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Explorando o mistério das obras divinas de Jesus Simon J. Kistemaker COM TE Pag-tmelome (ott ty Pd oe ee eR LEO e) ASCE eR OEE eee Stet ESL Lee cinco mil, e curando os cegos. Mas elas podem parecer tao distantes de no: Sina Mec nents te tater POTS RTI Cane om eT MO) ETM EI CRSA UORD LACUS RCS OM LIED rar act MDer eT ect ere rnd een ae ec eee eT Kistemaker nos mostra como esses milagres se relacionam com 0 modo como RST Ca eet MOM hy CMT ar ten mes Tenn me cm aprofundara seu entendimento dos feitos miraculosos de Jesus. Reem oe Ceres yo re Le ee RYE ent oe eee ee men ea eT ered recompensador de todos os sinais e maravilhas de maior vulto registrados nos atte ee eee ee anne ee me aed terrena do Salvadar, e revelam sua verdadeira gloria, de maneira tinica & CUT oe aaa Oe eRe eS ee Ree een Cea eR eae OR eR ee Pear Race meas a arco milagres de Jesus, seja tomado de admiracdo pelo seu poder, ¢ alegre-se no que Jesus faz para ax seus; este é 0 lugar onde comecar. Leia-o! Vacé ficard Tan ae Leman Lee) Steve Brown, autor de livros: presidente do programa de radio Key Life: ROO Ce Reamer en RCM man RS oe OLE CSL oS ue en eee e nee COE M OU ROOMS Se De On ee LCE Eee) € iii €DITORA CULTURA CRISTA || wl RO Red | | a Os milagres de Jesus Simon J. Kistemaker Os milagres de Jesus © 2008, Editora Cultura Crista. © 2006 by Simon Kistemaker. Origi- nalmeute publicado em inglés com o titulo The miracles pela Baker Books, uma divisio de Baker Book House Company, Grand Rapids, Michigan, 49516, USA. Todos os direitos sao reservados, 1* edigao ~ 2008 3,000 exemplares Consellu Editurial Ageu Cirilo de Magalhaes, Jr. Alex Barbosa Vicira André Luis Ramos Claudio Marra (Presidente) Femando Hamilton Costa Francisco Baptista de Melo Francisco Solano Portela Neto | Produgao Editorial Mauro Fernando Meister | Tradugao Valdeci da Silva Santos | Sachudeo Persaud Revisdo Claudete Agua de Melo Edna Guimardes Madalena Torres Editoragao OM Designers Graficos Capa Magno Paganelli Kistemaker, Simon J. K619m Os milagres de Jesus / Simon J. Kistemaker. _ So Paulo: Cultura Crist, 2008 224 ps 16x23 em Traduyao de The miracl ISBN 978-85-7622-221-7 1. Biblia 2. Evangelhoy 1, Titulo & €DITORA CULTURA CRISTA R. Miguel Teles Jr., 394 — Cambuei - SP - 15040-040 Caixa Postal 15.136 Fone (011) 3207-7099 - Fax (011) 3279-1255 — www.cep.org.br Supcrintendente: Haveraldo Ferreira Vargas Editor: Claudio Antonio Batista Marra CD 220 <= SUMARIO => INTRODUGAO MILAGRES NA NATUREZA + A transformagio da 4gua em vinho Jo&o 2.1-11 13 + Jesus acalma uma tempestade Mateus 8.23-27; Marcos 4.35-#1; Lucas 822-2. + Aalimentagio dos cinco Mateus 1+.13-21; Marcos 6,92-44; Lucas 9.10 17; Jodo 6.1 1 22 + Jesus anda sobre a agua Mateus 1422-83; Marcos 645-51; Joao 616-21 .. penne BS + A allmentagao dos quatro mil Mateus 15.29-39; Marcos #.1-10..50 + Jesus paga o imposto do templo Mateus 17.24-27 33 + A figueira amaldigoada Mateus 2118-22: Marcos (112-14, 20-24 ccc T + A primeira pesca Lucas 9.1-11 secre ‘A segunda pesca Jodo 21.1-14 18 DOENTES CURADOS + A sogra de Pedro Mateus 8.14-17; Marcos 1.29-815 Lucas 4.38.39 . + Um homem com a mio ressequida Mateus 12.9-14; Marcos 3.1-6; Lueas 6.6~11 ~ BT + O criado do centurido Mateus 8.5-13; Lucas 721-10... = O filho do oficial J0K0 4 AGB ee OF * A mulher enferma Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34: Lucas 8.43-48........ + A Mulher Aleijada Lucas 13.10-17 * O homem com hidro (cerosidade em cavidade do corpo) Lucas 141-4... * Malco Lucas 9¢ 49-51; Inia 1k 10,11 RO 8 OUVIDOS PARA OUVIR + Um homem cego e mudo Mateus 12.29-32; Lucas 1114-26 oo cccesessecseenereerenee BO, + Um homem surdo e gago Mareos 7.31-87.. EXPULSAO DE DEMONIOS * Um homem mudo Mateus 9.52-3+. feceseevnseeee LOL * O endemoninhado Geraseno Mateus 8.28-94; Marcos 5.1-20; Lucas 8.26-39. 110 * A mie cananéia Mateus 15.21 Marcos 7.21-30 + O menino possesso Mateus 17.4419; Marcos 9.74429; Lucas 9.37-42 122 * Maria Madalena Lucas 8.1-3; Jodo 20.1,2, 10-18..127, 7 RESSURREICAO DE MORTOS * O filho da viiva em Naim Lucas 7.1 1-16... + A filha de Jairo Mateus 9.18-26; Marcos 5.91-45; 138 Lucas 8.40 136 + Lazaro Jofio 111-44... 140 RESTAURACAO DA VISAO * Dois homens cegos Mateus 9.27-31_....... sessscose 149 + Bartimeu Mateus 20.29-34; Marcos 10.46-52; Lucas 18.35-48 .. + O homem cego em Betsaida Marcos $.22-26 ... + Ohomem cego de nascenga Joao 91-41. CURA DE LEPROSOS + Acura de um leproso Marcos 1.40-45; Mateus 8.1-: Lucas 9.12-16 + Dez leprosos curados JAlCAS ITAV=19 ener TS OS COXOS ANDAM NOVAMENTE + Acura de um paralitico Mateus 9.2-8; Marcos 2.1-19; Lucas 5.15-26. + O homem junto ao pogo de Betesda Jodo 6.1-1 179 “183 MILAGRES E JESUS * O nascimento virginal Mateus 1.18 Lucas 1.26-88.... + A transfiguragio Mateus 17.1-8; Marcos 9. Lil AS 9.28-96 ossercnnnnnnennnene IF * Aressurreigao Mateus 28.1-8; Marcos 16.1-8; Lucas 24.1-10; Jo8o 20:18... 198 + Aparecimentos pés-ressurreigio Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; Joie 20-21; Atos | 202 + Aascensio 2189 Lucas 24.50-53; Atos 1. 207 CURA PELA FE + Cura para ajudar nossa fé Atos §.15,16; 19.11,19; Tiago 5.1416 on 213 # CONCLUSAO vvninernnennene 1D << INTRODUCAO => reqiientemente usamos a palavra milagre quando alguém se recupera de um ferimento grave ou de uma cirurgia complicada. Quando faze- mos isso, estamos expressando a nossa incapacidade de explicar o poder curador que existe no corpo humano. Reconhecemos que a recuperagao ny fel apenas por causa da habilidade e perfeia dos cirurgides, mas que est4 ligada a forga inata que existe dentro do nosso corpo fisico e que vence as probabilidades existentes contra a restauracdo. Contudo, logo admitimos que uma recuperacao miraculosa de um ferimento ou uma enfermidade é diferente dos milagres que Jesus realizou quando curou os enfermos ¢ ressuscitou pessoas. Atribuimos uma volta a satide e a forca a um misterioso poder que Deus criou dentro do nosso corpo fisico. Mas os milagres que Jesus fez foram diferentes porque o poder de curar e restaurar residia nele. Isso nao quer dizer que conseguimos explicar totalmente os milagres de Jesus. Tudo o que podemos fazer é descrevé-los & medida que seguimos 0 relato do seu ministério registrado nos Evangelhos, Os evangelistas retratam-no como o operador de milagres de Deus, que curou todas as doengas € ressuscitou pessoas. Os milagres que Jesus fez estavam inseridos num contexto que apontava para a sua divindade. Depois de terem assistido a acontecimentos extraordinérios, as pessoas perguntavam se Jesus era o Filho de Davi, ou seja, o Messias. Depois de curar os leprosos, Jesus mandava-os para 8 o#, Os milagres de Jesus %~ os sacerdotes como testemunho de que ele era realmente o enviado de Deus. Ele colocou os doutos professores da Lei num dilema ao obrigd-los aescolher o mais facil entre dois atos que 86 Deus podia fazer: perdoar © pecado ou curar wm paralftico. Quando Jesus mandou que o homem ficasse cm pé e caminhasse, ele provou a sua divindade. Quando Jesus expulsava deménios, estes gritavam para que todos ouvissem que ele cra o Filho do Deus Altissimo, Os deménios temiam que ele tivesse vindo para atormenté-los antes do tempo de serem punidas. Embora os lideres religiosos dos dias de Jesus nao o aceitassem como Filho de Deus, os deménios tremiam em submissav a ele. Embora o Mestre curasse todos aqueles que o procuravam, quando se aproximava dos doentes ¢ aflitos, ele era seletivo. Por exemplo, 86 um homem no pogo de Betesda foi curado, enquanto os outros que definhavam a beira da 4gua nao. Na cidade de Nazaré, onde fora criado, Jesus nao péde fazer muitas grandes obras, a nao ser curar alguns enfermos. A cura acontecia imediatamente quando Jesus falava ou punha as mos sobre aqueles que sofriam. Ele usava métodos diferentes, ineluindo passar lama nos olhos de um homem cego de nascenga € tocar os olhos de outro, Em outras ocasides, ele curou us pessuas a distancia, entre elas © criado de um centuriao romano, o filho de um oficial da realeza, e a filha de uma mulher siro-fenicia. Pelo menos dois dos milagres de Jesus caracterizaram a obra au gloria de Deus. No caso do homem que havia nascido cego, Jesus se referiu obra de Deus demonstrada na vida dele. Quando estava para ressuscitar Lazaro dentre os mortos, Jesus disse que os presentes veriam a gloria de Deus. Os milagres nao sao incidentes isolados, mas tém a finalidade de revelar a gléria de Deus em sua grande forga e poder Portanto, ele é digno de receber os louvores de agdes de gragas das pessoas. Qual foi o propésito de Jesus em seu ministério de cura? A resposta 6 mostrar que ele era o Mesias. Jodo Batista enviou seus diseipulos a Jesus para perguntar se ele era “o que haveria de vir”. Jesus respondeu que todas as pessoas podiam atestar que ele era o Messias por causa dos milagres: * Os cegos recuperavam a visdo + Os coxos andavam Os leprosos ficavam limpos Os surdos podiam ouvir --< Introdugao = 9 * Os mortos eram ressuscitados * Os pobres ouviam a pregacao do evangelho S6 Jesus 0 Messias pode realizar esses milagres. Ele provou ser o Filho de Deus enviado para libertar 0 seu povo. MILAGRES NA NATUREZA SSK OSES ex A TRANSFORMACAO Ses “DA AGUA EM VINHO Jodo 2.1-11 Jesus e Maria Depois do encontrar Joao, o Batista, no Rio Jordao onde Jesus foi batizado, ele ¢ seus discfpulos viajaram para a Galiléia. Caminhando com animo, a distancia podia ser vencida em poucos dias. Chegaram a vila de Can, perto de Nazaré, exatamente quando estava acontecendo uma testa de casamento na qual Maria, mae de Jesus, havia aceitado servir aos convidados. Os casamentos eram celebrados com festas que podiam durar sete dias. Depois de um perfodo de nvivado que durava uin ano, o casamnento em si comegava na véspera do dia da ceriménia. Era quando o noivo, com seus amigos, entrava na casa da noiva e a levava, acompanhada de damas de honra, para a casa dele Embora sejam poucos os detalles, podemos presumir com confiana que Ou 4 noiva ou O noivo era amiga ou amigo, ou entao parente, de Maria. Sabemos que Jesus tinha sido convidado para a festa com seus discipulos. Sem divida a presenga de convidados extras na festa pode ter contribufdo para que faltasse vinho com o passar das horas. As festas de casamento eram ocasides alegres, durante as quais os convidados consumiam grandes quantidades de alimento e vinho. Na cultura hebraica, o consumo de vinho fazia parte do entretenimento dos convidados ¢ da apreciagao da convivéncia de uns com os outros. Essa 14 == Os milagres de Jesus bebida era por vezes dilufda com 4gua para manter 0 nivel de élcool baixo. Além disso, as regras da sociedade tornavam a embriaguez culturalmente inaceitavel. De fato, a Biblia fala contra a bebedice. A certa altura da festa, os criados viram que o suprimento de vinho estava diminuindo e ia acabar. Esse apuro causaria um embarago inevitavel para o casal de noives e para a familia, assim como uma despesa financeira inescapavel. Algo tinha de ser feito depressa para contornar a situag&o € evitar a vergonha social. Maria aproveitou a ocasiio para pedir a ajuda de Jesus. De todos os convidadas e serventes, era ele quem ela conhecia mais. E o relacionamenio entre Maria e Jesus era sdlido, especialmente porque era ele quem a sustentava desde que o seu marido, José, morrera. ‘Aus 11ossos ouvidos, a resposta de Jesus a Maria soa um tanto brusca. Ele disse: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda nao é chegada a minha hora”. No mundo ocidental é muito grosseiro e lalta de boas maneiras um filho se dirigir 4 mae como “mulher”. Nao no tempo de Jesus, em que a palavra mulher era um titulo de respeito assim como o termo senhora é titulo de respeito em muitos lugares. A intengao da fala de Jesus seria equivalente a “minha querida mae”. No entanto, as palavras de Jesus colocaram uma distancia entre ele € sua mae para que ela reconhecesse que uma mudanga havia acontecido no relacionamento deles. Maria tinha de reconhecer que Jesus nao era mais o seu provedor, mas que agora cumpria o papel para o qual Deus 0 havia chamado. As patavras misteriosas “Ainda nfo é chegada a minha hora” apontavam para o seu iminente sofrimento, morte, ressurreigo € ascensao. Maria teve de se lembrar das palavras ditas por Jesus aos 12 anos no templo: “Nao sabieis que me cumpria estar na casa de meu Pai Jesus transformou o relacionamento fntimo entre mae ¢ filho no de uma pecadora necessitada de um Salvador. Ele havia vindo a terra para salvar as pessoas de seus pecados, ¢ Maria tinha de reconhecer que ela também era uma pecadora por quem Jesus viera como o Messias. De fato, como Cordeiro de Deus, ele finalmente morreria uma morte cruel para eliminar o pecado dela. Ele deixou claro que cla nao tinha mais direitos sobre ele do que qualquer pessoa, porque ele era o Filho de Deus, e fora enviado para fazer 0 que o Pai havia mandado. Maria teve de se lembrar que décadas antes, no templo, o velho Simeao havia falado sobre o destino do filho dela. Ele havia dito que a vida de Jesus fora posta paraa queda e o levantamento de Isracl ¢ que uma espada traspassaria também a alma de Maria. +e A transformagao da égua em vinho > 15 Agora, posicionado no estdgio inicial desse destino, Jesus alertou sua mie de que o seu ministério terreno havia comegado. Ele, e nao sua mae, determinaria o programa desse ministério que finalmente levaria 4 sua morte na cruz do Calvario. Entéo, Maria informou aos servos que fizessem o que Jesus lhes ordenasse. Ela sabia que Jesus poderia resolver a situagéo, Scis potes feitos de peda estavam proximos. Eram usados pelos judeus para as lavagens cerimoniais. Cada um tinha a capacidade para trinta a quarenta Jitros. Jesus mandou que os servos enchessem completamente todos os seis potes com agua do poco. Ele quis se assegurar de que os potes estivessem vazios antes de serem cheios com agua potével limpa. Jesus nao falou nenhuma formula magica, nfo tocou na 4gua e nao orou a Deus por um milagre. Nao houve exibigao de poder, nenhum grande truque, nenhuma magica manual. Jesus simplesmente pediu a um dos servos que tirasse um pouco da agua desses potes e a levasse ao chefe dos gargons. E entao o milagre de transformar 4gua em vinho aconteceu. O mistério Os criados viram que a agua havia se transformado em vinho. Incapazes de explicar o milagre que havia ocorrido, foram procurar 0 mestre-de-ceriménias e deram-lhe do vinho. Ele o provou, nao sabendo do milagre, ¢ imediatamente reagiu dizendo a0 noivo que algo tinha safdo errado. Era costume servir 0 bom vinho primeiro e depois o de qualidade inferior. Depois que os convidados tivessem bebido bastante, no conseguiriam perceber a diferenca. Mas ali havia acontecido o contrario, ou seja, o vinho inferior fora servido até acabar, e entao, de repente, o vinho melhor tornou-se disponivel O noivo nao sabia como o vinho bom tinha entrado na sala do banquete. Mas quando lhe contaram que os seis potes de agua estavam cheias com um vinho de melhor qualidade, ele ficou maravilhado com a beleza do presente de casamento que Jesus dera ao casal. A enorme quantidade de vinho tornou-se uu presente de easamento apropriado para os recém-casados. O milagre em si sempre permanecera um mistério para nés, porque © poder sobrenatural de Jesus estava em operagin ao transformar a Agua em vinho. Mas somos capazes de entender alguns aspectos dese acontecimento, isto 6, que quando Jesus realizou esse milagre ele eliminou 16 Os milagres de Jesus o elemento tempo. Fazer vinho leva um longo tempo, que comeca com o- cultivo das uvas, depois colhé-las e espremé-las e, por tiltimo, coletar sucu. E enitau é nevessdriv esperar que a fermentagao ocorra. Depois que © tempo extra se passa, 0 vinho pode ser provado e consumido. E fato conhecido que quanto mais tempo passa, melhor é 0 gosto do vinho. Jesus transformou 4gua em vinho com um milagre que ocorreu instantaneamente. Porém, na verdade, o processo de crescimento, dos brotes minusculos as uvas crescidas e maduras também é um milagre. E mn é também o processo de fermentag4o que opera de modo silencioso e discreto. Nenhum ser humano tem o poder, o conhecimento e a habilidade de reproduzir esses milagres. De acordo com 0 apéstolo Jo%o, transformar gua em vinho foi o primeiro sinal miraculoso que Jesus realizou em Cand da Galiléia. Os milagres revelavam a gloria de Jesus, mas também cumpriam 0 propésito de fazer que seus discipulos pusessem a fé nele. De modo geral, os milagres ovorriam para criar £é em Jesus, ou em resposta 4 f8. Ao transformar agua em vinho, Jesus fez seus discfpulos se transformarem em crentes. Eles puderam verificar a verdade de suas palavras de que veriam o céu aberto 08 anjos de Deus subindo ¢ descendo sobre o Filho do homem. . O relato da festa de casamento coloca Jesus no centro do palco. Nao nos é dito nada sobre o noivo, a noiva, o mestre-de-ceriménias, ou o relacionamento de Maria com o casal. O enfoque primério nesse quadro esté em Jesus, o operador do milagre. Os outros elementos sao propositadamente deixados de lado. Jesus demonstrou a sua gldria como aquele que foi enviado pelo Pai para estar no mundo. Esse sinal foi o primeiro de uma série de milagres que Jesus realizou durante o seu ministério. Pontos a ponderar * H& uma medida de simbolismo nesse relato. A presenga de Jesus no casamento em Cand aponta para o banquete de casamento celestial no final dos tempos. Nessa orasifio, Jesus seré 0 noivo, e 0 povo de Deus anoiva. Vejo aqui uma ilustragao dentro de uma ilustrag4o porque os convidados no casamento da noiva serfo 0 pove de Deus, ¢ eles, por sua vez, serdo a noiva do noivo, isto ¢, do Cordeiro. + Jesus nao transforma mais a Agua em vinho em casamentos, mas ele quer estar presente num casamento quando marido e mulher dao ini- “eA transformagio da 4gua em vinho = 7 cio a uma familia, Ele deseja ser o chefe de cada familia, 0 convidado invisivel em cada refeigao € 0 ouvinte silencioso em cada conversa. Jesus ainda vem oferecendo promessas e diz a um casal de noivos para confiar nele de todo 0 coragdo e nao confiarem em seu proprio entendimento. Ele insiste com eles para que 0 reconhegam em tudo © que fizerem e entao cle os abencoaré fazendo que seus caminhos sejam reto: _ JESUS ACALMA “=< UMA TEMPESTADE 7 Mateus 8.23-27; Marcos 4.35-41; Lucas 8.22-25 A tempestade No final de um dia movimentado ensinando as multiddes, Jesus estava fisica e mentalmente exausto. Ele havia curado muitas pessoas doentes na margem ocidental do Lago da Galilia e ensinara multidées de pessoas durante grande parte do dia. Ao entardecer, ele entrou num barco de pesca com seus discipulos. O barco provavelmente pertencia a um deles, talvez Pedro, Jesus Ihes disse que rumassem para 0 outro lado do lago, uma area em que os judeus evitavam por causa de sua populagdo predominantemente gentia. Enquanto atravessavam o lago, outros barcos os seguiram. Jesus ansiava por um periodo de descanso e relaxamento. Tendo encontrado um lugar na parte de tras da embarcagao, adormeceu quase que imediatamente. Mesmo tendo demonstrado resisténcia admiravel durante todo aquele dia, nesse momento mostrou que o seu corpo nso. Enquanto os discipulos manejavam os remos € 0 precisava de des leme da embarcacio, ele dormia. Os discfpulos — muitos deles pescadores ~ estavan bem familiarizados com a configuragao da terra a volta, bem como com as dimensées ¢ 03 perigos dessas dguas. A disténeia de um lado a outro do lago, de oeste a leste, é de treze quilémetros; e de norte a sul, 21 quilémetros, Como uma extensfio do Rio Jordio, a lago esté localizado numa depressiio profunda, rodeada por morros altos com excegio de um trecho largo nos seus dois =< Jesus acalma uma tempestade = 1 limites, ao norte ¢ 20 sul. Fmbora o lago se ache muitfssimo abaixe do nivel do mar, recebe sua 4gua das neves que derretem no Monte Hermom que fica préximo, ao norte. Nos meses quentes do verdo, a temperatura no lago pode subir a 37 graus centigrados na sombra. Quando o ar fresco da montanha se precipita para haixo e encontra o ar quente que esta sobre o lago, tempestades repentinas se desenvolvem e transformam suas aguas geralmente calmas em redemvinhos violentos e perigosos. O choque repentino de massas de ar representa um perigo mortal para as pessoas que estiverem no lago quando isso ocorre. Ondas tempestunsas de quase dois metros de altura apavoram até os pescadores mais experientes. Podemos imaginar muito bem que foi exatamente isso 0 que ocorreu no Lago da Guliléia naquele comego de noite quando Jesus estava adormecido na popa. Uma tempestade repentina lhes sobreveio, mas Jesus estava dormindo profundamente com a cabeca sobre uma almofada de marinheiro. Ele estava alheio ao mundo, embora uma tempestade estivesse ocorrendo a sua volta. Nem 0 uivo do vento, ¢ o salpico das ondas ou messuy as guinadas bruscas do barco tiveram qualquer efeito sobre ele, Nada parecia acordé-lo. Contudo, quando chamado, ele imediatamente deu atengao aos gritos de seus disefpulos. Fles clamaram ao seu Senhor e Mestre que 0s salvassem de morrer na Agua. Seus gritos 0 alertaram para a realidade de que as vidas deles estavam em perigo. Eles estavain perecend © precisavam de ajuda imediata. Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar que se aquietasse. De repente, 0 vento cessou e 0 mar tornou-se totalmente calmo. A Agua ficon I Apés esse incidente, Jesus se dirigiu aos discipulos e perguntou-lhes por que eles tinham ficado com medo. Cum regra basica, eles deveriam ter reconhecide que na presenga de seu Mestre eles estavam sempre a salvo ¢ seguros, Certamente 0 vento e as ondas soltaram sua ftiria contra todos que estavam sohre o lago, mas com Jesus no barco eles nada tinham a temer. Mesmo assim, isso exigia fé nele. Portanto, Jesus Ihes fez a pergunta objetiva: “Onde esta a [é de vocés?” Jesus nunca repreendeu ninguém por confiar demais nele. Ele sempre presta atengéo na fé como de uma crianga de seus seguidores. Qs disefpulos ficaram aténitos quando presenciaram o poder de Jesus sobre os elementos da natureza. Observaram um milagre em meio a uma situayae dificil e assustadura subre a qual Jesus mostrou ter controle total. a como vidro. 