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Ou
seja, acredita que são as únicas fontes confiáveis para o conhecimento se dá
pelos sentidos. Assim um uma determinada coisa só pode ser compreendida se
for sentida, captada pelos sentidos. Sem a experiência é impossível o
conhecimento.
Para Hume, quando o homem nasce, sua mente é como uma folha de
papel em branco, sem nenhuma informação1. Com o passar do tempo, através
das observações, sensações, percepções e experiências, o indivíduo forma o
seu conhecimento. Todo o conhecimento deriva da experiência sensível. A
essas experiências sensíveis Hume da o nome de impressões. As impressões
são a primeira e mais segura forma de conhecimento. São "as nossas
percepções mais vivas, quando ouvimos, ou vemos, ou sentimos, ou amamos,
ou odiamos, ou desejamos, ou queremos”.2 Apenas são consideradas
impressões o que se percebe durante a ação, quando ocorre o conhecimento.
Passada essa experiência, a lembrança posterior do ocorrido, Hume chama de
idéias. Ou seja, a experiência proporciona idéias e impressões. As idéias são
pensamentos, recordações, são vagas e indefinidas, enquanto as impressões
são claras e definidas. A idéia mais viva é inferior à sensação mais apagada.
Por exemplo, quando uma pessoa queima a mão, o que ela experimenta é uma
impressão imediata. Depois, quando ela se lembrar do ocorrido, terá uma idéia.
1
Apesar de esse exemplo remeter a Locke, ilustra bem o pensamento humiano.
2
Parágrafo 12 da Investigação acerca do entendimento humano.
A idéia é apenas uma noção da impressão. Hume cita alguns exemplos que
comprovam a inferioridade das idéias em relação às impressões no quesito de
força e vivacidade. “Um homem num acesso de raiva é instigado de uma
maneira muito diferente da de alguém que apenas pensa nessa emoção. Se
você me contar que uma pessoa está apaixonada, entendo facilmente o que
você quer dizer com isso e formo uma concepção precisa da situação; mas
nunca se confundirá essa concepção com as desordens e agitações da
paixão."3
Desse modo, toda idéia é precedida por uma impressão. A origem dessa
idéia se dá de duas maneiras: pela memória e pela imaginação. A primeira é
uma recordação de uma experiência passada. E apesar dessa lembrança não
ser tão "viva e forte" como a experiência, se mantém mais fiel a realidade do
que a imaginação. Esta é uma situação hipotética elaborada por impressões
anteriores. Em um primeiro momento, a imaginação parece possuir um
potencial ilimitado para criar. Por exemplo, consegue formar seres que,
aparentemente, não tenha uma correspondência com a realidade, como
cavalos com asas, montanhas de ouro, seres infinitamente virtuosos e muitos
outros. Contudo, "na realidade ele [nosso pensamento] está confinado dentro
de limites muito estritos, e que todo o poder criativo da mente se reduz a nada
mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os
materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em
uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas idéias
consistentes, ouro e montanha, que já conhecemos".4
6
Parágrafo 20 da investigação acerca do entendimento humano.
Desse modo, no exemplo das bolas de bilhar, Hume diz que apenas
experimentamos o fato de que a primeira bola (a que estava em movimento)
bate na segunda e, esta começa a se movimentar. Mas essa experiência não
comprova que a causa do movimento da segunda bola é o fato de se ter
colidido com a primeira. Experimentamos apenas o fato de um acontecimento
se suceder temporalmente ao outro, mas não se pode concluir que o segundo
foi causado pelo primeiro. Assim, a causalidade, segundo Hume, não é uma lei
natural de causa e efeito, mas sim, uma projeção da natureza de nossa forma
de perceber o real. Desse modo, a expectativa de um evento se suceda ao
outro não está em si, mas em nossa mente. Então pode se concluir que
causalidade ou causa e efeito, é na verdade hábitos humanos adquiridos ao
observar sucessivas experiências parecidas. E que por mais semelhantes
sejam os resultados, não se pode afirmar que são leis universais da natureza.
Bibliografia:
Diego Espeschit
A TEORIA DO CONHECIMENTO DE
DAVID HUME