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Haney D Espagen de Espaaaca . Dat Poste’ jpaysla, 2005 ' Capituto 4 A globalizagao contemporanea Az. cEnca de vinte anos que “globalizagdo” se tornou uma F palavra-chave para a organizagio de nossos pensamentos 2a que tespeita ao furcionamento do mundo. Como © por que ela veio a desempenhar tal papel é em si mesmo uma hist6- riajinteressante, Desejo aqui, contudo, concentrat-ne nas impli- cacées tesricas e politicas da ascensao de tal conceito. Comeco com dois conjuntos gerais de questées a fim de destacar o que se aligura como importantes mudangas politicas nos diseursos (se bem qne nin nas realidades) ocidentais, 1. Por que a palavea “globalizagéo” entrou recentemente em nossos discursos da maneira como o fez? Quem a introdit- ziu neles, por que e através de que projeto politico? E que importancia tem o fato de, mesmo entre muitos “progressis- tas” © “esquerdistas” do mundo capitalista avancado, p;la- vras bem mais earregadas politicamente, como “impe.l:s- mo”, “colonialismo” e “neocolonialismo”, terem passado crescentemente a ter um papel secuadério diante de “globa- ~ Tanga” como forma de oxganizar pensamentos e de explo- . rar possibilidades politicas? ~— 2-ome-e-conceito de glohalizapiortenr sido usado-politica~ mente? Terd a adlogao do termo indicado uma conlissio de impoténeia da parte de movimentos nacionais, xegiutitis & locais da classe trabalhadora ou de outros movimentos anti- capitalistas? A erenga no termo texé funcionado como uma St seus “ajustes espaciais” (ct- capitulo 2). 0 eapitatismo en revorrco repel DesewourmenTos ctOGHANCOS DESCUAE forte contengao da agio politica localizada e mesmo nacional? Ted a forma de solidaricdade até entdo representada pela nagéo-Estado se Sesyariado” como alegam hoje alguns? Serao todos os movimentos de oposiggo a0 capitalismo no Ambito das nagées-Estado ¢ em unida- ignificantes da vas- io ha des espaciais nelas contidas engrenagens tia i ta maquina global infernal do mercado internacional que ji espago para manobras polticas em parte alguma? ‘Vistos dessas perspectivas, o termo “globilizagao” e toda a bagagem ‘que a cle se associa se acham profundamente embebidos de implicagies politicas que constituem um mau pressigio para a maioria das formas Itadicionais de politica esquendista ot socialista. Contudo, antes de o rejeitarmos ou 0 abandonarmos por inteiro, é atil submeter a um acurado exame aquilo que o termo incorpora ¢ aquilo que podemos aprender, tanto ‘em termes te6ricos como politicos, com a breve histéria de seu uso. 1. A globalizagio como processo [A globalizagao pode ser vista como um processo, como uma condi gio ou como um tipo espectfico de projeto poltico. Fssas diferentes aborda- zens da globalizagio nio sfo, como espero mostrar, muatuamente exclusi- vas. Mas proponho comecar considerando-a um{processo. Vé-la assim fn presume que o processo seja constante nem impede de dizer que ele, por exemplo, entrou num estégio radicalmente novo ou chegou a uma condigao particular ou mesmo “final”. Do mesmo modlo, essa maneira de ver a globalizagéo nfo a “naturaliza", como se ela tivesse surgido sem ‘agentes discernfveistrabalhando para promové-la, Porém,assumir odngulo fandado no processo faz que nos concentremos, em primeira instineia, no modo como a globalizaigio ocorreu e est ocorrendo, “O que vemos entao é que algo assemelharlo a “globalizagio” tem uma longa presenca na histéria do eapitalismo, Nao hi davida de que desde 1492, e mesmo antes disso, a internacionalizagae das trocas ¢ do comércio © estava em pleno florescimento, 0 capitalismo nio pode sobreviver sem | das vezes & reorganizagio geogrifica (lanto em Tétthos de expiansfio como | We intensificagaio) como solugéo parcial para suas crises e scus impasse: of Aesim, ele consti e reéonstri tma geografia & sua prOpria imagem & | semelhanga. Constréi uma paisagem geografiea distintiva, um espago prod A cxonmuzigi0 conteM@OBINEA ido de transporte e comunica es, de infra-estruturas e de organizagé territoriais que facilita a acumulagto do capital numa dada fase de sua hist6ria, apenas para ter de ser desconstrufdo e reconfigurado a fim de portant, a palavta“globalizacao” significa