Análise Crítica ao Modelo de Auto – Avaliação das Bibliotecas Escolares.
A biblioteca escolar é um local privilegiado para promover a articulação
entre as actividades lectivas da escola e as necessidades e interesses dos alunos. A biblioteca pode disponibilizar um conjunto de recursos/materiais tais como livros, manuais escolares, computadores, DVD, CDR, etc… Os alunos têm ao seu dispor um conjunto vasto de recursos e materiais que lhes permitem a consulta e pesquisa sobre temas diversos para a realização de trabalhos relacionados com as diferentes disciplinas e/ou com temas gerais dos seus interesses. Desta forma, o aluno pode utilizar a biblioteca, não só como complemento das actividades curriculares, mas também como espaço mais lúdico, com recurso a leitura informal, visualização de filmes e documentários, participação em passatempos e concursos e realização de outro tipo de tarefas.
Hoje em dia, a biblioteca escolar deixou de ser um parente pobre dos
serviços da escola e passou, ou terá de passar, a ter um lugar de destaque. Neste sentido, já muito trabalho foi realizado e há ainda muito a implementar. Neste contexto, a figura do professor bibliotecário assume um papel muito importante e fundamental. O professor bibliotecário deve ser o elemento central na articulação entre a biblioteca e a escola. O professor bibliotecário deve verificar o que é necessário alterar na biblioteca para que o seu funcionamento possa ser melhorado e rentabilizado; deve planear e promover actividades que envolvam os vários intervenientes; deve gerir recursos e avaliar a sua implementação; deve ter um contacto permanente e activo com os restantes professores e direcção da escola e ainda com parceiros da comunidade educativa. No entanto, o professor bibliotecário terá muita dificuldade (ou será mesmo impossível) atingir os seus objectivos se trabalhar sozinho. O trabalho em equipa é fundamental, bem como, o diálogo e a proximidade com professores de diversas áreas.
O modelo da Auto – Avaliação das bibliotecas escolares surge como uma
necessidade de criar linhas orientadoras do trabalho realizado pelas bibliotecas, de possibilitar às escolas traçar o seu caminho em termos de organização, linhas de acção, instrumentos e recursos necessários para que a biblioteca escolar possa servir o melhor possível o enriquecimento dos alunos e contribuir positivamente para o ensino e a aprendizagem. A avaliação da biblioteca escolar permite aferir o impacto das suas prestações perante todos os elementos ligados ao seu funcionamento, não esquecendo que um dos grandes objectivos é a melhoria dos resultados escolares dos alunos. No entanto, é importante referir que a aplicação deste modelo de avaliação deve ser exequível e prático e não deve ser excessivamente burocrático, criando um desgaste de energia que poderia ser melhor aplicada. O modelo de auto - avaliação é um contributo para tornar as bibliotecas escolares actuais numa nova realidade. Tal como se encontra referido no artigo This man wants to change your job “transformar a visão de um programa de biblioteca escolar numa realidade requer dois elementos essenciais: pensar estrategicamente e planear estrategicamente”, o grande desafio será a forma como se concretizará o trabalho da biblioteca escolar. Esta forma de concretização depende da equipa, dos recursos, do sistema de tecnologias de informação, das decisões tomadas, mas também dos problemas que se querem superar, das metas que se pretendem atingir e das oportunidades que não se deixam escapar.
E, como tudo na vida, é necessário força e vontade para vencer!
Ana Paula Souto Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos D. Luís de Ataíde - Peniche