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DESENHO TÉCNICO

INTRODUÇÃO

O Desenho Técnico é a forma de representacão gráfica e geométrica de um objeto. É


utilizada por engenheiros e técnicos para expressar suas idéias e transmitir a forma e dimensões de
seus projetos (peças, máquinas, estruturas, etc).
O Desenho Técnico usa uma linguagem simbólica e normalizada internacionalmente. No
Brasil, o órgão encarregado de definir e zelar pelas normalizações é a ABNT (Associação Brasileira
de Normas Técnicas), que por sua vez, tem como base a ISO (International Standard Organization)
e a DIN (Deutsche International Normen).
É necessário que todo estudante da área tecnológica desenvolva a capacidade de interpretar
as linhas, símbolos e convenções do Desenho Técnico, desenhando e estudando sua linguagem.

DIVISÃO DO DESENHO TÉCNICO

Quanto ao aspecto geométrico:


Desenho Projetivo: Desenho resultante das projeções do objeto sobre um ou mais planos.
Constitui-se de vistas ortográficas e ou perspectivas.
Desenho não projetivo: Desenho não subordinado às regras das projeções ortográficas, tais
como, fluxogramas, ábacos, gráficos, etc.

Quanto ao grau de elaboração:


Esboço ou croqui: Representação gráfica inicial elaborada geralmente a lápis, à mão livre e
algumas vezes, sem escala, usando papel sulfite, manteiga ou milimetrado. É um suporte gráfico
do raciocínio de um projeto ou de um levantamento de medidas e dados de um objeto. Facilita a
escolha das vistas e cortes e o planejamento geral do desenho definitivo.
Desenho preliminar ou anteprojeto: Desenho melhorado do croqui, realizado com instrumentos
ou a mão livre, em escala, mas ainda sujeito a alterações.
Desenho definitivo ou projeto: Desenho integrante da solução final do projeto, contendo os
elementos necessários a sua compreensão, de modo a poder servir á execução.

Quanto ao detalhamento:
Desenho de detalhe: É o desenho de parte de uma peça ou conjunto, necessário para completar
informações do desenho definitivo. Geralmente são feitos em escalas ampliadas para aumentar a
clareza e precisão das informações.
Desenho de conjunto: Desenho que mostra, juntos, todos os componentes que formam uma
máquina ou estrutura.

Quanto à preparação:
Desenho original: Desenho que serve de matriz para novos exemplares. Pode ser realizado em
papel utilizando os instrumentos adequados ou em computadores utilizando softwares do tipo
CAD (Computer Aided Design).
Reprodução ou cópia: Desenho obtido do original, por qualquer processo.

INSTRUMENTOS E MATERIAIS.
O bom resultado de um desenho depende, além do desenhista, da qualidade dos materiais e
instrumentos que utiliza e do cuidado que tem pelos mesmos.
Desenho em papel:
Prancheta com iluminação adequada. Papel sulfite com margem e no formato (A0,A1,....A4)
necessário. Fita adesiva. Lápis ou lapiseira com grafite B ou HB, 05 mm. Borracha macia. Régua
graduada ou escalímetro. Régua T ou paralela. Esquadro de 45° e de 60°. Curvas francesas.
Gabaritos de plástico com figuras geométricas ou peças padronizadas. Compasso. Normógrafo de
5mm. Escova ou Flanela. Lixa fina. Estilete. Pasta ou tubo.
OBS: Antes de iniciar o desenho, limpe a prancheta e os instrumentos que serão utilizados.

Desenho em computador:
Computador e software do tipo CAD.

NORMAS DO DESENHO TÉCNICO

Formato do papel:
O formato básico do papel é designado A0 (A zero) que compreende um retângulo medindo
841mm por 1189mm. Estas medidas fornecem ao papel uma área de 1m2.
Os demais formatos da série A são resultados da partição do formado anterior. Na seqüência
cada formato menor é representado A1 (594mm x 841mm), A2 (420mm x 594mm), A3 (297mm x
420mm) e por último A4, que mede 210mm por 297mm.

