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BS Géneros académicos: »» Por Edmar Cialdine* ma das atividades comunicativas 7 que mais comumente realizamos €0 ato de resumir. O capitulo anterior de uma novela para uma amiga, o debate entre canditados, ete, A cada instante estamos retextualizando algo de forma mais sintética que o original. Assim sendo, o resumo acaba por se tornar um género textual bastante usual e pode variar, inclusive segundo a formalidade do contexto. F. assim temos 0 resumo académico... 14 mencionamos aqui em outras edicoes sobre a importancia dos géneros textuais para o desenvolvimento linguistico ~ afinal, ¢ impossivel haver qualquer atividade sociocomunicativa desprovida de um género. Para o processo de escolarizacao, por sua vez, 08 generos académicos cumprem um papel basilar. Eles servem como um inicio, um meio e um fim no processo de desenvolvimento de qualquer aluno universitério, professor e/ ou pesquisador ~ sendo ferramentas didaticas importantissimas. Tais quais os géneros textuais mais comumente conhecidos, os géneros académicos posstiem uma flexibilidade de forma e funcao que, muitas vezes, dificultam sua definigio e estrutura, Em nossa experiéncia académica, © que encontramos sao variagbes de um genero que acabam por se completar. Desse modo, mesmo um livro que se dedique a explorar apenas 0 género “resumo” nao daria conta de todo potencial linguistico e 5G | coneinetofatc | LINGUA PORTUGUESA didatico desse género. No entanto, ousamos aqui expor algumas consideragdes sobre esse genero textual objetivando oferecer mais algumas sugestdes, além das conhecidas pelo leitor, sobre como fazer um resumo. © QUE E UM RESUMO? Definir um genero textual é uma tarefa dificil, como ja mencionamos, por conta de sua flexibilidade. Se procurarmos em um dicionario comum como o Mini Aurélio escolar do século XX1, encontraremos explicacdes como. “exposicao abreviada’, “apresentago concisa’ “aquilo que representa, ilustra ou traz em si as principais caracteristicas de algo maior”, Se partirmos para obras mais especializadas, como Diciondrio de géneros textuais, de Sergio Roberto Costa, podemos ler na pagina 161: “(...) pode ser uma apresentagao abreviada de um texto ou contetido de livro, peca teatral, argumento de filme, etc. Constitui, entdo, um género em que se reduz um texto qualquer, apresentando-se seu contetido de forma concisa ecoerente, mantendo-se o tipo textual do texto principal. Também pode se referir a uma exposicdo sintetizada de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos, das caracterfsticas basicas de alguma coisa, com finalidade de transmitir uma ideia geral sobre seu sentido.” O mesmo autor, nesse verbete, indica a leitura de “abstrato” ou “abstract” defendendo ser este um resumo de trabalho académico. Ele explicita na pagina 29: “(...) colocado, em geral, antes/ acima do a texto principal, é um resumo conciso, coerente e objetivo dos pontos principais (objetivo, objeto, base tebrica, metodologia (material e métodos), andlise, resultados e conclusdes) de um artigo cientifico, dissertacao, tese, relato de caso, etc. Nestes tipos de trabathos cientificos, 0 ABSTRACT é redigido em lingua diferente da do texto principal. Nos textos escritos em Lingua Portuguesa, usa-se a palavra RESUMO, enquanto ABSTRACT é usado para a sintese redigida em lingua estrangeira (Inglés, geralmente).” ‘Assim, um resumo pode ser de um. livro, de uma parte de um livro, etc. j4 0 resumo académico cumpre uma funcdo mais especifica de apresentar uma visio re eee cman ase | LINGUA PORTUGUESA | 57 geral de um trabalho cujo autor tende a ser 0 mesmo (do texto e do resumo). fato & que um resumo pode ser considerado tum texto derivado de outro texto, 0 texto original ou fonte e é um trabalho muito mais de extragio de ideias que de producao. Consequentemente, devemos evitar fazer julgamentos e andlises em um resumo. Isso cabe a resenha, um tipo de resumo critico. A qualidade de um resumo esté, dentre outras coisas, ligadas ao dominio do texto original, isto é, quanto mais soubermos do tema, do autor e, principalmente, como 0 texto explora o assunto, maior serd a possibilidade de produzir um bom resumo ~ ¢ com menor Gificuldade. Afinal, como vamos expor, em um resumo, os pontos chave do texto original se nao o entendermos? Eis 0 porqué de um resumo ser uma étima ferramenta de aprendizagem: obriga-nos a ler 0 texto original repetidas vezes. Alguns autores dividem o género resumo em resumos criticos (ou resenha, que possuem caracteristicas préprias); resumos indicativos (em que sao dispensados dados e anélises, ‘© que obriga a leitura do original); resumos informativos (mais longos ¢ completos, dispensando a leitura do original); por fim, ‘© resumo académico jé mencionado acima, POSSIBILIDADES DE PRODUCAO ‘Um resumo possui uma extensio muito varidvel, dependendo da densidade da obra original, das normas técnicas exigidas € do préprio tipo do resumo. Nesse sentido, cabe a0 produtor escolher o objetivo do resumo. Um evento cientifico poderé ter exigencias especificas: se 0 resumo ¢ para um trabalho da faculdade, o professor deveré indicar a quantidade de palavras do texto, Em nossa experiéncia, o que percebemos que a maioria dos resumos so feitos em um pardgrafo com 250 a 500 palavras. A linguagem deve ser clara, objetiva, formal e