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Portal da Igreja Pentecostal Deus é Amor Página 1 de 42

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Linha 0800 No município de Reserva, no Paraná, existia uma fazenda com o
Orquestra nome de Santa Helena. Esta
Sobre o portal fazenda era de propriedade da
A Bíblia Online família Miranda, que era composta
Galeria de fotos por cinco membros: o casal senhor
Informativo Roberto e dona Anália e seus três
Enquetes filhos Araci, Clodomiro e Juquinha.
Indique este site O senhor Roberto administrava a
Pedido de oração fazenda desde o cultivo da terra nas
Meu testemunho plantações, até a criação de gado e
Contatos outros animais. A casa da fazenda
Visitas ao portal: era totalmente rodeada por
4626583 pinheiros, que faziam um lindo
Visitantes agora: contraste com a terra fértil e
402 avermelhada do Paraná. Foi neste lugar maravilhoso, entre árvores,
Informativo IPDA plantações e animais que eu nasci.
Cadastre-se aqui: Meus pais não conheciam a Bíblia, mas por desígnio divino, deram-
Nome me o nome de David; sem nunca imaginar que aquele menino ao qual
E-mail
dona Anália, minha mãe, havia acabado de dar à luz, estava escolhido
desde o ventre para ser o que sou hoje: “Um servo fiel do Senhor
Jesus, que prega a cura divina e a libertação das almas”. Com a
Webmail minha chegada, a família passou a ser composta por seis pessoas,
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mas ela ainda não estava completa. Mais tarde, viria mais uma
menina por nome de Anani, a caçula da família Miranda.
Senha
Meus pais eram católicos, haviam aprendido a crer em Deus, de
acordo com o ensino católico romano; cumpriam sua religião com o
Meu favorito! corpo, a alma e a mente. Eram sinceros naquilo que criam. Por esse
motivo, a casa de meus pais foi por longos anos, a igreja católica e
Página inicial!
hospedagem para padres missionários que para lá se dirigiam. Era
um lugar bastante afastado da cidade e o povo da redondeza se
dirigia para lá de três em três meses, na época em que os padres
missionários vinham celebrar missas , casamentos e batizados.
Eu fui criado em um lar muito católico, de forma que mais tarde, eu

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também passei a ser católico apostólico romano, como meus pais e


toda a minha família. Nós éramos devotos de São Gonçalo do
Amarante e todos os anos, no dia seis do mês de Agosto,
realizávamos uma grande e concorrida festa em homenagem ao
“santo” da família. Esta festa era de grande importância para nós; e
para que pudéssemos realizá-la, meu pai gastava vultuosa quantia em
dinheiro. Fogos de artifício de toda espécie eram comprados, também
matávamos várias cabeças de gado da fazenda para alimentar
gratuitamente os romeiros que para lá se dirigiam, a fim de
homenagearem São Gonçalo do Amarante.
Era formada no pátio da fazenda, uma enorme fogueira que me
fascinava, a qual dávamos o nome de Caieira. Esta fogueira chegava
a medir vinte metros de altura e era erigida bem alto para que
pudesse iluminar à grande distância, a longa procissão que seguia
para lá. Durante toda noite, enquanto a fogueira Caieira se
mantivesse acesa, havia gente ao seu redor comendo e bebendo.
Para se levantar a fogueira, eram gastos metros e metros de lenha,
porém, meu pai não olhava o gasto, pois o “santo” homenageado, era
o que recebia maior devoção de toda a minha família.
No decorrer da festa, a romaria tinha parte também no interior da
casa, pois um dos cômodos, o
mais amplo, era o santuário da
família. Era neste cômodo que
ficava o altar a São Gonçalo do
Amarante. Quando a romaria
passava a ter continuidade
dentro da casa, nesse cômodo,
dois violeiros ficavam de frente
para o altar cantando as rezas
do “santo”, enquanto duas filas,
uma de homens e outra de
mulheres, se colocavam atrás
dessa dupla e dançavam a noite
toda. Havia tanta reverência neste ritual, que ninguém dava as costas
ao altar em nenhum momento sequer.
Em um determinado momento durante a festa, era levantado no
pátio em frente à casa principal da fazenda, um mastro que era feito
de pinheiro esquadrejado, pintado com mais ou menos, oito tipos de
tintas em cores diferentes. A bandeira do “santo” era hasteada na
ponta desse mastro e nesse instante, milhares de fogos de artifícios
eram queimados. Isso causava tal barulho, que chegava a ensurdecer
os que estavam mais próximos. Eram tantos e tão diferentes os tipos
de fogos soltos ao mesmo tempo, que formavam nuvens de fumaça
no ar. Todos os anos, nós realizávamos essa festa e o mastro
permanecia por dois ou três anos no mesmo local, sem cair, pois era
de uma madeira muito forte e resistente. No outro ano, mesmo que o
mastro do ano anterior não houvesse apodrecido, levantava-se outro
ao lado daquele, por isso, às vezes chegávamos a ter até dois ou
mais mastros num mesmo pátio, porque eles só podiam ser retirados
dali, se estivessem caindo de podre ou velhos.
Sem dúvida, essa era a maior festa realizada fora da cidade de
Reserva e era a festa católica mais comentada da região. Quem a
realizava, era a fazenda Santa Helena, propriedade da minha família.
Lembro-me que ainda adolescente, tornei-me congregado mariano

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e usava com orgulho, a minha fita azul ao pescoço, com a medalha da


minha protetora; também minhas irmãs Araci e Anani, se tornaram
filhas de Maria, a exemplo de minha mãe, a qual era apostolada. Eu
aprendia com os padres missionários, nossos hóspedes, o catecismo
e estudava com afinco as apostilas que eles me traziam; porém, nada
disso me ajudou a evitar o mundo de pecado para onde me dirigi,
mesmo sendo tão religioso. Muito cedo comecei a fumar, beber, jogar
e praticar todo tipo de atos que não agradam a Deus, sem receber
nenhuma orientação de que deveria colocar um ponto final em tudo
aquilo, porque eu estava a desagradar o Deus criador do homem.

Capítulo 2: A mudança e o meu primeiro emprego

Eu e meus irmãos tínhamos grande admiração por papai e


seguíamos sem pestanejar, a sua fé e crença, mas quando completei
treze anos de idade, meu pai veio a falecer, o que fez com que nos
sentíssemos meio desamparados; porém, não desanimamos e
continuamos a morar na fazenda, fazendo o mesmo trabalho que ele
desenvolvia.
Mamãe assumiu o controle de tudo, em relação à administração
dos negócios, porque nós, por muito que quiséssemos, nada
podíamos fazer para ajudá-la nesta parte, então procurávamos ajudar
nos pequenos afazeres, pois éramos todos menores de idade. Foi
uma luta muito grande para mamãe, criar os filhos e assumir a
fazenda, território masculino, sozinha.
Quatro anos após a morte de papai, anos de muita luta para
mamãe, vendemos a fazenda e fomos morar em Monte Alegre, ainda
no estado do Paraná. Passei a trabalhar na fabrica de papéis Klabin.
A sessão em que eu trabalhava era composta por aparelhos de alta
precisão; estes aparelhos mediam toda a produção do maquinário,
desde a chegada da madeira em estado bruto, até a saída dos papéis
já prontos, das maquinas. Ali passei algum tempo trabalhando e
mantendo ainda a doutrina que havia recebido em minha infância.
No mês de Abril do ano de 1957, minha mãe voltou a vender a
outra casa em Telêmaco Borba, ainda no Paraná e fomos morar em
São Paulo, para onde minha irmã Araci já havia ido.
Até então, eu ainda era congregado mariano e continuava a
guardar nossa religião como sendo muito
cara para mim. Respeitava os “santos” e
guardava todos os dias consagrados a eles.
Por outro lado, eu gostava de carnaval,
freqüentava bailes, cinemas, circos, teatros,
luta-livre e futebol. Na luta-livre, eu tinha um
lutador predileto que era o mascarado; ele
era um lutador diferente dos demais, lutava
com uma máscara no rosto e ninguém o
conhecia; isso o cercava de uma áurea de
mistério que me fascinava, por isso eu
gostava imensamente de vê-lo lutar. No
Boxe, o meu boxeador predileto era o Eder
Jofre. Eu tinha também um time de futebol de adoração, que era o
São Paulo Futebol Clube. Quando o meu time ou a seleção brasileira
perdia um jogo, eu chegava a chorar, devido ao meu fanatismo e
adoração desenfreada por este esporte.

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Mais ou menos no ano de 1957, minha mãe se converteu a Jesus.


Minha irmã Araci, nesta época, já era crente a um ano e os meus
outros irmãos, após a conversão de minha mãe, foram se
convertendo; apenas eu resistia ao evangelho e continuava incrédulo.
Eu não queria acreditar, que mamãe, que era tão católica, havia se
tornado crente; e ela, ao se converter a Jesus, abriu as portas da casa
para que os crentes viessem visitá-la e realizar cultos domiciliares. Se
ela, na incredulidade havia feito de nossa casa uma igreja católica,
por que não torná-la agora em uma igreja evangélica?
Mas eu não via o fato por esse ângulo e dentro do meu coração,
me revoltava por ver minha mãe agindo dessa forma. Uma grande
decepção invadia-me e sentia-me traído por minha família. Eu
pensava: “Como eles podem ter mudado tão facilmente de religião?”
Eu considerava isso como uma afronta à memória e à religião de meu
pai e pensava que se meu pai ainda estivesse vivo, mamãe não
estaria agindo assim.
Eu ficava furioso ao ver os crentes todos os domingos em minha
casa e para mostrar o meu desagrado e o quanto isso me irritava,
assim que eles entravam na sala, ligava o rádio no meu quarto,
sintonizava em uma emissora que estivesse ou fosse começasse a
transmitir futebol e aumentava o volume na ultima altura; pensava que
dessa forma, poderia perturbar o culto deles e fazê-los ir embora. Eu
não dava a mínima importância a tudo aquilo que eles estavam
falando sobre Deus e outras coisas mais e não me interessava sobre
a conversa deles sobre Jesus Cristo. Era um incrédulo nato. Eles sem
dizer nada apenas me suportavam e oravam a meu favor. Outras
vezes, quando eles chegavam em casa, eu saía; tinha que mostrar o
meu desprezo por eles, então passava pelo local onde estavam, sem
ao menos olhá-los. Enquanto eles ficavam em casa com mamãe, eu
ia para a catedral católica Praça da Sé e ficava ali por muitas horas
lendo catecismo e rezando; pedia aos "santos" que trouxessem de
volta ao catolicismo, toda minha família e principalmente minha
mamãe.
Certo dia, quando eu cheguei do trabalho, encontrei minha mãe
vasculhando gavetas procurando santinhos de papel e se desfazendo
deles, rasgando-os; também pegava as imagens de esculturas e
preparava para quebrá-las, junto com os oratórios. Eu não queria
acreditar no que meus olhos viam; então, sem poder presenciar por
mais tempo tudo aquilo, profundamente magoado com mamãe,
apanhei tudo de suas mãos e levei para o meu quarto, trancando-os
lá. Meu quarto era pequeno e ficou repleto de idolatrias; eu mal tinha
espaço para me locomover, mas estava satisfeito, eu havia
conseguido salvar algumas imagens.
Cheio de revolta eu pensava comigo e dizia: “Que tipo de religião é
essa, que não permite que se tenha em casa as imagens dos ‘santos’
que por tanto tempo haviam sido objetos de nossa adoração?” Na
época eu não entendia que não era a religião de mamãe que proibia,
mas a própria palavra de Deus é que condena; como está escrito:
“Não farás para ti, imagem de escultura, nem semelhança alguma do
que há em cima no céu, nem embaixo na terra e nem nas águas
debaixo da terra” (Deut5:8). Mas, por mais que eu tentasse, realmente
não conseguia entender minha mãe; para mim, aquilo que fizera não
tinha lógica nenhuma. Cheguei a pensar que mamãe estivesse
mentalmente fraca.

