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Academia de Polícia Civil do Distrito Federal

Faculdades Fortium

Edvan Pereira de Araújo

ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO

AUTOMOTOR

ADULTERAÇÃO DAS PLACAS

Brasília - 2009
APC
Academia de Polícia Civil do Distrito Federal

Faculdades Fortium

Edvan Pereira de Araújo

ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO

AUTOMOTOR

ADULTERAÇÃO DAS PLACAS

Artig

o apresentado à Faculdades Fortium, como

pré-requisito de conclusão do Curso Especial

de Polícia, com especialização em Atividade

Policial Judiciária, orientado pelo Prof. M.Sc.

Marcos Godoy Spindola.

Brasília - 2009
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À minha Íris Cristina, Ícaro e Ester, que


estiveram juntos na concretização deste
projeto.
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Agradecimento

Agradeço a Deus, aos meus colegas de


trabalho e a todos que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a
conclusão desta especialização.
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Resumo

Discorremos nesse trabalho acerca do art. 311 do Código Penal Brasileiro – CPB,

redação dada pela Lei 9.426/1996, adulteração de sinal identificador de veículo

automotor e respectiva problemática trazida a lume pelo art. 115 da Lei 9.503/1997 –

Código de Trânsito Brasileiro – CTB.

Palavras-Chave: Adulteração, sinal identificador de veículo, placas.


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Abstract

Talking about this work of article 311 of the Brazilian Penal Code - CPB, writing

amended by Law 9426/1996, distinctive sign of tampering with motor vehicles and

their problems brought to light the art. 115 of Law 9503/1997 - Brazilian Traffic Code -

CTB.

Keywords: Adulteration, vehicle identification sing, plates.


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Sumário

INTRODUÇÃO .............................................................................................................8

DESENVOLVIMENTO.................................................................................................11

CONCLUSÃO.............................................................................................................20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................23

ANEXO A....................................................................................................................24

ANEXO B....................................................................................................................26
8

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Introdução

Trataremos nesse artigo do art. 311 do Código Penal Brasileiro – CPB,

redação dada pela Lei 9.426/1996, Adulteração de sinal identificador de veículo

automotor, delineado o tema quanto à adulteração das placas do veículo automotor.

O tema ainda é pouco explorado, apesar de a conduta estar tipificada no

Código Penal desde 1996. Portanto, à luz do Estatuto Repressor, enfrentá-lo-emos,

tendo em vista a parca jurisprudência e sua divergência nos Tribunais e doutrina,

além da nossa própria experiência no assunto, considerando-se o desempenho de

função na Divisão de Cadastro de Roubos e Furtos de Veículos da Polícia Civil do

Distrito Federal, em permanente contato com o assunto abordado no presente

trabalho.

O estudo justifica-se na problemática acerca da tipificação do artigo 311

do CPB. Esse artigo teve sua redação dada pela Lei 9.426/1996 e trata-se de norma

penal em branco homogênea, cujo completivo encontra-se no art. 115 da Lei

9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro – CTB.

O crime previsto no artigo 311, do CPB, foi incluído através da Lei 9.426,

de 24/12/1996. A “Exposição de Motivos”, acostada à mensagem 784-MJ, da

Presidência da República, demonstra que a ratio legis procurou “coibir a adulteração

ou remarcação de chassi ou sinal identificador de veículo automotor, de seu

componente ou equipamento”, criando-se um tipo autônomo:

Art. 311 Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal


identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:

Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.


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Por tratar-se de norma penal em branco o CTB definiu o sinal identificador

de veículo automotor nos artigos:

Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres


gravados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em outras partes,
conforme dispuser o CONTRAN.

Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio de placas


dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN.

Os meios de fiscalização mostram-se cada vez mais dependentes da

tecnologia, assim, o meio eletrônico tornou-se fundamental na identificação do

veículo automotor, visto os diversos aparatos que o Estado implantou para substituir

o agente fiscalizador por meios eletrônicos.

O artigo abordará tópicos no âmbito do direito penal e o completivo do

Código de Trânsito. Como marco referencial teórico alicerçar-nos-emos na obra de

Julio Fabbrini Mirabete, Código Penal Interpretado e também Celso Delmanto,

Código penal Comentado. Dada à complexidade do tema basear-nos-emos em

publicações, artigos em revistas jurídicas e em sites especializados em matéria

penal.

