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Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau COMARCA DE SAO FRANCISCO - 12 VARA Autos n°: 0611.11.001003-4 Autor: MINISTERIO PUBLICO Denunciados: 1- JANICE CARDOSO DOS SANTOS 2- VALDEMIR MAGALHAES Natureza: art. 316 do Cédigo Penal SENTENCA RELATORIO © MINISTERIO PUBLICO ofereceu deniincia em face de JANICE CARDOSO DOS SANTOS e VALDEMIR MAGALHAES aitribuindo aos acusado a prética do crime descrito no art. 316 do Cédigo Penal, por gito vezes. Segundo a acusagao o crime foi praticado trés vezes de forma isolada por JANICE CARDOSO DOS SANTOS e, por cinco vezes, em concurso de pessoas com VALDEMIR MAGALHAES. Narra a dentncia que, conforme apurado no procedimento investigatério criminal instaurado pelo Ministério Publico do Estado de Minas Gerais, a funciondria piiblica municipal designada para o exercicio da fungdo de escriva de Policia Civil, Janice Cardoso dos Santos, @ © advogado Valdemir Magaihées se arficularam para recebimento indevido de dinheiro de vitimas de violencia doméstica na Comarca de So Francisco ~ MG. A denéncia enumerou de forma pormenorizada, as condutas imputadas aos réus, os quais, por melhor exposicdo, seguem indicadas no quadro abaixo: |e dia 22 de Outubro de 2010, na Delegacia de Policia do | 19 Série Municipio de Sao Francisco, os denunciados exigirar | Art.316 vantagem econdmica indevida de MARLENE RO! BIGUES | risa Pedras G de. C6d, 10.30.800-8 pentose Clea go eo & Poder Judicirio do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau [Arl.29 FERREIRA ao afirmarem para ela que para a rendncia ao direifo] de representacdo era necessério pagar R$ 100, 00 (cem reais), Segundo apurado a vitima compareceu a DEPOL para retirar a Fepresentacao oferecida em razGo de agresséo perpetrada Por seu irmGo FABIANO. La chegando procurou pelo setor responsavel pelos feitos relativos 4 violencia doméstica, ao que fol informada que a “moca" ainda nao havia chegado Assim que Janice chegou, ela disse para Marlene esperar um pouco. Enquanto esperava o atendimento, foi abordada pelo DR. MANINHO que Ihe chamou € perguntou se era ela a ima do FABIANO € se pretendia retirar “a queixa". Ao confirmar sua inten¢ao ao causidico, este Ihe disse que para retirar a queixa €ra preciso pagar a quantia de R§ 100 (cem reais). Eniretanto, @ vitima disse que no tinha condigées de pagar, por estar desempregada, ao que foi pressionada pelo advogado, que Ihe afirmou que a auséncia do pagamento implicaria no envio dos autos ao Férum. Temendo a punicao de seu irmao, MARLENE disse que possuia apenas R$ 50,00 (cinquenta reais). © advogado entéo perguntou & viima onde seu marido trabalhava, se oferecendo para levé-la até Ia para receber o restante. O réu, Dr Maninho, em seu préprio veiculo, conduziu MARLENE até 0 local de trabalho de IRAILSON para leh pedir os R$ 50.00 (cinquenta reais) faltantes. IRAILSON no finha o dinheiro @ se viv obrigado a pedir a quantia para seu patrao AELCIO, que deu 0 dinheiro para ser entregue ao advogado. Os dois, entdo, retornaram & DEPOL, sendo que primeiramente Dr. MANINHO entrou na sala de JANICE, chamando a vitima p65 alguns minutos para assinar o termo de rentincia. Pelos fatos acima, o parquet denunciou JANICE CARDOS 16 y (C64. 10,30,800-8 fants inn Clarisa Petia Ge Aad “Juiz de Direito & Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau c/e art. 29 do Cédigo Penal. 2 Série Art.316 Art.29 No dia 22 de Outubro de 2010, no Escritério de Advocacia do Dr. Maninho, no centro do municipio de Séo Francisco, os Genunciades exigitam vantagem econémica indevida de FABIANO RODRIGUES FERREIRA go afirmarem que para que sua itm MARLENE renunciasse ao direito de representagdo contra cle era necessario pagar R$ 300,00 |trezentos reais). Segundo apurado, FABIANO compareceu & Delegacia de Policia do Municipio de SGo Francisco para que sua ima MARLENE relirosse G representagao oferecida em razdo de agressao Praticada por ele. Chegando Id, procurou o setor responsavel, Fendo sido informado por JANICE que néo seria possivel retirar a representacdo na Delegacia, somente no Forum. JANICE Gfirmou, ainda, que FABIANO teria que procurar o DR MANINHO “para ieitar". Ao chegar no esctitério do Gdvogado, FABIANO foi por ele informado que haveria de Pagar a quantia de R$ 300,00 (trezentos reais), sendo oferecido Pelo DR. MANINHO um “desconto", cobrando, ao final, a Quantia de R$ 200.00 (duzentos reais), Metade do acordado foi Pago por MARLENE, como relatado na 1° série, a outra metade Tol paga por FABIANO que ao sair do escritério do advogado se viv obrigado a fazer um empréstimo de R$ 100,00 (cem reais) CO seu ex-pairGo ANTONIO VALDIR RIBEIRO afim de se ver livre de um eventual processo criminal. De posse da teferida quantia FABIANO se dirigiv @ Delegacia de Policia, entregando © dinheiro ao DR. MANINHO que esiava na porta aguardando @ chegada da vitima, Apés receber os R$ 100,00 (cem reais) Pages por FABIANO, DR, MANINHO saiu com MARLENE par receber o valor restante. Cd. 10.90.800-8 ference stn0z04 Clarissa PerasG. de i ‘Juiza de Direlto Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau Pelos fatos acima, o Parquet denunciou JANICE CARDOSO DOS SANTOS e€ VALDEMIR MAGALHAES pela pratica do art. 316 c/c art. 29 do Cédigo Penal. 3° Série Art.316 No dia 20 de Dezembro de 2009, na Delegacia de Policia de Sao Francisco, JANICE CARDOSO DOS SANTOS exigiu de MARIA LUZIA CARDOSO DE SOUZA vantagem econdmica indevida, Para si, ao exigir 0 pagamento de R§ 75,00 (setenta e cinco reais) para lavrar o pedido de renincia & representagao Segundo apurade, apés receber notificagdo para que seu ex- companheiro comparecesse a Delegacia de Policia para Prestar esclarecimentos a respeito da representagdo feita por ela @ tendo em visia que este no mais residia em sua casa, MARIA LUZIA resolveu ir até a referida reparticao publica para relirar a representagao. Ao chegar na Delegacia, MARIA LUZIA se dirigiv até JANICE e Ihe apresentou a notificagdo, dizendo que queria retirar a representac&o contra seu ex-companheiro. Para retirar a representagdo, JANICE exigiv R$ 75,00 (setenta e Cinco reais) de MARIA LUZIA que afirmou nao ter como pagar tal quantia. Diante da afirmagao de insuficiéncia financeira da vifima, JANICE saiy e, ao retornar, disse que havia conversado com © advogado e que faria por R$ 50,00 (cinquenta reais). Desesperada, temendo a puni¢Go de seu ex-companheiro, e NGo tendo condicées de arcar com o exigido, em prantos, MARIA LUZIA pedi & sua amiga FATINHA que Ihe emprestasse a quantia necesséria para retirar a representagdo. Desconfiada de que a cobranca da vantagem era indevida, FATINHA emprestou o dinheiro, mas disse 4 MARIA LUZIA que pega: um recibo, constatando o nome do advoga Clarissa Pedras G. de Andrade Juiza de Direito 6d. 10:30.800-8 funscce 27014 & Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau funcionaria que a havia atendido. Ao retomar & Delegacia, MARIA LUZIA perguntou a JANICE 0 nome do advogado ao que esta recusou responder, dizendo que iria receber o dinheiro por ele. JANICE também se negou a dar o recibo dos R$ 50,00 (cinquenta reais) pagos pela vitima. Somente apés receber a quantia exigida foi que JANICE fez o termo de renuncia para que a vitima assinasse. Pelos fatos acima, o parquet denunciou JANICE CARDOSO. DOS SANTOS pela pratica do art. 316 do Cédigo Penal. 4° Série Art.316 Em 2010, na Delegacia de Policia de Sao Francisco, JANICE CARDOSO DOS SANTOS exigiu de JOSE CARLOS DOS SANTOS exigiu de JOSE CARLOS DOS SANTOS vantagem econémica indevida, para si, ao afirmar para ele que para que este nado fosse preso era necessdrio pagar R$ 500,00 (quinhentos reais). Segundo apurado, JOSE CARLOS foi até a Delegacia de Policia prestar declaragées a respeito de inquérito policial instaurado em decoréncia de representagdo formulada por sua companheira SIMONE RODRIGUES DOS SANTOS. Ao chegar, foi atendido por JANICE que Ihe perguntou se estava 56, aconselhando-o a estar acompanhado por alguém. JOSE CARLOS, entao, foi até a sua casa e pediv que sua mae o acompanhasse até a Delegacia. Ao chegarem no local, JOSE CARLOS € sua me LUZIA, fora atendidos por JANICE que exigiu R$ 500,00 (quinhentos reais) da vitima, sob o pretexto de que pagaria para uma advogada, pois o proceso jd “estava descendo" para o forum e JOSE CARLOS poderia até ser preso. Percebendo o temor de JOSE CARLOS e de sua mae, JA\ enviou por ele uma notificagdo a SIMONE, esppist “I a, tl ‘juiza de Direito (6d. 10:30.800-8 pwates 2102018 wy Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau para que, naquele dia, comparecesse @ Delegacia, Exigiv, porém, que JOSE CARLOS a encontrasse para repassar o dinheiro, ds 17:00 horas, pouco antes da oitiva de SIMONE. Impossibilitada de pagar a quantia exigida e, temendo que seu filho fosse preso, LUZIA pediu & sua filha chamada ZILMA que emprestasse os R$ 500,00 (quinhentos reais) a JOSE CARLOS. ZILA se dirigiu @ agéncia da Caixa Econémica Federal para retirar a quantia de sua conta, e, em seguida, repassou os R$ 500,00 (cinquenta reais) 4 sua mée, para entregar a JOSE CARLOS. Na hora marcada, JOSE CARLOS se dirigiy até a Delegacia de Policia, juntamente com SIMONE. Ao chegar no local, JANICE solicitou a JOSE CARLOS que entrasse primeiro em sua sala, sozinho, momento em que este entregou em maos a quantia exigida pela funciondria publica. Dentro da sala havia, ainda, outra funciondria, que recusou ao pedido de JANICE Para que saisse da sala para comprar “uma coca”. Apés a entrega do dinheiro, JOSE CARLOS se retirou da sala de JANICE © sua companheira SIMONE entrou sozinha para a oitiva. Durante a realizagao da oitiva, JANICE pressionou SIMONE para que retirasse a representagao feita em desfavor de JOSE CARLOS, dando a ela conselhos para viver bem como o marido e falando sobre as consequéncias de um processo criminal para o futuro de JOSE CARLOS, sobretudo porque este | almejava passar em um concurso piblico municipal. Apés a conversa que feve com a denunciada, SIMONE resolveu renunciar & representacao, momento em que JANICE lhe Gfirmou que seu esposo j& havia pago uma taxa e que ndo cobraria nada dela, pois Ihe conseguiria um defensor piblico SIMONE questionou JANICE sobre a cobranga da “taxa” ao seu companheiro, ao que esta respondeu apenas que “tem que cobrar", pedindo a SIMONE que nao comentasse-nadg(com harissa Paras G C6, 10.90.800-8 tease nw) ‘hulza de Diroit 5h $ (i. Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais %, Justiga de Primeiro Grau Xs ninguém. Pelos fatos acima, o parquet denunciou JANICE CARDOSO BOS SANTOS pela pratica do art. 316 do Cédigo Penal. 5° Série Em 2010, na Delegacia de Policia de Sao Francisco, os Art.316 denunciados exigiram de GERALDA CILENE PEREIRA vantagem Art.29 econémica indevida, ao afirmarem para ela que para renunciar ao direito de representacGo era necessario pagar R$ | 50,00 (cinquenta reais). Segundo apurado, GERALDA CILENE PEREIRA se dirigiv & delegacia de policia, juntamente com seu esposo VANDERLEI com o objetivo de renunciar a representacGo feita em desfavor deste. GERALDA CILENE foi atendida por JANICE que exigiu R$ 50,00 (cinquenta reais) para a retirada da representagado, dizendo ser obrigatério o pagamento da “toxa". Temendo a puni¢dio de seu esposo, GERALDA CILENE, que nGo possuia a quantia exigida por JANICE, pediu emprestado 4 sua mae AFONSINA que a havia acompanhado até a delegacia. AFONSINA, entao, emprestou 05 R$ 50,00 (cinquenta reais) para a retirada da representagao, dizendo ser obrigatétio 0 pagamento da “taxa”, Temendo a PunigGo de seu esposo, GERALDA CILENE, que néio possuia a quantia exigida por JANICE, pediu empresiado 4 sua mae AFONSINA que a havia acompanhado até a delegacia, AFONSINA, entao, emprestou os R$ 50,00 (cinquenta reais) a GERALDA CILENE que, por sua vez, entregou a DR. MANINHO. | | Apés 0 recebimento do valor exigido, JANICE redigiv 0 termo de rendncia para que GERALDA CILENE assinasse. Pelos fatos acima, o parquet denunciou J, RDOS! pile PX, 10902008 inne rmmn eae 7, Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau de casamento marcado, MARIA ZEFERINA resolveu renunciar G0 seu direito de representacdo, porém, ao chegar na Delegacia de Policia, foi informada de que nao era necessario “retirar a queixa”. Alguns dias depois, JOSE DINO recebeu uma infimagao para prestar depoimento, porém, 0 nome nao era o dele. MARIA ZEFERINA, entéo, compareceu & Delegacia de Policia para saber 0 que havia acontecido. A denunciada | JANICE foi quem atendeu a vitima e informou que apesar do mome constants no mandado estar errado, havia uma infimagao para © seu marido. MARIA ZEDERINA disse a | denunciada que queria renunciar ao direito de tepresentagao, fendo JANICE dito & vitima que, para isso, teria que contratar um advogado, pois o processo jé havia “descido para o Férum". Ao sair da sala de JANICE, MARIA ZEFERINO, que estava na delegacia, tendo conversado com 0 advogado que exigiv G quantia de R$ 300,00 (trezentos reais) para que * retirasse a queixa”. Diante da afirmagao da vitima de que nao finha condicées de pagar o valor exigido, DR. MANINHO disse que © faria por R$ 200,00 (duzentos reais). MARIA ZEFERI femendo que seu marido fosse preso & processadgsdhqu | - : mre clara Tes 6 2 > uize do Dire! C64, 10.30,800-8 taresosesteaze9 @ Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau [até o seu expairao HAMILTON para pedir a ele que ihe] Pagasse valores devidos a ela, juntou com o dinheiro que tinha © conseguiu R$ 120,00 (cento e vinte reais) que levou até o escritério do DR. MANINHO, tendo combinado que pagaria o restante em trinta dias. A vitima pediu um recibo ao advogado que se recusou a fazé-lo, dizendo que nao seria necessario, haja vista que seu marido era testemunha. Passados os trinta digs, MARIA ZEFERINA retornou ao escritério do DR. MANINHO Para pagar os R$ 80,00 (oitenta reais) que faltaram. Alguns dias apés © pagamento, a vitima recebeu uma carta do denunciado e compareceu até o seu escritério, tendo o advogado Ihe questionado sobre o restante do pagamento ao que a vitima Ihe sse uma comprovagao do encerramento do processo, tendo este pedido que a vitima procurasse JANICE na Delegacia de Policia. No dia 18 de Janeiro de 2010, Conforme indicado pelo denunciado, MARIA ZEFERINA se dirigiu @ Delegacia e, estando com JANICE, disse a ela que DR. MANINHO a havia mandado ali, para procuré-la. JANICE uestionou 4 vitima se esta ja havia efetuado o pagamento ao advogado e, apés a confirmagéo de MARIA ZEFERINA, JANICE entregou-Ihe o Termo de RenUncia para que assinasse. Pelos fatos acima, o parquet denunciou JANICE CARDOSO BOS SANTOS e VALDEMIR MAGALHAES pela pratica do art. 316 c/c art. 29 do Cédigo Penal. 