cavalaria, poesia, nobres, igrejas e catedrais, rainhas, palácios, aias, camponeses, códigos de honra, um mundo desconhecido por descobrir... A sociedade dividia-se em três classes: 1. A nobreza, encarregada de defender a pátria e fazer a guerra. 2. O Clero, que tinha como missão rezar e garantir a salvação das almas. E, finalmente: 3. O Povo, a classe mais pobre, que tinha de trabalhar para o Clero e para a Nobreza O conhecimento era cuidadosamente guardado nos mosteiros e conventos, passando de geração em geração através da escrita dos monges copistas. A Idade Média pautou-se essencialmente por disputas, conflitos, guerras. Só mais tarde veio a paz... Com a expulsão dos mouros em meados do séc. XIII foi possível uma maior dedicação aos tempos livres, e destes brotou a poesia e a prosa... – nos campos, entre o povo; – nos palácios, entre nobres e cavaleiros; – nas igrejas, monges; A função das obras literárias que se foram produzindo, oralmente e por escrito: – função lúdica e satírica; – função didáctica, social, moralizadora; – função épica (enaltecer os feitos lusitanos). AI FLORES, AI FLORES DO VERDE PINO… – Vós me preguntades polo voss Ai flores, ai flores do verde pino, ´amado, se sabedes novas do meu amigo!e eu ben vos digo que é san´e Ai Deus, e u é? vivo. Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu Vós me preguntades polo voss amado! ´amado, e eu ben vos digo que é viv´e Ai Deus, e u é? sano. Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs E eu ben vos digo que é san´e comigo! vivo Ai Deus, e u é? e seerá vosc´ant´o prazo saído. Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, E eu ben vos digo que é viv´e sano aquel que mentiu do que mh´á e seerá vosc´ant´o prazo jurado! passado. Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é? Cantiga Partindo-se Senhora, partem tam tristes Meus olhos por vós, meu bem, Que nunca tam tristes vistes Outros nenhuns por ninguém.
Tam tristes, tam saudosos,
Tam doentes da partida, Tam cansados, tam chorosos, Da morte mais desejosos Cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, Tam fora d'esperar bem, Que nunca tam tristes vistes Outros nenhuns por ninguém.
João Roiz de Castel-Branco (séc. XV), Cancioneiro Geral
The Confusion of Tongues by Gustave Doré (1865) homens, para alcançarem o céu, ou por Deus, como símbolo do seu poder? Deus criou as várias línguas do mundo para lançar a confusão entre a humanidade, como castigo pela sua ambição desmedida, ou como recompensa, proporcionando diversidade e cultura? Dá a tua opinião, e A Lenda de Babel 1 E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. 2 E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. 3 E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi- lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal. 4 E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. 5 Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; 6 E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. 7 Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. 8 Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. 9 Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra. Génesis, cap. 11