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Todos sabem que em Portugal se tem colocado uma excessiva ênfase no ensino e uma reflexão
deficitária sobre a aprendizagem. A transmissão raramente dá lugar à experimentação. Os
programas são extensíssimos, autêntica panóplia de conteúdos, factos e conhecimentos. Para
além disso, as nossas escolas são extremamente apressadas e procuram antecipar as
aprendizagens formais na convicção de que a precocidade está na razão directa da eficiência.
Caso não haja reflexão e bom senso poderemos vir a ter escolas fast-food em que as grandes
finalidades são transformadas em metas de curto prazo. Aliás, a simples imposição destas metas
de sucesso às escolas e aos alunos levanta uma série de problemas. Quando alguém estabelece
metas para nós em vez de o fazer connosco é porque desconfia da nossa vontade e competência.
Por outro lado, o insucesso origina sentimentos de culpa e de medo e uma predisposição para
fazer tudo, por mais hipócrita que seja, para garantir que elas sejam atingidas: treinar os alunos
e prepará-los para a realização dos exames; abandonar tudo o que não é passível de testagem;
transferir para outras escolas aqueles que possam vir a prejudicar as médias e a posição da
escola nos rankings anuais. Aprendizagens significativas e sustentáveis dificilmente ocorrem
num contexto curricular balizado por metas muito exigentes, formatado por guiões minuciosos e
que retiram à escola liberdade e autonomia de acção.
Provavelmente, muitos dos nossos decisores políticos e até mesmo curriculares não se terão
ainda apercebido de que a realidade ultrapassa já a ficção! Atente-se no que ocorre com a
aprendizagem da Língua Portuguesa.
Mesmo sabendo que este estudo foi feito em poucas escolas e que extrapolação destes resultados
é abusiva, temos consciência de que a nível nacional o panorama é semelhante.
Em relação aos manuais escolares, que muitos continuam a confundir com os programas, um
outro estudo relativamente recente sobre os seis principais manuais de Língua Portuguesa
adoptados no 7.º ano de escolaridade conclui que não estão concebidos para o desenvolvimento
das competências representativas e comunicativas do aluno; que os textos literários
apresentam-se como pretextos para o ensino da gramática, de forma atomística e
descontextualizada, propondo actividades de produção oral e escrita pouco profícuas; que as
respostas dos alunos são pré-determinadas, uma vez que os manuais já fornecem o horizonte de
resposta esperado. Em suma, o estudo conclui que os manuais veiculam um ensino tradicional
onde a língua se perspectiva como produto e não como processo.
Neste contexto, definir metas, por si só, não chega. É preciso redefinir tudo. Afinal… para que
serve hoje a escola?
*retirado de http://sitio.dgidc.min-
edu.pt/linguaportuguesa/Paginas/revisaodosprogramasdeLPEB.aspx
Foto: Londres
A ministra da educação criou um grupo de trabalho, dirigido por Natércio Afonso, para
construir as metas de aprendizagem para cada ano de escolaridade. Os jornais anunciaram que a
equipa está a ser formada. Os primeiros resultados estão previstos para Junho de 2010.
Natércio Afonso, em declarações ao JN , faz a defesa da construção de metas de aprendizagem e
apresenta várias justificações que exigem exame crítico.
2. "As metas nacionais não são uma norma mas sim mecanismos de apoio opcionais; são, no
entanto, imprescindíveis à elaboração dos exames nacionais". Se são imprescindíveis para a
realização dos exames nacionais, como pode dizer-se que são opcionais? Não são uma norma?
Então são o quê?
