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O tempo dorme ao relento

Ainda ecoava pelas nesgas entre as fragas nas montanhas, perdido em ecos difusos o
canto do galo, quando no campanrio da minha aldeia os sinos de bronze batiam as
badaladas de vsperas que o vento arrastava pela madrugada num ressoar longnquo.
Uma continuidade ondulante entre as manhs e as noites, envolvendo o entardecer, que
aprisionara o tempo num s momento fluido e dissolvia dias e noites na mesma gua
corrente de uma clpsidra.
or isso, na minha aldeia, o canto do galo traz sempre o timbre do canto do galo.
!o cemitrio, aninhado na sombra da igre"a, as noites e os dias tambm se sucedem
num tempo informe.
Aqui, como ali, a eternidade uma certeza emprica que o cura tenta verter, na homilia,
numa figura de estilo.
#ue pois a tria, seno este anseio e esta imobilidade que o tempo tece cozendo o
canto do galo com o timbre dos sinos e o marulhar das guas$
Ao tempo no d alento
o sino da minha aldeia,
captivo num s momento
que no mais do que ideia.
% vento traz um lamento,
areia da mesma areia
que o tempo lan&a no vento.
'los da mesma cadeia.
Abelhas numa colmeia.
% tempo dorme ao relento.

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