20 “= Os milagres de Jesus = Por que eles nao reconheceram que, com Jesus no harco, jamais afundariam? Como o agente da criagio, ele controlava totalmente os elementos da nalureza. Nao sabiam eles que toda a criacao tinha de obedecer ao seu comando? Se tivessem apenas sabido que eles tinham o Criador do universo a bordo, eles teriam tido certeza de estarem seguros. Jesus ndo os repreendeu por mostrarem medo e sim pela falta de fé. Portanto, ele Ihes ensinou a lig&o que na presenca de seu Mestre eles estavam sempre a salvo € seguros. A sobcrania de Jesus Os discfpulos ficaram aténitos quando viram que a soberania majestosa de Jesus ahrangia tanto o vento quanto as ondas. Perguntaram: “Quem é este que até os ventos eo mar lhe obedecem?” Eles haviam testemunhado sua capacidade de vencer as forcas da natureza, que eles viam como sendo os poderes das trevas. Eles se lembraram de Moisés, que ao estender sua mao sobre o Mar Vermelho dividiu as aguas para que os israelitas pudessem atravessar cm scguranga para o outro lado. Do mesmo modo, nos dias de Josué as éguas do Rio Jordao pararam de correr para que todo o Israel pudesse atravessar em terra seca. Durante todo o tempo, eles sabiam que ninguém a nao ser Neus podia controlar 0 vento ea tempestade. Entéo Jesus apenas falara 4 tempestade, e o vento e a gua lhe obedeceram. EF. verdade que por causa de sua familiaridade com a natureza eles sabiam que tempestades no mar da Galiléia podiam surgir ¢ se dissipar em questao de minutos. Mesmo assim, em meio ao vento uivante e as ondas, Jesus disse palavras de repreensio, e essas forcas naturais instantaneamente se tornaram subservientes a cle. Quando esse milagre ocorreu, seus disefpulos o reconheceram como Filho de Deus e Filho do homem. Os discipulos haviam visto uma demonstragao da divindade de Jesus em agao. Ele nao era mais o carpinteiro que se tornara profetae 6 mestre que viera de Nazaré. Reconheceram que ele era tanto divino quanto humano, com poder para controlar a natureza a sua volta. Respeitaram-no profiindamente e reconheceram Jesus como seu Senhor Soberano. Jesus cumpriu as palavras do salmista que falou de pessoas safrem ao mar em navios, de tempestades ¢ ondas, de marinheires gritando ao Senhor, ¢ de Deus apaziguando a tempestade até ela se transformar num murmtrio (S] 107.28-30) Jesus acalma uma tempestade “ 21 Pontus a ponderar * Se os disefpulos soubessem que Jesus era o agente da criagao e tinha poder sobre as forgas da natureza, eles teriam deixado que ele dormisse. Ele estava precisando desse bem merecido descanso, Deveriam ter reconhecido que Jesus nunca exporia a si ¢ a seus discipulos ao perigo de se afogarem no Mar da Galiléia. Porém, em vez de crer e confiar, faltou f6 a eles, 0 que fez que ficassem com muito medo, * Omedo é uma reagdo natural as forgas externas? Sera que o medo sem- pre demonstra falta de fé? Os cristdos podem sentir medo em algumas situagGes? A resposta a essas perguntas é que o medo realmente afasta a fé; inversamente, a fé langa fora o medo. Nos Evangelhos, em Atos € Apocalipse, Jesus repetidamente diz a0 seu povo: “Nao temam!” Ele deu a seus seguidores esta promessa: “Eis que estou convosco até & consuma- cao do século” (Mt 28.20). Sempre que estamos numa situacdo que nos causa medo como reagdo natural, devemos lembrar que o medo deve nos levar para junto de Jesus, e nao nos afastar dele. Fle esté sempre junto ands ¢ diz palavras de incentivo. Jesus nos liberta do medo. * De outro lado, a Escritura nos ensina a temer a Deus ¢ ama-lo de todo. coragao, alma e mente. Expressamos temor piedoso quando vivemos em harmonia com sua Palavra e seus preceitos. Temor no sentido de reveréncia a Deus é uma das maiores riquezas espirituais que podemos possuir. Nés 0 reverenciamos como Criador de todas as coisas; nés sabemos que cle esta totalmente no controle de cada situagéo, inclusive as tempestades de um ou outro tipo que transtornam a nossa vida. , AALIMENTACAO “= DOS§ CINCO MIL Mateus 14,13-21; Marcos 6.32-44; Lucas 9.10-17; Jodo 6.1-13 Pastor e ovelha Todos os quatro Evangelhos registram o milagre de Jesus ter alimentado cinco mil homens, nao contando as mulheres e criangas. Se nds concordarmos que o ntimero de homens é cquivalente ao ndmero de mulheres, a multiddo dobra quanto ao tamanho. E se acrescentarmos as criangas, a contagem total pode bem chegar a mais de 24 a trinta mil pessoas. Nao hd diivida que alimentar uma tal multidao no impulso do momento é um milagre. Os escritores dos Evangelhos também informam onde © quando essa refeigao aconteceu. Jesus e seus discipulos tinham ido a um local solitario longe de cidades ¢ vilas vizinhas. Foi na margem leste do Lago da Galiléia na estagiio da primavera, provavelmente em abril, enquanto a grama ainda estava verde. Jesus escolheu esse lugar para ficar em privacidade e estar longe das multiddes que o seguiam para todo lugar que fosse. Contudo, a tranqiiilidade que Jesus e seus diseipulos procuravam acabou quando milhares de pessoas se aproximaram dele. Elas rodearam v lao e chegarain ao lugar em que Jesus estava. Queriam que ele curasse seus doentes, bem como iam para serem instrufdas por ele. Jesus passou o restante do dia ministrando as pessoas porque eram como ovelhas sem pastor. Embora os lideres religiosas daqueles dias tentassem dar-lhes direcionamento espiritual e instrugdo religiosa, acu mil or A alimentagdo dos 23, falhavam nisso. Jesus satisfez essa necessidade. Ele cuidou das pessoas com seu ensino, € com seus atos curou os doentes € aflitos. ‘As pessoas ficaram ali até o fim do dia. Logo ficou aparente que estavam necessitadas de alimento fisico. Terminara o tempo para instruir as multid5es, e chegara o momento de cuidar das necessidades de seus corpos fisicos. Em certo sentido Jesus se tornava 0 gracioso anfitriao, enquanto as pessoas eram seus héspedes esperancosos. Seré que ele seria capaz de cuidar dessa imensa multidao ¢ ainda ser seu supridor? Todos os escritores dos Evangelhos relatam que os discipulos chegaram a Jesus com a sugestéo de mandar as multiddes embora para que as pessoas pudessem comprar alimento nas vilas vizinhas. Mas Jesus sabia exatamente o que ia fazer. Ele perguntou aos discfpulos se tinham dinhciro suficiente para comprar pao para todas aquelas pessoas. Ele queria que eles participassem da tarefa de alimentar as multiddes, e os testou quanto A fé que eles tinham quando mandou que satisfizessem a caréncia fisica de todas aquelas pessoas. Filipe fez um célculo rapido e supds que a quantia de dinheiro que um trabalhador ganhava em oito meses no scria suficiente para propiciar a cada pessoa nem mesmo uma mordida no pao. Ele percebeu rapidamente a impossibilidade de tazer face as necessidades das multidées. Sua sugestao_ tinha sido mera suposigao ¢ agora ele olhou para Jesus esperando que ele o ajudasse a resolver o problema. Pao e peixe André, irmao de Simao Pedro, viu um menino que tinha cinco pequenos pies de cevada ¢ dois pequenos peixes. Era o suficiente para satisfazer a fome de um menino, mas ndo representava nada diante de uma multidao. Portanto, André questionou Jesus sobre até que ponto essa pequena quantidade de alimento iria satisfazer As necessidades de uma multidao. André falhou em reconhecer que ele estava na presenga do Criador do universo que diariamente alimenta todas as suas criaturas. E mais, os disc{pulos nao perceberam que Jesus nunca manda embora as pessoas de mdos vazias. Ele sempre ministra aqueles que vao a ele em dependéncia total. © pao de cevada era comido pelos pobres que nao tinham condigées de comprar pao feito de gros melhores. A cevada é imprépria para se fazer um pio substancioso; o trigo e o centeio prestam-se mais a isso. Os dois << Qs milagres de Jesus = pequenos peixes eram do tamanho de sardinhas servidas como petiscas quando salgadas. Essa foi a escolha de Jesus para alimentar a multidao. Jesuy matidou que os discipulos fizessem que as pessoas se sentassem. na grama verde em grupos de cem ¢ de cingiienta. Isso foi feito por familias, ¢ assim o ntimero total pode rapidamente ser contado. Estavam sentados em divisdes estabelecidas de maneira ordenada, para que nao houvesse nenhuma confiusdo. Os pais de familia estavam encarregados de reunir seus proprios clas, muito parecido com 0 modo em que Moisés agrupou os israelitas no deserto do Sinai. Entéo, Jesus tomou 0 pao e 0 peixe nas maos, olhou para o céu. ¢ abengoou 0 alimento com agées de graya a Deus, o doador de todo dom bom e perfeito. Assim, mostrou as pessoas como dependerem de Deus para suprir suas necessidades, e a necessidade de expressar gratidao. Quando lesus partiu o pio, o milagre da multipticagao que ocorreu nao pode ser explicado de mancira satisfatéria por ninguém, Perguntas sobre esse milagre so muitas, mas as Escrituras silenciam sobre como o milagre ocorreu exatamente. Esse milagre, no entanto, pode ser explicado se 0 compararmos com 0 milagre que Deus realiza quando, diariamente, ele alimenta a populagio total da terra. Sem diivida nenhuma, esse feito éum milagre! Jesus entregava 0 pao € 0 peixe a seus discipulos, que por sua vez passavam © alimento adiante para as pessoas até que elas ficassem satisfcitas. Quando j4 haviam comido o suficiente, ele instruiu os discfpulos a recolherem os pedagos de pao e peixe para que nada fosse desperdicado, Toda a comida que sobrou encheu doze cestos. Esse milagre mostra Jesus cuidando tanto das necessidades espirituais quanto das necessidades fisicas do povo. Ele Ihes ensinou as Eserituras do Antigo ‘Testamento ¢ trouxe-lhes a revelagio de Deus, Resumindo, deu-lhes o pao da vida. E, no final do dia, alimentou-os com pao e peixe para sustenta-los fisicamente. Pontos a ponderar * Deus é bom para todos, pois ele faz que a chuva caia sobre os justos ¢ os injustos. De fato, ele providencia diariamente alimento e bebida para todas as pessoas, mesmio que algumas passem por periodos de tome. Em poucas palavras, esse fato em si 6 um milagre que pede respostas de gratidao de seus beneticidrios, 25, A alimentacao dos cinco mil Na hora das refeigdes os cristios expressam sua gratidao a Deus e muitas vezes ensinam os filhos a orar “Deus é grande, Deus é bom, € nés Ihe damos gracas pela refeigdo”. Jesus expressou sua gratidao a Deus o Pai, ¢ pelo seu exemplo ensina os cristéos a também expres sarem a sua gratidao a Deus. Contudo, negligenciar o agradecimento &um ato de desrespeito que resulta em se distanciar do Deus vivo. As pessoas que Jesus alimentou provavelmente pensaraim no proteta Elias, cujo milagre em Sarepta consistiu no pote de farinha nunca se esvaziar e na botija de azeite nunca secar (1Rs 17.7-15). E eles se lembraram que 0 profeta Eliseu alimentou cem homens com vinte bolos de cevada e ainda sobrou comida (2Rs 4.42-44). Nesse caso, elas reconheceram no meio deles um profeta muito maior do que Elias ou Eliseu. Viram-no como sendo aquele que Moisés havia predito, ou seja, o Messias, o grande Profeta. Elas até quiseram fazé-lo seu rei para derrubar os ocupantes romanos. Mas Jesus nio seria um rei politico num reino terreno. Ele é Rei dos reis e Senhor dos senhores num reino que nao é deste mundo. car JESUS ANDA SOBRE Yes A AGUA Mateus 14.22-33; Marcos 6.45-51; Jodo 6.16-21 Embarcacao lenta Depois de passar horas agradéveis no comeco da noite com parentes ou amigos, sabemos que chegou a hora de nos despedir. A seguir, a tarefa de arrumar a sala e lavar a louga cabe a nés, os donos da casa, como bons anfitrides. Entao, relaxamos por alguns momentos antes de nos retirarmos para uma noite de descanso Em certo sentido, foi isso 0 que acontecev com Jesus e os disefpulos. Ap6s alimentar uma multidao de cinco mil homens, nao contando as mulheres e criangas, Jesus despediu o povo. Mandou que seus discfpulos entrassem no barco e fossem a frente, atravessando o Lago da Galiléia em direeao a cidade de Betsaida. Ele préprio se retirou e foi a um monte para orar. Ele precisava de tempo para estar a s6s e ter comunhfo com seu Pai Entre outras necessidades, ele orou pela seguranga e pelo bem-estar dos discfpulos, que precisavam ser protegidos dos elementos tempestuosos do vento, da 4gua e das ondas. Era ode da noite quando os discipulus entraram no barco. Logo que deixaram a praia, eles enfrentaram um vento que rapidamente se transformou numa tempestade. Os discfpulos ficaram impossibilitados de fazer qualquer progresso visivel. Sem conseguirem levantar velas, foram forgados a manejar seus remos, mas toda a forca fisica deles parecia produzir pouco resultado. Perceberam que 0 progresso era minimo, e 27 = Jesus anda sobre a agua *» depois de muitas horas remando nao haviam passado do meio do lago. A noite estava chegando ao fim e, nas tiltimas horas da noite, eles ainda estavam cerca de cinco quilémetros e meio do seu destino Cansadas e frustrados, eles viam que os seus esforgos estavam resultando num sucesso muito limitado. Os discfpulos queriam saber por que Jesus os tinha mandado sair de barco, sozinhos, tarde da noite, Ele os havia abandonado? Especialmente em tempo tempestuoso queriam ouvir palavras de afirmacio da parte dele; teriam aceitado de bom grado uma mostra de seu poder onipresente sobre a natureza. Com certeza eles se perguntavam onde ele poderia estar. Sera que estava dormindo enquanto eles lutavam? Enquanto expressavam essas preocupagoes, de repente eles viram alguém caminhando sobre as ondas do lago. Tinham remado a noite toda sem fazer progresso visivel, e agora viam uma figura indistinta a distancia, aproximando-se sem fazer esforgo, como se fosse passar por eles. Como um homem podia caminhar sobre a superficie da 4gua como se fosse terra seca? Eles ficaram cheios de medo. De repente um deles gritou: “E um fantasma!” Todos concordaram que era um fantasma, um aparecimento ilusério, wm espfrito demonfaco flutuando como fantasma acima da superficie da agua. Eles ficaram aterrorizados, ¢ cada vestigio de coragem desapareceu. Entéo ouviram uma voz conhecida, a voz de Jesus dizendo-lhes: “Animem-se, sou eu. Nao temam”. Jesus ndo os havia abandonado. Ele tinha estado orando, pedindo a seu Pai que os protegesse dos males ¢ perigos. Mas agora queria fortalecer-lhes a fé mostrando-lhes que ele controlava os elementos atmosféricos. Bem na frente deles, testemunharam o milagre de Jesus exercer seu poder total sobre a natureza; ele tinha a capacidade de desafiar as leis da gravidade e da liquidez. As forcas fisieas eram totalmente submissas a ele. Fé e temor Esse milagre produziu em Pedro a reagdo que Jesus esperava, isto é, que Pedro cresse nele. Pedro disse: “Senhor, se é © senhor, mande-me chegar até af sobre as aguas”. Ele nd duvidou nem por um momento que a pessoa fosse Jesus. De fato, por saber que era Jesus, pediu ao Senhor se podia andar com ele sobre a Agua. Seu pedido nao teve a finalidade de mostrar a seus condisc{pulos que ele tinha mais f& do que eles. Pedro 28 +», Os milagres de Jesus » queria ficar proximo de Jesus para que ele também tivesse a experiéncia do poder de Cristo sobre a natureza. Ele precisava da aprovagao divina do Senhor para fazer que esse milagre se Lornasse auténtico para ele mesmo em resposta a fé. Enquanto Pedro olhava para Jesus, ele realmente péde andar sobre a agua enquanto os ventos sopravam ¢ as ondas se moviam. No momento em que ele desviou o olhar do Senhor e viu a forca do vento e da Agua, afundou. Mas antes de submergir, gritou por socorro. Imediatamente Jesus 0 pegou pela mao eo tirou da Agua. Uma repreensao branda veio dos labios de Jesus: “Homem de pequena fé, por que duvidaste?” Entao, ambos subiram no barco ¢ o poder do vento parou imediatamente, para admirayao dos discipulos. Eles o adoraram e disseram: “Verdadeiramente, o Senhor é 0 Filho de Deus!” Pedro havia desviado o seu olhar de Jesus ¢ por isso afundou na Agua. Quando gritou “Senhor, salve-me!”, Jesus tomou pela mao eo levantou para que entrasse no barco. Observe que a urgente oragdo de Pedro por livramento foi seguida por adoracao genuina. sobre a agua, Pedro andou sobre a agua, ¢ 0 vento parou de soprar. Qual é 0 significado dessa séric de milagres? Como explicamos esses fendmenos? Podemos comecar com a alimentac3o dos cinco mil, em que Jesus demonstrou seu poder de realizar um milagre extraordinario. Isso deve ter deixado nos discfpulos a impressio indelével de que, da perspectiva humana, Jesus podia fazer o impossivel. Mas suas mentes estavam embotadas por falta de sono ¢ dos misculos supercansados dos bragos e pernas. Seus coragées estavam insensiveis e desatentos. No meio de uma tempestade, os disefpulos cansados dos remos deixaram de aplicar o sentido do milagre A sua situagao presente. Na verdade, 0 mailagre de Jesus caminhar sobre a agua veio inesperadamente a noite em condigées chmaticas adversas. Jesus gritou aos discipulos: “Sou eu, nado tenham medo”. Ao dizer as palavras “Sou eu”, cle assumiu a identidade de Deus que comissionou Moisés para ir aos israclitas no Eyito e dizer: “Eu Sou me enviou a vs outros” (Ex 3.14). Deus se revelou como 0 onipresente Deus que realizou milagres entre eles no Egito ¢ na travessia do Mar Vermelho. Do mesmo modo, Jesus caminhou sobre a 4gua do Lago da Galiléia e identificou-se como sendo divino. Seus discfpulos 0 adoraram como o Filho de Deus, 0 Messias. Como o Senhor do universo, Jesus podia desafiar a lei da gravidade porque ele é 0 doador da lei e pelo seu divino poder ele sujeita a lei. Jesus andou © Jesus anda sobre a agua Pedro pode caminhar sobre a agua porque sua fé em Jesus o capacitou. Mas quando ele desviou os olhos de Jesus ¢ comegou a oscilar, o milagre terminou para Pedro. O vento parou de soprar no momento em que Jesus entrou no barco. Esse fendmeno também ocorreu num incidente anterior quando ele acalmou a tempestade no Lago da Galiléia. E, entao, com Jesus a bordo, 08 discfpulos chegaram a0 outro lado em tempo recorde, o que pode ser interpretado como outro milagre, embora menor. Pontos a ponderar + Sempre que os disefpulos entravam no scu barco de pesca com Jesus, ele, na maioria das vezes realizava um milagre; por exemplo, cle acalmou uma tempestade, pegou uma quantidade grande de peixes e andou sobre a agua. Mas como Jesus desafiou as leis da gravidade eda liquidez? A resposta a essa pergunta s6 pode ser dada se virmos Jesus como o Criador do universo. Seré que cle, que criou tanto a forga de atragao da gravidade quanto as extensdes de 4gua, nado tem controle sobre o que criou? Por causa de sua divindade ele tem autoridade sobre os elementos na natureza. + Jesus realizou o milagre de andar sobre o Lago da Galiléia para forta- lecer a fé dos discipulos ¢ assegura-los de que eles nada tinham a temer. Ele se identificon com as palavras “Eu Sou” que em certo sentido é 0 proprio nome de Deus, Observe que Jesus se identificou dessa mesma maneira no Jardim do Getsémani ¢ 0 resultado foi que os guardas do templo que haviam ido para prendé-lo cafram ao chao. + Os discfpulos tiveram de aprender a ligdo da proximidade de Jesus no meio de uma tempestade. Eles gastaram sua energia remando durante toda a noite, Embora tivessem feito pouco progresso, viram o poder miraculoso de Jesus sobre as leis da natureza. Por essa razao, © reconheceram e o adoraram como 0 Filho de Deus. + Paulo escreveu: “Tudo posso naquele [Cristo] que me fortalece”. Isso quer dizer que cle podia fazer todas as coisas na presenca do Senhor con- tanto que caminhasse com seguranga nos passos de Jesus. Seguidores de Jesus encontram tempestades freqiientes na vida, mas na medida em que se lembram de que ele est ao lado deles, esto seguros. A ALIMENTACAO , DOS QUATRO MIL ~~ Mateus 15.29-39; Marcos 8.1-10 Comida para todos Um professor experiente sabe que a repetigao é a formula comprovada para se aprender bem. Para ajudar seus alunos a aprenderem uma licdo, 0 professor precisa repeti-la de tempos em tempos. Jesus nfo era excegSo a essa regra. Por exemplo, os Evangelhos apresentam relatos duplicados das Bem-aventurangas, da Oragao do Senhor e da parabola da ovelha perdida. Os escritores dos Evangelhos registram dois milagres de alimentar uma multidao: cinco mil pessoas e quatro mil pessoas. Algumas pessoas créem que se trata de um sé © mesmo milagre, apresentado como dois casos diferentes, Mas a comprovacao esmagadora mostra que ha duas ocasides, duas situagdes, dois lugares e dois métodos contrastantes. Num dos relatos, as pessoas esto com ele por um dia sé; no outro, elas ficam 14 por trés dias. Até mesmo Jesus se refere a esses dois incidentes quando ele interroga os discfpulos sobre a quantidade de sobras de comida que tinham reunido. Na primeira ocasido eles responderam que havia doze cestos cheios e, na segunda, sete. Multidées de pessoas que chegavam aos milhares tinham ido até Jesus, Entre elas havia muitos doentes e sofredores: os cegos, 0s aleijados os mudos. Ele curou todos de maneira que os cegos puderam ver, os aleijado: que sofriam de perda de audig&o, que eram possessos por demdnios ou aram e os mudos falaram. Sem diivida havia muitos outros: -«® A alimentagao dos quatro mil “= 31 sofriam de um tipo ou outro de deficiéncia fisica. Jesus curou a todos com o resultado de que eles glorificaram ao Deus de Israel. A multidao ficou com Jesus por trés dias durante os quais consumiram todos os suprimentos de comida que haviam levado consigo. Jesus se moveu de compaixdo; ele percebcu que era hora de agir. Se mandasse as pessoas para casa com fome, elas poderiam desmaiar pelo caminho. Os discfpulos de Jesus perguntaram onde poderiam encontrar comida suficiente para alimentar uma multidao tao grande. A pergunta deles foi retorica, pois cles j4 sabiam a resposta. E claro que se lembravam do que ele havia feito antes para alimentar uma multidao. O mesmo milagre Jesus perguntou aos discipulos quanto pao tinham consigo, ¢ eles responderam: “Sete pies ¢ alguns peixes”. Se fosse apenas para os discipulos, essa quantidade seria insuficiente; para uma multidao, entao, seria o mesmo que nada. Uma multida’o de quatro rail homens, nao contando as mulheres e criangas, tinha de ser alimentada. Se Jesus podia alimentar uma multidao de cinco mil com cinco pies e dois peixes, ele podia com igual facilidade alimentar quatro mil com sete pies e uns poucos peixinhos. Se ele foi capaz de realizar um milagre no primeiro caso, certamente seria capaz de fazé-lo de novo. Dessa vez nao havia grama verde onde as pessoas pudessem se sentar. Havia s6 a terra dura com grama seca. Isso indica que os dois relatos no aconteceram na mesma estagdo do ano. Jesus disse as pessoas que se sentassem. Tomou 0 pao e orou agradecendo a Deus. Depois partiu os pies e continuou dando-os aos discipulos que os distribuiram ao povo. Jesus fez. a mesma coisa com os peixes, pelos quais deu gragas a Deus, ¢ com a ajuda de seus homens alimentou as multiddes. Pao € peixe constituiam uma refeig&o comum para as pessoas na regido do Lago da Galiléia. No momento em que Jesus partia 0 pio ¢ o peixe, o milagre acontecia. Nenhum ser humano é capaz de explicar como esse feito foi realizado, pois 0 ato em si foi uma dédiva de Deus a seu povo por meio das mios de seu Filho. Todas as pessoas na multid’o comeram até ficarem satisfeitas e assim receberam energia para viajar de volta a seus lares. Jesus instruiu seus discfpulos a juntar as sobras para que tudo ficasse limpo e arrumado. Nada foi desperdigado. A comida que coletaram encheu sete cestos. Eram cestos grandes de boa capacidade. Nao ha explicagio Os milagres de Jesus > sobre 0 que foi feite com a comida extra, mas podemos imaginar que ela foi distribuida aos pobres. Jesus mais uma vez provou ser o provedor tanto das necessidades espirituais quanto das necessidades fisicas das pessoas. Ele despediu as multidoes, e ele ¢ seus discfpulos embarcaram e foram para o outre lado do lago. Velejaram cm diregao a uma cidade chamada Dalmanuta, no Hitoral sudoeste na regido de Magdala. Pontos a ponderar + A repeticao do milagre dos pies e dos peixes enfatiza o fato de que Jesus 60 operador de milagres que cuida de pessoas necessitadas. Ele acena Als pessoas para que se ucheguem a ele, e quando elas correspondem e vao, ele as abengoa com dadivas celestiais e terrenas ¢ depois lhes da descanso. Os politicos chamam as multidées a irem para ouvi-los. Prometem muitas coisas, mas s&o incapazes de Ihes dar as dédivas que Jesus promete. + Jesus mostra o seu amor por todas as pessoas ao dar a elas as coisas os neiais a vida. “O amor de Deus é bem maior do que lingua ou pena jamais pode contar.” A multidao de quatro mil, néo contando mulheres e criangas, era constituéda de judcus e gentios. As multidoes tinham viajado de longe e de perto, 0 que significa uma multidao mista. No decorrer de todo o seu ministério, Jesus ajudou igualmente a crentes e descrentes. Ele louvou os gentios por crerem nele, mas repreendeu incrédulos que haviam testemunhado os milagres que ele fez, em seu meio, mas se recusaram a crer. Comparou-os com os habitantes de Sodoma e Gomorra, que se levantariam contra eles no dia do juizo final. * Nessa histéria, os discipulos estavam envolvidos no ato de dar até que todas as pessoas fossem supridas. Tudo o que Jesus suprin, os discipulos deram a outros € no final eles juntaram o que sobrou. A ligo que seus seguidores precisam aprender é que devem dar gencrosamente aqucles que cstao neccssitando. De graga recebemos, de graga damos. Muitas vezes tenho desafiado as pessoas para se igualarem a Deus em dar presentes. Entao eu acrescento o prog- néstico de que elas falharéo porque Deus sempre dé muito mais béngaos do que podemos imaginar. JESUS PAGA O Sao =" [MPOSTO DO TEMPLO ” Mateus 17.24-27 Pergunta e resposta De todos os quatro escritores dos Evangelhos sé Mateus, 0 ex- cobrador de impostos, relata o fato de Jesus ter pago 0 imposto do templo — um imposto anual para a manutengdo das cerimdnias religiosas no templo de Jerusalém. Correspondia a meio siclo, que era o cquivalente ao que recebia um trabalhador por dois dias de trabalho, e todo homem judeu de mais de 20 anos tinha de pagar essa quantia. Nio sahemos seas judeus desembolsavam essa taxa anual durante suas visitas ao templo ou pagavam o cobrador de impostos quando ele passava pela regiao rural. Mateus conta-nos que os cobradores de impostos se aproximaram de Pedro e perguntaram se o seu mestre pagaria 0 imposto exigido do templo. ‘Tornou-se evidente que tanto Jesus quanto Pedro estavam perto da data especificada ¢ que essa taxa tinha de ser paga antes desse dia. ALE os judeus que viviam permanentemente fora do pais tinham de pagar suas taxas ¢ mandar o dinheiro para Jerusalém. Conquanto as pessoas sentissem averséo @ cobranga romana de impostos que os fazia sujeitos a um poder estrangeiro, elas nao faziam objegdes a pagar a taxa do templo porque esta nada tinha a ver com Roma. Elas sabiam que Deus havia estipulado essa taxa para que a religiao de Israel pudesse ter continuidade. 