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VALDECIR FERNANDES DA SILVA FILHO

OS VALORES DO HOMEM E O SER EM TOMÁS DE AQUINO

LORENA
20/11/2008
VALDECIR FERNANDES DA SILVA FILHO
OS VALORES DO HOMEM E O SER EM TOMÁS DE AQUINO

Monografia para avaliação extra


classe, do curso de filosofia
segundo semestre. Avaliação do
conteúdo absorvido pelo aluno
durante o curso.

LORENA
20/11/2008
VALDECIR FERNANDES DA SILVA FILHO
OS VALORES DO HOMEM E O SER EM TOMÁS DE AQUINO

Monografia para avaliação extra


classe, do curso de filosofia
segundo semestre. Avaliação do
conteúdo absorvido pelo aluno
durante o curso.

Lorena 20/11/2008
Agradeço primeiramente a Deus pelo
dom da minha vida, depois a todos salesianos
que me deram força e ensentivo para continuar
o curso de Filosofia em especial a toda tura
dos pré-noviços de 2008, o Padre Tegami e o
Irmão Rodrigo Tarcha, depois a toda a minha
família que me da todo o apoio e conselhos
para melhor fazer o curso, e também a todos os
amigos que me ajudam nos caminhos da vida e
nas dificuldades. Obrigado a todos.
RESUMO
RESUMO lingua estrangeira

Sumário
Introdução
Os valores do ser humano

A Logoterapia é um sistema teórico e prático de psicologia, criado pelo psiquiatra


vienense Viktor Emil Frankl (1905-1997). A Logoterapia é uma linha existencial-humanística
e busca, a partir da Antropologia, superar o psicologismo reducionista de outras linhas.
" Para a Logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força
motivadora do ser humano. A Logoterapia é considerada e desenhada como terapia centrada
no sentido. Vê o homem como um ser orientado para o sentido. Não pretende suplantar a
psicoterapia vigente, mas complementá-la e completar também o conceito de ser humano -
mais dispensável às ciências do homem do que o método e técnicas corretos." (Frankl). A
Logoterapia busca "restitutir a imagem do homem superando reducionismos. Faz uma
proposta que não se limita à Psicologia, mas abrange todas as áreas da atividade humana e
busca resgatar aquilo que é especificamente humano na pessoa.
A pessoa é um indivíduo. Não admite partir, subdividir ou cisão alguma porque ela é
uma unidade.
A pessoa não é só um in-dividuum, mas também in-summabile. Nem se pode partir, nem se
pode agregar nada, porque é “unidade” é “totalidade”. Para Frankl o homem é uma unidade
que se apresenta em três dimensões indivisíveis e inseparáveis: a biológica, a psicológica e a
espiritual, formando assim o ser em sua totalidade. Compreender o humano é compreender
sua unidade na diversidade e sua diversidade na unidade. É conceber a unidade do múltiplo e
a multiplicidade do um.
Primeira lei: de projeção.
Segunda lei: de ambigüidade.
O que se percebe nas projeções pode não ser a totalidade do ser. Para se perceber o ser em sua
totalidade é necessário vê-lo através de olhares e lugares diferenciados. Se nos detivermos na
projeção inferior (biológica) estaremos reduzindo o homem a fenômenos somáticos. Se nos
concentramos na projeção lateral (psíquica) reduzirems o homem a fenômenos psíquicos.
E se percebermos o homem pela projeção superior (espiritual) tambem estaremos
reduzindo-o a um espírito. Em todos esses planos poderíamos interpretar a realidade humana,
mas cometeríamos o erro de tomar a parte pelo todo e de interpretar uma figura aberta como
se fosse uma, fechada. Essas dimensões não se contradizem, porém se completam, formando
o caráter de unidade ou de continuidade que possui e manifesta propriamente o homem.

