O pblico como instituio: interdependncia e criao na arte contempornea A ideia de um pblico que reage e interage s proposies artsticas uma das marcas da produo potica a partir dos anos de 1970. Nossa proposta visa compreender como artistas e crticos conduziram e avaliaram a relao entre obra e pblico neste perodo voltado formulao de experienciais artsticas dependentes de uma relao ativa dos espectadores-participadores. Assim, entendido como um protagonista, o pblico passa a ser mobilizado como agente ativador, num processo que remonta s ambies das vanguardas histricas europeias, num explcito desejo de emancipao do espectador diante (e dentro) da obra, em conformidade com o desejo de uma arte apta a estabelecer um elo entre a criao e uma comunidade de participadores. o incio de um processo que segue dois caminhos distintos e simultneos: a conscincia do espectador como sujeito determinante na engenharia da prpria obra de arte e a cristalizao do pblico como dado a priori e genrico das instituies artsticas. Na primeira perspectiva, o lugar do pblico se viu modificado com a insero de poticas destinadas interao mais imediata e propositiva, onde o corpo do espectador, geralmente, contabilizado no processo de efetivao da obra. No verso, o papel ocupado pelo pblico ganhou predeterminaes realinhadas e fomentadas pelo sistema da arte, em especial, o sistema museal e a crtica especializada. O presente trabalho busca apresentar uma interpretao do conceito de pblico por meio das experincias artsticas participativas em Braslia, durante o ltimo quarto do sculo vinte, e suas relaes com as instituies locais.