Escalas:
No desenho técnico um objeto deve ser representado de preferência no seu tamanho natural,
em escala 1:1. Porém, isto não sendo possível, os desenhos podem ser reduzidos ou ampliados
proporcionalmente.
As escalas mais comuns de redução são: 1:5, 1:10, 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125,
1:200, 1:1000 e outras.
As escalas de ampliação são: 2:1, 5:1, 10:1, etc.
Na escala, o primeiro valor indica o desenho e o segundo valor a medida real, todos na
mesma unidade. Dessa forma a indicação 1:100, indica 1mm no desenho para 100mm da peça e, a
indicação 2:1, de ampliação, indica 2mm no desenho para 1mm na peça.
CALIGRAFIA TÉCNICA

No desenho técnico deve-se usar caligrafia técnica (letra bastão) por ser legível e uniforme,
pode-se usá-las verticais ou inclinadas de 75° como se vê abaixo:

As proporções indicadas para as letras servem bem aos trabalhos que serão desenvolvidos,
mas há também normógrafos e réguas especiais com letras vazadas de caligrafia técnica que
poderão ser utilizados para desenho no papel.

LEGENDA

Qualquer folha desenhada deve ter uma legenda desenhada no canto inferior direito da folha
conforme a figura abaixo. Deve apresentar formato de acordo com as necessidades do desenho
evitando ultrapassar a largura de 175mm. Dessa forma a legenda ocupa a largura de uma folha de
formato A4 e devendo ficar exposta quando do dobramento de folhas maiores.
Na legenda deve constar todas as indicações necessárias para identificar o desenho.
• Nome da empresa.
• Título do desenho.
• Escalas.
• Unidade das medidas.
• Número e ou código de classificação dos desenhos.
• Datas e assinaturas dos responsáveis pela execução, verificação e aprovação.
• Indicação de substituição.

Nos desenhos em que há necessidade de relação de peças, com quantidade, material,


observações, dimensões de peça bruta ou outras indicações, deverão ser relacionadas acima ou à
esquerda da legenda, como mostra o exemplo abaixo.

DOBRAMENTO DAS FOLHAS

Para facilitar o manuseio e o arquivamento em pastas, as folhas devem ser dobradas até o
tamanho do formato A4, mantendo visível o quadro contendo a legenda.
Inicia-se o dobramento a partir do lado direito em dobras verticais de 185mm no sentido da
largura e em seguida no sentido da altura em dobras de 297mm. As dobras são feitas na forma de
“sanfona” como mostra a figura.
CONVENÇÃO DE LINHAS

No desenho técnico empregam-se três espessuras de linhas; grossa (0,7mm), média (0,5mm)
e fina (0,3mm) e vários tipos de acordo com o quadro abaixo. Essa metodologia auxilia a
apresentação do desenho como mostra a Figura 1 a seguir.

Fig. 1- Tipos de linhas e exemplo da utilização das linhas com base na Norma Geral de Desenho
Técnico – ABNT (1970).

TEORIA DAS PROJEÇÕES

No Desenho Técnico, a representação gráfica dos objetos deve ser feita de modo inequívoco
para que possa servir à sua construção. Esta representação é fundamentada no sistema Mongeano e
são utilizadas, vistas ortográficas principais, auxiliares, seccionais, perspectiva cônica ou paralela,
dependendo da clareza necessária na apresentação.

Vistas Ortográficas

São denominadas vistas ortográficas as vistas obtidas de um objeto a partir de suas


projeções cilíndricas ortogonais, ou seja, a partir das projeções limitadas pelas retas paralelas entre
si e perpendiculares ao plano de projeção (Figura 2). A composição de diversas projeções em
planos perpendiculares entre si permite visualizar a forma exata do objeto (Figura 3).
Fig.2 – Projeção cilíndrica-ortogonal

A forma mais comum de representar as vistas ou projeções de um objeto tridimensional,


seguindo a proposta da ABNT, é através de suas projeções sobre os seis planos que formam o
primeiro diedro de um sistema cartesiano espacial, diedro este denominado paralelepípedo de
referência.

2
P
4

D
E
6

Fig. 3 – Paralelepípedo de referência, 1º Diedro.

As projeções nestes seis planos são chamadas de vistas principais e representados


convencionalmente em um só plano do papel na disposição das faces de uma caixa aberta como
mostra a Figura 4.
Fig. 4 – Planos de projeção – Vistas ortográficas.

A vista frontal (F) da peça é desenhada na face do fundo da caixa (2) e serve de referência às
demais faces. Geralmente representa a peça na sua posição de utilização e é considerada a vista
mais importante.

Denominação das vistas ortográficas.

Planta, Projeção Horizontal ou Vista Superior (S - 1): é desenhada na face 1, com o observador
olhando em cima do objeto.

Vista Frontal ou Anterior, Projeção Vertical ou Elevação (F - 2): é desenhada na face 2, com o
observador olhando o objeto de frente.

Vista Inferior (I - 3): é desenhada na face 3, com o observador olhando o objeto de baixo.