Cada pessoa é absolutamente um ser novo. Cada individuo é único e singular


irrepetível em sua existência. “Já vimos que, cada pessoa que vem ao mundo, é um ser novo,
se insere na existência e a realidade é colocada a ele, pois a existência espiritual não pode
porpagar-se, não se pode passar de pai para filho. As únicas coisas que se propagam são os
tijolos, não o construtor.”
A pessoa é espiritual. A natureza da pessoa humana é espiritual. “A espiritulidade do
homem não é somente uma característica, mas algo que o distingue, que corresponde só a ele
e antes de tudo a ele, pois o animal também possui o corporal e o psiquico”. Assim devido a
essa dimensão maior (espiritural) o homem manifesta-se nas duas outras dimensões de
maneira diferenciada.O âmbito espiritual que permite ao homem governar-se. “Precisamente
designamos espiritual no homem aquilo que pode confrontar com o social, o corporal e o
psíquico. O espiritual é o livre no homem. Pessoa é aquela que pode comportar-se livremente
em qualquer circunstância.”
A pessoa é existencial. O indivíduo é um ser facultativo, ou seja, que decide e
escolhe, é um ser livre para fazer o que quiser. Sua conduta é ditada pelas decisões que pode
tomar. A pessoa é existencial porque existe de acordo com sua própria possibilidade para o
qual ou contra o qual pode decidir. Não se pode esquecer que liberdade implica diretamente a
responsabilidade, ou seja, um ser livre deve ser profundamente responsável pelos seus atos.
A pessoa é ego, eu, ser, consciência.
A pessoa não é somente unidade e totalidade em si mesma, mas facilitadora da
unidade e da totalidade. Ela apresenta a unidade físico-psíquico-espiritual e a totalidade
representada pela criatura homem.O homem se apresenta nas suas três dimensões (biológica,
psicológica e espiritual) que são indivisíveis e diferenciáveis, pois é unidade e totalidade.
Assim o homem é capaz de distanciar-se do psico-fisico e posicionar a uma distância fecunda
e sobrepor-se a qualquer circunstância.
A pessoa é dinâmica.
O dinamismo da pessoa constitui na ação de autodistanciar-se de si mesma,
transcender, ir além do aqui-agora, dialogar consigo mesmo e ultrapassar os limites impostos
pelo bio-psicossocial através da dimensão espiritual.
O animal não é pessoa, visto que não é capaz de autodistanciar, transcender e de
enfrentar a si mesmo.“O homem dotado dessas características relaciona-se com o mundo
amplo no qual existe e por sua vez fica envolido em um mundo superior, que o abarca, com o
qual se relaciona valorativamente.”
A pessoa não compreende a si mesma, mas desde o ponto de vista da transcendência.
“A essência da existência humana se encontra na sua transcendência. Ser homem, ser
autotranscendente, está orientado a valores e sentidos descobertos mais além de si mesmo.“
Quando o homem descobre a orientação que tomou para sua vida, quando descobre os valores
que o inspiram e o sentido da vida, aí pode chegar a compreender-se como homem.“Todo
homem resultará sendo quem é segundo a causa do que abraça em sua vida.” (Karl Jaspers)