alguma coisa relativa & nossa geografia historica recente, é bem provavel que designe uma nova fase de exatamen- abrir caminho para uma maior acumulagao num estigio ulterior te esse mesmo processo intrinseco du produgao capitalista de espaco. Nao pretendo rever todo o vasto volume de escritos que tratam dos aspectos espaciais ¢ geograficas do desenvolvimento eapitalista e da Luta de classes (mesmo que casa fosse uma tarefa vidvel). Mas julgo de fato importante reconhecer uma série de tensdes ¢ concilingdes freqiientemente incdmodas referentes & compreensio tedrica ¢ politica da dinamica geogri- fica da acumulagso do capital e da luta de classes. Como mostram, por exemplo, a controvérsia entre Lenin ¢ [Rosa] Luxemburg com respeito & questio nacional, a vasta controvérsia sobre a possibilidade de haver so- cialismo num tnico pafs (ou mesmo numa s6 cidade), 0 comprometimento da Segunda Internacional com 0 nacionalismo na Primeira Guerra Mun- dial ea subseqiiente oseilagdo do Comintem [a Internacional Comunista], por um bom pexfodo, quanto & interpretagio de seu préprio internacio- mo, o movimento socialista/comunista nunca conseguiu elaborar, nem politica nem teorieamente, uma compreenstio atlequada ou satisfatéria do fato de a produ fo de expago ter sido um aspecto fundamental e intriuseco da dindmica da acumulagZo do capital e da geopolitioa da luta de classes. 4 Um estudo do Manifesto (captiulo 2) indica uma fonte essencial do | dilema em pauta, Porque, embora seja claro a busca da dominagao por parte da burguesia foi (e 6) uma questdo sobremodo geogrifiea, causa y'". espécie a reversio quase imediata que ocorre no texto do Manifesto a um relato puramente temporal ¢ diacrBnico. Ao que parece, é dificil ser dia lético quando se aborda o espaco, 0 que na prética leva muitos marxistas a seguir Feuerbach n 6 “a categoria privilegiada do de que 0 tempo é praticante da dialética, dado que exclui e subordina af onde 0 espaco tolera & coordena” (Ross, 1988, p. 8). Mesmo a expresso “materialismo histético”, observo, apaga a importincia da geografia, indo nos Giltimos anos para implantar a idéia do “mat ‘com mais flexibilidade e, espero, mais coeréncia a significagio em ter- mos de classes de processos como # globalix: desenvolvimento f pees Desewormuenras crocadncos pescuns ‘geogréfico desigual (Haxvey, 1996). Temos necessidade de manciras hem melhores de compreender, ainda que nfo de resolver politicamente, tensio subjace teleologia temporal de triunfalismo de do pelo triunfalismo da burguesia contido na declaragao do fir vitorioso dda hist6ria), quer muma fragmentagao geogréfiea que parece ineverente © incontrolével, de um lado, ¢ outras formas de luta social travadas nos mais remotos recantos perdidos da terra, de outro. Por exemplo, desde que Marx escreveu a esse respeito, tem sido ofere~ ida uma variedade de relatos sobre como 0 eapitalismo tem estruturado sua geokrafia (como a teoria do imperalismo desenvolvida por Lenin, a -wafacierizagaio que Rosa Luxemburgo fez da imperialismo como 0 salva~ ‘dor da acumulagio capitalista, a descrigfo que fez Mao das contradic primérias ¢ secundétias da luta de classes). Esses escritos foram depois, complementados por relatos mais sintéticos da acurnulagéo do capital em escala mundial (Amy, 1974), da produco de um sistema capitalista mun dial (WaLLERsTEI, 1974; ARHicHT, 1994), da emergéncia do sibdesenvalvi- mento (FRANK, 1969; Ropncy, 1981), da troca desigual (EMMANUEL, 1972), eda teoria da dependéncia (Canbos0, FALETTO, 1979). Com a dissemina- fo de idéias e praticae politicas marxistas por todo o globo (mum proces~ so paralelo de globalizagao da luta de classes), foram produzidos int 10s relatos locais/nacionais de resist tos projetor imperialistas do eapitalisma ‘Temos por conseguinte de reconherer a dimensio e o fundamento ee pees da luta de classes. Como stigere Raymond Williams (1989, p. le que opée aquilo que muitas vezes degenera quer numa lasse (em nossos dias representa- cia as invastes, as disrupgoes © 242), a politica esta sempre intrinsecamente presente em “modos de vida” fe “estruturas de sentim versalismno a que 0 socialismo aspira tem portanto de ser construfdo por meio da negociagio