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1. Introdução

A pediculose é caracterizada pela infestação dos insetos da ordem Anoplura,


conhecidos como piolhos. Essa ordem apresenta cerca de 532 espécies distribuídas
em 15 famílias. A família Pediculidae compreende os piolhos que vivem exclusivamente
em Primatas e possui três espécies que parasitam o homem: Pediculus capitis, que é o
piolho da cabeça e Pediculus humanus corporis, que é o piolho do corpo, conhecido
como muquirana, e Phthirus pubis, piolho que se aloja na região pubiana e é
comumente denominado de chato (LINARDI, 2003). Morfologicamente, estas são
separadas pelo tamanho, coloração e posicionamento de determinadas estruturas
anatômicas em seu corpo.
A sua infestação não é considerada rara e nem restrita a determinadas raças
humanas, posicionamento social ou a regiões do planeta, sendo encontrados em locais
de clima quente e tropical ou de clima frio (ANDRADE, 2000).
Os relatos sobre a ocorrência da pediculose datam de até 1300 a.C. (REY,
2001). Recentemente Araújo e colaboradores apud Barbosa, 2003. relatam que foram
encontrados ovos de Pediculus humanus capitis em múmias no Piauí que datam 10.000
anos. Na antiguidade, a ocorrência de pediculose era associada à falta de higiene e as
pessoas que possuíam piolhos eram consideradas promíscuas, pois o asseio corporal
era erroneamente tido como um pecado.
Com o acontecimento da primeira e segunda guerra mundial, houve grandes
surtos de pediculose, decorrentes da superlotação e da falta de higiene comuns em
acampamentos de refugiados, ou entre prisioneiros e soldados em campanha (REY,
2001).
Outro fator importante que deve ser considerado é a hematofagia do parasito
sobre o seu hospedeiro, que provoca escoriações decorrentes do ato de coçar, devido
à hipersensibilidade da substância anticoagulante encontrada na saliva do inseto
(KAVAMURA, 1995).
Além do desconforto, irritação e debilidade gerados pela presença dos insetos,
as escoriações provocadas pelos piolhos favorecem a penetração de agentes
oportunistas, gerando infecções estafilocócicas secundárias que levam a um quadro de
impetigo. Outros agentes oportunistas também podem ser transmitidos por piolhos
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como: Rickettsia prowazeki, agente etiológico do tifo exantemático; Rickettsia quintana,


agente etiológico da febre das trincheiras e a Borrelia recorrentis, agente etiológico da
febre recorrente. Para essas doenças o homem é o único reservatório conhecido,
indicando estreita relação evolutiva entre esses três agentes (ANDRADE, 2000).
Existem fatores que contribuem para eventuais surtos do piolho da cabeça, tais
como: aumento da população humana e modificação dos hábitos sociais e afetivos, que
mostra um maior contato físico entre as pessoas de qualquer classe social (salas de
aula cheias e beijos faciais para cumprimentos), além da indiferença das autoridades
em relação à infestação (que a considera inofensiva, sem maiores e piores
conseqüências e de fácil tratamento) e a falta de inspeção em alguns grupos que
podem servir como reservatórios (crianças em idade pré-escolar e população de rua)
(LINARDI, 2003).
Os moradores de rua, bem como os residentes em abrigos e albergues sempre
são citados entre aqueles que possuem uma maior propensão a contaminar-se por
piolhos devido ao fato de possuírem poucos recursos de higiene e residir em locais
aglomerados onde o compartilhamento de objetos pessoais pelo grupo é bastante
comum, constituindo dessa forma um importante problema em saúde pública.
Além das condições de vida muitas vezes inadequadas, os moradores de rua
não possuem informações e conhecimento sobre as principais características da
doença, o que é fundamental para a sua prevenção, controle e tratamento.
Outro fator importante é que a pediculose é considerada até mesmo pelas
autoridades públicas como uma doença de fácil tratamento e um tipo de moléstia que
não traz graves problemas à saúde.
Com base nesses fatos, ressaltamos neste trabalho a pertinência e relevância do
estudo na área de saúde, no sentido de gerar subsídios para o desenvolvimento de um
Programa Educacional eficiente, capaz de conscientizar os moradores de rua e às
autoridades responsáveis sobre a prevenção e o tratamento adequado da pediculose.
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1.1. Moradores de rua

Segundo a Organização Mundial de Saúde, caracteriza-se morador de rua como


qualquer pessoa que, por não possuir moradia, pernoita em ruas, em albergues ou em
qualquer lugar que não seja destinado à habitação fixa. Pode compreender também,
pessoa que perdeu o seu domicilio por despejo e encontra-se alojada em instituições
públicas ou residências de terceiros (CARBONE, 2000).
Também incluem-se nesse grupo famílias que residem em situações precárias
de qualquer espécie, tais como moradores de cortiços e favelas, dada a precariedade
de seu domicilio (AMED, 1995).
Caracterizam-se pelo fato de alocarem-se em áreas da cidade que possam
encontrar trabalho, alimentos, roupas e abrigo e em sua grande maioria não dispõe
nem de domicilio ou local de trabalho conhecido. Estima-se que até dois terços da
população de moradores de favela de grandes cidades ou pessoas carentes de
comunidades rurais são afetados por pelo menos uma ectoparasitose (HEUKELBACH,
2003).
A população de rua não consta em censos, mas está cada vez mais visível nas
ruas e praças das grandes cidades, envolvida nas mais originais estratégias de
sobrevivência (ZALUAR, 1992 apud CARBONE, 2000). Apenas uma parte desta
população faz uso de algum tipo de serviço público ou privado, quer seja de distribuição
de alimentos ou abrigo em albergues ou casas de convivência.
Nem todas as pessoas assumem aspecto andrajoso, podendo ser confundidos
com pessoas que compõe o estrato de baixa renda da cidade. Em algumas vezes,
passam a viver nas ruas, buscando o anonimato, fugindo de problemas judiciais,
familiares ou financeiros.
São muitas as causas possíveis para que uma pessoa se torne moradora de rua,
tais como: desemprego, falta de estrutura familiar, problemas com a justiça, vícios e
problemas mentais. Entretanto, alguns fatores como o alcoolismo, a doença mental e o
uso de drogas, podem ser iniciados ou agravados com o “viver na rua” (CARBONE,
2000).
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2. Biologia do parasita:

Os piolhos são ectoparasitas obrigatórios. Morfologicamente observa-se


tamanho reduzido (no máximo 6mm), corpo achatado dorso ventralmente, ausência de
asas e presença de aparelho picador-sugador. Seu aparelho bucal é fino, com aspecto
semelhante ao de um canudo, este tubo penetra na pele à procura de um capilar
sangüíneo, esse fato o classifica como hematófago solenofágico (CAPORRINO, 2000).

Fig. 1 – Detalhes da morfologia externa de Pediculus humanus Linneaus macho, aspecto dorsal; a,
clypeus; b, linha correspondente a sutura epicraneana; c, protorax; d, mesotorax; e, metatorax; f, nus; g,
dilator; h, tarso; i, polex; j, tibia; k, femur; l, trochanter; n, coxa; m, estigma; o, costela; p, cova esternal; q,
faixas transversais; r, placa pleural; 1-6 estigmas abdominais (Caporrino, 2000).

Considerando ainda aspectos de seu aparelho bucal, os piolhos são também


classificados como triquetas por apresentarem três estiletes compondo o seu aparelho
bucal. Estes são classificados em estilete dorsal (ou hipofaringeano), que consiste em
seu tubo alimentar por ser o tubo por onde o sangue é aspirado; estilete mediano (ou
salivar), tubo por onde a saliva é injetada e o estilete ventral (ou labial), que possui a
função de perfurar o couro cabeludo.Os três estiletes ficam recolhidos em um saco
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dentro da cabeça, correndo por baixo do intestino anterior. Durante a alimentação, os


estiletes saem através de um pequeno bico denominado rostro ou probóscide
(CAPORRINO, 2000).

Figura 2. Vista lateral em corte da cabeça de um piolho (à direita) e à esquerda, o ROSTRO como seria
visto se cortado (Caporrino, 2000).

Possuem pernas curtas, fortes, do tipo escansorial e no tarso nota-se um


conjunto garra e processo tibial que forma uma estrutura alongada, recurvada e
achatada com o aspecto de pinça na qual o inseto fica fortemente abraçado ao pêlo.
(LINARDI, 2003).
O tegumento é espesso e por esse motivo que observa-se a dificuldade em se
dissecar ou cortar (ANDRADE, 2000).
Dá-se o nome de lêndeas aos ovos que são colocados aderidos aos pêlos ou as
fibras, geralmente na região próxima à orelha e a nuca. As lêndeas medem
aproximadamente de 0,8mm / 0,3mm. De acordo com o crescimento do cabelo, as
lêndeas se afastam cada vez mais para a extremidade, de modo que as lêndeas
situadas de 0,7cm da base do cabelo seriam lêndeas mortas ou então eclodidas, uma
vez que os ovos necessitam do calor da cabeça para eclodir (LINARDI, 2003).
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2.1. Ciclo Biológico

A fêmea de P.capitis é capaz de colocar durante a sua vida adulta, que dura
cerca de 3 a 4 semanas, uma média de 50 a 250 ovos. O ciclo completo passa pelas
seguintes fases: ovo (incubação), 8 dias – eclosão - ninfa 1 (primeira forma jovem), 2
dias - muda – ninfa 2 (segunda forma jovem), 2 dias – muda - ninfa 3 (terceira forma
jovem), 3 dias – muda – adulto ( o período pré- ovipositório dura cerca de 1 dia). Por
apresentarem metamorfose gradual são chamados de paurometábolos (ANDRADE,
2000).

Figura 3: Ciclo
Biológico do
piolho (Andrade,
C.F, 2000)

Após a
fecundação,
as fêmeas
começam a
depositar os
ovos na base
do fio de
cabelo. As
lêndeas são então cimentadas com uma sustância secretada por glândulas especiais
denominadas glândulas coletéricas; esta ação de postura de ovos dura em média 17
segundos. O período de incubação dura cerca de 8-9 dias e só é possível graças ao
calor humano (LINARDI, 2003).
Antes de tornar-se sexualmente madura, a ninfa passa por três períodos de
muda, que podem ser diferenciados em função do tamanho (ANDRADE, 2000).
O ciclo ocorre em um período de 15 dias, em condições favoráveis de
temperatura e umidade e do hospedeiro. A picada é intermitente e dura cerca de 3-10
minutos. Parecem ser mais ativos à noite, pois é o período que corresponde ao
descanso do hospedeiro (REY, 2001).
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2.2. Transmissão

Os piolhos são transmitidos principalmente por contato. Não possuem asas e


nem adaptações para saltar como as pulgas, por esse motivo a principal via de
transmissão é a transmissão ativa de uma pessoa para outra (cabeça / cabeça) durante
beijos faciais, abraços ou a coabitação em locais apertados como transporte coletivo
(LINARDI, 2003). Outra forma de contaminação importante é pelo compartilhamento de
objetos de uso pessoal como pentes, escovas, bonés e travesseiros.
Determinados estímulos podem acarretar a mudança de hospedeiro pelo piolho,
como temperatura, umidade e odor (LINARDI, 2003). Relata-se que aumentando a
temperatura do portador dos piolhos, ou seja, em casos de febre, estes se mostram
inquietos, e espalham-se pelas roupas, na tentativa de passar para outros indivíduos. O
mesmo acontece quando há um decaimento progressivo da temperatura corporal, por
esse motivo os piolhos tendem abandonarem os cadáveres assim que começam a
resfriar (REY, 2001).