Os métodos que serão utilizados para o mencionado trabalho serão o

dedutivo e o sistêmico. Sendo que o dedutivo quer dizer uma ligação entre dois

termos por meio de um terceiro, a dedução é o argumento cuja conclusão é inferida

necessariamente de duas premissas, procedendo do geral para o particular, sendo

os objetivos organizados, partindo-se do geral para o específico. Já o sistêmico faz a

análise não somente do dispositivo em si, mas de outros que com ele tenham

relação, leva-se em consideração o sistema legal vigente, incluindo os princípios e

os gerais do direito.
10

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Quanto aos métodos de procedimento, podemos citar o método

interpretativo e tipológico, tendo em vista que o trabalho será baseado no estudo de

textos e livros, dos quais serão extraídas as idéias compatíveis com o trabalho,

respeitando o ponto de vista de autor do trabalho.

A partir do tema alhures delineado, pretendemos discorrer acerca da

seguinte questão: O uso de placas adulteradas configura o crime do art. 311 do

CPB?
11

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DESENVOLVIMENTO

Segundo Mirabete1, a conduta típica do art. 311 do CPB, é a de

“adulterar”, ou seja, mudar, alterar, modificar, contrafazer, falsificar, deformar,

deturpar, ou remarcar, marcar de novo o número ou o sinal identificador do veículo,

de seu componente ou equipamento, pouco importando o processo utilizado.

No entendimento de Capez2, a conduta consubstancia-se nos verbos

adulterar (significa modificação do conteúdo mediante alteração das inscrições já

constantes) ou remarcar (implica inserção de nova seqüência de códigos no espaço

em que havia a numeração correta). Objeto material do crime é o número de chassi 3.

Sobre tal estrutura de aço se insere um código para identificação do veículo. É a

adulteração ou remarcação desse código que se encontra tipificada no presente

artigo. É também objeto material do crime qualquer sinal identificador de veículo

automotor, de seu componente ou equipamento, por exemplo, placa do automóvel

ou inscrição em qualquer outra parte do automóvel (numeração do motor, câmbio,

vidros, etc.).

O número de identificação do veículo, geralmente abreviado para NIV, é

um único número de série utilizado pela indústria automobilística para identificar

veículos motorizados. Antes de 1980, não havia um padrão aceito pelos fabricantes,

cada um utilizava sua própria codificação e formatação. Hoje o sistema de

identificação de veículos é baseado em duas normas associadas, originalmente

1
MIRABETE, Julio Fabbrini. FABBRINI, Renato N. Código Penal Interpretado, 6 ed. São Paulo, Editora Atlas S.A., 2007.
2
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal parte especial, 5 ed.São Paulo, Editora Saraiva, 2007. v.3.
3
Chassis é uma estrutura de suporte que pode ser feito de aço ou alumínio. Sua aplicação mais conhecida é em veículos para
sustentar os sistemas embarcados, mas também é utilizada para designar toda estrutura de suporte de objetos móveis como
computadores, tvs, barcos, etc. Veículos como caminhões, motocicletas, carros, karts dentre outros, tem suas carroçarias
montadas sobre chassis. Alguns veículos tem seus sistemas embarcados montados diretamente na carroçaria e neste caso é
utilizado o termo monobloco para designar este tipo de estrutura de suporte. Alguns dos componentes que são acoplados ao
chassi são o motor, sistema de freios, caixa de marcha, transmissão dentre outros. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Chassi, acesso
em 21/01/2009)
12

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emitidas pela International Organization for Standardization (ISO) em 1979 e 1980,

ISO 3779 e ISO 3780, respectivamente. Elas são compatíveis entre si com poucas

diferenças, e com algumas adaptações, foram introduzidas na União Européia,

Estados Unidos da América e Brasil.

Assim, cada país passou a adequar-se à normatização internacional e o

NIV passou a ser uma combinação, estruturada em dezessete caracteres, dividida

em três seções, com a seguinte configuração4:

a) Primeira seção composta pelos três primeiros caracteres - Identificador

internacional do fabricante - WMI (World Manufacturer Identifier), identifica o

fabricante/montadora do veículo.

b) Segunda seção composta pelos, quarto ao nono caractere - Seção

Descritiva do Veículo - VDS (Vehicle Descriptor Section), fornece informações que

descrevem as características gerais do veículo.

c) Terceira e última seção, composta pelos, décimo ao décimo-sétimo

caractere - Seção Indicadora do Veículo - VIS (Vehicle Indicator Section), sendo a

combinação de caracteres para individualização do veículo em produção.