7° Série Art.316 Em 2010, na Delegacia de Policia de So Francisco, JANICE CARDOSO DOS SANTOS exigiu de ADILSON FERREIRA DA SILVA vantagem econémica indevida, para si, ao afirmar que que sua esposa pudesse renunciar ao tie/) dp Céd, 10.30.800-8 pont lara Peas Ge Raed = ae sruiza de Dirt & Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau representagdo, este deveria pagar a quantia de R$ 50,00 (cinquenta reais). Apds muita insisténcia de seu marido e sob a promessa de que nao mais voltaria a agredila, EVA | RODRIGUES DE CASTRO SILVA, resolveu renunciar ao direito de representacao contra ele. Ao chegarem na DEPOL, porém. JANICE cobrou “uma taxa" de R§ 50,00 (cinquenta reais) de ADILSON para que pudesse “retirar a queixa” e afirmou que se © processo continuasse 0 casal haveria de pagar em tomo de R$ 600,00 (seiscentos reais) de fianga, insinuando que aquela (o pagamento "da taxa”) seria a forma mais barata de evitar que ADILSON fosse preso e processado. Temendo sua prisdo, ADILSON pagou & denunciada o valor por ela exigido Pelos fatos acima, o parquet denunciou JANICE CARDOSO DOS SANTOS pela pratica do art. 316 do Cédigo Penal 8° Série Art.316, Art.29 Em 2010, na Delegacia de Policia de Sao Francisco, os denunciados exigiram de ROSIMAR BATISTA DA CRUZ vantagem econémica indevida, ao afirmarem para ela que para renunciar ao direito de representagdo, era necessdrio pagar R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais). Segundo apurado, na data dos fatos, ROSIMAR se dirigiu & DEPOL, juntamente com seu companheiro ANILSON, com o objetivo de retirar a representagdo feita em desfavor deste. No local, foram atendidos por JANICE que Ihes exigiv R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) para custear as despesas com 0 advogado e do Forum, se estes no quisessem suportar os énus processuais causados pelas implicagées da Lei Maria da Penha. Dr. Maninho estava na delegacia e interveio na conversa, dizendo que "pegaria a causa” por até R$ 100, 00 (cem reais). Tey lo que seu companheiro fosse preso e progessado, KSIMAR (Céd, 10.30.800-8 ventose2rnan010 Clara afro Farade IY “uiza do Dire *§, Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau insisiv com este para pagar o que havia sido exigide, para | ficarem livres” do processo, porém ANILSON nao finha o dinheiro e nem havia como fazer empréstimo. Assim, ROSIMAR renunciou ao direito de representagdo e foram embora da DEPOL sem pagar © que foi exigido. Ao comentar com uma bene sobre 0 que havia acontecido, esta alertou ROSIMAR, dizendo a ela que nao pagasse nenhuma “taxa”, pois nao era | licito. Apés isso, ROSIMAR € ANILSON nao mais voltaram na DEPOL. Pelos fatos acima, o parquet denunciou JANICE CARDOSO DOS SANTOS e VALDEMIR MAGALHAES pela pratica do art. 316 c/c art. 29 do Cédigo Penal. | A dentncia foi instruida pelo Procedimento Investigatério ne MPMG - 0611.10.000013-6 ({s.13/135) e foi recebida em 25 de Marco de 2011 (f. 137). Citado (f.138), 0 réu Valdemir Magalhdes apresentou resposta & acusagao as ff. 146/159, na qual aduziu, em sede preliminar, a impossibilidade de o mesmo praticar a conduta discriminada no art. 316, caput.do CPB, j4 que a mesma se refere a crime proprio, bem como a preliminar referente aos elementos objetivos e subjetivos do tipo penal. No mérito, requereu a sua absolvigGo por total falta de provas de ter participado da agdo delituosa. A 1 Janice Cardoso dos Santos, por sua vez, citada ({ls.167), apresentou resposta & acusagao 4s fis. 168/175, na qual aduziu, em sede preliminar, a impossibilidade do Ministério Publico conduzir a investigagao criminal. No mérito, alegou a autonomia da advocacia privada, bem como que os valores recebidos foram a tis cote sot de Direito e honordrios de advogados. ara Pe ulze (C64, 10.80.800-8 js noscanoy Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Ee Justiga de Primeiro Grau As ff. 181/182, sobreveio aos autos deciséo rejeitando as preliminares e designando audiéncia de instrugdo e julgamento. Audiéncia de instrugdo e julgamento as ff.368/385, tendo sido colhidos os depoimentos de 10 testemunhas da acusagao, bem como duas testemunhas da defesa do segundo réu, tendo sido, ainda, designada audiéncia em continuagao. Audiéncia em continuagdo as ff. 452/465, oportunidade em que foram colhidos os depoimentos de 01 vitima e 07 testemunhas da acusagdo, bem como designada nova audiéncia em continuagao. Nova audiéncia em continuagdo as ff. 476/478, com a oitiva de uma testemunha da defesa, bem como designagao de audiéncia em continuagao, Novamente, audiéncia em continuagao 4s fis. 505/510, tendo havido a citiva de uma testemunha de defesa do primeiro réu, tendo a acusagao e as defesas desistido da tomada dos depoimentos das demais testemunhas. Em seguida, foram os réus _ interrogados, encerrando-se a instru¢do e determinando-se a abertura de vista ds partes para alegacées finais. Em alegagdes finals, © Ministério PUblico requereu a condenagéo da ré JANICE CARDOSO DOS SANTOS pela pratica da conduta descrita no art. 316, caput, na forma do art. 71 (por 4 vezes) e do artigo 316, caput, c/c art. 29, na forma do art.71 {por 4vezes), todos do Cédigo Penal; bem como a condenagao do réu VALDEMIR MAGALHAES pela pratica da conduta prevista no art. 316, caput, c/c art. 29 e 30, na forma do art. 71 (por 4 vezes), todos do Cédigo Penal. Ja a defesa do réu Valdemir Magalhées, em alegagées finais, reiterou a sua alegagdo de impossibilidade de praticar o crime descrito no art. 316, caput, do CP, haja vista n&o ser funciondrio publico, elemento essencial do tipo; bem como aduziu nao sere) provas colhidas nos autos suficientes para ass condenagéo criminal (ff. 558/567). nats e “juize de Direlto (C6, 10.30.800-8 tantosezteozn Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau Por sua vez, a 1 Janice Cardoso dos Santos, em memoriais, relterou a preliminar de nulidade, ao argumento de que a investigacéo criminal nao poderia ter sido iniciada e conduzida pelo Ministério PUblico. No mérito, aduziu que os valores, acaso recebidos, deram-se a titulo de fianca. Subsidiariamente, em caso de condena¢o, requereu a fixagdo da pena no seu patamar minimo (fls.578/584). Diante da juntada de documentos em sede alegacées finals pelo réu Valdemir Magalhdes ff. 568/576) e afim de se evitor nulidades futuras, houve, as fls.585, a conversGo do julgamento do feito em diligéncia, determinado-se a abertura de vista ao Ministério Publico para ciéncia e manifestagao. Manifestagdo do érgao ministerial ds fls. 586/587. FUNDAMENTACAO Processo regular, devidamente constituido e instruido com observéncia das formalidades da lei e ausentes nulidades. PRELIMINARES. As preliminares deduzidas pelos réus foram devidamente analisadas na decisdo de f. 181/182, a qual me reporto a fim de se evitar desnecessdria tautologia. No que tange 4 preliminar de ilegitimidade do Ministério PUblico na persecu¢ao da investiga¢do criminal, o Supremo Tribunal Federal em 14/05/2015, na conclusao do julgamento do Recurso Extraordindrio (RE) 593727, com repercusséo geral_reconhecida, assegurou do Ministério PUblico a atribvigdo para promover, por autoridade prépria e por prazo razodvel, investigagdes de ng enal, in verbis: ee 7 ties Ge nde Juiza de Diraito Cid, 10,30.800-8 puntos 2108204 Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau 'O_Ministério_PUblico_dispde_de _competéncia para promover, por autoridade_prépria, e por prazo razodvel, investigacSes de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem'a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigacdio do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipéteses de reserva consiitucional_de jurisdigéo e, também, os prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso Pais, os Advogadbs (Lei 8.906/94, artigo 7°, notadamente os incisos |, UL Il XI, Xil, XIV e XIX), sem prejuizo da possibilidade ~ sempre presente no Estado democrético de Direito — do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Simula Vinculante 14), praticados. pelos membros dessa instituicdo"” STF. Plenario. RE 593727/MG, red. p/ 0 acérdao Min. Gilmar ‘Mendes, julgado em 14/5/2015. Feitas as digressdes acima, passo a andlise do mérito. MERITO Trata-se de agdo penal ptblica_incondicionada proposta pelo titular da pretensdo punitiva estatal, a qual descreve & atribui aos réus a pratica da conduta tipica previsia no art. 316 do Cédigo Penal; sendo a ré JANICE denunciada pela prética do referido crime, em sua forma continuada, por 8 (cite vezes), das quais 5 (cinco} foram em concurso de agente com o réu VALDEMIR. Assim dispde o citado dispositive legal: Art, 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun¢ao ou antes de assumi-la, mas em razGo dela, vantagem indevida: Pena - reclusdo, de dois a cito anos, e multa. Tendo em vista a pluralidade de réus e a continuid coe (C64. 10:90.800-8 watoce ston) Céd, 10,30.800-8 twatov 2106204 Clarisa Pedra Ge Sndrade & Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais s Justica de Primeiro Grau forma isolada, a ré JANICE CARDOSO DOS SANTOS e, em seguida, aos imputados a ela em concurso com réu VALDEMIR MAGALHAES 4.) DOS CRIMES DE CONCUSSAO PRATICADOS DE FORMA ISOLADA E CONTINUADA PELA RE JANICE CARDOSO DOS ISOLADA E CONTINUADA PELA RE JANICE CARDOSO DOs’ SANTOS (ART. 316, caput, c/c art. 71, ambos do CP) Em sede alegagées finais, 0 érgdo ministerial analisou a prova para atribuir a 16 JANICE, de forma isolada, a prdtica do crime previsto no art. 316, caput, do CP, em continuidade delitiva, em face das vitimas MARIA LUZIA CARDOSO DE SOUZA, JOSE CARLOS DOS SANTOS, GERALDA CILENE PEREIRA e ADILSON FERREIRA DA SILVA. Registre-se que constou da denUncia que a vitima Geralda Cilene sofreu a agao criminosa de ambos os denunciados. No entanto, as alegacées finais acusatérias esto em consonancia com a plenitude da prova produzida, no sentido de excluir a participa¢ao do primeiro réu na conduta contra referida vitima. Assim, passo andlise da materialidade e autoria delitiva em relagao a cada uma das vitimas alvo das acdes de ambos os denunciados: L.1 = Do crime praticado em face da vitima ADILSON FERREIRA DA SILVA ‘A materialidade e autoria delitiva restaram devidamente comprovadas através do procedimento investigatério instaurado pelo Ministétio PUblico, bem como pelas demais provas orais colhides nos autos. Ouvida nos autos de inquérito de n° 0611.10.000523-4 (fls.105), a S*° Eva Rodrigues de Castro Silva, ex esposa do senhor Adilson, relatou: "[..) Aberta @ audiéncia, a vitima afirmou que prosseguir com a agdo em desfavor de Adilsony “Juiza de Direlto & Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau informou: ~ da Siva. Em_seguida, indagada sobre o temo de fengncia de fis. 16, a viti MoU que o agressor pagou RS 50,00 (cinquenta reais) 4 funcionéria_da Delegacia de nome Janice para que a mesma * fetirasse a queixa’ |...) No mesmo sentido, ouvida no Ministério Publico (f.107), (...) que confirma suas declaragées de folhas 056 & esclarece que o seu marido precisov pagar uma taxa no valor de R$ 50,00, na delegacia, para retirar_a queixa; que o dinheiro foi entreque a Janice, que e estava_dentro da sala_quando sev _marido Adilson Ferreira da Silva entregou o dinheiro para Janice e esta pediv para a declarante e 0 Adilson néo comentarem nada com ninguém: que a Janice falou ainda, que se fosse para continuar o proceso ¢ pagar fianga seria uns R$ 600.00 € ela (Janice) s6 estava cobrando 50 reais (...) Em juizo, sob o crivo do contraditério, a Sr Eva Rodrigues de Castro Silva, confirmou © seu depoimento anterior acima, esclarecendo ainda que o valor de R$ 50,00 foi feito exclusivamente pelo seu marido, in verbis (Ff.459/460}: (©6d, 10:90.800-8 cat. “[..) que tendo ouvido a leitura de seu depoimento de {is.68, confirma todo 0 seu teor; que tendo ouvide a leitura_de seu depoimento de fis. 107, também confirma todo 0 seu teor, que diante das contradicées entre os depoimentos ndo_desembolsou nenhum valor, sendo que seu entao marido agamento de RS 50,00; que confirma que estava fesente quando sev marido fez o pagamento a Sr. Janice; que diante das contradigées acima afirma que aconteceram muitas coisas, sendo que Clarissa Peas 6. ce ‘Juiza de Diraito Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau esiava muito confusa; que © pagamento foi feito na Delegacia de Policia pelo Adilson (...) 1.2 = Do crime praticado em face da vitima GERALDA CILENE PEREIRA Como acima assinalado, apesar de o réu Valdemir Magalhaes também ter sido denunciado pelo fato contra referida vitima, apés a insirugdo, entretanto, nao ficou comprovada a sua participagéo no crime, tanto que 0 préprio Parquet, em suas alegacdes, requereu a condenagao somente da denunciada JANICE. A materialidade € autora delitiva foram devidamente comprovadas em desfavor da segunda ré, por meio do procedimento investigatorio instaurado pelo Ministério Publico, bem como pelas demais provas orais colhidas em juizo. Ouvida nos autos de inquérito de n° 0611.10.000705-7 (f. 93), a SP Geraida Cilene Pereira, companheira do senhor Vanderlei Alves Ribeiro, relatou: “(..J aberta a audiéncia, a vitima afirmou que nao deseja prosseguir com as agdes em desfavor de Vanderlei Alves Ribeiro, tendo em vista que os dois ja se reconciliaram, informande que além do presente processo ha um outro com audiéncia designada para 0 dia 28/07/2010, de n®.: 611.10.000648-9. Em sequida, a 1a e o réu declararam que uma pessoa de nome Janice informou que seria necessdrio o pagamento do valor de RS 50,00 (cin ara_que fosse retirada a io que tal valor foi pago por Vanderlei, _nas_mGos_da_referida funciondria, em espécie |...) No mesmo sentido, ouvida no Ministério Publico (fls—21), informou: Clarissa Pedras 6, de Sadecde Julza de Birsito 6d. 10:90.800-8 eases 2108201) iS Sm Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau ) declarando que esclarecida sobre © motivo da Notificagdo, informou que renunciou da queixa contra SeU esposo, Vanderlei Alves Ribeiro (IP — 335/09) na delegacia ¢ no Férum; que pagou R$ 50,00 (cinquenta feals) para retirada da queixa na Delegacia de Policia Para um rapaz moreno 0 qual ndo sabe identificar: que quem Ihe falou que tinha pagar foi a funcionéria Janice; que Janice apenas falou que era obrigatério Pagar para retirada da queixa: que outra mulher que estava na delegacia na mesma data também pagou Para renunciar; que compareceu na Delegacia acompanhada de sua mae e seu morido Vanderlei: que_arrymou 0 dinheito emprestado em _sua_mée. Afonsina Pereira Gaia, residente na Rua Sebastidio Jarbas Soares, 2182, Ap. S.Fco, entretanto, ela nao viu quando fez 0 pagamento pois estava no patio da Delegacia; que seu marido Vanderlei presenciou tudo 2 que aconteceu na Delegacia: que Vanderlei esté trabalhando no Esiado do Parané, néo sabendo Precisar seu enderego |...) Este fato 6 corroborado pela testemunha AFONSINA PEREIRA ~ GAIA, mae da vitima, a qual, ouvida no Ministério PUblico, explicitou (f.121) “(..) declarando que esclarecida sobre o assunto da notificagao, informou que no dia em que sua filha Geralda Cilene e seu genro Vanderley foram até a Delegacia por quesiées de brigas, a sua filha chegou em casa apavorada, dizendo que precisava de 50,00 (cingventa reais) para que o processo ndo descesse Para 0 forum e, assim, © Vanderley nao fosse preso; que entao a declarante pegou os 50,00 e entregou para a Geralda Cilene; que a Geralda foi diteito a delegocia para fazer 0 pagamento; que depois a Geralda voltou foley que tinha estava tudo bem; que no outro dia, quando a Gerdida foi pagar © dinheito que havia pego com a mi Clarissa Pedras §. de Sadrade (©64,10.30.800-8 tose eee ata Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais f Justia de Primeiro Grau ¥ declarante informou para a filha que 0 dinheiro era do Vanderley mesmo, que ele havia deixado guardado com a declarante (. Em juizo, a Si? Afonsina Perreira Gaia, confirmou o seu depoimento anterior (f.121}, esclarecendo ainda que o valor de R$ 50,00 era para retirar a queixa e foi requerido por Janice, in verbis (f. 465): “(..) Que tendo ouvido suas declaracées de fis. 121 confirma todo o seu teor; que o valor de RS 50,00 (cinquenta reais) era para tetirar a queixa, que pelo gue sabe _o dinhelro foi_pedido_por Janice, que Geralda Cilene, que retirou a queixa € que fez o ‘comentario. (...) 