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DE MATO GROSSO
GUIRATINGA-MT, SETEMBRO/2009
SUMÁRIO
SUMÁRIO.............................................................................................................................................................................2
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................3
2. ASPECTOS FÍSICOS......................................................................................................................................................4
2. CLIMA..............................................................................................................................................................................4
3. RELEVO...........................................................................................................................................................................5
4. GEOLOGIA:....................................................................................................................................................................8
4.1 PRINCIAIS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS:............................................................................................8
4.2 PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS :........................................................................................................9
5. HIDROGRAFIA ............................................................................................................................................................10
7. TEMPERATURA...........................................................................................................................................................12
7. ECOLOGIA....................................................................................................................................................................13
8. VEGETAÇÃO................................................................................................................................................................13
8.1 CERRADO....................................................................................................................................................................14
8.2 PANTANAL..................................................................................................................................................................14
8.2.1 PRIMÓRDIOS...............................................................................................................................................................14
8.2.3 COSTUMES PANTANEIROS.............................................................................................................................................17
Alimentação................................................................................................................................................................17
8.2.4 ATIVIDADES ECONÔMICAS.............................................................................................................................................18
8.2.6 Fauna.................................................................................................................................................................19
9. IMPACTOS AMBIENTAIS..........................................................................................................................................20
10. ECONOMIA...............................................................................................................................................................21
11. MICRORREGIÕES.....................................................................................................................................................25
3. DIVISÃO HIDROGRÁFICA DE MATO GROSSO.................................................................................................25
4. DADOS GERAIS:..........................................................................................................................................................27
MUNICÍPIOS DE MT.......................................................................................................................................................28
A medida que avançamos no século XXI percebemos que as expectativas para o novo
século, que era anunciado enquanto portador das soluções para todas as grandes problemáticas da
humanidade, vão aos poucos se transformando em frustração e desilusão.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2007), um bilhão de pessoas encontra-se
abaixo da linha da pobreza em todo o mundo, o que representa 40% da população para a África
Subsaariana. E ainda que de acordo com o relatório anual sobre a fome no planeta, divulgado pela
Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO, 2007), entidade ligada à ONU, nunca se tenha
produzido tanto alimento no mundo, ironicamente a esse cenário, cerca de 826 milhões de pessoas
são vítimas da fome em seu estágio mais avançado.
Para países periféricos como o Brasil, onde se sabe o projeto fordista-keynesiano não se
realizou por completo, tais ajustes dos programas de
Entretanto, ao mesmo tempo em que são distintas e facilmente perceptíveis essas questões e
as problemáticas socioambientais – como o aquecimento global e o aumento da desigualdade e da
fome –, agravadas no mundo todo pela propagação da atual lógica capitalista de produção das
espacialidades, poucas e fracamente efetivas são as alternativas percebidas. Sente-se, assim, a falta
de ideologias realmente alternativas, uma vez que, as apresentadas, em geral, constituem arremedos,
soluções parciais e limitadas para problemáticas isoladas, não apresentando críticas ao modelo como
um todo, mas combatendo apenas alguns de seus aspectos.
Desta forma, o fato é que, de acordo com diversos autores como Milton Santos, Maria da
Conceição Tavares e Octavio Ianni, nos deparamos com um cenário de manipulação e de controle do
acesso à informação, e de um sistema de conjunturas incrivelmente complexas. Todo esse contexto
nos impõe uma série de situações coercitivas que nos cercam, nos oprimem e atuam no sentido de
conformar ideologicamente os indivíduos a agirem de acordo com uma série de normas impostas.
Isso ocorre de tal modo que, ainda que as mais diversas situações desencadeiem sentimentos de
João Antonio Pereira – Geografia de MT 3
indignação e de revolta no meio social, as conjunturas impostas pelo que é conclamado nos veículos
de comunicação, como uma força invisível e avassaladoramente poderosa (ainda que de caráter
condenável e desumano), cria uma situação de confusão diante da falta de alternativas e de
distribuição de responsabilidades. Assim, o conformismo termina por se fazer predominante.
Assim, concordamos com Santos (2004, p.37) quando esse define o referido processo como
“produtor de uma perversidade sistêmica”. Neste contexto, o referido autor discorre sobre estruturas
totalitárias tirânicas constituídas por parte do dinheiro e da informação, e nos coloca que a realidade
mundial atual é física e moralmente insuportável para uma enorme massa de indivíduos. Desse
modo, a História, ao ser feita, não pode continuar acontecendo de maneira que venha agravar ainda
mais as carências e piorar as condições.
Nessa perspectiva, é que Mato Grosso se transformou num celeiro de produção de grãos,
aquilo que aparentemente poderia soar como solução para o problema da fome vem contribuindo
decisivamente com aumento dos problemas ambientais, seja com a destruição do cerrado ou da
Amazônia para fins agropastoris, seja com a prospecção mineral.
