CÂMARA DE PAREDES NÃO TEM CONTAS FIÁVEIS – PS JÁ TINHA
AVISADO EM 2009 E A CENA REPETE-SE EM 2010
O Relatório do Revisor Oficial de Contas arrasa a credibilidade das Contas da Câmara
de Paredes. Não sendo fiáveis as contas, ao PS não restava outra alternativa, senão VOTAR CONTRA. Quando o PS/Paredes apreciou as Contas de 2008, deixou claro que a Câmara não tinha contas fiáveis, sustentando a sua afirmação no Relatório da Entidade Certificadora das Contas. Ali podia observar-se uma ênfase e uma reserva. Pois bem, o presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, e os seus acólitos, não aprenderam a lição. Não corrigiram as situações apontadas às contas de 2008 e, nas de 2009, segundo os vereadores do PS no Executivo, repetiu-se a história, agora agravada pelo facto de, à ênfase e à reserva, ser acrescentada uma opinião crítica.
ROC ARRASA A CREDIBILIDADE DAS CONTAS DA CÂMARA DE PAREDES
As contas da Câmara, de acordo com o ROC, mereceram reservas por insuficiente
informação externa sobre a titularidade do imobilizado do município, situação agravada pela divergência entre valores constantes na contabilidade e no património. Verifica-se mesmo que há contabilização indevida de valores na rubrica de imobilizado. A situação agrava-se com a existência de facturas de fornecedores relativas a 2009, processadas apenas em 2010, em valores que, acreditam os socialistas, poderá pôr em causa a construção do tão badalado “mastro de Paredes”. Os vereadores do PS acentuam que “não venham, mais uma vez, dizer que estamos a inventar. É o ROC quem o escreve e, se alguém tiver dúvidas, podemos exibir o Relatório”. Refira-se que estes factos, por si só, seriam suficientes para justificar o voto contra dos vereadores do PS, mas “as razões que nos assistem, são fortes e intermináveis”, asseguram. CAPACIDADE DE ENDIVIDAMENTO DA CÂMARA PRATICAMENTE ESGOTADA
Da análise às Contas, constata-se que o passivo da Câmara passou de 29 para 50
milhões de euros, situação que não deixa dúvidas sobre o rumo, absolutamente danoso para a autarquia, que a maioria do PSD tem para Paredes. Esse rumo, destacam, “como se pode observar nas contas de 2009, conduziu ao esgotamento do limite legal de endividamento”. Essa é, talvez, a explicação para que não tenham contabilizado, em 2009, facturas no valor de 700 mil euros. De acordo com os vereadores socialistas, “se o tivessem feito, entre outras coisas que havemos de saber, teriam, certamente, ultrapassado os limites de endividamento, isto é, violado a Lei das finanças locais”. Os vereadores do PS vão mais longe e questionam mesmo “se não haverá algo mais grave?” Inclinando-se mais para essa possibilidade, uma vez que se desconhecem quaisquer referências a obras como a que foi feita em Rebordosa, Avenida dos Marceneiros, que tem já completamente destruído, o asfalto colocado durante a campanha eleitoral. As Contas da Câmara de Paredes revelam (e o ROC, também), sem margem para dúvidas que existem obras em curso que não aparecem ali descritas, o que, de certo modo, justifica a sistemática recusa do poder instalado, em fornecer aos vereadores do PS os esclarecimentos solicitados, nomeadamente sobre obras “que todos conhecemos, mas que ninguém vê nas Contas da Câmara”.
EMPRÉSTIMOS PASSARAM DE 7 PARA 15 MILHÕES DE EUROS
Às razões para votar contra, já identificadas, junta-se ainda o descontrolado recurso a
empréstimos, que em dois anos passou de 7 para 15 milhões de euros. De acordo com os vereadores do Partido Socialista, a marcha do endividamento carece de maior explicação, uma vez que é “extremamente importante combater o embuste e as tentativas de escamotear a verdade sobre a real situação da Câmara, que consideramos ser muito grave”. A capacidade de endividamento, no ano passado, era de 29 milhões de euros e foram tomados 96% desse valor. Em 2007, apenas dois anos antes, essa capacidade era de 26 milhões e tinham sido tomados 35%. Em dois anos, a capacidade de endividamento da Câmara de Paredes passou de 35% para 96%, isto é, “para ganhar eleições, o executivo de Celso Ferreira gastou tudo o que a Câmara podia gastar, hipotecando, irremediavelmente, o futuro do concelho”, afiançam os vereadores do PS no executivo municipal.