1.3 = Do crime praticado em face da_vitima MARIA LUZIA CARDOSO DE SOUZA A materialidade e autoria delitiva foram comprovadas de forma segura, por meio do procedimento investigatério instaurado pelo Ministério PUblico, bem como pelas demais provas orais colhidas nos autos. Maria Luzia Cardoso de Souza relatou nos autos de inquérito de n° 0611.09.033.398-4 (f. 65), a Sr?, relatou: ..) Que a depoente desiste da representagao feita contra seu ex-companheiro; que seu companheiro nGo a coogi a retratar-se da representagdo; que na ae Delegacia foi cobrado da declarante a quantia de Bs, 95.00 (oitenta ¢ cinco reais) para “retirar_a queixa, tendo sido dito que era uma exigéncia do advogat que a declarante disse que néo tinha dinheiro e erftéo Cd, 10,30.800-8 vwntose 2100704 Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau (cinquenta) reals, quantia_esta_que a declarante pagou; que ndo Ihe foi dado recibo do pagamento; que disseram que nGo precisava; que a declarante sequer_contratou _advogado para defender seus direitos sobre os fatos debatidos nos presentes autos; que nGo sabe o nome da pessoa que the cobrou o dinheiro, mas é uma fortinha e baixinha que mexe com a papelada 16”. (..). No mesmo sentido, ouvida no Ministério Publico (fis. 40/41), informou: (C64, 10.30.800-8 (rater sven Que seu companheiro tomava remédios controlados ¢ que determinado dia ndo tomou os remédios ¢ ficou “atacado” e agrediu a DECLARANTE: que a DECLARANTE foi até a delegacia e prestou queixa; que peditam para a DECLARANTE fazer um exame de corpo delito; que a DECLARANTE estava Machucada pelo murro dado pelo companheiro: que depois disso mais nunca viu seu antigo companheiro; que 0 nome dele é EMANUEL RODRIGUES PEREIRA; que resolveu tirar a queixa contra ele porque sabia que ele gostava muito da DECLARANTE € fez isso pelo fato de nao ter tomado © remédio; que no dia 14 de Novembro salvo engano recebeu um papel para seu companheito ir até a delegacia, mas como ele ja no estava mais Ié resolveu ir até a DEPOL: que ao chegar a DEPOL foi até Id @ foi conversar com uma moga chamada JANICE, baixa e gordinha e mostrou o Papel; que ent&o disse disse que seu marido havia saido de casa e que queria firar a queixa; que entéo JANICE disse & DECLARANTE que ela precisava pagar para tirar a queixa; que JANICE pediy RS 75,00 (setenta e cinco reais), mas a declarante disse que nao tinha condicdes de pagar, que entéo JANICE saiv e voltou dizendo que conversou com 0 advogado aue teria the folado que deixari @ DECLARANTE foi até uma amiga sua se/chama 6 de be Cars ize c® Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau FATINHA; que FATINHA disse que era para pegar um recibo e 0 nome do advogado; que entao a DECLARANTE voltou até a Delegacia e entregou 0 dinheiro, perguntando & JANICE qual_o nome do advogado, que JANICE ndo disse _o nome do advogado e disse que irla receber o dinheiro por ele: que a DECLARANTE perguntou pelo recibo, mas JANICE disse_que no era preciso; que entregou RS 50,00 (cinquenta reais) para JANICE; que depois disso a JANICE foi até sua casa e conversou com seu filho chamado DANIEL pedindo para a DECLARANTE ir até ‘a Delegacia, que JANICE disse que teria recebide uma notificagéio para comparecer na PROMOTORIA @ que queria conversar com a DECLARANTE; que a DECLARANIE ndo voltou a procurar a JANICE € nem JANICE Ihe procurou”. Ao ser ouvida em juizo, a St Maria Luzia Cardoso de Souza, confirmou 0 seu depoimento anterior, esclarecendo ainda que o valor de R$ 75,00 [setenta € cinco reais), exigido iniciaimente, foi baixado para R$ 50,00 {cinquenta reais), com dispensa, ainda, de recibo, in verbis (fls.454) (..) Que tendo ouvido a leitura de seu depoimento de fis. 40/41, confirma todo o seu teor; que reitera que fol exigido inicialmente R$ 75,00 valor baixado para R: 50,00, tendo sido dito que nao seria necessario recibo: que depois do pagamento n&o voitou mais & Delegacia de Policia; que desistiu de prosseguir na queixa contra seu companheiro; Que na época do fato seu marido trabalhava capinando rua; que néo foi usada a palavra fianga, sendo que a primeira denunciada falou que o dinheiro era para retirar ca (C64. 10,30.800-8 fre ~ & Sy) Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau As declaragées da vitima tem harmonia com o que foi dito pela testemunha MARIA DE FATIMA NIZ DO NASCIMENTO, amiga da vitima, ouvida no Ministério PUblico (f. 125) e em juizo (f. 457): A Sra. Maria acrescentando: (..) Que a Maria Luzia toma remédio controlado ¢ chegou ao asilo desesperada dizendo que tinha que pagar uma “fianca” na Delegacia, no valor de 50,00, para retirar uma queixa: que a Maria Luiza entéo pediv declarante os 50 reais emprestado: que a declarante emprestou, mas disse para a Maria Luzia que achava que tal cobranga néo era coreta e que Maria Luzia pedisse recibo quando efetuasse 0 pagamento na Delegacia: que quando viv a Maria Luzia de volta, perguntou pelo recibo, mas esta Ihe falou que néo foi preciso, pois a moga anotou no cademo o a) (f. 125) pagamento;”. de Fatima confirmou o empréstimo, gue a Sra Luzia disse que o dinheiro era um pagamento exigido para retirar uma queixa contra o marido; que a Sra, Luzia n&o afirmou quem estava realzando a cobranga: que foi afimado que a quantia deveria ser paga na Delegacia de Policia: que tendo ouvide a leitura de seu depoimento de fis. 125. confirma todo o teor”. (... (fis. 457) DANIEL GOMES CARDOSO, filho da vitima, ouvido em juizo (fis. 455}, aduziu: 1.4=Do crime SANTOS Cd. 10:30.800-8 (wasese 21012014 “(.) Que sabe por comentério de sua mae que foi necessario que a mesma pagasse um dinheiro para nao prossequir a queixa raticado em face da vitima JOSE C, ~ Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau A materialidade e autoria delitiva restaram devidamente comprovadas através do procedimento investigatério instaurado pelo Ministério PUblico, bem como pelas demais provas orais colhidas Nos autos. Ouvido no Ministério PUblico (fls.118), a vitima JOSE CARLOS DOS SANTOS, relatou: “(-) Que fol infimado a comparecer na Depol, devido a uma denuincia de Maria da Penha feita por sua companheira Simone; que quando chegou na Depol, a Janice lhe perguntou se estava sozinho e que o melhor seria se estivesse acompanhado de alguém; que entao © declarante saiv e buscou sua mae; que quando voltou com a mée, a Janice disse que era necessério agar 500 para uma _advogada, pois o processo ié estava descendo para o frum eo deciarante poderia até ser preso; que a Janice alertou que ndo poderiam falor nada sobre a taxa para ninguém, muito menos Para a Simone, se née ira plorar a situacGo; que o declarante perguntou 0 porque disso e a Janice nao respondeu; entéo a mae do declarante falou que amumaria o dinheiro; que Janice esclareceu_que mendaria_umo_infimacéo_para_a_companheira_do declarante, mas que as 17 horas © declarante deveria estar & Depol, junto com a Simone, mas néio falou com @ Simone sobre o dinheiro: que entrou na sala primeiro sozinho e dey o dinheiro na mao de Janice: que além da Janice havia outra funcionéria na sala, que nao sabe 0 nome, mas 6 uma morena clara, de cabelo meio longo e a Janice pediv que ela fosse comprar uma coca, mas a funciondiria nao quis ir; que depois a ‘Simone entrou sozinha na sala, depois a Janice chamou © declarante e a Simone retirou a queixa na frente do declarante; que sé contoy obranca da taxa alguns dias depois.” gpl lt 6. itso so cave theo (Cd. 10.30.8008 nie zect . . Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau Em juizo (ff. 375/376), JOSE CARLOS disse que Ihe foi informado pela ré JANICE que era necessdrio o pagamento de R$ 500,00 para que 0 procedimenio nao continuasse, in verbis: “(..) Que convivey 15 anos com Simone Rodrigues dos Santos, que sua companheira manifesiou queixa na Delegacia de Policia contra o depoente; que depois compareceu juntamente com Simone para retirar a queixa; que foi dito para o depoente que o proceso estava “descendo para o férum" e que era necessério. pagamento do valor _de R$ 500,00 para que _o procedimento ndo continuasse; que quando o valor foi pedido, também _foi_dito_ao_depoente_que_néo comentasse a cobranca com ninguém: que pagou o valor a vista e “ficou no prejuizo”; que a primeira ré foi wem falou_que_o pagamento de RS 500,00 era Indispensdvel para 0 processo ndo ir para o Forum; que fez_o pagamento diretamente_a primeira _ré:_que_o dinheiro_foi_obtido da conta de sua_irma na Caixa Econémica Federal; que o Dr. Maninho ndo estava presente quando foi exigido o valor de R$ 500,00; que guvida _a_leitura_de suas _declaracées as _fis._118, confirma todo o seu teor’ que quando realizou o pagamento, a sua companheira estava do lado de fora da Delegacia de Policia. Nas declaragées da vilima perante o Ministétio Pblico (fis. 116), a St® SIMONE RODRIGUES DOS SANTOS, companheira da vitima, relatou ter recebido aconselhamentos da ré JANICE para: 'viver bem com © marido, frequentar a igreja e sobre as implicagdes que um processo poderia ter para o futuro do José Carlos que tem projetos de prestar concursos pUblicos (seu marido estava querendo fazer o concurso da Prefeitura na época)..." Por tudo o que consta dos autos, notase o aspe tendencioso de tais aconselhamentos e clara imediatidade ¢ Clara Potias te Sadia 6d. 10:20.800-8 jwaiea six.) age Direlto Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau mesmos € a atitude que a vitima adotou, apés ouvir as “orientagdes' da segunda ré, quando declarou: (... optou por renunciar & denuncia feita anteriomente; que entdo, a funciondria que estava Ihe ouvindo,uma morena, que a declarante acha que chama Janice ov leonice, disse que jd tinha escutado 0 José Carlos e que_havia_cobrado_uma_toxa dele, mos que da declarante_néo_cobraria, atrumaria um defensor pUblico; que a declarante perguntou_o porque da cobranca ao José Carlos, mas a funcionéria apenas Ihe te: uv que tem que cobrar e para a declarante néo comentar nada com ninguém; que na saida, apés ter tenunciado, a Janice tornou falar para néo comentar nada sobre 0 “ negécio"; que uns dias depois, o José Carlos falou por alto sobre o pagamento da taxa; que depois a sua cunhada Zilma the contou sobre o valor da taxa ome havia sido paga: que o valor da taxa fol de 500 reais e que a mde do José Carlos havia dado o dinheiro; que foram_até_a Depol_para_reolizar_o pagamento, o José Carlos e sua mée_Luzia Anténia dos Santos." ZILMA DOS SANTOS, ouvida perante o Ministério PUblico (f.70),declarou conhecimento do requerimento de medidas protetivas por Simone e narrou a atifude do irm&o JOSE CARLOS ante a exigéncia que Ihe fora feita na delegacia: "(..) Que nao se recorda o dia que seu irmdao foi infimado a comparecer a Depol, mas lembra que o meso chegou em casa da sua mae muito preocupado, dizendo que teria que pagar uma fianga no valor de R§ 500, 00 [quinhentos reais) sendo ficaria preso; que falou para sua mGe que néo finha esse dinheiro, pois ndo estava tendo nem o que comer direito; que declarante tem uma conta na Caixa Econd Clavse Yotias te Sadao te 10.30 00-8 sg a ie Dieta Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau % Federal onde guarda algum dinheiro da sua mae também; que a mée, sensibilizada_ com a situacdo, Pediu a declarante que fosse até a CEF e retirasse a quantia que o José Carlos precisava, pois ndo deixaria sey filho ser preso: que a declarante foi até a CEF e, como a conta era nova e ainda néo tinha cartao, teve gue realizar o saque na “boca do caixa”; que chegou em casa, entregou o dinheiro para mae e talou que o José Carlos passaria 14 novamente para pegar, visto que na Delegacia disseram a ele que retornasse ds 17 as com o dinheiro da fianca; que depois que U irmao fol_na Depol, voltou e falou para a mae que jd falouy_com_a sua companheira Simone que _pagou Janice.” © saque do valor de R$ 500, 00 foi comprovado pelo comprovante de f. 231. DO INTERROGATORIO _E ARGUMENTOS DA RE JANICE ~ CARDOSO DOS SANTOS A 1é JANICE CARDOSO DOS SANTOS, ouvida em juizo (ff. 507/508), negou as acusa¢ées constantes da denuncia, dizendo: (Céd, 10:90.800-8 twats so steno) "(..]todos os casos de violéncia doméstica ocomreram, Mas n@o foram feitas cobrangas as ofendidas ou agressores; Que era responsdvel pelos atendimentos Considerando que no plantao o delegado responsdvel NGo ficava na Delegacia de Policia; Que os casos aconteciam a noite € nos finais de semana; Que era orientada para apés citiva e leitura do depoimento apresentar ao agressor 0 valor da fianga; Que nao 5 recorda dos envolvidos Marlene e Fabiano nem se 4 enlregaram 0 valor exigido; Que seguindo as aire Clarissa Patios 6 de Fadracde duize da rato 69 » 6 (C6, 10.90.800-8 pants se 2teazee Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais "i Justiga de Primeiro Grau . Por telefone, prestadas pela delegada, informava o valor da fianga para familiares e envolvidos e feito 0 Pagamento da fianca a depoente entregava o valor Para Danilo despachante que providenciava os DAEs: Que recorda-se que varias foram as fiangas prestadas sempre com os mesmos procedimentos; Que todos valores cobrados pela depoente foram feitos a titulo de fianga; Que as diversas cobrangas na denincia nGo ocorreram; Que acredita que em razdo de desavenca com o fic Felicio vulgo "j morreu" os fotos foram inventados jé que teve grande discusséo com © mesmo: Que referida pessoa disse para a depoente que esta nao ficaria na Delegacia de Policia; Que recorda-se do caso da ofendida Rosimar Batista da Cruz afimando que a mesma nao desistiv do procedimento de modo que o seu companheiro ©u marido continuou preso; Que até o dia da desavenga com Eric tinha bom relacionamento na Delegacia de Policia com os demais colegas. Que se Fecorda das pessoas de Rosimar, Zeferina, mas reiterando que fez varios flagrantes; Que nao tem nada contra as pessoas eferidas; Que nunca Procurou ninguém; Que nunca teve desentendimento com as mesmas; Que nao se recorda dos maridos ou companheiros das referidas nem se ficaram presos: Que as prisSes que perduraram foram com base na Lei Maria da Penha; Que recorda do auto de pristio em flagrante em relagéo da pessoa de Rosimar; Que todos os casos que chegavam a Delegacia de Policia ram devidamente formalizados, sendo procedido o inquérito @ lavrado © termo de fianga quando do feito Pagamento. Que os envolvidos