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eee Touro Pa Fe APRESENTACAO Este volume pretende contribuir para a compreensio de novos letramentos ¢ multiletramentos no Brasil para o campo de estudos da linguagem e sociedade. Os trabalhos aqui reunidos preocupam-se em compartilhar mais ainda o que tem sido pesquisado, produzido e dis- seminado no que tange as priticas situadas de linguagem vinculadas as escolas, instituigdes de ensino superior e sociedade. Sao capitulos pro- duzidos por académicos filiados as diferentes disciplinas e instituigdes buscando conciliar a expansio dos estudos de linguagem e sociedade com aspectos educacionais por meio de uma linguagem que tenta traduzir os conceitos da nova configuracao social. Como voeé, leitor, observard, a crescente complexidade no mundo, em fuungo dos efeitos da globalizagfio e das novas linguagens e tecno- Jogias, tem provocado deslocamentos tanto no ensino-aprendizagem de linguas como no de literaturas, o que demanda uma relagio dialdgica a favor do esclarecimento de pressupostos que embasam esses multiletra- mentos pluralizados e recentes. Assim, 0s autores, professores de linguas e de literaturas, enfatizam a dimensio social, cultural e histérica dos impactos das navegagées di- gitais principalmente nos modos contextualizados de: a) percepeiio; b) raciocinio; c) relacionamento; d) construgo de conhecimento; e) rene- gociagio de significados; f) participagao social; g) prética educacional A parte I volta-se para a compreensao de um dos componentes mais, importantes da comunicagao humana, isto é, a linguagem. No primeiro capitulo, focalizando o recurso da metéfora e convencida de que a lin- guagem funciona como um jogo, Takaki apresenta questdes imbricadas nesse jogo que incluem multimodalidade, identidade pos-colonial, per- formance, autoria, colaboragao, criticidade, ética, cidadania, Adota 0 futebol off-line/on-line como uma metéfora que pode melhor esclarecer ‘© quanto e como os usuarios da linguagem jé produzem em termos de novos e multiletramentos e como podem expandir suas praticas de uso de 15 Lenasesrcs os “Tama oe Pa Pe linguagens na coletividade e por vinte e quatro horas. A metafora do jogo, neste texto primeiro, representa um chute inicial que estabelece relagoes, aqui ¢ ali, com questdes que os outros textos neste volume apontam. Dialogando como futebol, Xavier de Lima, no segundo capitulo, traz para a discussfio a relagao entre video games e letramento. Essa relagio, segundo 0 autor, vem ganhando espago e por isso mesmo é merecedora de mais investigagdes. O texto aborda visdes de diferentes autores que concorrem para caracterizar o letramento de forma que este pode ser concebido como: um conjunto de habilidades que acompanham as mu- dangas hist6ricas com diferentes graus de legitimagao; um conjunto de praticas sociais permeadas por relagdes desiguais de poder; ferramentas que podem propiciar uma edueaeo mais critica e transformativa; formas de se estudar agdes que se abrem para narrativas; efeitos que podem ser investigados em seus praticantes; um fendmeno para estudos ligados & inteligéncia artificial Nessa esteira de jogos transpassados pelas linguagens, Zacchi, autor do terceiro capitulo, salienta aspectos dos jogos eletrénicos, tais como as relagdes que se podem estabelecer entre eles e os novos letramentos, es- pecialmente o letramento critico, o letramento digital, os multiletramentos ea multimodalidade, estudos da narrativa e de género, os quais podem transformar a sala de aula de ensino de lingua inglesa. O coneeito de letramento eritico escolhido pressupde a construgao miltipla de sentido, porém de forma contextualizada que tem alcance maior, pois contem- pla a articulagio com o visual, 0 sonoro, o espacial, o comportamental, entre outros, elementos fundamentais nos jogos eletrénicos ¢ nos meios de comunicagao de massa, na multimidia e na hipermidia eletrénica. O autor alerta: 0 aprendiz. de lingua necessita de outras habilidades além das meramente comunicativas e o jogador precisa ir além dos manuseios téenicos para que ambos sejam digitalmente letrados. Entram em jogo questBes de género, violéncia nos jogos e a importéncia da interpreiagio textual reflexiva do jogo. Encerra com olho no lance daquilo que os jogos € as narrativas literdrias propiciam diferentemente. Na parte II, 05 temas abordados sto: ensino de linguas, literatura, curriculo em tempos digitais e cidadania. No capitulo Narrativas multi- modais e possibilidades para uma educagao pluralista, Wielewicki dis- cute perspectivas de ensino de literatura através de