Vista Lateral Direita ou Perfil Direito (D - 4): é desenhada na face 4, com o observador olhando à
direita do objeto.

Vista Lateral Esquerda ou Perfil Esquerdo (E - 5): é desenhada na face 5, com o observador
olhando à esquerda do objeto.

Vista Posterior (P - 6): é desenhada na face 6, com o observador olhando de trás do objeto.
VISTAS ESSENCIAIS

Para a caracterização de um objeto devem ser executadas a quantidade de vistas que forem
necessárias, mas raramente são exigidas todas as seis vistas proporcionadas pelo paralelepípedo de
referência. Geralmente consegue-se boa representação utilizando três vistas; planta, elevação e vista
lateral esquerda ou direita. A vista lateral escolhida deve ser a que possuir mais detalhes. As demais
somente são empregadas em casos especiais. Existem peças que devido a sua simplicidade são
representadas por apenas duas vistas, planta e elevação.
A Figura 5, mostra como obter as três vistas essenciais através das linhas de chamada.

Fig. 5 – Vistas essenciais da peça em estudo e as linhas de chamada (em cinza)


utilizadas na construção.
O exercício exemplo abaixo mostra como desenhar as três vistas ortográficas essenciais a
partir da persperctiva isométrica de uma peça.
VISTAS AUXILIARES

São vistas obtidas sobre planos inclinados em relação aos planos principais. Servem para
projeções de partes das peças que estejam inclinadas. No desenho de uma vista auxiliar pode-se
representar apenas a parte do objeto que motivou a vista.

Fig. 6 – Vistas ortográficas com detalhe de vista auxiliar. Observe na vista superior o furo na
forma elíptica devido a inclinação da peça.

VISTA AUXILIAR SIMPLIFICADA

É uma vista, utilizada geralmente, para completar um desenho representado em vista única.
É desenhada com traço fino e diretamente ligada à vista única.
Fig.7 – Vista simplificada da posição dos furos da peça (flange).

VISTAS SECCIONAIS

As vistas seccionais são obtidas a partir de um suposto corte na peça por um plano secante
convenientemente escolhido e removida a parte interposta entre o plano secante e o observador.

Fig. 8 – Obtenção de um corte.

As vistas seccionais tem como objetivo detalhar as partes ocas das peças, mostrar o tipo de
material e facilitar a cotagem. Uma vista seccional deve cortar o maior número de partes ocas
possíveis.
As vistas seccionais dividem-se em corte e seção.

Corte

Um corte mostra tanto a face da seção quanto as arestas visíveis atrás do corte. Não há
necessidade de representar as arestas invisíveis, exceto nos casos em que se deseja maior clareza do
desenho. Em geral o corte é feito em substituição a uma ou mais vistas. Indica-se o sentido do corte
de acordo com as vistas do paralelepípedo de referência, mostrando-o na planta através de setas e
letras maiúsculas.
Fig. 9 – Seção longitudinal de uma peça.

Meio Corte
Apenas metade da representação do objeto é cortada. Na parte em vista externa, omite-se as
linhas tracejadas das arestas invisíveis. Este procedimento é comum para peças simétricas.

Fig. 10 – Meio corte em seção longitudinal.

Corte Parcial

O corte parcial é realizado em parte de uma vista apenas para mostrar algum detalhe.
Delimita-se esse corte com uma linha de ruptura.
Fig.11 – Corte parcial com detalhe de solda e concordância de superfície.

Corte composto

São cortes constituídos por dois ou mais planos secantes, concorrentes ou paralelos.

Fig.12 – Corte em desvio, corte com planos secantes


paralelos.

Observa-se na figura 12 que na ausência


do corte a vista superior não permitiria distinguir
entre partes elevadas e partes rebaixadas.
Fig. 13 – Corte rebatido, corte composto com planos concorrentes.

Seção

As seções representam apenas a intersecção do plano secante com o objeto. As seções que
mostram detalhes ao longo do objeto podem ser rebatidas dentro da vista, a) sem interrupção do
traçado desta, b) com interrupção usando linhas de ruptura ou, c) retirados do contorno (Fig. 14).
Nos cortes e seções não devem ser indicadas as linhas invisíveis.

A B C

A B C SEÇÃO A-A SEÇÃO B-B SEÇÃO C-C

Fig. 14 – Diferentes formas de representar seções.


Nos cortes e seções dos desenhos em conjunto, não se deve hachurar nervuras, raios, eixos,
pinos, chavetas, parafusos, rebites e esferas.

Fig.15 – Seções com e sem hachuras.1-rebite, 2-eixo, 3 chaveta e 4- esfera de rolamento.