2. ASPECTOS FÍSICOS
De acordo com o IBGE (2005), Mato Grosso tem uma extensão territorial de 903.357,9km2
, com uma população de 2.803.274 habitantes e densidade demográfica de 2,6 hab/km2, Localiza-se
na região Centro-oeste do país, sendo o terceiro maior estado em extensão territorial, suas terras
situam-se a oeste do Meridiano de Greenwich
e a sul da Linha do Equador, com fuso horário
-4 horas em relação a hora mundial GMT e 1
hora em relação a Brasília.
2. CLIMA
A grande extensão territorial de Mato Grosso lhe confere uma grande diversidade climática.
João Antonio Pereira – Geografia de MT 4
A estação chuvosa ocorre entre os meses de outubro a março, e a estação seca começa em abril e
termina somente em setembro, compreendendo seis tipos de climáticos, a saber:
Clima Tropical Monçoico (AM): Abrange os municípios de Aripuanã, Alta Floresta, Porto
dos Gaúchos, Colíder, Luciara e parte dos municípios adjacentes.
Este clima apresenta uma temperatura média anual em torno de 25o C e precipitação pluviométrica
anual superior a 2.000 mm. O período de maior incidência de chuvas verifica-se de setembro a
março
Clima Tropical de Savana (AW): Ocupa extensa área na região norte do Estado e ainda
abrange os municípios de Barra do Garças, Cuiabá, Acorizal, Nobres, Rosário Oeste, Alto Paraguai e
municípios circunvizinhos. A precipitação pluviométrica varia de 1.137 mm (Cuiabá) a 2.200mm
(Alto Garças), apresentando um período seco de abril a setembro e outro chuvoso de outubro a
março. A temperatura média anual das mínimas oscila nos meses de junho e julho, enquanto a média
das máximas em agosto e setembro, varia de 25oC a 30oC.
Clima Tropical do Pantanal: É o clima da região de mais baixa altitude do Estado, onde
estão situados os municípios de Cáceres, Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço,
Santo Antônio do Leverger e parte de Itiquira. As temperaturas médias anuais das máximas e das
mínimas situam-se em torno de 32oC e 20oC, respectivamente. A precipitação pluviométrica anual
gira ao redor de 1.091 mm.
Clima Tropical com Verão Chuvoso: Enquadram-se nesse tipo de clima os seguintes
municípios: Ponte Branca, Alto Garças, Alto Araguaia, Araguainha e parte dos municípios
adjacentes.
Devido sua localização geográfica, Mato Grosso também apresenta o clima equatorial na
região norte do estado, mas convém destacar que o clima predominante é o Tropical.
3. RELEVO
Planalto Residual Norte: Blocos de relevos separados uns dos outros em extensa
superfície rebaixada. Os blocos correspondem à Serra Caiabis e Serra do Cachimbo. Esse planalto
residual abrange os municípios de Alta Floresta, Carlinda, Cláudia, Novo Mundo, Colíder, Guarantã
do Norte, Itaúba, Juara, Marcelândia, Matupá, Nova Canaã do Norte, Novo Horizonte do Norte,
Peixoto de Azevedo, Porto dos Gaúchos, Santa Carmem, Tabaporã, União do Sul, Terra Nova do
Norte e Feliz Natal
Planalto Residual Alto Guaporé: Feições cuestiformes. Serras de Ricardo Franco, São
Vicente, Santa Bárbara, com prolongamentos em forma de cristas.
Esse planalto abrange os municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Pontes e
Lacerda, Porto Esperidião e Jauru.
As serras mais importantes são as seguintes: Serra dos Parecis, Serra Formosa, Serra do
Norte, Serra dos Caiabis, Serra dos Apiacás, no norte, Serra do Roncador, no leste
4. GEOLOGIA:
Arqueano: O Arqueano correspondente aos tempos anteriores à idade de 2.600 MA. São
considerados neste Eon o início do desenvolvimento dos terrenos metamórficos de médio e alto
graus, bem como da instalação das seqüências vulcanossedimentares, algumas do tipo greenstone
belts e de complexos máfico-ultramáficos intrusivos. São Representantes dessa Era: Complexo
Xingu e Goiano e Suíte Intrusiva Rio Alegre.
5. HIDROGRAFIA
Os rios mato-grossenses que integram a Bacia Amazônica drenam a porção norte do Estado.
O escoamento desses rios se faz com rapidez à medida que se dirigem para a Planície Amazônica.
São rios cortados frequentemente por blocos de rochas sedimentares à erosão, esses rios ao
distenderem-se suavemente sobre as superfícies pouco inclinadas do Planalto dos Parecis e das
Depressões da Amazônia Meridional, apresentam seus cursos sulcados por grande número de
cachoeiras e corredeiras.