3. "As metas são um útil mecanismo de apoio aos professores, que existe no Reino Unido e
noutros países com resultados positivos". Quais são os estudos que provam esta afirmação? No
Reino Unido têm sido publicados estudos que concluem o inverso. Esses estudos criticam o
excesso de regulamentação e de normativos curriculares e exigem que se dê mais liberdade e
autonomia às escolas na definição e adaptação do currículo nacional. Estou em crer que estas
metas de aprendizagem serão mais um normativo de centralização do currículo e um obstáculo
à criatividade dos professores e à autonomia pedagógica das escolas. As escolas não precisam de
mais normativos e constrangimentos. Necessitam, isso sim, de simplificação dos procedimentos
e menor interferência do ME no seu funcionamento.
Julgava que o tinha feito no meu artigo publicado nesta revista, mas as críticas dos meus colegas
levam-me a acreditar valer a pena ser mais preciso. Não se trata de confundir «competências»
com «skills», interpretando estas como «aptidões», nem de dizer que as competências não
incluem os conteúdos, como contestam os meus colegas. É algo mais profundo.
A teoria que critico é a formulada por Perrenoud e defendida em alguns dos documentos
oficiais portugueses, nomeadamente no «Currículo Nacional do Ensino Básico: Competências
Essenciais», aprovado pelo Ministério da Educação em 2001. Esta teoria de organização do
ensino por competências pode caracterizar-se da seguinte maneira:
(1) o que importa não é o conhecimento puro, mas sim o conhecimento em acção;
(2) os objectivos curriculares devem ser formulados em termos de capacidades de aplicação,
envolvendo os conhecimentos como subsidiários dessas capacidades;
(3) as competências são uma categoria englobante dos conhecimentos, das atitudes, da
capacidade de aplicação e de outros objectivos do ensino.
Como o sintetizou uma vez um dos defensores desta teoria, «não importa que os alunos saibam
quanto é dois mais dois, o que importa é que saibam calcular quantas cadeiras há numa sala em
que há duas cadeiras de um lado e duas do outro». Estou em total desacordo.
As críticas que têm sido formuladas a estas ideias são essencialmente as seguintes:
(1) há valor no conhecimento puro, mesmo que não se visualize ou não se alcance a aplicação
desse mesmo conhecimento;
(2) as ditas competências não devem pois ser apresentadas como categoria que engloba todos os
objectivos de aprendizagem, devendo estes ser claramente decompostos em conhecimentos e
capacidades;
(3) ao estabelecer a categoria de competências como orientadora de todo o ensino, substituem-
se objectivos claros, precisos e mensuráveis por objectivos aparentemente grandiosos, mas
vagos e difíceis, quando não impossíveis de aferir.
Para se perceber que estas críticas não são uma excentricidade minha ver a discussão sobre as
orientações pedagógicas no Canadá os países melhor colocados no TIMSS e no PISA, ou toda a
insistência na decomposição de aprendizagens defendida pelos cognitivistas modernos.
Nuno Crato
Foto: Westimnster Abbey. Londres
Para saber mais
O que vou dizer em seguida é capaz de ser uma surpresa para muitos
leitores: essa ideia, pelo menos na sua versão radical e em alguns
aspectos testáveis, é contrariada pelas pesquisas recentes da
psicologia cognitiva. Está pois muito longe de ser uma ideia
consensual, excepto na sua versão corriqueira.
REFERÊNCIAS:
[1] Publicado em Sigmund Tobias e Thomas M. Duffy (2009), Constructivist
Instruction: Success or Failure?, Routledge, pp. 127–143.
[2] Geary, D. C. (2006), Evolutionary developmental psychology: Current status
and future directions. Developmental Review, 26, 113-119; Geary, D. C. (2005),
Folk knowledge and academic learning, in B. J. Ellis & D. F. Bjorklund (Eds.),
Origins of the social mind. (pp. 493-519), Guilford Publications.
