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Descargas Atmosféricas
Antônio Carlos Delaiba, Camila Guesine dos Santos, Elise Saraiva, José Wilson Resende, Marcelo Lynce Ribeiro
Chaves
Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Resumo ⎯ Este trabalho apresenta o estudo e análise do efeito análises serão avaliadas a influência das resistências de
de descargas atmosféricas em cargas alocadas em média aterramento no valor do nível da tensão de surto induzida.
(11kV/15kV) e baixa tensão (abaixo de 600V) considerando a Todas as modelagens e simulações do sistema estudado
influência causada pela resistência de aterramento. Para a foram feitas através do software ATP. Neste artigo, optou-se
modelagem e simulações do sistema sob análise utilizou-se o
por estudar casos considerando descargas atmosféricas com
programa para estudo de transitórios ATP (Alternative Transient
Program). Para a realização do estudo modelou-se um sistema incidência direta nos circuitos em 13,8 kV, pois se tratam dos
real, composto de uma linha de transmissão de 88kV, uma casos com sobretensões de surto mais severas e com maiores
subestação, uma linha de distribuição de 13,8kV e cargas de potenciais causadores de danos a equipamentos de
consumidores residenciais. É analisada também a utilização de consumidores. Quanto aos circuitos secundários, abaixo de
supressores de surto na baixa tensão dos transformadores de 600V, estes são posicionados em alturas inferiores às dos
distribuição como forma de atenuar as sobretensões induzidas condutores da rede primária. Por isso, esta última
que atingem os consumidores. normalmente funciona como blindagem, tornando rara a
incidência direta de descargas atmosféricas nas redes de
Palavras-chaves ⎯ Descargas atmosféricas, resistência de
baixa tensão [7].
aterramento, sobretensão induzida.
obteve-se uma média ponderada mensal. Em seguida, fez-se Trafo 1 Trafo 2 Trafo 3
uma média ponderada anual, chegando ao valor de 20kA,
Fig. 3. Níveis máximos da tensão de surto na AT dos transformadores de
para o ano de 2004. distribuição.
Para os valores de tempo de calda e tempo de crista
foram utilizadas as recomendações típicas de [9]-[10]. Pela figura 3, observa-se que, para os transformadores 1
Resultou-se, assim, em uma fonte de surto com descarga de e 2, há uma leve tendência de crescimento do nível de tensão
20 kA, tempo de crista de 1,2μs e tempo de calda de 50μs. de surto, conforme se aumenta o valor da resistência de
aterramento. Porém, para o transformador 3, mesmo para os
III. AS ANÁLISES DESENVOLVIDAS diferentes valores de resistência de aterramento, não houve
grandes diferenças entre os valores máximos de tensão de
Para cada descarga atmosférica aplicada, adotar-se-á um surto (sempre em torno de 121kV). No entanto, para este
valor diferente para a resistência de aterramento dos transformador, o nível da tensão de surto ultrapassa o nível
transformadores de distribuição. O objetivo disso é o de básico de isolamento, que, segundo [1], é de 90kV. Por isso
verificar a influência do aterramento no impacto das será necessária a inserção de um pára-raios de proteção. Tal
descargas atmosféricas junto aos consumidores. fenômeno ocorre devido à reflexão da onda do sinal de
Os valores adotados para as resistências de terra serão os tensão, no final da linha de distribuição.
seguintes: RT = 10 Ω ; 30 Ω ; 100 Ω ; 105 Ω (este último valor Para os transformadores 1 e 2, cujo nível básico de
representará um valor infinito, ou seja, ausência de isolamento (NBI) também é de 90kV, a tensão de surto se
aterramento). manteve dentro dos níveis de suportabilidade, não sendo
Para as figuras a seguir, que apresentam os níveis de necessária a inserção de pára-raios de proteção.
tensão de surto, o eixo das abcissas corresponde aos Visando reduzir o impacto da descarga no cabo fase, no
diferentes pontos de aterramento na malha de terra. Para transformador 3, inseriu-se um pára-raios na entrada do
melhor entendimento, tais figuras mostram os níveis de mesmo. Os resultados estão na figura 4. Cabe aqui ressaltar
tensão nos transformadores de distribuição com a seguinte que, para este caso, não considerou a hipótese com a
legenda: Transformador 1 (em azul) localizado a 1000m da resistência de terra no valor de 105 Ω (a qual representa uma
saída da SE; Transformador 2 (em amarelo) localizado a resistência infinita), pois isso equivaleria a não aterrar o pára-
1500m da saída SE; Transformador 3 (verde) localizado raios inserido no transformador 3.
2000m da saída da SE. Da figura 4 pode-se observar, mais uma vez que, mesmo
Durante este estudo, foram analisados três hipóteses de para os diferentes valores de resistência de aterramento dos
ocorrências de descargas atmosféricas: transformadores 1 e 2, não houve grandes diferenças entre os
Descarga atmosférica incidente no cabo fase da linha valores máximos de tensão de surto, os quais continuaram se
de transmissão (em 88kV), também bem próxima à mantendo dentro dos limites de suportabilidade dos dois
penúltima sustentação antes da entrada da SE (Setor equipamentos, inclusive apresentando uma queda em seu
“A” da figura 1); valor em relação aos apresentados na figura 3.
Descarga atmosférica incidente em cabo fase da Tensão
(kV)
80 72.2
linha de distribuição (em 13,8kV), a 500m da saída 71.9 72
70
da SE (Setor “B” da figura 1). 60
59 59 58.9
2
15
1
10 0
10 30 100 1000000
0
Trafo 1 Trafo 2 Trafo 3
10 30 100
Fig. 7. Níveis máximos da tensão de surto na AT dos transformadores de
Resistência de Terra (ohm)
distribuição para descarga de 20kA.
Trafo 1 Trafor 2 Trafor 3
100 27.5
10 30 100
0
10 30 100 1000000 Resistência de Terra (ohm)
Resistência de Terra (ohm)
Trafo 1 Trafo 2 Trafo 3
Trafo 1 Trafo 2 Trafo 3
Fig. 10. Níveis máximos da tensão de surto na AT dos transformadores de
Fig. 8. Níveis máximos da tensão de surto na AT dos transformadores de distribuição, com inserção de pára-raios nos transformadores 1, 2 e 3.
distribuição para descarga de 2,5kA.
Os efeitos dos impactos destas descargas atmosféricas
O mesmo fenômeno ocorre com o transformador 2. No também se fazem presentes no lado secundário dos
entanto, para o transformador 3 vê-se, com clareza, a transformadores (BT-220V). Os resultados estão na figura 11.
influência da resistência de aterramento. Quanto maior o Tensão
valor desta, tanto maior é a tensão de surto que atinge o (kV) 138
140
equipamento. 120
Para os três transformadores, o nível da tensão de surto
100
ultrapassa o nível básico de isolamento (NBI), que é de
80
90kV. Para tentar reduzir estes níveis para valores mais
60
razoáveis, a seguir serão testadas duas hipóteses de inserção 45,1
35
de pára-raios de proteção: 40 26,5
21 22 20 20,7 21
i)-nos transformadores 1 e 2; ii) nos transformadores 1, 2 e 3. 20
0
Para a primeira hipótese, inseriu-se pára-raios nos 10 30 100