no contlito familiar sempre se apresentavam bébados e exaltados; Que nem sempre tinha como saber se os envolvidos eram b€bados ou doidos; Que sempre que os envolvidos Pediam, © este foi o seu erro, era costume advogado; Que nem sempre indicava Dr. vb Que nunca foi informada seretas Golseta'St Inco} iJulza de Dias Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais ‘ Justica de Primeiro Grau Indicagao de advogado naquela circunstancia; Que 08 servidores municipais so recrutados para trabalhar na Delegacia de Policia sem prévio treinamento; Que sempre que os advogados sto chamados pelos Policiais, aceitam a convocagdo, negociando com familiares; Que na época da depoente o Dr. Valdemir era um dos advogados que mais fica na Delegacia de Policia; Que nunca viu o segundo réu se oferecendo para clientes da Delegacia de Policia; Que o mesmo era requisitado pelos envolvidos ov pela policia, neste caso a pedido dos envolvidos; Que os advogados n&io tem hdbito de oferecer brindes a Delegacia de Policia, mas é comum que gjudem em festinhas ou com material de trabalho, que sempre falta; Que néo se recorda do Dr. Valdemir trabalhando para as vitimas ou ofensores mencionados na dentincia; Que atendia todos os casos que chegavam a Delegacia de Policia mesmo que ndo fossem de violéncia doméstica; Que os envolvidos nos confiitos familiares eram sempre pessoas menos favorecidas; Que cumpridas as otientagées da delegada, conforme os cédigos das fiangas a serem prestadas, encerrado os procedimentos, quase sempre o policial Eric levava os autos até onde a delegada estivesse, as vezes em Montes Claros; Que tem “um pouco de medo desse povo", pois "sei do que sto capazes". principalmente © Eric; Que sabe de algumas coisas, mas ndo tem provas; Que Dr. Valdemir nunca pediu que a depoente fizesse cobran¢a de honorarios a favor do mesmo". Aliada a negativa de autoria, a ré JANICE acrescentou que os valores cobrados eram a titulo de fianga, isso em relacdo a todas as vitimas supranarradas. Ocorre que, analisando todo o acervo probatério presen autos, chega-se a concluséo diversa. Isto porque, de inicio,dk (C6 10.90.800-8 tented 24000 Clarissa Petras §. Jul ga bine a Assy Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais ev Justica de Primeiro Grau r frisar que a fixagGo e principaimente o procedimento para recolhimento das fiangas vém estabelecido no Codigo de Processo Penal, devendo-se ser destacado o que consta especificamente dos art. 329 e 331 do referido diploma legal, in verbis: Art. 329. Nos juizos criminais ¢ delegacias de policia, haverd um livro especial, com termos de abertura ¢ de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela aytoridade, destinade especialmente os termos de fianca, O temo seré lavrado_pelo gsctivdo e assinado pela autoridade_e por quem prestar_a fianca, e dele extrair-se-6 certidéo para juntar-se aos autos. Art, 3310 valor_em que consistir_a_fianca_seré fecolhido _& reparticdo_arecadadora_federal_ou estadual, ov _entreque ao _depositério _ public iuntando-se aos autos os respectivos conhecimentos. Pardgrafo Unico. Nos lugares em que 0 depésito nao se puder fazer de pronto, o valor seré entreque ao esctivao ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de trés dias dar-se-4 ao valor o destino que the assing este artigo, o que tudo constard do termo de fianca, Como notério, 6 de se ter em visa que apesar dos fatos terem ocorrido antes da Lei 12.403/2011, a qual promoveu alteragées no instituto da fianga, referida legislagao em nada allerou os art. 329 & 331 do CPP. Assim & que, partindo-se dessa premissa, 0 argumento da ré que os valores cobrados foram a titulo de fianca, teria sua prova extramente simples. Vale dizer: bastava juntar aos autos os termo: fianga que calriam por terra todas as imputagdes que Ihe framfetos (Céd, 10,80.800-8 pentosesiewzoe) Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau na peca acusatéria, o que, entretanto, nao ocoreu. Tal inércia somente comobora as afirmacgées do parquet de que os valores cobrados nao se referiam a fianga, mesmo porque nao eram dados s vitimas sequer recibos, provavelmente, porque finha a ré plena ciéncia de que a cobranca era indevida. Acrescente-se ainda que apesor da ré dizer em seu interrogatério que feito 0 pagamento da fianga, providenciava a entrega do valor para Danilo despachante, que, por sua vez, providenciava os DAEs, nao ha prova disso nos autos, 0 que poderia ser feito de forma direta e clara com a juntada de documentos comprobatérios ov, no minimo, com a oitiva do referido despachante, mormente porque tal énus Ihe incumbia. De igual maneira, 0 argumento de que os fatos foram inventados em raz4o de desavenga com o Eric Felicio, vulgo “ja morreu", também servidor da Delegacia, néo deve prosperar. E que nao é crivel pensar que todas as vitimas, que se quer finham ligagdes entre si, moniariam um complé para prejudicar a ré, principalmente, porque durante toda a instrugdio do feito nada foi apurado que pudesse levar a crer que as vitimas finham interesse em prejudicar a ré, mesmo porque a maioria das vitimas sequer a conhecia. Certo € que, em virude das peculiaridades destes tipos de conduta, normalmente praticada as escondidas, a palavra da vitima quando descreve com firmeza o 'modus operandi’ e reconhece, do mesmo modo, as pessoas que praticaram o delito, ganha especial relevo, sobretudo se encontra respaldo nas demais provas dos autos, como no caso em exame. Nesse sentido inclusive j6 decidiu 0 Egrégio Tribunal de Justica de Minas Gerais: APELAGAO CRIMINAL - CONCUSSAO - ARTIGO 316 DO CODIC PENAL - ABSOLVICAO - IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E MATERIALIG. COMPROVADAS - CONDENACOES MANTIDAS -c(REG s (C6, 10.30,800-8 foes rstnaann ~ Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau PROVIDOS. - Cometem o crime de concussdo os Policiais Civis que exigem para $i, diretamente da vitima, no exercicio de suas funcdes piblicas e em razdo delas, vantagem pecuniéria indevida, para ndo inctiminé-a falsamente. : Como cedico, condutas desta natureza so elas que se procuram cometer as escondidas, longe das vistas de testemunhas, de modo que a palavra da vitima, quando descreve com firmeza o ‘modus operandi’, e reconhece, do mesmo modo, as Ressoas que praticaram_o delito, aanha especial relevo, sobretudo se encontra respaldo nas demais provas dos autos, como no caso em_exame. (IJMG- ApelagGo Criminal 1.0024.08.980192-2/001, Relator(a): Des.(a) Beatriz Pinheiro Caires , 2° CAMARA CRIMINAL, julgamento em 07/11/2013, publicagaio da stimula em 18/11/2013) Porém, como se nao bastasse, esté presente a prova testemunhal que corrobora os fatos, como exaustivamente relatado acima. No pode passar despercebido, ainda, que todas as vitimas, quando ouvidas, relatam expressdes que denotam, de forma indubilavel, a cobranga indevida, tais como “pagar para retirar a queixa”, “pagar para o processo ndo descer para o férum", etc. © que se extrai dos autos é que a 6, utlizando-se do medo gerado acerca das consequéncias que 0 tramite dos feitos relativos & Lei Maria da Penha poderiam trazer, principalmente em decoréncia dos lacos afetivos com os supostos agressores, cobravam das vitimas © ofensores valores indevidos, esses consistentes na condicionante de Pagamento para que houvesse a rentncia 4 representagao, renincia essa que, como se sabe, deve ser exercida livremente pela vitima. Deste modo, seguramente demonstradas a materialidade e a autoria do crime sub judice, no ha que se acolher a tese absolutéria, devendo a ré ser condenada pela prdtica da conduta fip descrita no caput do art. 316 do CP, cometidas em desfavéi Clarissa Btios 6, de Brad (C64, 10.30.800-8 sin s0na0 Julze da Biralto Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau vitimas MARIA LUZIA CARDOSO DE SOUZA, JOSE CARLOS DOS SANTOS, GERALDA CILENE PEREIRA € ADILSON FERREIRA DA SILVA. 2) DOS CRIMES DE CONCUSSAO PRATICADOS DE FORMA CONTINUADA PELA RE JANICE CARDOSO DOS SANTOS EM CONCURSO DE PESSOAS COM O REU VALDEMIR MAGALHAES (ART. 316, caput, c/c art. 29, na forma do art. 71, ambos do CP’ Como se vé da pega acusatéria o 6rgGo ministerial apos instrugao do feito, atrioviu a ré JANICE, em concurso com o réu VALDEMIR, a pratica do crime previsto no art. 316, caput, do CP, em continuidade delitiva, em face das vitimas MARLENE RODRIGUES FERREIRA, FABIANO_RODRIGUES FERREIRA, MARIA ZEFERINA PEREIRA PEIXOTO © ROSIMAR BATISTA DA CRUZ, cuja materialidade e autoria, Passo a examinar em face de cada qual. 2. Dos crimes praticados em face da vitima MARLENE RODRIGUES FERREIRA © FABIANO RODRIGUES FERREIRA Ha nitida ligagdo entre os refetidos delitos. O conflito de género ocorreu entre itmaos, as exigéncias se deram em circunstancias faticas de grande similaridade, havendo exigéncia de pagamento em relagtio & vitima da violencia doméstica em tese cometida e também do suposto agressor. 2.1.1 = Do crime praticado_em face da_vitima MARLENE RODRIGUES FERREIRA. A materialidade e autoria delitiva em relagGo a ambos réus foram devidamente provadas através do procedi fo (C64, 10.90.800-8 juno stsasn Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau investigatério instaurado Pelo Ministério PUblico, bem como Pelas Provas orais judicializadas Inicialmente, ouvida nos autos 0611.10.000,530-9 (f.15), a vilira MARLENE RODRIGUE FERREIRA afirmou: Perante © Ministério PUblico (ff.17/18), a Sra. Marlene 8d. 10.30.800-8 janie svn “(-) Que fol pressionada dentro da Delegacia de Policia Pelo Dr. Maninho para pagar R$ 100,00 ¢ obrigou_a declarante a assinar um documento que nem mesmo chegou a ler__que_gostaria de encerar_o processo criminal apenas se seu itmao “assinasse um documento de_bem viver"; que Fabiano, ora_acusado, também agou RS 100,00 para o Dr. Maninho: que néo sabe o nome do Dr. Maninho, mas ele € um baixinho; que ele Pegou 0 dinhejro, entrou para dentro de uma sala na Delegacia de Policia com uma secretéria de 1é ¢ a declarante ndo viv mais nada: que a secretéria 6 baxa forfinha, mas deciarante néo sabe © nome; que 9 advogade também foi na casa do patréo do ex-maride da_deciarante pegor mais R$_50,00, esclarecendo g declarante_que_o R$ 50, 00 forma pago dentro da Delegacia de Policia: que o nome do ex- palréo do Marido € Aéicio, ndo sabendo o sobrenome; que infefzmente ele se mudou daqui e fol embora para o Mato Grosso, na cidade de contresa; que nao sabe 0 endereco completo dele; que acredita_que_a funcionéria_da Delegacia de Policia também _esté “enchende © bolso” porque ela dev uma ‘isadinha e disse que “ 0 povo de Sao Francisco esté com muito dinheiro_para ficar retirando queixa", que segundo a declarante tem conhecimento " ndo se paga para retirar queixa” “(-) Que em meados do més de novembro do are —f 2009 foi ameagada por seu mao, que Ihe disse oT WV (Cd, 10.30,800-8 pense eazscasey Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau Para @ DECLARANTE parar de frequentar a casa de sua ™mée pois sendo Ihe matoria; que acha que seu irmao fez isso porque a DECLARANTE reclamou com o mao No sentido de que ndio concordava com os habitos de Seu irmao dentro de casa; que entdo foi até a Depol e “prestou queixa contra seu imo FABIANO"; que seu iméo foi atras da DECLARANTE até a DEPOL; que depois disso. a. mae da DECLARANTE the pediy para retirar a queixa, pois nao queria briga entre seus filhos; que Gtendendo ao pedido de sua mée comparecey até a DEPOL para retirar a quelxa: que ndo se recorda a data exata que isso aconteceu, mas acha que foi em fevereiro; que chegou na DEPOL por volta de 13 horas e 1d chegando viu que 0 advogade DR MANINHO estava ne_pétio da Delegacia; que procureu um rapaz_que estava sentado ¢ perauntou “onde estava a moca que fetitava_a_queixa"; que DECLARANTE perguntou ao feferido rapaz que estava sentado se era com ROGERIA, mas Ihe foi informado que era com outra Moga que nao havia chegado ainda: que logo depois @ moga chegou fendo a DECLARANTE ido ao seu encontro, sendo que ele pediv para a DECLARANIE esperar um pouco; que a _DECLARANTE _estava esperando o atendimento por essa moca dentro de wma sala da deleaacia, ao que o DR. MANINHO, do lado de fora da Deleqacia, chamou a DECLARANTE: que R. MANINHO perquntou 4 DECLARANTE se ela era 1 do FABIANO e se estava na DEPOL para tetirar a qweixa; que a DECLARANTE confirmou que iria retirar a veixa, ao que o DR. MANINHO Ihe informou que para tetirar a queixa teria que pagar R$ 100,00 (cem reais); que a DECLARANTE disse que nao tinha condigdes de Pagar, pois estava desempregada, mas foi pressionada elo DR. MANINHO, pois “sendo os papéis iriam descer para o Férum”; que entdo a DECLARANTE finha R$ 50, 00 (cinquenta reais) ¢ entregou para o DR, MANINHO perguntou_& DECLARANTE_o marido da DECLARANTE trabalhava e disse vava & isa. “ pica Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais if Justica de Primeiro Grau : DECLARANIE até 14 para peaar o restante do din iro: tue fol com © DR. MANINHO até o trabalho de seu marido_¢ IG 0 marido da DECLARANTE nao tinha inheiro, tendo pedido ao seu patio chamado AELCIO- Wve the dev RS 50, 00 (cinquenta reais); que entéo o marido da DECLARANTE passou ao DR. MANINHO os & $0.00 _(cinquenta reais); que © DR. MANINHO nem chegou a descer do carro; ue depois o DR. MANINHO. yoltou até a Delegacia com a declarante ¢ entro dentro da sala onde estava a moca e 1d permaneceu er-alguns minutos: que depois © DR, MANINHO abriy Rorta_e pediv & DECLARANTE para entrar; que entao a DECLARANTE entrou © apés alguns didlogos, no sentido de que néio queria mais desaforo de seu mao, assinou vm documento que nao leu; que sabe que isso aconieceu com outra pessoa que trabalha no asilo: que nao sabe o nome da moga da Delegacia, mas Sab! que ela € nora do finado José Silva, que 6 baixa, YM Pouco gordinha; que sabe que a cobranca para rettacda de queixa da LEl MARIA DA PENHA foi feita fombem de uma pessoa que trabalha no aso: que quem contou isso para a DECLARANTE foi JENNY que também trabolha no asilo; que a JENNY disse inclusive que a moa da Delegacia foi até o asito pare procurar @ moga, pedindo que dissesse que nao cobrou qualquer vallor; que nao sabe © nome dessa moga do asilo, Em juizo (ls. 270/271), as declaracées anteriormente realizadas se mantiveram com grande coeréncia: C64, 10.90.800-8 (ant “(u) Que em novembro de 200? foi ameagada por seu ImGo; que prestou queixa contra seu iimao, mas no outto dia mudou de ideia a pedide de sua mae: que Mmanifestou propésito de re & ASS) Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais s Justica de Primeiro Grau Maninho |...) que © segundo réu disse que se nao fosse felt viria para o Férum e seu itmGo seria preso: que realizou © pagamento de R$ 100,00 como exigido |...) que_foi_buscar_uma parle _do valor _(R$50,_00) gcompanhada do segundo _réu; que referido_valor estava_no local de trabalho do marido_da depoente: que como sev marido no tinha o dinheiro pedi o valor Para_o patrdo, St, Aéicio, Que o segundo réu_ndo mencionou que o valor era pelo trabalho do mesmo: gue tem pela consciéncia de que nao contratou_os setvicos do segundo réu; que foi surpreendida pela cobranga; gue