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MERELY acronis Do TRapatHo Metodologia estuda 0 universo de casos fatais em Sao Paulo ¢ revela que as mortes de trabalbadores esta migrando de dentro das empresas para a rua ‘bora a conseqiigneia mais grave dos acidentes do trabalho seja a morte do trabalhador, nem todos ‘os casos fatais chegam ao conhe- Cimento das autoridades compe- Tentes. Iss0 ovorre pela falta le tradigao dos profissionais da sade em notificar as ocor- Féneias associadas as atividades laborais ou Pela omissio das empresas em notificar es- ses eventos, apesar de serem de notificacso obrigatéri. Assim, a grande dificuldade nos estudos relativos d mortalidade por aciden- tes do trabalho é a inexisténcia de uma base de dados completa e detalhada sobre 0s ca sos fats O objetivo deste artigo & analisar os casos fatais de acidentes do trabalho ocorridos no Estado de Sto Paulo, entre 1997 1999, por meio de uma earacterizagio demogri- fica e epidemioldgica dos diferentes pertis, a populagio trabalhiadora acidentada, se- gundo a condicdo de ser ou nao coberta pelo Instituto Nacional de Seguridade So- cial — INSS| Os dados apresentados sio resultado, de uma parceria realizada no ano 2000, en- tre a Fundagdo Seade e a Fundacentro, para estudar a mortalidade por acidentes do tri balho no Estado de Sao Paulo. Este projeto ‘dentificou © quantificou os casos fatais, a Partir da vinculagdo de duas fontes de regis- tros administrativos ~ declaragio de dbito © processo de acidente do trabalho ~ que contém informagdes sobre os avidentes do trabalho, procurando reduzir a subnotifi- cagdo destes eventos. CLASSIFICAgAO A legislagio brasileira considera como acidentes do trabalho, os eventos ocorti- dos pelo exercicio do trabalho, que caus scm eso corporal ou perturbacdo funcio- al, morte © perda ou redugio da capacid 4e para o tabalho, Também sio idcntificados como aviden- t2s do trabalho as doengas profissionais, os acidentesligados a0 trabalho, embora este iil sea nica eausa, os acidentes ocomi= 460s no local do trabalho decorentes de atos intencionais ou ndo de terceiros ou de com anbeicos do trabalho, os casos fortutos ou decorrentes de forga maior, as doengas Bernadette Cunha Waldvogel Exatsice © deméget. gorente de Inlcadorese EStudos Poulton Fundacio Seade brogelaseede sour Monica La Porte Teixeira Mateniica e aalic de projtas ds Fundacso Seale miepone@seade go.br aman provenientes de contaminagio acidental no exercicio da atividade, os acidentes ocorri dos no percurso residéncia/local de trabi- Ihoiresidéncia © nos horirios das refeigdes (Lei Acidentéria n° 8.213, de 1991) A legislacao acidentiria adota a seguinte classificagao para os acidentes do trabalho: acidente tipo - € aquele que ocorre a servigo da empresa; acidente de trajeto - & aquele que corre no momento em que o trabalha- dor se desloca para o local de trabalho ¢ ‘os horsrios das refeigdes; docnga do traba- tho = 6 aquela em que a atividade exercida atua na produgdo da incapacidade, da do- cenga ou da merce Neste estudo, foram contemplados os aci= Aentes do trabalho tipo e de trajeto, As do- cengas do trabalho recebem outro tratamens to para serem identificadas ndo tendo sido levantadas no referido projeto e no fazen- do parte do contexto da presente anilise FONTES AS dus prineipais fontes para este estudo sio a declaracio de dbite e 0 processo de ‘acidente do trabalho. As vantagens e des- Vantagens dessas fontes de registros admi- nistrativos, nos estudos da mortalidade por acidentes do trabalho forum analisadas por Waldvogel (1999) e sao apresentadas rest Iidsmente a seguir, A deelaragio de ébito - instrumento for- ‘mal para registrar todas as mortes ocorridas no Brasil - ¢ um documento expedido pelo Ministerio da Sate e segue 0 mesmo pa. ddrio para todo o territrio nacional. A par- tir da declarago de ébito assinada por um ‘médico, que atesta a causa da morte, 0 dbito rm HBEMUD Acipanre Do TRABALHO registrado cm cartério. No Fstado de Séo Paulo, os cartérios de registro eivil de cada ‘muniefpio enviam mensalmente uma cépia tdas declaragdes de ébito a Fundagio Seade, que processa e organiza esta informagio em seu sistema de estatisticas vitas, ‘Uma das principais vantagens da declara- tio de dbito, como fonte de dados para os estudos da mortalidade por acidentes