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GRUPO OPERATIVO INTERVINDO NA ANSIEDADE EM ESTUDANTES DE

PSICOLOGIA1

Maria de Fátima M. Mariani2

Resumo

O presente projeto abordará o efeito do grupo operativo no índice de ansiedade em


estudantes de graduação em Psicologia de uma instituição de ensino superior particular
de Brasília. Uma amostra de 20 estudantes responderá ao Inventário de Ansiedade
Traço-Estado (IDATE), antes e depois da intervenção. Serão atribuídos dois grupos,
experimental e de controle, cada um com 10 estudantes. O delineamento dos grupos
será feito por distribuição randômica emparelhada. A medida da variável de
emparelhamento será obtida por meio do Inventário de Saúde Mental (MHI-5) que
permite avaliar o índice de ansiedade da população a ser estudada. A metodologia será
de abordagem quantitativa por meio de um estudo exploratório, tendo em vista verificar
a alteração do índice de ansiedade em estudantes de graduação em Psicologia, sob a
intervenção de grupo operativo.
Palavras-chave: Grupo-operativo; ansiedade; IDATE; MHI-5; Terapias alternativas;
Estudantes de Psicologia.

Abstract

The objective of this study is to check the changes in Anxiety levels in students through
the operative group technic. The investigation of the research follows quantitative
methods. The sample will be composed by students of the Psychology from six grade in
a private university of Brasília. They will be divided in two groups, the control one and
the experimental one with 20 students. The IDATE (Inventário de Ansiedade Traço-
Estado) will be used to measure the Anxiety levels. After the application of first test in
all teachers, eight meetings will be held using the operative group technic with the
experimental group and later on, all will answer the test again.

Keyword: Group Psychotherapy; Anxiety; IDATE; MHI-5; Alternative therapies,


Psychology students.

INTRODUÇÃO

Definindo ansiedade
A ansiedade é estudada no contexto das pesquisas sobre personalidade
resultando nos instrumentos de medida deste construto. Aparece como um indicador
que serve para delimitar o conceito de personalidade. Está associada a dimensões

1
Projeto de pesquisa referente à primeira avaliação da disciplina de Estágio Básico – Laboratório de
Pesquisa I – FACS_UNICEUB, orientado pelo Prof. Rogério Lopes. Brasília, 2008.
2
Mestre em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília.
neuróticas da personalidade da mesma forma que irracionalidade, emoção, tensão,
depressão (Fioravanti, 2006).
Essa autora ressalta que ansiedade tanto pode ser uma resposta a variáveis
externas como pode ser proveniente de fatores internos. Pode ainda ser uma ativação do
sistema de defesa frente a uma suposta ameaça real ou imaginária. Indivíduos pouco
ansiosos tendem a ser imperturbáveis. Evitam situações que desencadeiam efeitos
negativos e se sentem bem em situações estáveis. Os mais ansiosos tendem a
experimentar efeitos negativos e têm dificuldades de autocontrole e podem agir de
forma contraproducente.
Bock e Sarriera (2006) ressaltam que pessoas resistentes a mudanças
desenvolvem dois tipos de ansiedade: a depressiva e a paranóide. A ansiedade
depressiva está relacionada ao medo de perder as estruturas existentes e conhecidas,
apesar de estereotipadas. A ansiedade paranóide é gerada pelo medo de lidar com a
nova situação, que por ser desconhecida suscita insegurança pelo receio de faltar
recursos para enfrentá-la.
A ansiedade está muito presente entre os estudantes universitários. Segundo
Melo (2004) os melhores alunos são os que desenvolvem com mais facilidade crises de
ansiedade. São eles que possuem maiores expectativas e põem mais exigências
relativamente ao seu desempenho escolar.
Os estudantes mostram-se ansiosos quando submetidos à avaliação da
aprendizagem, sejam provas, realização e apresentação de trabalhos, seminários,
ensaios. É muito comum sentirem-se “nervosos” nas discussões em sala de aula, frente a
colegas e professores. Em situações normais sem que exista qualquer outro tipo de
transtorno emocional ou patologia associada, a ansiedade gerada nestas condições
desaparece quando a situação se encerra.
Na presente pesquisa ansiedade será definida com base nos dois fatores
utilizados pelo IDATE: ansiedade associada às diferenças individuais, relativamente
estáveis como traços de personalidade, e referindo-se a um estado emocional de
desprazer. Esse construto de ansiedade foi introduzido por Catell nas décadas de
1960/1970 e posteriormente ganhou sofisticação psicométrica com Spilberger.
Traços de personalidade são entendidos como “motivos” ou disposições latentes,
adquiridas na infância e que vêm à tona se ativadas por uma situação. A ansiedade traço
se expressa na auto-imagem de forma que a pessoa ansiosa tende a perceber como
ameaçadoras algumas circunstâncias que não são. Em contrapartida um estado
emocional é temporário e depende da ação dos estímulos ambientais. O indivíduo em
estado de ansiedade apresenta sentimentos de apreensão e tensão conscientes, tais como:
taquicardia, sudorese, náuseas e caimbras.
Fioravanti (2006) enfatiza que de forma geral, a estrutura fatorial da escala
estado de ansiedade, que tem o mesmo número de itens de ansiedade presente e ausente,
é mais estável e consistente. Em certa medida os treze itens de ansiedade presente e sete
ausentes na escala traço de ansiedade contribui para a instabilidade na estrutura fatorial
apresentada nos resultados das pesquisas já realizadas.

