Вы находитесь на странице: 1из 15
LETRAMENTO DIGITAL: HISTORIA, CONCEPGAO E PESQUISA Jilio Arai Regina Cl oDUGAD A discuss sobre os aspectos tebrico-metodolégicos relacionados s letramentos digitais é, atualmente, uma temética que ndo pode ser figenciada na pesquisa académica, haja vista as priticas de leitura € ita com 0 uso das tecnologias digitais estarem presentes em diver- situagdcs cotidianas ¢ se modificarem to rapidamente que, muitas s, 05 resultados das pesquisas se tornam absoletos em um periodo {iremamente curto de tempo. Essas mudangas nao ocorrem somente aspecto temporal, mas também acontecem em relagiio ao espago ge~ fico, pois, a titulo de exemplo, o que pode ser uma pritica comum je nos Estados Unidos pode ainda no ter se popularizado no Bras Sabemos ainda que, apesar de as tecnologias digitais terem aden- lo as instituicdes educacionais, a exploragdo de suas potenci dagdgicas tem sido muito timida, visto que seus usos sto, principal- iente, para pesquisas escolares, troca de e-mails, uso de editores de *x10, apresentagio de slides etc. No entanto, as praticas sociais que se exercem fora dessas instituigdes vio muito além dos exemplos citados: iteriormente e, por isso, anseia-se pela insergao de ambientes/ferramen- \ is como produgao ¢ compreensio de hipertextos, raticas de Ieitura ¢ escrita em tecnologias digitais méveis ete Nessa perspectiva, as pesquisas relacionadas a essas priiticas neces- ssitam de uma sistematizagao académica para compreendermos quais sio 108 usos que os cidadaos realizam com as tecnologias digitais e como os 293 efe i fea, Conserando os aspects cits, neste ens, bus Ponder ao epuinequstonamento: como as evias sobre os le : x oe podem Hu it pesquisadores iniciantes a investigar proble os frees? Pr teontmos espe par hes como objetivo informa ao tor respeito da tei 1) conga letramento digital e tragar um breve panorama dos pri ia pesquisa na drea, mostrando i . jgualmente os principais m na investigacao sobre o tema, d ys : le ilust st ii respeito do assunto, i a A PRE-HISTORIA DO LETRAMENTO DIGITAL reo enolonas digits ransformaram as Sociedsdes mod mes tempo em foram se transformando para atender as demands sos ali ete ¢ um fenémeno que continua em pleno processo ento, Assim, ao refletir sobre essas transformagies, pereet mosque os sro das teeologispratcamdivess eames qu i a escontindem sin prin Peers com ball a zias digitais, observamos também que, em melo a um imenso mar de nformagbesedesbes a toma, ce cid so fando de acardo com as transformagées ¢, muitas vezes ea em que lhes é exigida uma grande quantidade de eventos d mentos, entrelagados e praticados ao mesmo tempo. Portanto, coma novas priticas que outrora nao eram demandadas, surgem, constantes mente, expresses para designé-las. ne aparnente no ene ented de epee ols for fut de mul a repente, pois foi fruto de muitos estes, alguns dos quais relataremos brevemente, tomando como base (soumam gil aula anes es, ste evameno wel s ae a valet Stag de pce apes feeds min as ae oor nas principais definigdes de letramento do final dos anos 1960 os eies seniam que flava algo relacionado@ natureza cada Cree Se de eomunicagio produzidos pela sociedade ds epoca (BELSHAW, 2011). Quase trés décadas depos, jénos anos de 1990, 060 ‘amento visual agrupava dois ou mais letramentos: termo guarda-chuva, passando a considerar o “médium’ algo t€o importante quanto a mensagem. ce 294 inda em relagao ao final da década de 0 surgir o termo letramento tecnolégico, este Jogo foi ganhando ), devido aos efeitos econémicos que amedrontavam as nagdes ot adeptas ts tecnologias em relagto as demais. Sua definicso, 1° mente, estav: relacionada as necessidades econémicas ¢ As preocu- es politicas. Nesse perfodo, apesar da ‘competigdlo que havia entre ae ee houve também o surgimento de uma conscientizagio de que renologias midiaticas estavam proporcionando algum tipo de Tetra- fo, o que reforgou a nevessidade do termo ¢ de sua defnicio a> og, baseava-se nas habilidades para lidar com as tecnologias, no ro eluido, nesta definigdo,ojulgamento sobre o uso das tecnologias Gpoca, nao se fazia uma distingdo clara entre Jetramento ancorado na a epontramento teenolégico, jé que todos os modes de comunicagho considerados tecnolégicos, Seguindo o percursohistrico, Belshaw (2011) dectara que, nos a0c8 0 do mesmo século, com a chegada do computador pessoal, surgiu 6 letramento computacional, cuja definigao incluia habilidades ¢ Trecimentos em tcenologias, a familiaridade com estas, além da com- sreensdo das caracteristicas, capacidades © ap! agdes do computador. Fatale, otermo letramento computacional foi utilizado para designar ilidades de programagio. Com base nisso, temos de considerar due, paca, ram poucas as pessoas que utiizavam o computador ¢ dic & uidede nd era uma questo a ser tratada porque os poueos ususrios sa ferramenta tecnolGgica ja eram experts. Segundo ainda o mesmo or. o principal problema do letramento computacional era separar o> roe nies ehabilidades de eitua eescrita, os quais estavam tratados ‘0. Além do mais, 0 conhecimento procedural explicitamente na definiga sr retado como a habilidade de usar 0 computador em atividades eria- ivas e comunicativas. No entanto, no final dos anos 1990, essa de! realizar atividades especificas comegou a ser questionada, jé que as me dancas estavam ocorrendo rapidamente e a definigdo no abareava definidos como estado as transformagdes porque 0s letramentos eram tate como processos. No mesmo periodo, conforme o referido aulor ‘1 expressio letramento computacional fo} perdendo credibilidade ¢ 0 term letramento para as tecnologias de informago e comunicarao to ante [etramento TIC —foi ficando mais comum, haja vista naguele tilizadas para comunicagao. Para o Conforme afirma Belshaw, ai Jo utilizada para ‘momento, as tecnologias serem mais 295 mento informacional. No entanto, nenhum desses conceitos abareava Eofinigdes que se esperava de uma pessoa Ietrada digitalmente pore ag elas apresentavamn algum problema e/ou nfo estavam diretamen’ soarttie as tecnologias. Com todos esses problemas, os teérieos derarn discussdes para definir novos e diferentes termos due fossem wyados 3s comunicagdes digitas ea era da internet, Assim, sureina% Brarsos termos que buscaram designar as praticas socials com os HORS Pecas tecnologias, como, por exemplo, letramento teenolOgicoy letra- Ee cletrOnico, ietramento digital, dentre outras designagtes, sendo ce consagrat na literatura (BELSHAW, 2011). [Apesar de considerarmos que a multipticidade de termos, ery SSF Jampos, pode gerar problemas metodologicos que dificutam estudos, lompreendemos que, com o passar ‘do tempo, uma expressto vai ganhando Bpago, cos usurios actistalizam, como foi o que aconteced com letra- mote gal, Mesmo sem um consenso emrelagao‘a expresso ea defini vhuida para Teamento digital, apresentaremos, a seguir, a trajl6ria de gu conceito, pois, conforme