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As imagens que eu havia levado para o meu quarto, eram muitas e


algumas possuíam até setenta e cinco centímetros de altura. As
vezes, ao acordar de madrugada no meu quarto, me assustava com
as imagens, pensando que pudessem ser pessoas que haviam
entrado sorrateiramente.
Minha revolta contra mamãe, aumentava a cada dia, pois já a
alguns meses, eu vinha sentindo uma angústia desesperadora e
culpava minha mãe, achando que a minha inquietação era porque ela
permitia que os crentes viessem à nossa casa para realizar cultos. Eu
não entendia ou não queria entender, que tudo aquilo de anormal que
eu estava sentindo era a voz de Jesus e sua mão de poder, já
trabalhando em minha vida para trazer-me para seu rebanho.
No início do ano de 1958, eu tomei a decisão de abandonar o meu
lar e esperava uma oportunidade para fazê-lo (a luz não tem
comunhão com as trevas). No dia seis de julho desse ano, quando eu
voltava de uma matinê dançante para casa, vinha pensando em uma
maneira de poder escapar do meu lar sem que ninguém notasse; eu
havia decidido ir embora de casa naquela noite mesmo. Dois dias
antes, eu completara vinte e dois anos, portanto, nada me impedia de
viver a minha vida. Pensando assim, eu andava depressa, queria
chegar logo à minha casa, pegar minhas coisas e sumir. Eu ia
pensando comigo mesmo: “Nunca mais verei esses crentes na minha
frente, nem perto de mim e muito menos junto comigo numa mesma
casa”. Ah, como eu me enganava! Aquela havia sido uma decisão
diabólica, tomada minutos após eu haver saído de uma matinê.
Porém, como “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem
presente na angústia” (Salmo 46:1). Ele me socorreu e ao perceber,
estava em frente a uma igreja evangélica.

Capítulo 3: O evangelho em minha vida

Era por volta das dezenove horas, eu vinha pela Estrada da


Conceição, em Vila Munhoz, São Paulo; como sempre, procurava
uma festa, quando fui surpreendido por um cântico; pensando tratar-
se de um baile ou coisa parecida, parei para ouvir o que era aquilo.
Muitas vozes cantavam ao mesmo tempo; “ A garça de Jesus, jamais
me faltará, jamais me faltará”. Eram vozes de homens e de mulheres,
e cantavam juntos; quando pude perceber, eu estava em frente a uma
igreja de crentes. Lutei para fugir daquele local e pensava comigo
mesmo: “Mas como é que eu fui parar justamente nesta porta? Eu
estou acostumado a passar por este local e sempre neste trecho, eu
atravesso para o outro lado da calçada; como é que hoje, eu não
desviei o caminho?” Não conseguia dar nenhum passo que me
levasse para longe dali; minhas pernas pareciam de chumbo e como
que guiado por uma mão misteriosa, entrei e sentei-me tremendo da
cabeça aos pés. Eu que era vaidoso e soberbo e ainda por cima, não
gostava dos crentes, ao ouvir aquele corinho, senti algo diferente e
estranho, como eu nunca havia sentido até então na minha vida; e,
apesar de minha vaidade e do espírito soberbo, entrei naquele salão
de culto onde só haviam crentes pobres e humildes. Ao entrar no
local, notei que todos olhavam para mim; alguns, disfarçadamente,
outros, abertamente. Eu creio que eles olhavam para mim e
pensavam que eu era um doutor, pelo modo como eu me trajava. Eu
estava muito bem vestido, pois estava vindo de uma matinê dançante.

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Quando eu me sentei num dos bancos daquele salão, uma voz


começou a penetrar nos meus ouvidos, tentando me persuadir a sair
dali e dizia: “Vá embora, não há ninguém aqui que pertença ao
mesmo nível que você; aqui não há ninguém que pertença à média ou
à alta sociedade; esse não é o seu ambiente”. Tentei me levantar e
sair dali, mas era como se alguém me segurasse; tentei me levantar e
novamente não consegui. Hoje eu sei que era o Espírito Santo de
Deus, lutando por mim.
Permaneci naquele local até o final do culto, muito embora eu não
os acompanhasse nos glorias as Deus e aleluias e nem ao menos
cantasse os corinhos e hinos; eu era soberbo demais para isso e cria
que aquilo eram atos de pessoas sem respeito. Pensava comigo
mesmo: “Onde já se viu bater palmas e fazer tanto barulho dentro de
um igreja? O que eu não sabia, é que aquelas pessoas estavam
apenas manifestando a alegria que o crente fiel a Deus sente, ao
prestar-lhe um culto. O que eu não entendia, é que aquele povo
apenas demonstrava imensa alegria de servir a Deus e cheios do
Espírito Santo, faziam o pequeno salão estremecer com os seus
louvores. Isso era algo que eu não entendia, pois o homem natural
não entende esses mistérios de Deus.
Após os louvores, foi concedida a palavra ao pastor que iria trazer a
mensagem de Deus naquela noite. Lembro-me bem que era um
pastor baiano, com o sotaque nordestino bem acentuado e de um
português muito ruim. Ele leu a palavra do Senhor, ou seja, a Bíblia,
em Gênesis, capitulo vinte e dois, que fala sobre o sacrifício de
Abraão. O pastor lia aquele texto e a mensagem penetrava em meu
coração como fogo que ia destruindo toda a minha incredulidade.
Notei que aquele pastor não possuía sabedoria humana; percebi que
era um homem sem estudo e no meu orgulho pensei: “Agora eu quero
ver! Ele não tem sequer um sermão escrito consigo, como ele vai
explicar alguma coisa para essas pessoas?”
Ah, como eu me enganava. Eu pensava e cria que os servos de
Deus falavam de si mesmos; porém, tive uma enorme surpresa , pois
nessa hora, Deus começou a falar pela boca daquele seu servo e os
quase cinqüenta membros que ali estavam, não se continham e
davam glórias a Deus e aleluia! Eram jovens, senhoras, anciãos,
enfim, pessoas de varias idades, mas todas unidas em um só espírito,
porque todos eles sentiam o poder de Deus e a virtude do Espírito
Santo em suas vidas. Eu, cheio de orgulho e soberba resistia em
silencio, embora ouvindo palavras tão tocantes, como jamais ouvira
em toda minha vida de vinte e dois anos. O pastor decorria o texto de
uma maneira, que falava diretamente em meu coração. Cada palavra
que ele dizia, penetrava mais profundamente a minha alma e eu
pensava: “Eu nunca vi esse pastor; ele não conhece a mim, nem a
minha família, como ele pode estar falando a respeito da minha vida?”
O que eu não sabia, é que não era o pastor que falava e sim o
Espírito Santo, que conhece todas as coisas.
Em dado momento, eu comecei a sentir algo diferente acontecendo
comigo, dentro de minha alma; algo que eu nunca sentira entes; algo
maravilhoso. Fechei os olhos e vi como que, serpentinas de fogo no
ar, dentro da igreja; então comecei a ‘ver’, os meus pecados e as
minhas misérias; os quais, até aquela hora e data, eu não havia
sentido antes. Pela primeira vez, após tantos anos e muito tempo em
minha vida, eu comecei a chorar. Chorei de arrependimento, por meus

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pecados, chorei por tudo que eu já fizera à mamãe, chorei pelo


abandono e isolamento de minha família, que eu mesmo provocara e
principalmente, chorei por haver magoado tanto a Jesus. Eu reconheci
naquele, instante todos os meus pecados, que até aquela data de seis
de julho de 1958, eu não havia reconhecido, pois não considerava-me
um pecador. Como eu poderia ser um pecador, se confessava-me
todos os domingos ao padre? Eu não tinha consciência, de que o
único que poderia me perdoar e me absorver de todos os meus
pecados, era Deus. Eu não sabia, que o único para quem eu deveria
confessar os meus pecados, era Jesus.
Quando o pastor encerrou a mensagem, eram mais ou menos,
nove e meia da noite, então, uma senhora bastante idosa que eu, é
claro, não conhecia por ser a primeira vez que estava ali, começou a
profetizar e ouve grande silêncio na igreja. Eu não sabia o que era
profecia, nunca havia visto antes e sendo a primeira vez que entrava
em uma igreja evangélica, tudo era novo para mim. Deus, através
dela, começou a falar comigo, a respeito de minha vida. Eu sabia que
era Deus; só podia ser Ele, pois eu não havia dito nada a ninguém
que iria abandonar o meu lar, a minha família e no entanto, aquela
senhora estava falando coisas a meu respeito que só eu e Deus
sabíamos. Eu era solteiro, cuidava dos negócios da minha mãe e
sustentava a casa; ninguém poderia saber dos meus planos; porém,
aquela senhora continuava a falar tudo a meu respeito e as palavras
mais tocantes foram estas: “Não sabes tu que morri por ti,
derramando o meu sangue na cruz do calvário? Por que rejeitas a
salvação e o amor que te ofereço?” Foi nessa hora exata, que tomei a
decisão de ser um salvo por Jesus; sim, agora eu queria ser um
crente.
Ao terminar o culto, quando me dirigia para casa, eu já não ia mais
pensando em abandonar o meu lar, mas sai dali com bons
pensamentos e chorando pela rua feito criança. Me sentia
completamente modificado, com o meu corpo bem leve e algo me
tocando, me acompanhando, algo para o qual eu não tinha
explicação, pois, eu sequer sabia que algo assim existia. Algo tão
maravilhoso e sobrenatural, que o homem natural não conhece , não
sabe que existe, nem pode receber ou sentir, enquanto não aceitar a
Jesus como único suficiente salvador de sua alma.