34 Os milagres de Jesus » Os cobradores de unpustus podem ter pensado que Jesus, como um mestre em Israel, deveria estar entre os primeiros a obedecerem as leis e aos regulamentos de Deus. Eles foram a Pedro, porta-voz dos disefpulos, © perguntaram sobre a negligéncia de Jesus em pagar a imposto, mas nada disseram sobre Pedro estar atrasado. A razao pela qual Jesus ndo tinha pagado em dia pode ter sido por causa de seu trabalho como mestre itinerante. Talvez ele e seus discipulos. tivessem estado numa viagem missiondria longe de Cafarnaum, Mas Jesus nao podia ser acusado de negligéncia voluntéria, porque cle teria estado entre os primeiros a cumprir suas obrigagdes. Talvez tenha sido que tanto ele quanto Pedro estivessem sem dinheiro em moeda naquele momento. Caso contrario nao teria sido necessério ir pescar por uma moeda. Outro aspecto do milagre é que Jesus nao quis ofender o cobrador de impostos, Como qualquer cidadao judeu ele cumpria suas obriga- des, e também pagou o imposto de Pedro, para evitar algum tipo de contenda adicional. Jesus o Rei Os cobradores de impostos perguntaram a Pedro se Jesus pagava a taxa do templo. Motivado pelo seu sensu de dever religioso, Pedro logo respondeu: “Sim, paga’. Fle presumiu que Jesus pagaria sua parte anual para a manutengo do templo. Mas antes que ele pudesse falar, Jesus fez uma pergunta a Pedro. Ele perguntou se tributos e taxas so cobrados de reis e seus filhos ou de outros, isto é, cidadaos ¢ estrangeiros que moravam no pais deles. A pergunta de Jesus tocou no tema de rei ¢ reine. No seu Evangelho, Mateus da destaque a esse tema repetidamente. Por exemplo, os magos foram a Herodes em Jerusalém ¢ perguntaram: “Onde esté aquele nascido rei dos judeus?” Isso significa que Jesus, nascido na familia real de Davi, veio para reinar como rei. Realmente, a Escritura chama Jesus de Rei dos reis eSenhor dos senhores. Consider4-lo um rei terreno de Israel de fato diminui o nivel de sua realeza inigualavel. Jesus disse ao governador Péncio Pilatos que ele era rei de um reino que nao era deste mundo, mas rei de um reino espiritual. Se Jesus rei nesse reino espiritual, por que entdo ele tem de pagar a taxa anual do templo? Um rei deve ser isento de todas as obrigagGes financeiras em seu reino, E se os judcus no tempo de Jesus entendiam que Deus era rei sobre Israel, entao Jesus como seu Filho teria de ser isentado. = Jesus paga o imposto do templo == 35 Mesmo que Jesus pudesse exercer 0 seu direito a soberania, ele nao queria ofender, especialmente nao se eximindo, bem como Pedro, de pagar impostos. Jesus nao queria causar nenhum problema para os cobradores de impostos e seus superiores. Certamente eles nao teriam aceitado suas reivindicagdes 8 posigo de rei Portanto, Jesus mandou que Pedro fosse ao Lago da Galiléia e langasse sua linha e pegasse um peixe. Ele até revelou que o primeiro peixe que pcgasse teria a moeda, um estéter, na boca, que era suliciente para pagar o imposto para Jesus e Pedro. Pedro, o pescador, jogou a linha e pegou um peixe. Quando ele abriu a boca do peixe, encontrou uma moeda do valor exato para a necessidade do momento. Embora esse episédio parega uma simples ilustrayau du dever de pagar 08 impostos que sao devidos, pode-se perguntar se isso foi um milagre. Pareceria mais natural dizer que Pedro como pescador teve sorte em pegur um peixe com a moeda na boca. Entretanto, Jesus estava plenamente no controle da situagao: a énfase nessa passagem nao esté em Pedro ter pegady uu peixe, mas na soberania de Jesus sobre a criagao. Ele sabia com conhecimento divino que o peixe tinha uma moeda na boca. Essa moeda era suficiente para pagar 0 imposto do templo para duas pessoas; era o bastante para Pedro ¢ Jesns. O ponto nesse breve relato é que Jesus 6 0 operador de milagres. Esse foi um milagre do qual o préprio Jesus fui win beneficidrio parcial, com Pedro. Todos os outros milagres que Jesus realizou foram em beneficio de outros. Pontos a pondcrar HA mais nessa historia da moeda na boca do peixe. + Primeiro, tanto Jesus quanto seus discipulos poderiam ter reivindicado isengdo do pagamento do imposto do temply voru base eu seu trabalho de mestres de tempo integral em Israel. Mas esse argumento teria criado dificuldades sem conta para todos: os cobradores de impostos, 0 Arbitros, Jesus e seus discipulos. + Depois, o peixe que Pedro pescou era um grande necréfago que é conhecido como uma lampréia. Ele viu o brilho reluzente de uma = Os milagres de Jesus = 36 inveda que descia para o fundo do lago ca abocanhou. Estava tentando engolir a moeda que estava alojada na sua garganta larga, mas ainda nao havia conseguido se livrar dela quando Pedro 0 pegou. Nao havia nenhuma maneira de encontrar o dono de direito da moeda, por isso Pedro nao podia ser acusado de furto por té-la apanhado. + Também, antes que Pedro conseguisse falar com Jesus a respeito da divida do seu imposto, ele ficou sabendo que Jesus j4 sabia do assunto pela pergunta que ele lhe fez sobre a realeza nao ter de pagar taxas e€ impostos. + Finalmente, pegar o peixe no foi s6 um milagre que forneceu o jantar para Jesus e Pedro. Esse fato realgou a onisciéncia ¢ o poder de Jesus sobre a criagao, incluindo um peixe com uma moeda na boca. aog AFIGUEIRA ‘ AMALDICOADA ~~ Mateus 21.18-22; Marcos 11.12-14, 20-24 O desjejum Aparentemente Jesus ¢ 08 discipulos tinham safdo da casa de Maria e Marta na vila de Betania. Ele nao havia comido nada e estava a caminho de Jerusalém. Caminhando pela estrada, descobriu uma das muitas figueiras na regidio proxima de Betfagé (que significa " figos”), um subdrbio da capital. Jesus caminhou até a arvore a procura de alguns figos pequenos, comestiveis, que sao diferentes dos figos maiores que amadurecem nos meses do verdo. Esses figos do comego da estagao aparecem com as folhas na parte final de marco ¢ comego de abril, precursores da colheita no final do verao. Jesus procurou figos e nada enconwou senao folhas; nao era tempo de figos. Em resumo, o que ele fez foi algo inditil, pois mesmo que Jesus tivesse achado frutos, estes teriam tido pouco valor alimenticio para sustenté-lo durante as horas da manha. A ligdo que Jesus ensinou por meio desse incidente apontava, contudo, no para as suas necessidades fisi asa de 5 € sim para a vida espiritual do povo. Eles levavam uma vida que era tao improdutiva quanto os galhos da figueira, folhas sem truto, Essas pessoas queriam fazer Jesus ret € nomeé-lo como seu Ifder para libert4-los da opressdo romana. Mas a tentativa deles de fazé-lo um rei terreno, em vez de reconhecé-lo como set: Messias, nunca os livraria da carga do pecado e culpa. -< Os milagres de Jesus = A maldicao Jesus olhou para a arvore e pronunciou uma maldigao sobre ela, Ele disse: “Que ninguém nunca mais coma do seu fruto!" Teria Jesus punido essa drvore por ela nao produzir fruto quando ele o procurava numa época do ano em que figos no estavam maduros? Jesus ficou frustrado porque ele precisava de alimento e a figueira recusou dé-lo? A resposta a ambas as perguntas é nao. Jesus meramente usou a figueira © a maldigao como uma ligéo concreta para os discfpulos. Do mesmo modo que a figueira apresentava folhagem, mas nao fruto, os judeus mostravam 0 culto externo no templo, mas nao o crescimento espiritual A Grea do templo se tornara um mercado e um covil de salteadores. Ali os comerciantes vendiam animais para serem sacrificados a pregos altos e os cambistas cobravam taxas exorbitantes das pessoas que precisavam das moedas estipuladas pelos guardas do templo. Ao amaldicoar a figueira e limpar o templo, Jesus demonstrou simbolicamente que o Israel religioso nao daya fruto ¢ finalmente morreria. Um dia depois de Jesus ter amaldigoado a figueira, esta mostrou sinais de estar definhando. As folhas estavam murchas € comegavam a cair. Até mesmo um observador casual poderia ver que a Arvore fora seriamente afetada pela maldigao de Jesus. Morreria dentro de dias € entao restariam apenas palhos secos prontos para v logy. Como o cumpridor das promessas messianicas, Jesus fora A sua propria sociedade, mas 0 seu proprio povo nao o aceitou. E claro que as autoridades religiosas rejeitaram-no apesar de * todos os seus ensinos, * todos os seus milagres ¢ * toda a sua compaixao. As multiddes em Jerusalém mostraram falta de sinceridade pavorosa e inconstancia deploravel. Receberam-no com um forte “Hosana” no Domingo de Ramos, mas descartavam-no cinco dias depois gritando: “Crucifiquem-no!” No dia seguinte, quando Pedro chamou a atengao de Jesus para a figueira que murchava, Jesus respondeu dizendo-lhe que tivesse fé em Deus. Mas o que isso quer dizer precisamente? Fé significa apegar-se a Deus ¢ nunca afastar-sc dele. Para ilustrar, a fé pode ser comparada a duas folhas de vidro que est4o horizontalmente uma sobre a outra. A figueira amaldigoada 39 Flas parecem inseparaveis como se estivessem coladas, porque 0 ar nfio consegue penetrar entre elas. O modo de separé-las é deslizar uma folha até que ela fique fora da outra. Nao ha nada entre as duas folhas. Mas quando por uma forga externa uma folha desliza, o ar entra e a aderéncia falha. Assim a fé em Deus permanece até que a diivida entra e elimina a f% Jesus declara que aquele que tem fé pode dizer para um monte para erguer-se ¢ langar-se no mar, ¢ isso acontecera. Isso nfo deve ser interpretado literalmente, e sim simbolicamente. A pessoa que tem fé pode figurativamente mover uma montanha de dificuldades ¢ ter éxito. Essa pessoa é um superador, um vencedor que tem recebido poder e capacidade de Deus para apresentar aces incriveis no interesse da Igreja e do reino de Deus. O milagre da figueira que murchou é o tinico milagre que Jesus fez que nao teve impacto benéfico imediato sobre os discfpulos. Mas esse milagre teve um efeito redentor quando, sete semanas mais tarde, no dia de Pentecostes, esses discfpulos pregaram o evangelho e trés mil pessoas se arrependeram, incisivamente tocadas no coragdo, e creram em Jesus. Esse foi o comeco de uma colheita que finalmente chegaré ao fim quando Cristo voltar. Pontos a ponderar * Cinco dias depois que a figueira foi amaldigoada, Deus se retirou do templo em Jerusalém. Isso acarren quando Jesus morreu na cruz na tarde da Sexta-feira Santa, e a cortina no templo se partiu de alto a baixo, de modo que ela nao mais separava o Lugar Santo do Santo dos Santos. Deus saiu do santudrio interior do templo rasgando a cortina, deixando o lugar santo completamente 4 vista, e indicando que sua presenga divina safra, Daquele mamento em diante, Neus fez, sua habitagao no coragao dos crentes. Af ele reside e faz 0 seu templo (1Co 3.16; 6.19). * O clero dos dias de Jesus apresentava uma aparéncia exterior de sua religifio, mas deixavam de demonstrar fé interior Devido a sua falta de fé, eles enfrentavam o juizo iminente de Deus. Negavam o governo de Deus ¢ declaravarn que nao Linham nenhum rei a nao ser César. Isso pode ser visto ainda hoje no grande niimero de pessoas do mundo que 40 ew, Qs milagres de Jesus rejeitam a Deus, sua Palavrae suas leis. Como uma conseqiiéncia disso, aqueles que se recusam a escutar Deus nao tém comunhao com ele e andam cm trevas espirituais. Apostasia significa ser cortado, isolado de Deus para sempre. No dia do juizo, dois tipos de livros serao abertos. Esses livros contém os registros de tudo o que cada pessoa fez. e de todas as palavras que ela disse. Lm 60 livro da eanseiéncia, que acusa a todos os que aparecem diante do Juiz. Todos tém de prestar contas de suas ages € palavras que lestificam cuntra eles. O outro livro é o chamado Livro da Vida. Toda pessoa que tem seu nome registrado nesse livro é declarada perdoada, quite e inocente. Essas pessoas formam a satra que Cristo colheu naquele dia. ce< A PRIMEIRA PESCA Lucas 5.1-11 x SD Redes vazias Jesus falava as multiddes sem o auxilio de um sistema de som; contudo, todos podiam ouvi-lo claramente, palavra por palavra. Ele fazia uso do local e colocava-o a seu favor, Por exemplo, quando a multidao o estava apertando na praia do Lago da Galiléia, ele viu um barco de pesca vazio que pertencia a Simao Pedro. Jesus pediu que ele o afastasse um pouquinho da praia. Jesus sentou-se, que era a posig&o costumeira para quem falava em piiblico, e entdo ensinou as pessoas que estavam sentadas ou em pé na praia e na encosta da montanha, Ele usou o barco como seu pilpito € 0 nivel plano do lago como seu refletor de som. A superficie da égua flectia a sua voz e ela chegava a todos os que compunham o seu piiblico. Quando Jesus terminou a sua sessdo de ensino e a multidao se dispersou, ele conversou com Pedro e André, que com os companheiros pescadores estavam lavando e consertando as redes. Jesus observou que ‘os homens tinham vindo para a praia com redes vazias depois de terem passado a notte sobre a agua. Na metade da manha, Jesus disse a Pedro e scus homens que fossem a parte mais funda do lago, lancassem suas redes e pegassem peixes. Essa instrugo vinda de Jesus, que tinha sido um carpinteiro em Nazaré, era demais para Pedro, que era pescador em Cafarnaum. Simao Pedro sabia quando e como pescar, ¢ o meio da manha ndo era a hora cerla. Ele certamente nao estava disposto a aceitar uma 42 = Os milagres de Jesus “= ordem de um carpinteiro que havia se tornado mestre e agir de modo. contrario ao que ele sabia ser o correto. Simao Pedro disse a Jesus que ele ¢ seus companheiros de pesca haviam trabalhado duro a noite inteira ¢ voltado para a praia sem um tinico peixe. Porém, ele tinha muito respeito por Jesus, que Ihe dera 0 nome de “Pedro” numa reunio anterior quando Jodo Batista estava pregando perto do Rio Jordao. Entao, ele mudou de idéia e concordou em ir para 0 lago para lancar as redes. Pesca miraculosa Logo que Pedro ¢ seus companheiros pescadores remaram fazendo © bareo sair da praia e langaram as redes na parte finda, eles souberam que ali havia uma grande quantidade de peixes. Comecaram a recolher as redes devagarinho e ficaram surpresos com a quantidade de peixes que haviam conseguido pegar. Os peixes eram tantos que as redes comecaram ase rasgar ¢ alguns peixes escaparam. Por precisarem de auxilio extra, 03 homens fizcram sinal aos pescadores Joao ¢ Tiago na praia para que fossem com seu barco para ajudar a juntar a grande quantidade de peixes. Quando eles chegaram, o ntimero extraordindrio encheu os dois barcos até transbordar. De fato era tao grande o peso dos peixes que as hareos estavam a ponto de afundar. Aos pescadores experientes, essa pescaria abundante no meio do dia pareceu incrivel. Nunca haviam visto nada igual. Trabalharam a noite inteira ¢ voltaram a praia de mdos vazias, mas quando Jesus mandou que langassem suas redes na 4gua, a pesca foi fenomenal. Eles pensaram no valor monetirio dos peixes, que era muito bem-vindo. Sabiam que essa pesca sustentaria suas familias num futuro previstvel. Mas no momento havia trabalho a ser feito, porque logo que os barcos estivessem na praia os peixes tinham de ser postos em engradados ¢ mandados para o mercado. Simao Pedro ficou tomado por respeito © adimiragau ua presenga de Jesus, que ele reconheceu como o Santo, ¢ a si mesmo ele via como homem pecador. Jesus, 0 carpinteiro, tinha realizado um milagre que assombrou esse pescador experiente. Entao, Pedro caiu aos pés de Jesus € pediu que o Senhor safsse de perto dele. Na presenga de alguém com poder sobrenatural, ele se considerava pecaminoso e indigno. Quanto mais perto ele chegava da santidade de Jesus, mais ele via a sua propria indignidade por causa do pecado. Ele agora reconhecia a situacao de ls Isafas, que viu o Senhor sobre seu trono e disse: “Eu sou um homem de labios impuros” (Is 6.5). No caso de Pedro, o foco estava diretamente sobre a divindade de Jesus e na pecaminosidade de Pedro. Saber para onde um grande cardume de peixes pode ter migradoe ser capaz de fazer uma grande pescaria nao é nada miraculoso. Pescadores tém testificado que por vezes cardumes de peixes no Lago da Galiléia ficam pressionados em tao grande densidade que a superficie da Agua 6 movida por incontével némero de peixes saltadores. Isso déia impressito que uma chuva pesada esti caindo sobre o lago. Mas quando Jesus instruiu Simao Pedro a langar as redes na agua, ele falou com conhecimento divino pelo qual o modo natural de pegar peixes se transformou em mitagre. Ao realizar essa maravilha, ele demonstrou que por causa de sua divindade ele controlava os peixes no Lago da Galiléia. O chamado do Mestre Pedro, André, Tiago e Joao ficaram admirad{ssimos com a incrivel pesca. Antes eles haviam se encontrado com Jesus no Rio Jordao onde Joao Batista estava batizando. Depois eles tinham voltado a Galiléia para sustentar suas familias como pescadores. Agora Jesus viera surpreendé los ainda mais ao fazer um milagre no contexto da prépria profissao deles, Jesus se dirigiu a Pedro e disse: “Nao tema. De agora em diante voc® vai pescar pessoas”. Com essas palavras ele matriculou nao sé Pedro, mas também André, Tiago e Joo numa classe de alunos que receberiam as instrugées didrias de Jesus. Finalmente eles se formariam e sairiam como apéstolos dele. O milagre que Jesus executou foi revelar a sua divindade aos discipulos para que estes pudessem se tornar plenamente conhecedores da sua vocagao. Era uma vocag4o santa que significava serem plenamente devotados ao seu Senhor, estarem dispostos a desistir de sua ocupagio e fivar longe de suas familias. Jesus falou na linguagem dos pescadores. Ele nao disse: “Eu vou fazé-los semeadores da Palavra de Deus’. E ele nao disse: “Eu vou tornd-los pastores de ovelhas”. Fazendeiros que scmeiam a semente podem presumir com relativa certeza que no alto da estacao faréo uma colheita. Eles podem nem sempre ter uma grande safra, mas raramente entrentam um fracasso total. E os pastores podem ter certeza de que © Os milagres de Jesus © cordeiros nascerao na primavera. Embora haja a probabilidade de que perderao um ou dois cordeiros, estéo confiantes de que quase todos eles vo viver € chegar A maturidade. Mas quando pescadores estau sobre a Agua, sdo incapazes de predizer com qualquer grau de certeza se vao retornar com peixes. Portanto, Jesus chamou seus discipulos para serem pescadores de pessoas, isto 6, eles teriam de confiar em Deus para realizar o milagre de uma pescaria. © chamado desses homens para serem discipulos foi instantanco e urgente. Pedro e seus companheiros arrastaram seus barcos através da praia até a terra. Despediram-se de suas familias ¢ seguiram a Jesus. Observe que esaca homens no sabiam * onde iriam dormir, * o que iriam comer e beber e + aonde eles iriam. Em obediéncia ao chamado de Jesus, eles deixaram tudo e 0 seguiram. Sabiam que Jesus daria atencao aos seus queridos e cuidaria deles. Pontos a ponderar * Opropésito desse milagre foi Jesus pescar, por assim dizer, os primeiros discipulos na sua rede. Isso significava que esses pescadores largarian 0 seu negocio para se tornarem alunos, em tempo integral, do seu mestre Jesus. Teriam de confiar que ele proveria todas as suas necessidades fisicas e que também cuidaria de suas familias enquanto estivessem fora. Se Jesus lhes mostrou uma abundancia de peixes para satisfazer as necessidades dos discipulos e de suas familias, eles poderiam estar certos de que continuaria a supri-los com provisoes dia apés dia. + Esses ex-pescadores nao se ocupariam mais em pescar peixes vivos que logo estariam mortos. Em vez disso, eles levariam a boa-nova da salvagao & pessoas que estavam sem vida espiritual para que elas pudessem viver e receher o dom de Dens da vida eterna. Seria dada a esses pescadores a tarefa de proclamarem a Palavra de Deus. Ao testemunharem o crescimento fenomenal da Igreja, veriam 0 mila- gre de pessoas mortas no pecado se voltarem a Jesus e se tornarem completamente vivas nele. ax A primcira pesca “= 45 * Quando o Senhor nos chama para fazer algo por ele, nds nao devemos 86 mostrar obediéncia, mas também fé e confianga nele, Quando ele chama, ele também supre as nossas necessidades fisicas e espirituais Ele nunca falha conosco. Do mesmo modo, nés também nao devemos jamais falhar com ele. << A SEGUNDA PESCA 32 Jodo 21.1-14 Primeira e ultima Na primeira pesca, Jesus chamou publicamente homens para tornarem- se seus discipulos. Ao fazer o milagre de pegar uma abundancia de peixes, ele Ihes ensinou que o futuro trabalho deles consistiria em levar pessoas para entrarem no seu reino. Até meados do primeiro século, eles ficariam maravilhados com o crescimento da Igreja. Em poucas décadas apés o Pentecoste, a Igreja se expandiu de Jerusalém para Samaria, Antioquia na Stria, Asia Menor, Grécia, partes da Africa e de Roma. De Roma o evangelho foi adiante até os limites do Império Romano. De acordo com as evidéncias disponiveis na Biblia e pelos pais da Igreja, Paulo viajou até a Espanha (mais provavelmente até Portugal) No final do ministério de Jesus, quando ele estava para enviar adiante 0s seus apdstolos, ele realizou mais uma vez o milagre da pesca. Ele fez isso providenciando a refeigao da manha para eles na praia do Lago da Galiléia. Também lhes mostrou, ao reintegrar 0 apéstolo Pedro, que eles iriam sair para alimentar o rcbanho ¢ pastorear as ovelhas. Quando Jesus primeiro chamou pescadores para se tornarem seus aprendizes, eles haviam estado pescando a noite inteira, mas voltado a praia de mos vazias. Eles testemunharam o poder de Jesus sobre sua criagiio quando Ihes disse para langarem sua rede e como resultado eles pegaram vex A segunda pesca muitos peixes. Ele provou ser seu Senhor e Mestre, que os chamou para 0 discipulado e os ensinou a serem seus embaixadores. Perto do fim da vida terrena de Jesus, ele instruiu os discipulos a voltarem para a Galiléia. Em obediéncia a suas palavras eles voltaram e entao por pouco tempo seguiram suas ocupagées anteriores para prover alimento para suas familias. Colocaram suas redes num barco, lancaram- no no lago, passaram a noite ld a céu aberto e tentaram pegar peixes. Mas depois de uma ni prontos para voltar & praia com 0 barco vazio. Mais uma vez Jesus Ihes mostrou seu poder sobrenatural quando pediu que langassem a rede. Como resultado, pegaram um niimero inesperado de grandes peixes. fe de trabalho duro, estavam cansados ¢ desanimados, Jesus prepara o desjejum Tendo voltado a Cafarnaum, sete discipulos foram pescar. Eram Simao Pedro, Tomé (um dos gémeos), Natanael, os dois filhos de Zebedeu, dois cujos nomes nao foram dados. No contexte das necessidades de suas familias, usaram 0 tempo de espera proveitosamente. Se conseguissem pescar uma grande quantidade de peixes, mais uma vez poderiam sustentar suas esposas e filhos. Scte homens foram pescar em uma embarcagao. Presumivelmente o barco pertencia a Pedro, que era bem conhecido come pescador experiente. Porém, durante a noite inteira, suas redes continuaram vazias. Quando o dia despontou e camadas de vapor apareceram sobre o lago, podiam distinguir a linha da costa, mas os objetos na praia ficavam indistintos. Puderam ver um homem em pé na praia, mas néo conseguiram identificé-lo. Quando remaram 0 barco até mais perto da costa, ouviram uma voz distinta vinda da pessoa. Ele lhes perguntava: “Amigos, voces niio tém nenhum peixe, tém?” Ele pareceu ter percebido que o barco deles estava vazio ¢ eles tinham o espirito desanimado. Suas vozes provavam esse fato quando responderam com um submisso “nao”. Ento, o estranho Ihes disse que langassem a rede na agua do lado direito do barco, o que eles fizeram. Para admirac4o deles, foram incapazes de arrastar a rede por causa da quantidade de peixes grandes. Imediatamente Joao soube que o estranho na praia nao era outro sendo Jesus. Ele disse a Pedro: “E, 0 Senhor No mesmo instante os dois homens viram a ligagao entre esse resultado de pesca e aquele de poucos anos antes quando Jesus os chamara =< Os milagres de Jesus para serem seus discfpulos. Nesse momento, no final do seu ministério, Jesus mais uma vez demonstrou seu conhecimento divino fazendo que eles pegassemn peixes em abundancia, Eun sua, ali estava una repeticao do mesmo milagre. Simao Pedro, de acordo com sua natureza impetuosa, tirou sua veste exterior, pulou no lago, nadou a curta distancia de quase cem metros, e encontrou-se com Jesus. Os outros homens nao foram to apressados quanto Pedro. Continuaram a tarefa de puxar para a terra a rede cheia de peixes. Quando virain yue Jesus Guha preparady u desjejuiu. Nun fugu de carvae ele estava grelhando um peixe e havia um pao. Ele lhes pediu que trouxessem alguns dos peixes que tinham acabado de pegar. Assim fazendo, eles participavam do milagre que aeahara de acorrer Ne fato, a presenga de umn fogo, do peixe e do pao pode, em si, ter sido um milagre. Enquanto isso, Simao Pedro