Mortes por Raios

O Grupo de Eletricidade Atmosfrica (ELAT) publicou, no ano passado, um levantamento das mortes por descargas atmosfricas no perodo de 2000 a 2010 em todo o Brasil. O estudo reuniu informaes de diversas fontes: INPE/MCT, Departamento de Informaes e Anlise Epidemiolgica (CGIAE) do Ministrio da Sade, Defesa Civil, Imprensa e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). Como resultado obteve-se um levantamento de onde morrem mais pessoas por descargas atmosfricas no pas (Estados e municpios), em que poca do ano as mortes so mais frequentese as circunstncias envolvidas. O nmero total de mortes no perodo de 2000 a 2010 foi de 1.410 pessoas, ou seja, 129 mortes por ano em mdia, um nmero muito acima do acreditava-se anteriormente. Estimativas extra-oficiais apontavam para um total de 50 a 80 mortes por ano e estimativas menos conservadores apontavam para cerca de 100 mortes por ano. Do total de 1.410 vtimas de descargas atmosfricas, 80% foram homens e 20% mulheres. A faixa etria que registrou o maior nmero de mortes (55%) foi dos 25 aos 59 anos. Entre 15 a 24 anos representou 25% das mortes. Abaixo de 14 anos foram 13% e acima de 60 anos, 7%. Considerando as respectivas populaes, conclui-se que a probabilidade de ocorrer uma morte de jovem ou adulto o dobro de uma criana ou idoso. A maior parte das mortes ocorre na zona rural (60%) contra 25% na zona urbana, 10% no litoral e 5% em rodovias. Considerando as populaes urbana e rural, a probabilidade de ocorrer uma morte na zona rural (7 em 1.000.000) 10 vezes maior na zona urbana (7 em 10.000.000). Por outro lado, 85% das mortes ocorrem ao ar livre e 15% em locais fechados, os quais no dispunham de SPDA. A circunstncia mais comum associada morte por descarga atmosfrica atividade agropecuria (19%), proximidade de rvores (12%), permanncia em campo de futebol (10%) e permanncia em praia (7%) Finalmente, 77% das mortes ocorreram no vero e na primavera, perodo do ano onde ocorrem cerca de 80% das descargas atmosfricas no Brasil. As mortes por ano sofreram variaes significativas entre 2000 e 2010, conforme a tabela (e grfico) abaixo. Os valores mximos ocorreram em 2001 e 2008, ambos os anos associados ao fenmeno La Nia.

Fonte: INPE