entre diferentes exigéncias, preocupacies e aspira- Ges vinculadas a lugates especificos. Tem de ser abordado por meio do que Williams denominou “particularismo militante”. Ele pretendia desig- 0” peculiares a lugares ¢ comunidades. O uni- nar com essa expresso. __O carsiter peculiar extraordindsio que tem a auto-organizagio dos traba- Thadores... de vineular lu lextremamente especial. Ele se propés, como movimento, a tornar real & alogacdo a primeira vista fora do comum de que a defesa e a promogio de cerios interesses particulares, ddequadamente unificados, so na verdade de interesse geral (itélicos meus}. particulares # uma Tata geral de um modo A cuouazato conrennoadren ¢ Mesmo relatos temporais da luta de classes revelam scr ferritorial- vente delimitados. Mas tem havido pouca preocupagao em justificar as visdes geogrdficas em que se basciam esses relatos. Assim, temos in ros relatos da formagéo das clas nglesa,galesa,alem, italiana, cata, sul-africana, sul-coreana etc, como se as respectivos paises fossem entidades geogréficas naturais. Déi-se atengio aos desenvolvimentos de classe no ambito de algum espago circunserito que, quando submetido | um escriinio mais detido, se mostra como um espace inseride no espa- ¢0 internacional dos fluxes de capital, dn trabalho, da informagio e assint por diante, sendo cada um deles composto de grande ntimero de espacos menores, todos dotados de suas préprias caract mo locais, distintivas. Quando examinamos co no magistral relaio feito por Edvard Thompson em A-formacéo da classe eperdria inglesa, por exemplo, vemos que essa ago se compse de uma série de eventos altamente localizados muitas veres unidos espacialmen= te de maneira bastante frouxa. Pode ser que John Foster tenha tornado as diferengas um pouco mecdinicas demais em sua propria descric: declasses na Revolugdo Industrial, mas a mex ver 6 inegével que ae de classe, a consciéncia de classe ¢ a politica de classe de Oldham, | c” unpton e South Shields (leia-se Colmar, Lille,St. Etienne ou Minnea- | polis, Mobile ou Lowell) foram construfdas e postas em pritica de manei- 1s hem distintas entre si, 0 que torwa as rior da nag) s trabalhadora: isticas regionais, e mes- atengio a agio deserita ferencas geogrificas no inte~ Estado algo bem mais ponderavel do que,a maioria das pessoas descjaria reconhecer Esse modo de pensar acriticamente acerca de entidudes geogrificas supostamente “naturais” é agora perpetuado em relatos neomarxistas do capital (particularmente os inspirados pela “teoria da regulagdo") que dio a impressao de que hé versdes nitidamente distintas de capitalismo i na Alemanha, na Inglaterra, no Japio, nos Estados Unidos, na Suécia, em Cingapura, no Brasil ete. (verses por vezes subdivididas em ordenagoes regionalizadas como o norte versus o sul na Itélia, no Brasil, na Ingla tcrra,..), Esses capitalismos distintivos so entio concebidos como entida- des em competigaorentresituma economiadeespagoglobal:Essaconcep-——-—} gio de modo algum se restringe & esquerda. Constitui um procedimento- padréo num amplo espectro de posicées polfticas comparar diferentes capitalismos nacionais (japonés, nérdico, alemao ete.), como se fossem \idades dotadas de algum sentido, Desewsoxnvenras eocnincos BESCUAS Meu argumento aqui nio é caracterizar como erréneas essas distin-” ‘goes nacionais ou culltiais, mas afirmar que se supie faciln e que cexistem sem reunir nenhume prova ou angumento em favor desse press posto. a mostra serem elas bein mais complexas do que se supoe ow tio diftsas (0, por assim dizer, tidas por certas, quando um pouco de pesiqui- ¢ porosas que tém um cardter altamente problematico. O eonceito de “Lu- gar” que Williams invoca revela-se bem mais complicado do que ele mes clara linha de tensio no bojo da mBioria mo imaginou. O resultado € un dos relatas de mudaneas politico-econdmicas. De um lado, temos relatos desprovidos da consideragao do espago e marcados pela indiferenciagso geogrifica (a maioria dos quais de cunho tedrico em nossos dias, embora ‘ainda sejam abundantes as versées polémicas e politicas, prineipalmente ‘em encarnagdes direitistas e conservadoras), relatos que entendem o desen- volvimento capitalista como um