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_ Alaor Chaves Pontos capitais sobre Fisica Bdsica a cn nema moc ceCee Sn See ae eer ete eee PT eee ene ee ec ec Tete sem que o livro ficasse muito extenso, Ser a ee eee Cee Rene eee cee eee eee ea Se ee ee ee ee ey Ee nae A estrutura do texto revela como a fisica se assenta em uma pequena quantidade de principios muito gerais, ¢ en eee eres E estruturado maneira como esses principios evolui eS ee eee ee SS eee eee? A fisica € mostrada como uma cigneia viva. O livro discute as fronteiras cientificas e até mesmo filoséficas, ¢ 0 leitor é estimulado a refletir e construir sua propria visio da fisica Se ee eee eee eee ee ons maneira direta ¢ clara € cada conceito novo ¢ ilustrado Ronee eters re eree ce eC g exercicios para que o estudante consolide o aprendizado, ee ee ee cs Se OO Rs cL E organizada * Dados empiricos cruciais levam a leis tisicas; estas sto et ean eee ce ene ce levam a principios mais abrangentes a partir dos quais eee eam nce Ces ao een nace ON eee aN care oc eee Ts argumentos claros e convincentes. Seer ee nn er dos e repetidos na margem. Isso sinaliza para o leitor os | aspectos a que ele deve dar mais atengiio, além de servir 9! 3852116155071 sor) COAT como guia para releituras, 4 Fisica Basica Eletromagnetismo = Alaor Chaves LTC EDITORA EditoraLAB Sumario Capitulos Forga Blétrica, / Lei de Gauss, 17 Energia Eletrostitica, 37 Capacitores, 61 Dielétricos, 77 Corrente Elétrica, 95 Campo Magnético, 1/7 Lei de Ampere, 137 Indugao Eletromagnética, 159 Equagdes de Maxwell, 187 ‘O Magnetismo dos Materiais, 2/5 Correntes Alternadas, 235 Apéndices A 8 c D c F G 4 Sistema Internacional de Unidades (S1), 260 Constantes Universais, 26/ Constantes Aletromagnéticas e Atémicas, 261 Constantes das Particulas do Atomo, 262 Constantes Fisico-quimicas, 262 Dados Referentes & Terra, ao Sol e & Lua, 263, Dados Referentes aos Planetas, 263, 64 ‘Tabela Periddica dos Element Indice Alfabético, 265 F orca Elétrica Segéo 1.1 w Eletromagnetismo, 2 Seggo 1.2 mA carga elétrica, 3 Secao 1.3 # Lei de Coulomb, 5 Secao 1.4 » Um corpo carregado atrai corpos sem carga, 9 Secdo 1.5 = Campo elétrico, 10 Segio 1.6 m Linhas de forga do campo elétrico, 14 Problemas, 15 Respostas dos exercicios, 16 Respostas dos problemas, 16 Fiica Bsica m Eletromagnetismo Segdo 1.1 = Eletromagnetismo A cletricidude e v magnetismo s20 conhecidos desde a Antiguidade como fenéimenos dis- tintos. As primeiras investigaces sobre © assuntu so alibuidas a Tales deMlleto, Como descol Tales, o Ambar (elektron em grego), resina fossilizada de drvores confferas. ao set Iriccionado sudquire a propriedade de atrair objetos muito leves como. por exemplo. penas c plumas. Seus felatos incluem também descrigdo de propriedudes nouiveis da magnetita, um 6xido de ferro (Fe,0,) que ocorria como minério na provincia virinha de Magnésia. Pedayos de manetita se atraem ou se repelem, dependendo de como se orientam, ¢ tem também a propriedade de sempre atrair 0 ferro. Os terms eletricidade e magnetismo derivam de elektron e magnetita, respectivamente, O magnctismo cra tamhém conhecido dos chineses ¢ a bassolat foi por eles inventada, possivelmente no século 3 a.C., também bascada na magnet Em meadas do século XVII, fora dominadas alzumas téenicas bisieas para se carregar eletricamente os objetos © manté-los carregados com carga estivel durante v tempo neces- sério para a realizago de experimentos diversos. Toda essa tecnologia se baseia em um fato otahilissimo apresenitado pela matérias a eletricidade flui nos objetos de modo extremamente sensivel & composicio destes. im alguns materais,tais come dmbar, vidro, borracha ¢ ma- deira seca, a eletricidade pode ficar armazenada por periodos longos, que porlem ser varios dias ou até meses, sem fluir pura outras partes do corpo ou deste para outros corpos. Ja outros compostos, tals como os metais, ¢ carvan ¢ a 4aua salgada, niostram a propriedade oposta de possibilitar que a eletricidade se transfira rapidamente para grancles distincias. Os mater pode por issu ser classificados em isolantes e condutores de eletricidade, havendo também ‘materiais com propriedades intermedidrias entre esses dois extremos. A capacidade que (5 materiais apresentam de transportar cletricidade de tum ponte para outro é definid por uinit propriedude denominada condutividade elétrica. A maneira como se define operacionalmente a condutividade elétrica seri deserita wo Capitulo 6 (Corrente Elétrica). A condutividade elétrica de um metal pode ser 10!*ve7es maior que a de um isolante como a silica. A enorme disparidade na condutividade dos materiais foi um fendmeno de importincia tinedamental para vi as expetiducias de elewicidade realizadas nos séculos XVIII e XIX ¢ que Tevaram a compreensio das leis hisicas deo eletromagnetismo. Continua seado o fendmeno ‘mais importante para a eletrotéenica, ineluindo a cletronica, pois permite um controle Figoroso das contentes de eletricidade. Um fio de cobre ou aluminio transfere a eletricidade gerada em uma usina geradora por centenas ou milhates de quilGmetros e a distribui entre milhares de Usudrios, enquanto uma fina camada de esmalte que recubra esses fins & capaz de impedit que cla se ransfira para 0 seu exterior Com a invengao da pitha vottaica em 1800 por Alessanlr Volta (1745-1827), atingiu- se 0 controle minimo da eletricidade e de suas correntes para que importantes experigncias fossem realizadas. Unia dus experiéncias historicamente mais importantes ocorreu por acaso em uma aula de demonstragies de Hans Christian Oersted (1777-1851), em 1819. Ao passat ccorrente elétrica em um fio metilico, perecbeu-se que a agulha de: uma biissoka prin se ‘orientava perpendicularmente ao fio. Na verdade, tal experiencia tinha sido feita cm 1802 por Gian Domenica Romagnesi (1761-1835), mas seu antincio nao fora notado pela comunidade cientifica, As experiéncias de Romagnost e de Oersted estabeleceram o elo entre eletricidade emagnetismo. No ano de 1820, André Marie Ampere (1775-1836) demonstron que dois fios paralelos conduzindo corrente se alraem ou se repelem, dependendo, respectivamente, de Se as correntes tém 0 mesmo sentido on sentidos opostos. Experiéncias diversus de Ampére neste tem levaram-no a sugerir que os fenomenos magnéticos so em geral resultantes de correntes eléuricas ¢ que os fds, lais como a magnetita, apresentam correntes circulantes em seu interior, ial No htimo tergo do século XIX jd se havi conseguido uma sistematizagio dos Fendmenos elétricos ¢ magnéticos em uma viencia unificada, oeletromagnetismo, Nesta cigncia, todos os Fenomenos so decorrentes de uma tinica entidade, a carga eléuica. Cargas em repouso inte- ragem por meio da forca elétrica. Quando elas se movem umas em relaciio As outras, aparece outra forma de interagiv, « forga magnética. Tal s{ntese se concretizou gracas ao trabalho Capitulo 1 m Fora Eletrca 3 a fr Tales de Mito (c. 625-558 u.C.), proclamado no oréeulo de Delfos em 582 aC. 0 primeiro dos sete Tales de Mileto tran Antiguidade. Foi 0 grande precursor do pensamento filosifico, matemética ¢ viewtfivo grego. Viveu em Mileto, no atual sudoeste da Turquia, que na época era parte da Grécia, mas nfo se sabe se era rego on fenicin, Nada deixon escrito, ¢ portante sua obra se confunde com a lend. Visitou o Epito, de onde trouxe a geometria, que ele {ransformou em uma estrutura malemitica, sendo