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DIRETORIA ACADÊMICA
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO FÍSICA E
DESPORTES
Apresentação
Este módulo contém o processo histórico, social e político da origem e evolução da história
da Educação Física, análises, ideologias, objetivando orientações e como suporte teórico em suas
atividades de ensino.
Espera-se, que você utilize os conhecimentos aqui oferecidos em reformulações pessoais e
profissionais.
África
4.000.000
1os Homídeos > Australopitecos > Homo habilis > Homo erectos > Homo sapiens >
Homo sapiens sapiens
d h l
2
EOLÍTICO
PALEOLÍTICO
IDADE DA PEDRA NEOLÍTICO
MEGALÍTICO
PRÉ-HISTÓRIA
COBRE
GRANDES IDADE DOS METAIS BRONZE
DIVISÕES DA FERRO
HISTÓRIA
MEDIEVAL
HISTÓRIA
MODERNA
CONTEMPORÂNEA
Homem primitivo
CHINESES
ATIVIDADES
DECLÍNIO DAS ATIVIDADES
Luta
Filosofia de vida baseada na
Tiro ao arco
inanição.
Danças
“O homem sábio nunca deixa
Esgrima de sabre
de repousar e meditar” ( Tao-
Tsu-Chu
Tsé )
(semelhante ao futebol)
Budismo
Caça
“meditação religiosa diária“
Boxe
Brahmanes
sacerdotes, juizes
Guerreiro
Mercador
HINDUS
(DIVIDIDOS EM 5 CASTAS)
Párias
Agricultor
Desprezados e excluídos da
sociedade.
Gregos e romanos
A ginástica nome que originou na Grécia, “... visava ao aperfeiçoamento físico, à beleza e à
harmonia de forma, por meio de exercícios e jogos praticados nos ginásios...”
Possuía importância fundamental na cultura desse povo, que foi também o criador dos
Jogos Olímpicos. Os jogos eram realizados de quatro em quatro anos, em olimpíadas, e celebrados
com muita pompa. Eram homenagens aos deuses gregos e ainda uma forma pacífica de reunir
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suas populações que viviam em guerra.
Para as mulheres existiam ginásios especiais adequados à prática da ginastica cujas as
atividades preferidas eram as corridas e as danças.
Quando conquistaram a Grécia, os romanos possuíam outra visão em relação à pratica de
exercícios físicos seu objetivo era a preparação dos indivíduos para a guerra, sem nenhuma
finalidade moral ou estética.
Um exemplo disso era os brutais e sangrentos jogos de combate de gladiadores,
organizados por eles, e que provocavam o maior entusiasmo nas platéias presentes.
ESPARTA ATENAS
CRIANÇA
CRIANÇA Apresentada ao pai que o
Defeituosa adotava ou não
sacrificada
LOCAIS E ATIVIDADES
GINÁSIO: (gummos - nu) conjunto de lugares para a educação da mocidade, pistas de corridas a
pé, lançamentos exercícios corporais.
ESTÁDIO: Pistas cobertas com ginásios e palestras, prélios (batalhas, lutas e pelejas esportivas)
JOGOS FÚNEBRES: Corrida de carros, pugilato, combate armado, tiro ao alvo, arremesso de peso
de lança e luta.
JOGOS OLÍMPICOS: (em honra à Júpiter) Lutas, corrida a pé, pentatlo (salto, disco, dardo, luta,
corrida), corrida armada, pugilato, corrida de carros e de cavalos.
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Para as mulheres existiam ginásios especiais adequados à prática da ginástica cujas as atividades
preferidas eram as corridas e as danças.
CRIANÇA
Colocada aos pés do ANFITEATRO
pai que o reconhecia Combate de
ou não. gladiadores e feras
Aos 18 anos
exercícios físicos
militares e estéticos
gregos
SÉCULO IV: (Imperador Teodósio) queda dos Jogos Olímpicos pela suplementação das antigas
crenças das divindades olímpicas pelo cristianismo.