Desta forma, no Brasil o conceito, com sua devida evolução histórica,

deve ser buscado na Convenção de Viena (Decreto Legislativo nº. 33, de

13.5.1980), na Norma Brasileira NBR nº. 6.066, de 1980, na Resolução nº659/85 do

Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN5 e no Regulamento do Código Nacional

de Trânsito, aprovado pelo Decreto nº. 62.127, de 1968). De acordo com Resolução

nº. 659/85 e posteriormente Resolução 691/886, que instituiu o critério de

identificação veicular obrigatório, "além da gravação no chassi ou monobloco, os

veículos serão identificados, com, no mínimo, os caracteres VIS (vehicle indicator


4
Fonte site: http://en.wikipedia.org/wiki/Vehicle_Identification_Number#World_Manufacturer_Identifier . Acesso em 29/01/2009
às 22h.
5
Anexo A.
6
Anexo B.
13

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section), previsto na NBR 6.066, podendo ser a critério do fabricante, por gravação,

na profundidade mínima de 0,2 mm, quando em chapa ou por plaqueta colada,

soldada ou rebitada, destrutível quando de sua remoção, ou ainda por

etiqueta autocolante e também destrutível no caso de tentativa de sua remoção. Os

sinais deverão estar nos compartimentos e componentes: a) no assoalho do veículo,

sob um dos bancos dianteiros; b) na coluna da porta dianteira lateral direita; c) no

compartimento do motor; d) em um dos pára-brisas e em um dos vidros traseiros,

quando existentes; e) em pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando

existentes, excetuados os quebra-ventos” 7. O Código Brasileiro de Trânsito (Lei

9.503/97), por sua vez, ao tratar da identificação dos veículos, faz distinção

obrigatória entre identificação externa, conforme supracitado.

Nota-se da leitura do art. 311 que o legislador penal pretendeu punir

também aquele que adulterar ou remarcar sinal identificador em componente ou

equipamento do veículo automotor.

Como acima visto, há determinados componentes e equipamentos do

veículo que levam, por força de lei, sinais identificadores, o que podemos observar

na regulamentação da pelas resoluções 024/19988 e 282/20089 do CONTRAN, tudo

com o objetivo de se combater o comércio ilegal de peças de veículos roubados ou

furtados.

Dessa forma, o que se pune é a conduta do agente que, para disfarçar a

origem ilícita de determinado componente ou equipamento, procede à adulteração

ou remarcação dos sinais identificadores nesses componentes ou equipamentos.

Não se pune, portanto, qualquer adulteração, mas somente aquela que se der sobre

7
Fonte site: http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/resolucao024_98.doc
8
Idem.
9
Fonte site: http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_282.pdf
14

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sinais identificadores do veículo, quer estejam no chassi, em componentes ou

equipamentos do veículo.

Aliás, de acordo com a Exposição de Motivos constante da Mensagem n°

784 da Presidência da república, o objetivo da Lei n° 9.426/96 foi "combater uma

crescente e inquietante forma de criminalidade de nossos dias", atrelada ao furto,

roubo e receptação de veículos, finalidade essa que não pode ser desconsiderada

ao interpretar-se o referido art. 311.

A nova política de fiscalização imprimida pelo Estado mostra-se cada vez

mais dependente dos meios eletrônicos. Assim, o agente físico cede lugar aos novos

meios de fiscalização, evidenciados por “blitz” eletrônica, “pardais” e barreiras

eletrônicas.

Aos órgãos de persecução penal, deferem-se instrumentos legais


adequados à repressão de uma grave e crescente forma de criminalidade
do momento em que avultam os prejuízos patrimoniais, acompanhados, em
grande número de casos de violência contra a pessoa, corrupção e de
criminalidade organizada. Portanto, conclui-se que o objetivo do legislador
foi proteger a confiança que o público em geral deposita em sinais a que a
lei atribui valor jurídico. Objetiva o legislador resguardar a intangibilidade
desses sinais 10.

O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gravados no

chassi ou no monobloco, identificação interna, intrínseca, conforme disposição do

art. 114 do Código de Trânsito Brasileira – CTB. As placas, dianteira e traseira, são

sinais identificadores externos do veículo, também obrigatórias, nos termos do que

dispõe o art. 115 do CTB.

Segundo esse código, conduzir o veículo com o lacre violado ou

falsificado constitui infração de trânsito (art. 230, I) e a utilização de veículo sem

placas, com placas falsas ou adulteradas, é prevista como circunstância agravante

nos crimes de trânsito (art. 298, II).

10
Código Penal e sua Interpretação Jurisprudencial, vol. 2, parte especial, Editora Revista dos Tribunais, p. 3803
15

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Destarte, a identificação externa no veículo automotor torna-se de

fundamental importância, tanto que a previsão legal abarcou essa hipótese, art. 115

do CTB, complementado a conduta descrita no art. 311 de CPB, tipificando, em tese,

o crime em apreço. Esse é o posicionamento de uma primeira corrente, favorável à

tipificação.

Do lado oposto, outra orientação contrária à moldagem da conduta

“adulterar” – gênero do qual são espécies: mudar, alterar, modificar, contrafazer,

falsificar, deformar, deturpar, ou remarcar, marcar de novo placas de veiculo

automotor – ao tipo do art. 311.

