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MASTER OF LAWS – LL.M. DIREITO 
CORPORATIVO 
Q U E S T I O NÁ R I O   A U L A   1:   T E O R IA   G E R A L   D A   A T I V ID A D E   E M PR E S Á R I A  
Prof. Tarsis Nametala Sarlo Jorge

a) Um cliente o procura para aconselhar-se sobre o procedimento adequado na


seguinte situaçao. Detem o mesmo 60% das quotas de Sociedade Limitada que
atua no ramo de confecções. Recebeu proposta de compra e gostaria de
saber quais as opções que teria. No parecer a ser elaborado voce deve
analisar as hipoteses de venda das quotas e suas implicaçoes no ambito
societario bern como a de alienação do estabelecimento e suas implicaõoes
ainda no ambiente societario, entre outras saidas juridicas que entender
cabivel devendo, ao final concluir pela soluçao que julgar mais adequada de
forma fundamentada em dispositivos legais, jurisprudencia bern como em
doutrina.

Acerca da cessão de cotas, o Art. 1057 do Código Civil assim dispõe:

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a
estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social.

Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para
os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo
instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.

Inicialmente é preciso verificar o disposto pelo contrato social no tocante a


possibilidade de transferência de cotas. Conforme mencionado pelo artigo, em caso
de omissão do contrato social, poderá haver a cessão de quotas a sócios
independentemente de audiência dos demais, ou a estranhos se não houver
oposição de mais de um quarto do capital social. No caso de impossibilidade de
transferência de cotas, existiriam duas alternativas;

¾ A opção de alteração do contrato social para admitir a possibilidade de


transferência de cotas. Nesse caso, nos termos do Art. 1076 inciso I do Código
Civil, seria necessário a aprovação de ¾ do capital social, ou seja, 75% das
cotas. Sendo o cotista em análise majoritário, mas em nível inferior a 75%, teria
de conseguir mais 15% dos votos para que pudesse transferir suas cotas.

¾ A alternativa da apuração de haveres, pois conforme Tarsis Nametala1, se


assim não fosse, estaria o cotista obrigado a permanecer indefinidamente na
sociedade. Tal situação seria (e é) incompatível com o ordenamento jurídico
constitucional posto, visto que a Carta da República em vigor, consagra
expressamente o princípio da liberdade de associação, o que significa não

1JORGE, Tarsis Nametala Sarlo. Manual das Sociedades Limitadas; Editora Lumen Juris;
pg. 245.

Thiago Graça Couto


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somente para associar-se como para decidir-se se deseja permanecer ou não
associado.

Neste sentido, destacamos julgado do E. Tribunal de Justiça de São Paulo:

Relator(a): José Joaquim dos Santos


Comarca: Lucélia
Órgão julgador: 2ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 18/12/2007
Data de registro: 09/01/2008
Ementa: Sociedade limitada - Cessão de quotas a terceiros -
Inexistência de vedação contratual da alienação das quotas a
terceiros, respeitada a preferência dos demais sócios e da empresa -
Sócios que não manifestaram a preferência - Sentença mantida -
Recurso improvido.

Conforme ensinamentos de José Edwaldo Tavares Borba2, cedida a totalidade de suas


cotas, o cotista retira-se da sociedade, cessando as suas responsabilidades desde que
as cotas transferidas estejam integralizadas. Não estando integralizadas, o cedente
responderá solidariamente com o cessionário pela respectiva integralização. Mesmo
que as cotas cedidas estejam integralizadas, o capital como um todo poderá não
estar. Nesse caso, o cedente continuará a responder, até dois anos após a averbação
da retirada, perante os credores anteriores à cessão, pela integralização do capital,
conforme previsão expressa do Art. 1.003 parágrafo único do Código Civil.

A alienação do Estabelecimento deverá ser registrada na Junta Comercial para que


ser oponível perante terceiros, conforme preceitua o Art. 1.144 do CC. O Art. 1.145 do
mesmo diploma preceitua que, nos casos em não restarem bens suficientes para
solver o passivo após a alienação do Estabelecimento, para que esta tenha eficácia,
o alienante deverá pagar a todos os credores, ou então obter em até 30 dias após
notificação, de modo tácito ou expresso, o consentimento dos mesmos.

Desta feita, deverá ser feita uma análise Contrato Social para ser verificada a
possibilidade ou não da transferência de cotas. As decisões daí advindas, serão
tomadas com base na argumentação supramencionada.

Comentários do Professor: Levantou-se a questão acerca da possibilidade da


sociedade adquirir as próprias cotas. Alguns doutrinadores defendem essa
possibilidade, com a ressalva de que as chamadas “cotas em tesouraria” não teriam
direito a voto.

2 BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário; Editora Renovar; pg 114 e 115.

Thiago Graça Couto


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A aplicação da lei das S.A.’s é determinada por disposição do contrato social da
limitada. Se constar no CS que se aplica, só irá se utilizar as disposições do CC no caso
da matéria não ser regulada pela LSA. Nos casos em que o CS da limitada é silente,
aplica-se diretamente o CC e em casos subsidiários LSA.

