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PROVA 639/7 Pags. EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDARIO 12.° Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.° 286/88, de 29 de Agosto) Cursos Gerais Programa novo implementado a partir de 2003/2004 ‘Duraglo da prova: 120 minutos 1." FASE, 2006 PROVA ESCRITA DE PORTUGUES B Identiique claramente os grupos ¢ 0 itens a que responde. Utiize apenas caneta ou esferogréfica de tinta azul ou preta. Nao pode utilizar dicionario, E interdito 0 uso de «esferografica-aépis» @ de corrector. As cotagdes da prova encontram-se na pagina 7. Grupos Ie II ‘ Deve riscar, de forma inequivoca, tudo aquilo que pretende que nao seja classificado. + Se apresentar mais do que uma resposta ao mesmo item, apenas ¢ classificada a resposta apresentada em primeiro luger. ‘Grupo I + Relativamente aos itens deste grupo, hé que atender aos principios. a seguir indicados. 1. Para cada um dos itens de escolha miltipla (1.4., 4.2., 1.3. ¢ 41.4.), SELECCIONE a alternativa CORRECTA.e, na sua folha de respostas, indique claramente o NUMERO do item e a LETRA da alternativa pela qual optou. 2. Para o item de associagéo (2.), ESTABELEGA as correspondénoias CORRECTAS entre os elementos das duas colunas e, na sua folha de respostas, indique claramente o NUMERO do item, bem como o NUMERO da coluna Ae a LETRA da coluna B por cuja associagéo optou. + E atribulda a cotagdo de zero (0) pontos as respostas em que apresente: = mais do que uma opgo (ainda que nelas esteja incluida a pao correcta); — ondmero e/ou a letra ilegiveis. + Em caso de engano, este deve ser riscado e corrigido a frente, de modo bem legivel. VS.FF, 39/1 1 10 25 GRUPO I Leia, atentamente, o seguinte texto. Nove anos procurou Blimunda, Comegou por contar as estagées, depois perdeu-Ihes o sentido. Nos primeiros tempos calculava as léguas que andava por dia, quatro, cinco, as vezes seis, mas depois confundiram-se-Ihe os nimeros, n&o tardou que o espago e o tempo. deixassem de ter significado, tudo se media em manhé, tarde, noite, chuva, soalheira, granizo, névoa @ nevoeiro, caminho bom, caminho mau, encosta de subir, encosta de descer, planicie, montanha, praia do mar, ribeira de rios, e rostos, milhares e milhares de rostos, rostos sem numero que os dissesse, quantas vezes mais os que em Mafra se tinham juntado, de entre os rostos, os das mulheres para as perguntas, os dos homens para ver se neles estava a resposta, e destes nem os muito novos nem os muito velhos, alguém de quarenta e cinco anos quando o deixamos aiém no Monte Junto, quando subiu aos ares, para sabermos: a idade que vai tendo basta acrescentar-Ihe um ano de cada vez, por cada més tantas rugas, por cada dia tantos cabelos brancos, Quantas vezes imaginou Blimunda que estando sentada na praca duma vila, a pedir esmola, um homem se aproximaria e em lugar de dinheiro ou pao Ihe estenderia um gancho de ferro, € ela meteria a mo ao alforge e de la tiraria um espigao da mesma forja, sinal da sua constancia e guarda, Assim te encontro, Blimunda, Assim te encontro, Baltasar, Por onde foi que andaste em todos estes anos, que casos e misérias te aconteceram, Diz-ms primeiramente de ti, tu 6 que estiveste perdido, Vou-te contar, e ficariam falando até ao fim do tempo. Milhares de léguas andou Blimunda, quase sempre descalca. A sola dos seus pés tornou- Se espessa, fendida como uma cortiga. Portugal inteiro esteve debaixo destes passos, algumas vezes atravessou a raia de Espanha porque nao via no chao qualquer risco a ‘separar a terra de la da terra de ca, $6 ouvia falar outra lingua, e voltava para tras. Em dois anos, foi das praias e das arribas do oceano 4 fronteira, depois recomecou a procurar por ‘outros lugares, por outros caminhos, e andando e buscando veio a descobrir como 6 pequeno este pais onde nasceu, J4 aqui estive, j4 aqui passei, e dava com restos que reconhecia, Nao se lembra de mim, chamavam-me Voadora, Ah, bem me fembro, ent&o achou o homem que procurava, O meu homem, Sim, esse, Nao achei, Ai pobrezinha, Ele ndo tera aparecido por aqui depois de eu ter pasado, Nao, néo apareceu, nem nunca ouvi falar dele por estes arredores, Ent&o c4 vou, até um dia, Boa viagem, Se o encontrar. José Saramago, Memorial do Convento, 27.