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1. CINEMA “POPULAR” E CINEMA POPULAR © cinema € considerado geralmente, entre todas as tudo, nem sempre foi assim, Durante muito tempo subsistiu uma confusdo em torno do que se refere a sua condicdo de arte. A confuséo iste no tocante a seu cardter popular. jie pode-se dizer que 0 cinema esté marcado origem de classe. Apesar de, na sua curta hist6ria, , de buscas e de auténticas das tendéncias mais revolu- wwengao de um aparelho que permitia captar e tepro- imagens da realidade em movimento nao foi outra que um engenhoso brinquedo artesanal, © espectador podia sentir-se transferido recdnditos do mundo, sem mover-se do que tenha alcancado um status mais digno e res- desenvolvendo adotando as formas de uma Por uma que estendia seu poder a todos os cantos do mundo. Desde 0 primeiro momento abriram-se dois cami- 25 nhos paralelos: de um lado foi documento alguns aspectos da realidade, e, por outro, magica. Entre esses dois polos — 0 documento ¢ a ficgao movimentado o cinema. Rapidamente se fez ido de ser a expressdo do povo, dos imidos e mais explorados por um sistema ante, mas porque consegui iado, majoritério, 4vido de O cinema nfo pode deixar de assumir — talvez mais mente do que qualquer outro meio de produgéo ligéo de mercadoria. O éxito comerci que obtém o impulsiona no seu desenvolvimento vertigi- noso, Transforma-se numa indistria complexa © custosa, tendo que inventar todo tipo de formulas e receitas para que © espetéculo que oferece receba a afluéncia de um puiblico cada vez mais numeroso, de cuja massividade de- pende para sua mera subsisténc condi¢ao de mercadoria e de seu cardter “popular” — mais que o fato de se tratar de um veiculo que ainda se expres- sava com uma linguagem balbuciante — é que se originow a resisténcia que houve para elevar o cinema & categoria de verdadeira arte entre os circulos em que se reverenciava incondicionalmente a arte “culta”. Arte e povo estavam em confronto. Houve entéo quem pensasse que o cinema, para ser arte, deveria esforgarse por traduzir as grandes obras de cultura universal. Foram filmadas, entéo, muitas obras resungosas ¢ pretensiosas, pesadas € retéricas, que nada Fora esses des- vios, 0 certo € qi humana que cu ras umg_necess elementar de diversio. Sendo dirigido na prética funda- ivo, 0 cinema foi amadure- ndo descobertas novas possi- tico, foi 0 que mais avangou por esse caminho. Foi o mais 26 vital e rico em descobertas técnicas e expressivas. Desde os primei iando origem a diferentes géneros (comédias, limes de gangsters, super- produgies histéricas, ‘converteram em “classicos", ou seja, se consol modelos formais e alcangaram um alto nivel de desenvol- imento, ao mesmo tempo que se transformavam em este reétipos vazios. Foram a expressio mais eficaz de uma cultura de massa produzida em fungdo de um consumidor passivo, de um espectador contemplative e desgarrado, na medida em que a realidade reclama do proprio uma ago e ao mesmo tempo fecha-lhe todas as possibilidades de atuacéo. © cinema, com sua capacidade de criar verdadeiros fantasmas, imagens de luz e sombra, intocdveis, como um sonho compartilhado, foi o melhor veiculo para provocar falsas ilusSes no espectador, para servirlhe de reftgio, substituindo uma realidade que o impedia de desenvol ver-se humanamente e que, em compensagao, Ihe permi sonhar acordado. s aparelhos ¢ mecanismos de produgo do cinema foram inventados ¢ criados em fungéo do gosto e neces- sidades da burguesia. O cinema converteu-se rapidamente na mais concreta manifestagio de seu espirito, na objeti- © que a primeira coisa que o espectador cansado e angus- tiado buscava era descanso para preencher seu tempo livre. Porém, 0 certo € que grosso da produgao cinematogréfica raras yezes ultrapassava os niveis mais vulgares de comu- nicagéo com 0 publico: o importante era a quantidade de dinheiro que poderia ser obtido com qualquer produto, € no a qualidade artistica. ‘As vanguardas européias dos anos vinte também fize- ram sua incurso no cinema e deixaram umas poucas obras nas quais exploraram um vasto campo de possibilidades 27 expressivas. Foi uma va tentativa de resgatar o cinema da vulgaridade a que estava condena cial, mas néo péde criar rafzes, ainda que por algumas obras excepcionais 0 movimento néo tenha sido totalmente estéril. Foi com o cinema sovi nova forma de encarar a ar méximo de coeréncia com 0 momento le transformagio social que se estava operando. ava a experiéncia de diferentes uma nova arte, 1c0es € os valores dos grandes setores do ovo que nesse momento faziam a primeiro momento do cinema sovi profundas em todo cinema que o precedeu cinema mais moderno continua bebendo d nutrindo-se de suas. buscas e descobertas te6ricas, as quais, no foram ainda desenvolvidas plenamente. Qs primeiros anos do cinema sonoro coincidem com ica de 1929 no mundo capitalista. O rage audiovisual e toda apa- icada até 0 pont seré possivel nos anos 30, a prépi se vé motivada a produzir alguns filmes € do momento que estavam inham todas as convengdes estavam na ordem do dia. Esse cinema, que falava de con- jun financeito e que indicou os limites ideol6gicos pelos quais haveria de se mover o cinema norte-americano durante muito tempo.’ , que, apesar de um movimento tava pelos caminhos Na Franga aparece um movimento de jovens diretores (nouvelle vague) que ao calor do apés-guerra se langaram impetuosamente para revolucionar 0 cinema, mas sem supe: s do mundo pequeno-but ntre eles, Go- destaca como o grande jor do cinema dard burgués. Tomando Brecht como ponto de p: “nova esquerda” como ponto de chegada — p a revolugao a partir da tela. Seu engenho, sua imaginagao sua agressividade sem artificios colocam-no em lugar pri- vilegiado entre os cineastas malditos. Chegou a fazer um cinema antiburgués, mas ndo péde fazer um cinema popu- por seu ascetismo quase religioso, . essa posigdo e alguns pensam que esto fazendo # revolu- oo ciligo opée, ence oures cos, queo cinema deve Fe See olved o weadsiro deal © ieukat, firme principio, = ‘gio. na superestrutura sem necessidade de comover a ‘vago, que seria imposstvel introduzir nele préprio qualquer : tipo de valoragio. O nimero de habitantes de um pais ou de um setor qualquer de um pais nfo ¢ mais do que um conjunto de pessoas que, considerando assim, abstratamen- Se pretendermos encon- Durante a construgo do socialismo, quando ainda nfo instfincia, quando falamos de grande massas, nos referimos desapareceu o proletariado como classe que exerce 0 a0 povo. Mas um critério semelhante € tio amplo e tio através de um complexo aparelho estatal, ¢ subsiste a dife- 30 31 renga entre cidade © campo, entre 0 trabalho fisico ¢ inte- lectual, quando ainda ndo desapareceram as relagdes mer- cantis ¢ junto a elas algumas manifestagdes — conscient ‘ou inconscientes — da ideologia burguesa (e 0 que é pequeno-burguesa), quando as bases materiais sio insuficientes, e, sobretudo, enquanto sobreviva o imperia- Jismo em algum lugar do mundo, a fungo social da arte adquire matizes especificos de acordo com os objetivos e as necessidades mais urgentes, mais imediatas, que so colocados pelos homens na medida em que se sentem donos de seus destinos e trabalham arte tem como fungdo contri mento da vida — ‘nivel est nao apenas num parénteses cotidiana, mas também num enriquecimento dessa propria realidade; contribuir para uma compreensio mais profunda tracado pela sociedade; imo, contribuir também para reafirmar os valores da nova sociedade e, conseqiiente- mente, para lutar por sua conservagdo e desenvolvimento ideolégico, Embora seja verdade que durante etapa € 0 nivel ideol6gico que obtém prioridade, sua cia dependeré diretamente da eficécia do nivel es do nivel cognitivo, Tratemos de ver quais podem ser as vias m para que o cinema, como manifestagio espec possa alcancar esses objetivos. 2. DO ESPETACULO EM SEU SENTIDO MAIS PURO AO “CINEMA DE IDSIAS” Da_mesma forma que aconteceu na literatura, no cinema foram se estabelecendo alguns géneros bésicos de acordo com as necessidades expressivas que exige cada ma- terial especifico, Assim, da mesma forma que existe um jornalismo — jornais ¢ revistas — ¢ uma literatura de ficgdo e de ensaios, com todos os seus matizes ¢ as suas variantes, seus recursos e caracteristicas préprias, n temos 0 noticiério, o curta-metragem € 0 longa-mé Muito supe que existe entre 0 noti que separam os géneros nio impe- je recursos expressivos ¢ de elementos préprios entre uns € outros. iio oferece, sobretudo, a noticia direta sobre projetados na tela a modo de informaco do que esta acon- 33 renga entre cidade e campo, entre o trabalho fisico e inte- lectual, quando ainda néo desapareceram 2 DO ESPETACULO EM SEU SENTIDO MAIS PURO AO “CINEMA DE IDEIAS” as necessidades mais urgentes, mais ime colocados pelos homens na medida em que se do mundo — nivel co} —o qual acomperha 0 de- senvolvimento de ut forme o caminho que foi superficialmente podemos adverti 10 didrio, entre o reportagens que costumam apatecer nas revistas e entre o longa-metragem e a literatura de fic — principalmente nov também, cada vez mai agora nas correspon: tante Obvias & prime para que o cinema, como possa alcancar esses objetivos. cional e as fronteiras que separam os generos nfo impe- dem o intercfimbio de recursos expressivos ¢ de elementos proprios entre uns € outros. O noticifrio oferece, sobretudo, a noticia direta sobre acontecimentos. da. realidade do momento, Alguns_fatos com determinada significagao slo recolhidos pela camara e projetados na tela a modo de informagéo do que est acon-

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