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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETUBAL

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

10º Curso de Licenciatura em Enfermagem

UNIDADE CURRICULAR: Ética

Teoria Ética de Hans Jonas

DOCENTE: Professora Doutora Lucília Nunes

ESTUDANTE: Cátia Rodrigues Nº 1923

Cristiana Bernardo Nº 1904

Liliana Guerra Nº 2013

Setúbal
Ano Lectivo 2009/2010
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

10º Curso de Licenciatura em Enfermagem

UNIDADE CURRICULAR: Ética

Teoria Ética de Hans Jonas


Princípio da responsabilidade

DOCENTE: Professora Doutora Lucília Nunes

ESTUDANTE: Cátia Rodrigues Nº 1923

Cristiana Bernardo Nº 1904

Liliana Guerra Nº 2013

Setúbal, 30 de Novembro 2009

2
“Age de maneira tal que os efeitos da tua acção sejam compatíveis com a permanência da
autêntica vida humana sobre a Terra.”

Hans Jonas

3
Resumo

Este trabalho tem como referência e inspiração o Princípio da


Responsabilidade, publicado em 1979 por Hans Jonas, um filósofo
alemão. A partir do estudo, do Princípio da Responsabilidade,
relaciona-se a perspectiva de acção com as questões ecológicas
contemporâneas e com a ética, que tem incidência no presente, mas
que também será aplicada ao futuro. O Homem define-se pela
responsabilidade que assume tendo em conta as gerações futuras.
No presente estudo analisa-se em que medida o Principio da
Responsabilidade de Hans Jonas pode levantar questões no âmbito da
Enfermagem.

Abstract

This work has as reference and inspiration in the Principle of


Responsibility, published in 1979 by Hans Jonas, a German
philosopher. From the study, of the principle of responsibility, is
related to the prospect of action and environmental contemporary
issues and about ethics as well, which is involved in present, but it will
also be applied to the future. Man is defined by assuming
responsibility in view of future generations. In this study is analyzed
how the Principle of Responsibility by Hans Jonas can raise issues in
nursing.

Palavras-Chave: Responsabilidade, Gerações Futuras, Natureza,


Futuro, Catástrofe e Tecnologia.

4
Índice

Introdução......................................................................................................6
Princípio da responsabilidade.......................................................................10
Princípio da Responsabilidade na Enfermagem............................................12
Conclusão.....................................................................................................13
Referências..................................................................................................14
Bibliográficas.............................................................................................15
Electrónicas ..............................................................................................15

5
Introdução

No âmbito da Unidade Curricular de Ética I, do primeiro


semestre do primeiro ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem,
foi-nos proposto a realização de um trabalho sobre a Teoria Ética de
Hans Jonas, filósofo alemão do século dezanove. Posto isto, este
trabalho tem como principal objectivo dar a conhecer o Princípio da
Responsabilidade, axioma da teoria do filósofo, onde se encontram
subjacentes concepções que permitem ao leitor reflectir sobre a
relação entre o Homem e a Natureza.

Não seria equitativo falar da teoria ética sem antes mencionar


os aspectos mais importantes da vida e obra do filósofo judeu que a
edificou, Hans Jonas, que após alguns momentos mais introspectivos
da sua vida voltou a sua atenção para o que melhor sabia fazer:
pensar. É desta forma que surgem questões essenciais, que focamos
no início do trabalho, e que levaram Jonas a reconsiderar os
pressupostos da teoria ética de Kant, mais concretamente a
crescente ligação do Homem com o meio natural, ligação essa que
levou a consequências graves, não só para a natureza como também
para o património e essência do Homem.

Após este breve enquadramento, explicamos sucintamente em


que consiste o Princípio da Responsabilidade e em que moldes
este se consagra, demonstrando no final de que modo este princípio
ético se aplica em Enfermagem.

Este trabalho encontra-se estruturado segundo a Norma


Portuguesa 405 - 1.

6
Vida e Obra de Hans Jonas

Em 1903 nasce Hans Jonas em


Mönchengladback, na Alemanha. Por ser de
origem Judaica, a sua educação foi sempre
religiosa, centrada na área humanística e na
leitura atenta dos profetas hebreus. Licencia-se
então em Filosofia em 1928. Em 1931, ano em
que publica o seu primeiro livro "Gnosis und
spätantiker Geist" (considerado por ele mesmo
como o primeiro grande momento de sua trajectória como filósofo)
abandona o seu país em consequência da ascensão do nazismo ao
poder em direcção a Londres, onde prossegue os estudos sobre o
pensamento gnóstico.