do trabalho, consiste na diversidade de infor- rmagGes sobre o trabalhador falecido, como sexo, idade, estado civil, ocupago, munici- pio de residéncia © outras, Este documento ‘contém dados sobre 0 tipo de causa exter zna de morte, alem de um campo especifica para notificar se dbito ocorrew ow nao devido a um acidente do trabalho, ou se este fato € ignorado. Outra vantagem & que abrange todos trabalhadores, independen- femente de seu vinculo empregaticio ser formal ou informal, ou de sua condigdo de contribuinte ou nio do INSS. DESVANTAGENS Quanto as desvantagens da utilizagdo da declaragio de dbito como fonte de dados para estes estudos, a principal consiste no ‘inadequado preenchimento da campo que indica se a morte resuliou de um acidente do trabalho, o que interfere na identificagio © na quantificagao dos casos fatais deste tipo de acidente, Além disso, ni hii registro dd informagdes mais especificas sobre 0 aci- ‘dente do trabalho, como local, agente causa dor e se 0 trabalhador estava ou nilo a servi- ‘90 da empresa no momento do acidente, Outro fator limitante na declaragdo de Gbito diz respeito ds regras de codificago Go Sistema de Informagées sobre Mortalida- de (SIM), do Ministério da Satide, que con- sidera o homicidio um tipo de violéneia incompativel com acidente do trabalho, cembora na fegislacdo acidentiria essa cau ‘a de morte seja identificada como tal, Esse fato aumenta, ainda mais, a subnumeragio dos casos fatais de acidentes do trabalho, 16 o processo de avidente do trabalho € aberto € Tiquidado pelo TNSS mediante 0 encaminhamento, feito pelos dependentes Grafico 1 Distribuigdo dos Trabalhadores Envolvides em Acidentes o Trabalho Fatais, segundo fontes de Dados Considered Estado de Sao Paulo - 1997/1909 ey ‘2 Dedarago de Obi) a Sead de Asides do segurado, da Quadro 1 - Composigao do banco de dados de AT fatais Contin oINss | No Contituite dois documentagio re- Tativa a ocorréncia de uma morte por acidente do traba- Iho. A partir da Co- municagio de Aci. dente do Trabalho ~ CAT, expedida pelo INS e preen- chida pela empre- sa, slo abertos processos tanto para os ea: 0s fatals como para aqueles em que se cons- tate a necessidade de indenizagao judicial Esta fonte contém informagaes pessoas do acidentado € sobre as circunstancias do acidente, como local da ocorréncia, se 0 acidentado estava ou nao a servigo da empre- sa, data e horirio do acidente, ete, Existem também dados sobre e empresa onde 0 trae bathador exercia sua atividade, permitin- ddo’a catacterizagao do risco de morte asso ciado a0 tipo de empresa, utilizando-se, para esse fim, 05 cédigos da Classificagio ‘Nacional de Atividacle Econdmica — CNAE. exctuioos Entretanto, 0: dados dos processos de ac: dentes do trabalho referem-se apenas & par- cela da forga de trabalho contribuinte do INSS, ficando excluidos os funcionsrios piiblcos, aqueles eujos dependentes desco- Ihecem se a morte foi devida a um acidente do trabalho e, principalmente, os trabalha- dores do setor informal, gue, como ressalta Wiinsch Filho (1995), “ainda constituem uma populagio & margem das estatisticas oficiis, embora representem hoje praca mente @ metade da forga de trabalho ocupa- da no pais O sistema de informagao do INSS objeti- va, prineipalmente, 0 processamento dos beneficios aos acidentados, aos dependen- {es © aqueles acometidos por doengas do Arabatho, Sua utlizacdo para as andlises da rmortalidade ¢ limitada, pois epresenta tio somente 0s totais dos casos fatais de aciden- tes do trabalho, sem caracterizagio destes, eventos. Isso faz com que a eonstrugio de uum banco de dados detalhados sobre 0s easos fata sO seja pos- sivel por intermedio de levan- tamento especifico nas agénci- 48 € postos do INSS espalhados pelo tertitério nacional, reali- zando uma andlise exploratéria das informagdes adicionais que compem cada processo de aci- dente do trabalho. METODOLOGIA Procurando aproveitar a ri queza de informagées sobre os e250 fatais de acidentes do tra- balho contidas nas duas fontes de registro administrative - de- claragio de Sbito e processo de acidente do trabalho ~ e buscan- do superar as limitagées especi- ficas de cada uma delas, pro- Pés-se a metodologia de vincu- zs lagio de fontes de dados para identificar {quantificar os casos fatais de acidentes do trabalho ocortidos