afirmam Gillen e Barton (2010, p. 4), resquisador, o letram bs nae , . letramento TIC pode ser considerado como o.uso d r ramentas digits com fnaldade de aessrgrenca integra © star informasio na sociedad do conhecimento. Nest def id bikes no so merament proses, tb a s abarcam tanto os conhecimentos Tod quanto as habilidades, constataes que esse termo nao ganhou audiéneia no fa 4 ue to | -onceito ser adequado a alguns usos que os cidadao ee ainda praticam com as tecno Scan 0 lew sane tamenio digital também reebeu inna do em al, cujo conceito, cunhado na década d s a ie 1970, so pera ao longo do tempo. Sua defini¢ado passou de ae ilidades a um habito de pensar ‘etl i ar com capacidade crit bil i critica e re pois ° lramento nao se torna algo explicitamente mer a ae ide oa posicionamento de si mesmo para a informagé ELSHAW, 2011, p, 80). A definigdo para le inf P . jetramento inf ganhou mais audigncia com a ai ie ia com a popularizagao da internet, ganou m porate, p oe informagdes, exigia-se do sujeito um novo oom . concep nla os ltramentos relacionados ao compu tador. Poste nente, do final dos anos de 1980 > dimenstcn dl : a para o inicio dos 90, as dimensdes df e econémica agregaram-se a definiga nto it nee greg ii¢do de letramento informaci ‘ 8 formacional, vis seem considera como essecinis par o atl mereado de aba i ae cemelan AS lo, esse termo ainda é muito comt quan . : e la lum, especialment dc sae se trata de acesso a informacdo nas bibliotecas. a me as para os letramentos di- nvés de procurar gitais que se sobrey i a pademos perceber, a insereo de um termo na sociedad algo simples de implant, ampouco esse aparece subiamente. C relagto a expresso leameno digital foram necescrios muitos et como veremos em seguida, ¢ a influéncia de diversos termos sien d jas tenativas até se chegar a um consenso (se & que podem os afirmat que ha consenso com relagao ao termo letramento ‘igital, i definigdes de letramento digital, ave~ ira vez.em 1997 no livro, Digital do esse autor, muitas eoisas que |, fazemos, attralmente, com ‘Ao iniciarmos a incursao nas amos que o termo surgiu pela prime iteracy, de Paul Gilster (1997). Segun fantes realizavamos de uma forma tradicional arco das tecnologias digitais. Fle menciona, como exemplo, a maior interatividade da internet comparada & televisao, ja que, ses ndo suas palavras a interatividade se configurava, naquela Epoca, umn das maiores promessas da Web. No entanto, conforme Gillen ¢ Barton (2010), a0 se referir ao letramento |, Gilster apresentava muitas concep¢Oes para treme 0 que foi motivo de muitasexticas, ainda que o trabalho desse uior tena sido de grande impacto no inicio do século XI. ice Conforme apresenioantriorments, a expresifo letra éi eee in juéncias de varios termos, tais como letramento visual, ecnolégico, letramento computa letramento TIC € ide orapositinit 296 ‘VisteszaR & LINGUISTICA APLICADA: ABORDAGENS TEORICAS# METDOKACAS wan Lina HCA APHEADAY ABORDAGENS EORICASE MeTEHOLaICAS Prosseguindo a trajetéria, verificamos, segundo Gillen e Barton (2010), que, inicialmente, 0 conceito era focado em competéncias ¢ ha- bilidades individuais porque, naquele momento, exigia-se a capacidade para realizar tarefas especificas e resolver certos problemas. No entanto, outras capacidades ¢ outros problemas eram demandados, pois aquelas capacidades adquiridas nao eram suficientes em atividades posteriores, Esse foco estava relacionado ao que era requerido nas indistrias de tec. nologias de informagaio e comunicagao e as certificagdes em habilidades individuais para resolver tarefas especificas eram exigidas no mercado de trabalho. Em outros termos, “quanto mais bem qualificados, individuos com alguma especialidade so necessérios no local de trabalho, logo, avaliagdes baseadas em habilidades individuais continuarao em alguma medida” (GILLEN; BARTON, 2010, p. 4). Como podemos pereeber, a exigéncia constante de novas habilidades e competéncias individuais, para as teenologias era, na época, considerada nas concepgdes de letra- ‘mento digital, o que demandava, muito rapidamente, uma reformulagao no conceito, Todavia, conforme os autores, atualmente ainda se verifica énfase em habilidades individuais, especialmente, quando se fala em acess ds tecnologias digitais. Aartefatos teenolégicos” (USA, 2009, p. 3-4). Seguindo a mesma pers- Pectiva do conceito de tecnologia, o termo letramento teenoloeien & definido como “a capacidade de usar, entender e avaliay tecnologia bem como empregar processos e conceitos tecnologicos para revel, ver problemas e alcangar objetivos”®. © documento inclui, ain no coneeito de letramento teenoldgico, conhecimento, capacidade hablidades para tomar decisBes © pensar eriticamente,aspectos gus devein ser encontrados numa pessoa letrada tecnologicamente. Assim, lum pessoa letrada tecnologicamente entende e esté iil para analisara relagto entre tecnologia e sociedad, tem un conheci ‘mento amplo sobre teeno| nas usando 08 processos projetados pela engenharia e & hibil para usar fuentemente as teenologias e-criativa (USA, 2009, p. 6)’. Sua importincia deve-se ao fato de 0 documento considerar que houve um grande avango nos métodos de comunicagao, os quais Btaram dos textos tradicionais para fontes de informagdes que incluem Amagens, miisica, videos e outras midias. Além disso, 0 documento abre Por meio da Avaliag’o Nacional do Progresso Educacional flancos para que se idades por meio (NAEP), que mensura o nivel de letramento digital/teenolégico* dos s x s linguagens multimodais da alunos americanos da educagao basica, também podemos perceber 0 . lades, podemos citar as seguintes: comunicar-se conceito de letramento digital e a preocupagao dos Estados Unidos buscare expor informagdes ¢ em desenvolver essa pritica na populagdo estudantil. A avaliagio Sat, sat e, um repertério diversificado de ferramen- presenta um panorama geral no qual se argumenta que as definigdes. ita has questdes académicas, reconhecer politicas ¢ de tecnologia e de letramento tecnoldgico apresentadas devem caplar 3s de direitos autorais e utilizar ferramentas digitais expostas em area 08 conhecimentos ¢ habilidades essenciais pa Piblica. Como podemos perceber, essa defini¢do, apesar de considerar XXI, por ser uma avaliagdo em larga escala, Nesse sentido, 0 termo 8s priticassocisis dos individios, tem um foeo mstor me haba tecnologia, para a NAEP, tem um significado mais abrangente ¢ pro= s cidados, pois, se considerarmos as redes social, vom exer, fundo do que aquele que se refere somente ao computador, apesar a idades individuais ndo sto suficientes para interaginmnos do esta relacionada a “qualquer mudanga do mundo natural realizada para satisfazer necessidades ou desejos do homem [...