Em 1940 e até ao final da guerra, luta como soldado inglês na


Palestina contra os Alemães, onde é confrontado com a morte,
levando-o a reflectir sobre a humanidade e sobre a verdadeira meta
da sua vida: O Princípio da Responsabilidade - Cinco anos como
soldado no exército britânico na guerra contra Hitler (...) Afastado dos
livros e de toda parafernália da pesquisa (...) Mas algo mais
substantivo e essencial estava envolvido. O estado apocalíptico das
coisas, a queda ameaçadora do mundo (...) a proximidade da morte
(...) tudo isto foi terreno suficiente para se dar uma nova reflexão
sobre as fundações do nosso ser e para rever os princípios pelos

7
quais guiamos nosso pensamento sobre elas. Assim, de volta às
minhas próprias origens, fui arremessado de volta à missão básica de
filósofo e de seu empreendimento nato, que é pensar.1

Em 1949 instala-se no Canadá. É docente na universidade de


Ottawa até 1955, data em que inaugura a sua carreira de professor
titular de Filosofia na New School of Social Research em New York.

Em 1966 publica o seu segundo livro, "The Phenomenon of Life,


Toward a Philosophical Biology", onde determina os parâmetros de
uma filosofia biológica.

Trabalha com o Hastings Center, cujos trabalhos contribuem


para uma reflexão sobre a Filosofia da Técnica, nomeadamente as
implicações éticas da experimentação em seres humanos e a
definição de morte.

Morre na sua casa de New Rochelle, New York, a 5 de Fevereiro


de 1993.

O repensar da Ética Kantiana

Foi nos séculos XVI e XVII que surgiu na Europa o conceito de


Ciência Moderna, procurando-se assim leis universais demonstráveis
e um pensamento assente na razão, fenómeno que gerou a primeira
crise entre a Ciência e a Filosofia. Dá-se então a emancipação da
ciência, e todo um conjunto de descobertas científicas permite a
evolução na indústria moderna, onde se concentra e multiplica os
meios de produção para acelerar o rendimento e movimentar as
máquinas que substituem a mão do homem.

No caminho para o século XX, a Humanidade fica maravilhada


com as invenções científicas, que começam a fazer parte do

1
Depoimento de Hans Jonas na época da II Guerra Mundial (sem data)

8
quotidiano do indivíduo, e que se vão produzindo em massa. É
inegável a mais valia que estas invenções têm para o ser humano,
contudo a Natureza tem sido constantemente ‘chamada’ para
responder aos pedidos humanos, tendo vindo a esgotar-se
progressivamente, atingindo o seu auge de sofrimento no século XX.

O lançamento das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki


marcam o início do abuso do poder do Homem sobre a Natureza,
onde este se aproveita dos recursos, com o único propósito de se
satisfazer. O crescimento da população levou á desflorestação para a
construção de edifícios e habitações; a criação de produtos levou ao
aumento de fábricas e consequentemente da poluição da água e do
ar; …; todo um conjunto de fenómenos que atingiram o clímax do
sofrimento e da solicitação de ajuda por parte da Natureza.

Segundo Jonas2: Ela pôs em marcha o pensamento em direcção


a um novo tipo de questionamento, amadurecido pelo perigo que
representa para nós próprios o nosso poder, o poder do homem sobre
a natureza; ou seja, o Homem ainda não tem a consciência de que o
seu poder abusivo sobre a natureza o pode afectar, e de que maneira
pode equacionar o exercício do mesmo, conjugando a ciência e a
técnica.

Até então, as prescrições Éticas baseadas na filosofia de Kant,


reduziam-se á relação do Homem com o momento presente,
evidenciando uma Ética antropocêntrica. Deste modo, Jonas
apercebeu-se de que era urgente a necessidade de repensar os
princípios éticos que guiaram a humanidade até aos dias de hoje,
prevendo assim uma alteração na relação que o Homem tem com a
Natureza porque é dela que o nosso futuro depende, é ela que
condiciona a nossa sobrevivência. Posto isto, e recordando que a
relação do Homem com a Natureza deverá ser uma relação de
responsabilidade, Hans Jonas faz uma reflexão da Ética antiga e da

2
JONAS, Hans – Revista Esprit, 1991

9
nova Ética que irá surgir, com a existência de novos princípios Éticos
que equacionam a esfera humana e poderosa, com a esfera natural.