processo puramente temporal que ruma de modo inexordvel para algum destino determinado. Na versio tradicio- ‘nal da esquerda, a luta dé classes impele 0 movimento histérico para o | socialismo/comunismo, tido como resultado (inevitével). Por outro lado, temos relatos geogréficos em que se formam aliangas de classes (0 que costuma envolver uma classe trabalhadora earacterizada por aquilo que Lenin condenow como uma consciéneig sjndiecal limitadora) para explo- rar outras aliangas de classes existentes em outras plagas (tendo talver, ‘como agente uma burguesia compradora). Nesse caso, @ imperialism (ou, inversamente, as lutas pela libertaco nacional ou pela autonomnia local) trav. a chave do futuro. Supse-se que de alguma maneira esses dois tipos de relatos sejam compativeis entre si. Na verdade, nunca foi tio forte a justificativa tedrica da atitude de ver a.exploragao de uma classe por ou- tra como anéloga.A de uma alianga de lasses por outra, E 6 pressuposto de que lutas para liberar espagos (por exemplo, Iutas pela libertagio nacio- | nal) so progressistas no sentido da luta de classes (tanto para a burgue~ sin como para a classe trabalhadora nascentes) no resiste a uma anélise - vigorosa, Hé intimeros exemplos de lutas de libertagao nacional e de classes que se confundem umas com as outras. Que procedimentos usar para —aescontundlir esse problema? ‘Uma das coisas que a ascensio do termo “globalizagio” & proct cia assinala é uma profunda reorganizagio geogréfica do. capitalismo, 0 que faz 08 pressuposios das inidades geogréticas “naturals” no ambito das quais é tragada a trajet6ria histériea do eap alismo terem cada vex Acaomuzngio conrmronines menos sentido (se & que jé o tiveram). Estamos em conseqiiéneia diante de uma oportunidade histérica de aprender o emaranhado que marca a geosrafia capitalista, de ver a produedo do espaco como momento consti- do do capital e da luta de classes (em ite construido a partir dele). Isso nos ofere- cea chance de nos emancipar dos grilhdes que nos prendem a uma espa- cialidade oculta que tem tido o poder opaco de dominar (e por vezes confi dir) a logica tanto de nosso pensimento como de nossa politica. Permite ainda que compreendamos melhor que Iutas entre classes ¢ interlugares com muita freqiiéncia se interpenetram, e que o capitalismo pode muitas veres Conter a luta de classes por meio de uma estratégia de dividir para -governar aplicada a essa luta. Ficamos entao com mais condigdes de com- préender as contradigées espago-temporais inerentes ao c/italismo ©, por meio dessa compreensio, de melhor especular sobr: éonio atacar o ‘elo mais fraco a fim de langar pelos ares os piores horrores da tendéncia lista de destruigao violenta, ainda que “eriativa tivo da dindmica da acunulac oposigao a algo derivativame Como agir nos termos desse programa, tanto em termos teéricos come politicos? Hé sem diivida claros sinais da propensio a considerar as implica- Ges tésricas das territorialidades em mudanga e das retervitorializagoes. Uma virtude essencial do Anti-Edipo de Deleuze ¢ Guattari, por exemplo, foi assinalar que a territorialina 0 retervitorializaciio do capitalismo & tum processo ineessante. Mas aqui, como em tantas outras propostas, @ \irtude da reespacializagio do pensamento social ocorreu a expensas de rupturas parciais e por vezes radieais com formulagdes marxistas (tanto te6ricas como politicas). Em minha obra, tenho buseado mostrar que hé formas de integrar espacialidades & teoria e& pritica marxistas sem recorrer «a proposigées centrais necessariamente desestruturadoras, embora no curso de tal integragio surja efetivamente todo tipo de modificagées tanto da teoria como da prética, Permitam-me pois resumir os prineipais elemen- tos dessa minha argumentaga. ate _ Comego pelas proposigfes mais simples que.consigo encontrar. Cer- las tenses se acham presentes em todo relato materialista do processo de irculagio do capital e de organizagao do processo de trabalho para os fins da eatrayav de mais-ralia, Dssas tenses afloram periédica ¢inevitavel- mente como intensos momentos de contradig&o histérico-geogrstfica Desawownenros crocnscos pests {) Em primeiro lugat, o capitalismo esté sempre movido pelo