}. Isso inclui toda infraestrutura necessaria para projetar, manufaturat, operar e reparar Noha ay mad ‘ictus the ent oF fh ral wrt do fi hme neo dese nacacar red ste maid tp ee the workplace te “AEP serletameat de tment dtl Sabemes gus, em pens de Tanga seals; ever sr lizados temas mals smu pra a populate que se pede alan 4 298 Outro problema atualmente relacionado a definigao de letramento digital é o fato de cla, algumas vezes, ancorar-se somente na escrita, Nesses termos, no Brasil, um dos primeiros trabalhos a esse respeito apareceu em um artigo de Soares (2002, p. 151) que considera o letra- mento digi “Jo que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem priticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condigao ~do letramento ~ dos que exercem pri cunhada antes da chegada da web 2.0’, ainda se ancora na escrita por: que, naquele momento, as possibilidades da web eram muito restritas 80 texto escrito ¢ a principal caracteristica da internet eram os links, que possi las escolhas, tornando, assim, seu proceso de Ieitura singular. Porém, com a chegada da web 2.0, 0s sites lades para o leitor, que passou, em m sendo incorporadas aos textos escritos, em uma convivéncia harmoniosa, Soares (2002) nao foi a tinica autora que, inicialmente, colocou a escrita no centro da defini¢do de letramento digital. Ribeiro (2006) tam- }bém considerou ser letrado digital aquele que domina textos feitos nae paraa tela do computador. No caso da segunda autora, talvez, possa estar se referindo a uma concepgo ampla de textos que congrega os verbais € nao verbais. Essas reflexes nos fazem pensar e verificar que muitos teéricos, ao definirem letramentos, ancoram-se na escrita, como se esta fosse a tnica forma de construgdo de sentido, Com relagao a isso, Mar cuschi (2004, p. 18) igualmente relata que “um dos aspectos essenciais da midia virtual éa centralidade da escrita, pois a tecnologia digital depende totalmente da escrita”, Compreendemos que a caracteristica principal da internet, quando 0s referidos autores se posicionam dessa maneiras era a presenga de Jinks e que suas declaragdes foram postuladas antes da popt iais no Br |, como 0 Orkut, 0 Twitter, 0 Facebook, além de ter sido também anterior & popularizagio. de conversas on-line no Skype, por exemplo, ¢ do Youtube, embora j& houvesse varios sites ¢ blogs que mesclavam textos verbais e nao verbais. n, percebemos que as tecnologias de informagao ¢ comunica- ot suena pet soar rio, ln de pot acolo puto spésia colaborativa Wikipedia. 2s TWowcasFMETONOLOOIEAS ao modificaram a forma de viver, de interagir, de pensar dos cidadaos, J4 que, conforme Noss (2010, p. 2), as “pessoas que usam as tecnologias digitais t&m coisas novas a dizer e novas maneiras de dizé-las™"". Como consequéncia das transformagies, os estudiosos empreenderam novas pesquisas, pautadas pela premissa de que, quando acontecem mudancas na vida didi e nas praticas dos individuos, a teoria necesita incorpor’i- Jas para acompanhar esse percur Com todas essas mudangas, a0 conceit de letramento digital foram acrescentados novos aspectos, como podemos perveber na definigdo de Buzato (2003, s/p.) para quem a expressio significa de conheciment ie mesclam palavras, ynoros numa mesma superficie (textos Em outro trabalho, Buzato (2007, p. 168) redefiniu o termo em fungo do aspecto transcultural da internet, afirmando que letramentos ligitais so “redes complexas de letramentos (priticas sociais) que se apoiam, se entrelagam, se contestam e se modificam miitua ¢ continua- ‘mente por meio, em virtude e/ou por influéncia das TIC”. Aqui, verifi- ‘amos que 0 autor compreende o letramento digital como um amélgama de diversos tipos de letramentos que se entrelagam e se apoiam para os Sujeitos construirem-se ¢ constituirem-se através de suas relagdes sociais em ambientes virtuais. Nessa concepcao, constatamos que € explicita a teferéncia 20s usos sociais, ausente em outros trabalhos, como Buzato (2003) ¢ Ribeiro (2006). Outros autores, como Kress (2010) e Gillen ¢ Barton (2010), afir- mam que o letramento digital é algo que vai além das habilidades com a leitura e a escrita candnicas, considerando-o uma pratica social, dando Continuidade a definigao de letramento como pritica social, j4 defendida € discutida muito anteriormente por Street (1995), Nessa perspectiva, 10 Neoviginals "people wit digital scchwsogics have new hinges, |(Tradugo nossa). scmeeuomet informago e comunicagao. Por isso, corroborando as ideias de Gillen Barton (2010, p. 9), reconhecemos que o termo letramento digital ¢ fascinante em sua definigio e em sua aplicagao, pois “[..] reforga a ideia de que precisamos de miltiplos ¢ ricos métodos para descobrir as eomple- -xidades das interagdes das pessoas ao usarem as tecnologias digitais”."* Gillen e Barton (2010, p. 4) declaram que os letramentos di LIS S80 “gg praticas em constante mudanga por meio das quais as pessoas produzem sentidos identificaveis usando tecnologias digitais”". Assim, percebemos que saber utilizar textos verbais ndo é suficiente para ser um cidadi letra. do digitalmente; & necessério incorporar outras estratégias de construgag de sentido das priticas discursivas vivenciadas nas sociedades tecnolo. gizadas. Um bom exemplo é 0 crescente uso das imagens (estiticas ou dinamicas) utilizadas para informar € comunicar em diversas situagdes, por exemplo, nas redes sociais e no Youtube, que demandam dos usuirios, muitas vezes, uma articulagdio entre textos verbais e imagéticos, Sobre. esse aspecto, Kress (2010, p. 6) explica que Considerando as afirmagées anteriores, apresentaremos, a seguir, a importancia ¢ a necessidade das pesquisas em letramentos digitais, bem como 0s principais tipos de pesquisa realizados nessa dea. Considera- 10s, portanto, necessario que os pesquisadores conhegam a ia do conceito ¢ compreendam o estado atual dos estudos sobre letramentos digitais. ‘octescente uso de imagens nao est tornando 0s textos mais sin ples, como frequentemente novas formas de PESQUISAS EM LETRAMENTO DIGITAL As pesquisas em letramento digital tém avangado bastante nos Tiltimos anos, sendo realizadas sob diversas perspectivas e com uma grande variedade de metodologias. Para comprovar essa constatagio, podemos citar os trabalhos de Vieira (2004), Lima e Lima-Neto (2009) ¢ santos (2013), que pesquisaram as tendéncias atuais das pesquisas sobre letramento digital no Brasil. Ao iniciarmos nossa incursdo por Vieira, irmamos que esta autora realizou um estudo explorat6rio descritivo! {quantitativo, analisando resumos de cinco congressos realizados no rasil, no periodo de 2000 e 2001. Constatou, dentre outros resultado: “um discreto, mas continuo, crescimento de um evento para outro, con~ igurando uma tendéncia de expansiio na drea”. (VIEIRA, 2004, p. 255) ‘Com relagdo & metodologia utilizada nos estudos pesquisados, a autora somente pode detectar uma tendéncia & priorizag’o de metodologias ‘qualitativas, de base descritiva, concluindo que isso se deve & novidade do tema na época. uma jnica leitura eoerente”. Nesse sentido, os letramentos sfio considerados