Encontra-se no Rio Xingu a Cachoeira Von Martius, assim como as corredeiras das Pedras
e Paz. A drenagem dessa bacia, como a das outras da vertente amazônica, obedece a um padrão geral
dentrítico.
O Rio Teles Pires nasce na Serra Azul, deslocando-se para o norte. Em seu curso destacam-
se as cachoeiras denominadas: 5 de Maio e 13 de Maio. As nascentes do Rio Juruena estão na
Chapada dos Parecis, também se dirigem paralelamente ao Teles Pires, indo à região norte. Juntos, o
Juruena e Teles Pires cunham um delta, formando um dos mais importantes rios do Brasil, o
Tapajós, em uma das mais profícuas regiões auríferas do Continente.
O Rio Araguaia juntamente com o Tocantins forma uma das maiores bacias hidrográficas
do Brasil, com área de 812.694 km2, drenando importantes regiões agrícolas e pastoris. Também é
rio de planície, mas devido às características geológicas da área, apresenta um perfil dividido em
seções onde alternam trechos suaves interrompidos por rápidos e corredeiras.
O Araguaia tem suas nascentes no extremo sul mato-grossense, na Serra do Caiapó, a cerca
de 850 metros de altitude e ao se dirigir ao norte, serve de limite interestadual entre os Estados de
Mato Grosso e Goiás. Possui extensão de mais ou menos 2.115 quilômetros e entre seus principais
afluentes destacam-se os rios das Mortes e Garças. Em seu trajeto o Araguaia corre paralelamente ao
Tocantins, ao qual vai se juntar na região do município de São João do Araguaia, no extremo norte
do Estado de Tocantins. O curso do Rio Araguaia divide-se em três tópicos, a saber:
Alto Araguaia: seu curso compreende desde sua nascente até Registro do Araguaia, com
desnível de aproximadamente 570 m., em 450 km percorridos.
O Rio Paraguai percorre uma extensão de 2.621 km, sendo 1.693 km em território
brasileiro. Por tradição, neste percurso, existem quatro longos trechos com características totalmente
diferentes, a saber: - Paraguai Superior, Alto Paraguai (MT - MS), Médio Paraguai e Paraguai
Inferior. O Paraguai Superior corresponde a zona das nascentes ou das serras e, sendo assim
caracteriza-se por apresentar um curso mais tormentoso, com diversas corredeiras. Por isto o Alto
Paraguai corresponde ao trecho em que o rio desenvolve o seu curso através da imensa bacia de
recepção. Num total de 1.262 km, desde a confluência do Rio Jauru até o Rio Apa, o desnível
apresentado nesta extensa planície é de apenas 32 metros, com máximo de 125 e mínimo de 83
metros. Bastante fraco, em vista da extensa área perlustrada pelo histórico rio. Os cursos d’água que
se desenvolvem sobre as planícies têm muita importância, em função de seu aproveitamento sócio-
econômico. Por outro lado, é importante ressaltar.
6. PLUVIOSIDADE
Mato Grosso recebe um total pluviométrico médio anual entre 2.700 e 1.200 mm, estando
sua distribuição espacial ligada à posição geográfica da região, em face dos sistemas regionais da
circulação atmosférica e também dos aspectos orográficos. Os totais anuais de chuva diminuem de
Norte-Noroeste em direção ao Sul-Sudoeste. O trecho Norte, incluído na Bacia Amazônica,
concentra os maiores totais, enquanto em direção ao Pantanal, a diminuição é gradual, caindo até os
1.200 mm. Esta diminuição também se evidencia em direção ao Leste do Estado, onde os totais
anuais variam ente os 2.000 e os 1.500 mm. A distribuição dessas chuvas no decorrer do ano
evidencia o caráter tropical da área, com duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa.
Esse caráter é mais nítido na metade Sul do Estado, em que se alternam um período seco, de
inverno-primavera e um período chuvoso, de verão-outono, que concentra cerca de 70% dos totais
de chuva. Na metade Norte, o período seco diminui gradualmente, atingindo dois meses (junho-
julho) no extremo NW do Estado.
7. TEMPERATURA
7. ECOLOGIA
8. VEGETAÇÃO
A fauna é caracterizada, em sua maioria, por formas florestais com adaptações típicas. Os
primatas, aves, anfíbios e peixes atingem na Amazônia a sua maior diversificação taxonômica dentro
do continente americano. Devido a sua grande área de superfície, a Amazônia ainda possui vastas
extensões cobertas por floresta tropical úmida. É uma floresta tropical fechada, formada em boa
parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada).
O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes.
Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria
essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra
característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela
produz é aproveitado de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora
para o seu perfeito desenvolvimento.
Os rios são repletos de diversas espécies de peixes Como as árvores crescem muito juntas
uma das outras, as espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta.
Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não consegue
se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive nas
árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta
amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos entre outros. Os
rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas
espécies de peixes. O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial, pois ela está
situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima, as temperaturas são elevadas e o índice
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pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Num dia típico na floresta amazônica, podemos
encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes no final da tarde.
8.1 CERRADO
O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira e originalmente ocupava uma área
de quase dois milhões de km², sendo que hoje ocupa cerca apenas 20% do total. Em Mato Grosso a
área ocupada por este bioma é de aproximadamente 300 mil km², o equivalente a 34% do território
estadual. Característico de regiões tropicais, o Cerrado apresenta duas estações bem definidas: verão
chuvoso e inverno seco. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca
que prolonga-se por cinco a seis meses.
Por ter deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, típico solo de savana tropical,
abriga plantas de aparência seca e árvores de troncos retorcidos e curvados com folhas grossas e
esparsas. Estas árvores e plantas vivem em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às
vezes, com campos limpos ou matas não muito altas. Entre as espécies vegetais que caracterizam o
Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a
catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha,
que pode atingir uma altura de 2,5m.
Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são
densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos
às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.
A flora do Cerrado é uma das mais diversas do mundo, possuindo alto grau de endemismo e
riqueza de espécies. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos
habitem o Cerrado. Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos
planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5%
atingem uma altitude acima de 900m. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta
seus rios. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-
Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade.
8.2 PANTANAL
8.2.1 Primórdios
A origem do Pantanal é resultado da separação do oceano há milhões de anos. Animais que estão
presentes no mar também existem no pantanal, formando o que se pode chamar de mar interior.
Atraído pela existência de pedras e metais preciosos (que eram usados por indígenas, que já
povoavam a região, como adornos), entre eles o ouro. O português Aleixo Garcia, em 1524, acabou
sendo o primeiro a visitar o território, que alcançou o rio Paraguai através do rio Miranda, atingindo
a região onde hoje está a cidade de Corumbá. Nos anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e
seu acompanhante Domingos Martínez de Irala seguiram pelo rio Paraguai e denominaram Puerto de
los Reyes à lagoa Gayva. Por volta de 1542-1543, Álvaro Nunes Cabeza de Vaca (espanhol e
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aventureiro) também passou por aqui para seguir para o Peru. Entre 1878 e 1930, a cidade de
Corumbá (situada dentro do Pantanal) torna-se o principal eixo comercial e fluvial do estado de
Mato Grosso, depois acaba perdendo sua importância para as cidades de Cuiabá e Campo Grande,
iniciando assim um período de decadência econômica.
O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região Centro-Oeste
através da implantação de projetos agropecuários trouxe muitas alterações nos ambientes do cerrado,
ameaçando a sua biodiversidade. Preocupada com a conservação do Pantanal, a Embrapa instalou,
em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar,
desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se
iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica, e hoje, além da pecuária, abrange
as mais diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos, hídricos, climatologia, solos,
avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia. Nos últimos anos
houve investimentos maciços no setor do ecoturismo, com diversas pousadas pantaneiras praticando
esta modalidade de turismo sustentável.
8.2.2 Generalidades
O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da
América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km², com 65% de seu
território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região é uma planície pluvial
influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de
rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e
Mata Atlântica.
O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas
que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também para outros
animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados
de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira,
como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.
Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai
nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal.
Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos
inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.
O clima é quente e úmido, no verão, e embora seja relativamente mais frio no inverno,
continua apresentando grande umidade do ar devido à evapotranspiração associada à aguá
acumulada no solo no horizonte das raízes durante o período de cheia. A maior parte dos solos do
Pantanal é arenosa e suporta pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado
bovino, introduzido pelos colonizadores da região. Uma parcela pequena da pastagem original foi
substituída por forrageiras exóticas, como a Braquiária (4.5% em 2006) [2]. O balanço de energia
superficial (i.e., a troca de energia entre a superfície e a atmosfera) é muito influenciada pela
presença de láminas de água que cobrem parcialmente o terreno a cada verão, e as características
particulares dos balanços hídrico e de energia acabam por influir no desenvolvimento da Camada
Limite Atmosférica regional.
A Planície do Pantanal possui aproximadamente 230 mil km², medida estimada pelos
estudiosos que explicam que dificilmente pode ser estabelecido um cálculo exato de suas dimensões,
por em vários pontos ser muito difícil estabelecer onde começa e onde termina o Pantanal e as
regiões que o circundam, além de a cada fechamento de ciclo de estações de seca e de águas o
Pantanal se modifica.