Capítulo 4: Deixando a velha religião

Enquanto ia para casa, entrei em uma rua de terra batida sem


iluminação e não me contive; olhei para o céu e prometi a Jesus
deixar todos os vícios e pecados. Rasguei minha carteira de cigarros
que trazia no bolso, ajoelhei-me em plena rua e com lagrimas nos
olhos perdi o perdão de Jesus. Então vi uma luz de cor inexistente
aqui na terra, que cruzou o céu como um raio ou um cometa e veio
em minha direção, parecendo que ia cair bem ali onde eu estava,
ajoelhado em plena via pública. Se eu já havia me sensibilizado por
tudo o que ouvira na igreja durante aquela pregação, agora muito
mais, pois senti que aquele sinal de luz, fora enviado por Deus, para
que eu tivesse certeza de que o perdão e a salvação da minha alma
estavam confirmados. Pela Segunda vez então, naquela noite, eu não
tive outra decisão a tomar e prometi abandonar tudo que não agrada a
Deus e que eu estivera praticando.

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Ao chegar em casa, mais ou menos às vinte e três horas, minha


mãe já estava dormindo e eu fui para o meu quarto. Talvez, se ela
estivesse acordada, eu teria contado a ela que havia aceitado a
Jesus, ou talvez não, não sei dizer. A verdade é que aquela alegria
que eu estava sentindo, era tão grande, que eu tinha vontade de gritar
ao mundo inteiro que Jesus havia me recebido de braços abertos, me
perdoara e me salvara.
Ao entra no meu quarto, deparei com as imagens de escultura que
eu havia levado para lá, evitando que mamãe as quebrasse (eram de
minha adoração). Foi nesse exato momento, olhando para aquelas
imagens, que eu compreendi as atitudes de mamãe. O mesmo e
inabalável desejo, que mamãe sentira, de quebrá-las, tomou conta de
mim. Apanhei todas elas, coloquei em um enorme saco e segurando
tudo aquilo firmemente nas mãos, dirigi-me a um terreno baldio que
ficava próximo à minha casa. Ali mesmo quebrei todas as imagens,
uma a uma, até a do famoso bom Jesus, que eu mais amava e que
media setenta e cinco centímetros de altura. Eu possuía também
vários maços de baralhos, com diversificados tipos de jogos, pois
gostava de jogar; naquele momento, porém, eu os rasguei, queimei e
joguei fora junto com as imagens. Foram momentos decisivos em
minha vida.
Por muito tempo eu cultivara uma revolta e ódio irracional contra os
crentes, mas tudo aquilo de repente acabou; entretanto, ainda não
havia tomado a coragem de contar à minha mãe, que agora eu
também era um crente em Jesus.
Continuei indo todas as noites à igreja, mas ninguém em casa sabia
que eu havia aceitado a Jesus. Quando me viam sair, pensavam que
eu ia ao baile ou ao cinema. Eles nunca imaginariam que o David,
aquele usado nas mãos do maligno para se revoltar e odiar a todos da
família, agora também estava salvo por Cristo Jesus. Devido à minha
grande incredulidade, o maligno, que é satanás, havia se aproveitado
da minha fraqueza e jogara-me contra a minha própria família, de tal
modo, que eu nem ao menos conversava com qualquer um deles e
dentro daquela casa já não havia ambiente para mim; era por isso,
que eu tinha vergonha de dizer que agora eu fazia parte daquele povo
que eu tanto combatera. Foi no dia doze de julho, num sábado de
oração, que eu recebi o batismo com o Espírito Santo; já fazia uma
semana que eu havia aceitado a Jesus e freqüentava a igreja
regularmente, todos os dias. Na noite em que eu fui batizado com
Espírito Santo, passei a noite na vigília e cheguei em casa as seis
horas da manhã, fui dormir. Quando acordei, mais ou menos ás treze
horas, senti o Espírito Santo sobre mim e comecei a ler a Bíblia.
Cheguei a um texto em que não conseguia entender uma parte do
que estava lendo, então fui ler para minha mãe, para que ela me
explicasse aquele trecho.
Comecei a ler com voz trêmula, mas no meio do versículo, o
Espírito Santo, se apoderou de mim em línguas estranhas e eu
comecei a glorificar o nome do Senhor. Mamãe também deu glórias a
Deus, alegre e surpresa, pois até então, ela não sabia que eu havia
me convertido ao Senhor. Para dizer a verdade, ninguém em casa
sabia que eu havia me convertido. Talvez eles desconfiassem que
alguma coisa acontecera, pois o meu quarto, antes tão entulhado,
agora estava limpo de todas as imagens; porém eles não me
perguntavam nada. A bem da verdade, nós já quase nem nos

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falávamos mais, devido a tantas brigas dentro de casa por motivo de


religião. Então, ninguém sabia ainda do ocorrido que transformara a
minha vida.
Eles congregavam em outra igreja cuja denominação era diferente
da minha. Ninguém em casa, falava mais do evangelho para mim,
porque falar comigo sobre esse assunto, era briga na certa. Naquele
instante, porém, o Espírito Santo fez-me confessar pelas línguas
estranhas que eu proferia, que eu era um novo convertido em Jesus
Cristo. Daquele dia em diante, todos puderam notar a mudança
completa que Jesus fez em minha vida. O meu exterior brilhava,
transmitindo a alegria que transbordava do meu interior. Deus, na sua
onisciência, podia ver a sinceridade, o anseio e a alegria em servi-lo,
em meu ser. Eu não faltava um dia sequer aos cultos, pois cada um
era mais maravilhoso a mim do que o anterior e também não perdia
uma vigília, pois o Espírito Santo, dava-me enorme prazer e força
para orar, jejuar e buscar os excelentes dons de Deus; até que fui
batizado nas águas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nada podia me tirar daquele jubilo em que eu me encontrava.
Trabalhar, para mim, agora era algo supérfluo, mesmo que disso
dependesse a minha vida material. O meu desejo agora, era estar
continuamente com Jesus, em todos os lugares, em todos os
momentos e em cada segundo eu queria dedicar a Deus. O que eu
sentia na minha vida, era algo tão sublime e maravilhoso, que todo e
qualquer instante, para mim, era próprio para sentir a presença de
Deus ao meu lado, junto comigo. No meu emprego, na hora do
almoço, ao invés de ir para o refeitório com os outros, eu me trancava
no banheiro e ficava orando baixinho e mesmo assim, sentia
fortemente a presença de Deus. Aquele algo mais, que invadia a
minha alma, era algo inexplicável e seria preciso reunir a todos os
grandes sábios e cientistas da terra para explicarem o fenômeno e
ainda assim, eles não saberiam dizer; porque o mistério divino da
salvação, não há sabedoria humana, por mais profunda que seja, que
o alcance em poder, em glória, em majestade e em fulgor.

Capítulo 5: O caminho do justo

Mesmo antes de descer as águas batismais, eu já havia sido


batizado com o Espírito Santo e, para completar a
minha alegria, recebi o dom da palavra. Havia na igreja
em que eu congregava, um grupo de jovens que
evangelizava todos os fins de semana em praças
púbicas. Lembro-me que esse grupo de jovens, era
composto por servos fiéis ao Senhor e que gostavam e
se preocupavam em buscar os dons de Deus. Esses
jovens, tinham renunciado às coisas que agradam a carne, para
dedicar a vida a Jesus. Integrei-me ao grupo e estava bastante feliz
em fazer parte daquele trabalho de evangelização, onde se podia
notar o anseio de ganhar almas para o Reino de Jesus. Eu me sentia
bem no meio deles, pois o meu intuito era também, já naquela época,
como é até hoje, ganhar almas para o nosso Senhor Jesus Cristo.
Como de costume, antes de sairmos para pregar, nos reuníamos
na igreja para orar e nessas reuniões, eu era o primeiro a chegar, pois
sentia grande prazer e regojizo na oração desde de o inicio da minha
conversão. Lembro-me como se fosse hoje, um dia que se tornou

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muito especial para mim; era um sábado e nós iríamos pregar na


Estação da Luz em São Paulo. Estávamos, a maioria, em
consagração a Deus; oramos e após fazermos os preparativos,
saímos, ansiosos para falar às pessoas ainda não crentes, do amor
de Jesus. Já estávamos no ônibus, quando nos lembramos que não
havíamos escolhido ninguém para ser o mensageiro naquele dia;
comentamos o assunto e não nos preocupamos mais, porque
sabíamos que no momento oportuno, Deus, na sua infinita
misericórdia, nos indicaria qual de nós seria o instrumento usado em
suas mãos, para falar do seu poder maravilhoso.
Já estávamos na praça da Estação da Luz, eram mais ou menos,
dezesseis e trinta horas. Um pouco antes de lermos a Bíblia e darmos
inicio á mensagem, foi me dada uma oportunidade de relatar a minha
conversão; como eu ainda não recebera o dom da palavra, senti um
certo receio de não conseguir transmitir às pessoas que ali estavam, a
minha conversão, de maneira satisfatória.
Na hora dos louvores em que o grupo todo estava cantando, eu
havia me alegrado e cantado junto também, mas aquele momento era
o de maior importância, era a segunda parte da concentração e
esperávamos que Deus falasse de uma maneira bem tocante
conosco, de tal forma que pudéssemos transmitir a todos aqueles que
haviam parado para nos ouvir, a alegria, o regozijo que nos invadia,
por termos a Cristo em nosso ser.
Desde de que me convertera, eu vinha pedindo a Deus, durante
minhas orações, um dom especifico, ou seja, eu não estipulava o dom
que gostaria de receber de suas mãos, mas eu pedia um dom que lhe
conviesse e que servisse para ajudar ainda mais, à sua obra.
Na hora em que eu fui chamado para relatar o meu testemunho, eu
não rejeitei, pois mesmo sem ter o dom da palavra, eu gostava de
contar a todos a minha conversão que, para mim, era algo exclusivo e
que não ocorrera com mais ninguém além de mim. Não era egoísmo
de minha parte, ou alguma presunção minha, mas realmente parece
que ninguém se sentia como eu, desde a minha conversão, até
aquele instante. Eu costumava relatar o testemunho em dez minutos,
nas oportunidades anteriores e pensava agir da mesma forma
naquele instante, porém no meio do relato senti desejo de ler a Bíblia
e os dez minutos que eu pensava serem necessários para dizer o que
eu pretendia, pareceram muito poucos. Abri a Bíblia no livro de Tiago
e comecei a discorrer o texto e sobre ele falei mais ou menos, uma
hora sem que me faltassem palavras. Na verdade, eu encerrei a
pregação porque já escurecia. Foi assim que eu recebi o dom da
palavra.
Ao relatar aqui em poucas palavras, o modo como Deus me
concedeu esse dom, pode parecer ter sido bastante fácil, mas não foi.
Eu vivia em constante jejum e oração a esse favor, ou seja, para que
Deus me concedesse um dom que lhe conviesse. Nesse dia em que
recebi o dom da palavra, havia mais de vinte e quatro horas que eu
estava de jejum; eu havia iniciado o jejum a Deus na sexta-feira ao me
levantar e já estávamos no dia de sábado as dezesseis e trinta horas.
Eu realmente busquei com muita sinceridade de coração os dons
preciosos do Senhor, porque eu sabia que se tivesse apenas um dom
de Deus, que fosse, nada poderia me deter e o meu intuito era, e é
até hoje, derrotar a satanás; esse anjo do mal que escraviza e
acorrenta suas vítimas, trazendo grande sofrimento à humanidade até

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hoje.