LINHAS DE RUPTURA

Para melhor aproveitamento do papel as peças extensas e uniformes podem ser


representadas partidas, obedecendo às convenções apresentadas na Figura 16.

Fig.16 – Linhas de ruptura.

INTERSECÇÕES DE SUPERFÍCIE

As intersecções com corpos redondos podem ser representadas de forma simplificada, como
mostra a Figura 17.
Figura 17 – A vista simplificada não mostra o furo deslocado devido a curvatura da peça mas
possibilita a mesma interpretação.

Quando as intersecções de superfície se fizerem por concordância, deverão ser empregadas


as representações das Fig. A, B, e quando em vista, as linhas de concordância não ficarem bem
definidas, desenham-se linhas fictícias, como da Fig. C.

Fig. 18 – Intersecções de superfícies.

HACHURAS

As vistas seccionais, cortes e seções, são destacadas por meio de hachuras. Normalmente
são desenhadas linhas continuas finas com inclinação de 45º com a indicação do material em um
quadro junto a legenda, veja modelo do ferro da Fig. 19. No caso de peças adjacentes na mesma
seção, as hachuras podem tomar outra direção ou pode-se diferenciá-las pelo espaçamento (Fig. 19).
Quando a peça é muito grande, é comum limitar as hachuras ao contorno da peça (Fig. 19),
enquanto que, se a peça é muito fina, será enegrecida, separando-a das peças adjacentes, igualmente
enegrecidas, por linhas claras, também chamadas linhas de luz (Fig. 20).
SUPERFÍCIES PLANAS

Convenciona-se indicar superfícies planas por duas diagonais cruzadas, traçadas com linha-
cheia fina.

Fig. 22 – Representação de superfície plana em um eixo.

SINAIS DE ACABAMENTO DE SUPERFÍCIES

Os graus de acabamento de uma superfície são indicados pelos sinais descritos na Fig. 23.
Fig. 23 – Acabamentos convencionais e especiais.

Quando uma peça possuir superfícies com graus diferentes de acabamento, o sinal
convencional referente a maioria das superfícies é colocado perto do número de referência da peça e
não precisa ser desenhado na peça, enquanto que os demais sinais são colocados entre parênteses,
perto do número de referência da peça e devem ser desenhados nas partes correspondentes.

8 ∇ (∇∇∇)

Recartilhado

Fig. 24 - Peça de referência 8 com diferentes acabamentos.

DESENHO DE DETALHES

O desenho de detalhe, é um desenho, geralmente em escala maior, de parte do desenho de


conjunto. Tem como finalidade apresentar detalhes construtivos ou de montagem. Pode ser em
vista, corte ou seção. Para definir o detalhe, contorna-se a parte do desenho com uma circunferência
ou um quadrado e, indicando-o através de uma linha de chamada ou extensão ou ainda por um
número, desenha-se o detalhe, ampliado, ao lado do desenho de conjunto ou em outra folha
devidamente identificado e caracterizado, por seu número de referência, nome, escala, etc.
DESENHO DE CONJUNTO

Um projeto completo deve conter todos elementos e informações necessárias para sua
devida execução. Portanto, deverá constar do mesmo, um desenho de conjunto com todas as vistas e
cortes necessários para a devida montagem, indicando no mesmo, com seus respectivos números de
referência, todas as peças que compõe o conjunto. Cada peça deverá então ser devidamente
desenhada com suas vistas e cortes na mesma folha do conjunto ou em folhas separadas para
facilitar sua distribuição entre os setores da indústria. Veja Fig. 27.
Fig. 27– Desenho de conjunto de um sistema de tubulação.
COTAGEM DAS VISTAS ORTOGRÁFICAS

Cotas são medidas colocadas nos desenhos que correspondem às dimensões reais dos
objetos representados. Em um desenho devem ser diretamente lançadas todas as cotas
indispensáveis à caracterização da peça, de forma a não exigir cálculo ou estimativa.
Quando necessário devem incluídas outras informações escritas para elucidar detalhes das
peças.
As cotas devem ser lançadas na vista que melhor representa o elemento cotado, com o
máximo de clareza e evitando-se a repetição.
As cotas são, geralmente, expressas em milímetros, não havendo necessidade de escrever o
símbolo desta unidade. No caso de existir algumas unidades diferentes deve-se escrever junto às
cotas o símbolo correspondente. Na legenda devem ser indicadas todas as unidades adotadas.