A primeira corrente entende que a conduta “adulterar” é moldável ao art.

311 do CPB, pois as placas constituem a identificação externa do veículo, conforme

entendimento supra, à luz do CTB.

Assim, aquele que adultera as placas, dianteira ou traseira, incide no tipo

penal em questão. É o posicionamento do Supremo Tribunal Federal – STF:

Crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor (art. 311 do


Código Penal, com o conteúdo introduzido pela Lei nº. 9.426/96). Tipifica,
em tese, a sua prática a adulteração de placa numerada dianteira ou
traseira do veículo não apenas da numeração do chassi ou monobloco. (HC
79.780-SP - DJU de 18-8-2000, p 82).

Dessa forma, para a configuração do crime previsto no art. 311, "caput",

do CPB, suficientes são as mudanças realizadas pelo infrator, em especial, a

adulteração do emplacamento original do veículo, fazendo a substituição do sinal de

identificação por outro diverso do constante no licenciamento. Nesse sentido vem

decidindo o Superior Tribunal de Justiça – STJ, “O ato de adulterar ou remarcar

placas dianteira e traseira configura o crime deste art. 311” (STJ, RT 772/541).

Também é o que se nota no seguinte julgado:

Habeas corpus - Adulteração ou remarcação das placas do veículo - Sinais


identificadores - Art. 311 do Código Penal e arts. 114 e 115 do Código de
16

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Trânsito Brasileiro. 1. O veículo é identificado externamente por meio das
placas dianteira e traseira, cujos caracteres o acompanharão até a baixa do
registro. Tipifica, portanto, a conduta prevista no art. 311 do Código Penal, a
adulteração ou remarcação destes sinais identificadores, bem como
daqueles gravados no chassi ou no monobloco (arts. 114 e 115 do Código
de Trânsito Brasileiro) 2. Ordem denegada. (RSTJ 133/517 e RT 772/541)

Adota mesma orientação o Tribunal Regional Federal da 4ª Região –

TRF/4ª Região, "(...) As placas do veículo automotor integram o conceito de sinal

identificador par os fins do art. 311 do CP. Sua adulteração, dessa forma, enseja a

incidência da hipótese incriminadora" (RT 791/793).

Mesma linha jurisprudencial é a esposada pelo Tribunal de Justiça do

Distrito Federal e Territórios – TJDFT:

(...) Amolda-se ao tipo definido no art. 311 do CP a conduta do agente que


confecciona placas clonadas para identificação de veículo roubado,
evidenciando-se diante da prova, a ciência que este possuía acerca da
ilicitude de seu comportamento (RT 789/658).

Assevera Capez11 que Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo –

TJSP posiciona-se pela tipificação da conduta de adulterar placa de veículo

automotor, inclusive com fita adesiva:

A aposição de fita adesiva sobre as placas de veículo automotor utilizado na


prática de roubo para dificultar a identificação do automóvel e, dessa forma,
garantir o sucesso da empreitada criminosa, caracteriza o delito previsto no
artigo 311 do CP (RT 388/531).

Crime contra a fé pública - Adulteração de sinal identificador de veículo


automotor - Caracterização do delito que depende somente de que o agente
adultere ou remarque qualquer sinal de identificação do automóvel, entre
eles as placas dianteira e traseira - Inteligência do art. 311 do CP. (...) Para
a caracterização do delito previsto no art. 311 do CP basta à adulteração ou
remarcação de qualquer sinal identificador do veículo, entre eles as placas
dianteira e traseira do automóvel (RT 794/593).

Veículo - Placas - Principal sinal identificador - Adulteração ou remarcação


que tipificam a conduta prevista no artigo 311 do Código Penal - Ordem
denegada (JTJ 246/344).

11
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal parte especial, 5 ed.São Paulo, Editora Saraiva, 2007. v.3.
17

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A principal tese defendida pela segunda corrente, contrária à tipificação, é

que as placas constituem mera identificação externa, não compondo o conjunto de

sinais identificadores tutelados pelo art. 311 do CPB.

Dessa forma, para a configuração do crime previsto no mencionado

artigo, deve-se infringir os sinais identificadores essenciais, ou seja, aqueles

originados pelo fabricante do veículo, conforme assevera Luiz Flávio Gomes, apud

Delmanto12: ("Adulteração das placas do veículo: atipicidade frente ao art. 311 do

CP", in RT 759/497), o interesse que sobressai na norma do art. 311 para além da

proteção da fé publica, "é o interesse específico em se preservar a identidade

intrínseca do veículo automotor", de forma que "não se alterando os números do

chassi e do motor, assim como outros sinais identificadores essências do veículo,

ele sempre poderá ser individualizado, ainda que tenha sido objeto de algum delito

precedente"; o que se busca, continua o autor "é que nenhuma conduta seja dirigida

a adulterar qualquer número ou sinal identificador substancial seu, de tal forma a

desindividualizá-la ou não possibilitar descobrir sua origem (ano de fabricação, nome

do fabricante, primeiro adquirente etc.)".