como processos dindmicos e 0 termo pluralizou-se por considerar-se que um cidadao pratica diversos letramentos em sua vida cotidiana. Diante disso, com a insergdo das TIC em diversos setores das sociedades modernas & especialmente, com a difusdo da internet, nos mais diversos pontos ge- ogrificos, exigindo outras formas de comunicago, ampliou-se 0 estagio de desenvolvimento das pesquisas sobre letramento digital’, Contudo, € importante ressaltar que as transformagdes no conceito ocorreram por dois importantes motivos. O primeiro, ja mencionado, foi a transfor magio das priticas sociais, A segunda raztio, conforme Alves-Mazzotti (2006), diz respeito a interlocugdo necesséria entre os pesquisadores da 4rea. Esta autora afirma que dessa forma se valida ou néo 0 processo de produg3o do conhecimento cientifico, Portanto, compreendemos que a8 pesquisas em letramento digital so oportunas nese momento, haja vist muitos letramentos serem praticados com a mediagao das tecnologias de ‘Na mesma esteira desses estudos, Lima ¢ Lima-Neto (2009) investi- Garam as tendéncias das pesquisas sobre letramento digital em resumos de teses e dissertagdes disponibilizados no portal da CAPES, no perfodo de 2000 a 2007, ¢ constataram que 0 assunto “géneros digitais” foi a maior tendéncia das pesquisas no intervalo de tempo investigado. Seguindo a mesma metodologia dos referidos autores, Santos (2013) também reali- i cover te completes 303 meronovociens zou um levantamento de teses ¢ dissertagdes sobre tecnologias digitais de informago e comunicagao e formagio de professores de inglés no banco de dados da CAPES, no periodo de 2000 a 2009. Os res confirmaram que, dentre os doze assuntos abordados nas pesquisas, se teferiam a letramento digital e, no que conceme & natureza da pesquisa, dentre os seis tipos encontrados, trés so estudo de caso e dois sio estudo de caso de base etnogrifica, |, © que corresponde aos iiltimos anos do Ensino Funda- mental [Il e do Ensino Médio na educagaio brasileira, Porém, 0 Sistema de Letramento Tecnol6gico, insetido como parte da NAEP de 2012, & um documento elaborado ¢ aplicado no referido ano para que se avalie o nivel de letramento tecnolégico desses alunos. A Area de tecnologia da informagdo e comunicagao tem um im- portante papel na avaliac3o, sendo justificada por seu desenvolvimento tas profissdes da sociedade moderna e porque “virtualmente, todos os esforgos para desenvolver ou criar novas tecnologias env‘ Nessa perspectiva, considerando que as transformagdes ovortidas, 0 uso de ferramentas de tecnologias de informagaio e comunicagao”’. Sendo ias contempordineas. Sendo conhecedores de que o assim, espera-se que uma pessoa tecnologicamente letrada, apesar de aumento crescente do acesso as tecnologias digitais tem colocado o pais. Atio precisar saber como funciona o interior dos dispositivos eletronicos, deve saber que eles existem ¢ como sio usados, dominando ferramentas de uso comum com confianga e capacidade de aprender a usar outras que surgirem (USA, 2009, p. 30). As avaliages que pretendem aferir oni entre os primeiros do ranking internacional, ressaltamos a urgéncia de pesquisas para verificar como se da esses usos € quais letramentos sio sidade de estudos na érea com a informagao de uma pesq realizada por amostragem, para verificar 0 acesso as tecnologias de informagio comunicagao de brasileiros. O estudo constatou que, em 2007, “um I de 53% dos entrevistados informou jé ter usado um compu- lerados usudrios, dado jadesteenologizadas, luos com grau zero de letramento digital ou ero erescente de letrados digitais no Brasil, reforgando a ideia de investigar quais letramentos so necessarios ¢ am as tecnologias digitais. Sabemos que, nesse p: iadas ao letramento digital/tecnolégico encontra-se: , cujo tema tem sido atrativo para muitos pesquisadores das linguagens. Assim, tentando buscar resposta para oreferido questionamento, tragamos paralelo com os niveis de letramentos ancorados na escrita, cujos squisadores afirmam que, em sociedades letradas, nao existe grau zero Jetramento. Portanto, podemos ainda afirmar que, da mesma forma que existe grau zero de nas sociedades modermas porque os ‘mesmo ndo alfabetizados, fazem usos de praticas de leitura fou escrita, em sociedades digitalmente teenologizadas nos diversos stores soci mar que uma pessoa possui grau zero de ital. Nessas sociedades, mesmo aqueles que nao fazem uso fetivo das praticas de ‘comegam a participar de even- t "© que giram em tomo desse tipo de letrament ir uma “conversa” na qual ofilho esta em uma sala Me bate-papo com parentes; observar a pagina de alguém conhecido no No orignal “irl fort to improve or create mew chlo Tradugio nos) Jénos Estados Unidos, percebemos uma maior preocupagdio gover= namental com relagdo a mensuragdo do letramento digital quando este tema se insere na Avaliagdio Nacional do Progresso Educacional (NAEP): Segundo 0 projeto dessa avaliagao, é hora de o letramento tecnol6gice fazer parte do letramento tradicional, com uma série de competénck relacionadas as tecnologias de informagao ¢ comunicagéo que os tudantes de desenyolver em seus anos escolares (USA, 2009). referida avaliagao, equivalente ao Sistema de Avaliagdo da Educa Basica (SAEB) realizada no Brasil, afere o nivel dos alunos americant tica ¢ ciéncias nos trés ultimos anos de cada ciclo d# “Nesipuazan 4 Linguistica Aru Facebook, através do perfil de um amigo; pedir a um colega para enyy almente, ento podemos considerar que para estudé-los ¢ necessario um. tum trabalho a um professor via e-mail, etc. har atento sobre essas culturas. Nesse sentido, a etnografia sugere que fendmeno a ser estudado nao pode estar divorciado de seu contexto, cialmente porque o contexto é um grande provedor da construgao de tido que se dard aos dados. Inscrito nesta perspectiva, Geertz (1989, p. 28) advoga que o uso dessa abordagem de pesquisa conduz o cientista para a inevitavel atividade de interpretagdo, porque Algumas pesquisas citadas anteriormente demonstram que g estudos sobre letramento digital esto crescendo no Brasil ¢ a base todoldgica ¢ a pesquisa qualitativa, Desse modo, a0 concordarmos ¢ Street (2003), quando afirma que as pesquisas de abordagem qualitat caracterizam os novos estudos sobre letramentos, selecionamos aqui tipos de pesquisa que consideramos mais representativas no assunto, q titulo de exemplificagao. Assim, dentre as diversas possibilidades d pesquisas qualitativas, discorreremos sobre a ctnografia, 0 estudo caso e a pesquisa-agio. Explicitamos seus conceitos € sua importaneia para os estudos sobre letramento digital, ilustrando-os com exemplosd trabalhos representativos dessas metodologias. Nossa dlecisto tem com base a afirmagao de Buzato (2007, p. 49), segundo a qual, se a interpretagio esta construindo um: enifo divorcié-la do que acontece [...] ¢ divorcié-la das aplicagdes e torné-la vazia, Uma boa interpretagtio de