no Estado de Sao Paulo, entre 1997 e 1999, © tema ea metodologia adotados ja ha- viam sido desenvolvidos e testados em um projeto realizado pela Fundacentro e Fun- dagio Seade, em 1994, e no estudo detalha- do de Waldvogel (1999). Foram novamente aplicadas na parceria firmada no ano 2000, ppelas duas instituigdes mencionadas, ‘A técnica de vinculacdo de fontes de da- ddos pressupoe a existéncia de informagies individualizadas e uma busca ativa de to- dos 0s casos fatais existentes em cada fonte, formando pares com 0s casos coincidentes. Esse procedimento procura maximizar a uti= Tizaao de registro adiministrativos ji exis fentes, permitindo compatibilizar as infor- ‘magOes disponiveis em cada fonte, enrique- endo o detalhamento dos dados coletados © ampliando o universo de casos fata, Tor- nna possivel também identificar aqueles ca- Sos que, apesar de terem sido notificados pelo médico como acidentes do trabalho hha declarago de ébito, nio resultam em lum processo aberto junio ao INSS, 0 que possibilita detectar os acidentes fatais rela- fivos aos trabalhadores ndo-cobertos pelo INSS. LEVANTAMENTO Na primeira etapa de desenvolvimento dessa técnica, foi realizado um levantamen- to dos casos fatais nos autos dos processos liquidados de acidentes do trabalho, por intermédio de um rastreamento em todos (08 processos de acidentes do trabalho exis- tentes nas agéncias do INSS dos municipi (0s paulistas. A partir desses casos, localiza- ram-se as respectivas declaragdes de dbito no acervo de documentos demogrificos existemtes na Fundae2o Seade, Os pares re- sultantes desse levantamento correspon- dem a populacio trabalhadora caberta pelo INSS, AA segunda fase de aplicago da téenica de vinculacao entre fontes de dados consis- te no levantamento, realizado no acervo da Fundagio Seade, das declaragBes de ébito ‘em que foi notificado 0 acidente do traba- Iho. A seguir, localizam-se tais casos junto aos processos de acidentes do trabalho co- Tetados no INSS, formando-se assim novos pares, 8 casos fatals que, apesar de apresenta- rem declaragdes de Sbito relativas a um a- cidente do trabalho devidamente notifica- ‘do, nfo corresponderem a um proceso jun: to a0 INSS, referem-se, de um modo geral, & aro populaedo trabalhadora ndo-coberta pelo INSS, aqueles trabalhadores contribuintes {que ndo t8m dependentes aptos a requere- rem um beneficio junto a este érgio, ou Aqueles cujos dependentes residam fora do Estado de Sio Paulo, Apés a vinculagio das duas fontes, sto realizados 0s trabalhos de codificagio, di- gitagio © processamento das informagdes, gerando-se um banco de dados, A constru: ‘Gio deste banco permite estimar o grau de cobertura tanto das declaragdes de Sbito {quanto do sistema do TNSS, O banco de da- dos de easos Tatais de avidentes do trabalho mais completo aumenta as perspectivas de anélise de diversos as dentiria VARIAVEIS. ‘A pesquisa realizada nos processos de acidentes do trabalho do INSS e nas decli fagdes de dbito do acervo da Fundagio Seade identiicou 1.999 casos fatais na pri ‘meira fonte ¢ 2.17 easos na segunda, Ape- sar da forte semelhanea quanto a capacida- de de quantificagio das duas fontes de re- sistros administrativos, existe uma sensivel diferenga na populagdo trabalhadora reve. Jada a partir de cada uma delas. A distribuigio da populacio acidentada, Por sexo, & idéntica para as duas fontes de rexistros: popula¢ao masculina acidenta- da responde por 95,6% nos registros do INSS € 95,5% nas declaragies de ébito. Quanto a distribuicdo etaria, observa-se ‘maior difereng entre os casos fatais corres- pondentes a cada fonte de registro de aci: dentes do trabalho. No Grifico 1, & possivel observar que a populagio acidentada cor- respondente aos casos fatais do INSS apre- senta um pico nas idades entre 30 ¢ 39 anos, enquanto a populagio revelada pelos da dos da declaragao de dbito & mais jovem. ‘com o pico entre 20 e 34 anos, zambém apre= sentando uma participacao do contingente de acidentados com mais de 55 anos, supe- riot ao da primeira fonte de registros, ‘Outra varivel interessante para deserever as diferencas demograficas detectadas pe- las fontes de registros administrativos & 0 estado civil. Enquanto a populago aciden- tada relativa aos dados do INSS apresenta maior participagio dos casados, 61,5% con: tra 28,4% de