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Foi então que decidiram seguir para norte, onde encontraram
vários portos. Bartolomeu Dias deu-se então conta que passara
pelo extremo sul de África, ao qual deu o nome de Cabo das
Tormentas.
Os dados biográficos do
navegador anteriores às viagens são
muito poucos. A data de nascimento
é desconhecida, ele foi escudeiro da
Casa Real e administrador do
Armazém da Guiné, e sabe-se que
descendia de Dinis Dias.
No entanto, o seu feito nas
costas africanas tornou-o imortal.
Além de ser personagem de Camões,
em “Os Lusíadas”, Fernando Pessoa
Fig.1 – Bartolomeu Dias fez um epitáfio para ele.
2
O Cabo da Boa Esperança (Cabo das Tormentas) situa-se
no extremo Sul do continente Africano (fig.2).
(fig.
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prometia a chegada tão aguardada à Índia. A expedição
portuguesa provara que havia um caminho alternativo para o
comércio
cio com o Oriente.
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Diário de bordo é um instrumento utilizado na navegação
para registar os acontecimentos mais importantes numa viagem.
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Diário de navegação da Nau de S. Martinho – Gaspar Reimão
“A 5 de Junho, ultrapassado o paralelo dos 20º S, a nau tomou o rumo do sul, circunstância já observada
na viagem anterior com a nau São Pantaleão, em iguais condições de latitude e variação da agulha. […]
Dois dias depois, a 7 de Junho, a nau encontrava-se a 22º 5/6 de latitude S, depois de percorrer 45 léguas ao
sul nas duas singraduras.
A marcha da nau prosseguiu depois através da parte ocidental do Atlântico-Sul, travessia que trouxe
difíceis problemas ao piloto […] no tocante à marcação do ponto, tendo percorrido, até 13 de Junho, 127
léguas a rumos do sueste por acção de ventos do nordeste. Contudo, porque no dia imediato passassem a
soprar ventos do sueste, opostos ao sentido da marcha, a nau foi conduzida ao nordeste para assim ganhar
algum avanço, embora desfizesse caminho em altura (latitude). Parte desse caminho foi, no entanto,
eliminado na singradura seguinte, em que a nau foi arrastada na direcção oposta. Somente a partir de 16 de
Junho, os ventos, soprando agora favoráveis, permitiram a continuação da marcha a rumos do sueste até
27 de Junho, num percurso total de 273 léguas, situando-se então a nau em 33º ½ de latitude S, depois de
ter cruzado o meridiano das Ilhas de Tristão da Cunha.
A navegação da parte oriental do Atlântico-Sul, com um total de 406 léguas, pode ser repartida em dois
períodos no tocante à direcção da marcha: no primeiro, a nau foi conduzida em rumos de sueste e de leste de
forma a ganhar altura até atingir, a 6 de Julho, o paralelo dos 36º S; no segundo, depois de dois dias «ao
pairo», a nau tomou rumos a norte e nordeste até 15 de Julho, dia em que cruzou o meridiano do Cabo das
Agulhas, na latitude de 35º ½ S.
No período inicial foram navegadas 242 léguas em boa velocidade (à média de 27 léguas por dia) por acção
de ventos favoráveis, geralmente muito ventantes, que rodaram do noroeste ao sudoeste. A 6 de Julho, o
ponto do meio-dia distava 138 léguas do Cabo da Boa Esperança, valor muito próximo da estimativa do
piloto. Porém, a 7 de Julho, dada a presença de ventos desfavoráveis que rodaram progressivamente de sul
para nordeste, a marcha da nau processou-se em más condições, navegando toda a noite «à trinca» com
papafigos, para depois, já de manhã, ficar «ao pairo» com todo o pano tomado.
Tal situação continuou no dia seguinte, com muito vento nordeste, muita cerração, muita «molinha» de
chuva e mar estrambalhado de todas as partes. […]
Só a 9 de Julho, com a mudança dos ventos para sudoeste e noroeste, a marcha da nau pôde progredir
satisfatoriamente para o Cabo das Agulhas, cujo meridiano cruzou, como já dissemos, ao meio-dia de 15 de
in “Uma Viagem Redonda da Carreira da Índia (1597-1598)”, de Joaquim Rebelo Vaz Monteiro, Biblioteca
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Trabalho elaborado por: Ana Fonseca
5º Ano – Turma B