2.3. Patologia e manifestações clínicas

Os efeitos da infestação por piolhos são derivados essencialmente da secreção


das glândulas salivares, que provoca de inicio e durante algum tempo, uma lesão
papilosa e elevada que produz intenso prurido. Esse efeito é observado quer seja no
ataque pelo piolho da cabeça (Pediculus capitis), quer pela “muquirana” (Pediculus
corporis) quer pelo “chato” (Phthirus pubis). Nesses casos, a pessoa é levada a coçar-
se e arranhar-se provocando escoriações que tendem a ficar com a base endurada e
não raro revestidas por crostas (REY, 2001).
Com o aumento da infestação observa-se a formação de placas hemorrágicas,
urticária e dermatite por infecções secundárias (LINARDI, 2003).

2.4. Doenças transmitidas por piolhos (infecções secundárias):


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As escoriações provocadas pelos piolhos, favorecem a penetração de agentes


oportunistas como bactérias do tipo estafilococos, que levam a um quadro de impetigo
(LINARDI, 2003). As lesões podem em alguns casos, serem agravadas por larvas de
alguns dípteros que causam miíases, estas levam a um quadro de adenomegalia de
gânglios retro auriculares e cervicais (KAVAMURA, 1995). Outros agentes oportunistas
podem ser citados, causando rickettisioses como o tifo exantemático, a febre das
trincheiras e a febre recorrente, todas transmitidas por piolhos (ANDRADE, 2000).
O agente transmissor do tifo exantemático é denominado Rickettsia prowazeki.
Trata-se de um pequeno organismo, semelhante a um cocobacilo imóvel, cujo
desenvolvimento é obrigatoriamente intracelular, com curtos estágios extracelulares.
Em condições naturais, infecta somente homem e piolho (REY, 2001). Esta doença se
caracteriza pela manifestação de bacteriemia e de um quadro de vasculite generalizada
que ocasiona a formação de trombos e hemorragias, o que pode ser seguido de
extravasamento de plasma, hemoconcentração e choque (LINARDI, 2003).
A febre das trincheiras é causada por Rickettsia quintana. Esta doença se
caracteriza por apresentar calafrios e febre no seu estágio inicial; esta febre tende a
reclinar-se e reaparecer de três a cinco dias. Esta doença foi reconhecida pela primeira
vez durante a guerra de 1914-1918 e voltou a tornar-se epidêmica durante a Segunda
Guerra Mundial (REY, 2001).
A febre recorrente, caracteriza-se por estágios febris de 2 a 9 dias de duração,
alternados com períodos de apirexia de 2 a 4 dias; sendo transmitida pelo agente
Borrelia recurrentis, seja através de carrapatos ou de piolhos. As manifestações clínicas
da doença se caracterizam pelos estágios de febre além do exantema transitório do tipo
petequial que aparece em um primeiro acesso. A letalidade desta doença durante
períodos epidêmicos chega alcançar 50% nos casos não tratados (LINARDI, 2001).

2.5. Diagnóstico e tratamento:

O diagnóstico para Pediculus capitis é simples, pois basta observar a presença


de lêndeas e de insetos adultos na cabeça principalmente na região da nuca e atrás da
orelha (REY, 2001).
O tratamento para a pediculose provoca discussão no uso de medicamentos
para o seu controle, pois a grande parte das drogas utilizadas apresentam grau de
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toxidade considerável e a região afetada, a cabeça, caracteriza-se por ser uma região
extremamente vascularizada. Outro fator que deve ser considerado é que o inseto pode
adquirir resistência a algumas drogas, induzindo a uma falsa sensação de cura,
fazendo com que as pessoas se tornem descuidadas em relação à praticas higiênicas
(BARBOSA, 2003).
Medidas extremamente eficazes e naturais merecem destaque, pois são de
grande importância no tratamento da pediculose. O primeiro meio que podemos
destacar é a catação manual seguida da destruição do inseto pelo fogo ou pela imersão
do mesmo em álcool; neste caso não é recomendado que o inseto seja morto entre os
dedos, pois esta é uma das formas de transmissão das doenças já mencionadas
(LINARDI, 2003).
Outra forma de tratamento é através da penteação ou escovação freqüentes,
utilizando-se um pente fino para retirar insetos adultos e jovens. Também possui
eficácia na retirada de lêndeas (BARBOSA, 2003). Tanto os insetos jovens e adultos
quanto as lêndeas podem sofrer lesões e escoriações pelos movimentos do pente fino,
e essas injúrias fazem com que os insetos jovens e adultos sejam mutilados enquanto
as lêndeas tem o seu desenvolvimento impedido. A penteação pode ser facilitada
quando o cabelo é previamente massageado com óleos, pois esta substância faz com
que os insetos sejam imobilizados (LINARDI, 2003).
Medida extrema como a raspagem total da cabeça ainda é muito utilizada em
algumas comunidades e principalmente quando os homens são infectados por esta
ectoparasitose. É importante ressaltar que o corte dos cabelos só é eficiente se o
cabelo for cortado até 8mm do couro cabeludo (REY, 2001).
A pediculose também é comumente tratada através do uso de substâncias
piolhicidas como pomada mercurial, benzoato de benzila organoclorados (lindane e
hexaclorocicloexano), compostos sulfurados e piretróides sintéticos (deltametrina e
permetrina). Entretanto, ao fazer uso destas substâncias, deve-se ter em mente que é
possível aumentar a resistência dos insetos em virtude da seleção natural (LINARDI,
2003).
Outro grande risco do uso das substâncias citadas é que as mesmas possuem
grande toxidade. A pomada mercurial pode causar lesões hepáticas e renais; os
produtos com base em benzoato de benzila não são aconselhados em caso de
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infecções secundárias; os organoclorados a base de lindane e hexaclorocicloexano,