Sua área é de 138.183 km² (64,64% em Mato Grosso do Sul e 35,36% em Mato Grosso (J.
S. V. SILVA et al, 1998)). Considerada uma das maiores planícies de sedimentação do planeta, o
Pantanal estende-se pela Bolívia e Paraguai, países em que recebe outras denominações, sendo
Chaco a mais conhecida.
O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva divide a vida em dois períodos bem
distintos. Durante os meses da seca — de maio a outubro, aproximadamente — , a paisagem sofre
mudanças radicais: no baixar das águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios
retomam seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior. As águas
escorrem pelas depressões do terreno, formando os corixos (canais que ligam as águas de baías,
lagoas, alagados etc. com os rios próximos).
As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso e são facilmente
absorvidas. De novembro a abril as chuvas caem torrenciais nas cabeceiras dos rios da Bacia do
Paraguai, ao norte. Com o constante umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde
devido à rebrotação de inúmeras espécies resistentes à falta d'água dos meses precedentes. Esse
grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da planície e a
dificuldade de escoamento das águas pelo alagamento do solo, são responsáveis por inundações nas
áreas mais baixas, formando baías de centenas de quilômetros quadrados, o que confere à região um
aspecto de imenso mar interior.
O aguaceiro eleva o nível das baías permanentes, cria outras, transborda os rios e alaga os
campos no entorno, e morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação —
agrupamentos dessas ilhas são chamados de cordilheiras pelos pantaneiros — nas ilhas e cordilheiras
os animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.
Nessa época torna-se difícil viajar pelo Pantanal pois muitas estradas ficam alagadas e
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intransitáveis. O transporte de gente, animais e de mercadorias só pode ser feito no lombo de animais
de carga e embarcações — muitas propriedades rurais e povoações (também conhecidas como
corrutelas) localizadas em áreas baixas ficam isoladas dos centros de abastecimento e o acesso a
elas, muitas vezes, só pode ser feito por barco ou avião.
Com a subida das águas, grande quantidade de matéria orgânica é carregada pela correnteza
e transportada a distâncias consideráveis. Representados, principalmente, por massas de vegetação
flutuante e marginal e por animais mortos na enchente, esses restos, durante a vazante, são
depositados nas margens e praias dos rios, lagoas e banhados e, após rápida decomposição, passam a
constituir o elemento fertilizador do solo, capaz de garantir a enorme diversidade de tipos vegetais lá
existente.
Por entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais, adaptados a essa
região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa variedade de vida, traduzida em constante
movimento de formas, cores e sons é um dos mais belos espetáculos da Terra. Por causa dessa
alternância entre períodos secos e úmidos, a paisagem pantaneira nunca é a mesma, mudando todos
os anos: leitos dos rios mudam seus traçados; as grandes baías alteram seus desenhos.
Alimentação
O pantaneiro tem hábito de acordar muito cedo, para as lidas dos seus afazeres, como por
exemplo: a lidade dos seus animais na grande planície da sua região. No seu alimento matutino, logo
na manhã antes de ir a lida, tem o hábito de se alimentar muito bem. Esse hábito tem o nome de
quebra-torto, que é praticamente um café reforçado, com pão, arroz com carne sêca, café e outras
delícias proporcionadas pela vasta planície.
O Tereré Herdado da tradição guarani, o Tereré é uma bebida servida em cuia, com erva-
mate e água gelada. É bastante consumido pelos pantaneiros, principalmente antes do meio dia,
depois da realização do trabalho matutino. Também se toma o tereré a tarde e antes da noite, quase
sempre em rodas de conversas entre famílias, peões ou amigos. Esse costume também chegou nas
cidades pantaneiras, locais onde as pessoas se reúnem nas calçadas para “jogar uma conversa fora” e
se refrescar com a bebida. Em outras regiões, como no Oeste do Paraná, ele é tomado com
refrigerante, mas o tereré original é composto apenas por erva-mate e água natural.
O sarrabulho é uma unanimidade em Corumbá é um prato de alto teor calórico que poucos
sabem preparar. O prato é de origem portuguesa e tornou-se popular no Nordeste e também em
Corumbá. No norte de Portugal é preparado com miúdos de porco ou cabrito. Aqui, talvez pela
atividade pecuária e abundância do produto, se fez a opção pela carne de bovinos, deve ser servido
com arroz branco e mandioca cozida. Ingredientes para o preparo: fígado, rins, coração e carne
moida.
Urucum é uma semente de coloração avermelhada, que vem do tupi uru-ku, significa
vermelho, conhecida popularmente por Urucum, urucu, açafroa, colorau, nome cientifico, da família
botânica Bixáceas, serve como tempero e corante de alimentos. É muito utilizado na culinária
pantaneira em preparos de peixes, jacarés e caldo de piranha, os índios sempre usaram para pintar o
corpo em suas comemorações festivas e com isso, se defender contra picadas dos mosquitos.