ndo tem como explicar_como_o segundo rév_feve conhecimento da sua queixa abordando-a no pétio da Delegacia de Policia: que nao finha_nenhum relacionamento prévio com 0 segundo 16, visto que “nem conhecia ele” © esposo da vitima, o Sr. IRAILSON DURAES SILVEIRA, ouvido no Ministério PUblico (f. 20), coroborou as informacées prestadas pela vitima no sentido de que, pegando dinheiro emprestado com seu padrao, efetuou o pagamento de R$ 50,00 ao Dr. Maninho para fins de retirada de uma queixa, in verbis: 6d. 10:30.800-8 jens cezimaaoi “[.) Que é marido da Marlene Rodrigues Ferreira e, Quanto ao fato relatado pela esposa, se recorda que estava trabalhando, na casa do Aéicio “das banana! relelnando a casa; que a casa de Aéicio fica na ‘avenida Brasfia de Minas; que viy quando a sua esposa shegou no carro com o Dr Maninho; que a Marlene descev_do caro, chamou o declarante e falou que precisava de 50, 00 (cinquenta reais) para pagar Dr. Maninho, sobre a retirada de uma queixa; que estava sem_dinheiro, mas pediv ao seu patréo e entregou direto_na_mGo do Dr. Maninho os 50,00; que o Dr. Maninho permaneceu dentro do carro; nao lemfa s° sua esposa entrou novamente no carro cfm o Dy 6, fe Fares Clarisa Pallas 4.02 Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais { Justica de Primeiro Grau Maninho ou se ficou por lé mesmo; que quando chegou em casa, a noile, foi que a esposa Ihe explicou direito o que tinha acontecido, ov seia, que ela havia ido a Depol para retirar_a queixa contra o inmao eo Dr. Maninho falou que era necessério pagar 100,00 e ela s6 tinha 50, 00 na hora (, Finalmente, no mesmo sentido do relato do esposo da vitima, a testemunha AELCIO VANDER DOS SANTOS, patrao de Irailson, ouvido mediante carta precatéria e com gravacdo audiovisual (ff. 291/292 e £.538) disse: ) que, no_di fatos, estava trabalhando juni com _o Sr. IRAILSON, auando ch @_Sr°_ MARLENE dentro do carro do Dr. MANINHO ¢ em ato continuo o Sr. IRAILSON foi até_a janela do carro do Dr. MANINHO e conversaram_rapidamente_e, em_sequida, retronou pedindo ao DECLARANTE ym _valor_de R$ 50, 00 ‘cinquenta reais) para repassar_ao Dr. Maninho: que atendendo ao pedido do St. IRAILSON, 0 DECLARANE entregou-Ihe o valor de RS 50,00 (cinquenta reais) (...); que em seguida 0 MANINHO saiv acompanhado da si* MARLENE, apés pegarem o dinheiro com 0 Sr. IRAILSON. © conluio entre os réus para a pratica do crime é perceptivel, por varios elementos constantes nos autos. Primeiramente, registre-se que o réu Valdemir Magalhaes abordou a vitima no Pétio da Delegacia, indagando-a se era ima do Fabiano e se estava ali para retirar a queixa sobre seu irmao. Ora, como explicar © fato de o réu Valdemir ter conhecimento prévio de fais fatos se ndo por intermediagao da primeira 16 JANICE @ mormente porque a viima n@o finha nenhum relacional anterior com 0 réu Valdemir Magalhdes, nem sequer o conhecer jp Chavssa Pet (Cd, 10.90.800-8 pasta se sseuar “juiza de Div a . . f... 625 Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais g oment Justiga de Primeiro Grau ~ 4 De outro giro, 6 causa muita estranheza a conduta dos réus no presente caso, na medida em que o réu Valdemir Magalhaes, apés voltar com a vitima do local em que estava trabalhando o seu esposo e onde foi buscar 0 dinheiro, chega na delegacia, adentra sozinno na sala onde estava a ré JANICE, ali permanecendo por alguns minutos, e s6 depois franqueia a entrada da vitima. Como se nao bastasse, mostra-se lamentavel e censuravel o deboche ¢ 0 sentimento de desprezo dos réus para com os fatos, eis que a vilima afirmou que a ré JANICE, apés os fatos, deu uma risadinha e disse que “o povo de Sdo Francisco esté com muito dinheiro para ficar retirando queixa”. 2.1.2 - Do crime praticado em face da_vitima FABIANO. RODRIGUES FERREIRA A materialidade e autoria delitiva em relagGo a ambos réus restaram devidamente comprovadas através do procedimento investigatétio instaurado pelo Ministério PUblico, bem como pelas demais provas orais colhidas nos autos. A vilima FABIANO RODRIGUES FERREIRA, irméo da também vitima Marlene Rodrigues Ferreira, ouvida perante 0 Ministério Public (f.114), afirmou: “(..) que © declarante e sua ima compareceram na Depol para retirar a queixa sobre uma discussie que fiveram. Ao chegarem na DEPOL Ihes informaram que NGo era possivel refirar a queixa na Delegacia & téo somente no Forum. A_escriv6, uma_moca baixinha, disse que era_para_procurar_o Dr. MANINHO ‘para Gieitar’, Entéo_o DECLARANTE foi até o escritério do advogado que disse que o DECLARANTE deveria pagar {duzentos reais). © DECLARANTE efel (Cd, 10,30.800-8 (ase 20¥201 a Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau Pagamento de R$ 100,00 (cem reais) e a ima do DECLARANTE pagou outros R$ 100 (cem reais) (...) 0 dinheiro foi entregue na porta da Delegacia ao Dr. MANINHO, que ainda saiu com sua imma para pegar o restante do dinheiro com ela (...). Em juizo (1. 373), ratificou as declaragées prestada perante o Ministério PUblico, aduzindo ainda: Cd. 10:30.800-8 pwniossin2018 “Que ¢ mao de Marlene Rodrigues Ferreira; que sua ma ofereceu “queixa em seu desfavor", nao se lembrando a data; que compareceu na Delegacia de Policia, por ter sido intimado; que tendo _ouvido as declaracées de fis 114, confirma todo 0 seu teor, que fez 0 pagamento no valor de R$ 100,00 (cem reais) na Porta da Delegacia, que nao recebeu o valor de volta; que 0 segundo réu_procurou_o sev _iméo edindo 0 valor de R$ 300,00 (trezentos reais) para que 2 depoente ndo fosse preso: que o valor nao chegou @ ser pago; que a primeira ré também afirmou que a fetitada_da queixa deveria_acontecer_mediante Pagamento; que n&o chegou a ser dito que a retirada da queixa deveria ocomeu no Forum, que a primeira ré pedi ao depoente que procurasse Dr Maninho: que fol ao encontro do Dr. Maninho no esctitério, que sabe ave Dr. Maninho compareceu na Delegacia de Policia 2m sequida: que a sua ima Marlene encontrou como depoente e Dr. Maninho na Delegacia; que o sequndo 1éu falou que se pagasse RS 200,00 a queixa seria felitada: (..Jque_o segundo rév falou que se_ndo acontecesse o pagamento, o depoente itia preso: (..) gue a_primeira ré informou ave a queixa néo poderia ser tetirada sendo através da Intervencéo do Dr, Maninho. Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau da situagéo aumenta quando se tem em conta que a Comarca é Provida de diversos outros defensores, Porém, 0 coniuio entre as partes justifica tal comportamento da Primera ré, eis que, apés a instrugdo, a conclusao a que se chega 6 @ de que ambos orquestraram-se, aproveitando-se da ingenuidade Coriqusira das partes envolvidas nos confitos de violéncia doméstica, tal como dito pela IRMP, no sentido de exigirem vantagem indevida das vitimas e ofensores Para a retirada das renUncias & representacao, Os argumentos da ré JANICE de que os valores cobrados o foram a titulo de fianca, assim como em relacGo as viimas MARIA WIA CARDOSO DE SOUZA, JOSE CARLOS Dos SANTOS, GERALDA CILENE PEREIRA © ADILSON FERREIRA DA SILVA o pelos mesmos fundamentos j6 explanados as ff. 20/24, nao devem prosperar, Reportome a referidos fundamentos para evitar desnecesséria repeticao. Do mesmo modo, a alegagéio do réu Valdemir de que os valores cobrados se referem a servigos advocaticios nao tem nenhum suporte probatério. 4 fim de demonstrar que os valores cobrados das vitimas tratam-se de servigos advocaticios prestados, 0 primeiro réu juntou os documentos de fis. 568/574. (C64, 10.90.800-8 faee rstnaaon Poder Judiciatio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau valores exigidos para representagGo das partes em juizo nos autos ali referidos, mormente porque as vitimas foram categéricas em afirmar que os valores cobrados pelo réu nao se tratavam de servicos advocaticios. Pelo contrério, na verdade, fais documentos demonsiram indicios da pratica de outro crime, qual seja, do crime de tergiversac¢Go capitulado no paragrafo Unico do art. 355 do CP, eis que, analisando a certidaio de fis. 568/569 € 0 termo de reniincia de fis, 571, vé-se que 0 réu Valdemir Magalhées atuou na mesma causa (autos 0611.10.000530-9) na representagdo de partes contrarias Deixo, porém, de determinar a abertura de inquérito em relagao a tal fato, pela ocorréncia da presctigdo, nos moldes do art. 109, IV c/c art. 115, parte final, ambos do CP. Feitas as andlises acima, o que se percebe de todo o arcabougo probatério constante nos autos é que os réus, atuando de forma conjunta e em razéo da fungdo da primeira ré, exigiram das vitimas Fabiano Rodrigues Ferreira e Marlene Rodrigues Ferreira vantagem indevida consistente na exigéncia do pagamento de valores para a retirada da renuncia & representacao. E do Direito Material a afirmagéo de que apesar do réu VALDEMIR MAGALHAES nao ser servidor pUblico, esta circunstancia pessoal da segunda ré, por ser elementar do tipo penal do art. 316, he € plenamente comunicavel, nos moldes do art. 30 do Cédigo Penal. O esforco da defesa em sentido contrario é vao, portanto. 2.2 = Do crime praticado em face da vitima MARIA ZEFERINA PEREIRA PEIXOTO A materialidade e autoria delitiva em relacGo a ambos réus foram comprovadas por meio do procedimento investig C54. 10.30.800-8 Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais \ Justica de Primeiro Grau \S., ¢ instaurado pelo Ministério PUblico, bem como pelas demais provas orais colhidas nos autos. Ovuvida no Ministério PUublico (ff. 128/129), a Sr MARIA ZEFERINA PEREIRA PEIXOTO relatou: ) que mais ou menos em maio do ano passado, Go se recorda ao certo a data, prestou queixa na Depol contra 0 seu companheiro José Dino Pereira dos Santos; que depois de uns dias foi até a Depol para retirar a queixa, pois jd estava bem com o José Dino, inclusive co casamento marcado para setembro/2009; que na primeira vez que procurou a Depol foi informada pelo recepcionisia, cujo nome néo fecorda, que ndo era necessario retirar a queixa; no entanto, alguns dias depois o José Dino recebeu uma infimagao da Depol, mas o nome nao era o dele; que @ deciarante foi até a Depol para saber o que estava acontecendo: que a Janice falou que de fato o nome estava erado na intimagao, mas ele também foi infimado, que deveria ter ocorido uma troca de infimagées; que a declarante entéo falou_para_o Janice que averia retirar a queixa; que a Janice the Informou que era necessério arumar um _advogado, pois 0 proceso {6 havia descide para o Férum; que soiu_da sala da Janice e encontrou com o Dr. Maninho: que conversou com ele e ele cobrou 300,00 para fazer o pedido de retirada de queixa; que explicou para ele que nao tinha condicdes de pagar 9 300 reais e ele falou que faria por 200 reais; que foi até seu ex-patrdo Hamilton, dono do hotel Supremo e Ihe pediu um dinheiro que este ainda Ihe devia; que do se recorda se falou para o Hamilton sobre seu problema € nem quanto o Hamilton Ihe deu; que conseguiu ajuntor 120 reais e entregou para _o Dr. Maninho, no seu escritétio na avenida JK: g (C6, 10.30.800-8 pwnsaanasescn Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau um recibo, mas ele disse que ndo era necessério; que 4 @ José Dino seria testemunha; que o restante do dinheiro, 80 reais, seria pago em 30 dias: que com 30 dias, levou o restante do dinheiro para Dr. Maninho: que nem a declarante nem seu marido receberam qualquer intimagao para comparecer ao Férum sobre este proceso; que depois de ter pago os 80 reais, recebeu uma carta do Dr. Maninho, fol até o escritério dele e este lhe perquntou se_a declarante jé havia ago os 80 reais que restavam: que a declarante confirmou_o pagamento e pediv uma comprovacéo do_encerramento do processo, que Dr. Maninho the pediu que voltasse na Depol e procurasse Janice: que vollou na Depol, procurou a Janice dizendo que estava ali a pedide do Dr. Maninho para pegar a que Janice perauntou para a declarante se ela ié tinha terminado de pagar o Dr. Maninho, ela confirmou ea Janice, entéio, lhe deu um termo de rendncia para gssinar; que acha que ainda tem esse documento em comprovagao do encerramento do process sua Casa, se encontré-lo, entregaré nesta Promotoria ‘jamanhé;; que o recepcionista, cujo nome acha que & imi, naquele_mesmo dia, falou_para_um_outra essoa_que estav: mas_a_declarante_n e quem _é, que a “Janice eo Dr. Maninho_téo girancando dinheiro dos bestas"; que o José Dino ta frabalhando em uma fazenda e passa a semana foda, vindo para Sao Francisco s6 nos finais de semanal. Em juizo (ff. 380/381), confirmou as declaragées acima, aduzindo: " Que tendo ouvido o seu depoimento de fis. 128/129, confirma todo o seu teor, que a primeira ré disse a depoente que era necessério um advogado; pelo que 26d, 10.30.800-8 tanananzsxacey Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau valor de R$ 300, 00: que pediv para pagar vaior menor, tendo quitado de 02 parcelas, sendo uma de R$ 120, 00 € outra de R$ 80, 00; que nao recebeu o valor de volta; que Janice perguntou se a depoente ié finha quitado todo o valor, que diante de sua resposta afirmativa, a primeira ré entregou o termo de rendncia. Que o valor de R$ 300,00 foi _exigido para retirar_ a queixa, que o segundo réy ndo prestou servico para a depoente ou sev marido, pois disse que depois que © companheiro da vitima, o Sr JOSE DINO PEREIRA DOS SANTOS, corrobora as informagées trazidas pela sua companheira, disse, em juizo (F. 382): “Que recebeu intimagdo da Delegacia de Policia, mas depois constatou-se que o nome do depoente: que compareceu a Delegacia de Policia, mas néo ; somente sua mulher disse que era preciso contratar_advogado para retirar_a queixa; que a queixa era referente a uma desavenga quando o que tem informagdo de que foi exigido da Maria Zeferina RS 200,00 para retirar a queixa”. ingresso depoente tinha bebido “umas cachagas" Novamente, 0 conlvio entre os réus para a pratica do crime em face da vitima MARIA ZEFERINA PEREIRA PEIXOTO salta aos olhos Ora, se n&o fosse 0 acordo de interesses prévios entre os réus para auferirem vantagem indevida das partes envolvidas nos intrafamiliares decorrentes de violencia doméstica, como explicar o interesse da ré JANICE, servidora publica, em saber se a vitima Mari Zeferina jé tinha terminado de pagar o Dr. Maninho Céd, 10.80.800-8 vost senang Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau Malis ainda: se nao fosse 0 conluio, como explicar o fato de a ré. condicionar 4 lavratura do termo de renincia & representagao & informacGo de pagamento "devidos" a um advogado 2 Infelizmente, o que se ve 6 que os réus, de forma inescrupulosa, AProveitaram-se dos momentos angustiantes vivides pela vitima, somades ao desconhecimento da lei e aos temores das Consequéncias drdsticas de um processo criminal, para auterirem, indevidamente, vantagens econémicas, © argumenio da ré JANICE de que os valores cobrados o foram @ titulo de fianga, assim com nos demais casos, néo deve prosperar Pelos mesmos fundamentos j@ explanados as ff. 20/24 da presente sentenca, razGo pela qual aquelas razdes de decidir me reporto. Do mesmo modo, a tese defensiva pelo réu Valdemir de que os valores cobrados se referem a servicos