podem causar irritabilidade, inquietação nervosismo e insônia (LINARDI, 2003); e os
piretróides sintéticos, xampus a base de deltametrina e permetrina, podem gerar graves
efeitos colaterais em pacientes portadores de asma ou problemas respiratórios
(BARBOSA, 2003).

2.6. Prevenção e controle:

Segundo a literatura, as principais medidas que devem ser tomadas para


prevenção de piolhos constituem-se em evitar o contato físico com indivíduos
infestados ou com os seus objetos de uso pessoal, manter a inspeção periódica dos
cabelos e incluir a prevenção da pediculose nos programas de educação sanitária
(REY, 2001).

3. Objetivos

1) Conhecer como a população de moradores de rua representa, interpreta e concebe a


pediculose, assim como a conceituação sobre sinais e sintomas, aspectos
epidemiológicos e principalmente a forma de tratamento mais adequado.

2) Caracterizar e identificar as medidas para o controle de pediculose.

4. Materiais e Métodos

4.1. Levantamento Bibliográfico

Para a realização deste trabalho buscou-se primeiramente na literatura clássica


da Parasitologia, um aprofundamento teórico quanto à biologia do inseto, seus hábitos
e forma de vida, o que é de importância extrema para a conscientização de uma
população, visando atrelar esse conhecimento à prevenção, controle e tratamento
adequado desta ectoparasitose.
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Posteriormente, com a finalidade de compreender mais profundamente os


aspectos relevantes sobre a população estudada, buscamos a referência de artigos
científicos recentes que abordassem aspectos biológicos, sociais e de prevenção da
doença, bem como relatos de outras investigações na área de saúde pública e de
educação em saúde, com o objetivo de melhor compreendermos as medidas
educativas que devem ser desenvolvidas para esse grupo.
Buscamos também referências sobre os riscos associados aos tratamentos
alternativos, bem como a sua implicação no comprometimento da saúde do individuo.

4.2. Elaboração dos questionários

O questionário elaborado a partir da revisão bibliográfica (Apêndice A) englobava


aspectos amplos sobre pediculose, abordando desde pontos relevantes sobre o
conhecimento da biologia do inseto, características e manifestações clínicas da doença,
bem como as percepções do entrevistado quanto as formas de combater e prevenir a
ectoparasitose em questão.

4.3. Aplicação dos questionários

A aplicação dos questionários ocorria somente com a autorização do


entrevistado, fato devidamente documentado e comprovado pelo termo de
consentimento livre e esclarecido (Apêndice B). As entrevistas contaram com o apoio
da direção do albergue e com a supervisão dos assistentes sociais presentes na Casa
da Cidadania, nos dias das entrevistas.
Os horários para a aplicação dos questionários eram limitados, a fim de não
alterar as regras do albergue ou a rotina dos albergados; dessa forma o controle era
feito pelo inicio do horário do jantar, que determinava o fim do horário de entrevistas,
compreendendo, portanto, o intervalo das 18 às 19 horas.

4.4. Caracterização do público investigado


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O albergue abriga um grupo de indivíduos bastante heterogêneo quanto às


características e hábitos de vida. As regras do albergue são claras, e é permitido ao
albergado permanecer na casa pelo prazo máximo de 15 dias. Todo albergado ao
chegar à casa é submetido a uma avaliação criteriosa dos assistentes sociais do local e
somente em alguns casos, é permitido ao albergado permanecer na instituição por um
tempo superior aos 15 dias determinados.
Observamos a aplicação desta medida excepcional quando uma moradora de
rua chegou à casa, grávida, acompanhada por seu companheiro, este em tratamento
por dependência química. Outro caso excepcional é aplicado aos indivíduos que
participam de projetos de capacitação profissional e que tem interesse e vontade de
estruturar novamente a sua vida. Esta medida também foi adotada nos casos em que
os indivíduos estavam sendo submetidos a tratamentos de recuperação por
dependência química no Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) e por não
possuírem residência fixa (por rejeição da família ou por escolha pessoal) utilizavam as
instalações do albergue para pernoitar durante todo o tratamento, contando desta forma
com apoio psicológico e assistência durante a maior parte de seu dia.
A cada quinzena, nos deparamos comumente com pessoas de diversos estados
brasileiros que desde muito jovens (por volta dos 12 anos) abandonaram a sua
residência, com o objetivo de aventurar-se e que infelizmente, no meio de sua jornada,
passaram por situações diversas que não permitiram a esses indivíduos retornar para
as suas famílias. Deste modo, as pessoas deste grupo migram por diversas cidades e
estados do país, sobrevivendo através de trabalhos informais ou temporários, e
utilizando os albergues como moradia temporária.

