Вы находитесь на странице: 1из 134
(Oa OC al Oa 0 queijo e os vermes ‘Sumirio Preficio edie ingles oon Preficiosediggoitaiana.. jeanne 1 Menoechio ene DAaldeia 5.0 primeirointerogatrio. "Powe". 5 DeConebrdina Portogruro. 6."Faar muito contra ossuperires" 71Umasocedade steaia.. |8"Arrwinam os pobes” 9."Lateranos"eanabatistas nnn 10, Um moleir,um pitog Um BuO. 11Opiniges.. sim da minba propria 12.Oslivees. vs 13.Letores da ae 14 Fothasimpresas "opinites attics” peatess 6 8 earye 1. Beco sem sto 16.0 temple das virgens. 17.0 funeral de Nossa Senora 0 paid Cristom ~ 19,0 dad fio ital en 20. Mandevileoennnnn 21,Pigmessecanibaisnonn 22.*Deus da naturens nnn 23, Ost an nnn 2a. Cultracscrita cla ol nono 25.0 cos. . 26, Dihogd oer 27,Queios mistioe eqs snes 28.0 monopolio do saber. 29, Aspalavrasdo oreo. 30. Fangio das metaforas. 51. "Patrao "ete e“rablhadores 7 32. Uma hipbtev nnn 7 33 Religito camponesa. Aalto 35."Euntose! 3. Doisesprton ste almas, gusto ementos.- 37. Tajetriade uma. 38, Contadigoes. 39.0 paraiso ann {0.Umnowo"modo de vive” 41pabat como pete nnn 42."Mando novo” es 43.Fimdosinterogatrios.~ M.caraaosjules 45. Figuasderetria nn 46, Primeitasentengannnenn ITP ans 48. Vola 85a ere ns 7 ns at bo 7 we 9 ase 85 18 a 49,Denincia a 0 Didlogo noturno como jude. SL Segundo pr0e50..snnnnnnnns S52. °Fantasis ance [58 "Vaidadeesonhosccrcornmnnn 54.*O magno,onipotenteesanto Deus." 55."Seeutivese morrdoh quinze anos. 6 Segunda sent nnn 57. ToRtra no vo S58 Scio woo 59, Pellegrino Baroni (60, Dois male on 61.Cultra dominant c cultura subalteron nn (2, Cartas de Ro enon Posfdio— Renato Janine Ribeiro. [Notas DIVE enn Indice onomistco ~ 164 1h 69 7 ea oa 189 194 265, Preficio & edigao inglesa Como ocorte com freqéncia, eta pesquisa também surgi por aco, Passi part do vero de 1962 em Udine. O Arquivo da Cia Episcopal daquela cidade preserva um acevo de documen- tos inguistriais extremamente rico e,aquelaépoc, ainda inex Plrado,Pesquiseosjulgaments de uma estranha seta de ri {Cujosmembrososjunesidentifaram como bruxasecurandeios. Maistardeesrei um vr sobre eles (I benandant Stregonerae cui agri Cinqucentoe Siento), publica em 1966 reim: press em Tarim, em 1979. Ao fleas um dos volumes manuscr {osdosjulgamentos, depare-me com uma sentengaextremamente long. Una das acuragesetasa um réu ea de que cle sustenta ‘vaque o mundo tnha ta origem na putefaglo. ssa fase trait ‘minha curiosade no mesmo instante, maseuestava a procurade utes cosas: unas, curandeitos, benandanti Anoei o nimero do processo. Nos anos que se seguram, essa anotago resatava petiodicamente de meus paps se fara presente em minha Tmeméria Em 1970resolvitentarentender que aqua decaragio poderistersgnficadoparea pessoa quea formulara, Durantesse tempo todo a dnicacoss que sabia seu respeito era nome: Domenico Sandell, dito Menocchio. Este ivo narra sua historia Gragas uma fart documenta «temoscondighesdesaberquaiseram suaseturase discusses, ensamentos sentinentox temoresesperangas, rons, raivas, ‘esesperos,Deveremquandoasfontes,todireasotrazem muito peo de és: ¢ um homem como ns, €um de ‘Mas também» um homer muito diferente de nds. recon trugi analitica desadifereneatornou-se necssriaafim de ppodermos reconstrui® isionomia, prcalmente obscureida, de Suaculursecontextosocialno qual ease moldou Foipossivlras ‘rear ocomplicadorelacionamento de Menocchio coma cultura cécritaos livros (ou mas prcisamente, alguns dos ives) quelea ‘0 modo como os eu. Emergi assim um filtro, um crivo que “Menoschiointerpsconsientemente entre el eos textos, obscu- rosouihstes que lhe cat nasmos Ese crvo,poroutrolado, prestpunha uma cultura oral que era patriménio no apenas de “Menoccho, ms também de um vaso segmento da socedade do séeulox.Emconseqdéncis, uma investiga que, no nico, ‘em torn de wm individ, sbretudo de um ndividuo paren- temente fora do comum, acabou desembocando numa hipétese gel sabre a cultura popular —e, mais precisamente,sobreacul- tra camponesa — da Europa pré-industeal numa era marcada pea difusio da imprenss ea Reforma Protestant, bem como pla Fepresso a exta tima nos passes catdicos. Pode liar es i pteseAqulo que jf fot proposto, em terms semelhants, por Mikhail Bain eque¢posel resumirnotermocitclaridade’ entre a culture das classes dominantes ea das lasses subalternas ‘xsi naBuropapeé-industrial um relaconamentocrculareito