Jacarés são répteis bem adaptados ao meio ambiente e dominam ainda hoje muitos habitats.
Ao contrário do que se pensa o jacaré não é lento, se for melindrado ou estiver preste a dar o bote,
adquire velocidade impressionante. Dentro da água, seu ataque é geralmente mortal, já que é um
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exímio nadador. Os jacarés do Pantanal são diferentes dos da Amazônia. O do Pantanal mede até
2,5m e se alimenta de peixes e é quase inofensivo ao homem. Enquanto o da Amazônia é um pouco
maior (quase 6 metros) e ataca quando ameaçado. Sua carne é comestível, a parte mais nobre do
corpo do animal que é aproveitada é o rabo. É uma carne branca e consistente. Lembra muito a carne
de frango, mas tem um leve sabor de carne de peixe de água doce. Pode ser servida frita ou ensopada
como os peixes.
• Caldo de piranha Pantaneiro As piranhas são um grupo de peixes carnívoros de água doce
que habitam alguns rios do pantanal e demais regiões brasileiras, existem 3 espécies de piranha no
Pantanal e elas podem ser perigosas. Por isso, em local onde se costuma limpar peixes não é
aconselhável mergulhar, pois ela poderá mordê-lo por engano. A piranha também pode morder
depois de morta. Seus dentes afiados podem cortar carne e até osso num movimento brusco. Na
região do Pantanal sua carne é utilizada para se fazer o famoso Caldo de Piranha. Como preparar o
caldo: Limpe as piranhas, deixe-as com a cabeça e tempere-as com o limão, a cebola, o alho, o
cheiro-verde, o sal e a pimenta. Deixe repousar por 1 h. Esquente o óleo, frite as piranhas por alguns
minutos com todos os temperos, adicione o pimentão e o tomate, junte o extrato de tomate e a água,
tampe a panela e deixe ferver. Após 1 h , verifique se o tempero está bom. Coe numa peneira grossa
e sirva.
O arroz carreteiro é uma comida muito conhecida no estado de Mato Grosso do sul e na
região do Pantanal, e foi herdado de peões vindos do sul do pais, onde o Arroz de Carreteiro é tão
típico como o churrasco. Em Mato Grosso ele é servido acompanhado de banana frita. O carreteiro é
uma refeição feita geralmente nas estradas e acampamentos por peões que levam o gado de uma
região para outra permanecendo muitas vezes vários dias fora de casa e levam em suas bagagens a
carne de sol ou resto de churrasco onde depois de picar essa carne a preparam com arroz e tempero a
gosto, alguns carreteiros (motoristas de caminhões) também têm o costume de fazer o arroz
carreteiro por ser uma refeição de fácil preparo nas estradas.
O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região
Centro-Oeste através da implantação de projetos agropecuários, trouxe muitas alterações nos
ambientes do cerrado ameaçando a sua biodiversidade.A EMBRAPA Pantanal tem desenvolvido
tecnologias sustentáveis para a região.
Em altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga,
apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas aquáticas, piúvas (da família dos ipês com
flores róseas e amarelas), palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras.O pantanal possui uma vegetação
rica e variada, que inclui a fauna típica de outros biomas brasileiros, como o cerrado, a caatinga e a
região amazônica. A camada de lodo nutritivo que fica no solo após as inundações permite o
desenvolvimento de uma rica flora. Em áreas em que as inundações dominam, mas que ficam secas
durante o inverno, ocorrem vegetações como a palmeira carandá e o paratudal.
A vegetação aquática é fundamental para a vida pantaneira: imensas áreas são cobertas por
batume, plantas flutuantes como o aguapé e a salvinia. Essas plantas são carregadas pelas águas dos
rios e juntas formam verdadeiras ilhas verdes, que na região recebem o nome de camalotes. Há ainda
no Pantanal áreas com mata densa e sombria. Em torno das margens mais elevadas dos rios ocorre a
palmeira acuri, que forma uma floresta de galerias com outras árvores, como o pau-de-novato, a
embaúba, o genipapo e as figueiras.
8.2.6 Fauna
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de
aves (no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-azul-grande,
uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos,
piriquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores chegam a pesar duas gramas), socós
(espécie de garça de coloração castanha), jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões,
carcarás e curicacas.
A região também é extremamente piscosa, já tendo sido catalogadas 263 espécies de peixes:
João Antonio Pereira – Geografia de MT 19
piranha (peixe carnívoro e extremamente voraz), pacu, pintado, dourado, cachara,
curimbatá,piraputanga, jaú e piau são algumas das espécies encontradas.