[3] Anderson, J.R., Greeno, J.G., Reder, L.M., & Simon, H.A. (2000), Perspectives
on Learning, Thinking, and Activity, Educational Researcher, 29(4), 11-13;
Anderson, J.R., Reder, L.M., & Simon, H.A. (1998), Radical Constructivism and
Cognitive Psychology, in Ravitch, D. (Ed). Brookings Papers on Education Policy:
1998. Washington, D.C. Brookings Institution, pp. 227–255.
[4] V. Richard E. Mayer (2009), Constructivism as a theory of learning versus
constructivism as a prescription for instruction, in Sigmund Tobias e Thomas M.
Duffy, Constructivist Instruction: Success or Failure?, Nova Iorque e Londres:
Routlege, pp. 185–200.
[5] G.D. Borich (2000), Effective Teaching Methods, Merrill-Prentice Hall.
[6] D. Klahr & M. Nigam (2004), The equivalence of learning paths in early science
instruction: Effects of direct instruction and discovery learning, Psychological
Science 15, pp. 661–667.
[7] V., por exemplo, Steve Bissonnette, Mario Richard & Clermont Gauthier (2005),
Échec scolaire et reforme éducative : quand les solutions proposés deviennent la
source du problème, Québec: Les Presses de l’Université Laval.
[8] Sigmund Tobias e Thomas M. Duffy, Constructivist Instruction: Success or
Failure?, Nova Iorque e Londres: Routlege.
[9] Maria Helena Damião (2004), (Ainda) sobre a noção de competência na
educação escolar básica», Gazeta de Física 27–3, 2004, 31–33.
[10] Ver, por exemplo, Philippe Perrenoud (2001), Porquê Construir Competências
a partir da Escola?, Porto: Asa.
[11] Nuno Crato (2006), O ‘Eduquês’ em Discurso Directo: Uma Crítica da
Pedagogia Romântica e Construtivista, Lisboa: Gradiva, pp. 75–79.
[12] Steve Bissonnette, Mario Richard & Clermont Gauthier (2006), Comment
Enseigne-t-on dans les écoles efficaces?, Québec: Les Presses de l’Université Laval,
pp. 98–112 e passim.
[13] John R. Anderson & C. Lebiere (1998), The Atomic Components of Thought,
Mahwah, NJ: Erlbaum; John R. Anderson, L.M. Reder & H. Simon, Situated learning
and education, Educational Researcher 25, 5–11.
[14] http://www.spm.pt/files/outros/ECDU.pdf (aqui )
8. Monitorar as fichas
No caso de um resultado mau, o melhor a fazer é definir um plano para
melhorar o desempenho – mas não sem antes consultar a escola e avisar o
filho de que está a fazer isso. O objectivo aí é estabelecer, junto com a escola,
uma estratégia para reverter a situação e saber qual será, exactamente, a sua
participação. Está mais do que provado que o castigo, nesse caso, não
funciona. Só diminui o grau de autoconfiança, já baixa, e agrava o
desinteresse pelos estudos.
1.Peça aos pais que leiam regularmente aos filhos e oiçam as leituras deles.
5.Peça aos pais que limitem o tempo que os filhos estão expostos à televisão.
6.Sugira aos pais que envolvam os filhos na realização de pequenas tarefas em casa.
7.Envie sugestões de jogos educativos de grupo que possam ser jogados por pais e filhos em
conjunto.
8.Estabeleça acordos com os pais para supervisão do estudo e dos trabalhos de casa.
2.Crie uma rotina de trabalho e estudo e reforce a necessidade de cumprir o horário de estudo
estabelecido.
4.Tenha expectativas realistas face ao seu filho: nem demasiado ambiciosas e fantasistas nem
demasiado baixas.
8.Informe o professor do seu filho sempre que esteja a acontecer algo que seja negativo para o
desempenho do aluno.
10.Acompanhe, na medida do possível, os trabalhos de casa do seu filho mas nunca se substitua
a ele.
Para saber mais.
Horários profs
Para 2009/2010 há novas regras para a elaboração dos horários dos professores?