foi ao barco pesqueiro, soltou a parte de cima da rede, e ajudou os homens a puxar a rede para a praia. A pesca tinha rendido 153 peixes grandes e, apesar do peso, a rede nao se rasgara. Jesus convidou os disefpulos para comer com cle na praia. Mas a disposigao dos discipulos foi comedida. Eles sabiam que estavam na presenga do Cristo ressurreto, mas nenhum dos presentes ousava confirmar isso perguntando a ele: “Quem é 0 senhor?” Jesus tomou o pao © 08 peixes ¢ deu-os para os discipulos. Ele havia feito comida suficiente para todos eles, Jesus foi o anfitriao e eles foram seus convidados. Esse desjejum na praia da Galiléia simbolicamente retrata 0 grande banquete no céu. Jesus seré 0 anfitrido e seus seguidores os héspedes Suas palavras “Venham e comam” soardo mais uma vez naquela hora. Vamos entender esse incidente da perspectiva correta. O enfoque desse milagre nao esté no ntimero de perxes que foram pescados, O ntimero. s outros homens chegaram a terra firme e saltaram do barco, 158 no € simbélico, mas aponta para Jodo, que como testemunha ocular registra precisamente 0 que ocorreu. Isso também esta refletido no registro da distancia de quase cem metros da terra, bem como no fato de eles terem langado a rede do lado direito do barco. Joao havia estado ld e se lembrava de todos os detalhes. Q ponto principal desse milagre é que ele demonstrou a Pedro e seus companheiros de discipulado o poder divino e o conhecimento de Jesus que continuaria a acompanhé-los no seu ministério apostélico. Mesmo hoje a presenga de Jesus esté com cada um que confia em sua palavra: “Eu estou convosco até o fim dos tempos’, co A segunda pesca “> 49 A restauracao de Pedro Quando a refeigdo terminou, Jesus separou Pedro da companhia dos outros discipulos. No tiltimo dia da vida terrena de Jesus, Simao Pedro tinha negado a Jesus por trés vezes seguidas. Agora na praia junto ao lago, Jesus lhe perguntou trés vezes sem interrupgo se ele o amava. A cada vez Pedro respondeu afirmativamente, e Jesus lhe respondeu sucessivamente: * “Apascenta os meus cordeiros.” *“Pastoreia as minhas ovelhas.” + “Apascenta as minhas ovelhas.” Quando Pedro ouviu a mesma pergunta “Tu me amas?” pela terceira vez, ele ficou visivelmente magoado. Respondeu a Jesus em voz baix “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo’. Antes que Pedro pudesse ser totalmente restaurado como apéstolo de Jesus, o Senhor imprimiu nele por trés vezes o conceito de amor em forma de pergunta e resposta. Isso foi feito por trés vezes para que fosse enfatizado. Agora reinstalado com novas responsabilidades acrescentadas, Pedro serviria a Jesus como 0 cabeca dos apéstolos, lider e porta-voz da igreja mae em Jerusalém, defensor da fé, missionério aos judeus na dispersio ea gentios tementes a Deus em outros paises e autor de duas epistolas canénicas. A igreja, quer em Jerusalém ou fora, via Pedro como 0 apéstolo mais respeitado de Jesus (porque Paulo identificou-se como alguém que nao era digno de ser chamado apéstolo). Pontos a pondcrar + Esse foi o tiltimo milagre que Jesus realizou antes de subir ao céu Com esse ele concluiu a série de milagres que acompanharam o seu ministério. Os apéstolos receberam o dom espiritual de fazer milagres em apoio 4 sua pregacao. Mas com a morte dos apéstolos no primeiro século, sua autoridade cessou. + O Novo Testamento ensina que s6 Jesus chamou os apéstolos. De- pois de passar uma noite em oragdo, ele chamou doze homens para 50 -e< Os milagres de Jesus serem seus disefpulos. Quando Judas cometeu suicidin, os apdstolos langaram sortes para nomear um sucessor. Mas foi Jesus quem con- trolou as sortes ¢ escolheu Matias. As portas de Damasco, o Senhor chamou Paulo para ser 0 apéstolo aos gentios. No entanto, quando Tiago de Zebedeu foi morto, ele néo chamou ninguém para tomar o seu lugar (At 12.2), E Paulo se refere ao seu apostolado como de “um nascido fora de tempo” (1Co 15.8) O milagre da primeira pesea se refere aos disefpulos como pescadores de pessoas; o milagre da segunda pesca focaliza a atengdo sobre o seu chamado como pastores de ovelhas. No primeiro incidente, Pedro se viu como um homem pecador e no segundo como um homem restaurado que foi instruido a cuidar do povo de Deus. Assim como Jesus instruiu os discfpulos para langarem sua rede no lago ¢ apanharem peixes, do mesmo modo ele instrui seus seguidores hoje a levarem a mensagem do evangelho As pessoas para que Deus realize o milagre de levé-las ao arrependimento, a fé e & salvacao. DOENTES CURADOS =s¢ A SOGRA DE PEDRO 3=» Mateus 8.14-17; Marcos 1.29-31; Lucas 4.38,39 Tudo em familia Como era seu costume, Jesus assistia fielmente aos cultos nas sinragogas locais, onde regularmente ele ensinava as pessoas ligdes tiradas das Escrituras do Antigo Testamento. Certa manha de sdbado, ele pregou na sinagoga de Cafarnaum, onde estava morando. Durante 0 culto, enquanto Jesus estava pregando, um homem pos- sesso de demédnio clamou: “Que temos nés contigo, Jesus de Nazaré? Vieste destruir-nos? Eu sei quem és, 0 Santo de Deus”, Jesus repreen- deu o espirito maligno e disse: “Fique quicto ¢ saia dele!” Gritando, 0 deménio saiu do homem, que pareceu nao ter sido machucado, mesino 0 deménio 0 tendo Tangada ao chao. Tados na sinagoga ficaram admi- rados porque Jesus nao s6 apresentava novo ensino como demonstrava também grande autoridade em expulsar demOnios. Imediatamente depois do culto da manha, Pedro e seu irmao, André, convidaram Jesus para acompanhé-los até a casa de Pedro. Joao e Tiago, filhos de Zebedeu, foram juntas. O objetive do convite foi pedir que Jesus curasse a sogra de Pedro, que estava acamada com uma febre alta. Os discipulos puseram Jesus a par da condigao dela e raciocinaram que se Jesus podia restaurar a satide de um homem com possesséo demoniaca, poderia ser persuadido a curar a paciente na casa de Pedra tamhém Os milagres de Jesus Lucas, identificado como © médico amado, acrescentou um pequeno detalhe interessante em seu Evangelho, ou seja, que a sogra de Pedro tinha uma tebre alta. Esse médico transformado em escritor do Evangelho sempre teve uma inclinacdo pelo relatério médico correto e muitas vezes acrescentava detalhes: + um homem coberto de lepra * a mao direita ressequida de um homem * wm servo que estava doente e perta da morte Além disso, Lucas relata que Jesus entrou no quarto da senhora enferma, curvou-se sobre ela, tocou a sua mao e entdo repreendeu a febre. Mediante suas aces, Jesus mostrou cuidado terno e amoroso. Tomando-a pela mao, ele a ajudou a levantar-se ¢ demonstrou que ela estava completamente curada. Logo que a sogra de Pedro se levantou, quis expressar sua gratiddo a Jesus, Fez isso preparando uma deliciosa refeigao para o almoco do sdbado e servindo-a aos homens que tinham entrado em sua casa. Como o milagre da cura dessa mulher sem nome acunieceu? A narrativa diz. que Jesus repreendeu a febre, tomou a mulher pela mio e a levantou. O ato de ter repreendido a febre indica que alguma doenga tinha entrado no corpo da mulher. Ao fazer esse milagre na privacidade de um lar, Jesus se revelou como sendo 0 Messias. Curador de doencas Se observarmos a cura da sogra de Pedro da perspectiva do século 21, acharemos dificil chamar isso de milagre. Muitas pessoas hoje sofrem de febre alta © os médicos sabem o que fazer com remédios que abaixam a temperatura do corpo e trazem cura. As vezes, depois de pouco tempo, a febre desaparece e o paciente comega a se recuperar. Seré razoavel dizer que alguns dos milagres de Jesus podem perder o seu significado a luz. do progresso médico dos dias atuais. Os médicos de hoje, entretanto, nao afirmam ter o mesmo poder de curar os enfermos que Jesus demonstrou conforme relatado pelos evangelistas biblicos. De fato, com todos os medicamentos disponiveis e equipamentos médicos de dltima gerac&o. os médicos sao incapazes de garantir a cada pessoa doente a plena restauragdo a boa sade. 2 & =», A sogra de Pedro “= Em contraste, Jesus curava os doentes de seus dias simplesmente dizendo uma palavra a certa distancia do paciente ou com um simples toque. Jesus provou ser o Grande Médico cnjo poder de eurar eva ilimitado. Para ilustrar, leprosos que por causa de sua doenga tinham perdido partes das nraus, dus pés ¢ da cabega, foram curados instantaneamente tendo as partes do corpo afetadas totalmente restauradas. Jesus também abriu os olhos de um homem que era cego de nascenga € restaurou a mao direita ressequida de um homem Embora hoje Jesus nao renove corpos humanos como fez no século primeiro, a sua presenga é tao real hoje quanto foi nos dias quando ele caminhou ao longo do Lago da Galiléia ou nas ruas da cidade de Jerusalém. Atualmente, em resposta as oragdes do seu povo, Jesus cura os doentes guiando e dirigindo as mAos dos médicos. Muitas vezes, as autoridades médicas nao conseguem explicar a recuperagao répida de urn pacieute seriamente enfermo, a remissao de um cAncer que era esperado espalhar-se por todo 0 corpo ou o fato de uma doenga crénica ter desaparecido. No tempo de Jesus, 0 éleo era sade como um medicamento; seus equivalentes modernos s4o os remédios e os equipamentos. O poder de cura que reside nos corpos fisicos dos seres humanos é de fato maravilhoso. Os médicos ficam impressionados com esse poder quando pacientes perto da morte se recuperam completamente. Tiago, 0 meio-irmao de Jesus, escreve em sua epistola que pessoas enfermas na igreja devem pedir aos ancidos (presbiteros) da igreja que vau € orem por eles em nome de Jesus. Jesus ouve as oragoes feitas em f6, cura os enfermos e os levanta. Sem diivida, os seguidores de Jesus atestam o fato de que ele ainda realiza milagres hoje em resposta 4 oracao ¢ por causa da fé pura e confiante Pontos a ponderar * Assim como Jesus repreenden os ventos e as ondas no Lago da Galiléia, ele repreendeu o demdnio que tinha atormentado um homem que foi au culio na sinagoga de Cafarnaum. Depois de adorar a Deus, Jesus acompanhou seus discipulos até a casa de Pedro e lé repreendeu a febre que mantinha a sua sogra na cama. Nao entendemos que a Biblia nos ensina a repreender um mal fisico, mas ela nos instrui a levar nossas necessidades a Deus em oragao e confiar nele para a cura. 56 ‘= Os milagres de Jesus ° + Davi bendiz o santo nome de Deus, louvando 0 Todo-poderoso com sua alma e com todo o seu ser. Ele poe a sua confianca no Senhor e diz A sua alma que nao se esquega de nenhum dos beneficios de Deus, pois 0 Senhor, assim ele escreve, perdaa tadas os nossos pecados sara todas as nossas enfermidades. + Isso significa que pecados ocultos precisam ser confessados para que a alma seja purificada. Quando o pecado ja foi perdoado, o Senhor manda cura ¢ efetua o milagre de restaurar o corpo. Jesus torna saudavel a pessoa toda, corpo e alma. Entretanto, o fato de que Jesus traz cura nao indica que todas as doengas sejam resultados diretos de atos pecaminosos. + Jesus res(aurou a vida familiar de Pedro av curar a mae de sua esposa. Por meio do seu milagre ele reuniu novamente os membros da familia. A Biblia ensina que somos a famflia de Deus. _, UM HOMEM COM “A MAO RESSEQUIDA Mateus 12.9-14; Marcos 3.1-6; Lucas 6.6-11 No culto Os Evangelhos revelam que Jesus muitas vezes curou pessoas no sabado, até mesma durante 0 culto matutino nima sinagoga local. Ele fazia saber que o dia de descanso devia ser um dia de alegria ¢ felicidade para os adoradores. Jesus ensinava que Deus instituiu o saébado em beneficio das pessoas e nao as pessoas para o sébado. Os lideres religiosos daquele tempo observavam rigorosamente o mandamento do sibado de Deus ¢ eumpriam-no ao pé da letra da lei. Isso significava que nada podia ser feito no dia do descanso. Mas es obediéncia estrita ao mandamento tinha o efeito de silenciar a alegria que a celebragio do sabado deveria gerar. Em vez disso, naquele tempo vigorava um legalismo sufocante. Os lideres religiosos queriam testar Jesus para ver se ele curaria uma pessoa no dia de descanso; eles 0 vigiavam atentamente. Sabiam que em outras ocasides ele nao tinha observado a lei do sdbado, de acurdy vou a interpretagao deles desse mandamento. Em outro sébado apés 0 culto, Jesus ¢ seus discipulos tinham passado pelos campos e colhide espigas de milho, esfregando-as nas maos para comer os gros, Os fariseus tinham procurado Jesus para repreender seus seguidores porque apanhar espigas de milho era o mesmo que ceifar, & isso era trabalho, o que nao era permitido no sdbado. 58 = Os milagres de Jesus Em vez de reprovar os discfpulos, Jesus lembrou aos fariseus o propésito de Deus em ter lhes dado um dia de descanso. Deus nao esperava que o seu povo se tornasse ritualista na observancia de sua lei. Queria que celebrassem esse dia alegremente e fornecessem beneficios espirituais e materiais aos outros. Nesse sabado, us lideres religivsos peryuntaram ustutamente a Jesus se Curar uma pessoa no sdbado era correto. Sua motivacao bdsica era fazer uma acusagio contra ele por profanar o dia de descanso. Pareciam nao pereeber que, se acusassem Jesus, essa mesma acusaco podia se voltar contra eles por quebrarem a lei de amar o préximo. Sua agdo compreendia uma acusagao grave nao contra Jesus e sim contra eles mesos pela simples razdo que curar doentes no sabado nao era um ato de maldade, mas um ato de amor e compaixdo. Naturalmente eles também parcciam ignorar o problema de que sc fossem tigorosos em obedecer & lei do sébado, 0 que eles fariam com os sacerdotes que trabalhavam mais duramente naquele dia do que em qualquer dia da semana? Um dos adoradores nessa manha de sAbado eva um homem que tinha a mao direita ressequida. Talvez os lideres religiosos tivessem dito ao homem que fosse ao culto e pedisse a Jesus para curd-lo. Se Jesus caisse nessa armadilha, poderiam acusé-lo de violar o saébado e€ levd-lo ao tribunal. Em suas mentes legalistas arrazoavam que s6 um paciente cuja vida estava em perigo deveria ser curado no sébado; um homem com mao ressequida poderia esperar até 0 dia seguinte. Um conironto Obcecado pela idéia de derrubar Jesus, os fariseus foram incapazes de ver que ele tinha plena consciéncia das mas intengdes deles. Perguntaram a ele se era permitido pela lei curar no sébado. Jesus respondeu dando-thes um exemplo tirado da vida diéria, Ele disse: “Qual dentre vés serd o homem que, tendo uma ovelha, e, num sabado esta cair numa cova, nao fara todo o esforgo, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem do que uma ovelha?” Ele concluiu positivamente: “Logo, é licito, nos sébados, fazer o bem”. Jesus colocou diante de seus adversarios a escolha entre fazer o bem ou o mal e entre salvar ou matar um ser humano. Essas eram escolhas diametralmente opostas, as quais qualquer um daria a resposta ébvia de ajudar o préximo da pessoa. Contudo, os Ifderes religiosos permaneceram em siléncio, o que poderia ser interpretado que eles nao tinham mais argumentos Um homem com a mao ressequida » 59 eestavam derrotados. O siléncio deles também significava que eles deixaram de mostrar qualquer simpatia para com o homem com a mio ressequida, que eles meramente usaram para sens proprios propésitos maus. Eles estavamna sinagoga nao para cultuar a Deus, mas para pegar Jesus numa armadilha. Nao temos come saber se 9 homem bavia nasvide cum a indo direita ressequida ou se havia sofrido um acidente de trabalho. Sua incapacidade o prejudicava severamente, pois o impedia de fazer trabalho manual comum. Qs farisens consideravam sua mo direita ressequida uma mancha que proibia o homem de participar de qualquer atividade tanto na sociedade quanto na sinagoga. Em vez de expressaren compaixdo € araor, eles 0 desprezavam. Compreensivamente, o homem tinha vergonha por nao poder estender a mao direita para cumprimentar alguma pessoa que encontrasse e que o saudasse. Do panto de vista do homem, ele ficaria feliz, se fosse curado por Jesus de modo que pudesse trabalhar normalmente e cuidar de seus familiares. Entao Jesus olhou para seus antagonistas, ficou entristeceu pela dureza de seus corages. Eles deveriam ser pastores espirituais das pessoas. Em vez disso, estavam interessados em destruir Jesus porque ele demonstrava hondade amorosa para com as pessoas. Os fariseus tentaram efetuar sua agao abominavel dando atengao rigorosa 4 lei do sébado, Mas deixaram de perceber que Deus les Ginlia dado a lei de amélo com 0 coragao, a alma e a mente e amar seus proximos como a si proprios. Pelos seus atos, eles transgrediram ambas as partes dessa lei. OQ homem com a mao ressequida estava em pé no meio dos cultuadores. Entao, ele ouviu Jesus dizer: “Estende a mao”. Ele fez isso em fé, e imediatamente a sua mao direita estava completamente restaurada. Jesus nem tocou a mao do homem; sé pediu que o homem a estendesse para todos verem. Efetuando um milagre instantaneo, Jesus restaurou a mo do hamem de moda que ele pndesse ter uma vida normal. Nao houve nenhum trabalho da parte de Jesus, que sé falou, nem da parte do homem, que s6 estendeu a sua mao. Nao nos é dito qual foi a rea&o do homem para com Jesus depois de sua cura, Mas sabemos o que os fariseus pensaram sobre esse milagre. Eles se reuniram para tramar como poderiam destruir Jesus. Fstavam enfurecidos ¢ discutiam entre si o que poderiai fazer para se livrar de Jesus. Com suas mentes deturpadas, esses religiosus consideraran v tmilagre de cura de Jesus uma transgressao da Ici, a destruicdo de Jesus um ato que mereceria o favor de Deus. Ficaram cheios de inveja porque Jesus reunia grandes multiddes enquanto eles tinham de enfrentar um punhado de pessoas. Ele curava doentes, algo que eles eram incapazes de fazer. wignady, © se 60 Os milagres de Jesus Ao fizer 0 ntilagre de curar © homem com a mio ressequida, Jesus nao fez, nenhum trabalho fisico e, portanto, nao profanou o s4bado. Ele 86 disse uma palavra ao homem que foi curado. Nao houve quebra da lei, nenhum motivo para acusar Jesus e nenhuma causa para espanto. Houve alegria ¢ felicidade pela restauragao do homem. Mas os adversdrios de Jess estavam cegos pelo pecado e cheios de raiva. Foram incapazes de ver o que ele tinha realizado, Pontos a ponderar * Deus deu aos seres humanos um dia em sete como um dia para des- canso. Ele deu o exemplo ao criar o mundo em seis dias e depois descansar no sétimo. Ele trabalhou primeiro e depois descansou no tiltimo dia da semana. Jesus ressuscitou do timulo no primeiro dia da semana, que no fim do século primeiro jé era chamado de o Dia do Senhor. Os cristéos descansam nesse dia ¢ trabalham durante 0 resto da semana para mostrar gratidio a Jesus. Eles consideram o dia de descanso um tempo para a restauragao fisica, espiritual e mental. E eles consideram esse dia como o presente de Deus para a humanidade. + Hoje o descanso dominical significa que cristdus se rednen para adorar a Deus em espirito ¢ verdade. Desde os tempos apostélicos, os cultos nfo se restringem a um sé lugar, como acontecia em Jerusalém, mas so realizados em qualquer lugar e em todo lugar. E tem sido assim através dos tempos. + Os Reformadores dos séculos 16 ¢ 17 enfatizavam a santidade do Dia do Senhor, De fato, esse dia pertence ao Senhor e deve ser preenchido parao louvor ea gloria dele, Isto é, nao devemos passar 0 dia em écio ou prazer egofsta, e sim em atividades que sio uma béngio para os outros. [sso € feito por meio da comunhio crist@, ensinando ou pre- gando as Escrituras, ¢ ao visitar os idosos, as invélidas ¢ os doentes + Fazemos parte de uma sociedade individualista e movel na qual as vezes 6 dificil eriar rafzes. Contudo, como pessoas de Deus, precisamos nos abrir para alcangar nossos vizinhos e mostrar a eles 0 nosso anor em Cristo. Na verdade, a Biblia ensina que precisamos viver em harmonia uns com 0s outros e vencer 0 mal com o bem. «xt O CRIADO DO ~ CENTURIAO Mateus 8.5-13; Lucas 7,1-10 Um gentio gentil Um grande ntimero de judeus havia ido a Jesus com seus pedidos por cura. Entre eles havia duas pessoas: Jairo, que pediu para curar a sua filha, ¢ um oficial da realeza, que implorou que ele curasse o seu filho. Mas entdo um gentio, que cra um centuriso romano, pediu que ele curasse um de seus criados. Os judeus sentiam liberdade para se aproximar de Jesus, mas os gentios hesitavam porque os judeus os desprezavam e colocavam os estrangeiros no nivel de cdes. Além disso, os judeus putriam aversio pelos militares, porque representavam o odiado governo romano, cuja opressao eles tinham de suportar. Mesmo assim, os escritores do Novo Testamento puseram os centuriées romanos num foco favoravel durante os tempos de Jesus € Paulo. Observe estes casos: + Junto & cruz, um centuriao chamou Jesus de o Filho de Deus. + Comnélio era um centuriao devoto, temente a Deu * O centurigo Julio foi bondoso para com Paulo. Isso prova que 0s judeus no odiavam todos os oficiais militares que estavam a servigo do governo romano. Eles honraram e respeitaram alguns deles por causa de sua disposigio favordvel para com as pessoas de Israel. Lucas relata que um centurido que morava em Cafarnanm amava a Deus ¢ assistia aos cultos de adoragao na sinagoga local. Esse centuriéo havia descoberto que a religiao judia proclamava uma mensagem de pureza, santidade, honestidade e justiga. Essas qualidades de vida o atraiam, porque ele também desejava levar uma vida virtuosa. Portanto, ele expressava amor pelo povo judeu naquela cidade. Em troca, os judeus 9 aceitavam como um temente a Deus, ou seja, um gentio que nao era bem um convertido, mas, no entanto, um amigo. Esse centuriao romano cria no Deus de Israel e mostrava amor pelo povo de Deus. Como exemplo disso, ele estava téo preocupado com a saiide cada vez mais problemtica de umn de seus servos que mandou um recado pedindo para Jesus curar o jovem doente. O centurido havia ouvido Jesus pregar na sinagoga de Cafarnaum e © tinha visto realizar milagres. Ele aceitava totalmente as mensagens e mostrava a sua fé traduzindo as palavras de Jesus em agées; ele doow uma grande soma de dinheiro para reedificar a casa de culto dos judeus. Por causa de sua generosidade e sua assisténcia aos cultos, foi-lhe dado um assento na sinagoga reconstruida. Ao pedir a Jesus que curasse 0 scu criado, o centuriéo demonstrow um amor incomum para com esse jovem a quem chamou de “meu rapaz”. Ele expressou carinho especial por ele, pois 0 amava como se fosse seu préprio filho. Esse servo estava deitado em seu leito com dores terriveis € com todas as indicagdes de que sua vida estava se esvaindo aos poucos. Nenhum inédico havia conseguido curar a paralisia do menino; contudo o centuriao acreditava firmemente que Jesus podia sobrenaturalmente restaurar a satide dele. Os intermediarios judeus Ocenturiao fazia parte do exército que servia a Herodes Antipas, que crao governador romano nomeado da Galiléia. Ao fazer amizade com os judeus e especialmente com os lideres em Cafarnaum, o centurido tinha obtido o respeito da populagao judia. Embora 0 centuriao tivesse chegado a conhecer Jesus como mestre notéyel que falava com grande autoridade ¢ era um curador com poder sobrenatural, ele nao se sentiu digno de ir diretamente a Jesus com o seu pedido urgente. Os lfderes judeus sabiam do rapaz doente na casa do centurio, ¢ estavam dispostos a ajudar 0 centuriéo quando «=, O criado do centuriao “== 63 ele pediu que servissem de intermedidrios entre ele e Jesus. Assim, com a ajuda de compatriotas de Jesus, 0 centuriao ousou procurar 0 Grande Médico. Os lideres judeus disseram elogios a respeito desse gentio que vivia entre eles € que era um quase convertido a sua religiao. Eles assumiram a tarefa de ser os porta-vozes do centurigo para rogar a Jesus que fosse e curasse o jovem paralisado. Como morador de Cafarnaum, Jesus devia ter ouvido falar desse homem militar romano que freqtientava os cultos e que tinha financiado a reconstrugao da sinagoga local. Quando os ancidos Ihe trouxeram a noticia do rapaz doente e o pedido para a cura, Jesus prontamente concordou em ir a casa do centurido. Vemos nesse caso uma reagao em cadeia. O centurifio comunicou aos ancidos judeus a condigdo do seu servo; por sua vez, os ancidos foram a Jesus ¢ o inteiraram de quem era o centuriao romang; €, como resultado, Jesus reagiu favoravelmente ao pedido deles. Para Jesus isso significava entrar na casa de um gentio, mas os regulamentos de pureza judeus impediam que ele fizesse isso. Aparentemente, os Ifderes descuidaram dessas leis no interesse de agradar vu cenlur ministério nao se limitava as pessoas de sua propria nacdo, mas estava aberto a todos sem olhar raca, cor ou nacionalidade. Os lideres judeus disseram a Jesus que ele deveria atender uo pedido do centurido