Referido autor, após lembrar a diferença substancial entre identificação

"obrigatória" e "externa", lembra que a primeira, porque essencial e original, "é

exatamente a que define, com pretensão de perpetuidade, a individualização do

veículo". Por isso é que - conclui esse doutrinador - as placas do veículo, "pelo que

se depreende dos complementos normativos supramencionados, não podem ser

consideradas 'sinal identificador do veículo' para os fins do art. 311 do CP, e a razão

central, obvia e incontestável dessa afirmação é a seguinte: com ou sem elas, desde

que no veículo se mantenham intangíveis os sinais e números 'obrigatórios' (chassi,

motor etc.) originais, pode-se perfeitamente individualizá-lo".


12
DELMANTO, Celso et al. Código Penal Comentado. 7 ed. Rio de Janeiro, Edição Renovar, 2007. 1.336P
18

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Assim, vem posicionando-se corrente minoritária no STF pela não

caracterização do art. 311 do CPB:

A "substituição de placas particulares de veículo automotor por placas


reservadas obtidas junto ao Detran não se mostra apta a satisfazer o tipo do
art. 311 do Código Penal. Não há qualquer dúvida de que o órgão de
controle - Detran - sabia e poderia saber sempre que se cuidava de placas
reservadas fornecidas à Polícia Federal. Ordem concedida para que seja
trancada a ação penal contra o paciente, por não restarem configurados,
nem em longínqua apreciação, os elementos do tipo em tese" (STF, 2ª T.,
HC 82.973-2/SP, rel. para o acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 11.10.2005, mv
- DJU 27.10.2006, p. 63).

Percebemos também que no TJSP há posicionamento no sentido de não

moldar a conduta de adulterar placas ao tipo do art. 311 do CTB, conforme lição de

Mirabete (op. cit.):

"A simples troca de placas de automóvel é fato punível tão-somente na


seara administrativa, não gerando conseqüências de cunho penal, tendo em
vista que para a caracterização do delito previsto no art. 311 do CP é
necessária a adulteração de dados identificadores do automotor,
relacionados à numeração de chassis, motor, câmbio etc." (RT 836/540).

Predomina esse entendimento em outro julgado daquele Tribunal:

"Adulteração de sinal identificador de veículo automotor - Inocorrência - Troca de

placas - infração administrativa - Falso inócuo - Recurso parcialmente provido" (JTJ

288/549). Mesmo sentido:

Não caracteriza o crime de adulteração de sinal identificador de veículo


automotor (art. 311 do CP), mas fato punível da esfera administrativa, a
alteração de algarismo ou letra de sua placa mediante uso de fita adesiva
preta, no intuito de fugir a multas de trânsito (RT 842/537).

Ação penal - Trancamento - Admissibilidade - Adulteração de sinal

identificador de veiculo automotor - Uso de fita adesiva - Fato atípico -

Ordem concedida (JTJ 290/656).

Ação penal - Trancamento - Possibilidade - Colocação de fita adesiva na


placa, nas chapas identificadoras do veículo - Atípico penal - Ordem
concedida (JTJ 287/542).

A colocação de fita adesiva de cor preta no último algarismo de placa de


veículo visando à adulteração de sinal identificador do conduzido com o
único intuito de burlar o rodízio de circulação de automóveis, instituído pelo
Poder público não caracteriza o crime previsto no art. 311 do CP,
19

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autorizando, assim, o trancamento da ação penal pro falta de justa causa,
pois se trata de fato atípico, uma vez que não afronta a fé pública,
especialmente em relação à propriedade e ao licenciamento ou registro de
veículos automotores (RT 761/602).

Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor - Não


caracterização - Uso de fita adesiva - Não indução a erro - Infração
administrativa - Ordem concedida (JTJ 269/553).

Assim, percebemos que os julgados nesse sentido tendem para o ilícito


administrativo, afastando desta forma a incidência do art. 311 do CPB.

CONCLUSÃO

O crescente número de roubos e furtos de veículos trouxe a presente

discussão. Os infratores furtam e roubam veículos, logo após, trocam as placas,

criando os “veículos clonados”. Com esses automóveis praticam os mais diversos

crimes como seqüestros, roubos, latrocínios, estupros etc.