qual coisa — um poemna, uma pessoa, wma estéria — leva-nos ao eemne do que nos propomos interpretar, Provavelmente, consciente desse aspecto, Tusting (2013, p. 2) ja que a linguistica ¢ a etnografia se relacionam tao bem que ambas direas se interligam de tal modo que formam uma s6, denominada de sguistica etnogrifica". Essa érea “redine conhecimentos e metodologias Linguistica ¢ da etnografia com o objetivo de compreender melhor o ‘partir dos desenvolvimentos tebricos que serviram & construgio de uma -o-metodologica entre os es- jos de letramentos com 0 campo da etnografia linguistica a medida a pesquisa sobre letramentos deseja examinar a escrita como pritica a “virada digital” que ocorreu nos estudos dos letramentos, chama tengo sobre como a perspectiva etnografica ajuda na compreensio facilitam a cooperagao nas comunidades pesquisador que devera selecionar aquele mais adequado aos propésito de sua pesquisa. Como muito bem pondera Hine (2000), ha muitas definigdes pa . porém, existe uma caracteristica comum entre elas, que € se justfica na medida em que o investigador, interessado no “trabalh de descrever a cultura!” (SPRADLEY, 1979, p. 3), busca construit compreensio aprofundada das pritieas culturais do grupo investigadl uadas culttr re (Ino m8). the and continuing socal and entra codes” (rads nossa. 0 uso de tela pelos jovense as implicagSes deste uso para ay pecagogase para as forms de eseriaprecisam se intelramente compreendidos. As tlasencorajam abordagens prolundamena distintas de leiura quanto a pagina tradicional [impress fendmeno da hiperextuaidade evon com mudangas amplas que se afistam de estruturas hierirquicas em diregio¢ cstrturas mais horizntas. Um usuério da tla que tem vine 8 abertas a0 mesmo tempo ~ partiipando de un chat surfando na internet, ouvindo misica ~esté engajado em formas de gerenciamentoda‘atento" iteramentecontastants comp modo islado ereflexivo de lt texts modo ainda encorajad e eecompensados ns esolas mados CDMI para conectar computadores ¢ laptops & web. E nesse cenaio que Lee e Sparks (2014, p. 42) buscaram respostas etnograficas para a seguinte pergunta: “Quais as tensdes existentes em um telecentro nepalés?” Tal pergunta inspirava a busca pelo objetivo de compreender ‘as tensdes que ocorrem no telecentro Sanku. Para tanto, os autores mergulharam em um estudo etnogrifico a fim de construir os dados da pesquisa, tendo como base a Teoria da Atividade, que é uma abordagem voltada para o estudo do comportamento humano, por meio da anélise descritiva do contexto social que emoldura 0 com- portamento das pessoas. O bergo da referida teoria procede dos estudos de Vygotsky (1978) ¢ Leontiev (1981), de onde uma versio atual vem sendo desenvolvida por Engestréim (1987, 2005). Ao fazer uma releitura do trabalho dos sovigticos, Engestréim busca proporcionar uma heuristica fitil para analisar a atividade como um esforgo coletivo. Nesse sentido, 4 teoria valoriza a descrigado densa das motivagdes e pressdes sociais sobre as pessoas que se engajam em atividades, e, por isso, os te6ricos Ga atividade valorizam a anilise sobre como as pessoas interagem com ‘seu ambiente e com os outros. Lee ¢ Sparks (2014) utilizaram a Teoria da Atividade como uma estrutura para analisar e compreender as tenses da juventude de Sankhu frente as suas necessidades de priticas sociais, mediadas pelos usos das tecnologias digitais. Por ser uma abordagem descritiva, a Teoria ‘da Atividade se encaixou perfeitamente em uma pesquisa etnogrifica, rincipalmente, porque os autores procuraram formular propostas para inelhorar os programas de telecentros atuais ¢ futuros no pais himalaio. Como bem explica Lillis (2008), ao mesmo tempo em que a etnografia permite o uso de miltiplos instrumentos de construgaio de dados, esses lusos de varias ferramentas de captagdo cultural também permitem que 0 pesquisador participe mais ativamente do contexto cultural da comuni- dade de seu interesse. Foi isso que fizeram Lee ¢ Sparks (2014) quando ‘se inseriram em um grupo de 43 pessoas (32 jovens ¢ 11 adultos) que se habilitaram a participar de sua pesquisa. Os dados gerados para 0 estudo Consistiram em entrevistas de grupo, entrevistas individuais, notas de ‘campo com base em observagées, imagens, videos ¢ exame cuidadoso dos instrumentos apropriados pelos sujeitos. Além disso, houve a co- Taboracdo de um tradutor ou um informante cultural, que preencheu as Tacunas quando era necesséria a informagao de fundo social e cultural. pais, um As especificidades de que nos fala Kress (2010) geram culturas diferentes ¢ elas so mais aceitas e praticadas em paises mais desene volvidos do que outros. Em func disso, é preciso lentes etnogriticas para compreender as praticas inseridas em um contexto especitico. Um bom exemplo de ethografia do letramento digital diz respeito a recente pesquisa de Lee e Sparks (2014) que estudaram os desafios culturais de um pais asiftico dos Himalaias para apoiar um telecentro localizado na vila de Sanku, no Nepal. © Nepal é um pais ainda mareado por muitas instabilidades poll= ticas. No obstante isso, a tecnologia digital vem se desenvolvendo em seu territ6rio (LEE, 2004), ainda que a passos bem limitados, haja vista © governo limitar 0 acesso dos jovens a tecnologia. Como dizem Lee € Bhattarai (2009), em muitas comunidades rurais, as familias ndo dis poem de telefones fixos, contudo, o uso do telefone celular é abundant € se torna uma tecnologia barata ¢ confiavel. ‘Torres de celular foram: construidas por todo 0 Nepal para que todos os 75 distritos passem @ ter cobertura de telefonia mével. Mas, em termos de conectividade com idades situadas nas regides montanhosas é significativamente mais limitado. Nesses ca80% as comunidades podem usar tanto os cartdes SIM de celulares para $e conectar aos dispositivos de ligagao a internet, ou USB, como 0s chi ET cons by (une) people andthe imptcation of tha es or peda ned ely trod. eens ncuron aE phys hme rnc tr of hese neti se management ety ute he whan, “mended nacho to sound musi engaged informs of a reflective made ofreatng (Fratton 309 De acordo com os autores, a etnografia foi relevante em sua pesquisa porque ajudou a discutir diversos aspectos, a saber: como os letramentos digitais chegam a paises em desenvolvimento; quem so e como agem, as pessoas interessadas em trabalhar com tecnologias em lugares, como © Nepal: quais as normas culturais atuais e as tomadas de decisto e pro tocolos relacionados 4 tecnologia em vilarejos nepaleses. Os resultados da anzilise apontaram para varias tensdes vivenciadas pelos jovens a usar a tecnologia no telecentro de Sankhu. Ao todo, foi encontrada a quantidade de 33 tensdes as quais foram divididas por Lee ¢ Sparks (2014), conforme a frequéncia em que ocorreram, em trés categorias de aniilise: 1) principais tensdes; 2) tenses moderadas e 3) tenses menos frequentes. As principais tensdes se relacionam com 0 género