para curar o menino, pois ele era digno de ser ouvido. Mas o comentario deles nav coubirrava cons as aybes € palavras do centuriay. O oficial militar nao tinha vindo se encontrar com Jesus pessoalmente, tendo dito que nao se considerava digno de ter Jesus sob o seu teto. wo. Aléin disso, Jesus tornara conhecido que © seu Um homem de fé Amigos do centuriao foram a Jesus com uma mensagem dele. Disseram que o Mestre nao deveria se incomodar em ir até a casa dele, porque o centuriao sentia-se totalmente indigno de receber Jesus. Por meio de seus mensageiros, o oficial pedia a Jesus que sé dissesse urna palavra de cura ¢ isso seria suficiente para curar o rapaz. Ele nao pediu que Jesus visse ou tocasse o doente. Tudo o que ele pedia era que o Grande Médico dissesse palavras a uma distancia da casa e assim a cura aconteceria 64 Os milagres de Jesus “= As palavras e as ages do centurido so elogiientes. Aqui temos em agdo um retrato de #% sdlida como rocha. O centurido sabia que Jesus tinha autoridade para fazer milagres; em comparagao, ele via a sua propria autoridade como meramente um brilho palido. Ele disse ser um homem sob a autoridade romana e que cle, por sua vez, tinha recebido poder de dar ordens aos soldados que estavam sob o seu comando. Podia mandar um deles ir e o soldado ia, outro vir, e ele vinha, e ainda outro fazer isto ou aquilo e ele obedeceria. Esse oficial nao se julgou digno de Jesus entrar em sia casa, que provavelmente era bem mais espacosa do que a dos cidadaos comuns. De outre lado, Jesus nao olhava para as riquezas materiais. Ele discerniu a fé do homem, o considerou digno e concedeu o seu pedido. Com toda humildade, o centurido disse a Jesus: “Apenas manda com uma palavra, ¢ o meu rapaz seré curado”. Ele era um homem de f& totalmente cénscio de seu desmerecimento na presenga de Jesus, 0 Filho de Deus. Resumindo, 0 centurido nao considerou que Jesus fosse um homem comum, e sim um homer que Deus tinha enviado dotado de autoridade divina. Esse militar reconheceu a eminéncia, a majestade, a realeza e a pureza de Jesus. Suas palavras nao s6 refletiam uma posigao que nas forgas armadas era da maior importancia, como também indicaram a sua submissdo ao poder mais alto que jamais havia encontrado. Nao é de admirar que Jesus elogiasse o gentio por uma fé que ofuscava ado povo judeu de seus dias, Jesus disse que nao encontrara tao grande fé em nenhum lugar de Israel. Ele olhou para o futuro e viu que gentios se yoltariam para ele em ntimeros assombrosos e viriam tanto do Ocidente quanto do Oriente. Eles participariam de um banquete com os patriarcas Abraao, Tsaque © Jacé € todos os profetas no reino dos céus (Mt 8.11). Entretanto, os judeus incrédulos seriam excluidos dessa festa celestial; seriam langados para fora, nas trevas. Mediante esses intermedidrios, Jesus disse ao centuriao que a sna fé tinha sido respondida tinha efetuado o milagre da cura. O Grande Médico tinha curado 0 rapaz de longe sem nunca té-lo visto. Quando os amigos retornaram 4 casa do centurido, encontraram o rapaz. excelente satide e de volta ao seu aspecto normal. Aparentemente, quando Jesus cncontrava os gentios, cle nfo entrava na casa deles, mas curava seus doentes a distancia meramente d uma palavra as pessoas que cuidavam deles. Outro bom exemplo € a mulher siro-fenicia, perto da cidade de Tiro. cuja filha estava possessa por deménio. m1. endo QO criado do centuriao “= 65 Pontos a ponderar + Muitas vezes Jesns repreenden sens diseipnlos pela falta def. Quando demonstraram medo ou duvidaram, ele os descrevia com as palavras “homens de pouca fé”. As Escrituras Ihes foram ensinadas e eles tinham Jesus como seu instrutor a cada dia. E, para vergonha deles, temor e falta de confianca os acompanhavam. + Em contraste, um centuriéo romano nao fora instrufdo nas Escrituras desde cedo e nao tinha a vantagem de ser discfpulo de Jesus. Ele demon- strou sua total confianga naquele que o louvou por ter fé maior do que qualquer pessoa em Israel. Esse gentio foi o primeiro de incontaveis multidaes em todo o mundo que colocariam sua fé em Jesus + Nenhum psicdlogo pode explicar o milagre que ocorreu a distancia do doente. Ninguém que cura pela fé pode alegar ter 0 mesmo poder para curar que Jesus demonstrou sem ver nem tocar 0 docnte. + Jesus curou os doentes nao por causa dos intermediarios judeus e sim por causa de sua propria autoridade sobre doenca combinada com a fé incondicional que o gentio tinha nele. * Quando demonstramos total canfianca nas promessas de Deus ¢ re- conhecemos o seu poder que a tudo inclui, experimentamos resultados definitivos porque Deus nunca volta atrés na sua palavra. Se tivermos fé tao pequena como a menor das sementes do jardim, seremos ca- pazes simbolicamente de mover montanhas. Pela {6 sabemos que ele endireitarA nassos caminhos. que identificam os dois relatos. Primeiro, um era gentio ¢ 0 outro, judeu. Depois, Jesus exaltou a fé do centuriéo como sendo a maior, enquanto a fé do oficial aumentou no decorrer do tempo. E também, o gentio estava em Cafarnaum quando ele se comnnican com Jesus por intermediaries, mas 0 oficial foi até Cand e falou diretamente. E finalmente, as doengas eram diferentes: um paciente softia de paralisia ¢ 0 outro tinha febre. Jesus repreenden os galileus incrédulos que estavam interessados em vé-lo executar um milagre. Eles queriam ver um sinal, mas o oficial nao tinha ido pedir um sinal. Ele fora com o pedido para curar o seu filho, que estava prestes a morrer em Cafarnaum, ¢ pela fé ele creu que Jesus ouviria o seu pedido, Essa fé foi respondida com a simples instrugao de qque fosse para casa e a promessa de que seu filho viveria. Quando 0 oficial foi para casa, viu que Jesus tinha restaurado a satide de seu filho. A alegria na casa do oficial foi exuberaute. Todos queriam saber exatamente onde Jesus estava e o que ele havia dito e feito. Perguntaram exatamente como foi feito o pedido do oficial, como Jesus lhe havia respondido ¢ por que ele havia se dirigido & multidao em volta dele. A multidao queria ver um milagre, e o milagre de fato aconteceu, mas eles nunca 0 viram acontecer. O oficial descreveu Jesus como um homem com poder divino, o Grande Médico e o Messias. Ele nao sé falou de sua fé em Jesus, mas também levou todos os membros de sua casa a fé em Cristo. Ele se tornou um. evangelista para Jesus, E mais ainda, seu filho foi prova viva do poder de Jesus de curar os doentes mesmo a distancia. Pontos a ponderar + Os cristdios ndo precisam ver sinais e maravilhas para crerem em Jesus. © que eles precisam saber ¢ sentir é a presenca de Jesus a0 lado deles. Precisam reconhecer que ele providencia para eles em todas as suas necessidades didrias. E esses suprimentos providenciais s4o milagres em si Mesmos, pois sao respostas a oracio. Eles precisam declarar que a esséncia da fé consiste em crer sem ver. + A Escritura ensina claramente que ninguém consegue agradar a Deus sem f6, ow seja, a fé é um requisito absoluto para que alguém possa aproximar-se de Deus. Realmente, Deus vé como pecado qualquer coisa que nao tenha a sua origem na fé. <= 0 filho do oficial j= 69 * Jesus curou pessoas doentes a distancia por causa da fé daqueles que cuidavam dos doentes. Ele ainda responde a oragdes feitas pelas pessoas a favor de entes queridos, mas elas nem sempre recebem uma resposta afirmativa. As vezes, a resposta é positiva, as vezes é negativa e ainda cm outras vezes ela vird mais tarde. * Jesus convida as pessoas de todas as ragas, cores, nacionalidades, paises e Iinguas para irem e colocarem sua fé nele. Ninguém esté exelufdo e cada um tem a mesma importancia na presenga dele. Se Jesus vé todas c38as pessoas como seus irmaos ¢ irmas, devemos fazer v inesiuv. Nu céu todos aqueles que rodeiam o trono de Deus vivem sem preconceito e est&o cheios de amor uns para com 0s outros. -s< A MULHER ENFERMA <> Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48 A sofredora silenciosa Uma mulher que morava em Cafarnaum sofria havia doze anos de uma hemorragia que enfraquecia o seu corpo. Ela tentava esconder 0 problema, mas nfo conseguia encobrir a sua palidex que mostrava a todos que ela estava doentc. Segundo a Ici levitica, sua perda de sangue a tornava imunda. Assim, ela ficava severamente limitada quanto a assistir aos cultos religiosos na sinagoga local e nunca podia pensar em viajar até o templo, em Jerusalém. O que quer que ela tocasse, era visto como imundo; portanto, ela se tornava um embarago para si mesma e para as pessoas & sua volta. A Lei de Moisés cstipulava que a cama em que ela dormia, a cadeira em que ela se sentava e as roupas que ela usava eram todas imundas. Qualquer pessoa que a tocasse ou a quaisquer desses itens era também considerada imunda. Essa mulher tinha tentado todos os remédios caseiros disponfveis para estancar o fluxo de sanguc, mas nada parecia ajudar. O mal, com a vergonha que o acompanhava, havia se tornado parte de sua vida didria. Ela era uma exilada e vivia a vida de uma pessoa solitaria. O evangelista Marcos nos conta que muitas vezes ela havia procurado médicos para achar alfvio e uma possivel cura. Mas um apés outro haviam conclufdo que seu mal era um caso scm esperanga ¢ nada podia ser feito por ela. Mas mesmo assim, toda vez que ela ia a um médico, tinha de A mulher enferma »> 71 pagar. Com 0 passar dos anos, os seus recursos financeiros diminufram a ponto de agora ela estar muito pobre. A mulher sofria em siléncio. Sabia que, por nao existir ajuda médica para ela, nao viveria muito tempo. Seu corpo era incapaz de lidar com 0 esvair continuo do seu suprimento de sangue. Ela ficaria cada vez mais fraca com o passar do tempo até finalmente morrer. Uma pessoa que esta doente, mas rodeada de pessoas para cuidar dela, recebe atencio didria. Mas essa mulher que sofria de perda de sangue suportava sua afligao em siléncio porque nao tinha ninguém que a ajudasse. Como um paria, embora a culpa nao fosse dela, cla ficara completamente sem esperanga e sem auxilio. Ajuda no caminho Jesus havia curado muitas pessoas em Cafarnaum e outros lugares. Conseqiientemente, intimeras pessoas iam com seus doentes ¢ pediam que ele as curasse. A mulher que sofria de uma perda gradativa de sangue sabia da capacidade de Jesus para curar pessoas doentes. Ela pensou em procurar esse médico galilea que nunca recusava ajudar aqueles que tinham alguma doenga. Quando chegou a frente do porto onde esperava que Jesus estivesse, la o viu chegando num barco de pesca enquanto uma multidao o esperava desembarear. Chegando a praia, Jesus foi rodeado por muitas pessoas de modo que a mulher logo entendeu que era imposs{vel aproxinrar-se dele. Ela passou alguns instantes criando um plano para poder chegar perto de Jesus. Estava convencida de que se pudesse tocar sé a bainha de sua capa quando ele passasse perto, ela ficaria curada. A mulher se agachou bem ao lado da estrada em que Jesus vinha caminhando para entrar na cidade. Algumas pessvas na niultidae disseram para ela sair do caminho ou ficaria machucada. Mas ela esperou pacientemente até Jesus chegar perto dela, enquanto a multidao era forcada a passar & sua volta. Enquanto estava sentada ali, Jesus se aproximou e a mo da mulher tocou a borda de sua tunica. Logo apés o toque, ela imediatamente sentiu um poder invisivel fluir pelo seu corpo restaurando a sua satide. [mediatamente soube que Jesus a havia curado ainda que ela nao tivesse falado com ele. Ela podia sentir forca renovada em seus bragos e pernas. Embora nao pudesse ver o seu préprio rosto, ela sabia que a pele do seu rosto nao estava 72 = Os milagres de Jesus = mais pélida, que a sua pele havia se tornado rosada. Agora ela estava visivelmente sadia. De repente, Jesus parou e perguntou as pessoas: “Quem me tocou?” Para elas, a pergunta era ridfcula e fez que seus discipulos lhe dissessem que muitos na multidéo o haviam tocado ao empurré-lo para a frente © para o lado. Mas o curador galileu ficou firme ¢ disse que poder de cura havia safdo dele. Ele passou os olhos em torno da multiddo e entdéo localizou a mulher agachada. De acordo coma lei ela era imunda, e entao, depois de té-lo tocado, ele também se tornara imundo. O constrangimento da mulher nao podia ser maior. A vista de todos, Jesus a destacou, € ela nao tinha como pleitear inocéncia. Tremendo aos pés de Jesus, ela imaginava que ele ia repreendé-la. Mas quando ela levantou os olhos para Jesus, soube que ele nde iria rejeité-la. Os olhos dele nado mostravam nada a nao scr amor ¢ bondade. Criando coragem, a mulher contou a Jesus sobre sua condigao fisica, seu desejo de ser curada e sua fé nele. Admitiu que havia sentido o seu poder de cura através do seu corpo e que naquela mesma hora o fluxo de sangue havia parado. Ela sabia que estava curada. Jesus olhou para ela e bondosamente a chamou de filha, um termo carinhoso. Depois acrescentou: “A tua fé te salvou; vai-te em paz ¢ fica livre do teu mal”. Jesus a curou fisica e espiritualmente; ele curow toda a sua pessoa, porque a frase “te salvou” se refere tanto ao corpo quanto a alma. A fé dessa mulher pode ter sido tto pequena quanto um grao de mostarda, mas foi suficiente para obter a cura do seu corpo. A fé da mulher moveu as montanhas da solidao, da agonia, da preocupagio e da pobreza. Pela fé em Jesus, cla triunfou sobre todas as probabilidades que estavam contra ela. Pontos a ponderar + Durante o ministério de Paulo em Efeso, pessoas doentes tocavam um dos lengos ou aventais que ele tivesse usado e, em resultado, eram curadas. Isso nao significa que pessoas que estejam sofrendo de uma doenca devem tocar as roupas de um curador ou curandeiro para serem curadas. Nao é 0 tecido e sim Jesus que cura os doentes; nado foi a capa, mas Jesns que restauron a mulher. Ha uma diferenga entre roupa e confianca, tecido € fé es A mulher enferma > 73 * Quando algo limpo entra em contato com algo imundo, por exemplo, quando um vestido branco entra em contato com a fuligem, o limpo torna-se imundo. Isso nao acontece com Jesus, que é a fonte da pureza eda santidade. Ele transforma o que é impuro e imperieito em objetos de san tidade e perfeigdu. Ele tent o poder de limpar os noses pecados que sao vermelhos como escarlate e tornd-los brancos como neve. + A fé0caminho pelo qual o poder de Deus flui livremente a pecado- res que pdem em Cristo a sua confianga. F um conduto que entrega a béngav da cura de Deus, 0 Pai, a seus filhos confiantes. * Por vezes nos perguntamos: “O que os outros pensariam de mim, se eu pedisse a Jesus que me curasse?” Muitas vezes somos impedidos mais pelo medo do que os parentes, amigos ou conhecidos poderiam dizer a respei(u das nussas agées. Nos ansiamos pela aprovacao social e, por isso, deixamos de ir a Jesus. Muitas vezes ele é 0 tiltimo a quem nossos problemas s4o contados, enquanto ele deveria ser o primeiro a saher a respeito deles. Se eu declaro que ele é meu amigo, devo ir a ele imediatamente e contar minhas dificuldades livremente. Ele esta dispusto a ouvir e esta pronto para ajudar. Lucas 13,10-17 Uma curvatura na espinha Durante longos dezoito anos uma mulher fora incapaz de endireitar as suas costas. Seu mal era provavelmente algo que conhecemos como uma deformidade das vértebras que tinham aos poucos se unido e acabaram por se fundir. Num periodo relativamente curto, a espinha da mulher estava completamente dobrada eo resultado disso era que ela andava olhando para o chao. Ela cambaleava ¢ por isso tinha de usar uma bengala para lhe dar um pouco de estabilidade. A condigao fisica da mulher provocou um desequilibrio do seu sistema nervoso de modo que © seu corpo bem como a sua mente nao estavam bem. A mulher estava numa situagdo lamentavel que nenhum médico havia conseguido curar, Jesus analisou acertadamente a sua condig&o espiritual quando lhe disse que satands a tinha amarrado por dezoito anos. Isso nfo queria dizer que era endemoninhada, mas que a sua condigao de aleijada havia sido causada pelo diabo. Esse espirito maligno era a causa real de seu estado deploravel. Contudo, a mulher estava livre para ir aos cultos de adoragao no sabado para ouvir a Palavra de Deus explicada pelo pregador local. Em certo sébado em particular, ela foi sinagoga e ali soube que o lider da sinagoga convidara o profeta Jesus de Nazaré para pregar. Ela havia ouvido muitas histérias sobre esse profeta e especialmente a noticia que vst A mulher aleijada = 5 ele tinha o poder de curar. Cheia de expectativa, ela se sentou e esperou ‘o culto comecar. A mulher ficou entretendo o pensamento de que talvez Jesus a notasse, visse a sua condig&o e quem sabe lhe concedesse a cura. Por ela ser uma mulher, nao tinha a liberdade de se aproximar de Jesus como um homent poderia. De fato, devido a sua condico, ela teve dificuldade em focar sua atencao em Jesus durante o culto. Uma resposta inesperada Quando Jesus terminou a sua pregacao, ele olhou para a mulher aleijada e disse: “Mulher, vocé esté libertada de sua enfermidade”. A palavra mulher era culturalmente aceitével naqueles dias da mesma maneira que hoje nds nus dirigimos a una mulher, chanando-a de senhora, Jesus colocou as duas mos nos ombros dela, ¢ ent&o ela sentiu um poderoso fluxo entrar e correr através do seu corpo. Imediatamente ela sentin que estava curada tanto fisica quanto mentalmente. Ela podia sentar-se reta e a dor que tinha sido sua companheira constante havia desaparecido. Tanto o seu curpu quanto a sua mente foram libertos da escravidao. Satands tinha perdido o dominio sobre ela, porque agora ela podia ficar ereta e ndo precisava mais da bengala. Que alegria e alivio! A mulher nao conseguia se segurar e em voz alta louvava a Deus com palavras de aes de gracas. Queria que todos ouvissem que um milagre bavia acontecido. Embora nao tivesse pedido a Jesus que a curasse, a sua devogao a Deus era evidente pelo fato de ela assistir fielmente aos cultos. Ela havia esperado pacientemente pelo seu Deus que, de repente, por intermédio de Jesus a tinha curado. ‘A mulher esperava que todos na sinagoga se regozijassem com ela. E foi exalamente isso o que acusiteceu. Todos os cultuadores expressaram aalegria com ela. Todos glorificaram a Deus porque um milagre havia ocorrido no meio deles. Entretanto, o lider da sinagoga nao ficou nada satisfeito com o que Jesus havia feito. Ele nao se dirigiu a Jesus diretamente, mas falou a congregagao. Ele disse: “Ha seis dias nus quais o trabalho deve ser feito. Venham nesses dias e sejam curados, mas nao no sdbado”. O tinico trabalho, se 6 que pode ser chamado trabalho, que Jesus havia feito foi pdr siias mAos nos ombros da mulher e dirigir-se a ela com as palavras: “Mulher, vocé esta libertada de sua enfermidade”. 76 sa! Os milagres de Jesus “<= O lider reconheceu que Jesus era um curador de doengas, mas fez objecdo a que ele fizesse isso no sdbado. Ele nao fazia objecao a que ele curasse, mas, segundo ele, isso nao devia ser feito no dia de descanso. Ele era um legalista rigoroso que via Jesus como um violador da lei cujas agdes desonravam a ele, o lider da sinagoga. Sentiu que era seu dever repreender o pregador visitante por ter ultrapassado o limite em relacao a observancia do sabado. Ele sabia que tinha de manter o sistema legal de sua cultura ¢ por isso tinha de falar. Jesus reagiu nde A congregagao jubilosa, mas 4 mesquinhez do lider da sinagoga e seus companheiros. Ele os chamou de hipécritas e deixou bem claro que a visdo deles quanto a guarda do sébado nao era a vontade de Deus. Para explicar o que estava dizendo, cle usou uma ilustragao da vida didria. Qualquer pessoa que possui um boi ou um burro tiraria 0 animal da baia no sabado e o levaria ao cocho com Agua para que pudesse beher. Q lider da sinagoga chamaria isso de trabalho? Ele responderia: “E claro que nao, porque isso é necessario’ O argumento de Jesus foi do menor ao maior. Se é necessario cuidar de animais no dia de descanso, ndo é também necessério cuidar do povo de Deus nesse dia? A resposta é ébvia porque Deus tem muito mais estima pelo seu povo do que pelo restante da sua criagao. Se os animais precisam ser soltos de suas baias no sabado, os seres hamanos nao precisam ser soltos de suas cadeias nesse mesmo dia? Se Satands havia mantido essa mulher amarrada com uma grave enfermidade por dezoito anos, nao era necessério Jesus solta-la das suas cadeias sem demora? Satanés manteve essa mulher presa no seu reino de trevas durante todos esses anos, mas Jesus a chamou de filha de Abrado e a soltou em seu reino de luz. Ochefe da sinagoga e seus companheiros tinham tentado acusar Jesus de quebrar a lei. Mas as palavras do Mestre expuseram a hipocrisia deles e eles foram envergonhados na presenga dos adoradores. As pessoas no culto se alegraram por causa das coisas gloriosas que Jesus havia feito e continuava a fazer. Nao foi sé a cura da mulher aleijada, mas muitas outras curas maravilhosas também. Jesus revelou o seu poder de destruir os impedimentos que Satands havia colocado sobre 0 povo e que o mantinham em servidao. Ele via o efeito destrutivo do reinado de Satanas sobre este mundo e se opunha a ele restaurando a satide dos sofredores. Nao é Satands, mas sim Jesus que tem a Ultima palavra, porque ele é 0 Vencedor e Satands é o vencido. “=x! A mulher aleijada + Pontos a ponderar * Jesus fez 0 seu trabalho de ensinar na sinagoga e curar no sdbado por amar seus semelhantes humanos. Ele mostrou que a lei do amor transcende a lei do sabado. Contudo, um nao cancela o outro, pois. ambos permanecem intactos. A lei do amor é destacada como um resumo dos Dez Mandamentos e, portanto, sempre os supera em todas as situagdes. * O amor que devemos ao nosso vizinho nao deve colocar de lado o mandamento de observar o dia de descanso. Ambos podem e muitas vezes devem ser observados no mesmo dia. Jesus usou seus poderes tanto de ensinar as Escrituras quanto de curar os doentes em beneft- cio das pessoas. Ele nos ensina a ligdo de honrar os mandamentos de Deus de tal maneira que demonstremos 0 nosso amor para com Deus ao amar 0 nosso préximo como a nés mesmos. + Parece que Jesus repetidamente curou pessoas no sibado e invariavel- mente foi repreendido pelos fariseus e mestres da lei. Seu objetive era lembrar as pessoas que 0 sdbado € um dia de descanso ¢ alegria, ndo um dia de tristeza e condenagao. O apéstolo Paulo escreve esta regra de vida: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos’. + Jesus chamou a mulher de filha de Abraao, nao porque ela houvesse se tornado uma, mas porque ela jé era uma. bla fazia parte da alianga que Deus fez com Abrado e seus descendentes. Isso significa que ao reivindicar essas promessas da alianga ela é beneficiaria da fidelidade eda graga de Deus. Nés também fazemos parte dessa mesma alianga pela obra de mediagdo de Jesus nosso Senhor. Todos os direitos ¢ privilégios que Deus deu a Abraiio sio nossos por meio da obra de expiagio de Cristo sobre a cruz. ex 0 HOMEM COM “ HIDROPISIA Lucas 14.1-4 Um hospede para o almoco Jesus era o pregador visitante em muitas sinagogas, especialmente na Galiléia, mas também na Judéia. Depois de um culto na manha do sdébado, o pregador visitante geralmente era convidado por um lider importante da comunidade para almogar com ele. Mais freqiientemente, esse lider era um fariscu que no s6 conhecia as Escrituras como também era um meticuloso observador da lei e particularmente do mandamento para guardar o sébado como dia santo. Dependendo do clima, 0 anfitrida servia a refeicao do séhado an ar livre, no seu patio, em vez de numa sala apertada. Com mesas extras para acomodar certo numero de héspedes, entre eles mestres doutos e fariseus, arefeicdo podia ser uma ocasido festiva porque era sempre bem preparada. O tépico de conversa, no entanto, dava o tom da reuniao, que poderia ficar desagradavel sc 0 anfitrido ¢ o visitante discordayam entre si. O anfitrido havia escutado a exposi¢ao de Jesus na sinagoga e talvez nao tivesse ficado feliz com o sermao. Seria por isso que especialmente depois do culto o hospedeiro tivesse convidade para o almogo um homem que estava sofrendo de hidropisia? Essa é uma doenga que faz que Agua se acumule nas areas do pescogo, dos bracos ¢ das pernas bem como em outras partes do corpo. O conhecimento médico nao estava desenvolvido e os médicos daquele tempo eram incapazes de tratar <4 Q homem com hidropisia =~ 9 pacientes que sofriam dessa enfermidade. Apesar da retengao de 4gua nO seu corpo, o paciente podia participar de muitas das atividades na vila onde morava. Presumimos que 0 anfitrigo havia convidado o homem para testar Jesus quanto a sua atitude em relagao a observancia