4.5. Caracterização do albergue

A Casa da Cidadania, situada na cidade de Campos dos Goytacazes, é um


órgão mantido pela Prefeitura Municipal, filiado à Secretaria de Desenvolvimento e
Promoção Social, que conta com o auxílio da Polícia Militar, do Departamento de
Posturas do Município e da Guarda Civil Municipal de Campos dos Goytacazes. Esses
órgãos atuam, em conjunto, conduzindo e amparando os moradores de rua para que
sejam submetidos a tratamento e acompanhamento psicológico na instituição.
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As pessoas acolhidas que são não sabem ler e escrever, são alfabetizadas na
instituição. Os albergados também participam de ciclos de palestras sobre temas como
drogas e violência.
A instituição abriga em média 30 (trinta) pessoas quinzenalmente. Este número
varia de acordo com a época do ano, por exemplo, em épocas de moagem da cana-de-
açúcar na cidade, onde é grande a procura por mão de obra sem especialização, o
número de pessoas que vem a cidade à procura de emprego temporário cresce, o que
faz com que o número de albergados também sofra uma elevação.
O objetivo principal desta Instituição Municipal é recuperar a cidadania dos
acolhidos, buscando oferecer oportunidades para que estas pessoas sejam resgatadas
socialmente.

5. Resultados

Foram entrevistados, 42 (quarenta e dois) albergados. Destes indivíduos


entrevistados, 90% eram do sexo masculino. A faixa etária predominante, cerca de
60%, encontra-se o grupo dos indivíduos com idades entre 21 e 40 anos.
Com relação ao nível de escolaridade a predominância entre os albergados era
de indivíduos que possuíam somente o Ensino Fundamental incompleto (cerca de
62%).
Quando interrogados se conheciam piolhos, 100% dos entrevistados
responderam que sim. Este conhecimento baseava-se em experiências próprias ou
familiares de ocorrência de infestação pelo ectoparasita.
O gráfico 1, mostra que 65% dos entrevistados afirmaram que o sangue é o
principal alimento do piolho. Para esta questão, 26% apresentou respostas variadas,
tais como que o principal alimento do piolho é o cabelo, o couro cabeludo e pele. As
entrevistas ainda revelaram que 9% dos entrevistados, desconhecia totalmente qual é a
principal forma de nutrição do piolho.
14

Qual o alimento do piolho

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Sangue Outros Não sabem

Gráfico 1- Qual o alimento do piolho.

O gráfico 2 mostra que quanto a forma de locomoção dos insetos, que é


relacionada ao modo de transmissão dos piolhos, 49% dos entrevistados afirmaram
que os piolhos pulam e voam, 29%, que os piolhos pulam, 14% que os piolhos voam e
8% afirmaram que os piolhosComo
não pulam e não
o piolho se voam.
locomove?

50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Pula Voa Pula e voa Não pula e não
voa

Gráfico 2: Forma de locomoção dos piolhos.

O gráfico 3 faz alusão ao modo de contaminação propriamente dito, onde


verificou-se que 60% dos entrevistados afirmaram que o piolho é transmitido pelo
contato com pessoas contaminadas; 14%, afirmou que a contaminação se dá através
de objetos e utensílios pessoais contaminados; e ainda, 8%, acredita que os piolhos
são transmitidos pelo ar; 13% acreditam em formas de contaminação diferenciadas,
como por exemplo que os piolhos são gerados pelo sangue e somente depois deste
fato, é que os insetos passam de uma pessoa para outra, e 5% desconhecem
totalmente como se adquire piolho.
15
Como adquire-se piolho?

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Contato Contato Pelo ar Outros Não sabem
c/pessoas c/objetos
cont. cont.

Gráfico 3: Modo de contaminação por piolhos.

O gráfico 4, mostra os resultados para a pergunta sobre quais os sintomas são


sempre associados a pediculose. Para essa questão, a grande maioria, cerca de 90%
dos entrevistados, afirmaram que o principal sintoma da infestação por piolhos é a
coceira característica, 9% dos entrevistados desconheciam os sintomas e ainda 3%
fizeram outras afirmações caracterizando os sintomas da pediculose. Entre essas
respostas diferenciadas podemos destacar como sintomas destacados, que o piolho
provoca muitas feridas na cabeça, o aparecimento de uma “gosma”, além de ser
mencionado que a pessoa infectada pode ficar “amarela”.
O que a pessoa sente quando tem piolho?

90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Coceira Não sabe Outras respostas

Gráfico 4 : Sintomas da pediculose.

Com relação ao nome do ovo do piolho 57% dos entrevistados afirmaram que o
ovo do piolho chama-se lêndea, enquanto 43% dos entrevistados desconheciam a
resposta. (Gráfico 5). E a respeito da forma como essas lêndeas devem ser retiradas,
37% dos entrevistados afirmaram que a melhor forma de acabar com as lêndeas é
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utilizando o pente fino, 17% acredita que a utilização de remédios é a forma mais
eficaz, 31% dos entrevistados sugeriram métodos diferenciados e perigosos como por
exemplo utilizando de álcool e fogo e 15% afirmou não saber como retirar os ovos dos
piolhos (Gráfico 6).

Como se chama o ovo do piolho?

Não sabem; 43%

Lêndea; 57%

Gráfico 5: Como se chama o ovo do piolho?

Como retira-se lêndeas?