Não! A elaboração dos horários dos professores e educadores, este ano, continua a obedecer a
regras e limites legalmente estabelecidos no Despacho n.º 19.117/2008, de 17 de Julho, que não
estão a ser respeitados em algumas escolas e agrupamentos.
Sim. De acordo com o número 2 do artigo 5.º daquele despacho, a componente de trabalho
individual não poderá ser inferior a:
- 8 horas para os educadores de infância e professores do 1.º Ciclo;
- 10 ou 11 horas para os professores dos 2.º e 3.º Ciclos e do Ensino Secundário, conforme
tenham, respectivamente, menos de 100 ou 100 ou mais alunos.
Quando um docente tem mais do que uma disciplina e/ou nível com a mesma turma, é lícito
que lhe seja contada, apenas, uma só turma para efeito de atribuição de 10 ou 11 horas na
componente individual?
Não, já que o número 2 do artigo 5.º refere que aquele é o número mínimo de horas de
componente individual, pois deverão ser tidos em conta, para além do critério "número de
alunos", outros como o número de turmas e/ou de níveis/disciplinas atribuídos ao docente.
Organização de um horário de trabalho: Como se pode verificar que os limites legais estão a
ser respeitados?
Deverá ter-se em conta o conjunto das suas três componentes (lectiva, individual e de
estabelecimento) que nunca poderá ultrapassar as 35 horas semanais, tendo de ser respeitados
os seguintes limites e regras legalmente estabelecidos:
- Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico:
• Componente lectiva - 25 horas;
• Componente não lectiva de estabelecimento - máximo de 2 horas;
• Componente de trabalho individual - mínimo de 8 horas (ver caixa).
- 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, Ensino Secundário e Educação Especial:
• Componente lectiva - entre 22 e 14 horas, de acordo com artigos 77.º e 79.º do ECD
[correspondentes à prestação de entre 22 e 14 tempos lectivos de 45 minutos mais os tempos
para outras actividades (apoio educativo e/ou complemento curricular)];
• Componente não lectiva de estabelecimento - mínimo de 1 e máximo de 2 ou 3 horas
(consoante o docente tenha 100 ou mais alunos ou menos de 100, a que, apenas, podem acrescer
as horas de redução ao abrigo do artigo 79.º do ECD);
• Componente não lectiva de trabalho individual - mínimo de 11 ou 10 horas, consoante o
docente tenha 100 ou mais alunos ou menos de 100, respectivamente (ver caixa).
• Educação Especial - aplica-se a mesma norma para a elaboração dos horários nos 2ª e 3ª ciclos
e no Ensino Secundário, excepto os tempos para outras actividades, as quais não podem ser
atribuídas.
A componente de trabalho individual pode incluir reuniões, mas apenas as "que decorram de
necessidades ocasionais";
Continuam a existir cargos e funções nas escolas que determinam reduções horárias,
designadamente na componente lectiva?
Sim. Nos termos do artigo 6.º, número 1, alínea n), as horas referentes a acções de formação
contínua, desde que tenham carácter obrigatório, terão de ser deduzidas na componente não
lectiva de estabelecimento.
Para saber mais
4. Antipatia pelo ensino de conteúdos: "os factos não contam tanto como a compreensão", "os
factos ficam desactualizados", "menos é mais", "aprendizagem para a compreensão".
6. Crítica do uso da memória e recusa das actividades de repetição, tidas como não
significativas, portanto inúteis.
7. Defesa da ideia falsa de que as crianças só compreendem o que lhes está próximo e o que é
concreto e manipulável.
• Os erros do eduquês
• Eduquês, outra vez
• O formalista
• A globalização do eduquês no seu esplendor
Ao longo dos próximos dias, o ProfBlog abre espaço para a crítica do fenómeno do eduquês. São
bem-vindos os testemunhos e os textos analíticos sobre um fenómeno que, caso não seja
combatido, continuará a sufocar os professores e as escolas com excesso de burocracia.