assim umm precursor de Pitigoras (que u visitow quando tink 18 anos) e de Euclides. Foi possivelmente 0 criador do racio nalismo grego, que cle combinow com observagbes ¢ experimentos. Foo primeiin a fixaro ana en 365 dias. Segundo a lenda, previu o eclipse solar de maio de 585 a.C. Aprendeu a antever o tempo e previ iqueveu (deve tuma supersatra de azeitonas. Arrendion todas as prencas de oliva ea rege e, com isso, ter sido fenicio!) ao monopolizar um bem altamente requerido, experimental ¢ a inovagdes conceituais de Michael Faraday (1791-1867) eA percepeao da simetria global dos fendmenos por James Clerk Maxwell (1831-1879). Por volta de 1865, Maxwell sintetizon todas as leis do cletromagnetismo em quatro eyuayoes fundamenttis, 2 ‘equagées de Maxwell. Him seu trahatho de sintese, previu também que a luz é uuu fendmeno eletromagnetico, o que acabou sendo comprovado experimentalmente em 1888 por Heinrich Hertz (1857 1894), Em_ 1905, cm sua teoria da relatividade, Albert Kinstein (1879-1955) ofereceu a explicacto de como 0 movimento relaciona as forcas clétrica ¢ magnética. O primeiro dos dois trabathos em que Einstein formulou a hoje chamada relatividade restrita intula-se “Sobre a eletrodindmica dos corpos em movimento” Viste livro descreve a escalada dessa cunstugio, ulé a sintese realizada por Maxwell. Primeiramente sero estucladas os fenémenos essenciais do eletromagnetisino © a maneira ‘como cles foram organizados em sinteses parciais, Nesta etapa da apresentagio, voce iri se familiarizando com os fendmenos bisiens ¢ adquirindo habilidade na solugio de problemas praticos. Em seguida serao apresentadas as equagées de Maxwell Segao 1.2 = A carga elétrica A entidade responsdvel pelos fenomenos eletromagnéticos € a carga elétrica, A matéria ordindria € composta de diomos ¢ estes so compostos de um niicleo em toro do qual gravi tam elétrons. © niiclew contém duis Lipos de particulas, o proton e o néutron. A eletricidade da matéria comum esti associada a um atributo dos prétuns e dos elétrons, a carga elétrica, A forga clétrica entre dois pritons, ou entre dois elétrons, € sempre repulsiva, tas uin proton € um elétron sempre se atracm. Portanto, hi dois tipos distintos de carga elética, a carga do proton e a carga do elétron. Cangas do mesmo tipo s¢ repelem ¢ cargas de tipos distintos se atraem. As pessoas descobriram que cxistem dois tipos de cargas muito antes de: se saber da existéncia de prétons, elétrons e até mesmo de sitomos, e tiveram a feliz idéia de chamar tuna carga de positiva e a outra de negativa. A experiéneia mostra que se friccionarmos vidro com seda, o vidro se carrega com carga positiva, ov seja, a carga earacteristica do proton. Hoje sabemos que o vidro perde parte dos seus elétrons para a seda, e esse déficit de elétrons © o que the imprime uma carga elétsica negativa, Mas se hivcionarmos um phistico com a ‘mesma seda, 0 plistien captura parte das elétrons da seda e se carrega com carga negli. ‘Como tanto 0 vidro como o plasticn sao isolantes elétricos, as cargas permanecem por longo tempo na regiao atritada. A Figura 1.1 mostra as forgas entre dois hastdes dle vidro (A) ov entre um bastio de vidro e outro de plistico (B) cujas pontas foram atritadas eam seda Um dos bustdes é suspenso por um fio flexivel, de modo que a forga sobre ele resulta em um torque que o faz girar, Lei de conservacao da carga elétrica Lei de conservagio dacarga FisiaBisiam Eletromagnetismo L 4 : Vidro aed ‘Figura. Vidro_ E (A) Dais bastdes de vidro friccionados com: oR, Pisco ted sdgenen cata postive ns pect (B) boss tate, nt de vido ecu do plistico friecionados com seda, adquirem “ @) carpas de sina opostose se atraem, 1.2.1 A carga elétrica se conserva A sugestdo para a designaclo carga positiva e carga negativa, proposta por Benjamin Franklin (1706-1790), veio da observacio do fato de que quando se frieciona um corpo A com um corpo B. se em A aparece carga de um tipo, em B sempre aparece carga do outro tipo, Isto sugere que no processo algo que se conserva 6 transferido de um corpo para o outro Assim, um excesso do atributo associado a carga significa carga positiva e um déficit significa carga negativa. Importantes precursores do eletromagnetismo moderno, ineluindo 0s ecléticos Benjamin Franklin e Joseph Priestley (1733-1804), pensavam em termos de um fluido elé- Itico, Substituindo o fluido por particulas de matéria portadoras de carga, tudo na obra deles faz quase pleno sentido. A lei da conservagio da carga, que se manifesta no fenémeno de fricgdo, e também em experiéncias muito mais complexas que s6 foram realizadas no século XX, diz que nfo é possivel gerar uma carga de um tipo sem ao mesmo tempo gerar a mesma quantidade de carga do outro tipo. Formalmente, podemos escrever 4 = (carga do tipo 1) ~ (carga do tipo 2) ‘Com a convengio 4, = carga do tipo 1 ¢. =~ (Carga do tipo 2), podemos associar uma grandeza fisica a carga total q e eserever a equagao q=4,+4_= Constante an ‘A Equagaio (1.1) exprime a lei da conservagao da carga. Tal lei parece ter validade irestrita, «© pode ser enunciada em palavras da seguinte maneira: A soma algébrica de todas as cargas em um sistema isolado nunca se altera A rigor, sistema isolado & um sistema livre de qualquer influéneia externa. J4 vimos que vrias grandezas, como energia, momento Iinear e momento angular, se conservam em um sistema isolado, Na verdade, nio éestritamente necessério que o sistema sejaisolado para que 4 sua carga elétrica seja constante. Basta que nio haja troca de cargas entre sistema e seu ambiente. Podemos aquecer o sistema, aceleré-l, iluminé-lo, enfim submeté-Io a toda sorte de influéncias, e sua carga nao irs se alterar, exceto se houver troca de particulas carregadas entre 0 sistema e seu exterior. 1.2.2 A carga é quantizada ‘Quando uma grandeza fisica nao pode variar continuamente, mas apenas assumir valores diseretos, dizemos que ela € uantizada, No livro Fisica Basica / Mecinica, vimos que 0 mo- ‘mento angular de um sistema é quantizado: ele s6 pode assumir valores que sejam miiltiplos inteiros ou semi-inteitos de h / 2, onde h € a constante de Planck. A carga elétrica também & ‘uma grandeza quantizada, Fora osinal,o elétron tem a mesma carga que o préton, No Copivo m Fora Beta 5 Internacional de Unidades (S1), a unidade de carga é 0 coulomb. O quantum de carga € a carga do proton, cujo valor é 1 Valor do quantum de carga, ‘que em modulo éa carga do protonoudoelétvon A earga do elétron é ~e. Em um corpo eletricamente neutro, 0 ndimero de protons ¢ igual a0 niimero de elétrons; quando hé no corpo um déficit de eléirons, ele tem carga positiva e, quando ha nele um excesso de elétrons, o corpo tem carga negativa. Assim, a quantizacao da carga nos garante que a carga de um corpo tem 0 valor 1,602 177 33 x 10°C, 02) mQuantizagiodacarga = q= ne, n= (0, #1, #2...) a3) © quantum de carga é extremamente pequeno, € por isso a quantizac da cro2 & pouco im- portante no mundo maeroscépico. Por exemplo, a quantidade de elétrons que passam pelo filamento de uma limpada de 100 W em I minuto é, em ordem de grandeza, igual ao nimero de gotas de chuva que caem no Brasil em um ano! Existem muitas dezenas de particulas com carga igual & do préton e igual niimero de coutras particulas com carga igual & do elétron, mas ndo se conhece, na forma livre, nenhuma particula com carga menor do que aquelas. Hé imtimeras situagGes em que as