social, normas socialmente aceitas, financiamento e consciéneia. Essas foram as mais encontradas pelos pesquisadores como empecilhios frequentes ais priticas sociais de leitura e escrita com os recursos das tecnologias digitais. As tensdes moderadas estavam associadas & formagao escolare ta de tempo. Do ponto de vista dos letramentos, essas foram, como préprio nome indica, tensdes que se tomaram empecilhos de forma mode= rada, pois os sujeitos sempre buscavam maneiras de superd-las. Por fim, as tensdes menos frequentes se referiam a questdes de conectividade ¢ celetricidade e elas foram empecilhos encontrados com menor frequéncia, © exemplo aqui mostrado, ¢ tantos outros que poderiam ser apre- sentados"!, nfo pode ser entendido como sendo a etnografia uma garantia metodoligica de que todas as vozes que formam a cultura estudada foram ‘ouvidas ¢ contempladas na pesquisa, pois, “por mais que se pretenda oferecer um retrato multivocal, multidimensional e diverso do mundo representado, havera sempre vozes presentes no contexto escolhido que no sio capturaveis ou agregiveis As interpretagdes e estratégias de te- presentagaio do pesquisador” (BUZATO, 2007, p. 59). Contudo, mesmo no garantindo perfeigtio metodoldgica, é certo dizer que o estudo dos Ietramentos digitais realizado na perspectiva etnogrifica poder fazer uso de uma caixa de ferramentas analiticas e procedurais que ajudarao nna captagdo do arcabougo cultural que da contexto ¢ define os letramen- tos digitais de um determinado grupo. Por conseguinte, nem sempre a etnogratia € 0 modelo metodolégico mais indicado, sobretudo quando se procura questionar conecitos ja estabelecidos pela literatura, como mostraremos na sequéncia. 0 estudo de caso ¢ também uma metodologia muito utilizada has pesquisas sobre letramentos digitais, configurando-se como um irabalho de campo que tem a finalidade de captar o ambiente ¢ a si- lagaio que esti sendo investigada, pois, na pesquisa qualitativa, os fendmenos sio mais bem compreendidos se gerados e analisados & luz lo contexto circundante, Sendo assim, 0 estudo de caso “se destaca se constituir numa unidade dentro de um sistema mais amplo” (LUDKE; ANDRE, 1986, p. 17), analisando detalhadamente um caso, individual ou coletivo, em seus diversos aspectos. O estudo de caso, or ser aplicado em diversas areas e agregar varios instrumentos e/ou ‘enicas, pode contar com abordagens quantitativas ¢ qualitativas, tais fomo observactio, andlise de documentos ou contetidos, entrevistas, storia de vida, aplicagdo de questionario, levantamentos de dados, te. (GIL, 1995), sito, essen= dos beneficios trazidos pela tecnologia. A etnografia os ajudou a perceber, por exemplo, que as mulheres tém menos direito ao manuseio das tecn0= logias do que os homens. As tenses moderadas so identificadas como as dificuldades apresentadas pelos usudrios em manusear o computadon, bem como em dedicar um tempo para aprender a manuseé-lo. A falta | de tempo dos habitantes para lidar com as tecnologias e o desinteresse dos idosos em aprender a manusear as tecnologias acabam gerando mais controle por parte do governo, uma ver que os jovens sio entendidos como pessoas que apenas querem se divertir usando essas ferramentS: As tenses menos frequentes sZo identificadas como problemas apre= sentados pela propria conectividade de intemet, pois a infraestrutura de tecnologia é precéria no pais. O estudo de Lee e Sparks (2014) most muito bem que os letramentos sdo, como também assinala Buzato. (2007, p, 69), “priticas “situadas”, se nao geoaréfica, ao menos culturalmett e do ponto de vista situacional”, 310 Como as demais metodologias suas vantagens © desvantage das aqui, 0 estudo de caso tem tre as vantagens, Ventura (2007) menciona as seguintes: estimular novas descobertas, jé que seu plane. jamento é flexivel; enfatizar as miiltiplas dimens6es de um problema; apresentar simplicidade nos procedimentos; permitir uma andlise em profundidade dos processos e das relagdes entre os procedimentos. Por considerarmos que as pesquisas sobre letramento digital esto em cres. cimento nos iiltimos anos, essas vantagens podem consolidar 0 assunto, haja vista, conforme Ventura (2007, p. 386), serem “titeis também na exploragiio de novos processos ou comportamentos, novas descobertas, porque tém_a importante fungao de gerar hipéteses e construir teorias”, Esse tipo de pesquisa também tem desvantagens, sendo a pr mais citada entre os autores, a dificuldade de generalizar os resultados, pois, segundo a referida autora, essa metodologia tem a “caract de estudar uma unidade, bem de cupagaio de nao analisar apenas o caso em si, como algo & parte, mas 0 que ele representa dentro do todo e a partir dai” Como exemplo de pesquisa sobre letramento digital que u estudo de caso, citamos os estudos empreendidos por Pinheiro (2013) em sua tese de doutorado, cujo objetivo é redefinir o conceito de letramento hipertextual com base nas priticas de letramentos realizadas por sujeitos na elaboragdo de material didético para um curso on-line. Na pesquisa, a autora acompanhou 0 processo de elaboragdio de trés disciplinas de um curso de graduacéio semipresencial para serem disponibilizadas em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), utilizando varios ins- ‘enicas para geracao dos dados. F. importante ressaltarmos ago dos instrumentos e técnicas utilizados para geragi0 de dados, a pesquisadora usou recursos tecnol6gicos em todas as etapas, Nessa perspectiva, Pinheiro estudou a elaboragio de material didatica para o ensino on-line, a fim de compreender o fenémeno do letramento O primeiro instrument f sujeitos, a qual foi realizada com 0 auxilio do programa Audacit software gratuito que grava e reproduz sons e possui ficil usabilidade, ¢ com um microfone acoplado ao computador. Posteriormente, a pesqui= sadora acompanhou o proceso de elaboragaio do material didatico, tanto por parte dos professores (autores do material) como da equipe responsit- vel por sugerir os recursos da Web. Na impossibilidade de acompanhar essa claboragao in Joco, instalou 0 Cantasia Studio™ no computador dos professores, um programa que rastreia todos os passos no momento da elaborago e possui recursos para gravagiio de voz, permitindo, assim, filmar a tela do computador enquanto estes trabalhavam nesta atividade e gravar a voz do docente que narrava seus passos. No entanto, para observar outra fase da elaborago, que cons acompanhar a realizaglo das atividades por parte da equipe que sugere ‘os recursos da Web para 0 material didatico, nao foi possivel utilizar 0 mesmo programa, portanto, a observacao in loco foi realizada tradicio- nalmente, Nesse momento da pesquisa, a autora, ao invés de utilizar um eaderno de anotagdes, fez seus apontamentos em um arquivo de editor de texto, Por fim, a pesquisadora analisou as trés verses do material elaborado, a saber: a primeira versio elaborada pelo professor da