Saber dialogoar para valorizar a vida

A religião é o meio que o homem pode buscar para lhe fazer ser semelhante e igual a
todos os seus semelhantes.
Com a religião o homem poderia aprender a dialogar com seu proximo e saber que
nele pode encontrar respostas para seu próprio sentido e fazer desse diálogo uma busca da
ética de se fazer homem e humanidade.
PODER
Leonardo Boff“Quem ambiciona excessivamente o poder é o menos indicado para exercê-lo.”
As discussões sobre o poder não tem fim. O poder coincide com o ser. Mas ambos são
indefiníveis porque precisamos antes ser e poder para definir o ser e o poder. Não obstante
esse limite intrínseco, vejo três pontos axiais, depois de trinta anos de estudo e meditação que
culminaram no meu livro proibido Igreja:carisma e poder
.
1. O poder não é uma coisa mais uma relação
. Poder não é, primeiramente, o Estado, a polícia e o sistema econômico. É uma relação entre
pessoas e coisas. Todos são portadores de poder na medida em que todos se encontram
enredados em relações, influenciando-se mutuamente. Poder é então sinônimo de
participação. Como tal, se encontra difuso no corpo social e nas instituições. A sociedade,
entendida como conjunto das relações, é a portadora originária do poder. Este não está nem
acima, nem fora mas sempre dentro da sociedade e existe em razão dela.
2. O poder é instância de direção.
Na sociedade há muitos poderes que se articulam, se opõem ou fazem aliança entre si. É o
jogo dos poderes e interesses. Para assegurar uma unidade mínima da sociedade em vista de
propósitos comuns se necessita uma instância de coordenação e direção. O poder difuso agora
se cristaliza num foco determinado chamado governo ou grupo de direção. Cada grupo, na
medida em que se institucionaliza e ganha coesão interna, precisa de um pólo de animação e
coordenação. O poder ganha assim visibilidade. Não deixa de ser relação mas representa uma
relação formalizada e estabilizada. Ele sempre vem debaixo e existe em função da sociedade e
não por si mesmo. O nivel de cristalização do poder está em proporção direta com a
complexidade da sociedade. Quanto mais simples for ela, menos pólo de poder precisa.
Quanto mais complexa e contraditória, como uma nação ou uma central sindical, mais forte se
torna o centro de poder.
3. O poder histórico é habitado por um demônio.
Embora tenha surgido como função de coordenação da sociedade, o poder possui um
dinamismo irrefreável de expansão e de auto-asseguramento. O poder quer sempre mais
poder. Caso contrário, perde poder até deixar de ser poder. Por causa desta lógica, o poder
tende a se aliar a outros poderes ou a absorvê-los. Distancia-se assim de sua fonte, a
sociedade, sobrepondo-se a ela. Hobbes, teórico do poder de Estado, constatou em seu famoso
Leviatã
: “Assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de
poder e de mais poder, que cessa apenas com a morte. A razão disso não reside num prazer
mais intenso que se espera, mas no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando
mais poder ainda”. Lembremos que Adler rompeu com Freud por achar o poder e não o prazer
a pulsão central da psiqué.Por que o poder é refém de um demônio insaciável? As respostas
conhecidas me parecem insuficientes. Talvez a questão remeta a um discurso que fale da
decadência da vida humana, da quebra da solidariedade básica entre todos, do esquecimento
da natureza criada e, por isso, limitada de todo poder. É o discurso da teologia que pode, quem
sabe, lançar alguma luz sobre esse campo dramático, carregado de tanta prepotência, sangue e
mortes que é o poder como dominação. Como o poder é antes de tudo uma prática, importa
analisá-la com detalhe. Veremos proximamente.
DO EXERCÍCIO DO PODER
Poder não se define, se exerce. Numa visão realística podemos discernir três formas de
exercício do poder.
1. O poder-mão-fechada.
É o poder autoritário, concentrado numa única mão, fechada, por isso, não participativo e
excludente. Coloca sob censura opiniões divergentes, pune contestações, desconfia dos
cidadãos, governa infundindo medo. A única relação admitida é a adesão acrítica e a
subserviência. Regimes ditatoriais e empresários-coronéis corporificam o poder-mão-fechada.
2. O poder-mão-extendida.
É o poder paternalista. O detentor de poder delega poder a outros, sob a condição de manter o
controle e a hegemonia. A mão extendida é para dar tapinhas nas costas facilitando a adesão.
Organizações populares e sindicatos são até incentivados, desde que não tenham projeto
próprio e aceitem se atrelar ao projeto dos grupos dominantes ou do Estado centralizador. Foi
o que predominou no Brasil ao longo de nossa história política.
3. Poder-mão-entrelaçada.
É o poder participativo e solidário, representado pelas mãos que se entrelaçam para se
reforçarem entre si e assumirem juntas a corresponsabilidade social. O projeto, sua
implementação e os resultados são asumidos por todos. As organizações são autônomas mas
se relacionam livremente com outras, em rede, para alcançar objetivos comuns. É um poder
que serve a sociedade e não se serve da sociedade para outros fins. Esse é o poder
intencionado pela democracia. Só esse poder possui teor ético e pode ser chamado de
autoridade. Usa-se o poder para potenciar o poder de todos. É o poder-serviço e instrumento
das transformações necessárias.
Para impor limites ao demônio que habita o poder (ele quer sempre mais poder) se fazem
imprescindíveis algumas medidas sanadoras. Destaco as principais.Todo poder deve ser
submetido a um controle, normalmente pela ordenação jurídica em vista do bem comum.
Deve vir por delegação, quer dizer, deve passar por processos de escolha dos dirigentes que
representam a sociedade. Deve haver divisão de poderes para um limitar o outro. Deve haver
rotatividade nos postos de poder, pois assim se evita o nepotismo e o mandarinato. O poder
deve aceitar a crítica externa, submeter-se a uma prestação de contas e a uma avaliação do
desempenho dos que o exercem. O poder vigente deve reconhecer e conviver com um
contrapoder que o obriga a ser transparente ou ver-se substituído por ele. O poder tem seus
símbolos mas deve-se evitar títulos que ocultam seu caráter de delegação e de serviço. O
poder deve ser magnânimo, por isso não se há de tripudiar sobre quem for derrotado, antes,
valorizar cada sinal positivo de poder emergente. O poder verdadeiro é aquele que reforça o
poder da sociedade e assim propicia a participação de todos. Os portadores de poder nunca
devem esquecer o caráter simbólico de seu cargo. Neles os cidadãos depositam seus ideais de
justiça, equidade e inteireza ética. Por isso devem viver privada e publicamente os valores que
representam para todos. Quando não há essa coerência, a sociedade se sente traída e
enganada. Quem ambiciona excessivamente o poder é o menos indicado para exercê-lo. Bem
disse S. Gregório Magno, papa e prefeito de Roma: "Usa sabiamente o poder quem sabe geri-
lo e, ao mesmo tempo, sabe resistir a ele".
O Ser é a verdadeiro