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JUSTAS E TORNEIOS: Esgrima, arco e flecha, marchas e corridas a pé.
CRUZADAS: Organizadas pela Igreja nos séculos XI, XII e XIII, exigiram preparação militar.
CAVALARIA: Cavaleiro, nobre a serviço das causas justas e ideais da Igreja. Participava das Justas,
Torneios e caças feudais.
No Brasil
China – Como Educação Física as origens mais remotas da história falam de 3000 a.C. lá
na China. Um certo imperador guerreiro, Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo pregava
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os exercícios físicos com finalidades higiênicas e terapêuticas além do caráter guerreiro.
O tratamento pela água era muito utilizada e o prático de exercício físico e a massagem,
eram consideradas uma necessidade vital.
Índia – No começo do primeiro milênio, os exercícios físicos eram tidos com uma doutrina
por causa das “Leis de Manu”, uma espécie de código civil, político social e religioso. Eram
indispensáveis às necessidades militares além do caráter fisiológico.
Buda, atribuía aos exercícios o caminho da energia física, pureza dos sentimentos, bondade
e conhecimento das ciências para a suprema felicidade do Nirvana (no budismo, estado de
ausência total de sofrimento).
O yoga, tem suas origens na mesma época retratando os exercícios ginásticos no livro
“Yajur Veda” que além de um aprofundamento da medicina ensinava manobras massoterápicas e
técnicas de respirar.
Grécia – Sem dúvida nenhuma, a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física
foi a Grécia, através de sua cultura. Nomes como: Sócrates, Platão, Aristóles e Hipócrates
contribuíram e muito, para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos
na ligação corpo e alma através das atividades corporais e da mímica. “Na música a simplicidade
torna a alma sábia; na ginástica da saúde ao corpo” Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio
entre o corpo e espírito ou mente. Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos
halteres, atleta, ginástica, pentátlo, entre outros, são uma herança grega. As atividades sociais e
físicas eram uma prática até a velhice lotando os estádios destinados a isso.
Roma – A derrota militar da Grécia, não impediu a invasão cultural grega nos romanos que
combatiam a nudez da ginástica. Sendo assim, a atividade física era destinada às práticas
militares. A célebre frase ”Mens sanna en corpore sano” de Juvenal, vem desse período romano.
Idade Média – A queda do império romano também foi muito negativo para a Educação
Física, principalmente com a ascensão do cristianismo que perdurou por toda a Idade Média.
Oculto ao corpo era um verdadeiro pecado sendo também chamado por alguns autores, de “Idade
das Trevas”.
Realizavam-se apenas as lutas e os torneios, que eram combates praticados entre os
nobres.
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Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas como por
exemplo a de David, esculpida por Michelâgelo Buonarroli (1475-1564) considerada tão perfeita
que os músculos parecem ter movimentos. A dissecação de cadáveres humanos deu origem a
anatomia como a obra clássica “De Humani corpores fábrica” de Andrea Vesalius (1514-1564).
A volta da Educação Física escolar se deve também nesse período a Vitório de Feltre (1378-
1466) que em 1423 fundou a escola “La Casa Gilcosa” onde o conteúdo programático incluiu os
exercícios físicos.
Os responsáveis pela fixação da calistenia foram: o Dr. Dio Lewis e a (A. C. M.) Associação
Cristã de Moços com proposta inicial de melhorar a forma física dos americanos que mais
precisavam. Por isso mesmo, deveria ser uma ginástica simples, fundamentada na ciência e
cativante. Em função disso Dr. Dio Lewis era contra os métodos militares sob a legação que as
mesmas desenvolviam somente a parte superior do corpo e os esportes atléticos não
proporcionavam harmonia muscular. Em 1860 a calistenia foi introduzida nas escolas americanas.