40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Remédios Pente fino Outros Não sabem

Gráfico 6: Método utilizado para retirar as lêndeas

O gráfico 7 apresenta as respostas sobre a questão quanto ao uso inadequado


de substâncias tóxicas no tratamento de pediculose, onde 58% dos entrevistados
disseram que a melhor forma de acabar com os piolhos é utilizando algum tipo de
remédio (neste grupo engloba o uso de produtos a base de Deltametrina (Deltacid) e
permetrina (Kwell)), 8% mencionou algum tratamento alternativo (uso de creolina,
álcool, areia, sal, Neocid), 12% afirmou que manter somente hábitos de higiene diária já
é suficiente para acabar com os piolhos e 22% afirmou que a melhor maneira é cortar o
cabelo e mantê-lo curto.
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O que fazer para acabar com o piolho?

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Remédios Tratamento Higiene Cortar o
Alternativo cabelo

Gráfico 7 – Formas de acabar com os piolhos

Sobre a possibilidade do piolho ser o causador de alguma doença, 23% dos


entrevistados afirmaram que não existe essa possibilidade, enquanto 77% afirmou que
a possibilidade de doenças e infecções decorrentes da presença do piolho são
possíveis e reais (Gráfico 8).
O piolho pode deixar você doente?

Não; 23%

Sim; 77%

Gráfico 8 – O piolho pode deixar você doente?

O gráfico 9 analisa a percepção dos entrevistados no que diz respeito a procura


por tratamento médico em casos de pediculose. A análise das repostas mostrou que
78% dos entrevistados nunca procurou atendimento médico para tratar de piolhos,
enquanto 22% dos entrevistados procurou orientação e ajuda médica.
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Você vai ao médico para tratar de piolho?

Sim; 22%

Não; 78%

Gráfico 9 – Procura por orientação médica no tratamento de pediculose

Quanto a realização de tratamento para pediculose, 51% dos entrevistados


afirmaram realizar algum tipo de tratamento, este não necessariamente sob orientação
médica. Já, 49% afirmaram não realizar nenhum tipo de tratamento (Gráfico 10).
Faz tratamento?

Não; 49%

Sim; 51%

Gráfico 10 – Realização de tratamento

Ao serem questionados se a pediculose é uma doença ruim, 77% dos


entrevistados afirmaram que a pediculose é uma doença prejudicial, enquanto 23% não
consideram a pediculose como uma doença ruim (Gráfico 11). Para essa pergunta,
obtivemos respostas diferenciadas como justificativa, tais como: a pediculose é uma
doença ruim porque incomoda muito além do piolho estar relacionado com o
enfraquecimento da memória; ou até mesmo que a pediculose não é uma doença ruim
pois é bem fácil de tratar, uma vez que o melhor tratamento é raspar a cabeça.
19

A pediculose é uma doença ruim?

Não; 23%

Sim; 77%

Gráfico 11 – A pediculose é uma doença ruim?

Os entrevistados foram questionados quanto ao fato de manter alguma medida


preventiva com o propósito de evitar os piolhos. Para esta pergunta, 62% afirmaram
que previnem-se de alguma forma e 38% não tomam cuidado algum para evitar os
piolhos (Gráfico 12).
Para a resposta afirmativa, ou seja, dos 62% que tomam algum tipo de cuidado
para evitar os piolhos, 37% declararam que somente mantém os cabelos curtos,
enquanto 63% preocupam-se em manter hábitos de higiene (Gráfico 13).
Você faz algo para não pegar piolho?

Não; 38%

Sim; 62%

Gráfico 12 – Realização de medidas para evitar os piolhos.


20
O que os entrevistados fazem para não pegar piolho:
Manter o cabelo
curto; 37%

Manter o cabelo
curto; 37%

Higiene; 63%

Gráfico 13 – Descrição das medidas utilizadas para evitar os piolhos.

6. Discussão

A concepção dos moradores de rua sobre os piolhos e a pediculose é totalmente


baseada no senso comum e no empirismo. Essa afirmação é comprovada por
respostas como “só crianças possuem piolhos” ou “piolhos só atacam pessoas de
sangue doce”. Os relatos obtidos mostram que os albergados não possuem
conhecimento sobre a biologia do inseto, as manifestações clínicas da doença, a
ocorrência de infecções secundárias e as medidas corretas de prevenção e tratamento
da pediculose.
A importância do conhecimento sobre a biologia do inseto bem como o seu ciclo
de vida, implica no fato deste relacionar-se diretamente com as formas de transmissão
da doença. Observamos que pessoas eram isoladas do grupo, sendo segregados pelos
companheiros da casa, pois os relatos de ocorrência da pediculose em idade adulta,
colocava este individuo no grupo das pessoas que possuem “sangue doce” e até as
conversas eram evitadas pois os albergados acreditavam que os piolhos poderiam
saltar ou voar durante um contato. A grande contradição, é que entre o grupo que não
era considerado propenso a pediculose, o compartilhamento de objetos pessoais como
pentes e boné, era freqüente.
Os albergados consideravam que a pior conseqüência da pediculose era a
coceira e o desconforto característicos. As infecções secundárias não eram conhecidas.
O grande perigo desta falta de conhecimento é que para livrar-se dos insetos e da
coceira provocada, muitos faziam uso de substâncias tóxicas como creolina, querosene
21