di plina, a versio com sugestdes da equipe responsdvel por transformar 0 material mais apropriado para web e a versio jé publicada no AVA da Universidade Federal do Ceara. (Os resultados da pesquisa comprovaram que os partieipantes praticam iversos tipos de letramentos, tais como: o ancorado na escrita, 0 oral, © visual, 0 tecnolégico, 0 informacional e o comunicacional. Todos esses Tetramentos, além de serem, na pesquisa citada, mediados pelas tecnologias Aigitais, ocorrem entrelagados ums com os outros para produgiio de sentidos, nao sendo necessérios estarem todos presentes ao mesmo tempo. Apés a anilise dos dados, a pesquisadora constatou que o conceito de letramento hipertextual, cunhado por Bolter (1998), ndo abarcava mais as priticas Sociais da atualidade. Para Pinheiro (2013, p. 156), ‘vezes, a compreensi dos sen iio possuir mais de um letramento. No entanto, percebo 1ento, um ou outro tipo de letramento pode no sendo, portanto, necessirios todos os tipos interagao, dio pode ser eaonada no Seine 313 A pesquisa cmpreendida por Pinheiro (2013) se configura como um estudo de caso instrumental o qual, segundo Stake (2000, apud Ventura, 2007), ¢ realizado com o objetivo de examinar um caso para compreen. der outra questo, Esse trabalho é apenas uma das muitas pesquisas que utiliza 0 estudo de caso como metodologia. Podemos afirmar, portanto, que o estudo de caso, por permitir uma vasta gama de instrumentos ¢ técnicas, é uma opgo bastante produtiva para pesquisas sobre letra. mento digital. Nesse tipo de metodologia, 0 pesquisador é apenas um observador da situag3o/contexto, porém ¢ muito comum encontrarmos, pesquisas sobre letramentos digitais em que este nao somente observa, coleta c analisa os dados, mas também participa ativa estudado, conforme veremos a seguir. PESQUISA-AGAD Considerando que muitos projetos educacionais criativos sto atualmente criados para desenvolver os letramentos digitais dos lunos (GILLEN: BARTON, 2010, p. 11), @ pesquisa-agdo tem se tornado uma pritica crescente nos estudos sobre 0 assunto. Isto & explicado pelo significagio, o que permite ao pesquisador participar dessas priticas. Considerando a multiplicidade de priticas com as tecnologias digi- tais, esse tipo de pesquisa vem sendo utilizada de diversas maneiras e com div de procedimentos. Segundo Fi pesquisa-aedo tendem a se modificar durante 0 processo porque po surgit elementos novos, jé que as mudangas so gerenciadas com 0 participantes e “a imprevisibilidade é um componente fundamental da pesquisa-aca0”, 314 ito de que os letramentos se dao em praticas reais de 08 objetivos, haja vista ela possibilitar uma vasta gama (2005, p. 493), a pesquisa-acdo é um instrumento pedagogico e cientifico que permite a reflextio de uma praxis inves tigativa, tendo como finalidade a methoria da pritica educativa, pois © conhecimento da realidade serve para uma reflexao sobre a ago de mudar, Desse modo, ao se comprometer a realizar esse tipo de pesquist © pesquisador assume também o papel de participante do grupo. vist que este ndo é apenas um observador, mas também alguém que interfere: na realidade a ser pesquisada. Os instrumentos/técnicas utilizados Ba Vis sic APLCADAS 1 Para este mesmo autor, devido & pesquisa-agio ter a finalidade da mudanga da pritica pedagdgica, “o sujeito deve ter consciéneia das transformagdes que vio ocorrendo em si proprio e no processo” (p. 486). Portanto, podemos afirmar que a pesquisa-agdo integra teoria e pritica, J que o autor da pesquisa, além da fungao de pesquisador, é também um membro participante daquela comunidade e pode interferir na pritica durante o processo € mudar os resultados da investigagao, por isso, esse tipo de pesquisa é muito comum nas instituigdes educacionais onde o professor assume o papel de pesquisador. Ainda sobre esse tipo de pesquisa, Engel (2000) afirma que uma das desvantagens da pesquisa-acdo é que ela ¢ situacional e especifica, pois sua amostra ¢ restrita e ndo generalizvel, nao indo além da solugao de problemas praticos e especificos. No entanto, considera seu beneficio para subsidiar 0 professor na resolugo de questdes priticas ¢ locais para a tomada de decisdes. O referido autor reconhece que a solugao de problemas educacionais exige pesquisas de cariter mais amplo, que contribuam para o desenvolvimento de teorias com implicagdes para muitas salas de aula ou muitas escolas, ¢ no apenas para uma ou duas, pois este tipo de pesquisa resolve somente a situagdo daquela realidade pesquisada. ‘Uma importante ilustragao de pesquisa-ago no campo dos letramen- tos digitais € a tese de doutorado de Gomes (2007, p. 108) que “busca Solugdes para os problemas relativos 4 produgao de material didatico para ‘um curso de formagao de professores a distancia”, Em sua pesquisa, ele €nalisou © processo de elaborag&o do material didatico para um curso de formacio de professores a distancia em suas trés versdes e, com base ‘essas reflexdes, tentou modificar esse material. O autor, que também era © professor do curso, ou seja, um pesquisador-participante, contou com @ participago dos cursistas que eram professores da mesma instituigao. do pesquisador e para quem 0 material didatico era destinado, Para gerar dados, Gomes, além de fazer andlise comparativa das trés frsGes do material elaborado por ele, durante a pesquisa, langou mao Varios instrumentos, tais como: notas de campo, registros de usos dos lunos do curso e entrevista semiestruturada. A partir das contribuigdes los alunos-cursistas e das reflexdes do préprio autor, as verses do ma- rial didético elaborado para o curso puderam ser modificadas, finali- ido em uma verso em CD-ROM que incorpora a multimodalidade ¢ 1A AMLIEADA: ABORDAGINSTHRICAS F METOROLOGICAS dia, A pesquisa-agdo empreendida pelo professor-pesquisador se estrutura dentro dos principios dessa metodologia, pois ela € “uma. pesquisa eminentemente pedagdgica, dentro da perspectiva de ser 9 pedagégico, configurado como uma agdo que cientificiza a ica educativa, a partir de principios éticos que visualizam a continua da pritica” (FRANCO, 2005, p. 483). Apesar de o objeto de pesquisa da tese de Gomes nag ser explicitamente os letramentos digitais, percebemos que, durante a de letramentos foram sendo delineadas, constatagiio feita pelo proprio pesquisador. E isso tem a ver, como dissemos, como o fato de que mudangas na vida didria e nas priticas dos individuos so demandas que acenam para rediscussées tedrico-metodolégicas, pois, de outro modo, a eiéneia no teria como acompanhar o percurso dos fatos que despertam a curiosidade epistemologica dos pesquisadores. Outro aspecto importante para pesquisadores, iniciantes ou nao, diz respeito a relagao entre os aspectos tedricos em torno de um determinado fendmeno, como os letramentos digitais, e as escolhas metodolégicas que necessitarao realizar para investigar nao apenas satisfatoriamente ta fendmeno como também