Linhas de cota

As linhas de cota são desenhadas com linhas finas contínuas, paralelas às arestas cotadas,
limitadas pelas linhas de extensão e interrompidas no seu centro para inscrição do valor da cota.
Nas suas extremidades devem ser desenhadas setas terminando nas linhas de extensão ou de
chamada (Fig. 28).
As linhas de cota devem ficar de 7 a 8 mm distantes das arestas e de 5 a 7 mm distantes de
outras cotas paralelas, de preferência no espaço entre duas vistas.
Para evitar que as linhas de cotas se cruzem, as cotas das arestas maiores ficam externas às
cotas das arestas menores (Fig. 29).
Em casos de desenhos esquemáticos, como desenhos de estrutura, as cotas podem ser
colocadas diretamente sobre os elementos representados (Fig. 30).

Linhas de extensão

As linhas de extensão ou de chamada são desenhadas com traço fino contínuo, não devem
tocar a peça, um afastamento de 2 a 3 mm é suficiente, e devem ultrapassar a última linha de cota,
na mesma medida do afastamento.
As linhas de centro, eixos, arestas e contornos das peças podem, quando conveniente,
substituir as linhas de extensão.
As linhas de extensão são desenhadas perpendicularmente a aresta cotada, podendo quando
necessário estar inclinada em relação à face da peça, mas paralelas entre si.
Fig.31 – Diversas linhas de extensão para cotagem.

Normas gerais de cotagem

Os valores das cotas devem ser escritos preferencialmente na interrupção central da linha de
cota, podendo no entanto ser escrito acima da cota, centralizado, quando esta não é interrompida
(Fig.32). Em caso de necessidade podem ser escritos fora do centro. Devem acompanhar a
inclinação da linha de cota (Fig.33) ou podem ser escritos em uma direção (Fig.34). Em um mesmo
desenho só pode ser utilizado um desses procedimentos.
Em um desenho deve prevalecer sempre o valor da cota escrita e não o tamanho, em escala,
do desenho. Portanto, quando no desenho, a parte da peça cotada estiver fora de escala, o valor da
cota deve ser sublinhado, a não ser que a peça esteja interrompida por linhas de ruptura (Fig. 35 e
36 ).
Para escrever uma cota em àrea hachurada, as hachuras devem ser interrompidas (Fig. 36).

20
20

Fig. 32

20
20 20

20 20

Fig. 33 Fig. 34

Fig. 35 Fig. 36

40 200

10
As cotas que possuem a mesma direção podem ser colocadas em série ou paralelo,
dando-se preferência à última, devido às tolerâncias das medidas. É importante exprimir a medida
total da peça (Fig. 37).
As cotas de diâmetros devem ser precedidas pelo símbolo ∅ , as de raio por R e, as de
quadrado, por  (Fig. 37).
No caso de necessidade de informações adicionais em algum detalhe, estas deverão ser
escritas sobre uma linha horizontal fina com a extremidade inclinada geralmente a 45º e apontada
para o detalhe (Fig.37).

Fig. 37 – Inscrições especiais, simbolos e posições de cotas.

Cotagem de arcos, ângulos e chanfros.

Fig. 38 – Diversas formas de cotagem de arcos, ângulos e chanfros.


Cotagem de arcos de círculos, círculos e esferas.

As linhas de cotas de raios não levam seta na extremidade que está no centro do círculo,
enquanto que as de diâmetros levam setas nas duas extremidades.
Deve-se tomar cuidado para localizar os centros dos arcos, círculos e esferas através de suas
coordenadas.

Fig. 39 – Diferentes formas de cotagem de arcos, círculos e esferas.

4 2

Fig. 40 – Cotagem de espaços reduzidos.

5 10 10 10 12

67
Fig. 41- Cotagem de contornos irregulares

Cotagem de roscas

As roscas normalmente tabeladas são cotadas antepondo-se à medida do diâmetro a letra que
designa o tipo de rosca. Sua representação é feita de forma simplificada, ou seja, não se desenha a
rosca e a cotagem deve ser feita no diâmetro externo da rosca (Fig.42). Não há necessidade de
especificar rosca direita e os tipos de roscas mais comuns são; W – Whitworth, M – Métrica, Tr –
Trapezoidal e Rd – Redonda.

Fig. 42 – Formas de cotagem de parafusos e furos rosqueados.