Falar sobre o que é o ser é um tanto quanto ambicioso, de modo que nada se pode
dizer dele já que não podemos conhece-lo objetivamente e sim parcialmente na abstração pura
do que vem a ser o ser.
Para falarmos do que vem a ser o ser devemos ter o máximo cuidado, pois o ser é
estremamente ordenado e organizado em suas estruturas e o homem com a ajuda da lógica
tenta organizar em sua razão algumas proposições do que vem a ser o ser.
São Tomás de Aquino organizou o ser em um conjunto de idéias estremamente
organizadas e herarquizadas, onde o ser fica no topo da piramide e dele tudo deriva e para ele
tudo volta, e no ser está toda a verdade do que tudo vem a ser.
A busca do conhecer o ser é a busca da verdade para o homem, e nisto está para ele a
busca de uma realidade que vai álem das coisas sensíveis.
Em tudo está o ser, e nele nada posso negar-lhe, mas nisso consiste saber também o
que é o não-ser, e nesse caminho dialético de construção e de não contradição consiste a busca
da verdade, pois se sei o que está no ser que é todas as coisas e que é verdadeiro e procuro
respostas do que é o não-ser sei o caminho que possa me lever a chegar na verdade.
É Santo Tomás de Aquino, todavia, que leva essa teoria à sua forma mais perfeita,
afirmando que a realidade é um sistema de modos de SER, que permitem chegar ao
conhecimento do individual, na base do comum específico e genérico.