9. IMPACTOS AMBIENTAIS
Outro problema que causou e ainda causa tremendo impacto ambiental é o garimpo de ouro.
O mercúrio utilizado no processamento do ouro tem o potencial de se incorporar nas cadeias
alimentares das comunidades locais, expandindo grandemente a sua área de influência.
A construção de estradas propaga o garimpo e traz doenças Além dos aspectos elencados
acima vale a pena citar: Garimpo de Ouro: Assoreamento, erosão e poluição dos cursos d’água;
problemas sociais; degradação da paisagem e da vida aquática; contaminação por mercúrio com
conseqüências sobre a pesca e a população. Grandes Projetos Agropecuários: Incêndios; destruição
da fauna e da flora; erosão, assoreamento e contaminação dos cursos d’água por agrotóxicos;
destruição de reservas extrativistas, destruição de sítios arqueológicos.
Mestiços - 55,5% brancos 40,6% nativos -2,1% outros - 1,8% incluindo negros , chineses ,
japoneses etc.
10. ECONOMIA
Durante o período colonial do Brasil, a capitania de São Paulo (atualmente Mato Grosso)
todo o comércio era o monopólio da capitania para a Metrópole, Portugal. Os principais sistemas
produtivos eram a mineração, cana-de-açúcar, erva-mate, poaia, borracha e pecuária.
O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a produção gerada no Estado, atingiu
em valores correntes R$ 27,9 bilhões, posicionando Mato Grosso em 15º lugar na economia
João Antonio Pereira – Geografia de MT 21
nacional. Na região onde a agropecuária é atividade econômica mais intensa, foi registrada perda na
produção, sendo que os estados de Mato Grosso do Sul e Goiás tiveram reduções na cultura da soja e
do feijão. Somente Mato Grosso manteve o ritmo de crescimento.
O PIB per capita, resultado da divisão do total da produção gerada no Estado pelo número
de habitantes, registrou em 2004 uma sensível melhora na distribuição da renda estadual. Ele
alcançou o valor de R$ 10.162,00, acima da média nacional que foi de R$ 9.743,00, fazendo com
que Mato Grosso passasse para a 9ª posição no ranking nacional contra a 12ª no ano anterior.
10.1 Turismo
O turismo é indiscutivelmente a atividade econômica que mais cresce e se desenvolve em
todo mundo. Alguns setores classificam-no de Indústria sem Chaminés, já que é grande gerador de
divisas e de empregos. Todas as organizações ligadas a economia mundial; ONU, OCOE e BIRD,
são unânimes em afirmar que, nas primeiras décadas do terceiro milênio o turismo será a primeira
atividade da economia mundial. A beleza cênica de Mato Grosso é ímpar e a ação conjunta do trade
turístico e Governo de Estado devem contribuir decisivamente no processo de desenvolvimento
econômico do Estado.
Uma pesquisa do SEBRAE, feita em 2006, revelou que o turista aumentou o tempo de
permanência em Mato Grosso de 6,25 dias para 6,5. Em 2005 o turismo representava no PIB
estadual 1,14%, já em 2006 alcançou 1,5%. A principal meta de crescimento prevista para 2007 pela
Secretaria de Desenvolvimento do Turismo, Sedtur, era o aumento de 20% no fluxo de turistas. Mas
em apenas cinco meses este percentual foi alcançado.
Pode-se observar a incidência de diversos tipos de turismo no Estado, tais como: Turismo
arqueológico, cultural, de negócios, 3ª idade, religioso, eco turismo, saúde, contemplação, rural,
pesca esportiva, GLS, esportes radicais, indígena e tecnológico.
10.3 Pecuária
Um dos alicerces da economia estadual é a pecuária, que tem o maior rebanho de bovinos
do país, são aproximadamente 26 milhões de cabeças, Mato Grosso do Sul é o segundo colocado
com 24 milhões.
João Antonio Pereira – Geografia de MT 22
A implantação de indústrias frigoríficas no Estado aumentou a capacidade de abate,
permitindo inclusive a exportação de determinados produtos industrializados pelo setor. São
destaque na produção de Mato Grosso as regiões Norte, Nordeste e Sudoeste. Segundo dados da
Secretaria de Estado de Planejamento, SEPLAN, os principais produtores de carne bovina são os
municípios de Cáceres, Juara, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes e Lacerda, Alta Floresta e
Vila Rica.
10.4 Madeira
O agronegócio madeireiro se destaca no cenário econômico do Estado. Segundo o IBGE,
em 2003 cerca de 33% da mão de obra empregada no Estado trabalhou no setor madeireiro. Em
2004, existiam em Mato Grosso 2.731 indústrias de fabricação de produtos de madeira gerando
22.057 empregos diretos.