particulas se transmudam umas em outras. Um exemplo comum ocorre com 0 néutron, quando fora de um niicleo atomico. Nessa situagao 0 néutron softe a seguinte transmutacdo espontine: noptety, aa onde n representa néutron, ¢ representa elétron e 7, representa o antineutrino do elétron. © préton tem carga positiva, elétron tem carga negativa e 0 néutron eo antineutrino tém carga + ula Portamto, a transmutagao descrita na Equagdo 1.4 obedece lei da conservagao da carga. Particulas subatémicas porta- Um grande mimero de outras transmutagdes de particulas € observado, principalmente na domes aoe cae colisau de particulas com velocidades muito préximas da yelocidade da luz. Com freqiéncia, _Srmprctads ou desldss yeas ansmutagdes, G0 vada parca caregacas, como no caso istado aerionmen cctoe Dessermerio carga EM outrastransmutagdes, particulas carregadas sto aniquiladas. Entretanto, as paticulas sio leticaésempreconservaca Sempre criadas ou aniquiladas em pares com cargas de sinais opostos, de modo que a carga total é sempre conservada. . a Exercicio 1.1 Eade ués jan de pct chamadas pons, 02°, 0°07 qu tem a carga 6,06 16, respectivamente, Quai as seguites ansmutages de particu so pemitidas peas daconseragdo de carga (rindi ftn,apatcula del, elewicamente neu? ptp-p+nta(a) penne pee ray my +y(D) Secao 1.3 = Lei de Coulomb Priestley observou que nao hé forga elétrica no interior de uma esfera metélica oca carre- ‘gad, e sugeriu por isto que a forga elétrica teria a mesma variago com o inverso do quadrado dda distancia da forga gravitacional (ver Fisica Bdsica / Mecdnica, Capitulo 12, Gravitagdo).. ‘Coube Charles Augustin de Coulomb realizar as medidas diretas ¢ estabelecer em 1785 a denomi nada lei de Coulomb, enunciada a seguir: Uma particula com carga qy, no ponto ¥,, exerce sobre uma particula com carga q,, no pponto r, e em repouso em relaedo a primeira, uma forca F dada por Lei de Coulomb Fisica Basia m Eletromagnetismo Figura1.2 Balanga de torgo desenvolvida por Coulomb e por cle usada para medida da forga entre cargaseltrcas. Reprodusio do desenho contido no artigo original de Coulomb. O instrumento tem altura de 90 cm. Esta balanga & muito parecda com aquela usada por Cavendish em 1798 para media forg na verdade Cavendish hassou-se na invengo de Coulomb. Para entender ofuncionamento dahalanca, ver Fisica Bésica / Mecinica, Capitulo 12 as) onde k é uma constante universal positiva de proporcionalidade e r = r.-r, Observe-se que, na Equacdo 1.5, seq, €q, témo mesmo sinal a forga érepulsiva, enquanto se seus sinais forem opostos a forga € atrativa, O valor numérico da constante k é dado por 987 552 10? Nm?C = 9 x 10? Nec Ressalte-se 0 fato de que a forga elétrica é muito mais intensa do que a forga gravita- cional, Considere, por exemplo, um stomo de hidrogénio, no qual um elétron de massa 11 x 10! kg oscila em torno de um proton de massa M = 1,67 x 10” kg. A atragio elétrica entre essas duas particulas tem o valor ya Nm? F = 9x10" «(1,6 x10 3x 06) A separagio r entre o proton e 0 elétron tem o valor médio 7 = 5,3 x 10-"' m, € nesse caso. a forga elétrica média & F, = 8.2 x 10 NA atragio gravitacional entre o préton e 0 elétron vale F,=6,67 x10" x9,11«1,67%10" N= 10x10 Nm, on © seu valor médio € F, = 3,6 x 10" N. Vé-se que a atragao elétrica entre as duas particulas cerca de 10” vezes mais intensa do que a sua atragio gravitacional A grande intensidade da forga elétrica & 0 que provoca a condensagio da matéria em ftomos, moléeulas, liguidos e até mesmo s6lidos de grande rigidez. Exatamente devido d.ox- traordinéria intensidade da forga elétrica, a matéria condensada é sempre quase perfeitamente cletricamente neutra. Considere, por exemplo, duas pessoas (70 kg) separadas entre si por I'm, Cada qual contém cerca de 2 x 10% prétons, neutralizados por um nimero equivalente de elétrons, Se cada pessoa tivesse um desbalanceamento de uma parte por bilhao (10") em seu conjunto de cargas — por exemplo, se perdesse um bilionésimo dos seus elétrons Copitulo 1 Fona Etca 7 =—_ (ares Augstn de Covlomb (176-180). Fngenriane fsin fiances. Na juventude, quando se dedicou mais ares AUQUSTIN 4 eagenars, elo eaaosponcrossobe oro, podendo ses comer 0 rnin de engenhari,realizou estudos pioneirs sobre o aio, posendo ser considerado o organtzador dessa area de Coulomb como eiéncia, Dedicou-se depois ao estude da interagan entre carpas eléticas e ene fis, Para o estado «da forgaelétrica desenvolveu a balanca de tore, um instrument capaz de medir forgas mindsculas por ‘meio do torque por clas realizado sobre uma barra suspensa por um fio flexfvel (Figura 1.2) Powe assinn ‘demonstra lei do inverso do quadrado pari. a forgaelétrica. Contrariamente 20 que 2s ve7es se afirma, ‘Coulomb foi ineapaz de demonstrar que a forga ¢ proporcional ao preduto ds valores das cargas, pois, nin disponha dle wnt método independente de media carga elétrica. Assim, a lei de Coulomb, expressa pela faquacao 1.5 foi inferida por analogia com ales da gravitagao. Je 9 10 N, Fim ordem de teria uma carga de 3,2.€ e entre clas haveria uma toga elétr grandeza, isto equivale ao peso do Pao de Acticat! ‘Uma vez conhecid a forga elétrica entre duas particulas cartegadas, 0 prinefpio da super- Poxigio poxsibilita calcular a fonga de qualquer conjunto de cargas sobre ine patcuka com carga g, no caso em que mio haja movimento relative cntre as cargas. Sendo ¥. a posigo da carga q em relagio 8 carga q, a forca total sobre esta sera vats, os onde o somatério cobre todas as particulas exceto a portadora de carga g. EBB) Beercicio-exemplo 1.1 ' Cudeule u fonga entre duas cargas de 1,0 C afastadas entre si (A) um metro; (B) o diametro da Terra, Solio Nm’ 1,0C x 1,0¢ (A) F=9,0x 10° > =F = 9,0 x10" N. a (mj (8) F=9,0x10° NE__LOC*10C os = 5,6 x10 N C (1,27 x10 my EB Exercicio-exemplo 1.2 "5 Uma mocda de nigucl tem massa de 5.9 g. (A) Calcule a quantidade tal de eféioms 1 moeda #1 ear ncles contida; (8) imagine yue tax as caryas positivas da tnoeds fossern separadas das cargas positives & ‘os ln aces le carga fosser reunidos em pacotes separados de 1,0 km, €calcule a forea entre eles. Solusio (A) O peso atomico do nique! € 58,7, ou seja, cada mol (6002 x 10) de cobre ‘tem massa de 58.7 g. Portanto, o numero de stomos na moeda é 59 6.02 x10 587 0510 69 «1 (B) Cada tomo tem 28 clétrons, ¢ 0 numero total de elétrons é m, ‘A carga total nesse conjunto de elétrons & Fisica Bisica m Eletromagnetismo 4 =-1,60% 10°? Cx 1,69 10% = 2,7 10°C. A forga de atrago entre as duas cargas tem médulo dado por Fin2,Oxi0t Neal CY ee) Destaca-se 0 enorme valor da forga. 