O Jad, comentador regular do ProfBlog, deu um contributo com o texto que se segue. Convido-o
a dar continuidade ao debate.
Desde pelo menos 1996-97, ano da defesa e publicação da minha dissertação de mestrado, que
defendo que a escola e a educação se orienta para o aluno como seu fim mas que o seu centro é o
professor. É ele que ensina e determina os processos de aprender.
A escola não é uma entidade abstracta. É constituida por espaços, tempos e pessoas. É neste
complexo de circunstâncias e modos de ser, pensar, dizer e de fazer que se desenvolve o ensinar
e o aprender. Mas, para mim não há qualquer equívoco em quem ensina e quem aprende:
ensina quem sabe, aprende quem não sabe.
Mas, penso que, uma vez que todo o trabalho pedagógico e educativo se faz numa língua e
recorre à linguagem, o grande problema está no domínio da língua e da linguagem. Ou seja, o
sucesso/insucesso, quer dizer, a eficácia/ineficácia do ensinar e do aprender tem que ter em
consideração o domínio da língua e da linguagem em que se ensina e se aprende. Mas também
acho que George Steiner tem razão quando diz que, mesmo que os alunos não percebam tudo o
que o professor diz, se recorrer a conhecimentos rigorosos e saberes importantes o efeito neles
provocado é sempre muito importante para os alunos.
O que o eduquês trouxe foi a deslocação do ensinar para o aprender e, com ele, a produção de
mil e um documentos que mostrassem o que e como se aprende.
Jad
Para saber mais
• O eduquês desmascarado
• Os erros do eduquês
Esta frase é epigramática e diz muito sobre essa vulgata nascida nas cada vez mais desertificadas
Licenciaturas em Educação dos moribundos departamentos de ciências da educação de algumas
Universidades e ESE's.
Muita papelada com validação de "competências" sabe-se lá em quê. Com qualificação elencada
de seja o que for parece ser a finalidade paradoxal de um ensino que se devia pretender
transmissor dos conhecimentos acumulados de gerações como base para a construção de um
futuro melhor.
Quer dizer, tal como na produção económica, o ensino heterónomo torna os meios no seu
próprio fim, perdendo-se de vista o objectivo que seria suposto servir – a aprendizagem, o saber,
autonomia, a liberdade e responsabilidade das crianças e adolescentes. Pior ainda, com a
preocupação burocrática da ocupação dos professores em trabalho heterónomo e
contraprodutivo (improdutivo mesmo) desperdiçam-se recursos humanos valiosos assim
atolados em burocracia cujo resultado não é senão dar a impressão perante a opinião pública
que agora, sim, os professores trabalham e logo (subentenda-se) os alunos aprendem!
Metacognição em educação
• Hemisfério Esquerdo
• Hemisfério Direito
"…Uma das lições que os docentes devem aprender, dos descobertas relatadas
sobre a investigação na área da neurociência, é que a efectividade da instrução
aumenta na medida em que o conteúdo se apresenta não só na modalidade
verbal tradicional (estímulo ao hemisfério esquerdo) mas também na
modalidade não verbal ou figurativa (gráfica, imagética, pictórica ou outra), a
qual contribuirá para estimular o hemisfério direito.
O dito acima leva a planear a necessidade de utilizar na aula das várias
disciplinas uma estratégia que combine as técnicas sequenciais, lineares, com
outros enfoques que permitam aos estudantes ver modelos, fazer uso do
pensamento visual e espacial, e tratar com o todo, além das partes. A
propósito, poder-se-iam utilizar as seguintes estratégias de ensino: o
pensamento visual, a fantasia, a linguagem evocadora, a metáfora, a
experiência directa, a aprendizagem multi-sensorial e a música…".
Exercício de comprovação: tenta dizer a cor de cada palavra, não a palavra,
mas a cor com que ela está escrita.
O hemisfério direito quer dizer a cor, mas o esquerdo insiste em ler a palavra.
