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Ronald Oliveira

Poeta e msico performtico, nasceu em Fortaleza, capital do Cear. Recita


suas poesias e aforismos ao som de seu projeto de msica experimental Lamentus.
Estas poesias so parte de sua obra Elegia do Real, que ainda est inacabada

Noite estremecida pelas ondas vibrantes


Um gozo nas pedras do cais
Suspiros e um assombro escarpado
As velas e os veleiros de Iracema fantasmagrica
Que vem e vo numa oscilao descontnua, disforme e distante
Alucinando meu olhar prismtico e irredutvel
Quantas noites sublimes ainda restam a um homem?
rvores estreis nas mortalhas
To velhas quanto as pedras...
Enlutados pelo amor abandonado
Para sempre suas dores crescero silentes
Oh! Quantas vezes pde a lua ter brilhado
Refletida nesses lagos negros?
Deveria ter sido isso o que ouvimos
Os gemidos aflitos daqueles
Que cessaram suas vidas
Oh! To velhos eles so...
Eles revelam a aflio interminvel...
Miserabilidade de velhos tempos
Antiga beleza amarga
Perdida est a esperana daqueles

Ronald Oliveira 383

Que vagam pelos charcos, com dor no corao


E toda alegria se afunda
Enterrada profundamente
E para sempre presumida morta.
Tal como os pssaros fnebres que pousam na carnia
Ftido, abrupto, carnvoro
Assim continuo eu, misantropo, nesta selva escondida!!!

384 Ronald Oliveira

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