No Brasil dos anos 60 começou a ser implantada nas poucas academias pelos professores
da A. C. M. ganhando cada vez mais adeptos nos anos 70 sempre com inovações fundamentadas
na ciência. Sendo assim o Dr. Willian Skarstrotron, americano de origem sueca, dividiu a calistenia
em oito grupos diferentes do original: braços e pernas, região póstero superior do tronco, póstero
inferior do tronco, laterais do tronco, equilíbrio, abdômen, ombros e escápulas, os saltos e as
corridas.
Nos anos 80 a ginástica Aeróbica invadiu as academias do Rio de Janeiro e São Paulo
abafando um pouco a calistenia. Como na Educação física sempre há evolução também em função
dos erros e acertos. Surge então, ainda no final dos anos 80 a ginástica localizada desenvolvida
com fundamentos teóricos dos métodos da musculação e o que ficou bom da calistenia. A
ginástica aeróbica de alto impacto causou muitos microtraumatismos por causa dos saltitos em
rítimos musicais quase alucinantes. A musculação surgiu com uma roupagem nova ainda nos anos
70 para apagar o preconceito que algumas pessoas tinham com relação ao halterofilismo.
Hoje, sob pretexto da criatividade, a ginastica localizada passa por uma fase ruim com
alguns professores ministrando aleatoriamente, aulas sem fundamentos específicos com repetições
exageradas, fato que a ciência já reprovou, principalmente se o público alvo for o cidadão comum.
Nos anos 90, o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a
todos, manifestada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte performance.
A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissão a qual
compete mediar e conduzir todo o processo.
Atletismo
É a essência das olimpíadas. Sua origem vem dos jogos da Grécia Antiga, quando
guerreiros disputavam os louros da vitória de Zeus uma corrida de 80 m. Na era moderna,
participa desde da primeira edição das Olimpíada. A primeira medalha da história foi dada a um
saltador triplo, o americano James Connely, em Atenas. Nas corridas, nos saltos e nos
lançamentos, o atletismo vem sendo o coração dos jogos, competições e olimpíadas no mundo
atual.
Badminton
O badminton começou como esporte-exibição na Olimpíada de Seul, em 1988, e foi
oficializada em Barcelona. Tem muita tradição no leste e no sudeste asiático-indonésios, malaísios,
sul-coreanos e chineses, dominam as competições internacionais.
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Basquete
Foi idealizado pelos americanos, no século passado, para suprir a falta de uma atividade
coletiva. Um dos jogos mais populares em todo o mundo é praticado por vários países.
Beisebol
Com grande tradição nos EUA, o beisebol vem sendo dominado nas competições
internacionais por Cuba.
Ciclismo
Pouco popular no Brasil, o ciclismo é sinônimo de paixão na Europa e em alguns países
latinos, como a Colômbia. A mountain bike é a modalidade mais praticada no nosso País.
Esgrima
É um dos esportes olímpicos mais nobres e sua origem remonta à própria necessidade do
homem se defender. Ficaram célebres em filmes e livros, os duelos na Europa de séculos atrás,
quando o homem lavava sua honra na ponta da espada. Atualmente, os duelos prosseguem, mas
somente no campo esportivo e com a devida proteção.
Futebol
Esporte mais popular do mundo, foi recordista de público em Barcelona. Ultimamente, com
a participação de atletas profissionais desde 84, transformou-se em uma mini copa do mundo. Em
Atlanta o futebol feminino fez sua estréia.
Ginástica Artística
A Ginástica Artística é um dos esportes mais fascinantes pela beleza dos movimentos dos
atletas. As evoluções realizadas nos outros aparelhos parecem dignos de homens e mulheres feitos
de elástico.
Ginástica Rítmica
É uma modalidade irmã da Ginástica Artística. Distribui medalha individual pela soma nas
diversas provas. Combina os movimentos do corpo com elementos acrobáticos, sempre
acompanhados por música.