adaptagéies literdrias a diversos meios, diferentes do suporte escrito, como uma possibilidade de 16 Lemauestos 24 “bude Pu Fane educagao pluralista, Edueagdo pluralista ¢ definida nos moldes de Cope e Kalantzis (2000), contraposta & ideia de educagao inclusiva presente nos documentos oficiais da educagao brasileira. Fm seguida, a autora argumenta que diferentes meios de circulagaio de literatura podem impli- car diferentes formas epistemol6gicas, ou seja, diferentes formas de se produzir significado, como pode ser depreendido da discussdo de Chartier (2002) acerca de processos de leitura e 0 papel do leitor. Assim, modos diversos de narrar, contemplados em sala de aula, poderiam atender a modos diversos de pensar, levando a uma educacdo pluralista em que politicas de incluso seriam mais efetivas. Os avangos tecnolégicos: fim da literatura? Esse € 0 capitulo que trata das narrativas literdrias, Festino enfatiza que no hé cultura que no narre as est6rias e as historias de sua propria experiéncia e comunidade. Essa propensdo a narrativa, segundo a autora, deve-se ao fato de que a0 impor certa ordem ao caos da existéncia, as narrativas ajudam o homem, a fazer sentido das suas circunstncias, encurtando as disténcias entre 0 ser” e 0 “conhecer”, [sso considera os problemas que o afligem no seu dia a dia e criar novas narrativas que o ajudem a resolvé-los. Destaca as formas orais, escritas e, que hoje, frente ao avango do desenvolvimento tecnolégico se apresentam através de meios audiovisuais ou digitais. Por fim, a autora objetiva problematizar uma pergunta recorrente: se frente as mudangas tecnol6gicas a literatura tende a desaparecer. O texto de Maciel traz uma mudanga no conceito de planejamento linguistico, que foi ampliado para politicas linguisticas, no sentido de que estas nao podem ser vistas como assergGes, pois recomenda-se que os dispositives que so usados para perpetuar as préticas linguisticas sejam avaliados. O autor enfatiza a importéneia de se discutir politicas linguisticas a partir do letramento critico ¢ autocritico buscando en- tender como professores interpretam, entendem, resistem, negociam, conhecimentos, levando-se em consideragdo seus contextos de atuagdo pedagégica e seus valores locais. Em raziio das mudangas na comunicago e das formas de interagdes presentes na sociedade globalizada, Marlene de Souza promove uma discussdo sobre a estrutura dos cursos de formagao de professores nas Instituigdes de Ensino Superior por meio da andlise de dois documentos: as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Letras (DCCL) e 0s Planos de Curso de Letras de duas Instituigdes Particulares de Ensino Superior 7 Lengo a Teas DE Pao ERE (IES) localizadas em Sao Paulo. A autora reitera sobre a necessidade de diseutir e rever os objetivos propostos para os cursos de Letras, uma ‘vez. que tais instituigdes formam os futuros profissionais que atuarvio nas escolas de Ensino Fundamental e Médio e terdo 0 desafio de oriemtar a formagio de cidadios mais criticos, éticos e auténomos. Um dos objetivos primordiais da escola € oportunizar que os alunos participem de diversas praticas sociais de leitura e de escrita em meio social. Este capitulo de Souza propée discorrer sobre como as teorias dos Jetramentos criticos podem ampliar as possibilidades de leitura proposta pelas OCEM-LE (2006), fazendo uso das novas tecnologias de informagao ¢ comunica- Gao, para professores em pré-servigo em sala de aula de Licenciatura em Letras Portugués-Inglés. A autora enfatiza que as atividades que abrangem leitura e escrita somente de textos verbais e em formas line- ares nfo atendem mais as necessidades da sociedade. Ela ainda sugere que deve haver uma reformulagdo na pritica pedagégica e no sistema de escolar para que este possa atender As necessidades educacionais da socicdade atual ¢ colaborar para a formagdo de cidaddos mais eriticos, ctiativos e auténomo: Segundo Kress (2007), as mudangas que caracterizam 0 mundo atual associadas ao uso constante e quase ininterrupto das novas tecnologias de informagao e comunicacao provocam a emergéncia de sujeitos com quadro epistemolégico diferente de como era no sécullo passado. Sendo assim, se o perfil do publico a que serve a escola mudou, vai ser apro- priado transformar também a escola e o papel da educagao formal; nfo somente trocando de ferramentas para realizar as mesmas praticas, mas reformulando a pedagogia e as relagdes que se estabelecem nesse ato social chamado aula. E com essa perspectiva, que Simone Batista inicia seu capitulo. Ela se propde a discorrer sobre as teorias