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para um hospital onde as hipóteses de tratamento e de sobrevida do doente eram
substancialmente menores25,
permitido (por pôr em causa, de forma efectiva, a vida do \doente), piorando a situação do
bem jurídico ameaçado, risco esse que se veio a traduzir e a materializar no resultado típico
(na morte),
os dois requisitos de imputação: primeiro que o agente tenha criado um risco não permitido
ou tenha aumentado um risco já existente28; depois que esse risco (criado ou potenciado)
Por fim, resta dizer que no caso concreto não se deve tornar operativa a figura que a
25 Segundo Eduardo Correia, ob. cit., pág. 266, a :adequação nas acções negligentes - como é o
caso - "não consiste unicamente na previsibilidade de um resultado inevitável ou apenas possível,
mas antes na sua previsibilidade como consequência normal, típica de uma certa conduta".
26 Ou, na expressão "preferida"por J. de Faria Costa, "potenciou um perigo" (ob. cito pág. 546). O
ilustre Professor de Direito prefere ainda a formulação negativa (ob. cit., pág. 550), por a achar
"muito mais consentânea com a estrutura expositiva do direito", formulação essa que aplicada ao
nosso caso resultaria deste modo: a conduta da arguida não foi certamente a adequada a
respeitar os níveis do risco permitido, diminuindo-o para níveis socialmente insustentáveis.
Segundo ainda o autor "Esta "philosophia negativa.. é particularmente importante neste domínio.
Porquê? Porque normalmente em direito não se podem verificar as coisas, limitamo-nos, em
algumas circunstâncias, a sujeitá-Ias á regra da falsidade (cf. KAUFMANN, A. in: Gedachtniss
Kaufmann,p. 2). Ou, seguindoainda Kaufmann, podemosmais facilmentee com clareza dizer
aquilo que é injusto ou que não é de direito do que, com a mesma clareza, afirmar o direito justo
(idem, p. 2)".
27 Doutrinas que procuram contribuir para resolver alguns dos problemas mais candentes
relacionadoscom a imputação objectiva do resultado à conduta.
28 O risco seránão permitido ou intolerado quando for apto a causar lesão à vida ou integridade
física do paciente e for exigível e possível ao agente (médico) a sua evitação" - in Responsabilidade
Médica em Direito Penal, Álvaro da Cunha Gomes Rodrigues, Almedina, 2007, pág. 278.
29Cfr. J. de Figueiredo Dias, Direito Penal, 2004, I, pág., 304 e sS..
3DE isto pressupondo ainda que, no caso concreto, outra questão prévia fosse favoravelmente
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