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1. O documento distingue os conceitos de segurança alimentar e segurança alimentar sanitária, sendo a primeira um conceito mais abrangente que inclui a segunda.
2. A segurança alimentar sanitária refere-se à garantia de que os alimentos não causam danos à saúde devido a perigos biológicos, químicos ou físicos, enquanto a segurança alimentar inclui também o acesso físico e econômico a alimentos nutritivos.
3. No futuro, a importância dada à segurança alimentar sanitária
1. O documento distingue os conceitos de segurança alimentar e segurança alimentar sanitária, sendo a primeira um conceito mais abrangente que inclui a segunda.
2. A segurança alimentar sanitária refere-se à garantia de que os alimentos não causam danos à saúde devido a perigos biológicos, químicos ou físicos, enquanto a segurança alimentar inclui também o acesso físico e econômico a alimentos nutritivos.
3. No futuro, a importância dada à segurança alimentar sanitária
1. O documento distingue os conceitos de segurança alimentar e segurança alimentar sanitária, sendo a primeira um conceito mais abrangente que inclui a segunda.
2. A segurança alimentar sanitária refere-se à garantia de que os alimentos não causam danos à saúde devido a perigos biológicos, químicos ou físicos, enquanto a segurança alimentar inclui também o acesso físico e econômico a alimentos nutritivos.
3. No futuro, a importância dada à segurança alimentar sanitária
A designao Segurana Alimentar tem sido utilizada de forma
imprecisa em alguns pases. A Organizao Mundial de Sade
j referia em 2004 que Food security por vezes confundida com Food safety, porque as palavras security e safety so sinni- mos em muitas lnguas. (1) Esclarecer as suas diferenas parece- -nos importante. FOOD SAFETY Este conceito tomou importncia acrescida com a obrigatorie- dade do sistema HACCP em todas as actividades da indstria e servios da rea alimentar que compreendem transaces comer- ciais (excepo para o sector primrio), sendo definido como garantia que um alimento no causar dano ao consumidor atravs de perigos biolgicos, qumicos ou fsicos quando preparado e ou consumido de acordo com o uso esperado. (2) O FSIS (US Food Safety Inspection Service) e o IFPRI (International Food Policy Research Institute) consideram que apenas cabero no Food safety os perigos acima referidos mas que resultaram de contaminao acidental, no-voluntria (3) . Se a contaminao for intencional sair do mbito da Food safety, havendo que acrescentar o perigo radiaes e passando a designar-se Food biosecurity. FOOD SECURITY O conceito de Food security surgiu na dcada de 70, aquando da crise alimentar global, tendo desde ento vindo a evoluir. um conceito multifacetado e flexvel. Em 1974 (4) pressupunha: Dispo- nibilidade permanente de adequado abastecimento mundial de gneros alimentcios bsicos para manter uma expanso regu- lar do consumo alimentar e compensar as flutuaes da produo e preos. Na dcada de 80, em 1983, a FAO expandia o conceito: () asse- gurar que todas as pessoas tenham permanente acesso fsico e econmico aos alimentos bsicos de que necessitam. Em 1986, por influncia do Banco Mundial, o conceito era refinado: () acesso permanente de todas as pessoas a alimentos suficientes para uma vida activa e saudvel. Nos anos 90, em 1996 (5) , o conceito alarga-se cabendo nele, pela primeira vez, a componente safety e de forma evidente uma com- ponente nutricional: () acesso a gneros alimentcios sufi- cientes, seguros e nutritivos para satisfazerem as necessidades nutricionais e preferncias alimentares para uma vida activa e saudvel. (6) Em 2001 a FAO, introduzindo o conceito social, deu a definio actual: Food security uma situao que existe quando todas as pessoas, a qualquer momento, tm acesso fsico, social e eco- nmico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos, que permi- tam satisfazer as suas necessidades em nutrientes e preferncias alimentares para uma vida activa e saudvel. (7) Assim, a Food security uma designao abrangente compor- tando quatro dimenses, onde se inclui a vertente safety: dispo- nibilidade, acesso fsico e econmico, estabilidade dos abaste- cimentos e do acesso e utilizao de alimentos seguros e saud- veis (FAO, 2006). A EFSA (European Food Safety Agency) tem apenas atribuies no mbito do Food safety, mas outras agncias de pases-membros, no todas, tm funes mais alargadas, o que tambm tem contri- budo para esta mistura de conceitos. Por exemplo, a AESAN (Agencia Espaola de Seguridad Alimentaria y Nutricin) tem uma componente de nutrio que no cabe no safety, enquanto que