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APC
Hoje sabemos que os meios eletrônicos estão substituindo as pessoas

responsáveis pela fiscalização. Deparamo-nos muitas vezes com barreiras

eletrônicas em que uma máquina faz a checagem das placas e, caso haja alguma

restrição administrativa ou criminal, soa um alarme e o agente de trânsito toma

ciência do problema.

Sabedores da fragilidade na fiscalização, os delinqüentes usam do

subterfúgio de trocar as placas do veículo para embalar a empreitada criminosa. O

legislador, atento à evolução do crime e tendo como ultima ratio, ante a importância

do bem tutelado, tipificou a conduta no art. 311 do CPB.

Esse artigo tutela a fé publica que recai nos sinais identificadores do

veículo automotor, conforme discorremos. Portanto, levantamos a grande discussão:

a adulteração das placas tipifica ou não o crime de adulteração de sinal identificador

de veículo automotor?

O melhor entendimento, que vem predominando nos Tribunais e grande

parte da doutrina é que a conduta amolda-se ao art. 311 de CPB.

Contra essa orientação, manifesta-se Luiz Flávio Gomes.

O nobre autor entende não haver conduta criminosa no fato de

“adulterar”, qual seja, mudar, alterar, modificar, contrafazer, falsificar, deformar,

deturpar ou remarcar, marcar de novo placas de veículo automotor. Data venia, o art.

311 é uma norma penal em branco, cujo completivo encontra-se no art.115 do CTB,

tratando-se de uma interpretação autêntica, ou seja, aquela dada pela por uma

norma de igual origem, in casu, a lei.

O art. 115 define que a identificação externa se dará por meio de placas,

dianteira e traseira e o CTB em seu art. 230, I, dispõe: “Conduzir o veículo, com o

lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro elemento de


21

APC
identificação do veículo violado ou falsificado – infração gravíssima”. Portanto, a

previsão administrativa para o fato não afasta a órbita penal, haja vista que as

esferas são distintas. Tanto é verdade, que a legislação, ao tratar dos crimes de

trânsito, traz uma agravante: o fato de estar utilizando o veículo sem placas, com

placas falsas ou adulteradas (art. 298, II do CTB).

Na lei não existe letra morta. O legislador, ao definir as placas como sinal

identificador externo de veículo automotor, quis abarcar tal hipótese como conduta

lesiva à fé publica.

Veja-se que o art. 115, § 1º, do CTB, disciplina: “Os caracteres das placas

serão individualizados para cada veículo e o acompanharão até a baixa do registro,

sendo vedado seu reaproveitamento.” Assim, apesar de ser um identificador

extrínseco, as placas vinculam-se ao veiculo até sua baixa, ou seja “morte do

veículo”.

Evidencia-se sobremaneira o caráter perpétuo das placas ao veículo e,

portanto, por ficção legal, passam a integrar o conceito de identificação veicular,

como fez a lei com os caracteres alfanuméricos gravados no chassi ou monobloco

que, por sua vez, caracteriza-se como identificador intrínseco.

Resta demonstrado que a conduta de adulterar placa de veiculo

automotor se amolda ao art. 311 do CPB. Esse é o entendimento de boa parte da

doutrina e dos Tribunais, ao qual coadunamos.


22

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REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm>. Acesso em 19/08/2008.

______ Resolução 282, de 26 de junho de 2008 do CONTRAN. Estabelece


critérios para a regularização da numeração de motores dos veículos registrados ou
a serem registrados no País. Disponível em: <
http://www.denatran.gov.br/resolucoes.htm>. Acesso em 07/01/2009.
23

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Acesso em 21/08/2008.

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JUNIOR, Agnaldo Petrônio Gomes, Procedimentos Necessários para


Identificação Veicular: Uma questão de qualidade e padronização, Mato Grosso,
2004, Disponível em: http://www.scribd.com/doc/7051339/Apostila1-Ident-Veic
Acesso em: 12/01/2009.

MIRABETE, Julio Fabbrini. FABBRINI, Renato N. Código Penal Interpretado, 6 ed.


São Paulo, Editora Atlas S.A., 2007.

______. Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal: Parte Especial, 19 ed., São
Paulo, Editora Atlas S.A., 2004. 290p.

TAQUARY, Eneida Orbage de Britto, Adulteração de Sinal de Veículo Automotor,


Disponível em: http://www.neofito.com.br/artigos/art01/penal74.htm Acesso em
15/05/2008.

Vade Mecum. 3ª edição atualizada e ampliada. São Paulo: Saraiva; 2007.

ANEXO A

RESOLUÇÃ0 N° 659/85 de 25 de outubro de 1985

DISPÕE SOBRE O NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS.