soltsiros, a composigao da populagdo acidentada a partir dos dados das declaragdes de Obito & de 51,9% ca dae 36,7% solteira DIFERENGAS s primeitos resultados, baseados na an lise isolada das duas fontes de regstros ad ministrativos, indicam importantes diferen- ‘gas nos perfis da populagdo acidentada no Estado de Sdo Paulo, Esta consiatagio real- ‘92.4 nocessidade de se realizar uma andlise conjunta das das fontes consideradas,apli- cando-se a metodologia de vinculagio de fontes de dados, que permite maximizar as {nformagdes contidas em cada uma dclas e reduzir a subnotificacio dos casos fats de acidentes do trabalho, am 004 Aplicando-se a metodologia de vinculs- ‘20 de registros administrativos aos dados Fevantados na pesquisa realizada nos pro- cessos de acidentes do trabalho do INSS nas declaragdes de Obito da Fundagdo Sea- ide, identificaram-se 3.646 casos fatais de acidentes do trabalho, no Estado de Sto Paulo, indicando que, entze 1997 ¢ 1999, comreram, em media, 3.3 mortes assoviadas ao trabalho a cada dia, ‘A pesquisa realizada independentemen- te nos Prontuirios de Acidentes do Trabalho nas Declarages de Obitos, levantou 1.999 casos na primeira fonte e 2.177 casos na segunda. Apos a aplicagio da metodologia de vinculagio a estes registros administra- ivos foram identificados 3.646 casos fa tals de acidentes do trabalho, no Estado de Sio Paulo, indicando que, entre 1997 1999, ocorreram, em méiia, 3.3 mortes as- sociadias 20 trabalho a cada dia, © primero resultado da metodologia de vyinculagdo € a estimativa do grau de cober- tura dos acidentes do trabalho Tatais, em ‘cada uma das fontes. Pura as declaragdes de obito, este grau for major (59.7%) do que para os processos do INSS (54,89) ‘CONJUNTURA Pode-se concluir, a partir do grau de cober- tura estimado, que as duas fontes de dados cexistentes mostraram-se insatisat6rias e in- suficientes para identificar ¢ dimensionar adequadamente as acidentes do trabalho fatais, quando utilizadas de forma isolada, © estudo conjunto amplia 0 universo de gente da questio acidentari, Vale dizer que o total de casos faais iden- tificados no INSS corresponde a um univer so distinto daquele apresentado nos Anui: Tios Esiaisticos da Previdéncia Social. Nes- tas estatisticas, © volume de Obitos por ai ddontes do trabalho refere-se aos casos com niicados e liguidados pelo INSS em determi nado ano. O processo & considerado ligui ddado quando a sua avaliagio se encerra ad- ‘minisiraiva ¢ teenicamente no INSS, sendo efinido um nexo causal entre o acidente e © trabalho. Outro fator de diferenciagio de- ‘corte do fato de o volume apresentado nos Anuitios referir-se ao total de beneficios zcrados pelos acidentes do trabalho, po- ddendo ovorrer que um tinieo caso gere mais ddo que um beneficio. Além disso, © munici Piovestado adotade é 0 de entrada do pro sso e nfo o da ocorréneia do acidente ou da residéncia do segurado, -gundo o Anuirio Estatistica da Previ- i Social de 1999, foram liquidados, no Estado de Sio Paulo, 2.935 casos de aciden- tes do trabalho fatais entre 1997 ¢ 1999, Comparando-se com os dados da pesquisa Tealizada em 2000, em parceria entre a Fi dlasio Seade e a Fundacento, verfiea-se que © total desse levantamento representa 68,1% daguele publicado no referido Anusrio, Esse pereentual & semelhante ao estima- do por Gavwryszewski et alii (1998), em seu. estudo sobre-os acidentes do trabalho fa- tals no Estado de $30 Paulo, em 1995. Ana- Cee nays rohnert, Cone ais aot seen gah de pt pen alegre scr) ‘00 totam pe) SD ‘logo : “iden RIOD | stone) HN Pm Ges ia) | PinnSores- c )—~-RS1,00 0800 41 5352 RERARe eta Prevrecio 37) (REED) scope do TRakAtx0 | eerie, ot ies sate eee ee fo ee BANCO DE DADOS segundo resultado da metodologia de vineulagio de fontes de dados corresponde & possibilidade de identificar duas parcelas «da populagdo trabalhadora acidentada que compdem 0 banco de dados: o segmento coberto e nio-coberto pelo INSS. © Quadro 1 descreve a composigao do Danco de daddos de casos fatais de acidentes do trabalho, que pode ser aberto em dois subconjuntos, © primeiro subeonjunto corresponde as mortes identificadas a partir dos processos liquidados de acidentes do trabalho exis- Tetites mas agéncias do INSS, confrontados com as respectivas declaragées de dbito, Nesses casos, algum dependente