6,6x10" N. & Exercicio-exemplo 1.3 '§ Calcule a forga eletrica sobre a particula no vérice inferior esquerdo do widngulo da Figura 1.3 ay Lone gue 1.3 (Exercicio-exemplo 1.3). mSoucio {As forgas F, ¢ P, so respectivamente: Nm toe 90x15 4 9,0 10° NBM (510° x1, O17) OR 2, Om x 008 30°D) Omy > N x (0,50i + 0,866)) «10 N= —(1,694 + 2,92j) 10°N, Nm? ; sabe aL Nat (1,5x10°Cx 2,010 Gr oS 107Ox2,0 «107 F,=9,0.x10" SOS ae SS NXION 75x 10°NL Finalmente, FHF + F, =-(1,691+ 2,92) 10°N + 6,75% 10° Ni F=(5,11-2,9)x10°N. Goptulo 1m Fora fra | = a Exercicios £ 1.2 Caleule a forga de repulsdo entre dois protons dentro de um nicleo, distantes 1,5 10" m ‘um do outro. E13 Calculea forga Fsobre a esfera cinza vista na Figura 1.4, supondo que as esferastém diimetro ‘muito menor do que L. E14 Astnés esferas vistas na Figura 1.5 tm diametro muito menor do que as distancias entre elas, CCalcule a relagdo 1. para que a forga sobre a esfera einza seja nula. 4 4 z ty 4 ¢ i - qe 4 a T ¥ Fgura Figura (Exercicio 1.4), (Exerecio 1.5). Secao 1.4 = Um corpo carregado atrai corpos sem carga A forga elétrica inicialmente nio foi observada entre corpos eletricamente carregados. Desde Tales até o século XVIII, o que se observou foi a atracdo entre um corpo carregado corpos neutros (sem carga elétrica). Em um dia seco, se voce passa algumas vezes um pente em seu cabelo e depois o aproxima de papéis picados, plumas ou outros objetos leves, ver’ ue © pente os atrai. Plumas e papel sio corpos isolantes, nos quais a eletricidade nao flui facilmente, Mas ¢ facil verificar que o pente tambem € capaz de atrair corpos condutores, como, por exemplo, limalha de metal. Isso ocorre porque toda matéria ¢ formada de dtomos e, portanto, tem enorme quantidade de cargas positivas e negativas (ver Exercfcio-exemplo 12). © mecanismo pelo qual um corpo carregado atrai um pedago de metal cletricamente neutro pode ser entendido facilmente. Em um metal, os 4tomos cedem parte dos seus elétrons mais cextemnos para o corpo. Esses elétrons, chamados elétrons de conducdo, movem-se no interior do corpo metilico de maneira quase livre. A condugao de corrente elétrica pelos elétrons de condugao seré estudada no Capitulo 6 (Corrente Elétrica). A Figura 1.6A mostra o que ocorre quando aproximamos um corpo carregada (na) bastdo de vidro) de um bastio de cobre eletricamente neutro. Parte dos elétrons de conduciio do cobre € atraida para a extremidade prixima ao basta de vidro, deixando fons positivos de cobre na outra extremidade. Desse modo, 0 bastdo de cobre fica com excesso de carga negativa em uma extremidade e excesso de carga positiva na outra. O bastio de vidro repele a extremidade corpo Figura 6 Umbastiode vido, carreza- do, atrai um bastio de cobre eletricamente neutro (A) © smbém uma esferaisolante a) @) teats) a Video = 10 Fie Basia m Eletromagnetismo positiva do bastio de cobre, mas atvai com intensidade maior a sua extremidade negativa, ¢ orca resultante entre ox dois compos acaba sendo atrativa. Na Figura 1.6B vemos 0 que ovorre quando o bastio de vidro carregado se aproxima de ‘um corpo isolante eletricumente neutro, O corpo é composto de dtomos eletricamente newts (alvez de fons positives ¢ ‘ons negativos. mas o resultado final € @ mesmo). Na figura, um tomo for ampliado para ilustragao, Sob o efeito dx forga elétrica exercida pelo bastdo, a nuyem cletronica do étomo se deform, deslocando-se ligeiramente na diregdo do bastto. Assim, o Centro da nuvem eletranica no mais coincide com a posigdio do miicleo atGnico, que tem carga positiva. Q tomo dessa forma deformado acaba sendo atrafdo pelo hastio. Como isso ‘corre com cada tomo do corpo nutty, este € atraido pelo bastio. Segdo 1.5 = Campo elétrico Campo elétsico ee (arg depo uma carga miniscula usada para se medir ‘campo elite em um dado ‘onto, Seu valor tm Ue se ‘pequeno o suliciente para no ppertusbat a posigdo das cargas vizinhas = Definigae de campo elétrico Consideremos © conjunto de cargas q, atuando sobre a carga q’. Mesto nia auséncia da ‘carga q', 0 espago em torno das cargas g, flea de algum mado alterado por aquelas eargas ¢, ‘desc modo, pronto para atuar na cunga q" uma vez seja ela reposta em sua posigdo. Diz-se envio que as cargus g, cHiam um campo elétrico no espago vizinho, O valor do eaunpo na posigio da carga q"€ dehnido por De os © campo criado por uma tniea carga g no ponto P dela deslocado pelo vetor r € (ver Figura 1:1) nati. 0.10) r Fgura 17 A carga q positive eva o campo Eno pont P dela separado pelo vetorr importante ter uma definigiv operacional de campo elétrieo, ou seja, uma definigo que permita sua medida em um ponto qualquer do espago. E preciso tomar cuidado ao medir a forca sobre uma carga cm um certo ponto porque quando a referida carga é ali colocada pode haver uma perturbacao na posi¢ao das cargas cujo campo vai ser medido, Utiliza se entio 0 aque se denomina ca d rove, expressio que significa uma carga de valor tio minseulo que sua presenga nfo irf deslocar as outras cargas. E costumeiro escrever a eyuayo E= lim FO) am eg Nota-se que, a prtca, esse limite mio pode ser tomado rigorosamente, vn vez que a carga elétrica € quantizada. Em muitas situagdes ¢ também conveniente ignorar a quantizagao e considerar uma dud distribuigdo de cargas como um continuo. Em um dado elemento de volume dV havers uma quantidade de carga dq = pdV. onde é a densidade local de cargas. Tal elemento de carga zgcra um elemento de campo dado por Capitulo 1m Forcafétrica 1 ae = KO 5 (1.12) © campo eltrco da distrbuigio de cargas ser B= fae =KfPO A unidade de campo elétrico no SI é (1.13) Unidadedecampo —_[g]= tewton eletrco no SI a ‘A introdugao do conceito de campo elétrico possibilita uma antise mais facil dos fe- 5 rnomenos elétricos, Entretanto, © motivo para se usar tal conceito nio é meramente uma campo elévico ndo é uma a > ban ee eee netometendtes guestio de conveniéncia. O campo eltrico é uma entidade fsiea real, como fica evidente srieientenatseaizagss — Principalmente no fendmeno das ondas eletromagnéticas. Considere, por exemplo, a luz que Uecaleuios Eumaentidade Vem de uma estrela, Tal luz foi gerada pelo movimento de cargas, mas se emancipou de tal real,capaz de varsportar modo que, mesmo que suas fontes deixem de existir, ela continuari sua viagem através do energiaemomento espago, O campo elétrico transportado pela onda transporta coisas como energia, momento linear e momento angular. EB Exercicio-exemplo 1.4 'Caleule o campo elétrico criado pelo nicleo do tomo de hidrogénio em um ponto dele separado por 53% 10m, i Solugio Utilizando a Equagio 1.10 e substituindo os valores numéricos, obtemos mo) iN uO 5 iio © 63x10 my G ‘A diregao do campo ¢ radial, como se vé na Figura 1.7. EB Exercicio-exemplo 1.5 18 (A) Calcule o campo elétrco no ponto P da Figura 1.8. (B) Faca g,=3,0nC eg, ‘valor numérico do campo. ° P 3m i « <8 Figura 1.8 a ¢ cn (Exercicio-exemplo!.5). ‘mSolugio o (A) Com o emprego da Equacdo 1.9, ¢ observando que obtemos: pug Amit 3m) | , 3m) _ W443) |, dab (Smy* Gm)" 125m" 9m? me 2 FiicaBisia m Eletromagnetismo (B) Substituindo as valores numéricos, obtemos: £=9,0x10" Nm? [ 3,010°C(4i+35 ls an 125m" EEE) Exercicio-exemplo 1.6 1 Calcule campo eltrico erlado por um fo retilineo infinite uiforamementecarregado, Solute ‘Sejad a quantidade de earga por unidade de comprimento do fio. a ~e eo a 5 __eteem forsale 7 = [patsy oeeietmeire es oo = Soe Da Figura 1.9 ober ee ey ae : ae aus reasccd. (1.16) ‘Da Equagao 1.15 obtém-se dy = asec? Ad0, (1.17) que, combinada & Equagao 1.15, conduz a 18) A Exquagao 1.14 pode ser agora reescrita na forma Ado de = kT (send 1+c0s0 J (19) (0 campo eléttico serd entio p =k Ai f send d0-+42 5] cose ao = =k 4 [cost)—cost—3)}+« a s[sen(a)—sen(-3)] a ia), E=2% ay 30) Caputo m For fica 3 EE Exercicio-exemplo 1.7 1 Calenle o campo de um disco circular com densidade uniforme de carga, em pontos sobre seu eixo de simetria. mSolugso ‘A Figura 1.10 mostra o disco de raio R, com densidade de carga positiva o, divi- R. Aplicando a essa superficie a lei de Gauss, ‘obtemos fi, E-dA=E4ar* @2n gp--2 (222) ane ‘Vemos, portanto, que o campo 0 mesmo que seria criado por uma carga pontual Q l0- calizada no centro da casca estérica, Figua.t6 Cases