coerente, Devemos evitar, além de tecer criticas, repeticdes, uso de adjetivos e advérbios desnecessirios (cles apenas ‘ocupam espago no texto) e recomendamos usar verbos no tempo presente. Dentre as técnicas mais comuns utilizadas BB | conometsfute | LINGUA PORTUGUESA Para resumir um texto, é necessdrio compreendé-lo plenamente, para assim selecionar as ideias centrais, sem risco de dispersdes e confusado com as ideias secundarias defendidas no original para se fazer resumos podemos destacar: + Selecdo das ideias centrais: apés ermos o texto, pelo menos duas vezes, & preciso que identifiquemos e retiremos as ideias centrais. Isso exige uma compreensio plena do texto para que, ao produzirmos nosso resumo nao nos dispersemos; + Apagamento das ideias secundérias: imagine que estamos com uma cépia a lapis do texto fonte @ que comecamos a apagar algumas partes. O texto original, digemos, fala sobre a contribuicdo de ‘Chomsky para a Linguistica, Em certos trechos es, a historia da Linguistica antes de Chomsky, os trabalhos desse estucioso na dea politica e de criticas as perspectiva chomskyana da linguagem - ora, todos esses topicos podem ser retirados sem que a ideia central seja comprometida, Assim reduzimos tum texto de varias paginas a algumas linhas; + Reelaboracio de enunciados com pardfrases que generalizem diversas informagoes particulares: 0 uso de coletivos, sindnimos ¢ hiperdnimos aqui é de grande utilidade, Sendo bem claro, um exemplo que geralmente usamos em sala para explicar esse procedimento é transformar a frase: “Joao foi ao supermercado comprar laranjas, bananas, goiabas, uvas, magas e trés caixas de leite” _—_—— EE Eee em “Joao foi ao supermercado comprar frutas e leite’, ou, como costumamos dizer em algumas regides do pais, “Joao foi fazer mercantil” As palavras “laranjas, bananas, goiabas, uvas, mags” esto resumidas em “frutas” e a expresso “fazer ‘mercantil” indica todo 0 conjunto. + Combinagies de diferentes tépicos frasais cujas ideias sao repetidas: 20 usarmos, por exemplo, “Joao entrou na sala e puxou uma cadeira. Ao seu redor as ‘pessoas usavam roupas comuns, sem grandes detalhes. Conversavam entre si com uma linguagem cheia de girias que refletiam a suas roupas, afinal todos se conheciam’, percebemos varios t6picos usados para explicar o contexto informal que Joao estava. Assim, poderiamos resumir: “Jodo entrou e sentou na sala cujo contexto era informal”; Construcdo de frases sintéticas que incluam varias ideias: na primeira versio desse texto haviamos escrito: “dentre as téenicas utilizadas para se fazer resumos destacamos a selego das ideias centrais € apagamento das secundarias, reelaboragio de enunciados com generalizagoes, combinasoes de diferentes topicos frasais cujas ideias sio repetidas e construgao de frases sintéticas que incluam varias ideias”. Notemos como todos os pontos abordados anteriormente foram expostos, mas de modo muito geral. Decidimos pelo caminho contririo ao resumo ¢ tornar o texto mais detalhado. RESUMINDO A HISTORIA, A principio pode parecer que so muitas informagées, mas o interessante é que varios estudos apontam que nés jé usamos a maioria dessas técnicas inconscientemente ao fazer um resumo, Entdo, 0 que necessitamos & 0 exercicio constante tendo consciéncia dos procedimentos que estamos usando e refletindo sobre sua utilidade para nossos objetivos na produgio do resumo, Aqui importa frisar que produzir textos ¢ uma atividade como qualquer outra: exige pritica constante e ¢ tal pritica que torna essa atividade cada vez mais facil SUGESTOES DE LEITURAS Além de obras gerais que tratem de redacio cientifica €metodologia do trabalho cientifico, destacamos aqui algumas sugestées que, inclusive, foram lidas para a produgio de nosso texto, Dentre as obras gerai apontamos a de Antonio Carlos Xavier: Como fi apresentar trabalhos cientificos em eventos académicos da editora Réspel. O livro, além da linguagem extremamente acessivel, tem 0 mérito de tratar de producao escrita e sua apresentagdo em eventos ~ tema pouquissimo tratado em obras do género. ‘Uma outra sugestao ¢ 0 Diciondrio de géneros textuais, de Sérgio Roberto Costa, Editora Auténtica. Como mencionamos aqui, o livro & uma obra de consulta para quem estuda géneros textuais, inclusive géneros académicos. Por fim, mas talvez a sugestao mais relevante, hi, na Pardbola Editorial, a colecio Leitura e produciio de textos técnicos e académicos, cujo primeiro volume trata exatamente de resumos. A obra possui uma vasta sequéncia de exercicios que visam 0 conhecimento e aperfeigoamento da produgio de resumos. As autoras (Anna Rachel Machado, Eliane Lousada e Lilia Santos Abreu-Tardelli) preocuparam-se em produzir um livro claro, objetivo de linguagem acessivel. Vale a pena conferir. rans easgee Ge cere Tet ‘Francisco Edmar Cialdine Arruda é professor & mestre em Linguistica Aplicada pela Unversidsde Estadual co Ceard, edogou @gmail.com J wrww.ciakfinearruda, togset om) comssncte tts | LINGUA PonTUGUESA | 5S LINGUA Gasgaeesnco . PORTUGUE As propostas didaticas para o ensino da ‘ forma e da fala VIAGEM NO PRODUCAO 0 GENERO ya tep ay mel) TEXIUAL eae RESUMO pai aey aA vO re yer Ua ft me ab ey SUNCOM CIAL CORUY ASREDACOESEM ALINGUA PORTUGUESA —_E APLICACOES TUS COaT Sur eae SOc p ay Nm Ui) DIB 21:wa

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