advocaticios, mais uma vez no vinga, a despeito da pretensdo de produzir tal prova com a juntada do documento de £.576. E que tal documento nao tem o condéo de demonstrar que o valor cobrado da vitima corresponde a eventual valor exigido para representacao da vitima em juizo nos autos ali referides, porque fambem neste caso a vitima foi categérica em afirmar em juz que o valor cobrado pelo réu nao se iratava de servicos advocaticios prestados a ela ou ao seu companheiro. De outro giro, como bem salientado pelo Parquet, mesmo que 08 valores cobrados se referissem a servicos de advocacia prestados, incumbia aos réus, pelo conhecimento da lei que se exige dos mesmos, esclarecer as viimas que nao seria necessario efetuar aualaver pagamento para a renUncia & representacdo e sequer a Presenca de advogado em audiéncia para tal finalidade, o que, como se sabe, nGo ocorreu. : vost cise te OF (Cd, 10.30.800-8 purse st¥204 Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau 2. Do crime praticado em face da vitima ROSIMAR BATISTA DA CRUZ A materialidade e autoria delitiva foram provadas através do procedimento investigatério instaurado pelo Ministério PUblico, bem como pelas demais provas orais colhidas em juizo, somente em relagGo 4 ré JANICE CARDOSO DOS SANTOS, conforme sera demonstrado. Ouvidos nos autos de inquérito de n° 0611.10.00644-8 (f.112) a SI? ROSIMAR BATISTA DA CRUZ manifestou renincia 4 representagao. Logo abaixo, no termo de audiéncia de f.112 constou: "o ofendido disse ter sido cobrado pela “escrivona”, cujo nome néo se recorda para que a queixa fosse retirada (...),acrescentando-se que © pagamento ndo foi realizado por falta de recursos financeiros. Ao ser ouvida no Ministério Publico, (f.124) a Sr. ROSIMAR BATISTA DA CRUZ declarou: “[.Jesclarecida sobre © assunto da notificagao, informou que na época que fez a representagao contra sev companheiro Anilson Cardoso da Rocha o mesmo foi intimado & comparecer & Delegacia; que no dia que o Anilson foi atender a notificagao, voltou. Ppouco tempo depois, dizendo que a declarante precisava ir com ele até a Depol para retirar a queixa; na Depol, a funcionéria Janice esclareceu ao Anilson sobre_as implicacdes_da Lei Maria da Penho e informou_que_era_necessério pagar yma taxa _de 250,00, cujo valor incluia despesas com advogado e despesas no férum; que o Dr. Maninho estava na Depol no momento e disse que pegaria a causa até por 100,00; que fez de tudo para que o Anilson Pagasse a referida taxa e ficassem logo livre do Cd, 10.90.800-8 paninensscusre Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau foram embora da Depol sem pagar; que o Anilson conversou com 0 Dr. Maninho, mas néio sabe dizer que foi; que contou 0 que estava acontecendo para uma vizinha e esta Ihe alertou para ndo pagar taxa nenhuma, pois era roubo; que entao ndo voltaram mais na Delegacia e@ [6 foram intimados para audiéncia no férum." (...) Neste juizo, sob 0 crivo do contraditério, a Sr° Rosimar Batista da Cruz, confirmou 0 seu depoimento anterior (F.124), relatando, ainda, in verbis (ff. 461/462): C6, 10.90.800-8 pane n aca “(...)_@_proposta foi feita pela Sr. Janice; que a Sr° Janice ofereceu_proposta_de R$ 250,00 e depois diminuiu 0 valor; que a primeira denunciada disse que no local contava com advogado muito bom, que ia até ser feilo "um quartinho no local para o mesmo’ que 0 segundo denunciado estava na Delegacia de Policia, momento em que disse ao entéio marido da depoente que assumiria a causa por até R§ 100,00. Que nao conhece o significado da palavra fianga, Que no assistiv o seu marido negociar o valor com 0 segundo denunciado; que presenciou a negociacdo de seu marido com a Sr. Janice com a qual questionot aquele trato, jé que até a morte poderia resultar das situacdes de violéncia em familia, pois bastava pagar um valor para evitar 0 processo; que na verdade 0 réu 86 consertou depois que aconleceram duas qudiéncios no Férum; que na hora exata da negociagao 0 Dr. Maninho estava do lado de fora da sala; que 0 segundo denunciado nao interferiu na Negociagdo, apenas falando com o marido da depoente para procuré-lo; que o casal pensou em fazer um empréstimo para pagar o valor exigido; que ;eria um roubo" Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau Por sua vez, o Sr? ANILSON CARDOSO DA ROCHA, companheiro da vitima, em juizo, sob 0 crivo do contraditério, disse (ff. 463/464): (664, 10.90,800-8 tantesnsne4an6 "{..Jesteve preso em razéo da situagde de violéncia, sendo solto, estado em que recebeu inimagdo para comparecer & Delegacia de Policia; que conversou com a Sra, Janice sobre 0 fato de trabalhar fora de Sdo Francisco néo podendo comparecer & Delegacia de Policia como convocado; que entéo a S1° Janice disse que bastava pagar R$ 250,00 para o proceso ndo descer para o Férum: ave a primeira denunciada disse que feito o pagamento Ié mesmo na Delegacia de Policia eles rasqariam o proceso: que dizendo que Go tinha © dinheito, a primeira denunciada fez nova 0) de R$ 100,00 para que o processo_fosse golocado por Gitimo para demorar vir para o férum: que cogitou com sua companheira de contratar um empréstimo para pagamento; que __foram gconselhados por uma imma da igreja a néo fazer 0 propina” e no poderiam rasgar 0 processo; que em nenhuma das duas propostas da primeira ré 0 segundo denunciado estava presente; que apesar das declaragées de sua companheira de que o segundo denunciado disse que pegaria a causa por R$ 100,00, NGo ouviu tal proposta: que nado foi orientado a Procurar © réu, nem teve contato com © mesmo; que do confima a declaragdo de Rosimar de que teria conversado com o segundo réu; que nao foi feito nenhum pagamento; que deciarou em juizo néo ter feito nenhum pagamento para se ver em liberdade, sendo solto por ordem judicial; que relatou ao-juizgod Sy, Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais i Justica de Primeiro Grau No que lange ao réu VALDEMIR MAGALHAES, n&o obstanie conste da denincia sua atuagao conjunta com a segunda ré, sendo que a Sr° Rosimar Batista da Cruz (vitima) disse que o Dr. Maninho estava na Depol no momento dos fatos e que ele afirmou que pegaria a causa até por R$100,00 (cem reais), negociando com o seu marido Anilson Cardoso, tais afirmagées, nao foram confirmadas pelo Sr Anilson, ds ff. 463/464, conforme se transcreve: {..) que em nenhuma das duas propostas da primeira 16.0 sequndo denunciado estava presente: que apesar dos _declaracdes de sua _companheira_de que o segundo denunciado disse que pegaria a causa por RS_100,00, ndo_ouviv_tal_proposta; que _ndo_foi orientado a procurar o rév, nem teve contato com o mesmo; que néo confirma a declaracdo de Rosimar de que teria conversado com o segundo réu; que ndio foi feito nenhum pagamento; que declarou em juizo n&o ter feito nenhum pagamento para se ver em liberdade, sendo solto por ordem judicial; que relatou go viz que _Jar processo” e_cobrou RS 250,00 para _rasgar o Deste modo,entendo no presente caso, que o fato do Dr. Maninho estar na Depol na ocasido nao é suficiente para demonstrar a sua atuagao em coautoria com a ré JANICE na pratica do crime do art. 316 do CPB contra a Sra. Rosimar, nem contra o suposto autor da violéncia doméstica. Como j4 dito anteriormente, em crimes dessa natureza o depoimento da vitima tem relevante valor probatério, desde que esteja harménico com as demais provas dos autos. Na espécie, nao hG provas indubitaveis de que 0 réu VALDEMIR MAGALHAES praticg em face da vitima Rosimar Batista da Cruz, o crime do art. 316 dg (€64,10.30.800-8 joao Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau 3.= Da continuidade Delifiva ( art. 71 do Cédigo Penal) em felacéo a ambos os réus. Como exaustivamente demonstrado, néo restam dividas da existéncia de prova robusta e suficiente para ensejar o juizo de certeza quanto 4 pratica, pelos acusados, dos crimes de concussdo (arfigo 316 do CP}, a ré JANICE CARDOSO DOS SANTOS por 8 {oito) vezes € 0 réu VALDEMIR MAGALHAES por 3 (trés) vezes. Diante do concurso de crimes, é de se reconhecer, no caso em tela, a figura da continuidade delitiva descrita no artigo 71 do Cédigo Penal, que assim reza: “art. 71, Quando 0 agente, mediante mais de uma agGo ou omissdo, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condigdes de tempo, lugar, maneira de execugao e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuagéo do primeiro, aplica-se-the a pena de um sé dos crimes, se idénticas, ov a mais grave. se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois ter¢os." No caso em aprego, resta demonstrado nos autos, que os acusados JANICE e@ VALDEMIR MAGALHAES _ praticaram, respectivamente, 8 (oito) e 3 (trés) crimes da mesma espécie (concussdo - artigo 316 do CP): nas mesmas condigées de tempo, no mesmo local ( a¢gées praticadas na Delegacia de Policia desta cidade;) e mesma maneira de execugao (solicitando vantagens pecunidrias indevidas das vitimas que compareciam a Depol para se retratarem ou renunciarem ao direito de representagao). Presentes, portanto todos os requisitos legais para a configurag¢do da continuidade delitiva, devendo considerar-se o: crimes subsequentes praticados por cada um dos réus como_uf continuagao do primeiro ato delituoso. clerisa Potias fe a de iON C64. 10.90.800-8 panto stn0n0%4 wu & Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais i 6s Justica de Primeiro Grau a7 Dito isso, os fatos sao tipicos (condutas humanas dolosas, sern x resultado por se tratar de crime de mera conduta, nexo causal e fipicidade) e antijuridicos, nao estando os acusados amparados por causa de exclusdio da ilicitude (legitima detesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal ou no exercicio regular de direito), ou que afaste sua culpabilidade {imputabilidade, potencial consciéncia da antijuridicidade e exigibilidade de conduta diversa). Ill - DISPOSITIVO. Ante 0 exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE a dentincia para condenar: 1) a ré JANICE CARDOSO DOS SANTOS nas san¢ées do art. 316, na forma do art. 71 (por 4 vezes); © do art. 316, caput, ¢/e art. 29, na forma do art. 71 (por 4 vezes), todos do Cédigo Penal; e 2) 0 réu VALDEMIR MAGALHAES nas sangées do art. 316, caput, ¢/c art. 29 e 30, na forma do art. 71 (por 3 vezes), todos do Cédigo Penal, absolvendo-o, entretanto, das condutas que the foram imputadas na dendncia em face das vitimas GERALDA CILENE PEREIRA e ROSIMAR BATISTA DA CRUZ: Observado 0 critétio trifésico do artigo 68 do Cédigo Penal, passo & DOSIMETRIA da pena em relacGo a cada um dos réus e cada uma das vitimas, observando as circunstancias judiciais do artigo 59, do mesmo diploma legal. 1) JANICE CARDOSO DOS'SANTOS 1.1 -Em relagdo 4 vitima ADILSON FERREIRA DA SI ( (C64, 10.30.800-8 panto estneu04 Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau A culpabilidade é 0 juizo de reprovagdo que recai sobre @ conduta do autor do fato. Tenho-a como destavordvel, pois de forma inescrupulosa, a denunciada aproveitou do desconhecimento da lei por parte da vitima, bem como do medo gerado pelas implicagées drasticas na seara penal que o andamento do proceso relacionado 4 Lei Maria da Penha poderia trazer para poder extorqui- la. A 1é no ostenta antecedentes criminais, nos termos da CAC de f. 140. Nao ha elementos nos autos que possam dar suporte & andlise de sua conduta social, que deve ser examinada em razéo do seu desempenho na sociedade, em familia, no trabalho, na religiao, no grupo comunitatio, etc. O mesmo se repete em relagao & Personalidade, ausente na douttina penal delimitagdes técnicas suficientes sobre os contornos da personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprovagdo. Os motives do crime sao os normals Para © delilo em quesido. As circunstancias por sua vez, so desfavordveis, pois o crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobretudo neste pals em que as instituicdes pUblicas foram e andam 1a desmoralizadas e desacreditadas. Da mesma forma. As consequéncias do delito também sao desfavordveis a ré, eis pois nao houve a devolugdo 4 vitima do valor indevidamente recebido (R$ 50,00); No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a pratica do delto. Em face das circunstancias judiciais acima analisadas, sendo 3(Irés) desfavordveis a ré, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (trés) anos de reclusdo © 20 (vinte) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessérias para a reprovagao © preven¢ao da conduta delituosa. Na segunda fase, ndo verifico a presenga de nenh circunstancia atenuante ou agravante, motivo pelo qual, permat (06d. 40.30.800-8 (wate se2101) (C6, 10.30.800-8 enter ssenaog Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais [ Justica de Primeiro Grau \ a pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 03 (trés) anos de reclusdio € 20 (vinte) dias-multa. De igual maneira, néo ha causa especial ou geral de diminuigao ou aumento de pena, pelo que CONDENO a 1é & pena DEFINITIVA de 03 (trés) anos de reclusdio e em 20 (vinte’ lta. Tendo em vista a situagao econémico-financeira da ré, fixo 0 valor do dia multa em 1/30 (um trinta avos) do valor do salario minimo vigente & época dos fates, que sera cortigido monetariamente na ocasiGo oportuna, 1.2—Em relagao 4 vitima GERALDA CILENE PEREIRA A culpabilidade resulta do juizo de reprovagao social a incicir sobre 0 fato cometido pelo agente. Tenho-a como desfavoravel a ré, que agiv de modo inescrupuloso, aproveitou do desconhecimento da lei por parle da vitima, bem como do medo gerado pelas implicagSes drasticas que 0 andamento dos feitos poderia trazer, sobretudo pelos lagos afetivos e de convivéncia com os supostos agressores, para poder extorquila. A ré ndo ostenta antecedentes criminais, nos termos da CAC de f. 140; no hé elementos nos autos que possam dar suporie andlise da sua conduta social, que deve ser examinada em razéo do seu desempenho na sociedade, em familia, no trabalho, na religiao, no grupo comunitario, etc.O mesmo se pode dizer em relagGo 4 personalidade. Temos reiteradamente assinalado que a doutrina penal ndo sabe limitar quais 0s contornos da personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprovagéo. Os motives do crime sGo os normais para o delito em questdo. As circunstancias, por sua vez, sGo desfavordvels, pois o crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobretudo, neste pais em que as instituigdes publicas foram e ani 89. Ba Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais { Justica de Primeiro Grau desmoralizadas e desacreditadas. Da mesma forma, as consequéncias do sdo desfavordveis a ré, eis que ndo houve a devolucao 4 vitima do valor indevidamente recebido R$ 50,00 (cinquenta reais). No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a prética do delito. Em face das circunsiancias judiciais acima analisadas, sendo 3 ( rés) desfavordveis a 16, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (trés) anos de reclusdo € 20 (vinte) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessdrias para a reprovagao e prevencdo da conduta delituosa. Na segunda fase, nao verifico a presenga de nenhuma circunstancia atenuante ou agravante, motivo pelo qual, permanece @ pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 03 (trés) anos de reclusdo e 20 (vinte) dias-multa. De igual maneira, néo ha causa especial ou geral de diminuigao ou aumento de pena, pelo que CONDENO a ré & pena DEFINITIVA de 03 (trés) anos de reclusGo e em 20 (vinte) dias-multa. Tendo em vista a auséncia de informagdo sobre a situagao econémico-financeira da ré, fixo © valor do dia multa em 1/30 (um trinta aves) do valor do salério minimo vigente & época dos fatos, que sera corigido monetariamente na ocasiéo oportuna. 