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Muro De Papel

Limite e possibilidade infinita são duas coisas que se pode encontrar na brancura de uma
folha de papel, é muro e horizonte ao mesmo tempo.

Dentro desta brancura tudo cabe, mas tudo também é limitado por sua extensão.
Dizia Salomão:
“De se fazer muitos livros não há fim, e muita devoção a eles é fadiga para a carne”.
Ainda assim abre-nos as portas da infinitude, mesmo que a limitando a este espaço branco,
nosso muro de papel.

Nosso muro se impõe de tal forma que acaba impedindo até as Deusas de expressarem o
que sentem, prendendo-lhes nos dedos aquilo que queriam dizer.

Talvez saísse pela boca aquilo que nas mãos da Deusa ficou aprisionado, e mesmo assim
sádica e impiedosamente instigado pela presença do muro branco de papel.

Deuses e Deusas existem ou são totalmente aniquilados dentro dos vastos limites quase
infinitos de pedaços brancos de um universo.

Até mesmo outros universos cabem dentro deste muro branco, deste infinito espaço para a
criação, os dedos da Deusa são a verdadeira prisão, o muro não.

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