do sdbado. Ele queria que o mestre se desviasse das normas aceitas para que, com os outros convidados, pudesse acusar Jesus de quebrar a lei. Durante a refeigao, as pessoas observaram Jesus atentamente para ver o que ele faria com respeito ao homem hidrépico. Jesus curaria o homem no sdbado, violando desse modo a santidade do dia de descanso? da conversa durante 0 almogo e, conseqiientemente, a conversa era em voz baixa. As pessoas sentiram que a atmosfera reinante nao estava boa O anfitriay controlava v tom e que algo estava para acontecer. Embora Jesus fosse o convidado de honra, o dono da casa ¢ os outros visitantes udu Ihe demonstraram o respeito devido. Em vez de conduzir uma conversacao animada e agradavel, estavam quietamente observando Jesus como se ele ignorasse suas motivagées. Onde quer que estivesse, Jesus pregava amor a Deus e amor ao préximo. Quando havia uma oportunidade de expressar suas palavras em atos, ele mostrava o amor em acao. E claro que ele estava plenamente ciente das intengdes dos fariseus, mas queria ensind-los que o amor pelo proximo supera a lei da observancia do sébado. Jesus perguntou aos doutos tedlogos e fariseus se era licito curar no s4bado. Tendo colocado a pergunta, a resposta que ele recebeu foi sil€ncio absoluto. O anfitriao e seus convidados reconheceram que tinham encontrado quem estava a altura deles, porque Jesus os tinha embaracado com uma simples pergunta sobre fazer algo bom no dia de descanso. O resultado Jesus estava totalmente no controle da situagao, Nao foi nem o anfitriao nem seus convidados que fizeram a pergunta para saber se era licito curar no s4bado. Jesus a fez. Eles estavam derrotados, mas cram maus perdedores. Seus coragées endurecidos faziam-nos resistir a Jesus e mostrar hostilidade para com ele, que havia colocado a pergunta no contexto de fazer uma boa ac4o no sabado por amor a wm semelhante. Profundamente tocado de amor pclo homem sofredor, Jesus pés a sua mio sobre ele € restaurou 0 scu corpo. Isso foi um milagre. Os rins do homem, que funcionavam mal, passaram a funcionar normalmente, ¢ a Agua extra em seu corpo de repente desapareceu. A aparéncia do homem mudou completamente. Na verdade as pessoas nao podiam deixar de ver a transformacao radical. O homem ficou transbordante de alegria e feliciclade e saiu depois de agradecer a Jesus. Jesus continuou a se dirigir ao dono da casa ¢ avs instrufdos convidados 4 mesa. Ele usou um exemplo que ilustrava uma experiencia que no era incomum na vida didria, Perguntou: “Quem de vocés, se seu filho ou seu boi cai num poco num sabado, nfo o tira de 14 imediatamente?” A resposta a essa pergunta era Sbvia, pois o amor da pessoa por um filho ou 0 cuidado por um animal pediria agao imediata. Jesus comparou o possivel afogamento de um filho ou boi num pogo com o homem que tinha excesso de Agua em seu corpo. Aatitude cativante de Jesus para com as pessoas a rcfcigdo ensinou-as como ¢ quando amar ao seu vizinho. Com um exemplo vivido tirado da vida didria, ele péde instilar os principios basicos da Palavra de Deus. Pontos a ponderar + Oconvite que o fariseu fez a Jesus para almogar com ele depois do culto de louvor matinal foi em si louvavel. Jesus ensina que quando voce convida pessoas para irem & sua casa, nao deve convidar apenas amigos econhecidos que irao devolver a gentileza convidando-o também. Mas sim, vocé deve convidar os pobres e pessoas com deficiéncias fisicas para participarem da sua mesa, porque eles no podem convidé-lo de volta, Vocé receberé a sua recompensa no dia da ressurreigae + Os Evangelhos indicam que Jesus muitas vezes executou milagres no sabado. De fato, ha um total de sete incidentes: o homem no tanque de Betesda, o homem cego de nascenga, um homem possesso de demdnio em Cafarnaum, a sogra de Pedro, 0 homem com a mao ressequida, 0 homem hidrépico ea mulher aleijada. Por meio de todos esses milagres, Jesus ensinou 0 povo a celebrar o sdbado com alegria e felicidade. 0 sdbado foi feito para um tempo de renovacao espiritual com o povo de Deus em adoragao. + Deus nos pede que obedecamos a sua lei, se fazemos isso, prosperamos e vivemos em harmonia com ele ¢ com nossos semelhantes, Se obser varmos a lei por causa da lei, sem amor, nao estamos mais servindo a Deus, mas transgredindo a lei que somos instruidos a obedecer, Em contraste, se celebrarmos com alegria o dia do descanso para honré- Jo, recebemos beneficios para nés mesmos e para os nossos vizinhos. Ao mostrarmos amor aos nossos compatriotas, estamos caminhando nos passos de Jesus. Deus diz. a seu povo: “Perdoarei as suas iniqilidades ¢ dos seus pec dos jamais me lembrarei” (Jr $1.34). “Como 0 Oriente esta longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nds as nossas transgressées” (SI 103.12 Nv1). Observe que a Escritura nfo usa as palavras “do sul ao norte”, porque essa é uma distancia que pode ser medida. Embora saibamos a medida da circunferéncia do equador, somos incapazes de dizer onde o Ocidente comega e onde o Oriente termina. O amor perdoador de Deus nao conhece limites. Jesus nos dé o exemplo para seguirmos ¢ andarmos em seus passos. Isso significa que precisamos andar atras dele e nao na frente dele. Muitas vezes, quando queremos fazer algo para o Senhor, deixamos de consulté-lo ¢ vamos pela nossa propria cabesa. Depois contamos ale o que fizemos e logo reconhecemos que nao conseguimos obter a sua aprovacao. Entéo, para nossa vergonha, compreendemos que pusemos a proverbial carroca adiante do boi. Devemos perguntar a Jesus o que ele quer que facamos para ele e depois, em obediéncia amorosa, fazermos a tarefa da melhor maneira que soubermos. <=€ MALCO = Lucas 22.49-51; Jodo 18.10,11 O servo do sumo sacerdote Um dos servos do sumo sacerdote Caifiis chamava-se Malco. Ele nao era membro da guarda do templo e sim um servo fiel na casa de seu mestre. Malco tinha ouvido falar de Jesus ¢ talvez o tivesse ouvido na area do templo onde o profeta de Nazaré ensinava ocasionalmente. Mas quando a noite chegou e estava escuro, o sumo sacerdote tinha estado numa longa reunido com os fariseus. Mais tarde, ele deu ordem a seus oficiais e fariscus para prender Jesus. Ele indicou que Malco também deveria acompanhar os soldados ¢ oficiais da policia. Esclareceu que um dos discfpulos de Jesus indicaria o caminho até o Jardim do Getsémani onde o mestre supostamente estava se escondendo na escuridao. Esses oficiais conhecidos como sendo a guarda do templo muitas vezes exibiam comportamento agressivo que chegava 4 violéncia. Malco estava especialmente ansioso para prender Jesus. Como os soldados ¢ 0s oficiais carregavam arias, ele levou junto uma espada curta para administrar um golpe se fosse preciso. Outros também estavam bem armados com porretes e espadas. Eles sabiam que Jesus estaria rodeado pelos seus devotos seguidores, que sem dtivida estavam preparados para defender o seu Mestre e resistir ferozmente. Guiados por Judas, que era um dos discfpulos de Jesus, o grupo saiu da casa do sumo sacerdote e atravessou o Vale do Cedrom em diregao ees, Malco ==> 83 ao Jardim do Getsémani. Levavam lanternas e tochas para iluminar o caminho. Quando chegaram ao jardim, viram Jesus seus homens entre as oliveiras. Judas havia dito ao grupo que ele lhes daria um sinal para apontar Jesus. Ele caminharia até Jesus e o beijaria. Ent&o, poderiam prendé-lo, atnarré-lo © levé-lo av sumo sacerdote. Judas caminhou diretamente para Jesus e 0 beijou na face. O tempo todo Jesus sabia que Judas iria traf-lo, mas 0 ato insolente de beijd-lo como preltidio para prender o seu mestre foi deslealdade manifesta. Jesus lhe disse: “Amigo, faga o que viestes fazer. Vocé trai o Filho do homem com um beijo?” Jesus perguntou ao grupo de soldados e oficiais: “A quem vocés esto procurando?” Eles responderam: “Jesus de Nazaré”. E ele respondeu: “Sou eu”. Judas, 0 traidor, estava em pé ali com eles. Mas logo que Jesus pronunciou as palavras Sou ev, todos eles tombaram para tras © cafram av chav. Sua majestade divina ficou ébvia aqui, mostrando que nao eram os soldados, mas era Jesus quem tinha o controle total da situagao. Ele nao estava cheio de medo, mas mostrou sua realeza como rei. Na presenga de Jesus, 0 grupo de oficiais, soldados e servos, inclusive Malco, cafram ao chao. Depois que desajeitadazuente se puseram em pé, Jesus Ihes perguntou mais uma vez a quem procuravam, e eles deram a mesma resposta: “Jesus de Nazaré”. Ele disse: “Eu Thes disse que sou eu. Entao, se vocés me procuram, deixem estes homens ir”. Sem diivida, Jesus foi leal 4 sua palavra que nenhum daqueles que o Pai lhe tinha dado seria perdido, exceto o filho da perdigao, Judas. A reagao de Pedro Antes de os discipwlos sairem para o Gelséiani, Jesus lint nandado que levassem consigo uma bolsa e uma sacola € que comprassem uma espadia se no tivessem uma. Os discipulos tinham ido bem preparados disseram que possuiam duas espadas. Jesus lhes disse que duas espadas bastariam. Pedro como porta-voz tinha uma delas. Talvez Mulco estivesse agitando a sua espada curta preparando-se para prender Jesus. Sua ac&o foi um sinal suficiente para que Pedro, com sua espada na mao, defendesse o seu Mestre. Ele levantou sua arma em dirego a Malco e cortou sna orelha direita. Fm resposta a essa agio, Jesus mandou que Pedro guardasse a sua espada, pois ele sabia que era 84 ~~ Os milagres de Jesus = a vontade do Pai que ele tivesse de sofrer. Ele disse a Pedro: “Chega de violéncia”. Entéo apanhou a orelha de Malco e a colocou no lugar, realizando um milagre de cura ali na hora. Malco teria ficado com um defeito para toda a vida se Jesus nao tivesse recolocado a sua orelha. Mesmo na hora em que estava sendo preso, Jesus mostrou iniserierdia # uu de seus captores. Ele nao quis, provocar nenhuma violéncia em seu prdprio beneficio, ¢ dessa maneira lembrou a Pedro que aqueles que viver pela espada morrem por ela. Quanto a defendé-lo, ele disse que poderia chamar seu Pai para mandar doze legides de anjos para protegé-lo. E acrescentou que as Escrituras tinham de ser cumpridas e que ele deveria sofrer. O que se seguiu a esse incidente é que Pedro com outro discipulo, possivelmente Joao, acompanharam Jesus preso por todo o caminho até a casa do sumy sacerdote onde o julgamento ocorreu. Ele nao entrou na casa, mas ficou no patio, onde os soldados tinham acendido um fogo para se manterem quentes porque fazia frio. Pedro se misturou as pessoas até que uma moga lhe pergunton se ele era um dos discipulos de Jesus, o que ele negou. Quando Pedro estava se aquecendo, as pessoas ao lado dele perguntaram: “Vocé nao é um dos disefpulos dele, 62” Pedro disse que nao era um dos seguidores de Jesus, Depois, uma pessoa, que era parente de Malco, cuja orciha Pedro tinha cortado, reconheceu Pedro e desafiou- © perguntando: “Eu nao vi vocé com Jesus no Jardim do Getsémani?” Outros estavam dizendo que o seu sotaque o identificava como um galileu. Entio, Pedro foi pego por causa da evidéncia. Ele deveria ter dito averdade e admitido que havia estado com Jesus. Mas tristemente Pedro negou o seu Mestre uma terceira vez, amaldigoando a si préprio. Nesse momento o galo cantou e Pedro reconheceu que tinha negado Je~ sus por trés vezes seguidas. Ele foi para o patio ¢ chorou amargamente. Pontos a ponderar + Judas traiu Jesus, enquanto Pedro o negou. Ambos foram para fora, mas ur chorvu amargamente ¢ 0 outro se enforcou. Embora ambos tivessem se sentido mal pelo que haviam feito, houve uma grande dife- renga entre esses dois discipulos de Jesus. Judas ficou cheio de remorso, que 6 autocompaixao; seus sentimentas de remorsa ficaram com ele e cle nao conseguia ver nenhuma safda. Ele devolveu o dinheiro do 85 sangue aos principais sacerdotes e ancidos, mas cles nao lhe mostraram nenhuma misericérdia. Disseram-lIhe que o remorso era responsabi- lidade dele. A misericérdia flui de Deus, mas nunca do diabo. Judas tinha de resolver seus proprios problemas. Pedro se arrependeu e chorou amargamente. Ele retornou para os discfpulos ¢ finalmente para Jesus, que o perdoou eo reintegrou como um apéstolo. Depois que Pedro foi restaurado, ele serviu a Jesus como chefe dos apéstolos e da igreja em Jerusalém. Judas n&o tinha mais para onde ir, e entdo cometeu suicidio. Foi a pior coisa que podia fazer, porque na morte ele enfrentou o Juiz. que o condenou. © verdadeiro arrependimento significa que vocé vai até a pessoa a quem ofendeu e pede que o perdoe. Perdao subentende que nao sé a ficha seja limpa, mas também que a aco pecaminosa seja perdoada e nunca mais seja mencionada. O arrependimento verdadeiro significa que aquele que perdoa um pecador nao mencionaré mais a sua agéo perversa. A ficha est limpa e as relagdes pessoais so completamente restauradas aquilo que foram antes do incidente. OUVIDOS PARA OUVIR vise - UMHOMEM . “=< CEGO EF MUDO ~~ Mateus 12.22-32; Lucas 11.14-26 Prejudicado e curado Imagine uma pessoa que nao enxerga e nao fala € s6 tem os sentidos da audicdo, do tato e de olfato. Por causa de sua falta de comunicagao verbal e visual, para ela o mundo a sua volta nao tem nenhum sentido. A seguir, imagine que essa pessoa severamente prejudicada esta possessa por um espirito maligno que afeta a sua mente, Esse duplo prejuszo ¢ mais 0 fato de estar possuida pelo deménio sto 0 suficiente para declarar que a sua vida é sem sentido. Pense na solidao que essa pessoa deve sentir, além da tortura de ter a mente totalmente controlada por um deménio. Os médicos especialistas de hoje admitiriam prontamente a sua inabilidade ps: es, para wav falar em tentar curé-lo. Varias partes do corpo de homem, por exemplo, © nervo ético, nunca chegaram a se desenvolver. Na auséncia de érgios fimcionais relacionados a fala & 4 visio, 0 homem nao podia esperar nenhuma ajuda médica da parte de seus semelhantes humanos. Ele era umn solilario, ¢ por causa de sua mente desurdenada, (odes 0 evilavaun, inclusive alguns de seus proprios parentes. Membros da familia levaram o homem a Jesus, que expulsou o demfnio e 0 cnrou de mado que pudesse tanto falar quanto enxergar. Esse foi mesmo um milagre da mais alta ordem, como nunca fora visto em Israel. examiner ui homem com essas Timitag: 90 Os milagres de Jesus 9 Os escritores dos Evangelhos nada dizem sobre se esse homem tinha fé para ser curado ou que ele tivesse pedido por cura. Mas nao é dificil entender que o homem surdo ¢ mudo nao podia transmitir seus desejos a Jesus. E os Evangelhos nada dizem sobre a reagio do homem depois de ter sido curado. Admiragao e perguntas Multiddes de pessoas estavam presentes quando Jesus curou esse homem infeliz. Quando testemunharam o milagre de Jesus, a admiracgao que elas sentiram nao conheceu limites. Ficavam dizendo repetidamente que nunca haviam visto nada igual em Israel. Pelas Escrituras, elas conheciam o passa na histéria de Israel. Seo passado de Israel silenciava sobre um milagre de cura como esse, elas se perguntavam se o Messias prometido tinha vindo e estava agora realizando milagres no meio delas. Pelos livros proféticos elas haviam aprendido que, na era messidnica, milagres e maravilbas haveriam de ocorrer, As pessoas se perguntavam se era possivel que o Filho de Davi, o Messias, estivesse ali entre elas. Nao tinham certeza e nenhum jeito de saber, mas podiam perguntar aos fariseus e mestres da Lei o que as Escrituras diziam sobre esse assunto. Esperavam que esses homens doutos tivessem uma resposta para isso, pois eles sabiam recitar de cor grandes porgdes do Antigo Testamento. A profecia de Isafas, escrita mais de setecentos anos antes da vinda de Jesus, predisse em varios lugares que a cra messidnica traria milagres, dentre os quais a restituigdo da vista aos cegos. Em toda a histéria da era do Antigo Testamento, nenhum cego jamais havia experimentado restauragdo da visio, mas na era messifnica isso aconteceria Nesse momento, em que Jesus tinha dado vista e fala a um homem possesso por deménio ¢ tinha expulsado um espirito mau, as multidoes ficaram at6nitas. Elas se aglomeravam ao redor do homem que agora Ihes falava em palavras coerentes e lhes olhava no olho. Perguntavam se do, mas néo conseguiam pensar em nada semelhante as profecias do livro de Isaias estavam sendo cumpridas no meio delas. Poderia Jesus ser 0 Messias prometido nas Escrituras? ‘A quem 0 povo poderia se voltar senao aos fariseus, os mestres da Lei e os eseribas, que testemunharam o milagre? Esses lideres tinham profundo conhecimento das Escrituras e¢ poderiam dizer ao povo com Um homem cego e mudo = certeza se as profecias estavam sendo cumpridas naquele exato momento. Realmente, eles esperavam que esses homens doutos gritassem a plenos pulmées que Jesus era o longamente esperado Messias. Esses estudiosos. deveriam ser os primeiros a anunciar a boa-nova. Além do mais, esse no era o primeiro milagre que Jesus fizera. Ele havia curado leprosos, feito que aleijados andassem, aberto os ouvidos de surdos, dado vista aos cegos, ressuscitado os mortos e curado os enfermos. E pessoas em toda parte estavam contando casos sobre 0 realizador de milagres chamado Jesus. Elas cram testemunhas vivas do seu poder divino para realizar maravilhas. Embora faltasse conhecimento factual ao povo, as pessoas faziam uma pergunta para obter total certeza, Cautelosamente arranjaram a sua divida na forma de uma pergunta que esperava uma resposta negativa: “Esse niio € 0 Filho de Davi, €” Queriam que os religiosos de seus dias Ihes desse uma afirmag&o de que o Messias estava na verdade entre eles e que lhes dissesse: “Sim, sem diivida ele é!” Nao se tratava de relutancia acrer no 6bvio; tudo de que precisavam era de uma declaragao direta de seus mestres religiosos. Uma negacao surpreendente Os doutos estudiosos se recusaram responder no afirmativo a pergunta sobre se Jesus era o Filho de Davi, ou seja, o Messias. Mesmo tendo testemunhado esse milagre maravilhoso, os homens treinados nas Escrituras se recusaram a aceitar Jesus como o Messias. Eles dirigiram- se bruscamente a multidao e lhe disseram que aquele individuo s6 podia expulsar deménios pelo poder do principe de deménios, isto é, Belzebu ~ outro nome para Satands. Eles se recusavam a chamar Jesus pelo nome, referindo-se a ele desdenhosamente como “esse individuo”. Queriam que © povo acreditasse que Jesus estava trabalhando para Satanés. Os Iideres religiosos viam a sua influéncia ameagada por Jesus, que atraia grandes multiddes. A evidéncia era forte demais e o testemunho poderoso demais e, por isso, os adversarios de Jesus tentavam desacredité- lo dizendo que ele expulsava espiritos malignos pelo poder do principe dos deménios. Nao diziam nada sobre Jesus cumprir as promessas messianicas de dar vista aos cegos ¢ audigao aos surdos. Achavam que, apesar das provas, as pessoas poderiam crer na mentira. Diziam que Jesus havia se aliado as forgas do mal, ou seja, as forgas da inigiidade. Jesus, enta de légica comum. Ele apontou para a légica ridicula e incompativel de seus adversdrios ao dizer que um reino dividido vai 4 ruina e uma casa dividida no pode durar. Ele disse que se Satands se dedica a expulsar Satands, ele estd arruinado e o seu reino se torna vazio. Jesus entio se voltou aos Ifderes religiosos e perguntou a cles em nome de que poder seu povo estava expulsando deménios se, como diziam, ele os estava expulsando pelo poder de Sata. Ele Thes disse que seus exorcistas julgariam essa questao. Ele disse: “Eu expulso demdnios pelo Espirito de Deus porque © reino de Deus chegou a voces". As pessoas deveriam reconhecer que com itual se dirigin aos Hderes ¢ ao pave com palavras de bom senso, esses milagres Deus estava operando, estabelecendo 0 seu reino es; nesta terra. Ao mesmo tempo, Deus, por intermédio de Jesus, estava tirando dc Satanas os seus seguidores ao reivindicé-los para Cristo. Mas Jesus tinha mais para dizer aos fariseus, mestres da Lei e escribas. Ele Ihes disse com palavras fortes que eles haviam pecado gravemente contra Deus a tal grat que nunea seriam perdoados. Ele os informou de que a blasfémia contra o Espirito Santo seria para sempre contada contra eles e nunca seria perdoada. Aqucles que conheciam e ensinavam as Escrituras tinham blasfemado contra o Espirito de Deus ao chamar Jesus de servo de Sata quando toda aevidéncia do seu ensino e das suas obras mostrava que ele era o Messias. Eles agora enfrentavam um Deus irado que os condenava para sempre Resumindo, Jesus revelou-lhes que no dia do jufzo eles enfrentariam a separacao eterna do Deus vivo. Pontos a ponderar * Seré que é possfvel um cristdo sincero pecar contra o Espirito Santo e se perder para sempre? Alguns cristéos se preocupam a respeito de ter cometido o pecado imperdodvel. Mas as Escrituras ensinam que para aqueles que se arrependei de seus pecados, Deus estende a sua graga e misericérdia e limpa completamente a sua ficha. Por mais dolosamente que tenham transgredido seus mandamentos, Deus os perdoa. A boa- nova é que Jesus veio para salvar pecadores e ele dé as boas-vindas a toclos que se arrependem e pedem perdao pelos seus pecados. + As Escrituras falam claramente sobre o pecado contra o Espirito Santo que nao pode ser perdoado. O autor da epistola aos Hebreus escreve que, se continuarmos a pecar propositadamente depois que recebemos oconhecimento da salvacao, entao o sacrificio na cruz nao tem sentido nenhum para nés, Nesse caso, podemos esperar o juizo de Deus que assola como fogo e consome seus inimigos. Qualquer pessoa que pisa sobre o Filho de Deus, que diz que o sangue derramade de Jesus nao tem nenhum valor e que insulta a pessoa do Espirito Santo, enfrenta a ira de Deus. E terrfvel e assustador cair em suas maos. UM HOMEM = sURDO EGAGO * Marcos 7.31-37 A regiao de Decapolis Ao sul e leste do Lago da Galiléia havia uma area conhecida como Dec4polis. Esse nome significa “dez cidades”. Livremente ligadas numa confederagao de dez cidades gentias, situavam-se ao longo de estradas comerciais que iam de Damasco as cidades na Arabia. Decdpolis prosperava e, no tempo de Jesus, servia como zona de péra-choque ou protegao contra saqueadores que vinham do leste para as 4reas judeus situadas a oeste. Jesus havia visitado Gadara na parte oeste de Decdpolis, onde expulsou muitos deménios, que tinham o nome de Legio, de um homem. Quando © homem ficou livre dos deménios ¢ manifestou desejo de acompanhé lo, Jesus Ihe disse que contasse as pessoas a noticia de que Deus havia transformado a sua vida. Como um gentio convertido, ele podia ministrar efetivamente a seus compatriotas etn Decdpolis e contar-lhes a histéria de Jesus, o operador de milagres da terra de Israel. Quando Jesus retornou de sua viagem a Tiro e Sidom, na Fenicia, ele deu a volta pelo lado leste do Lago da Galiléia e entrou em Dec4polis. Enquanto passava, ele curou muitas pessoas que eram aleijadas, cegas ¢ surdas. As pessoas nessa rea louvavam o Deus de Israel e consideraram Jesus 0 realizador de milagres enviado por Deus. Em conseqiiéncia, grandes multiddes de gentios 0 seguiram, -» Um homem surdo e gago Entre aqueles afligidos estava war homens que era surdo e gag. Seus. amigos o levaram até Jesus e pediram que impusesse as maos sobre ele para que fosse curado. Observe que Jesus empregou diversos métodos para efetuar seu ministério de cura. As vezes, uma s6 palavra dita por Jesus era suficiente para restaurar a sadide de alguém mesmo a distancia. Outra vez, ele cuspiu no chao, fez lama com sua saliva e passou-a nos olhos de um homem que era cego de nascenga. Em outra ocasiao, Jesus curou um homeny cego em dois estagios: primeiro cuspindo em seus olhos ¢ em seguida tocando os glébulos dos olhos dele. Todos esses métodos trouxeram cura para 0 aflito. Severamente limitado Ser surdo e quase incapaz de falar claramente é uma deficiéncia fisica que é até pior do que ser cego. Uma pessoa cega pode se comunicar ¢ ouvir todos os sons, mas uma pessoa que nao ouve nem fala claramente vive em total isolamento. Esse homem surdo vivia em seu préprio mundo restrito. Ele provavelmente nao havia nascido surdo, pois entao ele seria a mais lastimével de todas as pessuas. Nesse caso, ele ndo poderia ter aprendido a ler, ter aprendido habilidades bdsicas e seria incapaz de se expressar. Mas apesar de sua gagueira, ele podia se fazer entender. Jesus fez varias agdes ao curar esse homem de suas deficiéncias fisicas. Depois que © levou para um lado, ele pos seus dedos nos ouvidos do homem; ele cuspiu nas pontas de seus dedos e com os dedos tumdos tocou a lingua do homem; depois ele olhou para o céu suspirando e, por fim, deu 0 comando “Efata”, que é a palavra aramaica para “Abra!” Essas so agdes simbélicas de Jesus que se seguem uma aps outra de modo significativo: * Ao levar 0 homem para um lado em particular, ele o terneu mai receptivo ao milagre que estava para acontecer. * Aomostrar que o ouvir precede o falar, ele apontou para a abertura do ouvido interior. * Ao tocar a lingua do homem com dedos timidos, ele concedeu a ele o dom da fluéncia. 