Capítulo 6: O encontro com Jesus

Graças à misericórdia do Senhor e por ser um jovem sincero, de


bom testemunho, dedicado à obra de Deus e bastante esforçado, em
pouco tempo tomei sob minha responsabilidade, por ordem do pastor
de minha igreja, um tabernáculo na Vila Maria baixa, na avenida
Guilherme Cotching, em São Paulo. Nessa época eu tinha seis meses
de crente convertido ao Senhor, mas já havia descido as águas
batismais, para cumprir a justiça de Deus. Lembro-me que no
Domingo anterior ao batismo, eu estava ansiosos para que ele
chegasse logo e na véspera desse dia, passei a noite na vigília;
quando o relógio marcava seis horas da manhã de domingo, eu já
estava no local; fui o primeiro a chegar à beira do córrego onde seria
realizado o batismo. Assim, fui batizado em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo, como manda a Palavra de Deus no livro de São
Mateus, capítulo vinte oito e versículo dezenove: “Portanto ide, ensinai
a todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo”.
Foi confiada a mim essa grande responsabilidade de tomar conta
de um igreja, e por eu ser
solteiro e recém convertido, as
perseguições não demoraram a
surgir. Elas vinham para me
abater, mas não conseguiam,
pois eu buscava refugio em
Deus através do jejum e da
oração. Havia alguns obreiros
que eram pregadores e
convertidos a muito mais tempo
do que eu; eles começaram a
sentir inveja, por eu ocupar aquele cargo para o qual fora designado.
Sentiam-se ultrajados por haver sido confiado a mim e não a eles, a
responsabilidade de um congregação tão abençoada como era aquela
que eu havia assumido. Nas minhas orações comecei a suplicar a
Deus por eles, para que Deus agisse segundo a sua vontade em mim.
No começo do ano de 1960, para evitar contendas e escândalos e
mais discórdias, pois isso não convém aos santos, eu resolvi passar a
responsabilidade daquela congregação a outro obreiro, pois diz a
Palavra de Deus, no livro de Timóteo, capítulo dois e verso vinte e
quatro: “O servo de Deus não deve contender e sim fugir de
contendas, porque só servem para perversão dos ouvintes”.
Eu conhecia bem a palavra de Deus; até aquela data eu já havia
lido a Bíblia duas vezes, de Gênesis à Apocalipse e fazia o curso
bíblico “A Bíblia Sagrada”. Obedecendo o meu professor Jesus, que
dizia: “Examinai as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida
eterna e são elas que de mim testificam” (São João5:39).
Depois de ter passado essa fase de lutas e provações, fiquei
apenas freqüentando os cultos por uns cinqüenta dias, mais ou
menos, em diversas denominações diferentes. Sendo, então,
convidado pelos dirigentes dessa igrejas, passei a pregar em seus
templos , a palavra de Deus. Costumava fazer vigília todos os
sábados e feriados. Um Domingo, após eu voltar de uma vigília, fui

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dormir e sonhei que estava falando do amor de Cristo, em uma igreja


de outra denominação que não a minha e a qual eu nunca havia
visitado.
Ao me levantar, mais ou menos, as treze horas, comecei a meditar
no sonho; anotei o nome da igreja e fui visitá-la à noite. Cheguei e
sentei-me bem atrás, num dos últimos bancos. O culto já havia
começado e o pastor presidente da igreja, estava no púlpito. Logo
após eu haver entrado, o pastor me chamou à frente, para tomar lugar
no púlpito junto com ele e os demais pastores e presbíteros que ali
estavam.
Quando eu subi ao altar, ele disse dirigindo-se à congregação:
“Hoje, eu é que iria pregar, mas o irmão David está conosco e ele irá
trazer a mensagem de Deus para nós e depois irá orar por todos”.
Confesso que fiquei um tanto inibido e surpreso, porque nunca havia
ido àquela igreja e no entanto, o pastor me conhecia; eu, que nunca
havia desprezado a oportunidade de pregar o evangelho de Cristo,
aceitei. Aquele foi um culto de grande poder e maravilhas e Deus
operou poderosamente.
Nos instantes finais do culto, eu retornei a palavra ao pastor
presidente e este, movido pelo Espírito Santo, perguntou á igreja, se
gostaria que o irmão David Miranda viesse a ser um obreiro daquela
denominação; na mesma hora a igreja vibrou, dando glórias a Deus e
aleluias, enquanto eu, bastante emocionado me lembrei do sonho que
tivera naquela manhã e que não tinha contado para ninguém. Aceitei
o convite, crendo e tendo fé em Deus, que Ele iria operar
grandemente por meu intermédio naquela obra, porque ali estava a
confirmação do que Ele me revelara em sonhos.
Alguns dias depois, foi me dada uma congregação na Vila Maria,
no Jardim Japão, para que eu tomasse conta. Em pouco tempo,
aquela congregação prosperou mais do que as outras da mesma
denominação e isso logo ocasionou outra inveja. O fato daquela igreja
ter crescido rapidamente, serviu de pretexto para que alguns obreiros
passassem a me perseguir. A inveja deles aumentou mais, quando
eu, mesmo solteiro passei a fazer parte da diretoria daquela igreja
Minha dedicação era grande à obra de Deus, eu era muito dedicado
também aos membros daquelas igreja e sentia que era retribuído em
minha afeição e que a igreja em geral, gostava muito de mim. O
próprio pastor era a meu favor contra os invejosos, porque ele
também via o meu esforço para com aquela congregação.
Devido a um problema de saneamento básico na cidade, a igreja
sede não possuía água encanada; esta era pedida ao vizinho em
baldes que eram enchidos e usados para limpar os banheiros e
colocados em filtros para que o povo que freqüentava a igreja
pudesse beber.
Mediante essa necessidade, eu pedi uma permissão à diretoria,
para que junto com outro irmão, pudéssemos escavar um poço no
próprio terreno da igreja, pois ela tinha condições e espaço suficiente.
A diretoria permitiu-nos fazer esse trabalho e todas as sextas-feiras,
quando saíamos do trabalho, íamos, eu e este irmão, que também era
bastante esforçado, furar o poço. Trabalhávamos também aos
sábados e domingos na perfuração; quando o poço já estava em sua
etapa final, com dezoito metros de profundidade, juntaram-se três
obreiros que eram presbíteros e quiseram nos fazer parar a
perfuração do poço.

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A Bíblia nos diz em I Corintios, capítulo três e versículo três: “Pois


havendo entre vós inveja, contenda e dissensões, não sois por
ventura carnais e andais segundo os homens?”
Estes três obreiros, não discerniam que era o diabo a induzi-los
nessa discórdia e por não terem nenhum outro argumento, alegaram
que o poço do vizinho produzia água em quantidade suficiente, para
abastecer também a igreja, além da casa vizinha e que mais a mais, o
vizinho nunca reclamara de dá-la gratuitamente a nós gratuitamente a
nós e que sendo assim, não havia necessidade de que perfurássemos
aquele poço no terreno da igreja. O pastor presidente, olhando para
eles depois de tê-los ouvido, perguntou-lhes se alguma vez eles já
tinham ido buscar água na casa do vizinho. Como não houve resposta
o pastor lhes disse: “Sequer um único balde de água, vocês jamais
tiveram coragem de ir buscar e tão pouco estão preocupados em
ajudar na perfuração desse poço. Na verdade o que vocês querem é
implantarem no nosso meio, esse sentimento de desunião e inveja,
que demonstra impureza de coração e estão tentando impedir esse
trabalho, que só ira trazer benefícios para a igreja; além do mais, esse
assunto da perfuração do poço, já foi discutido amplamente entre a
diretoria e havendo sido aprovado, vai continuar até o fim”. Mais uma
vez satanás foi envergonhado, o pastor presidente encerrou o assunto
e nós que trabalhamos naquela empreitada, continuamos o serviço.
Logo o poço, com vinte e um metros de profundidade, já estava
produzindo água que ultrapassava a altura de dois metros e já havia
água suficiente para encher os baldes, lavar os banheiros e para que
todos pudessem tomar, sem que para isso fosse preciso incomodar o
vizinho. Par mim, aquele poço parecia mais o poço de Jacó, onde
Jesus havia parado em certa ocasião, para tomar água, próximo à
Samária (São João 4:1-30). Depois do trabalho concluído, os
presbíteros me perseguiram ainda mais; porém, como sempre fazia
quando voltava da igreja, orava até altas horas pela madrugada, para
pedir a Deus que aumentasse minhas forças e que eu pudesse vencer
aquelas provações.