esférica uniformemente carregada com carga positiva Consideremos agora a superficie de Gauss S,,esférivae de raiv menor que R. Por simetria, ‘© campo elétrico também sera uniforme sobre a superfi Portanto, a lei da Gauss dita que ‘mas a carga interior a ela é nula. J E-dA= E42 =0 > £E=0. (223) 30 Fie Basic m letromagnetismo ‘Combinando as Equagies 2.22 ¢ 2.23, porlemos escrever Qo BCampocrisdoporume — E. rR, aca eshirica wifrmenente are, 224 nan eno) rsk Consideremos agora un corpo cout distribuiyio esfericumente siméirica de carga, como mostra a Figura 2.17. Figura Corpo com distribuigao esfericamentesimétrica de carga. Dizer que a distribuigdo de carga é esfericamente simétrica equivale a dizer que a densida- de p de carga depende apenas da distancia r ao centro do corpo. Pela Ici de Gauss, podemos 8 fE-da- [pay — [pcr aaa 7 (225) Mas o campo serd radial e ted o mesmo médulo na superficie S, e nesse caso obtemos fjE-4aq Baar’, 220 Portanto, [=a Sr" = anya Um caso particular importante & aquele em que 0 corpo tem raio Kc carga total Q distri- buida uniformemente em seu volume, Neste caso, para r< R, v a ™ 2 da Equagao 2.27 calculamos, para r< R, EB uf 30 ay = (2.28) ar faa Q ae” "S (30a) Para r> R, tenos, ° e-ep ree (2308) Gpitulo2 m Lei de Gauss 32] EBB] Exercicio-exemplo 2.5 ‘= Una seera aio condutora ds rio R tem carga em seu interior com densidade variando na forma, ptr) = Crone Cé una constants e rx distancia to cent defer, Clee arian do campo eet eee er en ssouo Para o interior daesfea, a Equagio 2.27 leva a 1 cr Cc E=—,[Cr'r?dr = [rar = zal ee a Para o seu exterior, uma ver.que p(r) = feral fra -£,2-2E ran are re ar 4 4gr Exercicios £28 Esboce o grifico da variagZo do campo elérico de uma esfera, de aio R uniformemente car regada com carga Q, coma distancia r ao centro da esfera. Considere pontos dentro ¢ fora da esfera 2.9 Uma esfera nio-condutora com raio de 10 em tem uma carga de 2,0 nC uniformemente dis tribuida em seu corpo, Calcule 0 campo elétrico (A) em um ponto a 5,0 em do centro; (B) na superficie daesfera, 2,10 Uma esfera ndo-condutora de raio R tem carga em seu interior com densidade variando na forma p(r) = CF, onde C é uma constante e r éa distancia a0 centro da esfera. Calcule a variagio do ceampo elétrico com r no interior e no exterior da esfera. £2.11 A Figura 2.18 mostra duas caseas esféticas metélicas com eargas de mesmo médulo 3,0 nC, Calcule o campo elétrico ns pontos (A) P, e (B) P, sone onc Dy ‘on\ en Fagura2.18 (Exereicio 2.11), Secao 2.8 » Demonstracao experimental da lei de Gauss ‘Como vimos, uma conseqiléncia da lei de Gauss € que qualquer excesso de carga em um condutor em equilibrio deve ficardistribuido em sua superficie. Na verdade, esse fato foi per- cebido por Benjamin Franklin antes dos experimentos de Coulomb. Franklin também notou que uma carga no interior de um condutor carregado nio fica sujeita a qualquer forca. Infor- ‘mado desse resultado por Franklin, o eclético intelectual inglés Joseph Priestley (1733-1804) © confirmou experimentalmente e percebeu sua conexao com o fato conhecido de que uma casca esférica nio exerce forga gravitacional sobre uma massa em seu interior. Com isso, em 1767 sugerin que a forga elétrica deveria seguir a mesma lei do inverso do quadrado da Fisica Bisica m Tletromagnetisma distancia, Realizou experimentos no intuito de demonstra dirctamente a Ici do invers0 dos, «quadrados, © que contudo s6 foi conseyuido por Coulomb em 1785, Com experiéncias do tipo realizado por Coulomb, o expoente 2 na Ici r* dificilmente pode ser medio com preciso melhor do que 1 por cento, Assim, pode ser que a lei de forea tenha a forma F=KEh. ean ‘ted seja um niimero pequeno, mas nao exatamente nul, Como vimos anteriormente, para cargas em repouso a lei de Coulomb pode ser deduzida matematicamente da lei de Gauss Experimentalmente, a melhor maneira de testar com precisio a lei de Gauss 6 verificar 3¢ 0 excesso de cargas em um condutor fica de fato inteiramente em sua superficie. Fsse tipo de expetimento foi realizado por muitos pesquisadores. A Figura 2.19 mostra esquematicamente uma variante dos experimentos. Uma estera carregada ¢ intoduvida em unta caina condutora inicialmente descarrenada. Quando a esfera esté suspensa no interior da caixa, sem contato ‘com suas paredes (Figura B), aparecem na superficie interior da caixa caryas de snl oposto (no caso da figura, negativas) a0 da esfera, cuja soma é exatamente igual ao valor da carga «qn esfera. i na superficie externa da caixa aparecem cargas positivas somando @ mesmo Valor, pois caixa tem carga liquida nula, Se aesfera toca o fundo da caixa (C), cla. a caixa passam a compor um dnico corpo condor e, pela lei de Gauss, todo 0 excesso de carga fica na superficie externa da caixa, A esfera descarregada pode enti ser retiraia da caixa (D). teste crucial a ser feito € verificago de que a esferaretirada realmente tem carga nula, Se alguma carga residual for detectada na estera pode-se caleular, a partir da sua medida, o valor ded ma Equaydo 2.29, Segundo as medidas mais precisas jd realizadas. o valor de 3, se nao for exatamente nul, tem médula menor do que 10- Isso faz com que o valor 2 nv expoeite 4a lei de Coulomb seja a grandeza medida com maior preciso em toda a ciéneia. OO (Uma esfera wetilica com carga q € introduzida em uma caixa metilica descarregads. Quando a esfera fica suspensa dent dh eaixa, xem concato com ela (B), aparecer uma carga distribuida em sua superticie interna e outra carga y em sim superficie externa. Quando a esfera toca o fundo (C), ela e a eaixa passam a {compor um sini conperconntutar, todo w excesso de carga situa-se na superficie externa da caina. A B Grito? m Leide Gauss 33 PROBLEMAS —# P 2.1 Um cabo cilindrico de raio R e comprimento infinito csté carregado de tal modo que a densidade de carga tem simetria cilindrica, ou seja, a densidade em um dado ponto a distincia r do eixo da cilindro &(r), uma fungio apenas de r (A) Mostre que a carga por unidade de comprimento do cil dioé 4 =[pe')2nrdr’ (B) Mostre que 0 campo elétrico em um ponto no interior do cilindro vale E=—|ptr'’)rar’, = Joo ) «que fora do cifindeoo campo vale E= A 2ae,r 2.2 Rutherford prope, om 1011, a existéneia de um nicleo para 0 tomo. Segundo ele, o dtomo de um elemento de nimero atmico Z tem um nicleo esférico mintsculo, de raio a e carga Ze, ircundado por uma carga eletrnica uniformemente distribugda emt uma esfera de raio R, muito maior que a, concéntrica ao ntcleo. Caleule o valor do campo elétrico dentro da nuvem eletrénica, em lum ponto & distancia r do centro do tomo, 2.3.A Figura 2.20 mostra dois planos inginitos paralelos, contendo densidades uniformes de carga de igual médulo e sinais contranos, (4) Calcule o campo eriado pelo sistema. (B) Esboce as Tinhas de forga do campo, Figura2.20 (Problema 22), P 2.4 Figura 2.21 mostra uma casca esférica com raios interno externo iguais, respectivamente ae b. A casea tem carga uniforme- ‘mente distribuida em sex eoepa, cam densidad. Caleule a variagio {40 campo elétrico em fungi da distancia rao centro da casca, E=0, rb Figua221 (Problema 2.4). 