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ALFREDIN
Ae
TEÓFILO :
digressões
acerca de
um
encontro
vivido no
tempo.
“É preciso
ter um
enorme
respeito
pelo que se
vê”.
(Henri
Cartier)
A foto registra
uma “união”.
Mas será que
este homem,
de nome
Teófilo; e esta
mulher,
chamada de
Alfredina,
comungaram
deste
sentimento
maior que une
os seres,
renova o
mundo,
“... as vivas
figuras
enraizadas,
prontas a falar
ou bater
asas.”
(Adélia Prado)
Uma foto
que
não
sugere
intimidade
.
“... o que
um homem
precisa
para falar
...”
(Adélia
Prado)
...a mão
do homem
é que SE
APÓIA
NELA. Na
outra mão:
uma
aliança.
Terá
permaneci
do nela
durante
uma vida
inteira?...
“Cantiga
triste, pode
com ela
é quem não
perdeu a
alegria.”
(Adélia
Prado)
O que ELE
veste é um
termo.
De linho .
A baínha
que não
toca o
chão ...
“Na alma,
o querer
de um
mundo
tão
pequeno.
“
(Adélia
Prado)
No seu
olhar:
divagação
e medo,
incipiente
medo ...
“...
descobrir
nos
brasões a
milenar
linhagem
...”
(Adélia
Prado)
O vestido
de
Alfredina é
branco.
Flores,
pureza...
O que os
uniu ?
“Mulher é
desdobráv
el. Eu sou.
”
(Adélia
Prado)
A mulher que
veste o branco
traz um brilho
tosco no olhar ,
seriedade na
face. O nariz é
suave. A tez,
clara. Os
cabelos são
longos e
negros.
Grinalda.
O pescoço,
tenso. Firme.
Mas não
distínguo suas
“O
presente
do
passado é
a
memória,
o
presente
do
presente
é a visão .
O presente
do futuro,
a espera.”
Cronologia
:
Há quanto
tempo,
onde ,
quando,
porquê?...
E como? ...
“Da vida
quero a
paixão.”
(Adélia
Prado)
O que
ambos
buscavam um
no outro?...
O que
encontraram
? ....
“Os diamantes são
indestrutíveis ?
Mais é meu amor.
O mar é imenso?
Meu amor é maior,
mais belo sem
ornamentos
do que um campo de
flores.
Mais triste do que a
morte mais
desesperançado
do que a onda
batendo no rochedo,
mais tenaz que o
rochedo,
Ama e nem sabe mais
o que ama.”
(Adélia Prado)
Como se
conheceram
?
Como se
encontraram
?
Terão rido
juntos?...
Terão chorado
juntos?...
Terão dançado
juntos?...
Terão VIVIDO
juntos
momentos
únicos
e lúdicos de
amor e prazer ?
...
“Gerou os
filhos, os
netos,
deu à casa o ar
de sua graça
e vai morrer de
câncer.
O modo como
pausa a cabeça
para um
retrato é o da
que, afinal,
aceitou ser
dispensável.
Espera, sem
Uivos, a campa
Ascendênc
ia .
................
......
Descendê
ncia.
“Assim era
a nossa casa
uma velha
casa,
hoje
desfigurada,
exilada,
submersa
na
imaginação”
.
(Luiza
Peltier)
Terão
sobrevivid
o
JUNTOS ?
...
“Eu quero a fotografia,
os olhos cheios d´ água
sob as lentes,
caminhando de terno e
gravata,
o braço dado com a
filha.
Eu quero a cada vez
olhar e dizer:
estava chorando. E
chorar.
Eu quero a dor do
homem na festa de
casamento,
seu passo guardado,
quando pensou:
a vida é amarga e doce?
Eu quero o que ele viu
e aceitou corajoso,
os olhos cheios d´ água
Terão se
unido em
matrimônio
pela manhã,
ao
entardecer, à
noite ? ... em
que
circunstância
s
e condições,
em que
tempo, em
que data, em
qual estação,
“Nós não
somos
capazes da
verdade.”
(Adélia
Prado)
Que sementes
FLORESCERAM?
...
........................
........................
........................
.
Prole
Identidades
nascimento
sobrevivência
morte.
ELA que
tecia
panos
................
................
................
ELE que
fermentav
a pães.
“ Comíamos
com fome.’’
(Adélia
Prado)
... o
cotidiano
pela
sobrevivên
cia ......
Terão
vivido uma
aliança ?
................
................
...............
continuida
de
elo
Compromi
sso.
“A vida é feita
assim: de
pequenas
solidões .”
(Roland
Barthes)
Ontem : o
masculino é
medo
O feminino é a
sobriedade
DEPOIS: em
sua fragilidade
ELA era DOR.
Em seu peso
ELE ainda
ainda era o
medo .
................
................
................
................
........
ontem e
hoje: O
presente é
o
perecimen
to.
Receptácul
o da
memória.
...Ela que
no final
era
desencant
o....
(Simone
Weill)
Gislene Valério de
Barros.
06.03.2008