Capítulo 7: Uma vida debaixo da garça

Na noite do dia primeiro de novembro de 1961, ao voltar da igreja ,


como era de costume, eu fui orar. Naquela noite em especial, eu senti
de prolongar em oração até alta madrugada e assim fiz. Comecei a
orar mais ou menos, as vinte e três horas do dia primeiro e conforme
ia orando, ia sentindo o poder de Deus se manifestando a cada
instante, maior do que o anterior. Era mais ou menos, duas horas e
cinqüenta minutos do dia dois de novembro; eu senti como se
estivesse flutuando nos ares; já havia mais de três horas que eu orava
a Deus sem cessar, de joelhos e com o rosto no chão. Minha roupa já
estava molhada de suor; eu podia ‘viver’ naquele momento, o capítulo
vinte e dois de São Lucas e versículo quarenta e quatro, que diz: “E
posto em agonia, orava mais intensamente e o seu suor tornou-se em
grandes gotas de sangue que corriam até o chão”.
Eu senti que era o Espírito Santo, aquele que estava habitando em
mim, me fazendo sentir aquela graça maravilhosa, pois Jesus quando
orava no monte, por diversas vezes enfrentou noites frias e ainda
assim suou. Todas as noites, quando eu orava ao Senhor, sentia o
fogo divino do Espírito Santo e isso, para mim, já era algo normal de

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se acontecer; mas naquela noite eu estava me sentindo de uma


maneira diferente. O fogo divino era o mesmo, mas parece que mais
intenso. De madrugada eu já não me continha, minha carne parecia
que estava se separando da minha alma; eu tremia compulsivamente
da cabeça aos pés; até meus dentes pareciam bater uns nos outros;
eu sentia que algo ou alguém de imenso poder, estava se
aproximando de mim. O versículo dezesseis, do livro de provérbio, no
capítulo oito, me veio à mente: “Eu amo aos que me amam e os que
de madrugada me buscam, estes me acharão”. Havia já quatro horas
que eu estava ajoelhado orando. Seres celestiais estavam comigo, ao
meu redor, naquele meu pequeno quarto. Eu podia senti-los
movendo-se ao meu redor. Não existem palavras que possam
descrever o que eu sentia naquele momento; tudo o que eu já sentira
de amável, sublime e glorioso na minha vida, parecia ínfimo perante
aquilo que eu sentia naquele instante. Jamais uma criatura humana
pode sentir algo parecido, a menos que esteja em contato íntimo com
Deus. Lembrei-me da expressão de Jacó que dissera: “Este lugar não
é outro, senão, a morada do Altíssimo” (gênesis 28:10-17). Eu me
maravilhava com o som que podia ouvir. Sim, naquele instante, eu
ouvia vários sons celestiais, vozes de arcanjos, coros celestiais.
Aleluia! Algo glorioso acontecia.
Eu não conseguia pronunciar palavra, mas também eu, naquela
hora, não queria dizer nada, não queria falar coisa alguma; eu queria
apenas ouvir aqueles sons sublimes. De repente, uma voz se fez ouvir
acima daqueles sons diversos. Era uma voz com o som de muitas
vozes e ouvi que me dizia: “Meu servo não temas as lutas, pois te
escolhi e grande obra tenho a fazer por teu intermédio. Muitos se
levantaram contra ti, mas não prevalecerão. Aqueles que forem
contigo Eu serei com eles, mas aqueles que forem contra ti, Eu serei
contra eles” (Gênesis 12:3). “Por isso não temas a lutas e
perseguições, porque grande obra tenho a fazer por teu intermédio.
Eu enviarei povos e nações para que através de ti, eles sejam
curados por mim.”
Eu não disse nada em palavras naquele instante e mesmo que
tentasse dizer alguma coisa, não conseguiria. Porém, no meu
pensamento eu perguntava: “Senhor esta obra será realizada através
da igreja a que pertenço, ou através de outra?” E Ele me disse: “Eu
darei o nome da igreja”. Depois disso, houve grande silencio, mas sua
voz ainda ressoava naquele recinto. Era incrível! Sem que eu
houvesse dito nada, Deus soubera da minha pergunta e me
respondera.
Voltei a mim e vi que estava em meu quarto, porque eu estivera
como que arrebatado, pois quando começara a ouvir a vós do Senhor,
parecia que eu havia sido transportado ao paraíso ou a uma parte do
céu. O lugar onde eu estivera ajoelhado por mais de quatro horas,
estava molhado, ali havia uma grande roda de suor, que havia
escorrido do meu corpo.
O Senhor me tocara com brasas vivas, tal qual ocorreu com Isaías:
“Mas um dos serafins voou para mim trazendo na sua mão uma brasa
viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com ela tocou a minha
boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios e a tu iniqüidade foi
tirada, e purificado o teu pecado” (Isaías 6:6-7). Não contei a
ninguém essa minha conversa especial com o Senhor; e por muito
tempo ninguém soube do ocorrido entre eu e Deus, num momento de

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plena comunhão. Continuei a buscar a Deus pelas madrugadas,


pedindo a Ele que me dissesse o nome da igreja, como prometera,
para que eu fosse congregar nela; porque eu queria que sua
promessa se cumprisse logo em mim. Eu esperava que Ele dissesse
o nome de uma igreja já bastante conhecida e abençoada; e qual não
foi a minha surpresa, quando após vinte e um dias de oração, Ele me
disse o nome: “DEUS É AMOR”.
Depois que recebi o nome da igreja, fui procurá-la e fiz isso
incansavelmente, mas não conseguia encontra; já pensava até que
deveria ser uma igreja em outro estado que não o de São Paulo. Foi
quando Deus me orientou dizendo através de divina revelação do
Espírito Santo, que eu deveria fundar uma igreja e colocar-lhe este
nome. Obedecendo a ordem do Senhor, entreguei a congregação a
qual tomava conta, no jardim Japão, em Vila Maria, e sem dizer nada
a ninguém, nem ao menos o pastor dirigente, dei início ao trabalho de
fundação de uma nova igreja. Por certo, o pastor deve ter pensado,
que o motivo da minha saída, era devido à grande luta pela qual eu
passava e que já não estava mais suportando. A partir de então, eu
pude entender, porque as lutas eram tão grandes, mas na época elas
não me pareciam ter um porquê.

Capítulo 8: Ungido a pastor

Eu não tinha com fundar uma igreja, era apenas um cooperador,


sem dinheiro ou qualquer outro recurso
necessário a este propósito. Mas uma coisa
era certa, eu sentia um grande desejo de
falar do amor de Jesus. Comecei, então, a
fazer cultos ao ar livre na Praça da Sé, em
São Paulo, aos sábados e à noite. Pregava,
também, nas praças dos bairros nos dias de
semana. Eu era impulsionado a falar do amor
de Jesus, pelo Espírito Santo de Deus.
No mês de março de 1962, fui despedido
da firma onde trabalhava no escritório, como
funcionário exemplar, já a quatro anos.
Naquele tempo não existia o fundo de
garantia e sim a indenização. Recebi uma
certa quantia como indenização e com essa importância, de imediato,
aluguei um amplo salão na antiga rua Setenta, hoje, uma avenida, em
Vila Maria, bem próximo a onde morávamos. Paguei o aluguel do
salão já por três meses adiantado.
No final do mês de março, inauguramos a igreja na antiga rua
Setenta, hoje, Avenida Afonso Pena, em Vila alegre, região de Vila
Maria. Estávamos tão ansiosos pela inauguração do salão, que não
tivemos tempo de instalar a energia elétrica e pedimos emprestado a
do vizinho, pois o salão era novo. Deus proveu todas as necessidades
e pudemos contar, mais ou menos, umas cinqüenta pessoas no dia da
inauguração.
Começamos o trabalho com cultos todas as noites, mas os
membros que a igreja Deus é amor tinha, eram apenas minha mãe
Anália, minha irmã Araci e eu. Certas noites, apenas eu e minha mãe
comparecíamos à igreja, então orávamos, pedindo a Deus que
enviasse as ovelhas que viriam a fazer parte daquele aprisco.

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Deus tinha e ainda tem um plano com a Igreja Pentecostal Deus é


Amor; sendo assim, enviou logo, algumas pessoas que se unirão à
nossa igreja. Alguns irmãos fiéis a Deus, que nos conheciam e à
nossa sinceridade já a alguns anos, vieram congregar conosco. A
igreja não tinha ainda, condições de ter uma diretoria, nem um
estatuto registrado. Havia também, a necessidade de separarmos
alguém para pastor, a fim de que este pudesse celebrar a ceia aos
membros.
Decidimos reunir os já setenta membros que compunham a Igreja
Pentecostal Deus é Amor, em assembléia geral, para votar entre dois
candidatos: eu e um outro irmão. Um de nós seria eleito pastor da
igreja. No Domingo, dia quinze de abril de1962, às duas horas da
tarde, demos inicio ao culto de consagração. Para que esse culto
fosse realizado, enviamos cartas-convite a oito pastores de outras
denominações evangélicas, que traziam a mesma doutrina que a
nossa, convidando-os para esse evento. Ao receberem as cartas
convites todos eles se prontificaram a vir derramar o óleo da unção
sobre a minha cabeça; desta forma eu seria separado a pastor.
O culto havia sido iniciado as quatorze horas, já havia se passado
uma hora, desde o inicio e nenhum daqueles oito pastores que
haviam sido convidados e tinham confirmado que viriam, havia
chegado ainda eu comecei a ficar preocupado e ao mesmo tempo,
magoado, pois eu julgava que todos eles eram meus amigos e irmão
em Cristo e me estimavam muito. Talvez o motivo de eles não terem
vindo a esse evento, era o fato de eu ser ainda muito novo, o que os
deixara um tanto receosos.
Quando mamãe e eu não tínhamos mais lágrimas de tanto chorar
de decepção, o pastor Roberto Anésimo chegou. Eram, mais ou
menos quinze e quarenta e cinco. Cheio de ansiedade, sem saber se
ria de alegria ou se chorava de tristeza, eu passei a palavra a ele, que
após ler a Bíblia no livro de Timóteo, capítulo três, explanou o texto e
orou juntamente com a igreja. Em seguida, tomou em suas mãos, o
óleo da unção e desceu do púlpito. Pediu que eu me ajoelhasse e eu
o fiz. Quando me ajoelhei para receber a unção, comecei a sentir a
mesma graça que sentira no dia dois de novembro, em meu quarto,
quando Deus me visitara e falara comigo na madrugada.
Nesse exato momento, antes que a igreja se pusesse em pé e o
pastor derramasse o óleo da unção sobre a minha cabeça, eu senti
como se uma chuva de pedras, caísse sobre mim; em meus ombros
costas e cabeça. Então a igreja se colocou em pé para a oração e o
pastor derramou o óleo ungido sobre a minha cabeça. Neste instante,
eu ouvi a mesma voz que falara comigo na madrugada do dia dois de
novembro e esta voz me disse: “Meu servo, não é o homem que esta
te ungindo e sim eu, que te escolhi, pois grande é a obra que tenho a
fazer por teu intermédio”.
Pude repassar em minha mente a passagem do livro de I Samuel,
capítulo dezesseis, verso doze: “Então mandou em busca dele e o
trouxe, e era ruivo e de formoso semblante, de boa presença, e disse
o Senhor: ‘Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é”. Se o caro
leitor puder ler a Bíblia, verá nesta passagem, que Davi, quando
ungido a rei de Israel, era solteiro e ainda jovem.
Que dia de benção e de vitórias tão grandes, foi aquele para mim.
Agora, a Igreja Pentecostal Deus é Amor, já tinha seu primeiro pastor
para celebrar a ceia e as demais cerimônias que a Bíblia exige que

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sejam celebradas por um pastor ou presbítero. A igreja, já tinha


alguns irmão membros e outros obreiros, em condições de fazerem
parte de uma diretoria. Foi ai então, que fizemos o estatuto da Igreja
Pentecostal Deus é Amor e registramos em cartório no dia três de
julho de 1962. Se a lei exigia que fosse feito isso, assim seria feito,
porque a Bíblia diz: “Dai a César o que é de César e a Deus, o que é
de Deus”.
Agora a Igreja Deus é Amor, já era uma pessoa jurídica e existia de
fato.