fmpeto de aéelerar o tempo de giro do capital, apressar o ritmo de circulagdo do capital e, em conseqiiéncia, de revolucionar os horizontes temporais do desenvo de longo prazo (por exemple, no ambiente construlo, bem como ém infra~ estruturas elaboradas € estaveis de produgao, consumo, troca, comunic: es € coisas desse tipo). Além disso, um importante esiratagema para evitar crises*reside em absorver o capital sobreacumulado em projetos de longo prazo (por exemplo, as famosas “obras piblicas” lancadas pelo Estado em inomentos de depressfio ccondmica), o que reduz 0 tempo de sivo do capital. Hé em conseqiiéneia uma extraordinégria gama de contrac ‘Ges a cireundar a questio do horizonte de tempo no qual fancionam ferentes capitais. Em termos hist6ricob, ¢ 6 mofiento en que estamos é excegio, essa tens 6 capital monetétio c fihanceito (nos quais 0 gito é hoje quase lento. Mas 86 Ihe é possivel faz2-lo por meio de inyestimentos io tern se registrado por meio das contradigées entré stant neo}, de um lado, © 08:capitais comerciais, de manufatura, agrévio, da informagio, da construgio, dos servigos e do Estado, Mas 6 possivel identi- ficar contradigies entre facgdes desses capitais (entre 0 mercado demoe- das © 0 de agoes, por exemplo, ou entre proprietétios fundidtios, incor poradores ¢ especuladores). Hé todo tipo de mecanismos de coordenagio de dindmicas de capital que funcionam em ritmos temporais diferentes. Zonturlo, o desenvolvimento desigaal de tempos ¢ temporalidades de gito, do tipo produzido pela recente imnplosao de horizontes temporais num forte setor financeiro, pode eridr uma compressio temporal indesejada profundamente desgastante para outras facgies do capital, incluindo, 6 claro, o encarnado pelo Estado capitalista. O horizonte temporal imposto por Wall Street simplesmente néo tem como compatibilizar-se com as tem~ poralidades dos sistemas sociais e ecolégicos de reprodugiio de modo res~ ponsivo. E nfo é preciso dizer que o acelerado tempo de giro imposto aos ‘mercados financeiros é ainda mais desgastante para os trabalhadores (en- yolvendo sua seguranga no emprego, sua formagio profissional ete.) e para 0 mundo da vida da reprodugio socioecolégica. Nos tiltiios vinte anos; esse pontode tensio tenrocypadorlagar central economia politi- ado capitalismo avangado. ~ Q) Bmsegundo lugar, o capitalismo sente-se impelido a eliminar todas as barrei paciais, a “aniquilar 0 espago por meio do tempo”, como diz Marx, A cunnauicicio contmuronsnen joduz uma paisagem geografica (de relagics espa- ciais, de organizacao territorial e de sistemas de lugares ligados por meio de uma diviséo “global” do trabalho e de fangdes) apropriada a sua prd- pria dindmica de acumulagao num momento particular de sua histéria, simplesmieiite para ter de reduzir a escombros ¢ reconstruir essa paisa- gem geogrifica a fim de acomodar a acumulagio num estégio ulterior: Ha nesse processo alguns aspectos discemiveis: 1, Redugdes do custo e do tempo de deslocamento no espago tém sico um foco continuo de inovagao teenoligica. atradas, eanais, vias f reas, forga elétrica, automéveis, transportes aéreos comuns ¢ a jato fo fatores que tém liberado progressivamente o deslocamenta de mercadorias ¢ de pessoas das restrigGes impostas pelas friegées dla distancia, Inovagées paralelas no sistema postal, no telé é rafo, 0 io, nas telecomunicagées e na Intemet levaram 0 custo da transfer cia de informagées (se bem que no de infra-estruturas para perto de zero. A construgio de infra-estruturas fisicas fixas destinadas a facilitar omo a darsuporte a atividades de produ- wuigdo ¢ de consumo, exerce uma forca bem. ore a paisagem geogréfica. Hé cada vez mais eapital embu- tidg no espago como capital-terreno, capital fixado na terra, eriando uma “segunda natureza’” ¢ uma estrutura de recursos geogralicamente organizadla que inibe casa ver mais a trajetéria do desenvolvimento capitalista. A idéia de alguém desmantelando de alguma maneira as infra-estruturas urbanas de Téquio-Yokohama ou da cidade de Nova York da noite para o dia e comecando tudo outra vez é siryplesmente ridfcula. O efeito disso é tornar a paisagem geogréfica ¢//

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