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CURSO DE DIREITO
QUESTIONÁRIO
Direito Romano
Brasília-DF
2008
QUESTIONÁRIO
DIREITO ROMANO
Atualmente, os estudiosos da teoria geral do direito, após longas exposições acerca da divisão do direito em
dois ramos, público e privado, são assentes em concluir que a divisão público-privado serviria mesmo como
um instrumento didático para o ensino da ciência do direito e uma melhor compreensão por parte dos seus
estudiosos. Entretanto alguns estudiosos colocam que essa divisão se justifica por existirem diferentes níveis
de relação jurídica entre os cidadãos entre si e entre esses e o Estado, a Administração Pública.
Assim, as relações jurídicas entre os cidadãos particulares ocorreriam dentro do direito privado. Já as relações
nas quais estaria presente o Poder Público, ou mesmo o interesse público, seriam pautadas pelo direito
público.
O direito privado se dividiria, fundamentalmente, em dois ramos, ou seja, o civil e o comercial. Já o direito
público é composto de vários sub-ramos, quais sejam, o direito constitucional, o administrativo, o penal, o
previdenciário, o eleitoral, internacional público e privado, processual civil e penal, do trabalho, tributário e
financeiro.
O vocábulo pessoa originou-se de persona que significava máscara de teatro. Na antiguidade, para serem
ouvidos os atores passaram a usar personas (máscaras) – elas lhes ampliavam a voz e conferiam expressões de
alegria, tristeza e horror às personagens que encarnavam. Com o tempo, persona passou a significar o ser
humano, sujeito de direitos e obrigações.
No Direito Romano, o conceito de pessoa é diferente do conceito de homem. Em Roma, não bastava ser
humano para ser pessoa. Tal como nos demais sistemas da antiguidade, não havia igualdade jurídica entre
todos os seres humanos. O estrangeiro, por exemplo, inicialmente, é homem, mas não é considerado pessoa
para os romanos, ou seja, não é sujeito de direitos. Só algum tempo depois, com a formulação do ‘ius
gentium’, o estrangeiro ganhou este reconhecimento. Já o escravo, este nem homem era considerado. O
escravo é ‘res’, é coisa, é um bem econômico em forma humana, mas não é sujeito de direitos, ou seja, não é
pessoa. Para ser pessoa, é preciso ser homem, ter forma humana e não estar na condição de escravo. Pessoa é
o ser humano acompanhado de outros atributos, chamados 'status' ou 'caput': liberdade, cidade e família.
(Cretella Jr)
O ser humano deveria preencher alguns requisitos para ser considerado pessoa natural:
Ter nascido com vida – Para os sabinianos (escola mais conservadora de Roma), bastava a criança ter
respirado. Os proculeianos (escola de direito mais inovadora) entendiam que além de respirar, o recém-
nascido deveria também ter soltado um vagido. Esse impasse durou alguns séculos, mas foi solucionado por
Justiniano, que decidiu que bastava somente a respiração;
Nesta época surge uma divisão em duas escolas distintas de direito entre os romanos, a primeira eram os
proculianos que era tida como uma escola de inovadores. A segunda eram os sabinianos ou cassianos que era
a escola conservadora.
Ter vida intra-uterina – consistia na separação total do feto do organismo materno, com o rompimento do
cordão umbilical. Enquanto o bebê estivesse ligado à mãe, por meio do cordão, não teria vida própria, mas era
tão-somente parte da mãe; e
Ter a forma humana – era necessário que o bebê nascesse perfeito, sem qualquer anomalia física, pois caso
fosse portador de qualquer malformação, não seria considerado um ser humano, mas um monstro, o que
permitia, inclusive, que o pai o matasse.
Quanto à comoriência, morte simultânea de duas ou mais pessoas, ficou estabelecido pelos romanos (direito
Justinianeu) que se tivesse morrido ao mesmo tempo o pai e um filho impúbere, presumia-se que o filho
impúbere teria morrido primeiro, pois seria o mais fraco dos dois. Se, ao contrário, tivessem morrido um pai e
um filho adulto, presumir-se-ia que o pai teria morrido primeiro, por ser o mais velho e, consequentemente o
mais fraco. Essa regra se fazia necessária para fins de abertura do direito sucessório.
A capacidade jurídica ou de direito é a aptidão jurídica ou legal de uma pessoa para ser titular de direitos e
obrigações. O ser humano já nasce com essa capacidade que permanecerá com ele enquanto existir.
Já a capacidade de fato é a aptidão que a pessoa tem para praticar diretamente os atos da vida civil, sem a
necessidade de autorização ou interferência de outra pessoa. Essa capacidade pode sofrer modificações ao
longo da existência do ser humano.
Todas as pessoas são dotadas de capacidade jurídica ou legal, mas o mesmo não ocorre quando o assunto é a
capacidade de fato. Algumas pessoas são tratadas pelo ordenamento jurídico como relativamente ou
absolutamente incapazes, a depender da restrição apresentada para o exercício de seus direitos.
