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As Palavras

Literatura Portuguesa

Índice

Introdução 3
Análise Formal do Poema 4
Tema e Desenvolvimento de Tema 5
Conclusão 6
Bibliografia 7

Introdução
As Palavras
Literatura Portuguesa

Neste trabalho vamos debruçar-nos sobre o estudo de um poema de um


autor do séc. XX, Eugénio de Andrade. O poema estudado, “Palavras”, é um
dos mais carismáticos deste autor contemporâneo e aborda o tema da
reflexão sobre o valor polissémico das palavras.

Análise Formal
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
As Palavras
Literatura Portuguesa

Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.


Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem


as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

O poema é constituído por quatro estrofes, duas quintilhas e duas


quadras. A maioria dos versos são soltos/brancos havendo apenas uma rima
que é cruzada, pobre e consoante. Divide-se o poema em duas partes: a
primeira que se ocupa das três primeiras estrofes e a segunda que se ocupa
da última; uma divisão lógica pois na primeira parte o “eu” poético limita-se
a descrever as palavras e na segunda e última o “eu” interroga os leitores
acerca das palavras também. Quanto à forma icónica o poema revela-se
irregular.

São usadas algumas figuras de estilo como a comparação - “São


como um cristal, as palavras.” ; metáfora – “Secretas vêm, cheias de
memória. Inseguras navegam (…).”, “Tecidas são de luz”, “ (…) são noite.”;
antítese – “Tecidas são de luz e são noite.”; enumeração – “(…) cruéis,
desfeitas (…).”, “Desamparadas, inocente, leves (…)”; interrogações
retóricas – Quem as escuta? Quem as recolhe (…) nas suas conchas
puras?”.

Tema e Desenvolvimento do Tema


As Palavras
Literatura Portuguesa

Este texto de Eugénio debruça-se, como já foi referido, sobre o valor


polissémico das palavras.
No primeiro verso o sujeito poético visa enfatizar a comparação,
recorrendo ao hipérbato, – “São como um cristal, as palavras.” – colocando-
a no início do verso. As palavras são comparadas com um cristal pois estas,
tal como os cristais, possuem várias “faces”, quer isto dizer, podem adquirir
vários significados (polissemia). Na primeira estrofe ainda, as palavras são
identificadas como: um punhal o que remete o leitor para a agressividade,
morte e consequentemente dor e sofrimento; um incêndio, o que aponta
para a destruição; e finalmente como orvalho “apenas” que se refere à
calma, à suavidade, à brandura.
A segunda estrofe inicia-se com uma alusão às palavras como
essenciais e intemporais pois atravessam os tempos e trazem consigo as
histórias e os segredos dos homens; funcionam como elemento essencial na
comunicação entre os seres falantes desde a antiguidade. O resto da estrofe
revela a insegurança que os barcos, que agitam as águas, causam assim
como as palavras, que agitam as pessoas causam insegurança; os beijos
também fazem estremecer.
Na estrofe seguinte as palavras são caracterizadas como
desamparadas, inocentes e leves; todas características com sinais de
fragilidade, ingenuidade pois por si próprias o representam qualquer perigo.
No entanto podem ser usadas de várias formas (até ofensivamente ou
maliciosamente, etc.). Na metáfora antitética subsequente o sujeito poético
pretende “avisar” da conotação das palavras. Tecido é algo que reveste
portanto as palavras são cobertas com luz (alude à claridade, transparência)
mas no entanto são a noite (refere-se à escuridão, obscuridade). Nos dois
versos seguintes reconhece-se que mesmo que as palavras não sejam
intensas, “descoloridas”, ainda assim podem lembrar-nos locais aprazíveis,
“coloridos” por assim dizer.
O eu poético acaba o poema com duas interrogações retóricas onde o
papel do leitor é salientado. Na realidade o autor não pretende que se
identifiquem os leitores mas pretende dizer que cada leitor pode interpretar
as palavras de diferentes modos e atribuir-lhes um sentido de acordo com a
sua experiência de vida, de foro pessoal; são os leitores que vão receber as
palavras nas suas conchas puras.
As Palavras
Literatura Portuguesa

Conclusão
Deste modo exercitámos um pouco mais a nossa leitura e
interpretação de poesia, que nem sempre é fácil. Tivemos ainda o prazer de
analisar um escrito de um poeta coetâneo de grande valor. De salientar, a
beleza do poema e do seu tema. Afinal tudo isto são palavras…

Bibliografia
As Palavras
Literatura Portuguesa

Projectos de Leitura – 11º ano vol.2 – Literatura Portuguesa, Asa Editora


pt.wikipedia.org/wiki/Eugénio_de_Andrade

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