* ed, Lisboa, Caminho, 1886 639/2 2 Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. |. Baseando-se nos trés primeiros perlodos do texto (linhas 1 a 12), indique duas caracteristicas da Pereepego que Blimunda vai tendo do tempo, enquanto procura Baltasar, Relela a narrativa, a partir de «e andando e buscando» (linhas 24 a 29). 2.1. Identifique duas das vozes al presentes, exemplificando cada uma das vozes por si indicadas som duas transcrigSes do texto. 2.2. Explicite duas das fung5es das falas contidas neste excerto. . Refira cinco dos tragos caracterizadores de Blimunda, fundamentando-se no texto. «Memorial do Convento [...] traga do século XVI\l uma vis8o extraordinéria.» ‘Oscar Lopes, «Remancista por VocagSox, in Diério de Noticias, 9 de Outubro de 1908 Partindo desta opiniéo de Oscar Lopes, apresente, num texto de sessenta a cem palavras, 0 aspecto para si mais marcante do século XVIII portugués, tal como & evocade no romance de Saramago. Observagées relativas ao Item 4. 1. Para efetos de contegem, considere-se uma palavra qualquer sequéncia delimitada por éspagos om branco, mésmo quando esta integre elementos ligados por hifen (ex./di-se-la/). Qualquer nimero conta ‘como uma tinica palavra, independentemente dos algarismos que o consttuam (ex: 2006). 2. Um desvio dos imites de extenstio indicados implica uma desvalorizagao parcial (até cinco pontos) do texto Produzido, VS.FF. 6390/3 1 25 GRUPO I Leia, atentamente, 0 sequinte texto. Portugal foi verdadeiramente, durante muito tempo, ao longo da Antiguidade e de quase toda a Idade Média, o fim do mundo [...]. E isto. teria, no. essencial, forgosamente determinadas consequéncias, como muito bem mostrou Orlando Ribeiro, em dois sentidos, afinal contraditérios. Por um lado, no sentido do isolamento: nao raras vezes, Inovag6es e correntes culturais, provenientes dos principais centros europeus, foram chegando com atraso até Portugal, mais ainda do que a Peninsula Ibérica no seu todo, ficando o pals como que marginalizado relativamente & evolugo que ocortia para além das suas fronteiras terrestres e, sobretudo, para além dos Pirenéus. Claro que seria simplista explicar este fenémeno unicamente pela posigao, [...] mas néio ha divida de que se trata de um factor cujos efeitos foram sensiveis e perduraram até hoje. [-.] ‘Mas, por outta lado, a posi¢aio geografica de Portugal reflecte-se também em sentido coposto: numa tendéncia ou vocagao dos seus habitantes para estabelecerem e consolidarem relagdes distantes através do mar. Parece inegavel que para isso contribuiram os condicionamentos favoraveis desta parcela de terra projectada pelo Atlantico, no sentido da abertura de relagdes por via maritima, as quais se esbogararn desde cedo e culminaram, nos tempos modernos, com a fixag&o de amplos circuitos comefciais, através dos quais foram entrando em contacto diversas e longinquas regides do mundo, que os Europeus pouco ou nada conheciam até ao comego do século XY [...] Nesta faceta do significado geografico da posigdo de Portugal, ha que tomar em conta também os arquipélagos da Madeira e dos Agores. Ambos constituiram desde cedo escalas importantes nas grandes rotas oceanicas. E quando tais escalas perderam valor ou se tornaram desnecessérias, 0 segundo, mais ou menos a meio caminho entre a América do Norte e a Europa, em pleno oceano Atlantico, funcionou durante algum tempo como ponto de apoio imprescindivel nas ligagdes aéreas iniciais que faziam contactar os dois continentes. Os progressos técnicos permitiram que, a breve trecho, aquelas se fizessem directamente. Mas os Acores conservaram valor estratégico consideravel, que, em caso de tens&o ov conflita intemacional, se tem evidenciado até a actualidade. Carlos Alberto Medeiros, «Lm Preambulo Geralv, in Carlos Alberto Medeiros (i), Goografta de Portugal, vol. 4, Lisboa, Circulo de Leltores, 2005 4. Para cada um dos quatro itens que se seguem (1.1., 1.2., 1.3. 6 4.4.), escreva, na sua folha de respostas, a letra correspondente @ altemativa correcta, de acordo com o sentido do texto. 14. A afirmagao «Portugal fol verdadeiramente [..] 0 fim do mundo» (linhas 1 ¢ 2) significa que, nos periodos histéricos referidos - Antiguidade e Idade Média —, Portugal era um espago ‘A. visto como um lugar terrivel e ameagador. B, situado num dos limites do mundo conhecido. C. envolvido permanentemente em desordens, 1D, desprovido de quaisquer meios de comunicagao. 