Levantamento de Peso
É um dos esportes mais tradicionais dos jogos olímpicos. A modalidade acabou ficando
famosa pelos casos de dopin.
Handebol
Começou a ser desenvolvido na Europa por volta de 1920, motivo pelo qual os europeus
são os mestres neste esporte, possuindo o atual campeão mundial e o atual campeão olímpico. É
um esporte vigoroso com alto grau de contato físico e muita ação. É praticado atualmente em
todos os continentes.
Judô
A luta, originária do Japão, nasceu da observação de um filósofo que notou que galhos
mais flexíveis não se rompem com o peso leve. A sabedoria oriental resultou nesta arte marcial,
que por ser considerada completa, despertou o interesse de outras culturas e passou a ser
praticada em vários países. No Brasil, não poderia ser diferente. A corrida às academias é intensa.
II) Análise histórica da Educação Física no Brasil
Na década de 80, a Educação Física sofreu uma crise de identidade que originou uma
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mudança nas políticas educacionais. O enfoque que passou a priorizar o desenvolvimento
psicomotor do aluno, valorizando a sua prática também nas séries iniciais e não somente nas
séries do Ensino Fundamental.
Apesar de muitos progressos obtidos, por meio de inúmeros movimentos, debates,
discussões e realizações, a Educação Física ainda necessita de mudanças. Sobretudo para
convencer a sociedade e até mesmo o corpo docente, constituindo por profissionais de outras
áreas, de seu real valor, pois mesmo sendo reconhecida como uma área essencial ainda fica
“marginalizada”. Um exemplo disso são os horários das aulas em desacordo com as necessidades
de suas especificidades, bem como locais inadequados e materiais, insuficientes para obtenção dos
resultados esperados.
Encontramos na década de 90, um despertar da população para sua saúde, não a saúde
como ausência de doenças, mas aquela comprometida com a qualidade de vida, assunto que cada
vez mais está se tornando indispensável nos diversos setores da sociedade.
A partir disso, observamos nos tempos atuais que as recomendações para qualquer
programa de qualidade de vida, giram ao redor de fatores como: alimentação controlada,
mudanças de hábitos adequados (fumo e álcool), atividades de lazer, cultura e, principalmente,
atividades físicas. De alguma maneira cada um de nós procura encontrar um equilíbrio para
manter-se saudável.
Programas de ginásticas laboral, atendimentos de personal trainer, consultorias para
atividades físicas e de lazer tornam-se ações concretas para uma nova consciência corporal,
inclusive abrindo campos de trabalho ao profissional da Educação Física.
As doenças ocupacionais, problemas de postura, estresse, sedentarismo, depressão,
cardiopatia e outros, segundo especialistas na área de saúde, estão se tornando os grandes males
do século XXI. Certamente seriam minimizados se, desde a fase escolar, o aluno fosse orientado e
preparado para ser um indivíduo ativo, não sedentário e habituado à pratica de atividades físicas.
É justamente por isso que se evidencia a necessidade de integração da Educação Física
com outras áreas do conhecimento, pelas inúmeras possibilidades de contribuição para melhorar
da qualidade de vida aos indivíduos por meio de uma educação relevante, responsável e realmente
comprometida com o momento histórico evolutivo.
Com isso, torna-se necessário que o ser humano esteja constantemente se aperfeiçoando
como indivíduo e como ser social para poder se inter-relacionar com esse mundo transitório, em
todos os aspectos de caráter sócio-político econômico-cultural, buscando dessa forma melhorar
sua qualidade de vida, fator mais essencial à sua humanização.
A infância é a idade do lazer por excelência. O tempo totalmente liberado faz com que a
criança desenvolva a especialidade de brincar, exceto durante o período escolar.
