora do blog sobre viagens www.viajarpelomundo.com
Viajar é uma das mais prazerosas experiências que podemos desfrutar na vida, pois nos transporta para um novo mundo onde aprendemos a conhecer outros países, suas cultura, beleza, culinária e história. Depois de uma viagem, nunca voltamos iguais ao partir, pois esse contato com o desconhecido nos enriquece, aguça os nossos sentidos e expande a nossa alma.
Somos parceiros de viagem há muitos anos, e a melhor que fizemos, foi com as nossas famílias no verão de 2017 à Provence e Córsega.
Confesso que sou meio preguiçoso para planejar os detalhes das viagens e acabo improvisando. E, quando deixei tudo para o último momento, tive problemas, decepções e acabei quebrando a cara. Muitas vezes!
Assim, viajar com a Claudia é garantia de tranquilidade. Seguimos os programas escolhidos por ela: roteiros, passeios, museus, pontos de interesse e restaurantes. Sempre com tudo planejado e resolvido. Apenas relaxar e ir ao encontro do inesperado. Foram escolhas maravilhosas e passeios excelentes!
Viajar é muito bom, mas dá trabalho! O planejamento é quase sempre o mesmo: escolher os países a serem visitados, definir as estações, escolher entre verão ou inverno, passagens, vistos de entrada, passaportes, hotéis, traslados e arrumar malas. Depois, enfrentar a agitação e os protocolos dos aeroportos e torcer para que não chova, ou que haja terremotos, ou greves e manifestações nas ruas. Isto a Claudia ainda não resolve, mas orienta, encaminha e poupa de imprevistos e decepções. As dicas são simples, práticas e objetivas e, portanto, fáceis de seguir.
Não bastasse tudo isso, tem um outro lado, o artístico, no sentido de estética, o humanístico e o feeling apurado para sentir, selecionar e informar com riqueza de detalhes, os aspectos mais significativos dos quase 100 países que visitou.
E as fotografias do blog? Posso avaliar bem pois a fotografia, ao lado da pintura é um dos meus hobbies. As fotos da Claudia enriquecem e tornam o blog diferente e único pela qualidade e beleza do material apresentado.
A fotógrafa amadora do início do blog, deu lugar a uma profissional que aprendeu a dominar a câmera, com um olhar diferenciado para o belo, e que prima pela qualidade e criatividade das fotos - aquele ângulo diferente, fruto da sensibilidade e intuição.
Por tudo isso, recomendo que leiam com atenção as maravilhosas dicas da Claudia neste livro. A leitura fácil vai te levar a flanar pelo mundo sem sair de casa.
Aproveite estas páginas escritas com incrível dedicação, com a certeza de que estamos nos debruçando sobre um trabalho único: poucas pessoas tiveram o privilégio de conhecer quase 100 países em seus mínimos detalhes com o desprendimento de dividir tudo isso com os leitores.
Asseguro que ao terminar de ler o livro, você estará motivadíssimo e preparado para logo conhecer o seu primeiro ou próximo destino.
Boa leitura e muitas viagens!
Carlos Alberto Parreira
INTRODUÇÃO
Voltei leve. Voltei renovada.
Quantas vezes já dei essa resposta diante da pergunta: Como foi sua última viagem?
É pura verdade, uma viagem renova. E transforma, também. A gente relaxa, aprende, se diverte e não pensa (ou procura não pensar) nos problemas que ficaram pra trás, antes de colocar os pés na estrada ou no avião. Não falo apenas da clássica viagem de férias. Toda viagem renova e toda viagem transforma. Já reparou nisso? Até uma escapada de fim de semana é capaz de mudar nosso olhar para o mundo, nossa energia.
Viajar não é simplesmente ir de um lugar para outro. É muito mais do que isso. É experimentar o novo, o inusitado, o outro lado da vida. É sair da rotina. É viver em outros horários, vislumbrar novos coloridos, novos horizontes, amanheceres desconhecidos e idiomas indecifráveis.
Ninguém volta igual. Mesmo de uma viagem a trabalho, quando você não tem tanto tempo para o dolce far niente ou para ser um flâneur, como dizem os franceses. Mesmo de uma viagem com as crianças, quando parece que você vai ter mais trabalho do que diversão.
E cada um faz a sua viagem. Mesmo que duas pessoas tenham feito o mesmo roteiro, percorrido as mesmas calçadas. Cada um imprime o seu olhar, que é único. Singular. Talvez, por isso, seja tão fascinante e, até mesmo viciante, viajar!