Para o Direito Romano, diversas são as causas restritivas da capacidade de fato: idade, sexo, enfermidades
físicas e mentais, a prodigalidade, a infâmia, a turpitude, e até mesmo a religião.
A idade: Os menores eram considerados incapazes para os atos da vida civil e necessitavam de um tutor (ou
curador) para representar seus interesses na sociedade.
Eram classificados em infantes e impúberes
- Infantes: os que ainda não podiam falar, razão pela qual não tinham consciência de seus atos. Portanto,
eram considerados absolutamente incapazes. Para os romanos, a infância ia até os 7 anos de idade. Dos 7 anos
até a puberdade, os menores eram considerados relativamente incapazes, sendo necessário um tutor para
administrar seus bens.
Hoje, conforme o art. 2º. da Lei 8.069/90, consideram-se crianças as que têm até 12 anos incompletos. Dos 12
aos 18 anos são adolescentes.
- Impúberes: os que ainda não apresentavam o desenvolvimento físico necessário para o casamento.
No Direito romano, os menores do sexo masculino eram submetidos uma “inspeção” corporal, a fim de se
comprovar a sua puberdade. No entanto, essa prática era degradante para os rapazes que eram submetidos à
“inspeção”, e constrangedor para os fiscais que realizavam a inspeção. Dessa forma, fixou-se a idade para o
início da puberdade de 14 anos para os homens e 12 para as mulheres.
Finalmente, no ano 190 a.C., a Lei Plaetoria fixou a maioridade dos homens aos 25 anos, idade em que
adquiriam também a plena capacidade para agir.
Sexo: As mulheres eram consideradas incapazes para a prática dos atos da vida civil. Precisavam sempre ser
representadas por um tutor para representá-las. Também não podiam ocupar cargo público. As solteiras
deveriam estar sujeitas ao pai e as casadas se submetiam à autoridade do marido. Caso o marido fosse também
o chefe de família, a mulher era considerada sua filha e era tratada em igualdade de condições com os
próprios filhos. Se o chefe da nova família fosse o sogro, ela passava a ser considerada sua neta.
Quando a mulher não estivesse sob o poder paterno nem marital, apenas por ser mulher, era submetida a uma
tutela perpétua e considerada relativamente incapaz.
Enfermidades físicas e mentais: essas enfermidades influíam na capacidade jurídica das pessoas.
I) Físicas: os que eram castrados o esterilizados não podiam se casar nem adotar filhos. Os cegos
somente poderiam fazer testamentos válidos se observassem um procedimento especial. Os surdos-mudos não
podiam testemunhar nem fazer testamentos orais.
II) Mentais: As enfermidades mentais eram classificadas em furiosus e mentecaptus. Os furiosus eram
os alienados que alternavam momentos de lucidez e de fúria. Nos momentos de lucidez, eram plenamente
capazes, mas, sobrevindo o furor, ele era considerado absolutamente incapaz e somente um curador poderia
gerir seu patrimônio. Já o mentecaptos e os dementes eram loucos irrecuperáveis, e por isso absolutamente
incapazes, necessitando sempre de um curador permanente.
- Infâmia – Por ser a honra um atributo extremamente valorizado, quem praticasse qualquer ato ofensivo à
dignidade pública e fosse considerado infame teria sua capacidade jurídica diminuída. Considerava-se ter
praticado a infâmia os que se enquadrassem dentro de uma das situações seguintes: bigamia, proferir calúnias
e injúrias, furto ou roubo; comerciantes falidos; viúvas que se casassem antes de terminar o prazo de luto (1
ano); os que exercessem determinadas profissões consideradas imorais e desonestas (ator, usuário ou
proprietário de casas de prostituição); as mulheres surpreendidas em flagrante adultério; e o tutor infiel.
A infâmia era declarada por lei ou por um édito do pretor e somente poderia ser retirada pelo imperador ou
pelo senado romano. Os que fossem declarados infames não poderiam mais ser procuradores, servir como
testemunhas, ocupar cargos públicos ou mesmo servir no exército romano.
- Turpitude: comportamento indecoroso, em desacordo com a moralidade pública.
- Religião: os não-cristãos tiveram diminuída a sua capacidade para a prática de certos atos da vida civil. Os
ateus, os apóstatas, os hereges e os judeus na puderam mais ser testemunhas ou herdeiros, sendo que esses
últimos sequer poderiam exercer qualquer cargo público, possuir escravos cristãos nem casar-se com cristãos.
1. Fale sobre o “Status Civitatis”, como adquiria e como se perdia o status civitatis.
O Status Civitatis era a qualidade de cidadania, concedendo ao titular o direito de votar, de candidatar-se a
cargos públicos, de adquirir e alienar propriedades em Roma, celebrar contratos, casar-se, etc.