2.5 A Figura 2.22 mostra uma easca esférica com carga disti- ‘buida em seu corpo com densidade variando na forma = C/r,.a$ ‘rb, onde Cé uma constante. Caleule a variagdo do campo eltrico ‘com a distincia r ao centro da easca em toda a regio 0L © potencial nfo depende das variiveis« e y. Caleule o campo clétrico no interior de cristal Se¢d0 3.8 » ——— Spee ecipotencl uma super- ficic em que 0 potencial erica & constame Superficies eqiiipotenciais No interior de um condutor em equilfbrio 0 campo elétrico é nulo, o que significa que potencial elétrico ali é constante, Temos o que se chama um volume eqiiipotencial. A supe ficie do condutor & uma superficie eqiipotencal. © conceito de superlicie eqtipotencial & muito importante. Quando nos deslocamos em uma superficie eqiipotencial, o potencial V do vari. Como adiferencial do potencial é dada por dV= Ede, para que o potencial nin se altere com fe deslocamento dr é necessitiv yue E seja nulo ou que E e dr sejam ortogonais, Ou seja, uma superficie eqiipotencial é ortogonal, em cada pont, wo campo elétrico. A Figura 3.9 mostra dois exemplos simples de cortes planos cm superticies eqiiipotenciais. Capitulo 3 m Energia Eletrostatica 51 ‘sed Equipotenias 2 re He iguaa9 ahem il Superficies eqiiipotenciais J=—= dos campos gerados por uma [2 cares ponte por um plano infnito uniformemente car regado. Secdo 3.9 = Dipolo elétrico —— ‘Umacargaclérica pommalé —-‘Uma dada configurago de cargas aparece com muita freqiiéncia no eletromagnetismo ‘amixm denominada monopolo € merece um estudo & parte, o dipelo ela. O dipolo é um par de cargas elétricas de mesma clktrco. Um par de eargas pon-_ intensidade g e sinais opostos. separadas por uma dada distancia d. tals de mesmo valor e sinais ‘opostos & um dip eltico \e Fiqura3.10 a Dipolo elético e varveis uilizadas para o caleulo do potencial r. Suponhamos que as duas esferas estejam muito afastadas de modo a se poder ignorar a ado eletrostatica de uma sobre a outra, mas haja um fio condutor ligando as duas esferas, como mostra a Figura 3.16, Devido ao fio condutor, pode-se concluir que no estado de equilibrio as duas esferas estardo no mesmo potencial V. De fato, qualquer diferenca de potencial entre as esferas implicaria um campo elétrico no fio , portanto, corrente elétrica neste. Q Figura 3.16 ‘Cone em um par de esferas condutoras carregadas «e conectadas por um fio condutor. Uma esfera tem rao duas vezes maior do que o da outra. Em conseqiléncia da igualdade do potencial nas duas esferas pode-se escrever 2 ___4 (3.66) 4x¢,R 4ze,r onde Qé a carga naesfera grande eq a carga na esfera pequena. Sendo a, €4,, respectivamente, as densidades superficiais de cargas nas duas esferas, a Equagao 3.65 permite escrever On? o, R oR SE en Esta equaglo mostra que as densidades de cargas so inversamente proporcionais aos raios das esferas. Imaginemos agora que 0 fio seja retirado e as esferas sejam deslocadas até entrar em contato uma com a outra. Quando as esferas se aproximam, a tendéncia das cargas em cada esferaé se distribuirem de maneira assimétrica, preferindo o lado oposto ao da esfera vizinha. i! ss _—$§_\ —_.— ‘Ocampo elétrico gerado por ‘um corpo condutor carregado. ‘mals intenso onde o corpo presente pontas. Descargas elétricas ocorrem com muito ‘maior probabllidade nesses Pontos. O para-raiose os, micrascopios de efeito de ‘campo e de tunelamento tém sua operacao baseada neste fendmeno ——— gjidedelerra de um meio éo ‘campo elétnco maximo que cle ppode suportar sem que haja une descarga eltrica Fisica Basica m Fletramagnetisma {Quando as esferas se tocam, formam um objeto com duas pontas, unis mais rombud ¢ outra mais aguda, nas quais se concentra maior densidade de carga. Na ponta mais aguda a densi- dade de carga ¢ também mais elevada, O fato geral é que, em um corpo condutor carregado que presenta poutas, estas acumnulam uma densidade de cargas que tende a ser inversamente proporcional an raio local de: curvatura. Na vizinlrana dessa puntas, o campo elétrico tende também a ser maior, jé que este ¢ proporcional a densidade local de cargas. Este fenomeno, ilustrado na Figura 3.17. é denominado efeito eletrostatico das pontas. Fiquas.17 As cargas em um condutor de forma iregular tendem a se concentrar nos pontos da superficie nos quais raio de cu Ness ppontay 1 camp eltsicw (indicado plas sets ma figura ¢ também mas intenso, Oefeite das pontas manifesta-se em diversas situagdes. E comum que o campo eletrostético de condutores carregados scja suticiente para gerar descargas elétricas no at. As moléculas do ar sofrem frequentes colisoes umas com as outras. Entre duas colisies, uma dada molécula percorre uma distincia t{pica, denominada livre percurso médio, designada pelo simbolo f Em colisdes com ina superficie eletricamente curregada, pode ocorrer que moléculas do ar fiquem ionizadas, ow seja, adquiram ou percam um elétion, dependendo de a carga da super- ficie ser, respectivamente, negativa ou positiva. De qualquer modo, a molécula seré tepelida elo corpo carregado com a forga cE, onde c € a carga do elétron ¢ E ¢ a intensidade local do campo. Alé a primeira colisio com outra molécula, esta ganharé uma energia cinética cujo valor tipico é (3.60) Se 0 campo elétrico E for suficientemente intenso, esta energia seri suficiente para que um elétron seja arrancado da outra molécula na colisao. O efeito seri entao ampliado. () re- sultado final serd una deseargu elétrica sibita e violenta, uma faisea, como se denomina. O campo clétrica capar de causar a faisca € denominado rigiderdieétria do ar. O fato yeral & que as faiseas sempre tém origem nas pontas do corpo carregaclo. ( para-raios é um disposi projetado para localizar as descargas geradas pela eletricidade da atmosfera em pontos sega 408 ¢ convenientes, Um cabo metilico com inicio no solo se projeta para um ponto elevado € fermina em um arranjo de pontas. Esse autanjo € um ponto extremamente privilegiado para dar origem a descargas cletricas. efeito das pontas é também utilizado em dois tipos de microsespios modemos, 0 mi- croscdpio de emissiio de campo ¢ 0 microscépio de tunelamento. Os inventores deste tltimo icrose6pio ganharam por isto 6 Prémio Nobel em 1986. - Exercicio £3.18 Uma esfera metilica com raio de 5.0) em ests distante de outra esfera metilica com ri de 1,0 cm. As dhas esferas este conectathis por ui fio condutor, ¢ a esta maior tem uma carga de 8,0 nC. Qual éa carga na esfera menor? PROBLEMAS —# Capitulo 3m Energia Eletrostitica 59 i 3.1 Quatro cargas de médulo g,duas positivas.e duas negativas, estao situadas nos vertices de um quadrado de lado £. As eargas 4e sinal igual ocupam os vértices opostos do quadrado. Caleule @ energia potencial eletrostitica do sistema 3.2 Calcule a auto-enengia eletrostitica do urdnio-238, consi- > a, com cargas opos- tasdeintensidade g. Calcule aenergia associada ao campo elétrico do dipolo. Sugestdo: calcule a auto-energia das duas esterase adicione a energia eletrostitica negativa devida a sua atrago mata, P 3.11 A molécula de agua, 1,0, tem uma configuragio de ‘cargas que pode ser representada qualitaivamente como na Figura 3.20. Os dois stomos de H perdem seus elétrons para o stomo de (©, de modo que este fiea com uma carga Iiquida -2e, enquanto cada stomo de H fica reduzido a um préton com carga +e. Para dlistincias bastante maiores do que o diimetro da molécula, o campo elétrico gerado pela mesma equivale ao de um dipolo elétrico. Os dois protons sdo substituidos por uma carga +2e situada no ponto _médio entre os protons da Figura 3.20 e toda a carga ~2e do fon (© € posicionada sobre a mediatriz da linha que liga 0s dois pro tons. O valor medido do dipolo é p = 6,2 10-" C «m, (A) Caleule a distancia entre o centro das cargas positivas 42c © 0 centro das ccargas negativas ~2e. (B) Calcule o campo eléirico'no ponto da Figura 3.20 0.50 nm acima do centro da molécula, te Pte Figura3.20 (Problema 3.11) P 3.12 Dois dipolos elétricos de médulo p esto afastados um. do outro a distancia r. A Figura 3.21 mostra cinco possibilidades para as orientagSes do par de dipolos. Caleule a energia potencial para cada uma das configuragbes, Figura321 (Probles 123.12), 3.13 O elipsdide metilico mostrado na Figura 3.22 tem car- ga liquida +9. Esboce qualitativamente a distribuigio das cargas ‘no corpo e as linhas de forga do campo elétrico € as superficies eqtiipotenciais. Figua3.zz (Problema 3.13) m «60 P3.14A Figura 3.23 mostra uma agulha de tungsténio, euja ‘ponta tem um ra Ue Curvatura Ue 0.01 yun, préxima de ma placa ‘condutora. Entre a placa e agulha existe uma diferenca de potenc 4e 10V. (A) Eshoce qualitativamente as lnhas de forga do campo celétrico. (8) Esimse« intesidade do canipa na supeicie da ponta da aguiha. 