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EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM

INFRAÇÃO DE DECISÃO
ADMINISTRATIVA

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79.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO

CRIME

O art. 205 do Código Penal contém o seguinte tipo: exercer atividade, de que está
impedido por decisão administrativa. A pena: detenção, de três meses a dois anos, ou
multa.

O bem jurídico protegido é o interesse estatal no cumprimento de suas decisões

administrativas.

Sujeito ativo é quem tenha sido, por decisão administrativa, impedido de exercer
determinada atividade. Qualquer pessoa, portanto. Sujeito passivo é o Estado.

79.2 TIPICIDADE

79.2.1 Conduta e elementos do tipo

A conduta é exercer a atividade. Exercer significa desempenhar. É realizar, de

forma habitual e reiterada, os atos inerentes à atividade. Atividade é o trabalho do agente,
sua profissão, aquilo que ele faz em seu dia-a-dia.

Se o órgão da administração expede ato proibindo alguém de exercer determinada

atividade, desobedecendo ele ao comando administrativo, voltando ao exercício da
atividade proibida, realizará objetivamente o fato descrito no tipo. Cuida a norma
exclusivamente de decisão administrativa; daí que, se a ordem for de natureza judicial, o
delito será o tipificado no art. 359 do Código Penal. Se a decisão administrativa recair
2 – Direito Penal II – Ney Moura Teles

sobre funcionário público que, suspenso ou exonerado de função pública, continua

exercendo-a, sem autorização, o crime será o definido no art. 324 do Código Penal.

É óbvio que se deve tratar de uma decisão administrativa prolatada segundo os

ditames das normas legais em vigor, com obediência ao devido processo legal, pois do
contrário será uma decisão prenhe de ilegalidade.

Só haverá crime se o agente agir dolosamente, com consciência da proibição de

exercer a atividade e vontade livre de fazê-lo. Se não sabe que está impedido, não há dolo,
excluído, com a tipicidade, por erro de tipo.

79.2.2 Consumação e tentativa

Consuma-se quando o agente, previamente comunicado da proibição

administrativa, realiza os atos inerentes à atividade, exigindo-se sua reiteração; ou seja,
sua repetição, a fim de que se possa considerar esteja ele exercendo a atividade cuja
proibição fora determinada pela autoridade administrativa. Um único ato não significa a
consumação. Conquanto se exija habitualidade, não é possível reconhecer a tentativa.

79.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. A competência é do juizado

especial criminal, por força da aplicação da Lei nº 10.259/01 – que considerou infração
penal de menor potencial ofensivo o crime a que a lei comina pena máxima não superior a
dois anos – permitida a suspensão condicional do processo penal, nos termos do art. 89 da
Lei nº 9.099/95.