O que é Grupo Operativo?


A técnica de grupos operativos foi desenvolvida como uma alternativa
terapêutica pelo médico psiquiatra e psicanalista Enrique Pichon- Rivière (1907-1977).
Pichon- Rivière nasceu na Suíça mas viveu na Argentina desde os quatro anos de idade.
Desempenhou atividades clínicas e docentes no hospital psiquiátrico De Las Mercês,
em Rosário. Para superar os problemas gerados por uma greve dos enfermeiros, Pichon-
Rivière colocou os pacientes que apresentavam um quadro menos grave para cuidar dos
mais doentes. Observou que tanto os pacientes “cuidadores” como os assistidos
apresentaram significativas melhoras de seus quadros clínicos.
A relação estabelecida entre os pacientes foi fundamental no processo de
aceleração do tratamento do sofrimento mental. Pichon- Rivière observou que a
mudança de papéis estereotipados de pacientes para “cuidadores” foi muita significativa
para a melhoria dos quadros clínicos. Motivado com esse resultado passou a estudar os
fenômenos grupais com base na psicanálise, na teoria de campo de Kurt Lewin e na
teoria de comunicação e interação.
O grupo operativo “consiste numa técnica de trabalho com grupos, cujo objetivo
é promover, de forma econômica, um processo de aprendizagem. Aprender em grupo
significa uma leitura crítica da realidade, uma apropriação ativa desta realidade. Uma
atitude investigadora, na qual cada resposta obtida se transforma, imediatamente, numa
nova pergunta” (Abduch, 1999, p. 289).
A técnica tem sido utilizada em vários contextos, tais como problemas de
aprendizagem, terapia familiar, com adolescentes, grupos de terceira idade, grupos de
trabalho, entre outros. É indicada como instrumento para desenvolvimento dos fatores
básicos e elementares de prevenção, que são: auto-estima, juízo crítico, plano de vida e
criatividade (Abduch, 1999).
O bom desempenho do grupo operativo vai depender se os integrantes estão
comprometidos com a “tarefa grupal”. A “tarefa grupal” consiste em superar e resolver
situações fixas e estereotipadas que geram resistências a mudanças. As interações no
grupo permitem questionamentos sobre o que era considerado imutável. Trabalha no
sentido de mostrar aos integrantes de que a flexibilidade nas ações é possível.
A técnica de grupo operativo como intervenção nos índices de ansiedade foi
escolhida na presente pesquisa por favorecer o compartilhamento de experiências entre
os estudantes. A comunicação e a interação no grupo ajudam a minimizar o isolamento.
O sentimento de pertencimento favorece a criação de vínculos e proporciona a troca e o
apoio social. Outro aspecto presente nessa técnica é o fornecimento de feedback,
proporcionando o crescimento pessoal e interpessoal.
A dinâmica inicia com a constituição do grupo por meio do ECRO ou esquema
conceitual, referencial e operacional. Cada integrante apresenta seu referencial
particular ao grupo que constrói um esquema referencial grupal. A integração do grupo
ocorre de duas formas: afiliação e pertencimento. Por afiliação a pessoa não se
incorpora ao grupo inteiramente. A integração grupal se torna efetiva quando se tem
presente o sentimento de pertencimento ou vínculo.
O desempenho de cada integrante é avaliado na articulação de dois níveis:
verticalidade, relacionada com a história particular de cada um e a horizontalidade,
atribuída à relação entre os participantes. O número de participantes não deve extrapolar
15 pessoas. De acordo com Bleger (1985) a limitação do tempo é um componente
importante para o grupo funcionar bem. As sessões devem ter uma média de uma hora.
O processo grupal tem três fases: pré-tarefa, tarefa e projeto. Pré-tarefa é a fase
em que o grupo divaga, tem dificuldades para concentrar-se na tarefa. Tarefa é a fase de
elaboração das ansiedades depressivas e persecutórias e na ruptura das estruturas
estereotipadas. Na fase do projeto dar-se a construção das estratégias operativas. Cada
integrante apresenta formas de como lidar com as ansiedades dali em diante, de como
enfrentar situações desafiadoras sem o apoio do grupo.
Objetivo
Verificar a alteração do índice de ansiedade em estudantes de graduação em Psicologia,
durante o semestre letivo, por meio da intervenção de grupo operativo.