a ASAE (Autoridade de Segurana Alimentar e Econmica), indepen- dentemente da componente econmica acrescentada, tem ainda competncias estatutrias mais amplas, podendo dizer-se que uma entidade de Food security, apesar da vertente safety ser a sua actividade mais conhecida do pblico. Como designar em portugus estes dois conceitos? A exemplo da traduo francesa exemplificada pelo nome da AFSSA, Agence Franaise de Scurit Sanitaire des Aliments pensamos que ser apropriado designar Food safety por segurana alimentar sanit- ria, deixando para apenas segurana alimentar a designao abrangente correspondente a Food security. PERSPECTIVAS E PREOCUPAES FUTURAS A segurana alimentar sanitria uma componente da segurana alimentar a que, actualmente, dada uma enorme importncia nos pases desenvolvidos. Parece, contudo, desenhar-se uma tendncia para a reduo deste grau de destaque em favor das restantes vertentes da segurana alimentar, ainda que este sentido no seja pacfico entre os cientistas. SEGURANA E QUALIDADE ALIMENTAR 62 | N.3 | NOVEMBRO 2007 XXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Manuel Arajo SAFETY E SECURITY Conceitos diferentes SEGURANA E QUALIDADE ALIMENTAR N.3 | NOVEMBRO 2007 | 63 A projeco (nvel mximo) da populao mundial para 2050 aponta para 10,8 mil milhes de humanos (UN, 2006), o que implicar elevar a produo alimentar mundial em 70 a 80% (8) ou duplic-la (9) , mas existem enormes contrariedades: 3 A maior parte da terra frtil est ocupada, ainda que at 2030 haja terra disponvel para alimentar a populao mundial (FAO, 2002); 3 A elevao da produtividade, por hectare de terra utilizada, incrementar os problemas ambientais decorrentes duma maior utilizao de fertilizantes e pesticidas; 3 Os transgnicos, devidamente aprovados, continuam com utilizao reduzida na Europa e nos pases em desenvol- vimento; 3 Os produtos biolgicos, cuja produo 20% inferior dos convencionais (10) , continuam a ser promovidos politicamente; 3 As culturas hidropnicas (culturas hortcolas em silos sem contacto directo com o solo, alimentadas por gua enrique- cida em nutrientes) no sero alternativa, pois os custos ener- gticos so 10% mais elevados que os das convencionais (11) ; 3 E a perspectiva da utilizao alargada de milho e outros vegetais para produo de biocombustveis levar ocupa- o de mais terra, ainda que seja referido que podem fornecer 30% da procura mundial sem afectar a produo alimentar (12) . Neste quadro em que a energia, para o homem e mquinas, e a manuteno da Terra habitvel para o Homo sapiens parecem ser os maiores de todos os problemas que se avizinham, a segurana alimentar sanitria ir perder terreno. A importncia acrescida da segurana alimentar e reduo do estatuto da sua vertente sanitria poder significar um crescimento dos proble- mas alimentares mundiais devido insuficincia de alimentos, um revs para a humanidade. A obesidade, por consumo genera- lizado e excessivo de nutrientes energticos, poder, inclusiva- mente, vir a ser um pecado social. Esta perspectiva, mais ou menos sombria, no partilhada por distintos membros da Academia das Cincias (EUA), que pensam que a transio para um planeta sustentvel ser efectuada em duas geraes sem qualquer alterao drstica (13) . A ser assim, as probabilidades da reduo da importncia da segurana alimentar sanitria por empolamento das restantes vertentes da segurana alimentar sero diminutas. Que assim seja! REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS (1) WHO, European Series, n. 96, 2004. (2) Codex Alimentarius Commission, 2003. (3) IFPRI, 2003; FSIS, 2005. (4) World Food Conference, Roma. (5) World Food Summit, Roma. (6) Trade Reforms and Food Security. FAO, 2003. (7) FAO, 2002. The State of the Food Insecurity, 2001. (8) Corvalan e col., WHO 2005. (9) Tilman e col., 2002, Nature 418: 671. (10) Mder e col., 2002, Science 296: 1694. (11) Gleik, 1996, Water International 21: 83. (12) Koonin, 2006, Science 311: 435. (13) US National Research Council, 1999. Manuel Arajo, nutricionista; director da SeA Consultoria em Segurana Alimentar, Lda www.infoqualidade.net Promover a consciencializao e a responsabilizao colectiva pela segurana e qualidade dos alimentos ao longo da cadeia de abastecimento do pas. Contactos: Editideias Edio e Produo Tel.: 217819442 Fax: 217819447 editideias@infoqualidade.net Visite e aceda s edies da Revista Segurana e Qualidade Alimentar k Participe na criao de uma rede de troca de informao especializada k Fomente a divulgao e intercmbio de conhecimentos tcnicos e prticos k Colabore na dinamizao do site enviando regularmente notcias + artigos + estudos + opinies + sugestes