TOLERÂNCIAS E AJUSTES

O funcionamento de máquinas e equipamentos exige que suas partes trabalhem sob


determinados ajustes que dependem da precisão com que são produzidas suas peças componentes.
Torna-se necessário então que as dimensões e a forma geométrica das partes apresentem tolerâncias
limitadas para evitar dificuldade no funcionamento do conjunto. Considera-se tolerância ao desvio
apresentado entre uma medida especificada e a obtida. Recomenda-se que as tolerâncias observadas
nas medidas sejam claramente indicadas nos desenhos para permitir o devido controle da qualidade
da empresa e dos orgãos de fiscalização bem como definir especificações para contratações de
compra.
É importante lembrar que o uso de tolerâncias muito pequenas encarecem a fabricação das
peças, mas não há necessidade de aumentar excessivamente a tolerância das medidas pois não
haverá ganho de economia para tolerâncias acima das normalmente obtidas nas máquinas de
usinagem. Portanto, o uso de tolerâncias definidas por normas facilita a tarefa de assegurar que os
objetivos sejam atingidos.
Nesse texto serão apresentados regras gerais de tolerâncias de dimensões lineares e
angulares para qualidade normal de fabricação, de acordo com a NBR ISO 2768-1/fev/2001, para
dimensões lineares e angulares que não possuam indicação individual ou que estejam submetidas a
outras normas. Para ajustes de furos e eixos será apresentado um resumo da norma ISO.
Nos desenhos, as tolerâncias gerais devem ser indicadas na legenda ou próxima a ela e, as
tolerâncias individuais, nas medidas.

Indicação de medidas com tolerâncias individuais

As medidas acompanhadas de tolerâncias individuais devem ser indicadas em milímetros


com todos os algarismos significativos necessários, sendo os algarismos da tolerância de menor
dimensão que os da medida, de acordo com Fig. 43. Quando, no entanto, a fração da medida tem
valor zero, é comum utilizar-se escrever apenas o valor inteiro da medida, mesmo que o desvio seja
fracionário Fig. 44.

+ 0,2
19,8 30 ±0,08
-0,1

Fig. 43 Fig.44

Tolerâncias de acordo com a NBR ISO 2768-1.

A indicação da tolerância geral definida por esta norma deve ser indicada na legenda ou
próxima a ela, como por exemplo:

“ Todas as medidas de acordo com NBR ISO 2768-c “

onde a letra c, assim como as outras letras apresentadas nas tabelas 1, 2 e 3, definem a classe de
tolerância indicadas no item descrição da Tabela 1.

Tabela 1 - Afastamentos admissíveis para dimensões lineares em milímetros, excetuando cantos


quebrados.

Classe de Afastamentos admissíveis ( + - ) para intervalos de dimensões básicas


tolerância
Desig- Descri De 0,5 Acima Acima Acima Acima Acima Acima Acima
nação -ção até 3 de 3 de 6 de 30 de 120 de 400 de 1000 de 2000
até 6 até 30 até 120 até 400 até 1000 até 2000 até 4000
f fino 0,05 0,05 0,1 0,15 0,2 0,3 0,5 -
m médio 0,1 0,1 0,2 0,3 0,5 0,8 1,2 2
c grosso 0,2 0,3 0,5 0,8 1,2 2 3 4
v muito - 0,5 1 1,5 2,5 4 6 8
grosso
Tabela 2 – Afastamentos admissíveis para cantos quebrados ( raios externos e altura de chanfro, em
milímetros ).

Classe de Tolerância Afastamentos admissíveis ( + - ) para intervalo de


dimensões básicas.
Designação Descrição De 0,5 até 3 Acima de 3 até 6 Acima de 6
f fino 0,2 0,5 1
m médio
c grosso 0,4 1 2
v muito grosso

Obs.: Para dimensões nominais abaixo de 0,5 mm, referentes às Tabelas 1 e 2, o afastamento deve
ser indicado junto à dimensão nominal correspondente.

Tabela 3 – Afastamentos admissíveis para dimensões angulares.

Classe de Tolerância Afastamentos admissíveis (+ -) para intervalos de comprimentos, em


milímetros, do menor lado do ângulo correspondente.
Designação Descrição Até 10 Acima de Acima de Acima de 120 Acima de
10 até 50 50 até 120 até 400 400
f fino 1º 0º 30´ 0º 20´ 0º 10´ 0º 5´
m médio
c grosso 1º 30´ 1º 0º 30´ 0º 15´ 0º 10´
v muito grosso 3º 2º 1º 0º 30´ 0º 20´

Recomenda-se que quando as medidas de fabricação excederem a tolerância geral as peças


só sejam rejeitadas se comprometerem o funcionamento do conjunto, a não ser que a rejeição seja
especificada.