Hipóteses
H¹ - Os estudantes que participaram da técnica de grupo operativo têm maior
probabilidade de diminuir seu índice de ansiedade após a intervenção, enquanto os não-
participantes tendem a manter os mesmos índices, em relação ao escore da fase pré-
teste.
Hº - A média do índice de ansiedade, nos estudantes de psicologia que participaram da
técnica de grupo operativo, após a intervenção se manteve igual à média obtida no
escore da fase pré-teste.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem quantitativa. Será


constituída de dois grupos, um experimental e um de controle. Os grupos serão
avaliados antes e depois da intervenção em grupo operativo, e os escores obtidos serão
comparados. A intervenção em grupo constituirá a variável independente. A avaliação
dos índices de ansiedade será a variável dependente.

Participantes
O delineamento dos grupos de controle e experimental será feito por
distribuição randômica emparelhada. Para obtenção da medida de equivalência será
aplicado o Inventário de Saúde Mental em 40 estudantes de Psicologia de uma
instituição de ensino superior particular de Brasília. Desse total serão selecionados 10
pares com base nos escores de emparelhamento. Cada par, ordenado em ordem
decrescente, será encaminhado, aleatoriamente, um para o grupo de controle, e outro
para o experimental, totalizando 10 estudantes em cada grupo.
Os critérios de inclusão/exclusão de participantes levarão em conta o tempo de
ingresso no curso, segundo semestre de 2006 e primeiro semestre de 2007. Um segundo
critério levará em conta a regulação da matrícula, os estudantes deverão estar
matriculados em no mínimo cinco disciplinas e freqüentando regularmente as aulas.
Local
A pesquisa será realizada em uma sala de aula da IES escolhida. O ambiente
onde serão realizadas as atividades de intervenção de grupo operativo deverá constar
equipamento áudio-visual, carteiras, iluminação e ventilação.