O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO, usando das atribuições que lhe confere
o artigo 5° do Código Nacional de Trânsito, instituído pela Lei n° 5.108, de 21 de
setembro de 1966, com a redação que lhe deu o Decreto-Lei n° 237, de 28 de
fevereiro de 1967 e o artigo 9° do Regulamento do Código Nacional de Trânsito,
aprovado pelo Decreto n° 62.127, de 18 de Janeiro de 1968; e
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APC
CONSIDERANDO proposta dos Senhores Secretários de Segurança Pública,
reunidos em Encontro Nacional do Ministério da Justiça, e da totalidade dos
Diretores dos Departamentos Estaduais de Trânsito, em serem estabelecidos
mecanismos técnicos que dificultem a adulteração do número de identificação
veicular, possibilitando maiores índices de recuperação dos veículos furtados a
roubados, atendendo as ações do Projeto Mutirão Contra a Violência, neste
particular a cargo do CONTRAN e DENATRAN;

CONSIDERANDO o que consta do Processo MJ N° 024242/85, e a deliberação do


Colegiado tomada em sua reunião de 25 de outubro de 1985, RESOLVE:

Art. 1° - Fica instituído novo critério de identificação veicular obrigatório para todos
os veículos saídos das fábricas a partir de O1 de maio de 1986.
Parágrafo único - Excetuam-se do disposto neste artigo, os tratores, os veículos
utilizados exclusivamente para competições esportivas e os veículos militares de
características especiais.
Art. 2° - A numeração de identificação veicular gravada no chassi deverá ocorrer em,
no mínimo, dois pontos de localização, de acordo com as vigentes especificações e
formatos estabelecidos pela NBR-3 n° 6066, e profundidade mínima de 0,5mm.
§ 1° - Além de gravação no chassi, os veículos serão identificados, com os mesmos
caracteres, também por gravação, na profundidade de 0,3 mm, nos seguintes
compartimentos e componentes estruturais:
a) no assoalho do veículo, sob o assento do condutor;
b) na coluna da porta lateral direita, podendo ser neste local, através de plaqueta
irremovível e destrutível quando da sua remoção;
c) no compartimento do motor;
d) no eixo traseiro;
e) em áreas dos pára-brisas dianteiro a traseiro, com a profundidade mínima de 0,2
mm.
§ 2° - Dentre as gravações de que trata este artigo, pelo menos uma, será em alto
relevo, e as demais em baixo relevo.
Art. 3° - Nos veículos automotores de duas e três rodas, excluídos os ciclomotores, a
gravação será feita na coluna de suporte de direção, em, no mínimo, dois pontos,
Art. 4° - Nos veículos reboques e semi-reboques, a gravação será feita:
a) no chassi, em, no mínimo, dois pontos;
b) no eixo.

Parágrafo Único - Os fabricantes encaminharão, na forma prevista neste artigo, com


antecedência de trinta (30) dias, as localizações da identificação veicular, todas as
vezes que ocorrerem alterações dos respectivos modelos básicos dos veículos.
Art. 5° - Os fabricantes depositarão com antecedência de trinta (30) dias, junto ao
Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, as identificações e localizações
das gravações, segundo os modelos básicos, para fins de controle reservado e
apoio das vistorias periciais procedidas pelos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Trânsito a por Órgãos policiais.
Art. 6° - As regravações que se fizerem necessárias dependerão de prévia
autorização da autoridade de trânsito, e somente serão processadas por
estabelecimentos por ela credenciados mediante justificação de propriedade do
veículo.
25

APC
Parágrafo único - As normas do credenciamento previsto neste artigo serão
disciplinadas através de Portaria baixada pelo DENATRAN, devidamente submetida
à homologação do CONTRAN.
Art. 7° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

ANEXO B

RESOLUÇÃO N° 691/88 – de 05 de abril de 1988

DISPÕE SOBRE O NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS

O Conselho Nacional de Trânsito, usando das atribuições que lhe confere o artigo 5°
do Código Nacional de Trânsito, instituído pela Lei n° 5.108, de 21 de setembro de
1966, com a redação que lhe deu o Decreto-Lei n° 237, de 28 de fevereiro de 1967 e
o artigo 9° do Regulamento do Código Nacional de Trânsito, aprovado pelo Decreto
n° 62.127, de 18 de janeiro de 1968; e

CONSIDERANDO proposta dos Senhores Secretários de Segurança Pública,


reunidos em Encontro Nacional no Ministério da Justiça, e da totalidade dos
Diretores dos Departamentos Estaduais de Trânsito, em serem estabelecidos
26

APC
mecanismos técnicos que dificultem a adulteração do número de identificação
veicular, possibilitando maiores índices de recuperação dos veículos furtados e
roubados, atendendo as ações do Projeto Mutirão Contra a Violência, neste
particular a cargo do CONTRAN a DENATRAN;