96 e< Os milagres de Jesus + Aoolhar para céu, ele indicou que o milagre da cura vem de Deus 0 Pai + Ao suspirar, Jesus revelou suas emoges profundas. * Ao falara lingua nativa do homem coma palavra efatd, ele estabeleceu um contato verbal com ele. as ndo sio ages magicas de um operador de milagres que pronuncia seus encantamentos para obter resultados. As agdes de Jesus foram preliminares ao milagre em si, porque ele as usou para se comunicar com um homem que nao podia ouvir. Depois, ele chamou por Deus para fazer o milagre acontever, & por meiy de una pakavra aramaica se relacionou diretamente com o homem em sua propria lingua. Imediatamente depois, o milagre aconteceu. No momento em que a cura aconteceu, as primeiras palavras que o homem disse foram dirigidas a Jesus. Nao temos conhecimento do que foi dito, mas a instruyao de Jesus para ndv cunlar a ninguéu ude toi observada. Nao havia como conter o desejo do homem de relatar que havia acontecido com ele. Em resultado, 0 povo que 0 ouvin ficou muitissimo admirado, Em sua admiracao, louvaram a Jesus declarando que tudo ele fazia bem. Disseram que ele fazia os surdos ouvirem e os mudos fatarem. Pontos a ponderar y de deménios de urn homens + Depois que Jesus expulsou unra ley em Gadara, de Decépolis, o Mestre the disse que contasse as grandes coisas que Deus havia feito entre os compatriotas dele. Mas a0 homem ¢ uma palavra. Isso de- que cra surdo e gago foi dito que nao disses finitivamente 4 primeira vista parece contraditério, Como pede uma pessoa curada de uma incapacidade de ouvir ¢ falar obedever a uma ordem de nao falar disso para ninguém? Possivelmente Jesus planejava prolongar a sua estada em Decapolis e, assim, colocou mais énfase na pregacao da boa-nova do que em curar os doentes ¢ afligidos + Jesus estava ein territérie yentiv onde ele ndv precisava lemer opusigau direta dos lideres religiosos judeus. No pogo de Jacé, a mulher samari- tana aprenden que Jesus era o Mesias, mas ele nao Ihe disse que se =< Um homem surdo e gago >> 97 calasse. Ao contrario, Jesus a usou como evangelista aos samaritanos. Talvez ele quisesse conseguir resultados positivos dando ao homem uma ordem negativa. Atualmente os mensageiros de Deus que difundem a palavra sobre os milagres de Jesus enfrentam forte oposigao de céticos obstinados que se recusam a aceitar a mensagem da salvagao. Na verdade, nés admitimos que os ouvidos espirituais dos adversdrios precisam ser abertos, que os seus coragbes endurecidos precisam ser quebrados, suas vontades obsti- nadas serem dobradas antes que se tornem receptivos 4 mensagem de Deus. A salvagao nao é obra de seres humanos, mas sim um ato de Deus, Ele usa seus servos para tornarem a mensagem conhecida a outros. EXPULSAO DE _DEMONIOS_ CRBE ORD <= UM HOMEM MUDO “= Mateus 9.32-34 Possesséo demoniaca e mudez Dentre as muitas pessoas que Jesus curou estava um homem que era mudo, Ele vivia num mundo proprio, mesmo tendo os sentidos da audigao, da visdo, do olfato ¢ do tato. Alguns dos parentes ou amigos do homem haviam visto Jesus curando os doentes, os aflitos e os possessos por deménias. Bondosamente eles 0 levaram a Jesus com um pedido subentendido por cura. Jesus imediatamente sentiu a presenga de um deménio no homem, porque esse espirito maligno Linha feity que ele fosse exclufde do mundo da fala. Esse anjo caido sentiu imediatamente a autoridade divina do Filho de Deus € sabia que ele tinha de sair do homem surdo-mudo. Quando Jesus comegou o seu ministério pablico, Satands soltou todos os seus anjos demoniacos com instrugdes para que se opusessem ao Filho de Deus ¢ mthgissem todas as doengas e transtornos fisicos conhecidos sobre as pessoas. Os demdnios logo reconheceram que eles eram incapazes de resistir ao poder de Jesus sobre eles. Quando ele falava, eles tinham de partir. O comande dele bastava para mandé-los de volta a Sata, de quem tinham vindo. Como Filho de Deus, Jesus possufa autoridade que néo podia ser comparada ao poder que os anjas caidos mostravam Ele era muitissimo superior a eles, mesmo quando os deménios criavam rompimento entre as 102 Os milagres de Jesus => pessoas e destruicdo na natureza. Designado por Deus como o herdeiro de todas as coisas, Jesus governa de modo supremo. Ele sé tem de dizer uma palavra aos anjos caidos que, cessando sua obra destruidora, partem. Depois que Jesus expulsou o deménio, 0 homem afligido com a incapacidade de fala subitamente comegou a falar. Ento, todas as pessoas ficaram sahendo que 0 seu comportamento estranho devia ser atribuido a.um deménio, ndo a um defeito de nascenga. Durante todo esse tempo, 0 demOnio tinha impedido que o homem falasse e agisse normalmente. Mas quando o deménio saiu do homem, as pessoas tiveram prova concreta de que Jesus o havia curado completamente. O escritor do Evangelho omite o detalhe sobre como Jesus expulsou o deméaio, mas incidentes parecidos nas narrativas do livro indicam que deménios eram expulsos simplesmente pela palavra falada de Jesus O Mestre nao pronunciava nenhuma férmula magica, nao recorria a magias nem usava um modo cantado de falar. Eie meramente falava e os deménios safam. Jesus tinha vindo para libertar os seus do governo de Satands e estabelecer o reino de Deus na terra. Ao seu comando, os deménios tinham de sair desse reino e voltar ao reino das trevas de Satan4s. Agao e reacao Logo que o deménio partiu e o homem comegou a falar, as multidées que testemunharam esse milagre ficaram admiradissimas. Um ntimero inicontavel de pessoas estava presente a essa cena ¢ viu o que havia acontecido. Por causa dos milagres que Jesus realizava, multiddes em niimeros cada vez maiores o seguiam, embora muitas pessoas fossem atrafdas pela novidade e nfo por razdes espirituais. Quando viam Jesus fazendo milagres, diziam umnas as outras: “Nunca vimos nada igual em Israel”. Desde o tempo dos profetas Elias e Eliseu, e mais tarde nos dias de Daniel, nao haviam acontecido milagres entre os judeus. Durante e depois do exilio, os milagres cessaram. Mas quando Jesus apareceu em cena, ele executou um milagre atrés do outro. Entre essas maravilhas, a cura do homem mudo foi singular. As multidées consideraram extraordindrio © milagre de langar fora um deménio que privava um homem da fala. Aos olhos das pessoas, tratava-se de uma facanha de primeira categoria, a melhor em Israel. Mais tarde, elas veriam um milagre ainda mais assombroso, quando testemunharam Jesus ressuscitando alguém de entre Um homem mudo 103 os mortos, especialmente Lazaro que tinha estado sepultado por quatro dias, Esse milagre foi o melhor de todos. Os fariseus nao estavam nada felizes. Em vez de louvar a Deus pelas maravilhas operadas entre eles, estavam dizendo que Jesus era 0 principe dos demdnios e por causa dessa posigao ele tinha poder de expulsar deménios. Estavam nervosos por Jesus ter reunido multidées a sua volta, enquanto eles ficaram com s6 alguns seguidores. Os fariseus estavami cheios de inveja ¢ consideravam Jesus um intruso que precisava ser rebaixado. Deram a ele o apelido de “o principe de demédnios” para equipard-lo a Satands. Com seu conhecimento das Escrituras, as farisens deveriam ter sido os primeiros a reconhecerem Jesus como o Messias. Eles deveriam se regozijar com as multidées; deveriam ter apontado Jesus como aquele que estava cumprindo profecias messidnicas e deveriam ter dito a0 povo que o Messias estava ali entre eles. Os fariseus deveriam ter citado de cor as profecias que falavam sobre o Messias abrir os olhos dos cegos os ouvidos dos surdos. Essa era a tarefa deles como lideres religiosos e mestres da Lei. F'm vez disso, 0s fariseus apresentavam Jesus como Sat personificado. E esse foi o pior pecado que poderiam ter cometido. Jesus ensinou que qualquer pessoa que conhece as Escrituras, nas vai contra elas ativamente, esta cometendo pecado contra o Espfrito Santo. Jesus disse que pecados contra o Filho do homem seriam perdoados, mas o pecado contra 0 Espirito nfo seria perdoado nem neste mundo nem no préximo. ‘Todos nés caimos em pecado de tempos em tempos, mas se contessarmos ‘08 nossos pecadas, recebemos a graga perdoadora de Deus. De modo contrrio, todos os que deliberadamente véo contra os ensinos das Escrituras tendo pleno conhecimento delas nao so perdoados. Essas pessoas pecam contra u Expitito Santo € separam a si mesmas do Deus vivo Pontos a ponderar * Os Evangelhos indicam que nem toda pessoa surda ou muda era possuida por um deménio. Sem dvida, ha uma diferenga entre uma deficiéncia fisica e ser possufdo por um deménio, Nossa tendéncia é pensar que um deménio faz, que uma pessoa fique louca ou tome parte em atos incontrolaveis, mas nem sempre esse é 0 caso. E verdade que um deménio pode entrar e manipular um individuo ¢ até usar a lin- gua da pessoa para falar. Assim mesmo, nem todas as pessoas que s8o mentalmente perturbadas s4o possessas por deménios. * Quando Jesus iniciou o seu ministério, os milagres acompanhavamn a sua pregacao eo seu ensino. Os apéstolos de Jesus também tinham o poder de realizar sinais, maravilhas ¢ milagres que serviriam como um testemunho ao evangelho que pregavam. Depois que os apéstolos morreram, sua autoridade de realizar milagres também cessou. + Missionarios que pregam o evangelho em éreas do mundo que ainda nao chegaram a conhever Jesus como seu Salvador podem testificar da ocorréncia de milagres. Mas nos paises cristianizados de hoje, onde © evangelho é pregado regularmente, nenhum curador pela f pode instantaneamente restaurar as pessoas que s4o tanto surdas quanto mudas, que so cegas de nascenga e cujos membros sao ressecados. * Hoje ha muitas pessoas com profindo conhecimento das Escrituras que negam abertamente e repudiam as doutrinas fundamentais da Biblia. Elas se recusam a aceitar o nascimento virginal de Jesus, sua ressur rei¢do fisica dos mortos, sua ascens&o ao céu e sua volta prometida. Sado como os mestres da Lei e os iariseus no tempo de Jesus contra quem Jesus pronunciou os seus “ais”. Ele os chamou de lideres cegos dos cegos. No final, eles terao de enfrentar seu Deus e dar conta de suas palavras ¢ agdcs. ,UM ENDEMONINHADO., =< NA SINAGOGA we Marcos 1.21-28; Lucas 4.31-37 Espiritos maus Jesus entrou na sinagoga de Cafarnaum onde foi convidado a ensinar em certo sdbado. Ele teve um auditério receptivo, porque as pessoas hotavam que seu ensino diferia daquele dos fariseus, escribas e mestres da Lei, Enquanto o clero daquele tempo sempre dava 0 devido respeito a mestres eminentes de geragdes passadas ¢ nunca falava em seu proprio nome, Jesus falava por autoridade propria. Os sermées de Jesus condiziam com as Escrituras, eram cheios de ilustracdes adequadas e significativas que cram aplicaveis a vida cotidiana. Ele falava com autoridade, poder ¢ conviceao em um estilo que © povo apreciava. De fato, ele era um professor magistral que sobressaia em todo respeito, Conseqiientemente 0 povo comum o ouvia com alegria. Mas Jes isso efetivamente daria fim ao seu ministério. Ele nunca revelou a eles que era © Messias, 0 Filho de Deus. Foi s6 no seu julgamento quando 0 sumo sacerdote perguntou se ele era o Filho do Altissimo que ele admitiu abertamente sua verdadeira identidade de ser o Filho de Deus. O efeito desta admissao foi o fim de seu ministério terreno, pois o sumo sacerdote e seus companheiros condenaram-no & morte. $ nunca revelava sua verdadeira identidade ao povo, porque 106 =s, Os milagres de Jesus Entretanto, sempre que Jesus confrontava espfritos maus, os demOnios gritavam que ele tinha vindo para tortur4-los antes de seu tempo de castigo. Reconhecerart-ao como o Santo de Deus ein uma ocasiao € em outra identificaram-no como sendo Jesus, Filho do Deus Altissimo. Os deménios foram criados como anjos, isto é, mensageiros de Deus. Quando incontaveis anjos se reveltaram contra Deus ¢ catram de sua posigéo de pureza, eles tornaram-se mensageiros de Sata. Com o seu lider, continuamente se rebelaram contra Deus. Deménios se sujeitam a Satands, que os usa para avancar seu reino em oposicao ao reino de Deus. Eles obedecem as leis de Satands e repudiam as leis de Deus. Induzem os seres humanos a serem cidadios no reino de Sata em vez do reino de Deus. Entram em seres humanos, distorcem as personalidades e até falam por intermédio deles. Embora os deménios sejam limitados no que podem fazer, eles tém conhecimento de seu destino, isto é, sua destruigéo. No tempo de Jesus, 0 deménios reconheccram-no como o Santo de Deus. Sabiam que ele era muitissimo superior a eles e a0 mestre deles, Sata. Também entendiam que Jesus tinha poder scbre eles. Era sé Jesus dar uma ordem e eles tinham de sair da pessoa possessa. A ultima palavra Tim homem que estava possesso por um espirito maligno assis- tia ao culto de adoragdo na sinagoga de Cafarnaum naquele sabado. Enquanto Jesus pregava, 0 demdnio dentro do homem gritava: “Que quer conosco, Jesus de Nazaré?” Observe que a voz demonfaca usava a palavra conosco (plural) para confirmar que havia muitos deménios. A voz continuava: “Vocé veio para destruir-nos? Eu sei quem voce 6, 6 o Santo de Deus”, Esses deménios confrontavam Jesus enquanto ele estava pregando. Instantaneamente souberam que ele os expulsaria pelo seu poder divino, pois Jesus tinha vindo para invadir o territério deles ¢ tird-lo deles. Ele viera para amarrar Satands, o seberano dos deménios ¢ depois carregar os que ele possufa. Nao o deménio, mas sim Jesus tinha autoridade, e portanto em termos mais do que claros ele mandava que o deménio se calasse. Nao permitia que revelasse a identidade dele porque isso limitaria seu ministério. Nao toi Satands, aquele que enviava csse deménio ¢ sim Jesus, o Juiz, que o cx! Um endemoninhado na sinagoga silenciou com apenas uma ordem: “Fique quieto!” Com voz severa repre- endeu o deménio ¢ ordenou que deixasse o infeliz homem Mas o espfrito imundo recusou ceder sem uma luta. Ele segurou 0 homem, sacudindo-o violentamente e langando-o ao chao, contudo sem causar-Ihe dano. Entao com um grito o deménio se foi. Nao hé poder no céu e na terra que possa resistir 4 autoridade de Jesus. Ele como agente de Deus criou todos os seres angelicais e tem poder sobre eles. Embora a Escritura nao registre a criagdo de anjos, sabemos que no inicio todos cles eram sem pecado. Depois da rebeliao de Satanas contra Deus, um terco dos anjos caiu com ele. ‘Todos os an- jos, os que eairam da presenca de Deus e aqueles que continuam em seu estado imaculado, precisam obedecer 4 voz de comando de Jesus. Todos precisam submeler-se porque ele tein a palavra fitral. Jesus mandou que o deménio silenciasse ¢ safsse do homem, ¢ imediata- mente o deménio obedeceu. Entao nesse momento o milagre da cura ocorreu, como resultado do poder divino de Jesus. Ele é a autoridade suprema cuja voz 0s deménios sao incapazes de ignorar e de cujo poder nao conseguem escapar. Apés sua ressurreigao, Jesus subiu ao céu e tomou assento 4 mao direita de Deus; todos os anjos, autoridades e poderes sao sujeitos a ele. © deménio deu um grito agudo quando saiu do corpo do homem. Soltou um som hediondo de derrota e fracasso. Esse cspfrito imunde encontrara quem estava a altura de vencé-lo e perdeu a luta, pois even- tualmente ele seria destinado ao inferno para esperar o dia do juizo. Espanto e admiragao As pessoas que testemunharam a expulsdo do deménio ficaram cheias de admiragiio ¢ olhavam tanto para Jesus quanto para o homem que ele tinha curado. Ficaram espantadas pelo milagre que ocorrera diante de seus olhos. Tinham ouvido o deménio identificar Jesus como sendo o Filho de Deus, e eles testemunharam Jesus langando fora um espfrito mau pelo poder de Deus. Mas quem era esse Jesus de Nazaré? Aqueles presertes uo culty tinhan escutado seus ensinos e notaram que ele proclamava a verdade indo direto ao ponto que dizia respeito 4 vida deles. Ele falava aos seus coragdes sobre o amor de Deus que era significativo e animador. Além disso, Jesus havia acrescentado a acao as palavras que tinha falado. Ele libertaria um homem que fora impossivel de controlar e€ er- 108 Os milagres de Jesus == rante por causa de um espirita mau que se apoderara dele. E agora com voz de autoridade Jesus tinha curado esse desafortunado e 0 restaurado a satide ¢ mente sas. As pessoas se perguntavam que tipo de ensino Jesus transmitia fazendo que os deménios saissem de uma pessoa ao seu mando. Viam-no como um milagreiro em quem o Espirito de Deus habitava. A noticia sobre seu ministério de ensino e cura se espalhava pela terra, de boca em boca, por toda a Galiléia e além. Pontos a ponderar + Pregadores que nao proclamam mais a inspirada Palavra de Deus e que negam suas doutrinas primordiais sio ordenados por Jesus a se afastarem dele. Ele os chama de operadores de iniqitidade porque eles perderam o direito 4 vocagao como mensageiros dele e jé se tornaram porta-vozes do adversario. Quando embaixadores no estrangeiro dei- xam de falar pelos seus governos, é inevitavel serem chamados para apresentarem seu pedido de demissfio. Quando pastores nao levam mais 0 evangelho de Cristo, eles nao sao dignos de seu chamado, mas enfrentam eventual demissdo, Aqueles que rejeitam a deidade de Cristo mostram uma ignorancia calamitosa que nem mesmo os deménios dos dias de Jesus compartilhavam, pois os espiritos maus confessavam que Jesus é mesmo o Filho do Deus Altissimo. * Por que Deus permite a Satands e seu bando fazerem suas obras mas na terra? A resposta € que ele permite para a gléria dele. Nao 6 Satands e sim Jesus 0 Vencedor, e somos vencedores com cle. Deus esta o tempo todo no controle de todas as situagées. Ele negou a Satands um lugar no céu, fez que ele perdesse a batalha contra o arcanjo Miguel ¢ sua hoste, ¢ o baniu a terra. * Satands sabe que seus dias estao contados, ainda que ele continue a soltar sua ira contra Deus, a Palavra dele € 0 povo de Deus. Contra Sa- tands e suas legides, o jufzo de Deus ¢ infalivel e dele nao se pode fugir. Satanas é cinco vezes perdedor. Procurou matar o bebé Jesus em Belém, mas José com Maria e o bebé safram para 0 Egito, Jesus ascendeu ao céu e Satands tentou segui-lo, mas teve de travar uma batalha contra 0 arcanjo Miguel © perdeu. Satanés luta contra a Iyreja, 0 corpy de -, Um endemoninhado na sinagoga Ss Cristo, mas até aqui ele tem sido incapaz de eliminar 0 povo de Deus. Satands espalha mentiras por todo o mundo, mas eventualmente a verdade o alcanca. E finalmente, ele tenta vencer aquelas pessoas que se prendem a verdade da Palavra de Deus ¢ ao testemunho de Jesus Satands perde novamente. cox O ENDEMONINHADO g,_ GERASENO oe Maieus 8.28-34; Marcos 5. 1-20; Lucas 8.26-39 De mal a pior Jesus ¢ seus discipulos estavam atravessando o Lago da Galiléia, mas foram pegos numa tempestude agitada que cumecou repentinamente. A tempestade era to forte que os discfpulos comecaram a temer pela prépria seguranga. Enquanto o vento soprava e as ondas agitadas molhavam tude 0 que havia no barca, Jesus dormia profundamente na popa. Depois de um dia intensivo de ensinar e curar as pessoas, ele estava fisicamente exausto. Era dbvio que a sua mente e o seu corpo precisavam de repouso. Os disefpulos, cheios de medo, sacudiram Jesus até acordé-lo porque suas vidas estavam em perigo. Ele se pds em pé e mandou que as ondas © 0 vento se aquietassem. De repente, houve calma perfeita — sem vento sem agua. Pouco depois, os discfpulos ¢ Jesus atracaram o barco no lado leste do lago. Desembarcaram e entraram na drea rural conhecida como territério gentilico. Isso ficou evidente quando discerniram uma grande manada de porcos se alimentando da grama bem verde de uma colina que beirava um cemitério com cavernas subterraneas. Os judeus consideravam os porcos animais imundos e por isso nao podiam chegar perto deles. Quase que instantaneamente, os disefpulos viram um homem possufdo por deménio, louco © nu, corrends na diregao deles. O Evangelho de vO endemoninhado geraseno lll Mateus conta que eram dois homens. Os Evangelhos de Marcos e Lucas se referem a um homem, que era o porta-voz do outro. Os discfpulos tinham acabado de enfrentar a tempestade no lago ¢ nesse momento enfrentavam a tempestade de um homem feroz com cnorme forga fisica. Jesus tinha Ihes mostrado violéncia na natureza no lago; agora cle os fazia enfrentar um poder demonfaco na terra Sem ditvida os discfpulos se perguntavam por que Jesus tinha desejado atravessar 0 lago, entrar numa regido estrangeira e expé-los a perigo fisico. Serd que aquele que acalmou a tempestade também podia dominar esse homens violento? Suzinhos eles eram incapazes de lular contra o homem. Portanto, esconderam-se atras de Jesus, por assim dizer, porque ele tinha 0 poder e autoridade para expulsar deménios. Meu nome é Legido Esse homem feroz nao morava numa casa, pois os cidadaos daquela cidade o haviam expulsado para morar numa sepultura subterranea ne meio dos tiimulos, Ele causava um grande embarago para o piblico, especialmente quando andava nu pelos lugares ptiblicos e gritava o mais alto possivel a qualquer hora do diae da noite, As pessoas se sentiam perdidas endo sabiam co que fazer com esse homem porque ninguém conseguia dominé-lo. Além de tudo isso, ele usava pedras pontiagudas para se cortar. Ele tinha uma aparéncia horrivel, estava imundo e exalava um cheiro fétido. Quando homens capazes acorrentavam as maos e os pés desse homem possufdo pelo deménio, cle sempre conscguia arrebentar as correntes. Nao havia como confina-lo no cemitério porque a forga dele era fenomenal devido aos-deménios que habitavam em seu corpo. Eles Ihe davam um poder incompardvel & custa do seu proprio corpo fisico. Acabaram fazendo que ele fosse para longe da cidade em lugares solitdrios numa area cheia de morros. Quando o homem possufdo por deménio viu Jesus desembarcando, ele correu para ele o mais depressa posstvel ¢ caiu de joclhos & sua frente. Os discipulos temeram, mas confiaram que Jesus poderia controlé-lo e protegé-los de perigo. Os deménios levaram 0 homem em direcdo a Jesus. Eram como mariposas a noite, atrafdas pelo fogo e depois ficando chamuscadas. Foram eles que reconheceram Jesus e sabiam que ele os retiraria do homem e os mandaria de volta a Satanas. . Os milagres de Jesus Nao o homem, mas um dos demdnios falando peta boca dele, gritou o mais alto posstvel: “O que quer comigo, Jesus, Filho do Deus Altissimo? Imploro em nome de Deus que n4o me atormente”. O demdnio estava bem ciente da identidade de Jesus e respondeu 4 sua ordem para sair do homem. Mas 0 demé6nio implorou-lhe em nome de Deus que nao 0 entregasse para ser torturado antes do dia do jufzo, isto é antes do dia marcado para o julgamento final. O deménio, no entanto, estava sem poder na presenca do divino Filho de Deus e sabia que tinha de se submeter a ele, Jesus pressentiu que esse demSnio nao estava 86, e entao perguntou: “Qual é sea nome?” O deménio disse: “Meu nome € Legiao, pois somos muitos”. A palavra legido era usada no meio militar romano, e significava um grupo de seis mil homens. O termo simboliza a enorme forca ¢ 0 grande ntimero do poder demonfaco. Aqui vemos a ilustracio de um exército demoniaco residindo numa sé pessoa que confrontou Jesus o Filho de Deus, que havia invadido o tervitério dele. Observe que antes do ministério ptiblico de Jesus ter infcio, Satands o havia levado a um lugar alto e lhe oferecido todos os reinos do mundo. ‘Tentou-o dizendo que se ele adorasse a Satands, este Ihe daria tado o esplendor e autoridade do mundo, Porém, Jesus recusou e disse ao seu adversario que devemos adorar a Deus ¢ servir s6 a ele. Agora Jesus invadia © reino de Satands e expulsava de um homem uma legiao de deménios. Nao Satands, mas Jesus é o Vencedor e 0 Rei no reino de Deus. Os deménios imploraram a Jesus que ndo os mandasse de volta para o abismo, isto é, 4 fossa sem fundo onde eles eram destinados a sotrer punigao eterna. Eles queriam prolongar a sua permanéncia sobre esta terra mais um pouquinho e assim adiar aquele dia terrivel do julzo, Dois mil porcos Repetidas vezes os deménios imploraram a Jesus que nao os mandasse para fora daquela regido. Satands os havia mandado ficar naquela area especifica entre as covas, 0s mortos € os esqueletos. Eles queriam evitar a servidao da cova sem fundo e rogavam a Jesus que, em vez disso, os