e Neocid. Estas substâncias podem provocar graves danos a saúde, podendo levar o
indivíduo ao óbito. Os entrevistados que citaram a utilização destes compostos,
afirmaram que sentiram muita tonteira, falta de ar e dor de cabeça após o uso.
Houve relatos da utilização de areia, água e sal, por pescadores de uma
comunidade praiana que submeteu um dos entrevistados à esfoliação brusca do couro
cabeludo pela areia da praia (esta contaminada por fezes de animais, lixo e outros
resíduos). Após esta esfoliação, o individuo foi submetido a um banho por imersão em
água do mar. O albergado que relatou este caso, disse ter permitido o tratamento, para
que pudesse ser aceito pela comunidade local.
Além do uso de substâncias agressivas e tóxicas, verificamos que a raspagem e
o corte dos cabelos era uma prática comum, adotada por homens e mulheres, que
residiam na casa. As mulheres queixavam-se muitas vezes pelo fato de ter perdido
seus cabelos, mas acreditavam que o “morar na rua” contribuía para o aparecimento
dos piolhos e por esse motivo, era necessário manter os cabelos bem curtos. Esta
medida poderia ser evitada, se os métodos de erradicação e prevenção dos piolhos
fossem adotados (catação e penteação).
A baixa procura por acompanhamento ou orientação médica, aliado ao uso
inadequado destas substâncias gera preocupação em nível de saúde pública. Pois sem
a orientação para um tratamento eficaz (catação e utilização do pente fino), aumenta as
chances para a proliferação da doença, bem como os riscos de intoxicação pelo uso de
tratamentos alternativos extremamente perigosos à saúde.

7. Conclusão e Perspectivas futuras:

Considerando a metodologia aplicada e a população estudada, pode-se concluir


que:

• A população estudada, não possui conhecimento sobre os aspectos


significativos da pediculose e necessita que um conjunto de medidas
educacionais seja desenvolvido.
22

Após essas conclusões, julgamos serem necessárias a implementação das


seguintes ações:

• Sistematização e implantação de medidas para o controle da pediculose de


forma didática e coerente com a realidade dos moradores de rua, através do
desenvolvimento de metodologias e material didático apropriado;

• Criação de uma cartilha amplamente ilustrada, demonstrando os riscos do


compartilhamento de objetos pessoais, o perigo do uso de substâncias tóxicas
no tratamento da pediculose bem como a necessidade de orientação e
acompanhamento médico.

• A criação de vídeos educativos, que devem ser vinculados em horários próprios,


em que os albergados, assistem televisão como forma de descontração e lazer.
Com essa medida, falar de saúde e higiene seria algo de interesse coletivo, que
se desenvolvido de forma criativa e divertida, faria com que o conhecimento
fosse transmitido e devidamente assimilado pelos moradores de rua.

• Promoção da conscientização dos órgãos responsáveis pelo tratamento e


orientação dos moradores de rua, visando que as autoridades responsáveis
tenham ciência dos riscos gerados pelos tratamentos alternativos inadequados e
desta forma fazer com que através da implantação de medidas seguras de
tratamento, a catação manual e a utilização de pente fino, a pediculose seja
controlada.
23

8. Referências:

- AMED, A.D; Domingos, B., 1995. Moradores de rua e o C.S de Barra Funda: a
problemática desta população e a possibilidade de atendimento. Universidade Católica
de São Paulo.

- ANDRADE, C.F; Brandão, A.T, Santos, L.U., 2000. Controle da pediculose, um projeto
educativo. UNICAMP.

- ARAÚJO, A.; Ferreira, L.F.; Guidon, N.; Maués da Serra Freire, N.; Reinhard, K.J. &
Dittmar, K., 2000. Ten Thousand Years os head lice infection. Parasitol. Today 16 (7) :
269.

- BARBOSA, J.V & PINTO, Z.T, 2003. Pediculose no Brasil. II Encuentro Nacional de
Entomologia Médica y Veterinária.

- CAPORRINO, M.C; Gutierrez, M.J.I; Andrade, F.S.A, 2000. Morfologia Bucal e


comportamento alimentar do piolho (Anoplura) – Departamento de Zoologia, UNICAMP.

- CARBONE, M.H, 2000. Tísica e rua: os dados da vida e seu jogo. Fundação Oswaldo
Cruz.

- HEUKELBACH, J.; Oliveira, F.A.S & Feldmeier, H, 2003. Ectoparasitosis and public
health in Brazil: challenges for control.

- KAVAMURA, MI, Alchorne MM, 1995. Doenças Parasitárias (escabiose e pediculose).


Pediatria Moderna, 31:517-520.

- LINARDI, P.M., 2003, Anoplura. Capítulo 50:368-372 In: Parasitologia Humana


(Neves, D.P; Melo, A.L; Genaro, O & Linardi, P.M.) 10ª edição, Atheneu, São Paulo.
428 p.
24

- REY, L, 2001. Anopluros: Os piolhos sugadores. Capítulo 60: 747-751 In:


Parasitologia e doenças parasitárias do homem nas Américas e na África. Guanabara
Koogan, Rio de Janeiro, 856 p.