10 yuna 3.22 = (Problems 3.14) P 3.15 Deduza a auto-energia eletrostitica de uma esfera uni= formemente carregada de raio R, dada pela Equacdo 3.14 adotan do o seguinte procedimento: eut un dado estigio de construcio dda carga, a esfera ter raio r e sua carga serd q ~ p4arr /3, onde p~3Q/-42R*.O potencial na sua superticie sora V= q/ 4,7. 0 tlemento de carga tazido do infinite para criar uma nova camada infinitesimal na esfera tera valor dq = par dr, e 0 wabalho ne- cessirio para trazer dg scré dW = Vg. A auto-cnergia cletrostatica send = a = fed aE E31 =-4.35 x "4 F373,98 MI E331,3%10"F ea4 So aL £35U=-36x 10") £3668 pl F 370,21 £38445 « 10 bm a anya p3atyot (1 ‘J ada P3217x 10) Padyja18x 10" peasy RK ane, RR. P3559x10 ms P36lnfnita. O problema nao ¢ realizavel na prtica, P37 ininito Respostas dos exercicios Fisia Basia = Eletromagnetismo 3.16 Mostre que a eneraia acumulada no campo erado tao por um plano infnitountlormemente carregado como em wm fio reiiineo uniformemente earregade ¢ infinite, Comoentenderesses resultados? P 3.17 Uma esfera de cobre. com raio de 3.0 em, tem uma carga de 2,0 n€. Por meio de um fo condutoraesfera& concctada 2 outra de aluminio com raio de 1,0 em, retativamente afastada {Apos se estabelecero equilibrio, quanto de carga haverd em cada tna das esferae? 3.18, Figura 3.24 most ut pla iit (pespencalard pigina) com densidade uniforme de carza o e uma barra fina com uma carga q uniformemente distribuida ao longo do seu compri- rento, A barra pou gar em toxno do seu centr, ixo a distincia «do piano. Mose que a enersia potencialelérca do sistema no varia quando a barra é girada 4 4 mania (Prema 3.18 ——— £3.92.4% 10" Jim? £3.10 1.41 Jim? £3.11 (A) 35. (B) 19 IC £3.12(A) S40V; (B) 680V E3.13R: 16MV. 3.14 £3.16 120 wh. EB.17(A) r= 1,2 10 N +m; (BAU =25 x 10 (C)F F318 L6nC sk, E=0 |:|>L Respostas dos problemas |= —»———_____—___— P39 P= pec Ane (R+ryP paiou = 48 ane, ad 3.11 (A) 0.019 m; (B) 89 x 10" N/C, apontando para cima. P12 Ma) 20, Uh) = 217, U(e)=0, Wd) = U, We) =-U, onde U=—P ane? P3ME= I V/m 13.1715 n€ naesfera maior 60,5 nC na menor. —+ D¢ Capacitores Secio 4.1 = O que so e para que servem os capacitores, 62 Secio 4.2 Esquema basico de um capacitor, 62 Secio 4.3 « Exemplos de capacitor, 63 Secio 4.4 » Energia no capacitor, 68 Secio 4.5 » Capacitores em paralelo e em série, 71 Problemas, 75 Respostas dos exercicios, 76 Respostas dos problemas, 76 62 Fisica Bisica m Eletromagnetismo Secao 4.1 = 0 que sdo ¢ para que servem os capacitores Capacitor é um dispositive utilizado para armazenar carga elétrica. Ao armarenar carga, ‘armazena também energia em campo eletwostiticy, Os capacitores encontram aplicagoes muito diversas. Em circuitos elétricos, capacitores sio empregados como reservas de energia que podem ser disponibilizadas no circuito para gerar correntes elétricas intensas durante curta duragio. Hsse tipe de aplicagae € o que encontramos, por exemplo, no flash de uma maqui- na fotogrifica. Durante o periodo le alguns segundos em que o disparo do flash esti sendo preparado, o capacitor ¢ carrezado por uma pilha que fornece prténcia da ordem de apenas 1 watt. Mas a energia acumulada, de cerca de 1 joule, € descarregada no flash em questo de milissegundos, gcrando assim poténcia de centenmas de watts. Na chamada fibrilacao ven- tricular, o coragdo nao consegue bombear 0 Sangue porque suas fibras mmusculares entram em tum regime de conusagdo ¢ relaxacdo cadticas, Esse regime cabtico pode ser interrampido, 0 que faz com que o coracaa retome seu regime ritmado de contragiio relaxagio, se o érgio for submetido a uma corrente intensa de curta dnragio, cerca de 20 A durante milissegundos. Por meio de baterias, os eupacitores so carregados em tempos de segundos descaregados ent pulsos de correntes com duraco de 2 ms em que a poténcia atinge 100 kW. Em alguns.casos, a poténcia a ser fornecida por capacitores é algo gigantescu. No Livermore National Laboratory, em Berkeley, EUA, a fusdo nuclear de deutério contido em pequenas esferas € realizada num aparatoem que um conjunto de lasers emite simultaneamente pulsos ultracurtos ¢ ultra-intensos de luz que convergem sobre a esfera, causando pressiio e aquecimento suficientes para gerar 4 fus2o nuclear. A energia fornecida aos lasers ¢ armavenada em capacivores e descarregada em cortentes gigantescas de curta duraga0. Os pulsos dos lasers tém duragi de Ynse durante ¢s9¢ tempo a poteneia do conjunto atinge 500 Terawatt, o que equivale a 200 vezes a poténcia elétrica continua total instalada nox FA. Capacitores também sao amplamente utilizados aa estabilizar correntes em circuitos diversos, em dispositivos de meméria em chips de Computadores ¢ em outras aplicayies na eletrotéenica ¢ na eletronica Se¢ao 4.2 = Esquema basico de um capacitor (Os componentes essenciais ¢ universais ce nm capacitor iio um par de compos condutores nos ‘quais se possum colocar cargas iguais e de sinais opostos, como mostra a Figura 4.1. A eventual cexisténcia de omtras carga ns vizinhanga do capacitor serdignorada, Na verdacle, ox capacitores siio construidos de forma a serem poco sensiveis it influéneia de outras cargas na vizinhanca. Assim, consideraremos que 05 corpos condutores estejam muito distantes de outros corpos carregados. Independentemente das suas formas, 08 dois condutores da capacitor so det ‘minados placas. im cada placa o potencial elétrico € uniforme: na placa com carga positiva © potencial é V, e na placa com carga nogativa o potencial € V ; a diferenca de potencial entre clas é Figured Esquema geral de um capacitor: dois corpos metlicos, denomi radios placas, ce cars iguais de sinis opostos. Sant AV=V,-V an Na verdade, 6 usual escrever V para designar a diterenca de potencial entre as duas placas, ou seja, V= V, ~ Ve seguirems tal notagdio, Pelo fato de os potenciais elétricos dos corpos variarem linearmente com suas cargas, eis a relagio de proporcionalidade: Capitulo 4 m Capacitores ca | Definigio de capacitancaC = V=C"y > q= CV, 42) ‘de um capacitor onde q 6 0 médulo das cargas nas placas e C é a capacitancia do capacitor. A capacitincia é ‘uma constante — ou seja, niio varia com q — que depende da geometria do capacitor. Diz-se que q € a carga do capacitor, Observe que, de fato, uma placa tem carga q ¢ a outra tem carga, =, portanto, a carga total no capacitor é na verdade nula. A capacitancia ¢ 0 parimetro mais, importante referente a um capacitor. A unidade de capacitincia no SI é 0 faraday, simbolo F, Naturalmente, podemos escrever: Defnicao do faraday, tarnday = coulomb ; Uunidade de capacitincia no’ faraday = 43) idade de capacitancia no St = Como vimos anteriormente, a permissividade elétrica do véeuo vale aa) ‘onde usamos a rel considerando a Equagao io V=3/C = Nm/C. Uilizando 0 faraday como unidade de medida, © - podemos exprimir a permissividade também na forma, ssxio? & 45) m sta tikima forma de exprimir e, € a mais adotada na eletrotéenica. Secao 4.3 = Exemplos de capacitor Emalgumas situagies especiais, pode-se explorar a simetria de um capacitor para se deter- rminar a configuragio do campo elétrico e a sua capacitincia, Os capacitores mais simétricos felizmente também so os mais importantes. Nesta secdo, discutiremos alguns deles. 