No situação analisada, depois de uma análise do CS, poderia ocorrer a dissolução


parcial da socieade com apuração dos haveres do sócio retirante.

Em relação à alienação do estabelecimento, poderia se aplicar o inciso V do Art 1.071


do CC para limitar esta possibilidade, mais especificamente a alienação integral do
estabelecimento, eis que tal medida acarretaria o esvaziamento do objeto social da
sociedade e consequente alteração do CS. Desta forma, aplicaria-se a limitação da
aprovação por ¾ das cotas para que seja possível a venda do estabelecimento.

b) Um cliente o procura para aconselhar-se sobre a situacao a seguir descrita.


Tendo contratado um tecnico com uma determinada especialidade, foi pelo
mesmo desenvolvida invencao industrial qualificada como patente, criada a
partir de esforco pessoal do empregado combinado com elementos e
informacoes da Sociedade empregadora. Apos 10 meses da extincao do
contrato o empregado requer o registro de sua patente no INPI (Instituto
Nacional de Propriedade Industrial). Tendo em vista o valor comercial do
invento, o seu cliente procurou o ex-empregado tentando negociar a compra
da patente, enviando ao mesmo docurnentacao por escrito neste sentido.
Diante da recusa do ex-empregado o seu cliente solicita parecer
fundamentado acerca do assunto. Como de habito, a peca devera conter
fundamentacao em direito positivo, doutrina e jurisprudencia.

Tendo em vista a expressão esforço pessoal do empregado, conclui-se que não houve
apenas uma mera atividade laboral, mas realmente uma contribuição efetiva na
melhoria e produção do invento. Em relação a esses casos, o Art. 91 da Lei 9.279 de
1996 é clara em seu Art. 88 ao dispor o seguinte:

Art. 91. A propriedade de invenção ou de modelo de utilidade será


comum, em partes iguais, quando resultar da contribuição pessoal
do empregado e de recursos, dados, meios, materiais, instalações ou
equipamentos do empregador, ressalvada expressa disposição
contratual em contrário.

Thiago Graça Couto


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§ 1º Sendo mais de um empregado, a parte que lhes couber
será dividida igualmente entre todos, salvo ajuste em contrário.

§ 2º É garantido ao empregador o direito exclusivo de licença


de exploração e assegurada ao empregado a justa remuneração.

§ 3º A exploração do objeto da patente, na falta de acordo,


deverá ser iniciada pelo empregador dentro do prazo de 1 (um) ano,
contado da data de sua concessão, sob pena de passar à exclusiva
propriedade do empregado a titularidade da patente, ressalvadas
as hipóteses de falta de exploração por razões legítimas.

Ante o disposto na lei, a conduta do empregado foi temerária, eis que ainda que lhe
seja garantido a justa remuneração, cabe ao empregador o direito exclusivo de
licença e exploração. A patente só passa a ser de propriedade exclusiva do
empregado nos casos em que, na falta de acordo, o empregador não a explorar no
prazo de 1 ano contados à partir de sua concessão.

Desta feita, deverá ser instaurado um processo administrativo visando a decretação


da nulidade da concessão daquela patente por não terem sido observados os
ditames legais pertinentes. Acerca desse processo, destacam-se os Artigos 50 a 55 da
referida Lei.

Art. 50. A nulidade da patente será declarada administrativamente


quando:

I - não tiver sido atendido qualquer dos requisitos legais;

II - o relatório e as reivindicações não atenderem ao disposto nos arts.


24 e 25, respectivamente;

III - o objeto da patente se estenda além do conteúdo do pedido


originalmente depositado; ou

IV - no seu processamento, tiver sido omitida qualquer das


formalidades essenciais, indispensáveis à concessão.

Art. 51. O processo de nulidade poderá ser instaurado de ofício ou


mediante requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse,
no prazo de 6 (seis) meses contados da concessão da patente.

Parágrafo único. O processo de nulidade prosseguirá ainda que


extinta a patente.

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Art. 52. O titular será intimado para se manifestar no prazo de 60
(sessenta) dias.

Art. 53. Havendo ou não manifestação, decorrido o prazo fixado no


artigo anterior, o INPI emitirá parecer, intimando o titular e o
requerente para se manifestarem no prazo comum de 60 (sessenta)
dias.

Art. 54. Decorrido o prazo fixado no artigo anterior, mesmo que não
apresentadas as manifestações, o processo será decidido pelo
Presidente do INPI, encerrando-se a instância administrativa.

Art. 55. Aplicam-se, no que couber, aos certificados de adição, as


disposições desta Seção.

Conforme disposto no Art. 51 acima, o prazo para dar início ao processo administrativo
de anulação é de 180 dias a partir da concessão. Caso esse prazo seja ultrapassado,
poderá se requerida a anulação judicial.