CONSIDERANDO o que consta do Processo MJ n° 024242/85, e a deliberação do


Colegiado; tomada em sua reunião de 25 de outubro de 1985,
RESOLVE:

Art. 1° - Fica instituído novo critério de identificação veicular obrigatório para todos
os veículos fabricados a partir de, no máximo, cento e oitenta dias contados da data
de publicação da presente Resolução.
Parágrafo único - Excetuam-se do disposto neste artigo os tratores, os veículos
utilizados exclusivamente para competições esportivas e os veículos militares de
características especiais.
Art. 2° - A gravação do número de identificação veicular no chassi ou monobloco,
deverá ocorrer em, no mínimo, um ponto de localização, de acordo com as vigentes
especificações e formatos estabelecidos pela NBR 3 n° 6066 da ABNT, em
profundidade mínima de 0,2mm.
§ 1 ° - Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão identificados
com, no mínimo, os caracteres VIS previstos na NBR 3 n° 6066, podendo ser, a
critério do fabricante, por gravação, na profundidade mínima de 0,2mm, quando em
chapas ou por plaqueta colada, soldada ou rebitada, destrutível quando de sua
remoção, ou ainda por etiqueta autocolante e também destrutível no caso de
tentativa de sua remoção, nos seguintes compartimentos e componentes:
a) no assoalho do veículo, sob um dos bancos dianteiros;
b) na coluna da porta dianteira lateral direita;
c) no compartimento do motor;
d) em um dos pára-brisas e em um dos vidros traseiros, quando existentes; e em
pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando existentes, excetuados os
quebra-ventos.
§ 2° - As identificações previstas na letra "d" do parágrafo anterior, serão gravadas
de forma indelével, sem especificação de profundidade e, se adulterados, devem
acusar sinais de alteração.
§ 3° - Os veículos inacabados (sem cabina, com cabina incompleta, tais como os
chassis para ônibus), terão as identificações previstas no parágrafo 1° deste artigo,
implantadas pelo fabricante que complementar o veículo com a respectiva
carroçaria.
§ 4° - As identificações, referidas no parágrafo 2° deste artigo, poderão ser feitas na
fábrica do veículo ou em outro local, sob a responsabilidade do fabricante, antes de
sua venda ao consumidor.
§ 5° - No caso de chassi ou monobloco não metálico, a numeração deverá ser
gravada em placa metálica incorporada ou a ser moldada no material do chassi ou
monobloco, durante sua fabricação.
§ 6° - Para fins do previsto no "caput" deste artigo, o décimo dígito do VIN (número
de identificação do veículo) que prevê a NBR 3 n° 6066, será obrigatoriamente
marcado com a identificação do ano de fabricação do veículo.
Art. 3° - Nos veículos automotores de duas ou três rodas, excluídos os ciclomotores,
as gravações serão feitas, no mínimo em dois pontos, na coluna de suporte da
direção ou no chassi monobloco.
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APC
Art. 4° - Nos veículos reboques e semi-reboques, as gravações serão feitas no
chassi, no mínimo em dois pontos.
Art. 5° - Os fabricantes depositarão com antecedência de 30 (trinta) dias, junto ao
Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - as identificações e localizações
das gravações, segundo os modelos básicos, para fins de controle reservado a
apoio das vistorias e perícias procedidas pelos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Trânsito e por órgãos policiais.
Parágrafo único - Os fabricantes encaminharão, na forma prevista neste artigo, com
antecedência de 30 (trinta) dias, as localizações da identificação veicular, todas as
vezes que ocorrerem alterações dos respectivos modelos básicos dos veículos.
Art. 6° - As regravações e as eventuais substituições ou reposições de etiquetas e
plaquetas, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da autoridade de
trânsito e somente serão processadas por estabelecimentos por ela credenciados,
mediante comprovação da propriedade do veículo.
§ 1° - As normas do credenciamento previsto neste artigo serão disciplinadas
através de Portaria baixada pelo Departamento nacional de Trânsito - DENATRAN,
devidamente submetida à homologação do CONTRAN.
§ 2° - As etiquetas ou plaquetas referidas no "caput" deste artigo deverão ser
fornecidas pelo fabricante do veículo.
§ 3° - O previsto no "caput" deste artigo não se aplica às identificações constantes
na letra "d" do parágrafo 1° do artigo 2° desta Resolução, cuja ausência temporária
não constituirá infração de trânsito.
Art. 7° - Os Departamentos de Trânsito - DETRANS não poderão registrar, emplacar
e licenciar veículos que estiverem em desacordo com o previsto nesta Resolução,
nos termos do seu amigo 1°.
Art. 8° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9° - Revogam-se disposições em contrário.

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