Viajo muito. Desde pequena. Nasci em Santa Maria, uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Aos três anos, ganhei um irmãozinho. Mas, ele não era uma criança como outra qualquer. Ele não podia caminhar. Então, meus pais decidiram morar no Rio de Janeiro para que ele tivesse o melhor tratamento possível. Saí da segurança de uma família enorme, de uma infância livre na fazenda, cercada de primos, para viver por alguns anos numa cidade grande, que parecia assustadora e hostil.
Essa primeira experiência pelo mundo não foi fácil. Só pensava em retornar ao aconchego do meu porto seguro. Aos dez anos, finalmente, minha família voltou para o Sul. A essa altura, eu já não era mais a mesma criança. Muita coisa se transformara. Ganhei independência, saí do casulo e aprendi a me virar. Se por um lado foi sofrido, por outro ganhei meu passe de liberdade.
Aos 11 anos, fiz meu primeiro voo solo. Fui para os Estados Unidos com um grupo de amigas da escola, acompanhada pela professora de inglês. Não parei mais. Meus pais sempre me incentivaram muito a viajar. Eles sempre viajaram bastante e, muitas vezes, íamos a lugares incríveis. Guardo com carinho memórias das tantas viagens que fizemos juntos para Austrália, Nova Zelândia, Taiti, Inglaterra, Estados Unidos, Chile, Argentina, Uruguai...
Com esse espírito independente, aos 20 anos, escolhi voltar a viver no Rio de Janeiro, para completar minha formação acadêmica. Sou fonoaudióloga e jornalista. A cidade me acolheu novamente de braços abertos. Nela, casei e tive dois filhos. Casei com um gaúcho, que, assim como eu, tinha escolhido morar no Rio, Mas ele já tinha alçado voos mais longos, tinha morado na Itália por três anos, além de ter viajado pelos quatro cantos do mundo. Um super companheiro, de espírito tão inquieto quanto o meu. O mundo sempre foi a nossa casa. Motivos nunca faltaram para fazer as malas. Mas, até aqui, o destino da viagem era escolhido por nossa conta. Até que um dia, por circunstâncias de trabalho, a pauta mudou.
Começaram a surgir longas viagens de trabalho para meu marido. Em muitas delas, ele ficaria fora por grandes períodos de tempo. O que fazer? Ficar ou acompanhá-lo?
Ele achava péssimo viajar sozinho. Então, comecei a ir junto e deixamos de escolher os destinos. As viagens eram preestabelecidas e ele passava o dia todo envolvido com o trabalho, enquanto eu ficava sozinha no hotel ou com meus dois filhos que, nessa época, tinham 3 e 13 anos.
Até que, movida por minha paixão de desbravar o mundo, descobri o prazer de, sozinha, explorar novos lugares. Resolvi tomar as rédeas e contar com a minha própria companhia, enquanto ele trabalhava. Me aventurei a conhecer cidades vizinhas, programar viagens aéreas para conhecer aquele país ali pertinho que vivia no meu imaginário ou alugar um carro para circular pelos arredores.
Nada como aproveitar as chances que a vida dá. Viajar nos faz sentir a vida pulsando por outros prismas, faz a gente olhar pra ela de fora para dentro, sob nova perspectiva. Somos nós mesmos, mas somos outra pessoa. Alguém mais livre, mais relaxado e mais feliz. Quem nunca voltou de uma viagem com várias resoluções, prontas para serem colocadas em prática?
É por isso que viajar nos torna melhores. Colore nossos dias. Enche tudo de luz, mesmo quando o céu não está assim tão azul. Os motivos para fazer as malas são muitos: reabastecer as energias, quebrar paradigmas, derrubar preconceitos, comemorar, confraternizar, repensar a vida, mergulhar em novos conceitos. Não importa o destino. Pode ser Paris, Florianópolis, Pequim ou aquela cidade pertinho de casa. O que interessa mesmo é se entregar, viver o novo, sair da rotina.
Numa viagem, andar na chuva é divertido, comer batata frita não dá culpa e provar escorpião faz parte do programa. Você pode se dar ao luxo de caminhar sem rumo, andar de balão, dirigir em mão inglesa e até mesmo acordar por livre e espontânea vontade, sem o barulho do despertador.
Gosto de ser uma viajante independente: reservo sozinha minhas passagens aéreas, escolho os hotéis,