Finalmente, apresentamos um TESTE adaptado sinteticamente do original,
para que se possa dar conta de qual o hemisfério cerebral que utiliza
permanentemente.
Trabalho realizado por: Nelson Marcelo Aldaz Herrera - Doutor em
Pedagogia e Supervisor Educativo, Riobamba-Equador
Taduzido por: Miguel Loureiro
Excerto daqui
Imagem daqui:
No que se refere ao método global de aprendizagem o que neste momento posso dizer (um dizer
precário a pedir mais desenvolvimento posterior) é que o cérebro direito não reconhece o "não",
é intuitivo e holístico. Portanto, a parte só é entendida pelo cérebro esquerdo, o da razão, da
análise, da reflexão, da dedução.
Neste sentido, a opção por um ou outro método não é em si mesmo negativa. O problema reside
no passo seguinte a dar: como levar a criança a perceber que uma palavra não existe sem as
letras que a formam, ou, no outro processo, como explicar à criança que as letras só têm sentido
enquanto constituindo sílabas, palavras, frases, textos.
O que está em causa é o movimento que vai do todo à parte e da parte ao todo e não a fixação em
qualquer deles. Se apenas valorizarmos a parte ou o todo, se não construirmos o todo a partir
das partes e analisarmos o todo decompondo-o ou dividindo-o nos elementos que o constituem
estaremos inevitavelmente a inibir o desenvolvimento das crianças.
Por isso, nesta perspectiva, a aprendizagem da língua é inicialmente global (ninguém aprende a
falar uma língua pela decomposição silábica) mas deve tornar-se progressivamente analítica
quando se começa a aprender a escrever. É que, como todos sabemos, a escrita é um exercício
muito mais complexo e difícil do que a oralidade e, dado que não se escreve com carimbos
contendo as palavras e o exercício racional analítico-sintético é essencial ao modo de ser,
pensar, dizer e fazer ocidental (no oriente a relação com a realidade é distinta) deve ensinar-se a
aprendizagem da escrita da parte para o todo, da letra à sílaba e desta à palavra, à frase e ao
texto.
Para isso teríamos que abandonar os “…emas” com que a linguística nos brindou. As palavras, as
frases e os textos são mais do que elementos sígnicos que estruturam relações analíticas entre
“…emas”, significados e significantes.
Por isso também é que todo o ensinar e aprender se deve centrar no dizer, na língua e na
linguagem.
Jad
Foto: Postdamer Pltaz. Berlim, 2009
Para saber mais
Todos os métodos que circulam pela nossa praça (e não só) têm prós e
contras, como tudo na vida. O que importa é que cada professor,
conhecendo-os todos e tendo espírito crítico, seja capaz, de acordo com a
contextualização do meio, compor a sua mistura; como na gastronomia
em que cada cozinheiro, sobre cada prato, vai criando e recriando. Mas
pode ser arriscado pôr a coisa assim tão de singelo, podendo levar a supor
que cada professor, isolado, pode muito bem inventar a sua “açorda”. As
divulgações das experiências de cada um, no plano horizontal, é muito
importante; e sem elas, poderão as ESEs e os CIFOPs chamar a elas todos
os profissionais ou irem elas às escolas divulgar mais conceitos teóricos
importantes porque o que falta é o relato de vivência práticas. Voltando à
comparação com a cozinha, o que faz falta é organizarem-se “festivais de
gastronomia” em que cada um, criando e recriando sobre o conhecido,
apresente a sua nova “açorda”.
Mais antigo mas ainda usado existe o Método Sintético que parte sempre
do B A BA, não sendo para a criança compreensível essas coisas dos Bs e
dos As e muito menos um B com um A dará Bá, porque sendo o B uma
consoante ela só tem significado sonoro “consoante a vogal que se lhe
junta; antes só tem nome que não valor.
Caminhos
Eduques