Capítulo 9: A fundação da Igreja Pentecostal Deus é Amor

A igreja ainda possuía poucos membros e os dízimos que entravam


ainda não eram suficientes para saldar as dívidas, nem sanar os
compromissos que a igreja assumira. Devido a essa dificuldade
financeira, eu voltei a trabalhar materialmente, pois havia uma grande
necessidade de que os compromissos assumidos pela igreja fossem
cumpridos. Eu tinha de pagar o programa de radio que apesar de
serem apenas quinze minutos, era bastante caro. Este programa era
apresentado três vezes por semana em um emissora, que tinha por
nome Radio Industrial e ficava no bairro do Butantã. Alguns dias
depois, conseguimos mais doze minutos na Radio Cacique, em São
Caetano do Sul, também três vezes por semana. Além da igreja, havia
também a minha mãe, que dependia de mim e eu não queria deixar
faltar nada a ela ou em casa.
Após um ano da inauguração da igreja, nos mudamos para a
Avenida Afonso Pena, para um pequeno tabernáculo, mas devido a
perseguições por parte dos vizinhos, tivemos que nos mudar
novamente e desta vez fomos para a rua Carmem Porto, em Vila
Medeiros.
O primeiro batismo que realizamos, tínhamos apenas duas irmãs
novas convertidas para batizar, mas para nós, aquela ocasião foi
motivo de grande festa e regozijo. Alugamos um ônibus e fomos e
voltamos cantando, por todo o trajeto; numa alegria muito grande.
Lembramo-nos da palavra de Deus, que diz: “Mais vale uma alma
salva, que o mundo inteiro perdido”.
Agora, mais do que nunca eu buscava a Deus. Nos acostumamos a
reunir-nos na chácara de um irmão membro de nossa igreja, a fim de
passarmos a noite em vigília buscando a face de Deus. Foi numa
dessas vigília que Deus me deu o dom de divina revelação. Foi uma
noite de poder aquela, um poder sobrenatural. Deus começou a me
usar e revelou pessoas em pecado na vigília. Todos os sábados eu
pregava em nossa igreja de São José dos Campos, após haver
pregado lá, eu ia para a vigília e passava a noite com os demais que
também compareciam.
No outro dia bem cedo, eu voltava para aquela cidade para fazer o
programa a qual tínhamos todos os domingos pela manhã, das oito as
nove horas, pela Rádio Piratininga, de São José dos Campos.
Eu, praticamente, só vinha à São Paulo à noite, para participar da
vigília na chácara com outros irmão. Depois do programa, ao voltar
para a cidade de São Paulo, no mesmo Domingo em que eu recebera
o dom de revelação na vigília, fui pregar na nossa sede na rua
Carmem Porto, como fazia todos os domingos a noite. Antes do
término do culto, Deus me revelou uma criança que ia ser operada

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das amídalas, na segunda feira. Um pouco receoso tive medo de


chamar à frente, aquela menina com a sua mãe, mas ao terminar o
culto, chamei aquela mãe (uma senhora católica), para que eu
pudesse orar pela criança. No momento em que eu orei, impondo as
mãos sobre a cabeça da menina, ela expeliu as duas amídalas pela
boca. Sua mãe começou a chorar de alegria e contou-me que a sua
filha estava com uma operação marcada para o dia seguinte. A minha
fé aumentou muito, pois fora exatamente como Deus me revelara.
Desde de então, não tive mais receio e quando o Senhor Deus me
revelava algo, através do Espírito Santo, eu chamava as pessoas até
a frente e Deus as curava de suas enfermidades, na hora. A
freqüência de pessoas na igreja, começou a aumentar e já tínhamos
condições de pagar o aluguel e os programas de rádio.
Nesta época, o dirigente de São José dos Campos, entregou a
igreja e em conseqüência desta situação, parei de trabalhar
materialmente e fui tomar conta da igreja daquela cidade. Eu dormia
no próprio salão da igreja sobre os bancos e sem condições
financeiras melhores, eu me alimentava apenas de pão e café. Foi
uma luta muito grande. Devido o meu afastamento, o povo começou a
diminuir sua freqüência nos cultos da igreja sede em São Paulo.
Então, eu orei a Deus que preparasse um obreiro urgente, para ficar
tomando conta daquela igreja de São José dos Campos, para que eu
pudesse retornar a São Paulo. Deus ouviu a minha oração e preparou
um obreiro que ficasse tomando conta daquela igreja. Era um irmão
que viera de outro ministério, mas que amava a sã doutrina e me deu
provas de que estava realmente preparado para ficar a frente do
trabalho, ali na cidade de São José dos Campos. Desse forma, eu
pude voltar para São Paulo e novamente tomar conta da sede.
No mês de março de 1965, em um sábado fui a uma vigília na Vila
Maria baixa. Era na casa de um casal bem idoso, muito abençoado
por Deus. Íamos todos os sábados nessa vigília e só em chegarmos
na casa desse casal, já sentíamos a presença do Senhor. Foi nessa
vigília do mês de março, que eu conheci uma jovem por nome de
Ereni. Era uma jovem também crente, que tocava acordeom e
cavaquinho, louvando a Deus. Fomos apresentados um ao outro por
esse casal, dono da casa onde eram realizadas as vigílias.
No dia em que fomos apresentados um ao outro, não nos falamos
muito, pois o objetivo de todos os presente, era buscar a Deus. Como
todas as outras, essa vigília foi maravilhosa, naquela tempo, caía
tanto poder de Deus nas vigílias, que o povo não sentia cansaço e
nem via o tempo passar. Quando encerramos a vigília, às sete horas
da manhã, o sol já estava alto no céu. Me despedi da irmã Ereni, bem
como de todos os irmão presentes e fui para casa descansar.
Durante a semana, lembrei-me várias
vezes da irmã Ereni e de como ela havia
se destacado louvando a Deus com vários
e belos hinos, durante a vigília. Pensei
também que Deus poderia abençoar uma
união entre nós dois e fui falar com o pai
dela. Três meses depois, no dia doze de
junho de 1965, entramos na Igreja
Pentecostal Deus é Amor, para nos
unirmos sobre os sagrados laços do
matrimônio. Recebemos a invocação de

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bênçãos, para que Deus abençoasse sempre o nosso lar; o pastor leu
a certidão de casamento, que já havia sido feito no civil, perante um
juiz de paz, e a partir de então, estávamos casados perante o homem
e perante Deus. Percebi, que o ministério que Deus havia colocado
em minhas mãos estava completo agora.

Capítulo 10: A Igreja no coração de São Paulo

Após o casamento, fixamos residência na jardim Japão, ai


passamos a fazer concentrações nos cinemas, onde multidões
acorriam para serem curadas por Jesus, na zona leste de São Paulo.
O povo já havia me ‘batizado’ com o título de “O maior pregador de
curas divinas da época”. Relato isso, não para minha glória, mas para
glória do Senhor e para sua honra, que havia falado comigo a algum
tempo atrás, que muitos viriam a mim para serem curados por Ele.
Dentre os muitos milagres que Deus operava entre aquelas
multidão, o que mais me
tocou foi o de uma criança,
ainda bebê; na verdade
recém nascida e que não
tinha ainda, sequer o sinal
dos dois olhos. Numa
concentração, que
realizamos no antigo cinema
Cacique, no bairro de
Aricanduva, a mãe dessa
criança compareceu e
recebeu a benção para sua
filhinha. Na hora da oração pelos dons do Espírito Santo, a mãe da
menina a levou até a frente; eu orei e a mãe voltou a sentar-se no
mesmo lugar onde estava desde o começo do concentração. Quando
a mãe olhou para o rosto da pequenina criança em seus braços, viu
dois olhinhos se abrindo e olhando de um lado e outro. A mãe veio à
frente com a criança nos braços, chorando muito e bastante
emocionada. Apresentando a menina para a multidão, contou o
testemunho do grande milagre que Deus acabara de operar na vida
de sua filhinha de vinte e quatro dias. Aquela criança que não tinha
olhos, agora via como outra criança qualquer, pois estava com os
seus olhinhos perfeitos.
Foi um grande milagre operado pelas mãos potentes de Jesus, por
meu intermédio. A cada dia, eu sentia minha fé aumentando ainda
mais em Jesus. Foi um período trabalhoso; de muitas vitórias sim,
mas também de grandes lutas. Eu já tinha uma despesa muito grande
com os programas de rádio e aluguéis dos salões onde ficavam as
nossas igrejas, nos bairros.
Ao voltarmos para casa à noite, eu e minha esposa Ereni, depois da
concentração no cine Cacique, fomos checar nosso orçamento
semanal e vi que estávamos com quase nada; para ser exato,
estávamos com o dinheiro suficiente para apenas duas passagens de
ônibus. Eu ia todos os dias até São Caetano do Sul, para apresentar o
programa pela Rádio Cacique de São Caetano, que era apresentado
das seis às seis e vinte da manhã. Disse para minha esposa: “Ereni, o
dinheiro que tenho comigo, dá para pagar apenas a passagem de ida
para a rádio, mas não dá para voltar”. Era necessário que eu tomasse