Princípio da responsabilidade

Este conceito surge da vulgarização da tecnologia e do poder


que esta exerce sobre o futuro e da evidência dos seus efeitos, que
por vezes são irreversíveis. O princípio da responsabilidade quer
também preservar a liberdade do homem bem como a integridade do
mundo, enfrentando o poder abusivo da tecnologia. O problema não é
o conhecimento da tecnologia mas sim a sua aplicação. Esbateu-se a
fronteira entre «cidade» e «natureza»: a cidade dos homens, outrora
um enclave no mundo não humano, estende-se à totalidade da
natureza terrestre e usurpa-lhe o lugar […] o natural é engolido pela
esfera do artificial3. Neste sentido surge a necessidade de ajustar a
relação do ser humano com a natureza e torna-la num tema ético,
(…) o que aqui está implicado não é só o destino do homem, mas
também o conceito que dele possuímos, não apenas a sua
sobrevivência física, mas também a integridade da sua essência.4.

3
JONAS, Hans; 1994
4
JONAS,Hans; Principio de Responsabilidad – Ensayo de una ética para la
civilización tecnológica, pág. 16

10
Na antiguidade a intervenção humana não afectava o meio
natural, ou seja, não produzia uma alteração visível e muito menos a
possibilidade de esgotamento dos recursos como se verifica
actualmente, tal como afirma Jonas: (…) as intervenções do homem
na natureza […] eram essencialmente superficiais e incapazes de
causar danos ao seu permanente equilíbrio (…)5.

Tendo em conta esta nova perspectiva catastrófica, Hans Jonas


pretende separar a esfera humana, que é poderosa e destruidora, da
esfera natural que é ensombrada por um crescente domínio de acção
colectiva em que agente, acção e efeito já não são o que eram na
esfera próxima e que, pela desmesura dos seus poderes, impõe à
ética uma nova dimensão de responsabilidade nunca antes
imaginada (…)6.

Segundo Hans Jonas a responsabilidade deverá ser o motor da


ética actual, tendo sempre uma perspectiva futurista, porque lida
com cenários e previsões e a permanente possibilidade da
devastação da vida com os efeitos prejudicais da tecnologia, podendo
ter um impacto real ou não. Mas só assim é possível a introdução da
noção de responsabilidade na ética.

Em suma, ao contrário de Kant que era antropocêntrico e que


dizia, que nos devíamos concentrar no indivíduo e no presente,
enquanto Hans Jonas faz reflexões sobre o futuro e pensa nas
gerações futuras. Refere que a acção humana deve ser responsável e
moderada, de modo a preservar às gerações futuras um legado
duradouro de modo racional, isto é, tornar um planeta habitável para

5
JONAS,Hans; Principio de Responsabilidad – Ensayo de una ética para la
civilización tecnológica.
6
JONAS,Hans;(1994) Ética, Medicina e Técnica, Lisboa: Vega Passagens. ISBN:972-
699-380-6, pag.37

11
a vida humana, devendo existir um maior equilíbrio entre o mundo
humano e o mundo natural, não só para o presente imediato, mas
também com uma visão de longo prazo.

“Age de tal maneira que os efeitos da tua acção sejam compatíveis


com a preservação da vida humana genuína”7

“Age de tal maneira que os efeitos da tua acção não sejam


destruidores da futura possibilidade dessa vida”8

“ Nas suas opções presentes, inclui a futura integridade do Homem


entre os objectos da tua vontade”9

“Não comprometas as condições de uma continuação indefinida da


humanidade sobre a terra”10

Princípio da Responsabilidade na Enfermagem

Tendo em conta que o Homem é um ser bio – psico – sócio –


culturo – espiritual, qualquer alteração num destes factores,
nomeadamente mudanças ao nível do Ambiente, alteram a Saúde do
indivíduo. Como tal, existem leis e estratégias para intervir na defesa
do Ambiente, para que a Saúde Pública, ciência multidisciplinar,
consiga cumprir o seu objectivo que é prevenir a doença e prolongar
a vida, mediante os recursos que dispõem.