Instrumentos
Para obter uma medida de emparelhamento será utilizada a escala de ansiedade
do Inventário de Saúde Mental (MHI). Criado em 1975 para avaliar o índice de estresse
e bem-estar psicológico na população em geral, foi adaptado à língua portuguesa por
Ribeiro (2001. É constituído por 38 questões distribuídas em cinco escalas: ansiedade,
depressão, perda de controle emocional, afeto geral positivo e laços emocionais. A
resposta a cada item é dada numa escala ordinal de cinco ou seis posições. A nota total
resulta da soma dos valores brutos dos itens que compõem cada escala referida acima.
Os itens são cotados de modo invertido, de forma que os valores mais elevados
correspondem à melhor saúde mental. Para a presente pesquisa será utilizada apenas a
escala de ansiedade, composta de 10 itens (ANEXO III).
Para avaliar o índice de ansiedade nos estudantes submetidos à intervenção de
grupo interativo serão utilizadas as escalas de estado e traço do IDATE. A escala que
mede ansiedade - estado é composta de 20 itens que serão respondidos pelos estudantes
a partir da instrução “Como me sinto neste momento”. Os itens serão apresentados em
uma escala Likert de 4 pontos: 1- absolutamente não; 2- um pouco; 3-bastante; 4-
muitíssimo. Na escala de ansiedade - traço os sujeitos deverão responder ao comando
“Como geralmente me sinto”. Essa escala tem 20 itens, também apresentados em uma
escala Likert de 4 pontos: 1- quase nunca; 2-às vezes; 3-freqüentemente; 4-quase nunca.
No instrumento constará um formulário de dados “sócio-demográficos” que deverá ser
respondido pelos participantes (ANEXO II).
Para desenvolver o grupo operativo serão necessários os recursos: TV, mídia
(DVD) para apresentação de documentários e palestras; cartazes, revista, pincéis, tinta
guache, lápis de cores aquarela, papel, para desenvolvimento das dinâmicas.

Procedimentos
Inicialmente o projeto será apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa para
aprovação. Em seguida, será apresentado à coordenação do curso de Psicologia para que
sejam disponibilizados visita às salas de aula para a escolha da amostra e do ambiente
para a realização da pesquisa. Os sujeitos selecionados e que concordarem em participar
do experimento deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo
I).
Em seguida será feito o pré- teste com os dois grupos, experimental e de
controle. O pré-teste servirá de base de comparação com os escores obtidos após a
intervenção.
Para desenvolver o grupo operativo serão realizados oito encontros com os
participantes do grupo experimental. A principal tarefa será discutir a ansiedade na vida
de estudante, momentos de ocorrência, sintomas, sugestões para enfrentamento de
situações desafiadoras, perspectivas com o curso de Psicologia. As reuniões serão
coordenadas pela autora deste projeto e realizadas no decorrer do semestre letivo no
horário a ser combinado com os participantes e a coordenação do curso de psicologia.
Cada sessão será de uma hora com intervalos médios de duas semanas entre elas.
A duração das atividades deverá ser estabelecida junto com o grupo e todos os
participantes deverão freqüentar regularmente os encontros. As seções serão gravadas e
filmadas em mídia (DVD).
O grupo de controle desenvolverá as atividades escolares normais.

Análise de Dados
Para analisar os dados será utilizada a técnica estatística do contraste de médias
dos escores pré e pós-teste nos dois grupos (controle e experimental). A comparação de
médias será feita por meio do “teste t-Student”. Trata-se de um teste estatístico que tem
nível de significância próximo do nível nominal (desvio padrão igual a 5% e desvio
padrão igual a1%). Em outras palavras, serve para verificar se uma determinada
diferença encontrada entre medidas de dois grupos é estatisticamente significante. O
teste t-Student mantém o poder alto, mesmo em situações de amostras pequenas, sendo
adequado para a validação dos dados desta pesquisa.

REFERÊNCIAS
Abduch, C. (1999). Grupos operativos com adolescentes. Cadernos Juventude, Saúde e
Desenvolvimento, 28, 289-299.
Begler, J. (1985). Temas de Psicologia. São Paulo: Martins Fontes.
Bock, V. R. & Sarriera, J. C. (2006). O grupo operativo intervindo na Síndrome de
Bournout. Psicologia Escolar e Educacional, 10 (1) , 31-39.
Fioravanti, A. C. M. (2006). Propriedades psicométricas do inventário de ansiedade
traço-estado (IDATE). Dissertação de mestrado. Universidade Católica do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro.
Melo, A. (2004). Ansiedade e Depressão nos melhores alunos. [On-line] Disponível:
http://www.netprof.pt/servlet/getDocumento?id_versao=12506.
Picho-Rivière, E. (1988). O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes.

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