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Senhores: não tenho troco

Passes da Ligth
Facilite o troco, senão: leva fogo ou leva bala
No princípio era a troca. E assim eram feitos todos os negócios: através da
simples entrega e recebimento das coisas. Era o chamado escambo.

Depois, surgiu o dinheiro... e com ele os problemas e a tão malfadada inflação.

No dia-a-dia brasileiro, as coisas ocasionais introduzem no mercado moedas


não convencionais, como os passes de bonde, ônibus e metrô, vale-transporte,
vale-refeição, guloseimas, fósforos, etc...

Em São Paulo, os passes tiverem uso mais corrente.

Segundo o historiador Waldemar Stiel, em Histórias do Transporte Coletivo em


São Paulo, no Brasil os passes foram usados pela primeira vez em 1890.

A Companhia Carris de Ferro de São Paulo, que explorava o transporte


coletivo tracionado por animais, dividiu sua linhas em duas seções de 100 réis
cada uma. Para facilitar a cobrança e promover os seus serviços, vendia talões
com 110 passes, no preço de 100$000 (dez mil réis). E não demorou para que
alguns comerciantes passassem a se valer dos “papelinhos”, como
substitutivos das moedas de troco. Havia problemas, quanto a aceitação e a
falsificação.

Grande confusão ocorreu, por exemplo, em 1932. Isolado do governo federal


pela Revolução Constitucionalista, o governo de São Paulo reforçou o escasso
meio circulante com emissões de bônus (documento de dívida pública com
resgate determinado) e a Ligth recorreu a emissão de passes.

“Não temos troco.”, era a principal notícia do Jornal A Gazeta, no dia 4 de


outubro de 1932. “E os comerciantes põe em circulação um novo papel moeda:
os passes da Ligth, O povo deve recusar sistematicamente, o recebimento
daqueles papeluchos, que só tem valor para a empresa canadense.”

Outros jornais falavam de abusos, já que os condutores de bonde


“embolsavam o troco não aceito em passes”.

Bastante desgastada, a Ligth explicava, mas não convencia quanto às suas


honestas intenções.

A partir dos últimos anos 80, outra crise tem determinado a falta de dinheiro e,
claro, do dinheiro miúdo. Progressivamente, foi-se ampliando a utilização das
moedas paralelas (dólar, ouro) e os passes, fichas telefônicas, vales-refeição
passaram a ter livre e irrestrito curso, não só no comércio informal, como
também nas mais insuspeitadas situações de negócios.

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