e nuencaerecipocas, que se movia de bao par cima, bem ‘omode cima parabaiso (exatamente posto prtanto,do"con- ‘eit de absolute autonome continuidade da cultura campone- {8° que me foi atribuid por certo crico). CO queje orvermespretende ser una histria, bem como um scrtohistrio, Dirge portant soleitorcomumeao espe sta, Provavelmente apenas okimo led asnotas, qu pus de pro- sito no fim do liv, sem referncias numias, para nio ara ‘ancar 4 narativ Exper, porém, que ambos reconheram nese pio um fragmento dspercebido, todavia extraordindri, da realidad, em parte oblterado, que colocaimplicitamente uma ‘Série de ndagaies para nowa propria cultura para ns. Preficio a edigio italiana [No passado, podiam-se acts os historiadores de querer onhecer somente a "getas dos ris Hoje, claro, nao € mais ‘sim, Cada ver mais interesam pelo que seus predecessores hava ocultado dixado de lado 0 simplesmente ignorado. “Quem consrui Tebas das sete porta?” — perguntava "tor ‘opeirio” de Brecht. As fontes nto mos contam nada daqueles pedreiros andnimos, masa pergunta conser todo seu peso. _Aescasezdtestemunhos sobre comportamentoeasatiu- ex das clases subslternis do pasado &com cetezoprimeiro— masno o nico —obsticula contra o qual as pesquisshistrcas dogtnerosechocam,Porém,¢uma regraqueadiiteeacegds Este lv conta histria de um moletorulano — Domenic Scan ala conhecido por Menocchio—queimadoporordem doSanto Oficio, depois de uma vida transcorrda em total anonimato.A ddocumentago dos dois processos abertos conta cle, distantes (inze anos um do outro, nos di um quadro rico de suas ideas & ‘Setiments fantasiaseaspiragbes, Otrosdocumentosnosforne ‘em indiagbes sobre suas ativdadesecondmicas sobre a vide de Seusfilhos.emostambémalgumaspinasescritasporelemesmo ‘uma lista parcial de sus letras (sabia er escrever). Gosta- amos, €laros de saber mits ouras coisas sobre Menocchi. Maso quetemosem miosjdnos prmitereconseuir um fagmen- todo que se costama denominar cultura das clases subateras” ‘ainda "cultura popular: » -Acsisénca de desnivssclturais no interior das sim cha- ‘madas socedadescvilizadas €0 pressuposto da dsciplina que foi sos poncos se autodefinindo como flclore antropologia social, Istria das tradigbes populares, tnologia europea. Todavia,0 cemprego do termo cultura para definit 0 conjunto de atitudes, renga cdigos de comportamentapeopros das cases subaltr has num certo periodo histérico € relativamente tard e foi tmprestado da antropologia cultural. Sé através do conceito de "altura primis” éque se chegou de fatoareconhecer que aque- Jes individuos outrora definidos de forma paternalista como ‘Camadas inferiores dos povos civilizados"posslam cultura. A consciéncia pesada do colonialism se niu assim consciénca pestda da opresto de clase. Dessa maneia foi superada, pelo ‘menos verbalment,nio s6 a concepgao antiquada de folelore ‘como mera coleyo de curiosidades, mas também a posigio de ‘quem ditinguia nas as, crengas,visbes de mundo da lasses Subltenas nada mais do que um acdmulo desorginico de fag- ‘mentos de ida, cengs, isbes de mundo eaborados peas cls ses dominantes provavelmentevrios culos antes. es altura comegaadiscussiosobreareagioentreacultuadaclase sub ternas ea das clases dominantes.Até que ponto a primera est ‘ubordinada a segunda? Em que medida, a0 contro, exprime ‘ontetids ao menos em prt alternatives? Epossivl flarem cit ‘alridade entre os doisnives de cultura? ‘Oshistoriadres 6 se aproximaram muito recentemente—e com cera desconfiansa — dessestipos de problema. Isso se deve tem parte, sem dvds nenhuma, 8 perssténca de uma conceps20 STxtocetca de cultura, Com muita fegnénci dias ou crengas ‘riginassdo consideradss por defniio, produto dasclasessupe Flores esua dfs entre as classes sublteras um fato mecinico ‘deeseaso on mest de nenhum interes; como sendo baste, cnfatza-sepresungosimnte "deteriora a"eformaraoque tuisieis ou crenassofreram durante o process de transmis Porémadesconfianga dshstoriadores tem também out mot ‘vo. mais medio, de ordem metodolégicee no ideol6giea. Em. Compara com osantropélogoseestudisosdastradigtes pop laces os historiadores partem com uma grande desvantagem. ‘Aindaojeacuituradasclassessubalternasé (eruito mas sepen ‘arms nosséulos passados) redominantemente rae oshist- rladores no podem se pdr aconversarcom os camponeses do ‘culo 01 lem diso, no se sabe se os compreenderiam). Pre ‘samen servir-sesobretudo de fontesescitas(eeventualmen tearqueolgicas) questo duplamenteindietas por serem eritas ‘em geral, de autora de indiviuos,uns maisoutros menos aber tamentlgados clara dominante. 