O ARGUMENTO ONTOLÓGICO
1. "Uma coisa é que algo se encontre no entendimento e outra o compreender que existe.
Quando, num primeiro momento, um pintor concebe [a obra] que pintará depois, tem–na no
seu entendimento, mas não apreende que ela seja [exista], porque ainda não a pintou. Mas
depois de a pintar, ele apreende simultaneamente que ela está no seu entendimento e que
existe [fora dele], porque ele a fez. Mesmo o néscio chegará a convencer–se de que existe no
pensamento algo acima do qual não é possível pensar nada maior; pois até ao ouvir dizê–lo o
compreende, e tudo o que se compreende se encontra no entendimento. Ora bem, aquilo
acima do qual não é possível pensar nada maior não pode, evidentemente, residir apenas no
entendimento. Pois se se considerasse apenas como algo pensado, poderia admitir–se também
o seu ser [existir], o qual seria já algo superior [ao simplesmente pensado]. Portanto, se aquilo
acima do qual não é possível pensar nada maior se desse apenas no entendimento, teríamos
que se tratava de algo acima do qual poderia pensar–se algo maior. Mas isso é, na verdade,
impossível. Existe, por conseguinte, sem dúvida alguma, algo acima do qual não é possível
pensar nada maior, quer no entendimento, quer na própria coisa [realidade]. St.Anselmo,
Proslogium cap. II
2. “O argumento ontológico […] é uma tentativa de mostrar que a existência de Deus se segue
necessariamente da definição de Deus como o ser supremo. Porque esta conclusão pode ser
retirada sem recorrer à experiência, diz-se que é um argumento a priori.
De acordo com o argumento ontológico, Deus define-se como o ser mais perfeito que é
possível imaginar; ou na mais famosa formulação do argumento, a de Santo Anselmo (1033-
1109), Deus define-se como “aquele ser maior do que o qual nada pode ser concebido”. A
existência seria um dos aspectos desta perfeição ou grandiosidade. Um ser perfeito não seria
perfeito se não existisse. Consequentemente, da definição de Deus seguir-se-ia que Deus
existe necessariamente, tal como da definição de um triângulo se segue que a soma dos seus
ângulos internos será de 180 graus.
Este argumento, que tem sido usado por vários filósofos, incluindo René Descartes (1596-
1650), na quinta das suas Meditações, não convenceu muita gente; mas não é fácil de ver
exactamente o que há de errado nele.
Críticas ao argumento ontológico
Consequências absurdas
Uma crítica comum ao argumento ontológico defende que ele permitiria que, através de
definições de todo o género de coisas, pudéssemos demonstrar a sua existência. Por exemplo,
podemos muito facilmente imaginar uma ilha perfeita, com uma praia perfeita, vida selvagem
perfeita, etc., mas é óbvio que daqui não se segue que essa ilha existe algures. Logo, porque o
argumento ontológico parece justificar uma conclusão tão absurda como esta, pode facilmente
ver-se que se trata de um mau argumento. Ou a estrutura do argumento não é sólida, ou, pelo
menos, um dos seus pressupostos tem de ser falso; de outra maneira, não poderia dar lugar a
consequências tão obviamente absurdas.
Um defensor do argumento ontológico pode responder a esta objecção dizendo que, apesar de
ser claramente absurdo pensar que podemos demonstrar a existência de uma ilha através da
sua definição, não é absurdo pensar que da definição de Deus se segue que Deus existe
necessariamente. Isto é assim porque as ilhas perfeitas, tal como os carros perfeitos, dias
perfeitos, ou seja lá o que for, são apenas exemplos perfeitos de categorias particulares de
coisas. Mas Deus é um caso especial: Deus não é apenas um exemplo perfeito de uma
categoria, mas a mais perfeita de todas as coisas.
Contudo, mesmo que aceitemos este argumento implausível, há mais uma crítica ao
argumento ontológico que qualquer seu defensor terá que enfrentar. Esta crítica foi
originalmente feita por Kant (1724-1804).
A existência não é uma propriedade
Um celibatário pode ser definido como um homem solteiro. Ser solteiro é a propriedade
essencial definidora de um celibatário. Ora, se eu dissesse “os celibatários existem” não
estaria a descrever mais uma propriedade dos celibatários. A existência não é o mesmo tipo de
coisa que a propriedade de ser solteiro: para que uma pessoa possa ser solteira tem primeiro
de existir, apesar de o conceito de celibatário ser o mesmo, quer existam celibatários quer não.
Se aplicarmos o mesmo raciocínio ao argumento ontológico, veremos que o erro que comete é
tratar a existência de Deus como se não passasse de outra propriedade, como a omnisciência
ou a omnipotência. Mas Deus não poderia ser omnisciente nem omnipotente sem existir; logo,
mesmo numa simples definição de Deus já estamos a pressupor que Deus existe. Acrescentar
a existência como mais uma propriedade essencial de um ser perfeito é cometer o erro de
tratar a existência como uma propriedade, em vez de a tratar como a condição de
possibilidade para que qualquer coisa possa realmente ter uma propriedade qualquer.
Mas que dizer, então, dos seres ficcionais, como os unicórnios? Claro que podemos falar
acerca das propriedades de um unicórnio, tal como ter um corno e quatro patas, sem que os
unicórnios tenham de existir realmente. A resposta é esta: uma frase como “Os unicórnios têm
um corno” é de facto uma afirmação hipotética. Logo, a inexistência de unicórnios não é um
problema para a perspectiva que defende que a existência não é uma propriedade.”

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