do segue do abriu um processo de acidente- do traba- Tho no ENSS para a concessio de beneficios © segundo subconjunto de dados refere- se as ocorréneias de morte que, apesar de apresentarem declaragdes de Obito corre pondentes a causas externas e a avident do trabalho notificados, no esta incl «das nos processos do INSS. De modo geral, so eventos de trabalhadores niio-contribu- intes do INSS, de funcionirios piblicos, de trabalhadores contribuintes sem dependen- tes aptos para requererem o beneficio, ou ‘com dependentes aptos, mas residentes em ‘outro Estado brasileiro, podendo o benefi- cio ter sido solicitado em agéncias localiza das fora do territrio paulista © resumo da composigao do banco de dados composto de 3.646 casos de aciden- tes fatais, construido a partir dos levanta- mentos realizados nos processos de aciden- tes do trabalho do INSS e nas declarages de dbitos processacas na Fundagao SEADE € que, 1.999 pertencem ao primeira subcon- junto de dados, sendo que deste, $30 foram cortelamente notificados nas declaragbes de Gbitos € 1,469 nao, No segundo subconjunto de dados, todos 0s 1.647 casos foram corretamente not cados como acidentes do trabalho nas de- claragdes de obito, Na elaboraciio do primeiro subconjunta de dados foram localizadas, no acervo de documentos demogrificos administrado pela Fundacdo Seade, as declaragdes de Obi ta correspondentes aos casos identificados iio INSS. Neste subconjunto, apenas 26.5% das declaragSes estavam devidamente noti- fiesdas. Esta reduzida proporgio ¢ um indicativo do desconhecimento, por parte cdo médico que atesta 0 dhito, da relagéo entre causa de morte e atividade profissio: nal desemvolvida pelo acidentado ou, 0 que mais grave, da omissio deliberada deste ato. Reconhecendo o perfil demografico Quase metade das mortes decorrentes. de acidentes do trabalho tipo acorren em via piiblica [As mortes por acidentes do trabalho atingem majoritaria- mente os homens, que respon- dem por 95,3% do total de ea- sos. Foram identificados 3.476 ‘casos fatais para a populagao ‘maseulina © 170 para a femini- na, com uma razao de sexo sultamte de 20,4 homens para cada mulher Para as duas parcelas da populagdo tra balhadora acidentada, a razdo entre 03 se- xos & menor para a nio-coberta {18,8h/m) Go que para a coberta pelo INSS (22,0him), indicando uma maior participagao de ca: ‘os femininos na populagio néo-cobert Quanto ao estado civil, 56% da popula- ‘gio trabalhadora acidentada corresponde a casados ¢ 34% a solteitos. Vale dizer que tal distribuigao & semelhante & da popula co total, o que sugere no haver um Fisc0 diferencial de acidentes fatais para os traba- TIhadores segundo o estado civil Por outro lado, obscrva-se um diferencial importante na populagio acidentada, se- gundo 0 estado civil. No segmento coberto pelo INSS, 0s trabathadores casados tém ‘uma participagdo 2,2 vezes maior do que os solteiros, enquanto na populacio no- ccoberta, ambas participagées estio mais proximas. Este fato sugere uma maior par- cela de solteiros na composigdo da popula do trabalhadora ndo-coberia pelo INSS, como mostram os dalos da Tabela 1 No que se refere & idade do acidentado, verifica-se que os trabalhadores niio cober- Tabela 2 - Idade dos trabalhadores envolvides em AT fatais, segundo parcelas da populagao co (coberiapelo NSS | 36 i 'Nio Coberia pelo iNSS | 95 ‘Ponte; Funcarao Seade, INS, FusacantOMTE - Exc de SP ‘Tabela 3- Distribuicdo dos trabaihadores envolvidos em AT fatais, segundo grupos ocupacionais Agata cg ent: Funds enc, NS, Finance Eda eS 8671090 Tabela 1 - Estado civil dos trabalhadores envolvidos em AT fatais, parcelas da populagao ‘Fonte Furia Saude, NSS, FanacanwohTE” Exade de SP TTH@@@ INSS, envolvidos em casos fatai jovens do que a parcela de taba thadores coberta pelo TNSS, com uma dife- renga de trés anos na idadé mediana @ um ano na idade média, senda estas diferengas estatisticamente significantes (Tabela 2) ‘Outro dado que distingue as duas parce- las da populacdo trabalhadora acidentada & que, para a pareela no-coberta pelo INSS, aparecem mais casos fatais nas idades ex: tremas: nove casos para menores de 15 anos ‘© 24 para os maiores de 70 anes, © Grifico 2, Distribuigio dos irabalhado- tes envolvidos em AT fatais segundo parce las da populagio, mostra as diferengas ob- servadas