dos Letramentos Criticos, entendidos como uma alternativa adequada ao ensino tradicio- nal. Discorre, ainda, sobre uma atividade desenvolvida por ela no Rio de Janeiro, em sala de aula de Licenciatura em Letras Portugués-Inglés, na tentativa de colaborar para 0 letramento eritico digital de professores em pré-servigo. A atividade foi desenvolvida na disciplina Pratica Dis- cursiva. Tomando como base o comportamento dos alunos da graduagio perante 0 desenvolvimento da atividade, a autora observa a busca pela simetria discursiva em sala de aula e conclui que o desenvolvimento do trabalho escolar para os alunos destas novas geragSes realmente precisa ter modificagdes, revisitagdes e releituras. 18 Tagata convida o i linguas estrangeiras pode e significativa, sobrevada aprendizagem situada(@i a lingua-alvo por recon esses ¢ referéncias quel = cada vez. mais infiueasl € informagao — pa: que em parte explica sinar e de aprender que ea professores, para quem mi dos jogos de computa Saracteristicas dess: Sociais e pelos jog: te6ricos como Gee (2 Letramentos. Um d videogame, visto como € corroborada pelos Presentes no texto. 0 [por uma professora de Gitar a seus alunos oporsay Ie experiéncias de aprend ‘om a participagdo de mt Ge modo a trazer pat focultural dos alunos. Mi BBerece preocupada emp telumos, bascada em un BBados em Novos Letramet fim aprendizado de Eetramentos poder’ Bateresses dos alunos fons Eriticamente da lingua . =a os O processo de ¢! @ensino de lingua ‘Sidadania é abordada porl falizado na formac: & inglés, sob a dti Grientagdes Curricularess esas ‘exo Pau Fess Tagata convida o leitor a refletir sobre como o aprendizado de linguas estrangeiras pode se transformar em uma experiéncia marcante ’significativa, sobretudo se se configurar como uma experiéncia de aprendizagem situada (GEE, 2004), em que o aprendiz se identifica com a lingua-alvo por reconhecer sua relevancia dentro do universo de inte- resses e referéncias que Ihe dizem respeito. Muitas vezes, esse universo ~ cada vez mais influenciado pelas novas teenologias de comunicago ¢ informaggo — passa longe dos ambientes educacionais tradicionais, 0 que em parte explica a falta de interesse dos alunos pelas formas de en- sinar e de aprender que caracterizam esses ambientes, ¢ 0 desfinimo dos professores, para quem muitos alunos sé querem saber das redes sociais € dos jogos de computador. Nesse artigo, o autor pretende investigar as caracteristicas dessa aprendizagem situada, proporcionada pelas redes sociais ¢ pelos jogos de computador, a partir dos estudos realizados por tedricos como Gee (2004), responsaveis por pesquisas na area dos Novos Letramentos. Um dos objetos de estudo desses tedricos ¢ justamente 0 videogame, visto como poderosa ferramenta de aprendizado. Essa visto € corroborada pelos depoimentos dados por alunos de Ensino Médio, presentes no texto, O texto também traz excertos do depoimento dado por uma professora de inglés da rede municipal, preocupada em possibi litar a seus alunos oportunidades de engajamento com a lingua, através de experiéncias de aprendizado baseadas no uso de teatro e de mimica, ‘com a participagao de membros da comunidade dos préprios aprendizes, de modo a trazer para dentro da sala de aula pertinentes a realidade so- ciocultural dos alunos. Nesse sentido, o autor destaca que a professora parece preocupada em proporcionar uma aprendizagem situada para seus alunos, baseada em uma concepedio de linguagem caracteristica dos es- tudos em Novos Letramentos ¢ Letramento Critico, O autor acredita que ‘um aprendizado de Iingua inglesa pautado em uma proposta de Novos Letramentos poderd aproximar a escola das eompeténcias, habilidades ¢ interesses dos alunos fora da escola, possibilitando-Ihes apropriarem-se criticamente da lingua. O processo de globalizagtio que perpassa o mundo e sua relagdo com o ensino de lingua inglesa compromissado com a formagaio critica da cidadania é abordada por Mattos. A autora apresenta e discute um trabalho realizado na formagdo de professores, numa escola piblica de ensino de inglés, sob a dtica do letramento critico seguindo as sugestdes das Orientagdes Curriculares para o Ensino Médio, Segundo este documento, 19 EI a escola regular passa a incluir além da produgo de conhecimentos, a formacdo de cidadios capazes de participar ativamente do meio social contribuir para a melhoria das praticas sociais, A autora discute o que € letramento critico fundamentada na visto de alguns pesquisadores relata um projeto de pesquisa que envolveu trés professores de escolas piblicas. As atividades