Comentários do Professor: Nesse caso existe um condomínio entre o empregador e o


empregado, podendo a empresa entrar com um procedimento administrativo de
nulidade um ação judicial. Nesse caso específico, a patente faz parte do fundo
empresarial

c) Um grupo de pessoas fisicas, socias de tres sociedades anommas e que estlio


inseridas em acordos de acionistas entre si resolverarn criar uma Sociedade
Holding com um unico fim de controle das tres SAs referidas. Levando o
contrato social para registro na Junta Comercial, 0 mesmo foi negado tendo
em vista o entendimento daquele orgao de Registro que se trata de Sociedade
Simples e, portanto, deve ser levada a registro no respectivo Cartorio. Analise a
situacao de forma fundamentada e conclusiva

No entendimento do Prof. Nametala a Holding pura somente tem uma atuação


interna, direcionada às relações mantidas com as sociedades controladas. A holding
pura terá sempre a natureza de sociedade simples, uma vez que estará
constantemente agindo como sócia, direcionando suas atividades ao mercado, mas
para o âmbito interno caracterizado pelas relações societárias, salvo se for constituída
sob a forma de sociedade por ações. Do enquadramento da holding pura como

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sociedade simples, resulta sua inscrição no cartório de registro civil das pessoas
jurídicas (Art. 1.150 CC) e na insubmissão à falência, mas ao processo de insolvência
civil.

Comentários do Professor: Uma holding pura não é empresa, por ser mera atividade
de controle, sendo simples na sua forma de atuação e limitada na sua forma
organizacional. Se for aplicada a tese do registro na junta comercial, não poderia
argumentar-se no sentido da isenção da COFINS, eis que esta contribuição de fato é
específica de empresas. Desta feita, entende-se pelo registro em cartório.

d) Um Administrador de uma Sociedade cujo objeto social e a exploracao de


lavoura de soja procura voce para consultar-se acerca do problema que
segue relatado. A Sociedade nao realizou registro na Junta Comercial como
lhe faculta do art. 971 do Codigo Civil. No atual momento, encontrando-se a
Sociedade em serias dificuldades financeiras, quer se valer do beneficio da
recuperacao extrajudicial. Analise a questao de forma fundamentada e
conclusiva.

O registro na Junta Comercial é requisito fundamental para que a sociedade se utilize


dos benefícios da recuperação extrajudicial. Sobre este tema, assim se posiciona o i.
Procurador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Calo Souza3.

Voltando à análise dos artigos 971 e 984, ambos do CC/2002, pode-


se, num primeiro momento, chegar-se à conclusão de que
excepcionou a regra quanto à natureza declaratória, vez que a
pessoa que exerce a atividade rural, em princípio, não é empresária,
mas se optar pelo registro na Junta Empresarial passa a se sujeitar à
falência e pode se beneficiar das Recuperações Judicial e
Extrajudicial, passando a ser, então, empresária e, por via de
conseqüência, conferindo caráter constitutivo ao registro.
Tal assertiva, apesar de ser acolhida por alguns doutrinadores, com a
devida vênia, ouso discordar de tal respeitável entendimento, pois o
legislador, de forma expressa, preceitua que com o registro a pessoa
que explora atividade rural ficará “equiparada”, para todos os
efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Equiparar significa que, apesar de não ser propriamente empresária,


terá tratamento jurídico, disciplina jurídica de empresário, como se
fosse efetivamente, sujeitando-se à insolvência empresarial
(falência), bem como podendo se beneficiar dos institutos das

3< http://www.femperj.org.br/artigos/empresario_rural.php> Acesso em 03 de Abril de


2008.

Thiago Graça Couto


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Recuperações, sendo esta a principal razão de ocorrer tal
equiparação, até porque o explorador de atividade rural exerce
uma atividade produtiva, merecendo, se viável, ter sua atividade
recuperada.

À título de exemplo, entrando na seara do Direito Penal, na Lei nº


8.072/90, denominada de "Lei dos Crimes Hediondos", o legislador
também utiliza a expressão equiparada ou assemelhada, quando no
artigo 2º, dispõe que o delito de tráfico ilícito de substância
entorpecente é equiparado ou assemelhado aos delitos hediondos.
Ora, apesar da repugnância e gravidade daquele delito, o mesmo
não é considerado tecnicamente pelo legislador como crime
hediondo, até porque não consta no rol do artigo 1º do referido
diploma legal, mas terá o mesmo tratamento jurídico (liberdade
provisória, anistia graça ou indulto, regime integralmente fechado,
livramento condicional, dentre outros aspectos).

Posta assim a questão é de se dizer que o registro não confere a


condição de empresário, sequer nas hipóteses previstas nos artigos
971 e 984, ambos do CC/2002, mas nada impede que a pessoa que
explore atividade rural possa ser tratada como devedora da Lei no.
11.101/2005, bastando optar por registra-se na Junta Empresarial.

Comentários do Professor: Caberia a argumentação de que o registro no direito


brasileiro seria meramente declaratório, salvo disposição em contrário.

Princípio da Primazia da Realidade Econômica em sede Contratual. Quando já existe


alteração de fato na atividade da empresa, a doutrina não admite a saída de sócio
em sociedade quando da alteração do contrato social através do uso do direito de
retirada, mas sim através da dissolução parcial.

Partindo-se destes dois pressupostos a resposta é pela possibilidade do pedido de


recuperação. No caso concreto, entretanto, esta alternativa seria dificilmente
acatada.

Thiago Graça Couto


thiagocouto@gmail.com

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