6390/4 1.2. A partir do século XV, a abertura de relagSes, por via maritima, com «diversas e longinquas regides do mundo» (linha 18) A. constitu urn navo e grave factor de marginalizago de Portugal na Europa, B. deriva da intensificagdo das comunicag6es entre Portugal e o resto da Europa. . decorre da iniciativa dos grandes centros europeus situados além-Pirenéus. , resulta da acgo de Portugal, dada a sua situacdo junto do oceano Atlantico, 1.3. O significado da expresso «nao raras vezes» (linha 5) ¢ A. frequentemente. 8. esporadicamente, C. muito raramente, D. em nenhuma ocasido, 4.4, O antecedente do pronome «aquelas» (linha 26) & A. «relagdes por via maritima» (linha 16). B. «grandes rotas oceanicas» (linha 21) . «tals escelas» (linha 22). D. «ligagdes aéreas» (linha 24). 2. Neste item, faga corresponder a cada um dos quatro elementos da caluna A um elemento da ‘eoluna B, de modo a obter afirmagdes verdadelras, Escreva, na sua folha de respostas, ac lado do numero da frase, @ allnea correspondente. A a) 0 enunclador exprime uma relago de causa com a ideia apresentada anterlormente. 1) Coma referéncia a um autor (linha 3), 2) Com 0 uso conjugado des expresses «em dois sentidos» (linha 3), «Por um lado» inna 8) @ «Mas, por outro lado» (linha 12), b) © enunciador narra um acontocimento relevante para o desenvolvimento da acglo. «) 0 enunciador explicit uma objeceao possivel & ‘ea que acatou de expor. 3) Com 0 uso da expressao «Claro que seria simplista» (linha 9), 44) o enunciador faz a descrigao de um espago fisico, para ilustrar a ideia mencionada, 4) Com 0 uso da expressao «ha que tomar ‘8} 0 enunciador recorre a autoridade de outrem, para reforcar © peso das idelas que apresenta 1o texto. ‘em conta tambémy (linha 20), f) 0 enunciador introduz um topico novo, distinto dos que referiu anteriormente. 9) © enunciador define a satrutura em torno da qual se organizam as ideias do texto. GRUPO III Num texto bem estruturado, com um minimo de duzentas ¢.um maximo de trezentas palavras, presente uma reflexdo sobre a perspectiva referente a exploracdo do espago, expressa no extracto do verbete do Diciondrio dos Simbolos a seguir transcrito. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no minimo, a dois argumentos, liustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo. . Qs voos espaciais, os projectos interplanetérios — apesar do génio @ do herolsmo que exigem ~ podem encobrir a incapacidade das grandes nagées industrials de resolver os problemas humanos do desenvolvimento econémico e social. Néo sabendo, néio podendo, néo querendo utilizar os ‘seus imensos recursos, de virtualidades quase infinitas, em beneficio do homem @ de todos os homens, as grandes nagbes voam para longe da Terra. Jean Chevalier @ Alain Ghaerbrant, «Voo (Ar)», n Diclondrio dos Simboios, ‘ad, de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, Lisbos, Teorema, 1994 (adaptado) Observagées: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequéncia delimitada por espagos em branco, ‘mesmo quando esta integre elementos ligados por hifen (ex.:idi-se-ia). Qualquer nimero conta como uma Jinica palavra, independentemente dos algerismos que 0 constituem (ex.: /2006/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extenséo indicados — um minimo de duzentas e um maximo de trezentas palavras -, hé que atender ao seguinte: = @ um texto com uma extensdo inferior a oitenta palavras 6 atribuida a cotago de © (zero) pontos; — nos outros casos, um desvio dos limites de extenséo requeridos implica uma desvaloizagso parcial (até cinco pontos) do texto produzido, FIM 639/6 COTAGOES DA PROVA GRUPO 100 pontos ee +» 20 pantos Conteido (12 pontos) Organizagaa e correcgao linguistica (8 pontos) 2 eee 410 pontos Contetido (6 pontos) ‘Organizagio e correcg&o lingulstica (4 pontos) , 22. : .. 20 pontos Contetdo (12 pontos) Organizagao e correcedo lingulstica (8 pontos) . 25 pontos ‘Contetido (15 pontos) OrganizagSo e correceéo linguistica (10 pontos) Me cecceeesntttcececeten papel . . 25 pontos Conteudo (15 pontos) Organizagéo e correcgao linguistica (10 pontos) GRUPO II .. 60 pontos 10 pontos . 10 pontos . 10 pontos 10 pontos 20 pontos GRUPO III....... Estruturagso tematica e disoursiva Correcgéo linguistica. x... . 40 pontos 30 pontos 10 pontos Total... .. 200 pontos 6390/7

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