propostas envolveram leitura de textos auténticos aliadas ao letramento critico para a cidadania participativa abr possibilidades para que os alunos desenvolvessem nogoes de pen: critico empoderando-os para além dos bancos escolares. Diante di resultados da pesquisa, a autora concluiu que as teorias do letramento critico tém potencial para contribuir para o desenvolvimento de uma cidadania participativa dos jovens brasileiros em relagao a temas que hes permitam analisar ¢ refletir criticamente questées ligadas & nossa sociedade. A parte III focaliza aspectos de letramentos na forma pluralizada € critica. Clarissa Menezes Jordao discorre sobre as diferengas e as divergéncias entre a abordagem comunicativa, pedagogia critica e Ietramento critico. A autora discute os pressupostos de cada abordagem e suas implicages nas priticas na sala de aula tanto para professores quanto para alunos na forma de verem o mundo. Para tanto, a autora esclarece concepgées de leitura, discurso, conhecimento, “verdades”, as quais so fandamentais para o entendimento no somente das diferentes escolhas que sdo feitas, mas também das consequéneias na educagdo em linguas. ‘As novas demandas no ensino de linguas estrangeiras decorrente dos atuais processos de globalizagio e do desenvolvimento das novas tecno- logias digitais o tema apresentado por Duboe. Em sua discusstio sobre as linguas estrangeiras no contexto escolar, a autora destaca a importéncia de se contemplar os aspectos sociais, étnico-raciais, etérios, de género € orientagao sexual, numa perspectiva de ensino comprometida com a formagiio critica e ética do aluno. A autora lista os principais aspectos a serem trabalhados durante as aulas e discute maneiras de colocé-los em pritica, Este proce enificagao critica das aulas de inglés, segundo ela, vai além de um método. Trata-se de saber aproveitar bre~ chas como momentos frutiferos para aprender, refletir e problematizar. Considerando a era digital e globalizada em que vivemos, na qual as imagens ganham destaque nos textos multimodais, Quirino de Souza discute 0 papel das aulas de lingua inglesa por meio de praticas de multi- 20 erasers 2 “Toe Pato Fane Jetramentos eriticos no Ensino Fundamental I] em contexto de uma escola piibica brasilete. O contexto apresentado sinaliza para a importincia fe um trabalho multimodal critico que consiste em fazer perceber que ‘uma lingua estrangeira nao é simplesmente a tradugio da lingua mater hha, mas uma pratica social, na qual o sujeito constituido historieamente possa manifestar sua subjetividade. E ainda, a autora promove uma Feflexdo para que os professores reavaliem a educagdo como um todo, focalizando seu proprio papel como educador, como ponto de partida para a ressignificagtio de suas praticas. Por fim, a parte IV traz uma abordagem especifica do letramento visual, Ferraz trata a leitura de imagens nas aulas de inglés. Num pri- Ineiro momento, problematiza conceitos de imagem sob as perspectivas da representago e da construgio de sentidos, sob as teorias de Joly (1996) e Mizan (2013). A luz de Santaella e Noth (1997) e de Rogofl (2002), discute o campo da cultura visual (visual culture) como “uma rea multidisciplinar constituida por meio das mudangas econémicas, sociais e culturais”, Tratando de imagens inesqueciveis, daquelas que os Teitores criam ao ler livros de cabeceira, assistir a filmes, ver fotografias, o autor de Lerramentos visuais: as imagens e as aulas de inglés sugere que as imagens e as construgSes de sentidos que se constroem a partir elas desafiam os leitores a repensar novas possibilidades dentro ¢ fora da sala de aula, Ele discute alguns conceitos basicos sobre a imagem, ou seja, suas definigdes, bem como seu entendimento no que se refere 4 cultura visual e do letramento visual. Ao final, uma atividade baseada nas teorias do letramento visual ¢ ilustrada, Em Letramento Visual na Midia, Mizan analisa imagens da midiae mostra que representagdes imagéticas nao s8o objetivas e transparentes, mas dependem da vontade do eriador do signo. Aspectos materiais das imagens levam os espectadores a deserever ¢ interpretéclas de certas maneiras e ndo outras. Ela explica como a composigao da imagem ¢ a tmaneira com que seus elementos So arranjados so de suma importincia nos efeitos que a imagem provoca. Além do mais, a anzlise que a autora faz, ressalta a relagdo entre ideologia, conhecimento e poder. Espera-se que este volume possa servir de inspiragao e de possi dades para a vida didria permeada por priticas dindmicas de linguagens

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