- ZALUAR, A. 1992. Quando a rua não tem casa, São Paulo. I Seminário Nacional
sobre População de rua.
25

Ap ê n d i c e A: Q u e s t i o n á r i o
Projeto Parasitoses do Norte Fluminense - Pediculose (Albergue)
• Nome:____________________________________________________________________________
• Data de nascimento:____________
• Idade:________________
• Sexo: ( )M ( )F
• Estado civil: ( )Solteiro ( )Casado ( )Viúvo ( ) Mora com companheiro(a)
( )outro________________________
• Escolaridade: ( ) Fundamental Incompleto ( )Fundamental ( )Médio ( )Superior
• Profissão:______________________
• Com quem mora: ( )Marido/Esposa/Companheiro(a) ( )Pais ( )Filhos ( )Colegas
( )Outros Parentes______________________________
• Cidade de origem:______________________________
• Cidade de destino:_____________________________

Questionário:
1. Você conhece piolho? Sim ( ) Não ( )
2. Dê que o piolho se alimenta?__________________________________________
3. O piolho pode deixar você doente? Sim ( ) Não ( )
4. Qual o nome do ovo do piolho?_________________________________________
5. O que devemos fazer para acabar com o piolho?___________________________
6. Como retira-se lêndeas?______________________________________________
7. Piolho voa? Sim ( ) Não ( )
8. Piolho pula? Sim ( ) Não ( )
9. Como nós pegamos piolho?____________________________________________
10. O que você sabe sobre Pediculose?______________________________________
11. O que você sabe sobre piolhos?_________________________________________
12. Quais os tipos de piolho que você conhece?________________________________
13. Quanto tempo os piolhos vivem nas pessoas?______________________________
14. O que acontece com o piolho fora do corpo?_______________________________
15. O que a pessoa sente quando tem piolho?_________________________________
16. Você vai ao médico e/ou Posto de Saúde para tratar de piolho: ( ) sim ( ) não
17. ( ) caso não, onde você vai?___________________________________________
18. Faz tratamento? Sim ( ) Não ( ) Com que remédio?____________________
19. A pediculose é uma doença ruim para as pessoas? Sim ( ) Não ( )
20. Porque?____________________________________________________________
21. Você faz alguma coisa para não pegar piolho?______________________________
22. É importante não pegar piolho? Sim ( ) Não ( )
26

Apêndice B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Uni ve r s i da de E s ta dua l do Nor te Fl um i ne nse Da rc y Ri be i r o – UE NF
Ce ntr o de Bi oc iê nc ia s e Bi otec nol ogi a
P RO G R AM A P AR AS I TO S E S DO NO RTE FLUMI NE NS E
Pr oje to de P es qui sa : Conc e i tos e Pe r ce pç õe s sobr e Pe dic ul os e nos al be r ga dos
da Ca sa da Ci da da nia do Muni cí pi o de Ca m pos dos G o yta c a ze s , RJ .
Investigadores Principais: Dr. João Carlos de Aquino Almeida / Dr. Antônio Henrique Almeida de
Moraes Netto (FIOCRUZ)

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para freqüentadores de albergues no Município de


Campos dos Goytacazes, Rj.
Eu, _____________________________________________________, idade _____ anos, freqüentador
do albergue________________________________________________ em Campos dos Goytacazes,
RJ, fui convidado(a) a participar de uma pesquisa sobre conhecimentos, atitudes e percepções a cerca
da pediculose. Fui informado(a) que este estudo visa obter mais conhecimentos sobre a situação da
pediculose em Campos dos Goytacazes, RJ, visando principalmente a melhoria da minha saúde e bem
como ensinar a prevenir a pediculose. A minha participação nessa pesquisa será de responder a
questionários e/ou entrevistas, participar de palestra sobre o tema e quando for o caso ceder amostras
de cabelo contendo ectoparasitas.
O objetivo dessa pesquisa será levantar os conhecimentos de freqüentadores de albergues em Campos
dos Goytacazes, RJ, sobre a pediculose, considerando as concepções que eles tem dessa doença e
como a vivenciam no cotidiano, visando a prevenção bem como a melhoria da saúde e qualidade de vida.
Os resultados obtidos nesse estudo serão divulgados para mim e considerados estritamente
confidenciais, podendo, no entanto ser divulgados na forma de comunicação científica, mas não será
permitida a minha identificação, que será sob a forma de código, o que garante a minha privacidade. Os
resultados desse estudo poderão não me beneficiar diretamente, mas poderão no futuro beneficiar outros
freqüentadores de albergues em Campos dos Goytacazes, RJ.
Eu poderei também contatar os pesquisadores Tania Machado de Carvalho e João Carlos de Aquino
Almeida, na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Centro de Biociências e
Biotecnologia (CBB), Sala 210, situada a Av. Alberto Lamego, 2000, Parque Califórnia, Campos dos
Goytacazes, RJ ou pelo Telefone: (022) 2726-1688, e-mail: jalmeidaa@gmail.com .
O pesquisador responsável colocou-me a par destas informações, estando à disposição para responder
minhas perguntas, sempre que tiver dúvidas. A minha participação é inteiramente voluntária e gratuita. Eu
fui informado(a) de que o termo de consentimento é um procedimento preconizado pelo Ministério da
Saúde e que eu poderei a qualquer momento desistir de participar do estudo sem prejuízo para mim.
Recebi uma cópia desse termo de consentimento e pela presente consinto voluntariamente em participar
deste estudo, permitindo, portanto que estes procedimentos descritos acima sejam avaliados.
27

Nome do(a) participante: _________________________________________


Endereço do participante:________________________________________________
Assinado pelo participante:_____________________________________________
Data: ___/___/___ Local:___________________________

Se Analfabeto:
Na presença de uma Testemunha independente alfabetizada (Se possível indicada pelo
participante).

Nome da Testemunha:_________________________________
Endereço da Testemunha:________________________________

Assinatura da Testemunha:________________________________

Data: ___/___/___ Local:___________________________

Assinado pelo Pesquisador:_______________________________________

Nome do Pesquisador: ___________________________________

Data: ___/___/___ Local:___________________________

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