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O método das ações físicas de Grotowski enfatiza que as emoções são independentes da vontade, ao contrário das pequenas ações físicas que dependem da vontade, como movimentos dos olhos e das mãos. Ele diferencia ações físicas de atividades e gestos, afirmando que as primeiras nascem do interior do corpo.
O método das ações físicas de Grotowski enfatiza que as emoções são independentes da vontade, ao contrário das pequenas ações físicas que dependem da vontade, como movimentos dos olhos e das mãos. Ele diferencia ações físicas de atividades e gestos, afirmando que as primeiras nascem do interior do corpo.
O método das ações físicas de Grotowski enfatiza que as emoções são independentes da vontade, ao contrário das pequenas ações físicas que dependem da vontade, como movimentos dos olhos e das mãos. Ele diferencia ações físicas de atividades e gestos, afirmando que as primeiras nascem do interior do corpo.
Jerzy Grotowski Os atores pensavam poder organizar seu papel atravs das emoes e Stanislavski por muitos anos de sua vida pensou assim, de maneira emotiva. O velho Stanislavski descobriu verdades fundamentais e uma delas, essencial para o seu trabalho, a de que a emoo independente da vontade. Podemos tomar muitos exemplos da vida cotidiana. No quero estar irritado com determinada situao mas estou. Quero amar uma pessoa mas no posso am-la, me apaixono por uma pessoa contra a minha vontade, procuro a alegria e no acho, estou triste, no quero estar triste, mas estou. O que quer dizer tudo isso? Que as emoes so independentes da nossa vontade. Agora, podemos achar toda a fora, toda a riqueza de emoes de um momento, tambm durante um ensaio, mas no dia seguinte isto no se apresenta porque as emoes so independentes da vontade. Esta uma coisa realmente fundamental. Ao contrrio, o que que depende da nossa vontade? So as pequenas aes, pequenas nos elementos de comportamento, mas realmente as pequenas coisas - eu penso no canto dos olhos, a mo tem um certo ritmo, vejo minha mo com meus olhos, do lado dos meus olhos quando falo minha mo faz um certo ritmo, procuro concentrar-me e no olhar para o grande movimento de leques (referncia s pessoas se abanando no auditrio) e num certo ponto olho para certos rostos, isto uma ao. Quando disse olho, identifico uma pessoa, no para vocs, mas para mim mesmo, porque eu a estou observando e me perguntando onde j a encontrei. Vejam a posio da cabea e da mo mudou, porque fazemos sempre uma projeo da imagem no espao; primeiro esta pessoa aqui, onde a encontrei, em qualquer lugar a encontrei, qualquer parte do espao e agora capto o olhar de um outro que est interessado e entende que tudo isso so aes, so as pequenas aes que Stanislavski chamou de fsicas. Para evitar a confuso com sentimento, deve ser formulvel nas categorias fsicas, para ser operativo. nesse sentido que Stanislavski falou de aes fsicas. Se pode dizer fsica justamente por indicar objetividade, quer dizer, que no sugestivo, mas que se pode captar do exterior. O que preciso compreender logo, o que no so aes fsicas. As atividades no so aes fsicas. As atividades no sentido de limpar o cho, lavar os pratos, fumar cachimbo, no so aes fsicas, so atividades. Pessoas que pensam trabalhar sobre o mtodo das aes fsicas fazem sempre esta confuso. Muito freqentemente o diretor que diz trabalhar segundo as aes fsicas manda lavar pratos e o cho. Mas a atividade pode se transformar em ao fsica. Por exemplo, se vocs me colocarem uma pergunta muito embaraosa, que quase sempre a regra, eu tenho que ganhar tempo. Comeo ento a preparar meu cachimbo de maneira muito "slida". Neste momento vira ao fsica, porque
isto me serve neste momento. Estou realmente muito ocupado em preparar o
cachimbo, acender o fogo, assim DEPOIS posso responder pergunta. Outra confuso relativa s aes fsicas, a de que as aes fsicas so gestos. Os atores normalmente fazem muitos gestos pensando que este o mistrio. Existem gestos profissionais - como os do padre. Sempre assim, muito sacramentais. Isto so gestos, no aes. So pessoas nas situaes de vida. Pois sobretudo nas situaes de tenso, que exigem resposta imediata, ou ao contrrio em situaes positivas, de amor, por exemplo, tambm aqui se exige uma resposta imediata, no se fazem gestos nessas situaes, mesmo que paream ser gestos. O ator que representa Romeu de maneira banal far um gesto amoroso, mas o verdadeiro Romeu vai procurar outra coisa; de fora pode dar a impresso de ser a mesma coisa, mas completamente diferente. Atravs da pesquisa dessa coisa quente, existe como que uma ponte, um canal entre dois seres, que no mais fsico. Neste momento Julieta amante ou talvez uma me. Tambm isto, de fora, d a impresso de ser qualquer coisa de igual, parecida, mas a verdadeira reao ao. O gesto do ator Romeu artificial, uma banalidade, um clich ou simplesmente uma conveno, se representa a cara de amor assim. Vejam a mesma coisa com o cachimbo, que por si s banal, transformando-a a partir do interior, atravs da inteno - nesta ponte viva, e a ao fsica no mais um gesto. O que gesto se olharmos do exterior? Como reconhecer facilmente o gesto? O gesto uma ao perifrica do corpo, no nasce no interior do corpo, mas na periferia. Por exemplo, quando os camponeses cumprimentam as visitas, se so ainda ligados vida tradicional, o movimento da mo comea dentro do corpo (Grotowski mostra), e os da cidade assim (mostra). Este o gesto. Ao alguma coisa mais, porque nasce no interior do corpo. Quase sempre o gesto encontra-se na periferia, nas "caras", nesta parte das mos, nos ps, pois os gestos muito freqentemente no se originam na coluna vertebral. As aes, ao contrrio, esto radicadas na coluna vertebral e habitam o corpo. O gesto de amor do ator sair daqui, mas a ao, mesmo se exteriormente parecer igual ser diversa, comea ou de qualquer parte do corpo onde existe um plexo ou da coluna vertebral, aqui estar na periferia s o final da ao. preciso compreender que h uma grande diferena entre Sintomas e Signos/Smbolos. Existem pequenos impulsos do corpo que so Sintomas. No so realmente dependentes da vontade, pelo menos no so conscientes - por exemplo, quando algum enrubesce, um Sintoma, mas quando faz um Smbolo de estar nervoso, este um Smbolo (bate com o cachimbo na mesa). Todo o Teatro Oriental baseado sobre os Smbolos trabalhados. Muito freqentemente na interpretao do ator estamos entre duas margens. Por exemplo, as pernas se movem quando estamos impacientes. Tudo isso est entre os Sintomas e Smbolos. Se isto derivado e utilizado para um certo fim se transforma em uma ao.
Outra coisa fazer a relao entre movimento e ao. O movimento, como na
coreografia, no ao fsica, mas cada ao fsica pode ser colocada em uma forma, em um ritmo, seria dizer que cada ao fsica, mesmo a mais simples, pode vir a ser uma estrutura, uma partcula de interpretao perfeitamente estruturada, organizada, ritmada. Do exterior, nos dois casos, estamos diante de uma coreografia. Mas no primeiro caso coreografia somente movimento, e no segundo o exterior de um ciclo de aes intencionais. Quer dizer que no segundo caso a coreografia parida no fim, como a estruturao de reaes na vida.
De uma palestra proferida por Grotowski no Festival de Teatro de Santo