A cidadania romana era adquirida:
Pelo nascimento, independente do local onde a criança nascia. O critério adotado pelo Direito
Romano era o jus sanguinis, em que prevalecia a nacionalidade da mãe.
Por benefício da lei, onde os cidadãos reuniam-se, discutiam e votavam a proposta de cidadania de
determinada pessoa.
Pela naturalização, cidadania concedida tanto a uma só pessoa, como a todos habitantes de uma
região de forma coletiva.
Pela manumissão, quando o proprietário concedia ao seu escravo a liberdade. Assim, adquiria-se o
status civitatis, porém com restrições.
Perderia o status civitatis o cidadão que fosse levado a condição de escravo, que se naturalizasse de outro
Estado e, também, quando sofresse a pena de deportação.
CAPÍTULO 8 - TUTELA
1. O que é tutela?
Tutela é uma palavra originada do latim (tueris) que significa proteger, guardar...
Assim, era designado um tutor para proteção dos interesses patrimoniais das pessoas consideradas incapazes.
CAPÍTULO 9 - CURATELA
1. O que é curatela?
Instituto de Direito Romano que dava assistência e proteção àquelas pessoas que se tornavam incapazes por
conta de enfermidades físicas, mentais ou, ainda, no caso de prodigalidade, evitando prejuízos a seus
herdeiros.
Mancipação (mancipatio) forma mais antiga de transmissão de propriedade, onde esta era transferida ao
comprador numa cerimônia altamente formal e solene, onde devia haver oito pessoas para a sua concretização
(comprador, vendedor, o portador da balança e mais cinco testemunhas).
Cessação em juízo ou abandono de coisa perante o juiz ( in jure cessio) era um outro modo convencional e
solene de transferência de propriedade que se caracterizava pelo abandono da coisa perante o magistrado.
Tradição (traditio) modo de aquisição de propriedade sem qualquer formalidade. A coisa passava a ser
propriedade do adquirente pela simples “trocas de mãos”. O vocábulo tradição vem do verbo latino tradere
(entregar).
2. Fale sobre os modos não convencionais de aquisição da propriedade.
Era a maneira de se adquirir a propriedade de uma coisa por meios naturais ou artificiais, sem um precedente
acordo de vontades entre as partes. Eram os seguintes modos:
Ocupação quando uma pessoa se tornava proprietária de uma coisa sem dono ou de coisa abandonada.
Bastava quem a encontrasse para que se apossasse dela.
Acessão ocorria quando uma coisa aderia a outra, de tal modo que passava a dela fazer parte integrante,
constituindo um todo. Os romanos tinham uma regra básica para explicar a acessão: o acessório sempre segue
o principal.
Especificação a solução foi dada por Justiniano fundamentado em parecer de Paulo, que dizia:
Se a espécie nova pudesse retornar ao estado primitivo, pertenceria ao proprietário da matéria prima.
No entanto, se a espécie nova não pudesse retomar a forma primitiva anterior, pertenceria ao
especificador, que, deveria indenizar o proprietário da matéria-prima.
Adjudicação quando alguém se tornava proprietário de alguma coisa por decisão judicial. Isso ocorre
geralmente nas ações divisórias de bens.
Usucapião toma posse pacificamente, durante de um determinado lapso tempo: um ano para móveis e dois
anos para imóveis.
CAPÍTULO 14 – POSSE
Compensação era “a contribuição de um débito e um crédito entre si”, ou seja, ela ocorria quando o
devedor apresentava ao credor uma dívida de igual valor que este tinha para com ele.
Transação era o acordo pelo qual ambas as partes, mediante concessões recíprocas (aliquo dato, aliquo
retento), renunciavam a um direito em litígio.
Praescriptio longis temporis era um modo de extinção das obrigações exceptionis ore, ou seja, o devedor
apresentava-se perante o pretor, requerendo que sua obrigação fosse declarada legalmente extinta por
decorrência de tempo.
5. O que é espólio?
A universalidade dos bens deixados pelo de cujus, compreendendo tanto o ativo como o passivo.
Os Heredes sui “os que herdam aquilo que já lhes pertence”, pois, por serem filhos e netos do de cujus, já
se encontravam, durante a vida deste, na posse dos seus bens. Adquiriam a herança de pleno direito, desde a
abertura da sucessão, uma vez que, com a morte do de cujus, passavam da situação de alieni júris para a de
sui júris. A mulher casada (no casamento cum manu), os netos, as netas e também os filhos adotados.
Os Agnados eram os irmãos e sobrinhos do falecido, ou seja, os parentes mais próximos. Eram chamados
à sucessão somente quando não existissem hereses sui.
Os Gentilis (gentis) eram os parentes colaterais mais afastados, chamados à sucessão se não existissem os
heredes sui nem herdeiros agnados vivos. Esse tipo de sucessão desapareceu na época do Direito Clássico.