As tendências administrativas atuais, bem como a informatização de serviços nos alertam
para um provável aumento do tempo livre, ou seja, o tempo disponível para outras atividades as
quais acreditamos que o ser humano ainda não está preparada a realizar, pois, praticamente,
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passa os melhores anos de sua vida trabalhando. Concluímos, desta forma, que a função
educativa do lazer, consideradas muitas vezes uma atividade não prioritária, é necessidade
humana.
O lazer por suas características (a espontaneidade, a ludicidade, a livre escolha), e o
caráter relativamente desinteressado, deve ser incorporado ao cotidiano da criança tornando-se
um espaço privilegiado para a aquisição de informações e conhecimentos e para vivência da
cultura, constituindo-se em importante caminho para o crescimento pessoal e social do indivíduo.
Voltando à Educação Física, consideramos que as obrigatoriedades da vida escolar (que
hoje em dia inicia-se cada vez mais cedo), estão muitas vezes desvinculadas da realidade da
criança, que necessita, principalmente nas séries iniciais, de tempo para brincar e, portanto,
aprender brincando, o que será sempre mais prazeroso e enriquecedor.
A proposta é promover e buscar a educação para o lazer, por meio da alegria e da
brincadeira, considerando o vasto conhecimento da cultura infantil, repleta de significados,
historicamente elaborados e muitas vezes ignorados pelas instituições de ensino.
Superando barreiras e preconceitos, descobrimos habilidades e belezas, equilibrando
eficiência e eficácia, enfim, vivenciando relações espaciais e temporais, estamos favorecendo o
autoconhecimento, sempre em busca da felicidade e da cidadania.
A escola não pode negar como fato histórico a corporeidade humana, a infinita de gestos,
expressões, movimento que os seres humanos foram e são capazes de realizar, originando jogos,
brincadeiras, danças, esportes, lutas, diferentes formas de ginásticas e constituindo, desta forma,
o verdadeiro patrimônio lúdico da humanidade.
O grande desafio da Educação Física é propiciar ao educando o conhecimento do seu
corpo, usando-o como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando
suas experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e criar novas formas de
movimento.
Consideramos que o movimento humano só se concretiza por meio do corpo do homem.
Esse movimento integra uma totalidade e não somente o ato motor, mas toda e qualquer ação
humana que vai desde a expressão até o gesto mecânico. Não é apenas o corpo que entra em
movimento, mas o homem todo que age e se movimenta.
A Educação Física deve associar o corpo, a emoção, a consciência, a busca do prazer,
fazendo o aluno sentir-se bem com o seu corpo no tempo e no espaço.
Entendemos que é necessário desenvolver uma concepção de educação física em que a
atividade intelectual e a atividade corporal em vez de se confrontarem, se harmonizarem de forma
a melhor integrarem o ser humano no seu relacionamento: eu – o outro – os objetos – o mundo.
Os currículos escolares deverão ter seus conteúdos compatíveis com as experiências vividas
pelo aluno, servindo como ponto de partida para a aquisição de novos conhecimentos mais
elaborados. A sistematização desses conteúdos que são representados por ginástica, jogos,
esportes e dança deve considerar ainda as características de maturação, as diferenças individuais,
as necessidades e os interesses do aluno, sendo desenvolvidos em um ambiente lúdico, onde a
liberdade de expressão, a oportunidade de reflexão, discussão e questionamento, o trabalho de
equipe estejam garantidos, e que o aluno possa, por meio do movimento, se relacionar com o seu
próprio corpo, com o outro e com o meio social.
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2.4 – Transformações da Educação física no Brasil e suas multiplicações na prática
profissional nos dias de hoje
A Educação Física no Brasil foi pensada enquanto prática nas escolas com propósitos
profiláticos, morais e culturais. Por falta até mesmo de formação adequada, muitos professores –
chamados no passado de “instrutores” – aplicavam para crianças exercícios praticados nos
quartéis.