4.3.1 Capacitor de placas paralelas O capacitor de placas paralelas ¢ um dispositivo de uso muito comum. Além disso, é muito Util para a exploragio tebrica de vérios fendmenos no eletromagnetismo. Sua importancia é tio ‘especial que o simbolo |} para capacitor é exatamente um esquema desse capacitor especific. ‘Tal dispositivo consiste em duas placas iguais, planas e paralelas, geralmente separadas por uma distancia d muito menor que as dimensdes das placas. O termo placas, utilizado para designar os condutores de um capacitor, se inspira no capacitor de placas paralelas. Fgura.2 ‘Capacitor de placas paralelas earregado com a carga 4. A Figura 4.2 ilustra 0 dispositivo carregado com a carga q. Na figura, as placas t@m for- ‘ma retangular. Este é um detalhe irrelevante. Sua forma pode ser circular ou qualquer outra Nao € possivel calcular analiticamente 0 campo elétrico gerado pelo capacitor carregado, Entretanto, isto pode ser obtido, com a desejada preciso, por meio de efleulo numérico em computador. Figures one —— lteco de bode de um capacitor e placas parallas ¢ 9 encur ‘vamento das linhas de campo priximo as bordas das placas Campo elétrico entre as placas de um capacitor de placas paralelas Capzcnancia do capacitor Ge placas paralelas Fisica Bisica w Eletromagnetismo A Figura 4.3 mostra o esboca das linkas de forga que cepresentam 0 campo elétrico. Nao € dificil entender o comportamento qualitativo das linhas de forga. No espago entre as placas, Jonge das bordas, o campo é uniforme e, portanto, as linhas de forga tém densidad uniforme. Isso 56.¢ possivel se as linhas de forga forem paralelas. Préximo &s bordas, o campo fica menos, intenso e, portanto, as linhas de forya se curvann para fora para ficarem mais espagadas, Na parte externa do capacitor, Longe das bordas. o campo elétrico ¢ muito pequeno. © encurvamento das linhas de forga préiximo as bordas das placas ¢ denominado efeto de borda, Quanto menor for a razo entre o espacamento d entre as placas € a sua dimensiv L, ‘menos sigaificativo € 0 efeito de bora. Nas nossas consideragdes a seguir 0 cfeito de borda seri completamente ignorado. Neste caso, as linhas de forca serio expressas aproximudamente pelo esquema mastrado na Figura 4.4 S, “ @ Figura “Linhas de forga de wim capacitor de pacas paralelas na idealizagdo em que o efeito de borda € ignorado ona dias superficies de Gauss, com as quais 0 campo etrico do capacitor pode ser valcutalo, e diguiluigdo das cargas nas placas. ‘Ocampo elétrico, nesse caso, é homogéneo, de intensidade E no interior das placase nulo em seu exterior. A Figura 4.4A mostra também dois tipos de superficies fechadas que utiliza- remos para analise baseada na lei de Gauss, Consideremos primeiramente a superficie S,..No interior do condutor, o campo elétrica é nulo, Como oeampo é também nulo na regio externa as placas, seu fluxo na superficie S, é mulo, Pela lei de Gauss, a carga elétrica no interior dessa superficie é nula, Portante, toda a carga nas placas fica distribuida na superficie interna, como ‘mostra a Figura 4.4B. Isto nao é dificil de entender: a interagao entre as cargas faz com que as cargas neyativas fiquem o mais préximas possivel das cargas positivas. ‘Vamos considerar agora a superficie S,,€ supor que esta é umt cilindro vertical com base de frea AA. Pela lei de Gauss, obtemos 2,EAA=0MA, 9) onde o é a densidade superficial de carga. Portanto, obtemos F=>. wn 5 Una vez que o campo elétrico F € uniforme entre as placas, a densidade de carga serit ‘constante em toda a superficie interna, Portanto, sendo A a dea das placas, podemos escre- po. (a8) ed Uma vez que a diferenga de potencial entre as placas é V = Fd, podemos escrever ainda 491 (410) Capitulo 4 m Copactores oc ia EEE) Exercicio-exemplo 4.1 = Un capacitor € formado por das placas com drca de $0,0 em’, separadas pela distincia de 0,600 em, ‘Suas placas so submetidas a uma tenslo de 80 V. Tensdo cltrica, ou simplesmente tensio, é uma ex- pressio usualmente utiizada para indicat diferenca de potencial elrico. Calcul: (A) A capacitincia do ‘capacitor. (B) A sua carga g. (C) O campo elétrico no seu interior. mSolucéo (A) A capacitincia é dada por A_8,85 10" Pam"! x50x10%m? d 6.00% 10"%m (B) A carga no capacitor seré q= CV =7,38x10" CxV"'x80V =5,90%10"C, (©) 0 campo € dado por eet 6.00x10"m m Poderiamos, como alternativa, calcular 0 campo a partir da densidade de carga nas placas: ic iE ie ee Ae, 50010" m? x8,85x10-"CxV'xm" 7,38%10"? F = Go 38 pF. ., EEE) Exercicio-exemplo 4.2 '= Um capacitor de placascirculares paralelas tem carga q quando a tensio entre as placas é V. Sabendo-se «que a separagdo entre as pleas &d, qual €0 seu rao? msolugso Podemos expressar a capacitincia do capacitor na forma ar (ee as Por outro lado, a capacitancia € C = q / V. Portanto, podemos escrever —s a Exercicios 4,1 (A) Caleule a capacitancia de um par de placasparalelas com érea de 100 em* cada, separadas 3,0 mm. (2) Caleule o campo eléwico quando o capacitor tem uma carga de 0,10 HC. E42 No Exereicio-cxemplo 4.1, vimos que a capacitincia do capacitor & da ordem de picafaa- day. Considere que as placas do capacitor sejam quadadas. Mantida inalterada a separagio entre clas (6.0 mm), qual deve sero lado do quadrado para que o capacitor tenha capacitincia de 1,0 F? 4.3 Um capacitor de placas paralelas tem placas circulares com raio de 5,00 cm. Ao ser carregado ‘com carga de 0,700 nC, no capacitor aparece uma tensio de 60 V. Qual € a separagio entre as placas? eae 66 Fisica Basia m Eletromagnetismo 4.3.2 Capacitor cilindrico cE © capacitor cilindrico é formado por dois cilindros coaxiais de altura he raios ae b, sendy «© b. A Figura 4.5 mostra um corte no capacitor por um plano paralelo a base dos cilindros; sua visio em perspectiva também € mostrada. No caso especifico da figura, o capacitor esti carregado com a carga q no cilindro interno ¢ a carga —g no cilindty externo, Por simetria, © campo elétrico sempre ter direcao radial. Analogamente ao caso do capacitor de placas paralelas, o efeito de borda curvard para fora do capacitor as linhas de forga prximas das cextremidades dos cilindros. Tal efeito serd também igmorado, de modo que o campo elétrico 36 seri considerado diferente de zero na regio entre os dois cilindrus. A intensidade do campo a mesma em todos os pontos equidistantes do cixo do capacitor. A figura também most, cem linha azul, o corte em uma superficie de Gauss. Esta é um cilindro de altura h e rao r, tal que a

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