Sistema ISO de tolerâncias

Para ajustes de eixos e furos ou peças deslizantes é utilizado o sistema ISO de tolerâncias
que consiste em 18 graus de tolerâncias correspondentes a 18 graus de qualidade mecânica, desde a
mecânica extra-precisa para fabricação de calibradores até a mecânica grosseira de fundição,
forjamento e peças agrícolas, e 21 campos de tolerância correspondentes a 21 letras do alfabeto,
desde A até G que significam ajustes com folga, da maior, A, para a menor, G, passando por H que
significa ajuste do eixo e do furo com a mesma medida nominal e, ajuste com interferência desde J
até Z que correspondem a ajustes forçados exigindo, para encaixe, desde prensas até aquecimento
dos furos ou resfriamento do eixo.
As qualidades mais comuns dos serviços de mecânica são a 6, 7 e 8 que correspondem à
mecânica de precisão que passa por eixos de máquinas ferramentas e peças de automóvel, que
apresentam furos de qualidade 7 e eixos de qualidade 6 e, furos de média precisão, qualidade 8,
indicados para eixos de qualidade 7.
Por se tornar difícil trabalhar com diferentes graus e campos de tolerâncias nos furos e nos
eixos, costuma-se adotar o Sistema Furo Base ou Padrão, onde os furos são definidos apenas uma
vez, em grau e campo, para qualquer tipo de ajuste, e as medidas dos eixos é que variam de acordo
com o ajuste. No caso de adotar o Sistema Eixo Base, procede-se de forma inversa.
Como geralmente a indústria utiliza o Sistema Furo Padrão com campo de tolerância H e
grau 7, a relação na pagina seguinte fornece os tipos de ajustes para diferentes eixos de qualidade 6,
designados por letras minúsculas.
- Ajuste rotativo livre: H7 – e8
- Ajuste rotativo: H7 – f7
- Ajuste semi-rotativo: H7 – g6
- Ajuste deslizante: H7 – h6
- Ajuste aderente leve: H7 – j6
- Ajuste aderente duro: H7 – k6
- Ajuste forçado: H7 – n6
- Ajuste forçado duro: H7 – p6

A Tabela 4 fornece os valores dos ajustes recomendados para o sistema Furo Base H7 em
milésimos de milímetros ou 1µ m.
Para determinar o limite superior e inferior de um ajuste furo-eixo do tipo ajuste rotativo f,
para um furo de diâmetro nominal 25 mm, procura-se na primeira coluna a dimensão nominal em
milímetros, que está entre 18 e 30 mm. Na coluna do furo H7, procura-se o desvio superior e
inferior desta faixa de medidas, no caso + 21 e – 0.
Procura-se agora os limites para o eixo na mesma linha de dimensão do furo. Como o ajuste
é rotativo (f7), encontramos na coluna f7 os valores –20 e –41.
Portanto o menor valor para o diâmetro do furo é 25,000 mm e o maior valor 25,021 mm e,
para o eixo, o maior valor é 24,980 mm e o menor 24,959 mm.
A tolerância mínima entre o eixo e o furo será 0,020 mm e a máxima 0,062 mm.
No desenho a cotagem é feita como mostra a Fig. 45 .

H7
ø 40,5 g6

H7
55 h6

Fig. 45 – Cotagem ISO.

Tabela 4 – Ajustes recomendados em 1 µ m – Sistema Furo Padrão H7.

Dimensão Furo Eixo


Nominal em
mm
18 30 +21 -20 -7 0 +9 +15 +21 +28
0 -41 -20 -13 -4 +2 +8 +15
30 50 0 -25 -9 0 +11 +18 +25 +33
+25 -50 -25 -16 -5 +2 +9 +17
50 80 +30 -30 -10 0 +12 +21 +30 +39
0 -60 -29 -19 -7 +2 +11 +20
80 120 +35 -36 -12 0 +13 +25 +35 +45
+30 -71 -34 -22 -9 +3 +13 +23
120 180 +40 -43 -14 0 +14 +28 +40 +52
0 -83 -39 -25 -11 +3 +15 +27
180 250 +46 -50 -15 0 +16 +33 +46 +50
0 -96 -44 -29 -13 +4 +17 +31
250 315 +52 -56 -17 0 +16 +36 +12 +66
0 -108 -49 -32 -16 +4 +20 +34
315 400 +57 -62 -18 0 +18 +40 +57 +73
0 -119 -54 -36 -18 +4 +21 +37
400 500 +63 -68 -20 0 +20 +45 +63 +80
0 -131 -60 -40 -20 +5 +23 +40

Obs. Para ajustes com outros campos de tolerância, existem outras tabelas.