1.3- Em relacGo 4 vitima MARIA LUZIA CARDOSO DE SOUZA O juizo de reprovagdo que recai sobre 0 fato praticado pelo agente € desfavordvel. A ré de forma inescrupulosa aproveitou do desconhecimento da lei por parte da vitima, bem como do medo gerado pelas implicagdes drasticas que 0 andamento dos feitos poderia trazer, sobretudo pelos lagos afetivos e de convivéncia com 0s supostos agressores, para poder exlorquila. A ré ndo ostenta antecedentes criminais, nos termos da CAC de f. 140. Na (C6, 10.90.800-8 pantoae sine ~ Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Y Justica de Primeiro Grau elementos nos autos que possam dar suporte & andlise da conduta social da 16, como jd assinalado na andlise acima. © mesmo se pode afirmar em relagdo & personalidade, vez que a douttina penal no fomece subsidios para delimitagdo dos contomos de uma personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprovagdo. Os motivos do crime sGo os normals para o delito em questdo. As circunstancias por sua vez, sio desfavordvels, pois o crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve imperar, em plenitude a legalidade, sobretudo neste pais em que as inslituigdes publicas foram e andam tao desmoralizades e desacreditadas. Da mesma forma, as consequéncias do delito sdio desfavordveis 4 ré, eis que nao houve a devolugo a vitima do valor indevidamente recebido (R$ 50,00); No que se refere co comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a prética do delito. Em face das circunstancias judiciais ocima analisadas, sendo 3(trés) destavordveis a ré, fixo a PENA:BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 [trés) anos de reclusdo e 20 (vinte) dias-mutta, penas estas que entendo suficientes e necessdrias para o reprovagGo e prevencdo da conduta delituosa. Na segunda fase, nao verifico a presenga de nenhuma circunstancia atenuante ou agravante, motivo pelo qual, permanece @ pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 03 (trés) anos de reclusdo e 20 (vinte) dias-multa. De igual maneira, nao hé causa especial ou geral de diminuigao ou aumento de pena, pelo que CONDENO a ré 4 pena DEFINITIVA de 03 (trés) anos de reclusdo e em 20 (vinte) dias-multa. Tendo em vista a auséncia de elementos indicativos da situagao econémico-financeira da ré, fixo 0 valor do dia multa em 1/30 (um trinta avos) do valor do salario minimo vigente & époc: fatos, que sera corrigido monetariamente na ocasiGo oportun (Céd.10.30.800-8 srnto ve za Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau 1.4—Em relacGo 4 vitima JOSE CARLOS DOS SANTOS A culpabilidade € juizo de valor incidente sobre o fato Praticado pelo agente. Mais uma vez, exige andlise destavoravel, A € aproveitou sem qualquer escrépulo do desconhecimento da lei Por parte da vitima, bem como do medo gerado pelas implicacées drasticas na seara penal que o andamento do processo relacionado @ Lei Maria da Penha poderia trazer para poder extorquila. A ré no ostenta antecedentes criminals, nos termos da CAC de f. 140. Estao ausentes elementos nos autos que possam dar suporte & andlise da ¢onduta social do réu, como nas andlises anteriores. Idéntica afericao aplica-se 4 personalidade, dados os restritos subsidios da Aoutrina penal sobre contomos de uma personalidade que ensejariam uma maior oy menor reprovacao. Os motives do crime sG0 os normais para o delito em questdo. As circunstancias do crime, Por sua vez, sGo desfavordveis, pois o crime foi comelido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobretudo neste pats em que as instilui¢des pUblicas foram e andam to desmoralizadas e desacreditadas. Da mesma forma, as consequéncias do delito sdio desfavordveis a ré, eis que nao houve a devolugao 4 vitima do valor indevidamente recebido (R$ 500,00); No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contibuiu para a pratica do delito. Em face das circunstancias judiciais acima analisadas, sendo 3{trés) desfavordveis, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (ts) anos de reclusdio 20 (vinte) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessdrias para a reprovacao e, prevengao da conduta delituosa. Clarissa Paes Se Fa (Céd, 10:30.800-8 wat so2senene) Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau Na segunda fase, no verifico a presenga de nenhuma circunstancia atenuante ou agravante, motivo pelo qual, permanece @ pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 03 {ir@s) anos de reclustio € 20 (vinte) dias-multa. De igual maneira, néo hd causa especial ou geral de diminuigao ou aumento de pena, pelo que CONDENO a ré & pena DEFINITIVA de 03 (trés) anos de reclusdo e em 20 (vinte) dias-multa. Tendo em vista a auséncia de dados sobre a situacdo econémico-financeira da ré, fixo 0 valor do dia multa em 1/30 (um trinta avos) do valor do salario minimo vigente 4 época dos fatos, que sera corrigido monetariamente na ocasido oportuna. 1.5 - Em relagGo 4 vitima MARLENE RODRIGUES FERREIRA Considerando aqui a culpabilidade como o juizo de reprovacao sobre a conduta adotada pelo autor do fato merecem, tenho-a como desfavorével a 1é, que inescrupulosamente, aproveitou do desconhecimento da lei por parte da vitima, bem como do medo gerado pelas implicagdes drdsticas que o andamento dos feitos poderia trazer, sobretudo pelos lacos afetivos de convivéncia com os supostos agressores, para poder extorqui-la. A ré n@o ostenta antecedentes criminais, nos termos da CAC de f. 140.NGo hd elementos nos autos que possam dar suporte & andlise da sua conduta social como multi analisado acima. © mesmo se repete em relagdo & personalidade, haja vista os ainda limitados conhecimentos da doutrina penal acerca dos contomos de uma personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprovacao.Os motivos do crime sao os normais para o deliio em questéo. As circunstancias, por sua vez, so desfavordvels, pois o crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobr 056K Sat de Dkaia Clarissa (€66.10.30.800-8 pensar senso suis Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau neste pais em que as inslituigdes pUblicas foram e andam tao desmoralizadas e desacreditadas. Demais disso, 0 crime foi praticado em concurso de pessoas, com profissional do direito (Advogado), aumentando-se assim as chances de ludibriar a vitima, j@ que este Ultimo, pelo menos em tese, acima de qualquer outro profissional, deve agir de acordo com a Lei. Da mesma forma, as consequéncias do delito so desfavordveis ré, eis que nao houve a devolugdio a vitima do valor indevidamente recebido (R$ 100,00); No que se refere a0 comportamento da vilima, esia em nada contribuiu para a prética do delito. Em face das circunstancias judiciais acima analisadas, sendo 3(irés) destavordveis a ré, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (irs) anos e 2 (dois) meses de reclusdo e 24 (vinte e quatro) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessdrias para a reprovag&o e prevengdo da conduta delituosa. Na segunda fase, nao verifico a presenca de nenhuma circunstancia atenuante ou agravante, motivo pelo qual, permanece @ pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 03 (Irs) anos © (2) dois meses de reclusdo e 24 (vinte e quatro) dias- multa. De igual maneira, nao ha causa especial ou geral de diminuig&o ou aumento de pena, pelo que CONDENO a ré & pena DEFINITIVA de 03 (tr8s) anos e 2 (dois) meses de reclusGo e em 24 (vinte) dias-mutta, Tendo em vista a situagao econdmico-financeira da ré, fix © valor do dia multa em 1/30 (um trinta avos) do valor do salario minimo vigenie 4 época dos fatos, que sera cortigido monetariamente na ocasido oportuna. 1.6- Em relacGo 4 vitima FABIANO RODRIGUES FERREIRA (Cd, 10.30,800-8 paninar ano Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau O juizo de reprovacao sobre o fato cometido pelo autor é desfavordvel a 1é, sendo evidente que a segunda denunciada valeu-se do desconhecimento da lei por parte da vitima, bem como do medo gerado pelas implicagées drdsticas na seara penal que o andamento do processo relacionado 4 Lei Maria da Penha poderia frazer para poder extorquila. A ré nao ostenta antecedentes criminais, conforme CAC de f. 140. Esto ausentes elementos que Possam dar suporte & andlise da conduta social da ré, que deve ser examinada em razdo do seu desempenho na sociedade, em familia, ne trabalho, na teligiGo, no grupo comunitdrio, etc.O mesmo se reproduz em relagao & Personalidade: a doutrina penal sabe limitar quais os contornos de uma personalidade que ensejariam uma maior ou Menor reprovagao. Os motives do crime sGo os normais para a espécie. As circunstancias do crime, por sua vez, sio desfavordveis, Bois 0 crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobretudo neste pais em que as institui¢des pUblicas foram e andam t@o desmoralizadas e desacreditadas. Demais disso, o crime foi praticado em concurso de pessoas, com profissional do direito (Advogado), aumentando-se assim as chances de ludibriar a vitima, i@ que este Ultimo, pelo menos em tese e acima de qualquer outro Profissional, deve agir de acordo com a Lei. Da mesma forma, as consequéncias do delito sGo desfavordveis & ré, eis que n&o houve a devolugao 4 vitima do valor indevidamente recebido (R$ 100,00); No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a prética do delito Em face das circunstancias judiciais acima analisadas, sendo 3 (trés) desfavordveis a ré, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (1rés) anos e 2 (dois) meses de reclusto e 24 [vinte e quatro) dias-multa, penas estas que entendo suficientes necessarias para a reprovacao e prevengdo da conduta delituosa, sa Tees, Cia 6d. 10:30.800-8 pease 2101209 a Ge ( Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau Na segunda fase, nao verifico a presenga de nenhuma circunstancia atenuante ou agravante, motivo pelo qual, permanece @ pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 03 (rs) anos © (2) dois meses de reclusdo e 24 (vinte e quatro) dias- mutta. De igual maneira, néo hé causa especial ou geral de diminuicdo ou aumento de pena, pelo que CONDENO a ré 4 pena DEFINITIVA de 03 (trés) anos e 2 (dois) meses de reclusdio e em 24 (vinte) dias-mutta. Tendo em vista a auséncia de informagao sobre a situagdo econémico-financeira da ré, fixo © valor do dia multa em 1/30 (um trinta aves) do valor do salario minimo vigente & época dos fatos, que sera corrigido monetariamente na ocasido oportuna. 1.7 - Em relacGo 4 vitima MARIA ZEFERINA PEREIRA PEIXOTO Considerando a culpabilidade como o julzo de reprovagao & conduta do autor do fato merecem, tenho-a como desfavordvel pois @ acusada atuou de forma inescrupulosa, aproveitando do desconhecimento da lei por parte da vitima, bem como do medo gerado pelas implicagées drdsticas que o andamento dos feitos poderia trazer, sobretudo pelos lagos afetivos e de convivéncia com os supostos agressores, para poder extorquila. A ré nao ostenta antecedentes criminais, | CAC de f. 140). Esto ausentes elementos que possam dar suporte & andlise da conduta social, que deve ser examinada em razéo do seu desempenho na sociedade, em familia, No trabalho, na religidio, no grupo comunitério, etc.. OQ mesmo se repete em relacGo 4 personalidade, sendo certo que nem a doutrina penal sabe limitar quais 0s contornos de uma personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprovagGo.Os motives do c os normais para © delito em questdo. As circunstancias, por C54, 10.30,800-8 peso ee seu Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau devem ser aferidas como destavoraveis, pois o crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobretudo neste pats em que as instilvigdes pUblicas foram e andam tao desmoralizadas desacreditadas. Demais disso, o crime foi praticado em concurso de pessoas, com profissional do direito (Advogado}, aumentando-se assim as chances de ludibriar a vitima, j4 que este Ultimo, pelo menos em tese, acima de qualquer outro profissional, deve agir de acordo com a Lei. Da mesma forma, as consequéncias do delito sdo desfavordveis 4 ré, eis que ndo houve a devolugao 4 vitima do valor indevidamente recebido (R$ 200,00); No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a pratica do delito. Em face das circunstancias judiciais acima analisadas, sendo 3 (Irs) desfavordveis a ré, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (trés) anos e 2 (dois) meses de reclusdo © 24 (vinte e quatro) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessarias para a reprovagdo e preven¢do da conduta delituosa. Na segunda fase, ndo verifico a presenga de nenhuma circunsténcia atenuante ou agravante, motivo pelo qual, permanece @ pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 03 (trés) anos € (2) dois meses de reclusdo e 24 (vinte e quatro) dias- mutta, De igual maneira, néo ha causa especial ou geral de diminuigao ou aumento de pena, pelo que CONDENO a ré & pena DEFINITIVA de 03 (trés) anos e 2 (dois) mi reclus e em 24 (vinte) dias-multa. Tendo em vista a situagGo econémico-financeira da ré, minimo vigente época dos fatos, que monetariamente na ocaside oportuna ales larva Pet syi0 (Céd, 10:30.800-8 wats co zsenee) iciari inas Gerais ler Judicidrio do Estado de Minas Ped Justica de Primeiro Grau ny 1.8 - Em relacdo 4 vitima ROSIMAR BATISTA DA CRUZ Considerando a culpabilidade como 0 juizo de reprovagao da Conduta do autor do fato, esia 6 destavordvel a ré, haja vista a agéo mmescrupulosa da denunciada que —_aproveitou-se do Gesconhecimento da lei pela vifima, bem como do medo gerado elas implicagées drdsticas que 0 andamento dos feitos poderia trazer, sobretudo pelos lacos atelivos e de convivéncia com os Supostos agressores, para poder extorquila. A 1 nao ostenta antecedentes criminals, nos termos da CAC de tf. 140.Nao ha elementos que possam dar suporte & andlise de sua conduta social Come j@ visto. O mesmo se repete em relacdo & personalidade, Conforme acima; os motives do crime sdo os normais para 0 delito Sm quesiGo. As elrcunsténcias do crime, por sua vez, sao destavordveis pois o crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma Plena, a legalidade, sobretudo neste pals em que as instituigdes pUblicas foram e andam tao. desmoralizadas & desacreditadas. As Conseauencias do delito no sdo destavordveis & 18, sob 0 ponto de vista do resultado material, jé que apesar de exigido, néio houve o Pagamento de valor algum. No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a prética do delto. Em face das citcunsténcias judiciais acima analisadas, sendo 2(duas) destavordveis a ré, fixo a PENA-BASE acirna do minimo legal, ou Sela, em 02 (dois) anos e 8 {meses} de reclusto © 16 [dezesseis dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessérias para a Teprovacao e preven¢do da conduta delituosa. Na segunda fase, nao verifico a presenca de nenhume C8. 