nes dues parcelas populacionais, indicande o grupo etirio entre 30 e 40 anos ‘como o de maior concentragio de casos, na parcela coberta pelo INSS, © 0 de 20 @ 30 ‘anos, para a parcela nio-coberta, ‘ocuPAgAO A varidvel referente & ocupagio do traba Ihador ¢ muito importante para avaliar as atividades com maior risca de ocorréncia dde um acidente do trabalho fatal. A distri= buigdo dos grupos ocupacionais segundo as duas parcelas da po- Pulagio trabalhadora (coberta € nio-coberta pelo INSS) também & distinta, como mostrarw-2 Tabela 3 © 0 Grifico 3, Distribuigio das tra- balhadores envolvidos em AT fa tis segundo grupos ocupacionais. Considerando-se 0 total de mortes por acidentes do trabalho, © grupo de ocupagées ligadas as atividades de servigo ¢ comércio ‘ocupou a primeira posi¢do © man tém-se assim quando se analisam as duas parcelas de trabalhadores separadamente, correspondendo 32,1% dos casos fatais no Estado ide Sio Paulo, entre 1997 ¢ 1999, Na seuiiéncia, vém os grupos de transporte e comunicagao (21,19%), industria (19,0%), construgdo ci- vil (10,59) ¢ agricultura (6.9%), Para os dois subconjuntos de da- dos, a distribuiglo dos casos fa- tals segundo os grupos ocupacio- nais, € distinta alterando 0 peso relative de cada grupo ocupacio- nal. Para a populagio coberta pelo sriycnt (0 TRABALHO Distrbuigdo dos Trabalhadores Envolvidos em Acidentes: lagéo ‘do Trabalho Fatais, segundo Parcelas da Popul Estado de Sao Paulo - 1997/1299 Ee Distribuigdo dos Trabethadores Envolvidos em Acidentes: ‘do Trabalho Falsie, segundo Grupos Ocupacionals Estado de Sao Paulo - 1987/1098 ont: Furco Sead, NES, FardaconroNATE ot! easuserara moors scone eras INSS, a soqiiéncia e a participagio de cada gtupo € muito semelhante 4 distribuigio apresentada pelo total de trabalhadores facidentados. Ji para a populagdo nao co- berta, a indistria aparece em segundo lu- gar, seguida de transporte © comunicagio © consirugio civil, sendo que no hd gran- des diferenciagdes na participagio destas trés categorias ocupacionais. Neste con- tingente de trabalhadores aparece © grupo composto por aposentados e auténomos com 10,7% dos casos fatais, sinalizando tum perfil especifico dos trabathadores per- tencentes A parcela nao coberta pelo INS: ‘A ordenagio resultante dos grupos de ‘ocupacdo, segundo os dois subconjuntos dd dados, pode estar refletindo nfo apenas ‘uma escaia de riseos, mas também um perfil ‘ocupacional distinto, relativo as duas parce- las populacionais levantadas: a populagio coberta ea no-coberta pelo INSS. Quando ‘8 dados completas do Censo Demogrifico cde 2000 estiverem disponiveis, seri poss ‘vol caleular coeficientes de morialidade es- ppecificos por categoria ocupacional e deter- Iminar adequadamente a escala de riscos de ‘acidentes do trabalho, LiDERES Analisande as categorias profissionais, ‘a Populapto No ~ Gobora polo NSS ‘ps Oapacona() observa-se que os motoristas a presentam a maior participayao no total de acidentes do trabalho fatais (um a cada cin- co acidentes). Esta categoria € a lider nos dois subeonjunt de dados, sendo que, no pri- meiro, composto pelos casos idemtificadas no INSS, estes profissionais respondem por 23,9% dos casos, enquanto, no segundo, formado pelos casos ‘que, apesar da existéncia de de- claragdes de dbito notificadas como acidente do trabalho, no apresentaram um correspon- dente processo no INSS, esta participagao foi de 15,9%, Os altos percentuais, comparados avs das demais ocupasies, € um forte indicativo da gravidade © lio risco de acidentes do traba- ) Tho que atingem a categoria pro- fissional dos motoristas, em es- pecial. Em segundo Tugar, no que se refere & maior incidéncia de aci- dentes do trabalho fatais, en- contmi-se a categoria de ajudan- te geral, nos dois subconjuntos de dados. Trés outras profissbes | = pedreiro, vigia, ¢ trabalhador rural - aparecem na seqiiéncia, conforme aparece na Tabela semen | RUA A informagia sobre o momen | to-do acidente, que permite clas- sificar os casos fatais de aciden- tes do trabalho em tipo e de tra- {jeto, $6 esta disponivel no pri- meiro subconjunto de dados, relative 40s pprocessos de acidentes do trabalho do INSS. Observa-se que 66.2% dos casos fatais, no retiodo 1997-99, referem-se a acidentes-tipo, ou seja, carac- teristicos da atividade desem- penhada pelo