80 significa que os pens mentos, rengs,esperangas dos camponesseartestosdo pasado hegam ate nds através defltos eintermedirs que os defo ‘mam. Fo que bast pata desencosjr antecipadament,as tent tivasde pesquisa nes direio. ‘Prem, ostermos do problema madam forma radical ante a proposadeetudarnio a "cultura produidaplasclasss pops lates e sim a “cultura imposta ds lasses populares Foi o que Robert Mandrou tent fazer, hd uns dex anos, com base num fonteatéaquele momento pouco exploradaaliteratra de code, ino flhetos baratos,impresss grosseiramente (almanagues anges, recitaseremédios, narragbes de prodigios ou vidas de Santos), venidos na firs os nos campos porambulantes. Man- ‘Grou, diante de uma lit dos princiaistemasrecoreentesacabou porformularumaconclusso untantoquantoapresada Esai Fatura, por ele dfinida como deevasio" teria alimentado por ‘culos uma vido de mundo banhada de ftalismo e determinis- to, de maravlhosoe misterioso,impedindo que seus litres tomasiem consciénca da prpria condo social politica — 6, portanto,desempenhando, aver conscientemente, uma fungo reaciondi. “Todava, Mandrou nf selimitoua considera abanagues cangGes como documentos de uma literatura dliberadamente “enderegada ao povo, Em uma passagem bruscae imotivads, de> fiu-os, enquanto instrumentos de uma acultragio vitorios, omo"feflex [| da visto de mundo” das clases populares do “Ancien Régime atribuindotactamenteaeseasclases ua comple ta passvidade cultural ea itratura de corde] uma inluénia des- proporcionada Mesmo send astragens, como e presume con- Sideriveis.ecom cada um dagueesfolletos decerto send ido rm ‘oralaatingindo grandes estates de analfabetos, numa socied Adem que estes consiuiam rs quartos da populas30,0sampo- ‘nese aptos ale erm com cetera uma pequena minors Kent fara eulura produsid plas asses populares” com acura imposta 4s masas populates’ decir a fsionomia da cultura popular apenas stoves das maximas dos precetose dos ontosda [Bibliotheque blee€abeurdo. © atlhoindcado por Mandroapara superarasdificuldadesligadas reconstrugio de uma cltraoral nosleva na verdade ao ponto de parti ‘Omesmo atalho,emboracom pestuposos muito diferentes, {oi tilhado— com notivelingenuidade — por Genevieve Bol leme. ssa pesquisidor viv maliteratura de cordelem ver dons trumento de uma (improve) aclturagiovtoriosa,sexpressio cspontine (ainda maisimprovavel de uma cultura poplar. finel eauténoma, permesda por valores religiosos. Nessa reigito Popular, concentrada na humanidadee pobreza de Cristo tram Fido fundies de forma harmoniosa,o naturale sbrenaturl,0 ‘medo da morte¢oimpulso em direc20a vida, atoeranca sinus tigasearevola conta opresie Desa maneira € claro, troctse “trata popular por uma"literaturadestinad ao pov" cont ‘nuando,semsedaconta nos dominios dacalturaproduzida pels ‘asses dominantes, £verdade que, incidentalment, Bolleme levantahiptese de ums defasagem ene os opisculoseo modo como scriamlidos elas classes populares Mas ess indica pre ‘cosa permanece esti que desemboca no postlado da"eriti- ‘Videde popula’indeterminadaeaparentementeintingtel, peo ria de uma tradigio ora que no dixou vestgios _Almagem estersotipada aocicada de cultura popular que ‘constituiopontodechegadada pesquisa relizada por Bollmecon- trust profundamente com ours, vvisima,deineada por Mikhail ‘Bakhtin num lio fundamental sobre a relages entre Rabelais ‘scltura popular dose tempo Ao que tudo indice, Garpintuae Pantagruel que alver no tenham sido lidos por nenhum campo: és nos fazem compreender mais coisassobreaculturacampone- ado que o Almanach des Bergers qu devia circular aplamente pelos campos da Franca, No centro da cultura configarada por Bakhtinesto carnaval mitoerito no qualcoafluemacraltagaoda fenldade eda abundancia, a inverst brincalhona de todos 05 valores hirargiasconstuidas,o sentido esmico dor des ttuidoreregenerador do tempo. Segundo Baki, es visto de ‘mundo, aborada no corer dos tcalos pea cultura popula, se contrapoe,sobretudo na dade Média 20 dogmatismoe8 serieda ded cultura das cases dominantes Apenaslevando-seemcons-

Вам также может понравиться