10,30,800-8 (ste sr sno0z04 Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justia de Primeiro Grau @ Pena nessa fase no patamar fixado na primeira fase, qual seja, 02 {dois) anos € 8(cito) meses de reclusdo e 14 (dezesseis) dias-multa. De igual maneira, ndo hd causa especial ou geral de diminuigGo ou aumento de Pena, pelo que CONDENO a 1é & pena DEFINITIVA de 02 (dois) anos e 8 (oifo) meses de reclusio e 16 (dezesseis) dias-multa, NGo havendo elementos objetivos acerca da situagdo econémico-financeira da r6, fixo © valor do dia multa em 1/30 (um trina avos) do valor do salério minimo vigente & 6poca dos fatos, que sera comigido monetariamente na ocasiao oportuna. Da pena definitiva pelo reconhecimento da continuidade delitiva Em sendo aplicavel ao caso a regra prevista no artigo 71 do Cédigo Penal (crime continuado), & vista da existéncia concreta da pratica de 8 (oito) crimes, que tiveram suas penas individualmente dosadas em patamares diversos, aplico a pena mais grave [ 3 (TRES) ANOS E 2 (MESES) DE RECLUSAO E 24 (VINTE E QUATRO) DIAS MULTA] aumentada do critétio ideal de 2/3 ( dois tego), ficando a ré JANICE CARDOSO DOS SANTOS condenada, definitivamente, Gipend des (CINCO) ANOS E 3 (TRES) MESES:E/10 (DEZ) DIAS DE RECLUSAO: As penas de multa serao aplicadas na forma do artigo 72 do cre. © regime inicial para o cumprimento da pena privativa de liberdade sera o semi-aberto, na forma do disposto no art. 33, caput, e seus §§ 2° © 3°do Cédigo Penal. Em ateng¢Go ao que disciplina o art. 44, |, do CP e tendo em vista 0 quantum da pena, concretamente aplicado, inviav. mostra a substituigGo por restritiva de direito. Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais f @os Justica de Primeiro Grau to De igual moneira, diante do quantum da pena concretamente « aplicado invidvel a aplicagéo do sursis (art.77 do CP). Concedo a ré 0 direito de recorer em liberdade, uma vez que permaneceu nesta situagdio durante todo 0 proceso. i) VALDEMIR MAGALHAES 1.1 - Em relacGo 4 vitima MARLENE RODRIGUES FERREIRA A culpabilidade € 0 juizo de reprovagao social que recai sobre a conduta do agente. A andlise é desfavordvel ao réu, porque de forma inescrupulosa, aproveitou do desconhecimento da lei por parte da vitima, bem como do medo gerado pelas implicacdes drasticas na seara penal que o andamento do processo relacionado & Lei Maria da Penha poderia trazer, sobretudo pelos lagos afetivos © de convivéncia com os supostos agressores, para poder extorqui-la No caso, € nifida a exigibilidade de conduta diversa, traduzida pelo objetivo dever de agir de outro modo que se impunha ao réu, haja vista seu grau de advogado. De outro giro, mostra-se exiremamente censurével sua conduta em representar na mesma causa, como ficou anteriormente demonstrado, partes contrérias (Marlene X Fabiano), em nitida violagGo ao seu dever ético profissional. O réu ostenta antecedentes criminais, nos termos da CAC de f. 141/142, relativamente aos autos 0611.05.015894-2. Ndo ha elementos nos autos que possam dar suporte & andlise da conduta social, ausentes registros relativos a sua atuagdo na sociedade, em familia, no trabalho, na religiao, no grupo comunitério, etc. mesmo se repete em relacdo a personalidade, a ciéncia penal néo fornece elementos objetivos que autorizem delimitar 0s contornos de uma personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprovacGo; os motivo: crime sGo os normais para o delito em questao. As circunstangias do Chavesa Belies 4.2. 7 (C6d, 10,30,800-8 paras se 20201) Poder Judicirio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau crime, por sua vez, so desfavordveis, pois 0 crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobretudo neste pats em que as instituigdes pUblicas foram e andam tao desmoralizadas e desacreditadas. Da mesma forma, as consequéncias do delito sao desfavordveis ao réu, eis que ndo houve a devolugdo 4 vitima do valor indevidamente recebido (R$ 100,00); No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiy para a prética do delito. Em face das circunstancias judiciais acima analisadas, sendo 4 (quatro) desfavoraveis ao réu, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (trés) anos e 5(cinco) meses de recluso @ 28 (Vinte e oito) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessdrias para a reprovagao e preven¢ao da conduta delituosa. Na segunda fase, nao verifico a presenga de nenhuma agravante. Esté configurada a atenuante prevista no art. 65, |, do CP, eis que, conforme CAC de fis.141/142, possui o réu, na presente data, mais de 70 (setenta} anos, j& que nasceu 19/05/1942. Por tal fundamento diminuo a pena em 3 (trés) meses de reclusio e 4 (quatro) dias multa, de modo que a pena, nessa fase passa a ser de 3 (trés) ank se 2) dois meses de reclusdo e 24 (vinte e quatro) dias- mutta. : De igual maneira, nado ha causa especial ou geral de diminuigdo ou aumento de pena, pelo que CONDENO o réy & peng DEFINITIVA de 03 (irés) anos e 2(dois) meses de reclusGo e em 24 'vinte) dias-multa. Tendo em vista a situagao econémico-financeira do réu, causidico que atua por longa data nesta Comarca e com grande clientela, fixo 0 valor do dia multa em um saldrio minim ocasiéo oportuna. Céd. 10-30.800-8 perstoxe 21082014) Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau . 1.2—Em relacé vitima FABIANO RODRIGUES FERREIRA, 4 culpabilidade é destavordvel ao réu. O juizo negativo sobre Sua conduta decorre da verificacdo de que em agdo inescrupulosa, © denunciado aproveitou de desconhecimento da lei por parte da vilima, bem como do medo gerado pelas implicagées drasticas na seara penal que o andamento do processo relacionado @ Lei Maria da Penha poderia trazer para poder extorquila. Houve pois nitida ViolacGo ao dever de agir de modo diverso, cerne da culpabilidade. Além disso, mostra-se extremamente censuravel a conduta do réu em representar na mesma causa, como ficou anteriormente demonstrado, partes contrérias (Marlene X Fabiano), em nitida violagdo ao seu dever ético e profissional. O réu ostenta antecedentes criminals, nos termos da CAC de f. 141/142, relativamente aos autos 0611.05.015894-2; ndio ha elementos nos autos que possam dar suporte & andlise da cenduta social da ré, que deve ser examinada em razéo do seu desempenho na sociedade, em familia, no trabalho, na religido, no grupo comunitario, ete: o Mesmo se repete em relacGo 4 personalidade, sendo certo que nem @ doutrina penal sabe limitar quais os contornos de uma Personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprovagéo. Os motives do crime sGo os normais para o delito em questao. As circunstancias do crime, por sua vez, sGo destavordveis em seu desfavor, pois o crime foi cometide na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, de forma plena, a legalidade, sobretudo neste pais em que as instituigdes pUblicas foram e andam tdo desmoralizadas e desacreditadas. Da mesma forma, as consequéncias do delito sao desfavordveis ao réu, eis que, 6d. 10:30.800-8 font se si8221) ce Poder Judiciério do Estado de Minas Gerais Justica de Primeiro Grau (R$ 100,00); No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a pratica do delito. Em face das circunstancias judiciais acima analisadas sendo 4(quatro) desfavordveis ao réu, fixo a PENA-BASE acima do Minimo legal, ou seja, em 03 (trés) anos e 5(cinco) meses de reclusdo © 28 (vinte e oito) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessarias para a reprovagdo e prevencdo da conduta delituosa. Na segunda fase, nao verifico a presenca de nenhuma agravante. Entretanto, constato esté presente a atenuante previsia no art. 65, |, do CP, eis que, conforme CAC de fis.141/142, possui o réu, na presente data, mais de 70 (setenta) anos, j4 que nasceu 19/05/1942, motivo pelo que diminuo a pena em 3 (trés) meses de teclusdo e 4 (quatro) dias multa,_de modo que a pena, nessa fase, fica estabelecida em_03 (trés) anos e (2) dois meses de reclusdo e 24 {vinte e quatro) dias-multa, De igual maneira, néo hé causa especial ou geral de diminuigGo ou aumento de pena, pelo que CONDENO 0 réu & pena DEFINITIVA de 03 (trés) anos e 3 (trés) meses de reclusdo e em 24 (vinte) dias-multa. Tendo em vista a situagGo econémico-financeira do réu, causidico que atua por longa data nesta Comarca e com grande clientela, fixo 0 valor do dia muita em um saldario minimo vigente época dos fatos, que sera corigido monetariamente na ocasiGo oportuna. 1.2—Em relacGo 4 vitima MARIA ZEFERINA PEREIRA PEIXOTO. A culpabilidade 6 0 juizo de reprova¢do que recai sobre a conduta do autor do fato. Tenho-a como desfavordvel ao réu. O (C6d, 10.30.800-8 garetove 2108201 Poder Judiciario do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau do medo gerado pelas implicagées drasticas na seara penal que o andamento do processo relacionado & Lei Maria da Penha poderia trazer, sobretudo pelos lagos afetivos e de convivéncia com os supostos agressores, para poder extorquila. O réu_ ostenta antecedentes criminais, nos termos da CAC de f. 141/142, relativamente aos autos 0611.05.015894-2; nao had elementos nos autos que possam dar suporie & andlise da conduta social, que deve ser examinada em razdo do seu desempenho na sociedade, em familia, no trabalho, na religiéo, no grupo comunitario, etc.; 0 mesmo se repete em relacdo 4 personalidade, pois a doutrina penal nado sabe limitar quais os contornos de uma personalidade que ensejariam uma maior ou menor reprova¢Go; os motives do crime sGo os normais para 0 delito em questo. As circunstancias do crime, por sua vez so destavordveis, pois o crime foi cometido na Delegacia de Policia, local em que mais do que qualquer outro deve reinar, em plenitude, a legalidade, sobretudo neste pafs em que as instituigdes publicas foram @ andam téo desmoralizadas ¢ desacreditadas. Da mesma forma, as consequéncias do delito sao desfavordveis ao réu, eis que n&o houve a devolugdo 4 vitima do valor indevidamente recebido (R$ 200,00); No que se refere ao comportamento da vitima, esta em nada contribuiu para a pratica do delito. Em face das circunstancias judiciais acima analisadas, sendo 4 (quatro) desfavoraveis, fixo a PENA-BASE acima do minimo legal, ou seja, em 03 (trés) anos e 4(quatro) meses de reclusdo © 26 (vinte e seis) dias-multa, penas estas que entendo suficientes e necessdrias para a reprovagdo e prevengdo da conduta delituosa. Na segunda fase, nao verifico a preseng¢a de nenhuma agravante. Em contrapartida, esta presente a atenuante prevista no ari. 65, |, do CP, eis que, conforme CAC de fis.141/142, porque o denunciado conta, na presente data, mais de 70 (setenta) ano: (Cd, 10.30.800-8 umnto nerae) 3% Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais ( Justia de Primeiro Grau meses de reclusdio e 4 (quatro) dias muita, permanecendo a pena, nessa fase, em 03 (frés) anos e 1(um) mes de reclusdo e 22 (vinte e dois) dias-mulia, De igual maneira, nao ha causa especial ou geral de diminuigao ou aumento de pena, pelo que CONDENO o réu 4 pena DEFINITIVA de 03 anos e 1 (um) més de reclu: eem 22 ite e dois) dias-multa, Tendo em vista a situagGo econémico-financeira do réu, causidico que atua por longa data nesta Comarca e com grande clientela, fixo 0 valor do dia multa em um salério minimo vigente & poca dos fatos, que seré corigido monetariamente na ocasiao oportuna. 2 — Da pena definitiva pelo reconhecimento da continuidade delitiva Aplica-se ao caso regra prevista no artigo 71 do Cédigo Penal (crime continuado), & vista da existéncia concreta da pratica de 3 (trés) crimes, que tiveram suas penas individualmente dosadas em patamares diversos, aplico a pena mais grave [ 3 (TRES) ANOS E 2 (MESES) DE RECLUSAO E 24 (VINTE E QUATRO) DIAS MULTA] aumentada do critério ideal de V5 { um quinto), ficando o réu VALDEMIR: MAGALHAES condenado, definitivamente, @/pena de 3 (IRES) ANOS E 9 (NOVE) MESES'E'18 (DEZOITO) DIAS DE RECLUSAO. As penas de multa serao aplicadas distinta e integralmente, na forma do artigo 72 do CPB © regime inicial para o cumprimento da pena privativa de liberdade seré o semi-aberto, na forma do disposto no art. 33, caput, @ seus §§ 2° € 3°do Cédigo Penal, eis que ndo obstante o quantum da pena, o réu € reincidente € as circunstancias judiciais do art. 59 he sG0, preponderantemente, desfavordveis. Diante do que dispée o art. 44, II, do CP e tendo em (C6d, 10.30.8008 jms de 20907006) G86 » Poder Judicidrio do Estado de Minas Gerais Justiga de Primeiro Grau ae denunciado WAIDEMIR € reincidente, invidvel se mostra a substituigao da pena privativa de liberdade por restriliva de direito. De igual maneira, inviavel a aplica¢Go do sursis (art.77 do CP), haja vista o quantum da pena concretamente aplicado, bem por ser 0 réu reincidente. Concedo ao réu 0 direito de recorrer em liberdade, uma vez que permaneceu nesta situacdo durante todo o proceso. Deixo de fixar o valor minimo para reparagao dos danos causados pela infragao [artigo 387,1V do CPP), haja vista que néo houve requerimento neste sentido. Apés 0 transito em julgado: 1 - Oficie-se & Justiga Eleitoral para os fins do art. 15, Ill da Constituigdo da RepUblica. 2-Faga a Senhora Escrivé as comunicagées e anotagdes de praxe, inclusive junto ao Instituto de Identificag¢Go do Estado. 3- Esgotados 0s recursos ordindtios, extraiam-se guias para execugao das penas. mo, ° 4- Intimem-se pessoalmente os acusados e 0 representante do Ministério PUblico. Intime-se a defesa. 5-Intimem-se as vitimas. Condeno 0s acusados ao pagamento das custas processuais, nos termos do arligo 804 do Cédigo de Processo Penal. Publique-se. Registre-se. Intim SGo Francisco, 9 “oi 2015. \ pha Clarissa Pedras Zongalves de Andrade JuIZA DE DIREITO 70 (Cd. 10:30.800-8 janie zina216 MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 2* PROMOTORIA DE JUSTICA DA COMARCA DE SAO FRANCISCO-MG EXCELENTISSIMA SENHORA JUIZA DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA DA COMARCA DE SAO FRANCISCO/MG AUTOS N°. 0010034-27.2011 APELACAO CRIMINAL MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS APELADO: VALDEMIR MAGALHAES O MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, pela Promotora de Justiga que esta subscreve, nao se conformando, data venia, com a sentenga proferida por Vossa Exceléncia as fls. 588-657, no tocante & absolvicdo do réu Valdemir Magalhaes do crime cometido em face da vitima Rosimar Batista da Cruz, e em relacio A dosimetria da pena, vem, tempestivamente, e com fundamento no art. 593, inciso I, do Cédigo de Processo Penal, interpor o presente RECURSO DE APELACAO. Nos termos do artigo 600 do Cédigo de Processo Penal, requer 0 Parquet que, apos recebido o recurso, seja renovada vista para apresentacao das pertinentes razdes recursais. Sao Francisco, 1° de fevereiro de 2016. Danielle Cristina Barral de Queiroz Promotora de Justica em substituigio

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