Entre os profissionais, sempre houve controvérsia quanto ao tipo de atividades físicas que
deveriam ser ministradas para escolares. Havia aqueles que defendiam os exercícios ginásticos e,
de outro lado, os que destacavam a recreaçào. Não é de hoje que se manifestam discursos a
respeito da importância daq Educação Física Escolar como uma questão de prevenção da saúde.
Azevedo (1920) apontava para a educação física uma intervenção social, de modo a ensinar
hábitos de higiene aos alunos e, ao mesmo tempo, a desenvolver um corpo sadio.
São 80 anos pregando para que os alunos entendam a relevância da Educação Física
Escolar, mas pelo visto, ficou apenas a exigência prática de promover recreação. A prática pela
prática.
A partir dos anos 70, aplica-se uma política oficial de expansão da prática do desporto, o
que se tornou um novo paradigma para toda a Educação Física. Naquele período, confunde-se
educação física com o desporto, chegando mesmo, em alguns casos, a serem considerados
sinônimos. O plano nacional de educação física e desporto para o período de 1976 a 1979 é uma
prova disso e traz as seguintes observações:
“... a atividade física é hoje considerada como um meio educativo privilegiado, porque
abrange o ser na sua totalidade. O caráter de unidade da educação, por meio das atividades
físicas, é reconhecido universalmente. Ele objetiva o equilíbrio e a saúde do corpo, a aplicação
física para a ação e o desenvolvimento dos valores morais. Sob a denominação comum de
educação física e desportiva o consenso mundial reúne todas as atividades físicas dosadas e
programadas, que embora pareçam idênticas na sua base, têm finalidade e meios diferenciados e
específicos. O meio específico da educação física e a atividade física sistemática, concebida para
executar, treinar e aperfeiçoar, de acordo com a intenção principal que anima a atividade física,
ela se desdobra em exercícios educativos propriamente ditos, os jogos e os desportos. Face à
informalidade de que se reveste sua prática, os jogos e os desportos têm um poder maior de
mobilização que os exercícios educativos, sendo recomendável, portanto, para melhor eficácia de
educação física a integração das formas”.
O plano apresentava ainda algumas diferenças em relação à Lei n° 6.251/75, que tratava
da Política Nacional de Educação Física e Desportos, dando uma direção à prática desportiva de
forma mais explícita. De acordo com seu art. 5°, o Poder Executivo definiu a Política Nacional da
Educação Física e Desporto, com os seguintes objetivos básicos:
Ontem e hoje
A Educação Física Escolar passou por diversos momentos, teve certa importância política,
reconhecimento legal, mas cabe indagar por que ela não foi capaz de se consolidar, se legitimar
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como disciplina nas escolas, junto aos pais e aos demais professores.
A Educação Física é oferecida na escola há muitos anos, sua prática foi calcada em
ginástica e recreação e os objetivos definidos eram voltados para a construção de uma cultura que
levasse o aluno a entender a importância daquela prática.
Desde 1996, quando da promulgação da LDB, não há mais determinação de carga horária
das disciplinas. A escola é que constrói seu projeto pedagógico e define a carga horária de cada
uma. Portanto, é o professor de Educação Física que deve justificar a permanência da sua
finalidade, argumentando e convencendo a comunidade da quantidade de sessões a ser oferecida
na escola. Isto representa uma ruptura muito brusca e pegou desprevenidos os professores
escolares, que sempre estiveram sob a capa protetora da obrigatoriedade, sem que tivessem que
se preocupar em demonstrar para os pais, para o corpo docente e até mesmo para os alunos sua
finalidade e sua importância para o futuro da sociedade.
A realização de atividades físicas ganha maior relevância a cada dia. O esporte continua
sendo a grande manifestação da humanidade, como espetáculo ou como forma de lazer.