trabalhador aci- dentado. ‘Comparando-se esta distri- buigdo com aquela verificada por Waldvogel (1999), 0 in cio da década de 90, observa- se uma pequena redugio da participagao dos acidentes- tipo ocorridos no Estado de Sto. Paulo, que, neste petiodo, re- presentavam 70,1% dos aci- dentes do trabalho fatais Dentre os acidentes-tipo, 48.5% ocorreram na via paibli- 41.3% dentro de estabele- cimentos da propria empresa (26,5%) ou onde o empregador presta servigo (148%). Foram. registrados 5.3% dos casos fa- tais ocorridos em dreas rurais, A constatagio empirica de que praticamente metade das mortes decorrentes de aciden- tes do trabalho tipo ocorreu em via piblica ¢ indicative da transfersneia do local de trabalho para 0 espago da rua. Este fato acrescenta a violéncia urbana aos riscos intrinseeos aos processus produlivos particulares a cada atividade profissional NA EMPRESA Por outro lado, ainda & importante a parti- cipagio dos acidentes fatais ocorridos den- ‘ro da empresa, com efeitos negativos para 4 organizagiio empresaral atingida, os cole sas de trabalho c a familia do acidentado. (Os homicidios representam o tipo de aci- ‘dente mais freqllente entre os acidentes-tipo ‘corridos na empresa, respondendo por 20% dostas ocorréncias, Destaca-se 0 lntro- Ginio, com metade destes casos. Mais uma vez, a erescente violencia urbe na atinge o trabalhador no exercicio da pro- fissfo, retirando-o precocemente da vida ativa. Maia (1999) ressalta a tendéneia de aumento das taxas de mortalidade por homi- cidios, no Estado de Sto Paulo, na década de 90, vitimando principalmente os jovens adultos do sexo maseulino. 'Na segunda posigio aparecem as quedas de andaimes, com 12,6% dos casos de aci- dentes-tipo ecorridos dentro das. empresas, soguidas pelos acidentes com objetos e ins- ‘trumentos de trabalho (11,7%), esmaga- mentos e amputagdo de membros por ma- ‘quinirio industrial e agricola (10,0%), ele troplessio (9,1%) ¢ queimaduras (7.4%). Quanto @ atividade econdmica desenvol- vida nas empresas com base na CNAE (Clas- siffeagio Nacional de Atividade Econorni- ea), observa-se maior participacao de aci- ddentes fatais naquelas de transporte rodo- Vidrio de eangas (84%), seguidas pelas em- presas de edificagdes (5,6%), transporte ro- dovisrio de passageitos (2,9%), selecdo, agenciamento e locagao de mao-de-obra para servigos temporarios (2,6%) e atividades de investigagio vigilincia © sexuranga (2,5%). Tabela 4 Distribuigto de Sitos por AT, segundo prin- Fone: Fun Sede, NSS, FundecantMTE Exao de S - 107199 ‘Tabela 5 - Distribui¢ao dos Obitos por AT, da populacao coberta polo INSS, segundo classificagao Fonte: Fungo Sead NSS, FurdaorwoNTE Estado de SP 1977988 am 008 Com um enfoque epidemiolégico Acidentes: motivados pela violéncia e crescimento uurbano estao matando as pessoas durante o trabalho (Os acidentes do trabalho tipo ¢ de trajeto fazem parte do grupo de causas externas de morte, que consistem nos eventos ambien ais, circunstanciais e condigdes considera ddas como causa da lesio, envenenamento oll outros efeitos adversos que levam um individuo a morte, Esse grupo de causas de morte representa 22,2% do total de dbitos ‘corridos na populagao paulista com ida des entre 15 ¢ 69 anos, no periodo 1997- 99, ‘A partcipago das causas extemas no to- tal de ébitos de ambos os sexos foi bem dlistinta, Enguanto para a populagao femi- nina ais causas representaram apenas 7.8% do total de 6bitos, para os homens esta parti- cipagio aleangou 28,9%%, No Estado de Si0 Paulo, no perioda analisado, os acidentes do trabalho corresponderam a 4.3% do to- tal de dbitos por causas extemas na popu: lagio em idade ativa, sendo 4.7% para os homens e 1,8% para as mulheres, interessante observar que esses percen: tuais mantiveram-se estiveis em relagio a0 inicio da déeada, quando a participagio dos acidentes do trabalho nas causas externas de morte da populagio em idade ativa de 4,8% para a populagdo total, 5,3% para os homens e 1.9% para as mulheres (Waldvo- el, 1999), Outra informagio relevante e essencial, ppara 0s estados da mortalidade por acidente do trabalho, refere-se ao tipo de acidente {ue ocasionou a morte do trabalhedor, DISTRIBUIGAG Observa-se, pelos dados da Tabela 6, que os acidentes de transporte s4o 0s principais eausadores de morte de trabalhadores, con. centrando 