PERSPECTIVA

Perspectiva é a forma de se representar, com uma única projeção, um objeto de três


dimensões sobre um plano.
O desenho em perspectiva tem como objetivo proporcionar uma vista da peça ou
equipamento que respeite a capacidade do ser humano de visualizar em profundidade.
No desenho técnico, a representação em perspectiva será vantajosa quando acrescentada às
demais vistas ortográficas contribuir para melhor compreensão de uma peça ou máquina.
As perspectivas podem ser: a)cônicas, com um ou mais pontos de fuga, utilizadas na arte e
arquitetura, b) cilíndricas ou paralelas, que se dividem em axonométrica ou ortogonal e oblíqua.
No desenho técnico é comum utilizar-se da perspectiva isométrica, que é um tipo de
axonométrica, e da perspectiva a cavaleira, que é uma perspectiva oblíqua.
A vantagem da perspectiva isométrica (Fig.47) é que pode ser desenhada utilizando as
medidas reais das peças e apesar de apresentar deformações visuais, sua aparência fica menos
deformada que a perspectiva a cavaleira (Fig.46) quando desenhada com medidas reais.

Perspectiva a cavaleira
Neste tipo de perspectiva a face frontal é desenhada em verdadeira grandeza mas as faces
laterais devem ser desenhadas com redução das dimensões, geralmente com metade da medida real,
provocando perdas de detalhes.

45º
Fig. 46 – Perspectiva a cavaleira com ângulo de 45 º.

Perspectiva Isométrica
É o desenho em perspectiva mais utilizado na área técnica, por permitir uma visualização
próxima do real e apresentar facilidade de construção. Observa-se na Fig. 47,
que na perspectiva isométrica as linhas das arestas são desenhadas utilizando o esquadro de 30º e os
círculos e arcos de circunferências, são desenhados inscritos em losangos formados com as medidas
reais, mas na forma de elipse.

30º 30º

Fig. 47 – Perspectiva isométrica de um cubo com 3 círculos.

As linhas que não forem isométricas, ou seja, impossíveis de serem desenhadas com o
esquadro de 30º, deverão ser desenhadas após a montagem geral das linhas isométricas.
Para se obter uma boa perspectiva isométrica (Fig. 48) , tenha em mãos a peça ou suas vistas
ortográficas. Escolha um canto da peça que permita uma boa visualização de seus detalhes,
coloque-o de quina para uma linha imaginária horizontal e com o esquadro de 30º trace suas linhas
principais. Em seguida desenhe as linhas não isométricas, os arcos e os círculos. Para obter os arcos
de circunferência e os círculos utilize as técnicas de obtenção de falsas elipses do desenho
geométrico.

Elevação Vista lateral esquerda


1

30º 30º

Planta
2

3 4
Fig. 48 – Sequência de desenhos para obter uma perspectiva isométrica a partir das vistas
ortográficas de um peça.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – NB8. Norma Geral de Desenho Técnico. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 1970.

ABNT – NBR 10067. Princípios gerais de representação em desenho técnico. Associação Brasileira
de Normas Técnicas. 1995.

ABNT – NBR ISO 2768-1. Tolerâncias gerais. Parte 1: Tolerâncias para dimensões lineares e
angulares sem indicação de tolerância individual. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2001.

BORTOLUCCI, M.A.; CORTESI, M.V.P. Desenho Técnico. EESC.USP. Apostila. São Carlos,
1997.

COSTA, O. L.; TONISSI, N.J. Desenho Técnico – Mecânico. Ed. ELLOS Ltda. Ribeirão Preto,
S.P., 1975.

DEHMLOW, M.; KIEL, E. Desenho Mecânico. Tradução e adaptação: H.B. Hahmann.


EPU/EDUSP. 1974. 3v.

DEPTO. ENG. CONSTRUÇÃO CIVIL. Representação Gráfica para Engenharia. Depto.


Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica – USP, São Paulo. 2006.

FERRO A, et al. Desenho II – Exercícios 2. SENAI – SP. DMD. 2ª. ed. São Paulo, 1991. 43p.

FERRO A, et al. Desenho III – Desenho para mecânica. SENAI – SP. DMD. 2ª. ed. São Paulo,
1991. 59p.

http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/didaticos_e_tematicos/telecurso_2000_cursos_profissionaliz
antes/telecurso_2000_leitura_e_interpretacao_de_desenho_tecnico_mecanico

VOLLMER, D. Desenho Técnico. Trad. João F. Koelle. Ed. Polígono. 1973. 116p.

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