mandasse para uma grande manada de cerca de dois mil porcos que pastavam ao longo do morro. Jesus atendeu ao seu pedide de entrar nos porcos, com o resultado que a manada toda, agora possessa por demduio: . curren para baixo precipitadamente até a beira do despenhadeiro e mergulhou de cabeca na dgua do Lago da Galiléia, E mesmo sendo os porcos bons nadadores, todos eles se afogaram. Pelo que se conta, os deménios residem em lugares sem Agua, mas nesse momento cles sc encontraram num titulo de agua — um tipo de castigo. Mesmo assim, a punigao eterna os aguarda no final dos tempos. Por que Jesus permitiu essa destruigao da vida e essa ruina da economia local? Ao agir dessa maneira, ele criou uma animosidade crescente dos gentios em relagdo aos judeus. Os cidadaos de Gadara o viram como um judeu que havia Uirado deles o seu meio de vida numa aparente tentativa de converté-los a fé judaica Algumas consideragées se fazem necessarias. Jesus curou um dos gentios ao liberté-lo da opressio demonfaca e restaurar a satide dele. Ele expulsou os deménios, que sairam da regido quando entraram na Agua. E verdade que ele privou um nimero de pessoas de seu trabalho lucrativo, mas ele queria que vissem a mudanca que havia ocorrido num de seus préprios cidadaos. Embora os gentios soubessem que os judeus consideravain os porcos como animais imundos, Jesus néo queria transformar em judeus pessoas que dependiam da renda de criar, matar e vender porcos. Os principais objetivos de Jesus foram + libertar um ser humano das garras de Satands, * torné-lo um cidadao «til, + instruilo a contar ao seu povo sobre a bondade de Deus ¢ * fazer os gentios apreciarem o valor de um ser humano. Além disso, a populagao tinha de reconhecer que alguém dotado com poder divino havia quebrado as amarras dos demdnios que residiam no homem. ‘Tinham de admitir a diferenca entre ser possuido por demdnio de um lado e ser libertado por Jesus do outro. No meio deles estava o grande operador de milagres, que podia ensinar As pessoas sobre o amor de Deus e mostrar-lhes 0 caminho da salvagao. Eles testemunharam que no meio deles Jesus realizara um milagre — um feito nada comum. Aqui estava um ser humano que podia fazer milagres. Ele podia curar os seus doentes, dar vista aos cegos e audicao aos surdos, fazer os coxos andarem, limpar seus leprosos e mostrar-lhes 0 caminho para Deus. 114 oo, Os mulagres de Jesus => Qs cnidadores de animais fugiram e foram para a cidade eo campo. Ali contaram 0 que havia acontecido, Como resultado, 0 povo foi para 0 lugar em que Jesus, os discfpulos ¢ 0 ex-endemoninhade estavaim. O homem que fora possufdo por deménios estava sentado ali, vestido com 0 juizo sao. Os deménios que haviam feito a sua morada no homem tinham entrado nos porcos que se precipitaram no lago e morreram. Havia uma restauracdo, espiritualmente falando, pois os demdnios tinham saido da regiao, O curador é expulso Apesar de nao ser apreciado pelos gentios, Jesus os ajudara a ver que a cura fisica e espiritual de um ser humano tinha muito mais valor do que o custo de uma manada de porcos. Por meio do milagre, ele Ihes ensinara que o amor redentor de Deus é infinitamente melhor do que a escravizagao cruel de Satands. As pessoas tinham as provas bem & sua frente, Elas viram o mensageiro de Deus no meio deles. Aquele que curou o endemoninhado tinha o poder de trazer salvacio espiritual e cura fisica para todos eles. Os que cuidavain dos animais ¢ os disefpulos foram testemunhas oculares do que ocorreu € contaram As pessoas sobre a majestade eo poder soberano de Jesus. Do mesmo mode, o homem que foi curado testificou da autoridade libertadora de Jesus sobre 9 mundo demoniaco. Tudo 0 que Jesus queria do povo era uma demonstracao de sua boa vontade para aprender com ele. Isso nfo aconteceria, porque os cidadaos daquela area consideraram a sua perda financeira mais significativa do que a sua cura espiritual. Para evitar que outras calamidades acontecessem entre eles, pediram a Jesus que saisse do seu territério. Eles o viam como um intruso que os tinha privado do seu ganho financeiro. Ele havia desorganizado a economia deles ao reduzir a sua criacdo de animais a zero, o que causaria grande desemprego entre os trabalhadores. Em suma, eles colocaram seus interess¢s materiais acima de suas necessidades espirituais. O homem que estava no centro do incidente viu a recusa do povo da cidade quanto a Jesus ficar com eles. Como resultado, ele foi a Jesus perguntou se poderia acompanhé-lo. Sem divida o homem queria expressar a sua gratidao a seu benfeitor. E ele achava que poderia fazer isso melhor acompanhando Jesus do que ficando com © seu préprio povo. =# Qendemoninhado geraseno 15 No entanto, Jesus via a questéio de modo diferente. Ele disse ao homem que voltasse para casa e contasse a todas as pessoas sobre as grandes coisas que Jesus havia feito por ele. O homem poderia expressar a sua gratidéo sendo um missiondrio por Jesus para que o amor de Deus pudesse se fazer evidente entre os gentios. Jesus havia feito esse homem se voltar da escuridao satanica para a luz do reino de Deus. Se ficasse com seus parentes e concidadaos, ele poderia conduzi-los a0 conhecimento de Deus ¢ & posse da salvagao eterna. Pontos a ponderar * Muitas vezes, pessoas com ou sem conhecimento da Biblia dizem: “O- dinheiro é a raiz de todos os males”. Mas isso é citar a Escritura in- corretamente. Na verdade ela diz: “Pois 0 amor do dinheiro é a raiz de todos os males”. O dinhciro em si nao é mau, pois Deus continuamente abengoa o seu povo com abundantes suprimentos de bens materiais As pessoas que tém a tendéncia de ajuntar riquezas sdo propensas a cair na cilada de fazer o dinheiro ser seu deus em vez de adorar a Deus que fornece os seus recursos. Elas nfo amam a Deus com 0 coragao, a alma, a mente e as forcas porque o dinheiro se tornou o seu idole. As conseqiiéncias so que elas fazem uma colheita de amarguras quando o tentador as desencaminha. * Como um cristdo se opée as forcas satanicas? Satands vem na forma de enganador ou de destruidor, Ele emprega tanto as armas da ambigao quanto da violéncia. Algumas pessoas esto totalmente sob 0 seu poder e assim Se opdem a Deus, a sua Palavra ¢ ao seu povo. Elas querem ver uma separagao total entre religiao e vida pablica. Baniram Deus ea Biblia da praca piblica. + No entanto, Deus no deixa o seu povo indefeso num mundo domi- nado pelo maligno. Paulo instruiu os cristaos a se prepararem pelo uso das sete pecas da armadura espiritual para se defenderem das forcas espirituais do maligno. Ele diz: “tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaldveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraca da justiga. Calgai os pés com a preparasao do evangelho da paz; embracando sempre o escudo da fé, de saber que ele seria preso, enfrentaria julgamentos e seria executado. No terceiro dia apés a sua morte, ele ressuscitaria do timulo. Treze homens querendo manter-se incégnitos era impossivel porque © sotaque e as roupas os denunciavam. Algumas pessoas que tinham ouvido Jesus na Galiléia o reconheceram. A noticia sobre Jesus estar na cidade se espalhou como fogo: “O Grande Médico esta aqui!” Uma mie cuja filha estava sofrendo de possesséo demoniaca soube da presenca de Jesus. Fla era de descendéncia grega e tinha nascido na Siro-Fenfcia, atual Libano. Era uma gentia que falava tanto grego quanto aramaico e que morava na cidade havia algum tempo. Essa mulher teria de vencer muitas barreiras: + Elaera gentia e nao judia. + Ela era mulher e, portanto, nao podia falar com um homem que no fosse parente. + Elaestava vivendo numa cultura paga que adorava deidades pagas. A mulher sabia que os médicos de sua cidade eram incapazes de ajudar a sua filha doente, mas estava confiante de que Jesus poderia curé-la. Sabia que 0s judeus desprezavam os gentios e que ela, como mulher, poderia nao ser ouvida. No entanto, a necessidade do momento foi mais forte do que a sua hesitacéo em se aproximar de Jesus e falar-lhe. Essa mulher siro-fenicia se dirigiu a Jesus como Senhor, que pode ter sido por educagio, mas (anibéin pode significar respeito pela sua divindade. Ela identificou-o como o Filho de Davi, que entre os judeus equivalia a chamé-lo “Messias”. As palavras que ela escolheu para dirigir-se a Jesus revelam a sua {6 elementar em Deus Ela pedin repetidas vezes que Tesns expulsasse um deménio de sua filha porque a moca estava sofrendo terrivelmente. Esperariamos ver Jesus mostrar bondade, compaixao e prontidao em ajudar essa mulher. Em vez disso, ele agiu como se nao a ouvisse. Nao é de admirar, portanto, que os discfpulos tivessem achado que ela j4 tinha importunado o seu Mestre por tempo demais Eles pediram que ele a mandasse embora, porque o tempo todo ela continuava a repetir o seu pedido. Fé que triunfa Por que Jesus parecia afastar a mulher siro-fenicia? Ele queria testar a fé dessa mulher e ver se era genuina. Ao mesmo tempo, era uma licdo « A mae cananéia == 119 para os discfpulos observar que a fé supera os limites raciais ¢ nacionais. Eles tinham ouvido Jesus dizer-Lhes quando curou 0 servo do centurido: “Nao encontrei tao grande fé nem mesmo em Israel”. E ali em Sidom eles observariam a fé que uma mulher cananéia demonstrava. Jesus disse a mulher que nao aos filhos ¢ dé-la para os cachorrinhos. A mensagem implicita para ela era clara: os gentios no deveriam pedir! A palavra_filhos se refere a0 pove judeu que estava dentro da alianga de Deus. E a referéncia a c&es comparava 0s néo-judeus aos cezinhos de casa que consumiam pedacinhos e bocados de comida que caiam da mesa na hora da refeigao. As palavras de Jesus estavam longe de ser elogiosas; sua atitude para com ela parecia descortés. ‘a correto tirar comida que perlencia A mulher siro-fenicia havia sido rejeitada ¢ teria de voltar para casa. Mas Jesus nao é 0 Salvador do mundo, qualquer que seja 0 status ou o passado de quem quer que seja? Os judeus chamavam essa mulher de cananéia porque os primeiros fenicios se identificavam por esse nome Eles eram os habitantes originais da terra. Mas os judeus usavam 0 termo para rejeitar um gentio daquela regiao. Mesmo assim, a fé dessa mulher provou ser rocha sélida, porque ela imediatamente respondeu 20 comentério de Jesus de que 0 pao dos filhos nao seria dado aos cies da casa. Sua resposta foi: “Sim, Senhor, mas mesmo 0s cées comem as migalhas que caem da mesa de seu dono”. Sua determinago era admiravel, apesar da referéncia de Jesus a cdes. Ela néo aceitava ser posta de lado e sua determinacao inabalavel era dbvia. A mulher ousadamente perguntou a Jesus se o que os judeus rejeitavam nao poderia ser uma béngde para us pentios. Se cuchorrinhos podem comer o pio que os judeus consideravam puro, ndo poderiam os gentios comer esse alimento também? Se Jesus estivesse disposto a aceitar os gentios, ent@o essas pessoas nao podiam mais ser chamadas de caes. Seriam entao beneficidrias da sua graca e misericérdia e seriam atraidas para dentro do circulo do povo pactual de Deus. A fé dessa mulher triunfou. Jesus ficou surpreso e exclamou: “Mulher, grancle 6a sua fé! Volte para casa porque o deménio jé deixou a sua filha”. A mée correu para casa e para sua filha; quando chegou, viu-a deitada sobre a cama e percebeu que o deménio havia safdo dela. Ela estava curada e de volta ao normal. Sem entrar na casa dela, Jesus tinha curado a filha da mulher a distancia. Ao fazer isso, ele nao ofenderia as sensibilidades judias e a hesitacdo deles quanto a entrar na casa de gentios, Em outras ocasides que envolviam milagres de cura de ndo judeus, ele se absteve de entrar na casa deles, Para iJustrar, ele curou o servo de um centuriéo romano sem entrar na casa dele, e enquanto estava em Cand, ele simplesmente disse a um oficial real, embora de origem judia, que sua filha em Cafarnaum estava curada. O poder de Jesus de fazer milagres nao podia ser impedido nem pelo tempe nem pelo espago. Como Senhor dos senhores ¢ Rei dos reis ele tinha total controle sobre anjos demoniacos. Sem que Jesus dissesse uma palavra, os anjos cafdos tinham de submeter-se a ele ¢ sair do corpo e da mente daqueles a quem estavam afligindo com males mortais. Pontos a ponderar * Q apéstolo Paulo exemplifica o tema de judeus ¢ gentins quando es- creve sobre os ramos de uma oliveira que s4o tirados dela por causa de descrenga, enquanto os galhos de uma oliveira agreste sao enxertados numa oliveira cultivada por causa da fé. Esse procedimento parece contrario a natureza. Mas observe que Jesus fazia milagres entre © seu préprio povo, que o rejeitava, e se estendia aos gentios, que o reconheciam com £6 nao fingida * Quando Jesus testou a fé da mulher siro-fenicia, sua atitude para com cla pareceu a principio grosseira e desinteressada. A atitude dele, no cntanto, csclarcecu a extensdo da fé que cla mantinha nele. Ele propos- itadamente usou 0 adjetivo grande para descrever a confianca dela. Isso ilustra que nés somos freqiientemente provados quando Deus quer que exercamos paciéncia. Como as estrelas ficam mais luminosas na escuriddo da noite, do mesmo modo a nossa fé sobressai na mais grave das circunstancias, * O livro de Atos claramente revela que o amor de Jesus quebrou bar- reiras raciais entre judeus ¢ gentios. Com a difusio do evangelho, multiddes cada vez maiores de gentios tém entrado para a Igreja. Hoje cristaos rodeiam o globo ¢ esto presentes em toda parte. + Serd que os nossos vizinhos nao-cristdos véem que amamos Jesus pelo amor e respeito que mostramos a eles? Sabemos que o amor de Cristo, transcende a todas as barreiras de etnia, cor, lingua € nacionalidade. Assim, as nossas acoes devem falar mais alto do que as nossas palavras = A mde cananéia 121 ao sermos seus Mensageiros a outros a nossa volta. Nao precisamos de ir a campos de missao para informar as pessoas do que Cristo requer de nés, quando elas esto morando bem ao nosso lado. As pessoas observamn os cristdos todos os dias porque estamos vivendo, figurati- vamente, em casas de vidro. == O MENINO POSSESSO ¥= Mateus 17.14-19; Marcos 9.14-29; Lucas 9.3/-42 A transfiguracao Jesus levou Pedro, Joao ¢ Tiago ao topo do Monte Hermom para lhes dar um vislumbre do céu. Seu objetivo ao levar esses trés discfpulos ao alto da montanha foi mostrar a eles a sua transfigura¢ao em luz gloriosa na presenga de Moisés e Elias. Entao, a voz de Deus 0 Pai disse: “Esse é meu Filho amado em quem tenho prazer. A ele ouvi!” Pedro nunca esqueceu dessa experiéncia. Décadas mais tarde, quando escrevia uma de suas epistolas, ele repetiu as palavras que Deus havia dito. Esse acontecimento foi usado de modo poderoso na vida desses trés discfpulos quando seus olhos foram abertos para que pudessem comegar a compreender a morte, a ressurreicio a ascensao de Jesus. Aqui ha um contraste entre céu e terra. Os evangelistas retratam Jesus com seu cfrculo intimo de Pedro, Tiago ¢ Joao num alto monte onde tinham ido para orar e onde ele foi transfigurado, Os trés discipu- los viram Jesus com Moisés ¢ Elias em esplendor celestial. Mas quando Jesus e os discipulos desceram da montanha, eles imediatamente foram confrontados por um jovem possesso por um deménio, Ali Satands, a quem Jesus chamava de 0 principe deste mundo, torneu conhecida a sua presenga como sendo o adversirio. =2¢ © menino possesso <= 123 Possessdo demoniaca Enquanto Pedro e seus dois companheiros estavam tendo uma experiéncia no alto de uma montanha ao verem um vislumbre do céu, no pé da montanha os nove outros disefpulos estavam lidando com um poder demonfaco que se recusava a ir embora. Um pai os havia procurado com © filho, possesso por um deménio. Porém, os discipulos foram incapazes de ajudar. Eles fizeram o melhor que puderam para expulsar o deménio, mas foi tudo em vao. Todos eles confessaram fracasso e tiveram de ceder a0 poder de um deménio que estava em total controle. A tinica coisa que puderam fazer foi esperar que Jesus descesse da montanha. Nesse incidente, trés partes desempenharam um papel importante: © pai com o filho doente, os discipulos que nao conseguiram expulsar o deménio, ¢ Jesus, que assumiu o controle da situagao. Durante muito tempo, um pai e uma mie tinham sido forgados a ver o seu filho ser vitimado por ataques cpiléticos. Logo reconheceram que um deménio tinha passado a residir permanentemente nele. Observaram que esse deménio causava nele convulsées que levavam sua boca a espumar, tornavam rigido o seu corpo eo faziam ranger os dentes. Esse deménio tinha intenc4o de causar mal fisico em seu filho a ponto de tentar maté-Jo langando-o no fogo ou na agua. Se nao fosse pela vigilancia tanto do pai quanto da mae, o demé6nio teria conseguido. O pai ouvira falar nos milagres que Jesus tinha realizado na Galiléiae em outros lugares, restaurando a satide dos doentes. Ele ficou pensando se Jesus estaria disposto a expulsar o deménio para curar o seu filho. Ele ainda tinha algumas reservas, mas a necessidade 0 forgou a levar 0 seu filho ao curador galileu. Quando os dois chegaram ao lugar onde Jesus tinha estado, alguém contou aquele pai que o Grande Médico estava no Monte Hermom com trés de seus discipulos. Ele ousadamente pediu aos nove disespulos que exorcizassem o deménio. Porém, depois de algumas tentativas de um ou mais dos discfpulos, ele descobriu que cles eram incapazes de ajudé-lo e ao seu filho. Primeiro, André tinha pronunciado uma formula infalivel para expulsar dem@nios: “Em nome de Jesus de Nazaré, cu the digo, saia do menino”, Nada aconteceu. Depois Bartolomeu quis expulsar 0 dem6nio. Usou as mesmas palavras que André havia pronunciado, mas novamente o resultado foi negativo. Enquanto os discfpulos estavam tentando lidar com esse fracasso, eles tiveram de suportar a zombaria mordaz de alguns mestres da Lei. 124 As pessoas zombavam dos nove discfpulos pcla incapacidade deles de expulsar deménios. Embora os discipulos lembrassem de experiéncias anteriores, quando tiveram poder para fazer isso, sentiram-se derrotados em duas frentes. Tiveram de lidar com a zombaria das pessoas e também com o controle de Satanés sobre 0 mogo. A chegada de Jesus Quando desceu do monte, Jesus viu que uma grande multidao circundava os nove discfpulos que estavam sendo ridicularizados pelos mestres da Lei. As pessoas se surpreenderam com o aparecimento repentino de Jesus num momento critico em que o diabo parecia estar em pleno controle e os discfpulos sem poder nenhum. Eles correram para ele ¢ © saudaram. Jesus perguntou aos mestres da Lei sobre o que estavam discutindo com seus discipulos. Em certo sentido, ele colocou um brago protetor em volta de seus homens agitados que o viam como seu capito. Nenhum dos doutos advogados ousou abrir a boca, ¢ sua zombaria de repente teve fim. Nao tiveram coragem de dizer a Jesus que haviam zombado dos discipulos. Entéo, uma pessoa na multiddo disse a Jesus que lhe havia trazido © seu filho porque um espirito maligno o tinha privado da capacidade de falar. O deménio atacava o filho, langava-o ao chao, fazia a sua boca espumejar, ranger os dentes e ficar rijo. O menino softia muito com os ataques demoniacos. O pai pedira aos discipulos de Jesus que expulsassem © demdnio; eles haviam tentado, mas fracassaram. Jesus se dirigiu aos discfpulos e os repreendeu por sua falta de fé ¢ Thes perguntou por quatito lempo ele tinha de ficar entre eles ¢ suporté-los. Como poderiam ser seus representantes se nao conseguiam nem expulsar’ um deménio? Jesus mandou que lhe trouxessem 0 menino. Na presenga de Jesus, 0 deménio cerrubou o menina em canvulsses, jogou-o no chao e o fez rolar espumando. O pai informou a Jesus sobre esses ataques demoniacos violentos ¢ rogou por ajuda e misericérdia. Ele mostrou que tinha fé, embora ela fosse fraca. Jesus disse palavras de encorajamento ao pai: "Se voce tem certeza de que isso pode ser feito para vocd, entao saiba que todas as coisas podem ser feitas para aquele que cré”. O pai prontamente respondeu com uma afirmagao espiritual ¢ um apelo: “Eu creio; por favor, ajude a cox’ O menino passesso i> 125 minha incredulidade”. Suas palavras deram a entender que se tratava de um pedido por ajuda continua para fortalecer a sua fé que estava sendo atacada pela diivida Ent&o, quando a multiddo estava correndo em diregao a ele, Jesus repreendeu 0 espfrito maligno. Ele disse: “A vocé, espirito que impede o menino de conversar e ouvir, ordeno que saia dele e nunca mais entre nele”. O deménio obedeceu ¢ foi embora, mas nao sem gritar e fazer que © menino caisse e rolasse ali. Em resultado disso, o menino parecia morto. Mas Jesus 0 levantou pela mao, e 0 pds em pé. O contlito entre um espirito demonfaco e a onipoténcia de Jesus chegou ao fim quando 0 milagre da restauracdo ocorreu. Jesus serviu como agente de Deus quando ele criou os anjos. Portanto, ele como seu Criador ten: auturidade até mesmo sobre os atijus caidos; eles (en de submeter-se quando ele ordena que se vio embora. Satands, como 0 mestre dos deménios, é incapaz de prevalecer contra Jesus, pois ele também tem de se submeter. Depois, em particular, os disefpulos perguntaram a Jesus por que eles nao conseguiam expulsar esse deménio. Eles haviam feito isso em outras ocasides, mas dessa vez tinham fracassado miseravelmente. Eles admitiram derrota, mas queriam saber por que nao tinham sido bem- succdidos. Além de f6, de que mais precisariam? Entao, Jesus Ihes disse que esse tipo de deménio sé podia ser expulso em resposta 2 oragao. Ou seja, os discfpulos deveriam ter pedido a Deus o Pai que lhes desse autoridade e poder para expulsar esse espirite maligno Pontos a ponderar + Jesus disse mais de uma vez que se tivermos f como um gréo de mostarda, poderemos remover montanhas. A semente de mostarda é a menor das sementes do jardim e montanhas sao obstéculos macigos no caminho da vida. Contudo, esses obstdculos podem ser vencidos pela fé. Fé e oracdo andam lado a lado e nunca devem ser tratadas como se fosser separadas. + Muitas vezes os nossos esforcos para servir a Deus resultam em fracasso © entdo ficamos tentando descobrir o que deu errado. O motivo muitas vezes é deixarmos de orar a Deus e buscar a sua vontade. Somos como Jonas, que primeiro fugiu de Deus entrando num navio; depois, na bar- =<, Os milagres de Jesus riya de wna baleia ele curreu para Deus em oragao; em Ninive ele correu com Deus; por iltimo, depois que havia pregado em Ninive, ele tentou correr adiante de Deus dizendo o que ele devia fazer. + Para cada espirito maligno neste mundo hé dois anjos bons para nos guiar e proteger. Isso nao significa que devemos orar a um anjo ou a um crente que jd passou para a gloria. Oramos a Deus, que é 0 doa- dor de toda boa ¢ perfeita dadiva. Ele nos da poder e capacidade em resposta a oragfo que 6 oferecida em £8. * Atualmente, a medicina consegue tratar a epilepsia, que ndo apresenta mais uma ameaga tao grande aos seres humanos quanto era no passado. Sera que o nosso conhecimento sobre esses medicamentos diminui a nossa apreciacio por Jesus realizar um milagre? E claro que nao. Jesus expulsou um espfrito maligno que impedia o menino de falar e ouvir. Ele soube imediatamente que enfrentava um espirito demoniaco. A epilepsia em si era algo secundério. << MARIA MADALENA <> Lucas 8.1-3; Jodo 20.1,2, 10-18 Mulheres dedicadas Jesus ia de cidades ¢ vilas a varios lugares da regido campestre pregando a boa-nova do reino de Deus. Aonde quer que fosse nao sé pregava a boa-nova, como também curava pessoas acometidas de muitas docngas. Ele enfrentava as obras de Satands em homens ¢ mulheres que eram possuidos por deménios. Esses sofredores, que nao tinham quem 08 ajudasse a sair de seu sofrimento, se voltavam para Jesus. Durante o ministério terreno de Jesus, Satands parecia ter soltado incontaveis espiritos malignos para se oporem aos seus esforcos Os deménios, no entanto, imediatamente reconheciam, quando se encontravam com Jesus, que a forga dele era uma forga espiritual que eles eram incapazes de impedir. Somente uma palavra dele era suficiente para bani-los de cena com a adverténcia de nunca mais retornarem. Enquanto viajava com os doze discfpulos, Jesus os instruia nos mistérios do reino. Alguns desses homens eram pessoas com recursos suficientes, como os pescadores Pedro, André, Tiago e Joao. Mateus, 0 ex-cobrador de impostos, provavelmente estava bem de vida. Mesmo assim, as despesas para a inanulengdo didria de Lreze homens pediam provisao adicional. Algumas mulheres tiravam de seus préprios recursos para suprir as necessidades didrias de Jesus ¢ seus seguidores. Ele havia conhecido essas

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