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duas conduções para ir até a rádio, e duas para voltar”. Quando eu


disse isso a ela, pudemos compreender que no outro dia não teríamos
o dinheiro, sequer para comprar o pão.
Então, tornei a falar com Ereni, perguntando: “O que você acha que
eu devo fazer? Devo ir ou não? Se eu for , você vai ficar sem pão para
o café da manhã”. Ela olhou para mim e falou com a voz
demonstrando estar cheia de fé: “Você vai fazer o programa. A obra
de Deus não pode parar”. Já eram quase zero horas do próximo dia,
então fomos orar para deitar e dormir. Durante aquela oração eu tive
uma visão. Eu vi um pão redondo sobre a mesa da cozinha.
Ás quatro e quarenta e cinco minutos, me levantei e sai para fazer o
programa. Apesar do programa ser às seis horas, eu tinha de sair
bem cedo de casa, porque a rádio ficava em outro município. No
percurso para a rádio, ao descer de um ônibus e pegar outro, eu
pensava: “é o único e último dinheiro que tenho. A volta, Deus
proverá”.
Nós lutávamos com muita dificuldade e muito suor pela obra de
Deus. A igreja, por ser ainda nova, não tinha condições de comprar
sequer um gravador, para gravarmos os programas de rádio, então,
precisávamos fazê-los ao vivo. Havia a necessidade de
economizarmos ao máximo, pois tínhamos ainda o pagamento e os
aluguéis das igrejas dos bairros; e eu sempre responsável com as
coisas que eram minhas, muito mais me tornava responsável pelas
coisas de Deus. Lutávamos muito, mas sempre conseguíamos efetuar
ao pagamento desses compromissos em dia.
Não sei se era impressão minha, mas eu senti, enquanto fazia o
programa, que naquele dia, o programa estava ainda mais abençoado
que os outros; creio que não era algo que eu sentia de mim mesmo,
mas a presença de Cristo, junto a mim ali no estúdio. Mesmo sabendo
que teria que voltar a pé para casa depois, eu sentia meu coração
cheio da graça de Deus.
Quando terminei o programa, ao abrir a porta do estúdio para sair,
deparei com duas irmãs que eu não
conhecia, pois eram de outra denominação.
As duas se dirigiram a mim e uma delas, com
lágrimas nos olhos me disse que na hora da
oração, durante o programa, ela tinha tido a
visão de um anjo no estúdio, ao meu lado.
Elas estavam maravilhadas, diziam que
haviam recebido um milagre, pois elas se
encontravam no auditório da rádio, que
ficava do lado de fora do estúdio, então elas
criam que aquilo era um milagre de Deus; o
fato de poderem presenciar um anjo do
Senhor, de corpo presente ali. Me pediram
que eu orasse por elas, pois o acontecido as deixara cheias de fé.
Orei por elas e suas famílias e ao me despedir delas com a Paz do
Senhor, aquelas irmãs me entregaram um pequeno embrulho. Eu
pensei que aquilo fosse um pedido de oração, pois a embalagem era
pequena. Saindo da rádio Cacique, resolvi abrir aquele embrulho e
qual não foi a minha surpresa! Dentro da embalagem havia dinheiro
suficiente para comprar as passagens de ônibus e voltar para casa.
Ao chegar em casa por volta das oito e meia da manhã, vi um pão
em cima da mesa; era tal e qual eu presenciara na visão durante a

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oração da noite anterior. Perguntei para minha esposa: “Ereni onde


você conseguiu dinheiro para comprar o pão?” ela disse: “Ah, este
pão foi um presbítero da nossa igreja, aquele que é padeiro, que
trouxe hoje de manhã aqui. Ele disse que havia feito um pão especial
naquela madrugada e resolveu trazer o pão aqui para nós”. Ficamos
ambos, agradavelmente surpresos, quando eu lhe contei sobre as
duas irmãs que haviam estado na emissora de rádio; e pensamos,
nunca aquele presbítero, irmão de nossa igreja, que era padeiro já a
tanto tempo, havia nos dado um único pão sequer, além do que, ele
morava um pouco distante de nós e quando ia para casa, ao voltar do
serviço, o seu ônibus não passava por ali; da mesma forma, nunca
alguém tinha ido, até aquele dia, ao estúdio da rádio onde eu fazia o
programa. A conclusão a que chegamos, era que Deus havia usado
aquelas pessoas, para prover aquilo que necessitávamos e nossa fé
aumentou ainda mais no Senhor Jesus.
Milhares de pessoas eram curadas das mais terríveis enfermidade,
durante as concentrações. A igreja continuava a crescer. Nossa
alegria era enorme no Senhor e ela aumentou mais um pouco,
quando no dia primeiro de abril de 1966, Deus, através de suas
promessas de que os filhos são herança dele para nós; nos
presenteou um lindo casal de filhos, os nossos primogênitos aos quais
demos os nomes bíblicos de David e Débora.

Capítulo 11: Os primeiros passos de uma obra

A maior dificuldade daquela época, é que eu tinha além da sede,


outras igrejas nos bairros para ministrar a Santa Ceia do Senhor;
então, eu as ministrava mesmo durante a semana e também à noite.
Sempre depois do programa na rádio Cacique, eu fazia um culto às
nove horas, na nossa congregação de Santo André, na rua Campos
Sales e à tarde fazíamos cultos na praça João Mendes, de hora em
hora e à noite, nas congregações dos bairros. Havia dias, em que eu
tomava de dez a quatorze ônibus por dia, para poder ir dar assistência
nas igrejas. Essa foi uma época da qual eu posso dizer que Deus me
deu forças demais. Eu dormia apenas quatro horas por noite, todos os
dias da semana, pois fazia o programa da madrugada ao vivo.
Durante cinco anos, trabalhamos incansavelmente, grandes
milagres eram realizados nas vidas das pessoas que compareciam à
igreja. No ano de 1970, conseguimos alugar um salão maior na rua
Fernão Sales, no Parque Dom Pedro II. Dividimos o salão com
divisórias de compensado e lambril, pois passei a morar com minha
esposa e meus filhos, que agora já eram quatro, na parte de trás do
salão. Este salão dividido em duas partes, uma para morarmos e
outra para fazermos cultos, passou a ser a sede da nossa Igreja
Pentecostal Deus é Amor.
Nessa época nós já tínhamos nossa filhinha Léia e a Ereni estava
grávida do nosso caçula, o Daniel.
Lembro-me de quanta dificuldade a
minha querida esposa e
companheira de luta na obra de
Deus, enfrentava. Não tínhamos
condições de ter um tanque, pois
não havia onde instalá-lo, então ela
lavava as roupas em bacias e as

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estendia em seguida, em varais improvisados dentro do cômodo onde


dormíamos. O salão não possuía ventilação nenhuma e era intestado
de ratos que nos perturbavam todas as noites. Quanto sofreram,
minha esposa e meus filhinhos por amor de Cristo. Muitas vezes as
crianças acordavam de madrugada chorando, porque os ratos as
tinham mordido. Porém, para nós Deus transforma tudo em vitórias.
O Espírito Santo continuava operando, a igreja se expandindo dia a
dia e o melhor, para mim, as almas iam sendo resgatadas do abismo
das trevas, para a luz. No dia oito de setembro de 1968, eu havia
marcado uma concentração em São Vicente, próximo à Santos, no
estado de São Paulo. Pela madrugada a Ereni começou a sentir dores
de parto; pela manhã, eu a levei para a maternidade, na Avenida
Brigadeiro Luiz Antônio e depois de ter dado entrada na maternidade,
deixei minha esposa aos cuidados e observações dos médicos e
enfermeiras e fui para a cidade de São Vicente; de qual modo, eu não
poderia faltar a essa concentração, pois ela havia sido marcada com
antecedência e já bastante anunciada.
Quando cheguei ao local da concentração, uma grande multidão já
me aguardava, ansiosa pelas bênçãos e milagres, que Deus com toda
a certeza, iria operar. Muitas pessoas haviam chegado ali carregadas
e na hora da oração final, Jesus curou muitas enfermidades. Grandes
milagres foram operados pelo Espírito Santo de Deus e só com muita
dificuldade, consegui sair do local ao termino da concentração, porque
o povo não queria me deixar ir. Ao retornar para São Paulo, fui direto
para a maternidade; ao chegar recebi os parabéns dos médicos, pelo
nascimento de meu filho Daniel. Só restava agradecer a Deus, por
mais uma benção recebida no dia oito de setembro de 1968.
Conforme o tempo passava, aumentava cada vez mais a minha
responsabilidade. Agora, eu tinha que fazer mais um programa ao
vivo. Além do programa levado ao ar diariamente pela rádio Cacique,
das seis e quinze às seis e trinta, que eu apresentava ao vivo, havia
agora também, um outro programa pela rádio América, de São Paulo,
das quatro às quatro e quarenta e cinco da madrugada.
No ano de 1969, fiz a minha primeira viagem missionária; fui à
Barra do Turvo, divisa com a Argentina, estado do Rio Grande do Sul.
O objetivo era receber toda uma congregação de novos convertidos,
que havia se formado em um sítio, através das transmissões do
programa transmitido pela rádio América, que tinha uma boa recepção
nesta cidade, município de Palmeira das Missões. Pela primeira vez
em minha vida viajei de avião, fui de São Paulo à Porto Alegre e
depois tomei um ônibus até a Barra do Turvo.

Capítulo 12: O fim de uma década de vitória, 1972

Ao terminar o ano de 1969, a igreja necessitava urgentemente de


um imóvel maior, pois as
multidões que compareciam às
concentrações realizadas na
Praça da Sé, não cabiam no
salão que ocupávamos no
Parque Dom Pedro II. A igreja já
tinha condições de adquirir
alguns imóveis, então
começamos a procurá-los nas

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cercanias do centro da cidade, local de acesso mais fácil para o povo


que vinha de longe.
Encontramos então, duas casas geminadas e bastante antigas, na
rua Conde de Sarzedas, bem próximo à Praça da Sé; adquirimos
estes dois imóveis, que juntos somavam o total de quatrocentos
metros quadrados. O único meio de comportar ali, a massa humana
que comparecia diariamente em nossa igreja, era demolir as paredes
internas das casas, que também precisavam de uma boa reforma.
Não podíamos arcar com as duas despesas ao mesmo tempo, ou
comprávamos a casa e trabalhávamos em sistema de mutirão, ou não
comprávamos , pois não haveria condições de contratarmos uma
firma construtora para o serviço. Sendo assim, convocamos os
membros da igreja, que com grande alegria e entusiasmos, nos
ajudaram em tudo.
A Ereni já estava gestante novamente e nem por isso, se recusava
a trabalhar, pelo contrario, creio que era a que mais trabalhava. Ereni
sempre foi minha adjutora em tudo o que eu fazia para a obra de
Deus e desta vez, não foi diferente. Caminhando ao meu lado, nos
trabalhos de reforma, também nos ajudava até altas horas da noite,
fazendo força, as vezes, além de suas possibilidades, para evitarmos
que as paredes caíssem ou trincassem em dias de chuva. Minha
esposa, além de cuidar das crianças e ajudar nos serviços pesados,
ainda cozinhava para os vinte e cinco irmãos e algumas poucas irmãs
que cooperavam na reforma. Muitas vezes, ela subiu até o Glicério,
até quase o final da Conde de Sarzedas, onde estávamos
trabalhando, com enormes sacolas ou puxando pesados carinhos de
feira, com os alimentos que depois ela cozinhava para todos. Também
nos ajudava a carregar ferros, madeiras, pedras e demais materiais
que uma construção requer. Creio que por esse esforço demasiado
por parte da Ereni, nossa filhinha Raquel nasceu doente, vindo a
falecer dez dias depois de nascida.
Nós ainda pagávamos as prestações da compra das casas que
estávamos reformando, pois seria a nossa seda nacional.
Trabalhávamos dia e noite sem cessar, fazíamos todo o serviço sem
precisar gastar, com mão de obra, graças a boa vontade e
cooperação dos membros.
No dia sete de setembro de 1970, inauguramos a nossa igreja Sede
Nacional. Foi uma festa espiritual
muito linda. Grupos de irmãos e
irmãs desfilaram com faixas e até
bandeira do Brasil e de São Paulo
além, é claro, da bandeira da
igreja que havia sido idealizada e
desenhada pela Ereni; minha
esposa prestimosa que sempre
pensava em tudo. Esse grupo
saiu da rua Fernão Sales e veio
pela rua Vinte e Cinco de Março, depois Frederico Alvarenga, Rua do
Glicério e subiu a rua Conde de Saudades, que naquela época dava
mão para cima, com o povo cantando até chegarmos na nova sede. A
multidão a acompanhar aquele cortejo, era tão grande e feliz, que
impedia o transito e nem se importava com isso. Sim, nas ruas por
onde passávamos, os carros paravam para admirar aquilo tudo.
Pudemos notar entre satisfeitos e estupefatos, que a igreja que