45.3% dos casos ocorridos no MANUAL _ DE PROTECAO RESPIRATORIA Mauricio Torloni Antonio Vladimir Vieira Uma pubiicagao da: Associagao Brasielic de igtnisios ‘Ceupacioncis en vendas: secretaria Tabela 6 - Distribuicdo dos casos fatals de AT, ‘segundo tipos de acidentes “ota 3586 ‘ented Taneporte 1.050 emico as |emisacieios 3 |Oveda a [ovemacuras 5 ‘Mossments EE loxtos u loner a Fe: Fran Sse NES Face NTE Fan de SP 1575058 Tabela 7 - Principais cruzamentos dos AT fatais entre ©8 grupos ocupacionais e os tipos de opulacao coberta pelo INSS "Wansprie« Comunieagto mats Accertas do Tansporie ferencial importante, Enguanto, para a po- pulagio coberta pelo INSS, a maior partici pagio corresponde aos acidentes de trans- Parte (58.1%, seguidos dos choques, es- Magamentos ¢ explosdes (14,0%), dos ho- imicidios (12,996) e das quedas (8,9%), para 4 populagdo nio-coberta, a distr. buigdo-foi mais uniforme, tendo sido registrado 29,6% dos casos relativos aos acidentes de tra porte, 26,1% aos homicidios, 24,5% a0 choques, esmagamen. ADOO tos e explosdes © 13.4% as que- 433 | dos, sai Grifico 4, Distribuigdo dos AT fatais, Segundo tipo Estado de SP, 187 apresenta a distribuigao dos prin 109°" cipais tipos de acidentes para as 14 dduas parcelas da populagao trabae oa Thadora acidentada i A elevada participagtio dos aci- oe dentes fatais de transporte e dos ho- micidios sinaliza a tansferéncia ou a expansio do local de trabalho. restrto ap ambiente das em- esas, para o espago da rua, Aacrescentando os riscos mais etais que atingem toxla a po- pulagdo aqueles inerentes aos processos de trabalho, acidentes da fersesconbee | Dara ten ts ee me easier PEO identificar os tipos de aci- eaaaamnn ies dene lindieeria Queda | 45 Por intermédio do Grifico — ee cm soa Estado de Sdo Paulo, Em seguida, vém os hhomicidios (18,8%), os choques, explosdes © esmagamentos (18,7%) e as quedas, (10.9%). Os demais tipos de acidentes apre- sentam pequeno peso relativo. Quanto as duas parcelas da populaggo trabalhadora acidentada, verifica-se um di- Veja alguns temas: ¥ Mecanismos de defesa aos materials inalados; ¥ Deficiéncia de oxigénio; ¥ Selegdo de filtros; ¥ Fator de protecao e a selegao de respiradores Passo a passo; > Respiradores e658 tipo e acidente de traeto, acidentes de trajeto sio decorrentes de lis6es e capotamentos - agrupados em mais acidentes de transporte - ¢ dos atrope- Jamentos. J6 para os acidentes - tipo, 38,8% Teferem-se aos demais acidentes de trans 20,2% aos choques, esmagamentos porte, PDEIPROTECAO) RESET Para situaces IPVS e espacos confinados, para ambientes com deficiéncia de oxigénio. Para emergénclas, escape e resgate, contra basilo da Tuberculose, Antraz e SARS, ¥ Vedacdo dos respiradores. @abho.com.br jnas.17 copies. 520) Enorleisrrosonidor Cara, ACIDENTE DO TRABALHO | Gratico 4 trabalho jt no sio mais aqueles cor Distribugso de Gatos Faias de Acdontos ‘e Trabalho, segundo Tipo Estado de S50 Polo 19771999 ase respondentes as atividades exercidas dentro do ambiente das empresas, ‘mas sim agueles associados & vio- lencia & a0 creseimento urbano, AVALIAGAD ‘A analise conjunta das duas fon- tes de registros administratives aqui consieradas - declaragao de Sito © processo de acidente do trabalho mplia 0 universo de casos fats de acidentes do trabalho e permite um esiudo mais completo e detalhado ‘da mortalidade por acidentes do tra- Fria: ire Se, RES, Fane ¢ explosies, 13.3% as quedas © 8,44 a0s atropelamentos. (CRUZAMENTO Outra informagao importante que pode sor extraida do banco de dados eonstruido sobre os acidentes do trabalho fatais, € 0 ‘enizamento entre as varidveis ocupagao & tipo de acidente, permitindo uma melhor avaliagdo das ocorréncias predominantes. Para os acidentes do trabalho tipo, ocor- ridos com a populacZo trabalhadora coberta pelo INSS, © eruzamento mais freqiiente foi ‘entre 0 grupo de atividades de transporte e ‘comunicagdo e os acidentes de transporte, concentrando 22,5% dos casos fatais. Na seqiiéncia, aparece o grupo de serviga co- méreio associado aos homicidios, com 8.3% dos easos, c aos acidentos de tanspor- te, com 7,5%. Em quarto lugar fica a indis trig relacionada a choques, esmagamentos € explosdes, com 7,5%. Destaca-se, na Tabela 7, que dos oito prin=

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