7
JONAS,Hans;(1994) Ética, Medicina e Técnica, Lisboa: Vega Passagens. ISBN:972-
699-380-6, pag.37
8
Idem.
9
Ibidem.
10
Idem.

12
É neste contexto que surge o papel do profissional de Saúde,
pois este é uma via de informação para a comunidade. Parte do
profissional realizar pequenas sessões de educação com o intuito de
implementar as leis correctas e de pôr em prática os planos de acção.
E é nesta execução de planos que interfere o Princípio da
Responsabilidade, na medida em que o promotor de saúde se deve
consciencializar da responsabilidade que lhe é imposta enquanto
cidadão, e enquanto profissional de saúde, para que não haja quebra
na cadeia de intervenção.

Contudo, nem sempre esta relação de responsabilidade


profissional – comunidade existe. Talvez por recíproca ignorância ou
desarticulação, as ideologias ambientais e éticas, partilhadas pelos
filósofos e pelos agentes promotores de saúde pública nem sempre
se encontram, o que impossibilita a implementação dos
anteriormente referidos, planos de intervenção.

Finalizando, cabe então ao Enfermeiro, como agente promotor


da saúde pública, incutir em cada indivíduo, em cada cidadão o
sentido de responsabilidade de proteger o meio natural, que
condiciona toda a essência do ser humano e do mundo, porque
segundo a Organização Mundial de Saúde, a saúde pública deverá ser
o controlo de todos os factores do Ambiente que exerçam, ou possam
exercer, efeitos prejudiciais ao desenvolvimento pleno, á Saúde ou á
sobrevivência da Humanidade.

Conclusão

Foi essencialmente com o lançamento das bombas de Nagasaki


e Hirosima que Hans Jonas começou a preocupar-se com abuso do
poder do Homem sobre a natureza, e consequentemente na

13
responsabilidade que cada um deveria de ter face a esse problema.
Assim nasceu o Principio da Responsabilidade, que tem como
principal objectivo a preservação do ambiente para as gerações
futuras, tendo sempre em conta a relação do ser humano com a
natureza. Contudo, há que salientar que tal relação é válida para
outros contextos, nomeadamente para a profissão do Enfermeiro,
papel que queremos salientar visto ser a área em que trabalhamos.

Deste modo finalizamos o nosso trabalho, com o cuidado de


referenciar que os objectivos inicialmente apresentados na introdução
foram cumpridos, e que esperemos que todas as questões éticas
apresentadas tenham fomentado ao leitor a necessidade de mudança
enquanto indivíduo e unidade de uma sociedade pressionada
actualmente pela evolução tecnológica.

Referências

14
Bibliográficas
• JONAS; Hans; (1994) Ética, Medicina e Técnica, Lisboa:
Vega Passagens. ISBN:972-699-380-6, pag.37

• HOEPERS; Ricardo, Principio da Responsabilidade de Hans


Jonas e o Imperativo de uma ética para a Educação,
Mestrado em Educação, Pontifícia Universidade Católica
do Paraná – [Consult. 23-11-2009; 14:20]

• FERNANDES; Maria de Fátima Araújo, O Princípio


Responsabilidade de Hans Jonas, em busca dos
fundamentos éticos da educação contemporânea,
Dissertação de Mestrado em Filosofia da Educação,
Faculdade de Letras da Universidade do Porto – [Consult.
28-11-2009; 14:00]

Electrónicas
• http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?
menuid=21&cid=10675&bl=1 – [Consult. 23-11-09;
21:13]

• http://www.saudepublica.web.pt/TrabCatarina/Ecoetica_C
Meireles.htm - [Consult. 23-11-09; 15:20]

• http://www.biblioteca.pucpr.br/tede//tde_busca/arquivo.ph
p?codArquivo=316 – [Consult. 23-11-09; 16:00]

• http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/hansjonas_siqueira.
pdf - [Consult. 24-11-09; 11:30]

15
• http://www.capuchinhosbase.org.br/tMATERIAS/flaviano.p
df - [Consult. 24-11-09; 22:00]

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