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pensávamos ser grande, logo no primeiro dia, já se tornara pequena


para o número de pessoas. O salão não comportou o povo, que
tomou toda a calçada e também a rua Conde de Sarzedas, num raio
de quase cem metros. A multidão que passou a freqüentar o local,
comparecendo diariamente, aumentou a olhos vistos de uma maneira
surpreendente. Passamos então, a realizar cultos diários às nova, às
quinze e às dezenove horas. Eu pregava diariamente na igreja de
Santo André, que já possuía um amplo salão, na rua Quinze de
Novembro, no centro de Santo André.
Era uma grande, porém, gratificante correria. Eu realizava quatro
cultos diários, às nove horas na sede nacional, ao meio dia em Santo
André e às quinze e às dezenove, na sede novamente. Eu conseguia
fazer tudo isso, porque Deus me dava forças. Em todo tempo, eu
sentia um grande entusiasmo, um enorme prazer pelas coisas de
Deus. A multidão aumentava assustadoramente na sede nacional, nos
três horários. Fazíamos cultos que superlotavam, e as pessoas iam
até a calçada. Os milagres que Deus operava, eram dos mais
impressionantes, jamais vistos e a maioria das pessoas que recebiam
as bênçãos em forma de milagres em suas vidas, eram católicas.
No ano de 1971, quando eu orava a Deus, como sempre fizera e
agora muito mais, pela
madrugada, Ele me falou:
“Amplia a minha casa”. Então
começamos as obras de
ampliação do salão, para os
fundos, onde havia ainda um
amplo terreno. Depois de
pronta mais aquela área,
notamos ainda não ser
suficiente, o espaço requerido
para comportar a multidão, que acorria em massa, tanto de manhã, à
tarde e também á noite. Aos domingos, começamos a fazer quatro
cultos naquele local; das nove ao meio dia, do meio dia às quinze, das
quinze às dezoito e das dezenove às vinte e duas.
O mais impressionante de tudo isso, é que Deus continuava
operando de maneira grandiosa, parecia que Deus superava a si
mesmo, se é que isso é possível, pois os milagres ali realizados eram
indescritíveis. Todos queriam entrar naquele local para serem
abençoados por Deus. Os que entravam, não se davam por
satisfeitos, se não conseguissem chegar até o púlpito, o que quase
ocasionou algum tumulto, várias vezes, durante as concentrações.
Tantas pessoas eram curadas de tão diferentes enfermidades, que
o próprio povo ‘batizou’ a Igreja Pentecostal Deus é Amor de “Pronto
Socorro de Jesus”.
No ano de 1972, passamos a realizar o batismo nas águas, de seis
em seis meses e em todos os batismos que realizávamos, nunca
eram batizadas menos que mil pessoas, isso só da sede nacional,
fora os recém convertidos das igrejas dos bairros.
Este ano de 1972, foi um ano de aberturas das igrejas filiais e em
pouco tempo, para a glória de Deus, já tínhamos em todo o território,
a nossa querida Igreja Pentecostal Deus é Amor.

Não poderia deixar de incluir neste livro, uma


palavra de minha

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querida e saudosa mamãe que tanto me ajudou,

tanto sofreu comigo neste ministério.

“Toda honra, toda glória, seja dada a nosso Senhor Jesus Cristo.
Irmão amados, vocês puderam ler como foi o começo dessa obra.
Esta obra começou pequenininha, como uma criança que engatinha;
ela engatinhou, ela levantou-se, ela andou, ela cresceu e hoje ela é
uma donzela formosa, está esperando seu noivo nosso Senhor Jesus
Cristo.
Porque breve Cristo virá buscar seus escolhidos.
Irmãos amados, estejamos sempre apercebidos, não deixemos de
olhar sempre para o autor e consumador de nossa fé, que é nosso
Senhor Jesus Cristo.
Os leitores, puderam ler parte do que se passou; não tudo, não tudo.
Esta igreja passou falta, muitas vezes, por grandes apertos na parte
financeira, aperto por perseguições, por calunias e por todos os lados;
mas Cristo nunca deixou-nos fracassar.
Cristo esteve sempre na frente.
Coisas maravilhosas, gloriosas, Deus tem feito nessa igreja e
continuará fazendo; enquanto o seu servo for fiel a frente desse
trabalho, pois Deus sempre é verdadeiro.
Porque Deus não falha.
Porque Deus não fracassa.
Porque Deus é forte e poderoso.
A Bíblia sagrada é um livro, um companheiro inseparável o qual
devemos ter sempre em nossas mãos; para examinar os estatutos, as
leis e os mandamentos de nosso Senhor Jesus Cristo; para que
guardemos dentro de nossos corações; para que não venhamos
desfalecer.
Irmãos amados, as lutas e as tribulações estão ai, mas o povo de
Deus, está de cabeça erguida.
O povo de Deus está olhando a volta de Cristo, que breve virá.
Nós sabemos que essa igreja se tornou famosa, mas não no orgulho,
mas sim porque Cristo é glorioso, porque Cristo é famoso.
Assim como Jesus nasceu pequenino, e cresceu tanto na sabedoria,
como em santidade, assim também tem acontecido com esta igreja.
Ela era tão pequenininha, cresceu, evoluiu e está cheia de bênçãos
de Deus.
Eu já estou bastante idosa; se eu morrer hoje, já morro muito satisfeita
com Deus; muito contente com Cristo.
Eu quero contar uma coisa.
Quantas vezes em dias de chuva, íamos eu e meu filho para igreja.
Nesse tempo a igreja tinha poucos membros.
Chegávamos lá, era eu e ele; sabe o que nós fazíamos?
Entrávamos, fechávamos a porta, porque sabíamos que ninguém iria
por causa da chuva e porque eram poucos os membros, dobrávamos
o joelho e orávamos a Deus.
Irmãos, está igreja nasceu no meu joelho e no joelho do David.
Nós tínhamos calos nos joelhos, com feridas, mas não era ferida, era
coro duro.
Porque nós orávamos constantemente para vermos o crescimento
dessa igreja.

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E hoje nós vemos a resposta de nossas orações. Hoje não oramos só


nós dois, hoje o mundo todo ora e por isso é que Deus opera
maravilhas.
Se Cristo vier, vamos subir com Ele.
Jesus disse: ‘Não se turbe o vosso coração, credes em Deus? Credes
também em mim’.
Vamos crer em Jesus.
Nós somos um povo privilegiado, um povo escolhido.
Por quem?
Por um governador ?
Por um presidente?
Não, escolhidos por Deus, um povo escolhido por Deus.
Jesus foi prepara um lugar e este lugar está preparado.
Não desfaleça na fé, mas confie.
Não deixe perder o seu lugar, que por Jesus já está preparado lá no
céu.
Que Deus abençoe! Amem!”

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor
Jesus Cristo, pela qual já esta crucificado para mim e eu para o
mundo” (Gálatas 6:14)

fotos de recordações

O Missionário, quando bebê, no colo de sua mãe Anália; rodeado por seu
pai e irmãos

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O Missionário, adolescente, ainda na fazenda (apontado com a seta). Na


frente, seu pai de paletó claro e gravata escura, e sua mãe ao lado. A
família estava completa e nesta foto aparecem também alguns amigos da
família.

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O Missionário, Já rapaz, com a fita azul de congregdo mariano ao pescoço;


a qual trazia orgulhosamente, sempre às missas (a pedido dele, cortamos a
medalha que aparecia no final da fita).

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Ereni ainda criança com seus pais e amigos da família. Da esquerda para a
direita: sua nãe Áurea, seu pai Otavio e ela, vestida a carater, para uma
festa escolar.

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David e Ereni assinam o livro de registro de casamento perante o juiz de


paz. Como testemunhas, a irmã do Missionário e o esposo desta.

David e Ereni, quando do enlance matrimonial em 12/06/65.

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O Missionário com seus quatro filhos, da esquerda para a direita: Daniel,


Débora, David e Léia.

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David, Débora e Léia com a vovó Ánalia.

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O Missionário e sua esposa na Radio América.

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Missionário posando com o primeiro gravador profissional adquirido pela


igreja e montado nos fundos da Sede Nacional, na época localizada à rua
Conde de Sarzedas. Neste estudio, o Missionário gravavaos programas, dos
quais sua esposa, fazia a tecnica. Estes programas eram enviados depois,
para as rádios que se imcumbiam de leva-los ao ar.

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Uma das concentrações que realizávamos em cinemas. Nesta foto, uma


concentração realizada no cine Itapura.

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Culto realizado em nossa igreja na rua Fernão Sales.

Concentração realizada na Praça da Sé, São Paulo.

Desfile de inauguração da Sede Nacional já na rua Conde de Sarzedas.

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Trabalho de ampliação da Sede Nacional (nesta época a igreja já tinha


condições de pagar uma firma construtora especializada).

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Inauguraçao da Sede Nacional já ampliada.

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Um culto de domingo, realizado na Sede Nacional já ampliada. Esses cultos


lotavam tanto, que era preciso conduzir o povo à parte inferior da
construção, que era destinada aos veículos; e mesmo assim ainda muitas
pessoas não podiam entrar.

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Missionário David Miranda em uma grande concentração realizada no


Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, no final dos anos 90.

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Portal da Igreja Pentecostal Deus é Amor Página 42 de 42

45 anos depois, Deus continua usando o Missionário David Miranda como


no início. Pois Deus não se esqueceu da promessa que lhe fez : “Por isso
não temas a lutas e perseguições, porque grande obra tenho a fazer por teu
intermédio. Eu enviarei povos e nações para que através de ti, eles sejam
curados por mim.”

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