BOURDIEU, P. (1966). A Escola conservadora: as desigualdades frente escola e cultura.

In:
NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Orgs.) Escritos de Educao. 10. ed. Petrpolis: Vozes, 2008. p. 39-64.
Notas de aula
HERANA CULTURAL <-> XITO ESCOLAR:
A famlia transmite a seus filhos, mais por vias indiretas que diretas, um certo capital cultural e um certo
ethos (p.39) [Ethos: traos socioculturais caractersticos de certo grupo]
Sistema escolar como meio para a ascenso social
X
Capital cultural e certo ethos, transmitidos, so o principal fator para o xito escolar
Como o contedo da herana cultural transmitido?
- Capital cultural rentvel:
(a) Informaes sobre o cotidiano da vida acadmica: prestgio, sanes, recompensas etc.
(b) Facilidade verbal: aprendizado osmtico da lngua culta
(c) Acesso cultura livre extra-escolar: teatro, museu, concertos etc.
O que determina os diferentes destinos escolares (extenso da carreira e xito escolar)?
- Condies objetivas determinam o nvel da aspirao
- Estatstica intuitiva dos xitos e derrotas do seu meio
Por que a pequena burguesia adere mais fortemente aos valores escolares?
- Classe de transio:
- elites, vive relativa privao cultural (cultura livre)
- pobres, tem uma nsia por cultura (boa vontade cultural vazia)
- Ascetismo: esforo obstinado e diligente pelo xito escolar
Gosto, vocao, dom:
- Ao transfigurada das condies objetivas (p. 45)
A ESCOLA COMO AGENTE DE MANUTENO DE PRIVILGIOS DE CLASSE
Perpetua desigualdades (valoriza herdeiros)
+
Legitima desigualdades (cultura escolar e seus valores)
Mtodos no so questionados:
- Falsa suposio de um cdigo comum na comunicao professor-aluno
- Tradio pedaggica dissimula-se como equnime
Exaltao da proeza intelectual inata (dom)
X
Desvalorizao do aspecto tcnico da vida (saber-fazer)
Provas consagram privilgio cultural:
- Carter implcito das exigncias escolares:
- Recruta e seleciona certos alunos
- Contradio: ensino de massa, mas destinado a poucos
Indisciplina, fracasso, baixo rendimento escolar: As crianas das classes populares que no empregam na
atividade escolar nem a boa vontade cultural das crianas das classes mdias nem o capital cultural das
classes superiores refugiam-se numa espcie de atitude negativa, que desconcerta os educadores e se
exprime em formas de desordem at ento desconhecidas (p. 58)