Proliferam academias de ginásticas e é crescente o número de adeptos das atividades físicas, mas
na escola, a educação Física está sofrendo um grande impacto. A disciplina desprestigiada sem
finalidade definida, perde espaço e os exemplos de sua prática de modo geral, a desabona e
complica sua posição no contexto educacional. Em contrapartida, as escolas que oferecem o
esporte, a iniciação desportiva, convênios com clubes e academias têm uma maior freqüência e
ganham um enorme interesse por parte dos alunos e jovens. Significa dizer que os jovens vêem a
Educação Física como uma atividade prática? ou que pela difusão da mídia se interessam pela
prática de atividades físicas, mas não a da escola, que não atende às expectativas do que se
procura? Por que se perdeu esse espaço na escola?
Daqui por diante não haverá mais determinação de quantitativo de sessões semanais em
nenhuma disciplina, as Secretarias de Educação e Conselhos de Educação não são mais órgãos
diretivos e sim normativos, cabendo à escola construir seu próprio currículo de acordo com a
realidade da comunidade.
Não se trata de uma missão simples. Ainda vivemos sob a influência de antigos paradigmas
e a cultura de aptidão física, iniciação desportiva, formação de equipes representativas, apesar de
todo um discurso de inclusão, de interdisciplinaridade e da importância da Educação Física para a
formação integral.
O problema não será revertido pela legalidade, pois não há mais amparo legal para
determinar a obrigatoriedade de duas ou três aulas semanais. Não se pode ficar aguardando que
os Legisladores atendam apelos dos profissionais e promulguem leis que tornem a Educação Física
Escolar obrigatória em todos os níveis e ciclos de ensino, o que esbarraria em
inconstitucionalidade, uma vez que nenhuma disciplina terá tratamento diversificado.
A Educação Física Escolar deve das oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam
suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como
seres humanos.
Seja qual for o objeto de conhecimento em questão, os processos de ensino-aprendizagem
devem considerar as características dos alunos em todas as suas dimensões: cognitiva, corporal,
afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social.
1- Educação Física Higienista – Para tal concepção cabe a Educação Física um papel
fundamental na formação de homens e mulheres sadios, fortes, dispostos à ação. Tal concepção
entende que independentemente dar determinações impostas pelas condições de experiência
material, o indivíduo pode e deve “adquirir saúde”. Robustez corporal de certa parcela da
juventude, robustez advinda de uma vida de poucas privações, é colocada como paradigma para
toda a juventude. E os meios para alcançar tal padrão são encontrados na adoção de um correto
programa de Educação Física.
A Educação Física Higienista é uma concepção que se preocupa em erigir
a Educação Física como agente de saneamento público, na busca de uma “sociedade livre das
doenças infecciosas e dos vícios deteriorados de saúde e do caráter do homem do povo”.
2- Educação Física Militarista – É uma concepção que visa impor a toda a sociedade
padrões de comportamento estereotipados, frutos da conduta disciplinar própria ao regime de
caserna. Também se preocupa com a saúde individual e com a saúde pública. Todavia o objetivo
fundamental da Educação Física Militarista é a obtenção de uma juventude capaz de suportar o
combate, a luta, a guerra. Assim a Educação Física funciona mais como selecionadora de “elites
condutoras”, capaz de distribuir melhor os homens e mulheres nas atividades sociais e
profissionais. O papel da Educação Física é de “colaboração no processo de seleção natural”,
eliminando os fracos e predominando os fortes, no sentido da “depuração da raça”.
Na Educação Física Militarista, a ginástica, o desporto, os jogos recreativos, etc., só tem
utilidade se visam à eliminação dos “incapacitados físicos”, contribuindo para uma “maximização
da força e poderio da população”.
A Educação Física Militarista, por sua vez, visa a formação do “cidadão-soldado”, capaz de
obedecer cegamente de servir de exemplo para o restaurante da juventude pela sua bravura e
coragem.
PRATICANDO...
ATIVIDADES...
1 – Faça uma reflexão sobre: a Educação Física, suas transformações através dos tempos, sua
influência no contexto escolar e na prática profissional nos dias de hoje.
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Bibliografia
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