coerentemente com as orientagdes epistemold- gicas que orientam a referida relagdo tedrico-metodoldgica. Lembramos aqui, por exemplo, que Buzato (2007) redefiniu o termo letramento digital m fungao do aspecto transcultural da internet, levando-o a discut ~amente, a transculturalidade e a decidir como tomar essa di metodologicamente, vidvel. Na esteira das mudangas edueacionais, consideramos que os professores que investigam, utilizando esse tipo de pesquisa, so, ge« ralmente, muito inovadores e procuram enfrentar seus medos ao inyés. de acreditarem que as tecnologias podem dificultar a aprendizagem das. alunos, Conforme afirmam Gillen e Barton (2010, p. 10) ramente, estamos em um perfodo que pode ser caracterizado como turbuléneia frutifera na educagao, ja que as tecnologias digitais criam novos affor- dances, tanto de naturezas social ¢ cultural como cognitiv: Com base nessas observacdes, & que defendemos como importante 0 fato de que, independentemente da metodologia selecionada, uma fun- damentagao tedrica consistente se faz necessdria para dar sustentagao a pesquisa ¢ reforgar a argumentag’o do pesquisador durante a anéilise dos CONSIDERACOES FINAIS dados. Além do mais, a metodologia deve ser selecionada conforme os ae a, pois so eles que definirdo qual(is) o(s) melhores) Ao término dessa tarefa, algumas consideragdes finais pocem se “meétoclo(s) instrumentos/técnicas que podem auxiliar 0 pesquisador para elencadas aqui como aspectos importantes para aqueles que desejamt estudar os letramentos digitais. i A primeira delas tem a ver com algo inconteste para as ciéncias humanas, de um modo geral, e para as ciéncias da linguagem, de um maneira mais especifica. Trata-se dos recuos ¢/ou avangos dos conceit 08 quais, no Ambito da pesquisa académica, dangam uma coreografia sabor das demandas da érea. Vimos que a importancia para 0 avango d& Be ee ates cai congreswon oie to uma ciéncia ou de uma disciplina, como a Linguistica Aplicada, pas pela necessidade de se conhecer nio apenas a génese de um determing do conceito ou tcoria, mas também a pripria trajetoria desses frente necessidades explicativas que so suscitadas pelas interagdes social Nesse capitulo, fica claro, por exemplo, que a expresso Teta digital na literatura sobre os letramentos é resultado de muitos estude @ sucesso de sua empreitada. Consideramos ainda, concordando com Buzato (2007), que so drias a produgao e a critica a esses e outros modelos interpretativo- itativos, a fim de produzirmos uma abordagem metodologica mais para a pesquisa em letramentos digitais, No entanto, essa solidez ros, artigos vTos, etc, Essas discussdes podem contribuir Zar 0 conceito de letramento digital na socie- dde atual e na ciéneia, LEE, J. CDN field notes. Kathmandu, Nepal: Community Development Network, 2004, ; SPARKS, P. Sustaining a Nepali Telecenter: an ethnographic study ing activity theory, International Journal of Education and Development using Information and Communication Technology (EDICT), ue 2, p. 41-62, 2014 ; BHATTARAI, M. Telecenter Interview Follow Up. Interview Transctipt. Kathmandu, July 15, 2009. LEONTIEV, A.N. The problem of activity in psychology. In: WERTSCH, J.V. (Ed, The concept of activity in Soviet psychology. Armonk, N.Y.: M.E. Sharpe, 1981. p.120-142. LILLIS, TM. Ethnography as Method, Methodology, and “Deep Theorizing”: Closing the Gap Between Text and Context. Academie Writing Research, Communication, v. 25(3), p. 353-388, 2008, C; LIMA-NETO, V. Panorama das pesquisas em sobre letramento : principais tendéncias. In: ARAUJO, J. C.; DIEB, M. (Orgs), Letramentos na Web: éneros, interacao ¢ ensino. Fortaleza: Edigoes UFC, 2009. p. 47-57. LUDKE, M: ANDRE, M. Pesquisa em educacdo: abordagens qualitativas. Sto ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. Caderno de Pesquisa, ¥. 36, n. 129, p. 637-651, set.idez. 2006, BALBONI, M. (Coord,). Pesquisa sobre o uso das Teenologias da Informacag e da Comunicagdo no Brasil 2007. Séo Paulo: Comité Gestor da Intemet 2008, Disponivel em: . Acesso em: 21 maio 2003, ENGEL, G.I. Pesquisa-agao, Revista Educar, Curitiba, n. 16, p. 181-191, 2000, ENGESTROM, Y. Developmental work research: expanding activity theory it practice. Berlin: Lehmans Media, 2005. Learning by expanding an activity theoretic approach to developmental research. Helsinki: Orienta-Konsultit Oy, 1987. RANCO, M.A. S. Pedagogia da Pesquisa-Agao. Revista Educacto e Pesquisa, Sto Paulo, v. 31, n. 3, p 483-502, set.(dez. 200: GEERTZ, C.A interpretagao das cutturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. Sio Paulo: Atlas, 1995: GILLEN, J. Literacy practices in Schome Park: a virtual literacy ethnography. Journal of Research in Reading, v.32, issue 1, p 57-74, 2009. ; BARTON, D. Digital literacies: research briefing by the technology enhanced learning phase of the teaching and learning research programme, London: Literaey Research Centre, Lancaster University, 2010. GILSTER, P. Digital literacy. New York: John Wiley & Sons, 1997 MARCUSCH, L. A. Géneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: L.A; XAVIER, A. C. Hipertexto e géneros digitas: novas formas de construgao do sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. p. 13-67. BES 1A review of he “Sg 1 turn” in the New Literacy Studies. Review ring by the colnet ‘enhanced leaming phase of the teaching and ig research programme. London: Literacy Research Cente, Lancaster University, 2010. INHEIRO, R. C. Letramentos demandados em cursos on-line: pot uma redefiniedo do conceito de letramentas hipertextuais. Tese (Doutorado em ARAUJO, J. Letramento hipertextual: por uma anilise ¢ redefinigo do conceito. Revista Brasileira de Linguistica Aplicada, Belo Horizs v. 12, n. 4, p, 811-834, 2012. idades com a leitura e a escrita. Fstado de Minas, Belo 12/2006. Disponivel em: , Acesso em: 23 jul. 2007. SANTOS, L. M. dos A. Panorama das pesquisas sobre TDIC e formagio de professores de lingua inglesa em LA; um levantamento bibliogrtfico a partir da base de dissertagdes/teses da CAPES, Revista Brasileira de Lin Aplicada, Belo Horizonte, v. 13, . 1, p. 15-36, 2013. GOMES, L. F. Hipertextos multimodais: 0 pereurso de apropriago de uit modalidade com fins pedagégicos. Tese (Doutorado em Linguistica Aplicada) — stituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual d& 07, 1 HINE, C. Virtual Ethnography. London: Sage, 2000. KRESS, G. The profound shift of digital literacies. In: GILLEN, J; BARTON: D, Digital literacies: a research briefing by the technology enhanced leamiig phase of the teaching and learning research programme, London: Research Centre, Lancaster University, 2010. 318 319 SNYDER, I. (Org). Silicon literacies: communication, innovation, and Londres: Routledge, 2002 letrame ura, olt, Rinehart SOCERI. ¥. 5, VIEIRA, I, L. Teen pesquis 4,n. 1, p. 251-276, VYGOTSKY, L.S. Mind processes. COLE, M Press, 1978. iniversity

Вам также может понравиться