O setor se encontrava em franca expansão, mas o ano de 2005 foi marcado por duas grandes
situações que o afetaram drasticamente. A Operação Curupira, deflagrada pela Polícia Federal com o
objetivo de coibir a extração e o transporte ilegal de madeira e as mudanças na política ambiental do
Estado.
10.5 Indústria
O parque industrial de Mato Grosso conta com aproximadamente 7.150 indústrias com
cinco pessoas ou mais pessoas trabalhando, de acordo com os estudos do IBGE, em 2005. Os
segmentos industriais por ordem de importância são assim representados: fabricação de produtos
alimentícios e bebidas (46%), fabricação de produtos de madeira (21%), fabricação de coques,
combustíveis e produção de álcool (8%), minerais não metálicos (6%) e outros.
Ainda segundo o IBGE, em 2005 a fabricação de produtos alimentícios, possuía 525 unidades
industriais no Estado e foi responsável por 31.528 empregos com carteira assinada, representando
45% de todos os empregos gerados pelo setor em Mato Grosso.
O parque industrial de Mato Grosso conta com aproximadamente 7.150 indústrias com
cinco pessoas ou mais pessoas trabalhando, de acordo com os estudos do IBGE, em 2005. Os
segmentos industriais por ordem de importância são assim representados: fabricação de produtos
alimentícios e bebidas (46%), fabricação de produtos de madeira (21%), fabricação de coques,
combustíveis e produção de álcool (8%), minerais não metálicos (6%) e outros. Ainda segundo o
IBGE, em 2005 a fabricação de produtos alimentícios, possuía 525 unidades industriais no Estado e
foi responsável por 31.528 empregos com carteira assinada, representando 45% de todos os
empregos gerados pelo setor em Mato Grosso.
10.6 Comércio
O setor comercial e de serviços têm papel importante no desenvolvimento econômico e
social do Estado. De acordo com o IBGE, em 2005, Mato Grosso apresentou mais de 77 mil
empresas instaladas, o que gerou mais de 393 mil empregos.
O comércio varejista possui 82% de participação no segmento de comércio no Estado, seguido de
11% de participação do comércio de veículos, peças e motocicletas e 7% de participação do
comércio por atacado. Em relação ao total de empregos gerados, o varejo emprega 71% da mão de
obra do setor, seguido por 15% do comércio por atacado e 14% do comércio de veículos.
10.7 Agricultura
A partir da década de 1980, devido aos tipos de solos existentes no Estado, à modernização
da prática agrícola e, também, à expansão da área cultivada, a agropecuária iniciou um processo de
aumento da produção, consolidando-se como principal setor da economia de Mato Grosso.
Foi através da mineração que se deu a ocupação de Mato Grosso, garantindo, assim, a
presença avançada de portugueses nesta porção territorial brasileira. A partir daí surgiram Cuiabá,
Vila Bela, Diamantino, Cocais e outros lugares.
Diferente do que muitos imaginam, os minerais úteis estão escassamente distribuídos na crosta
terrestre. Suas concentrações seletivas naturais, além de raras, nem sempre são exploráveis. Primeiro
porque sua concentração deve se constituir em um minério - esta é uma condição tecnológica.
Segundo, porque é necessário que haja volume suficiente de minério para que a ocorrência se
constitua numa jazida - condição econômica.
Ao se fazer a apreciação de uma técnica mineira, e a garimpagem é uma delas, deve-se ter
em mente que um depósito mineral depende de certos fatores, a saber:
a) dos níveis atuais da economia, ou seja, do desenvolvimento econômico-industrial da região ou do
país, de acordo com o tamanho do empreendimento e com a técnica ao alcance;
b) das condições geográficas da ocorrência;
Além de escassos, os depósitos minerais vêm se tornando cada dia mais efêmeros devido
ao contínuo crescimento de sua comercialização, por um consumo sempre ascendente. Em
contraposição, a probabilidade de se descobrir novas jazidas continua em franco declínio.
Hoje temos reservas minerais diversas, identificadas por mapeamento executado pelo
Departamento Nacional de Produção Mineral, DNPM-MT. Dentre os quais se destacam: Água
Mineral, Areia, Apatita, Argila, Água Termal, Ametista, Calcário, Cascalho, Chumbo, Cristal de
Rocha, Cobre, Diamante, Ferro, Grafite, Manganês, Molisdênio, Ouro, Pirita, Sal, Turfa, Titânio,
Topázio e Zinco.
11. MICRORREGIÕES
Unidade de Planejamento O Rio Aripuanã, faz fronteira com os Estados de Amazonas e Rondônia. Seus
e Gerenciamento Rio principais tributários são os rio Natal, rio Canamã, Rio Morerú, rio Capitari, rio
Aripuanã (A - 2) Fuquin, rio do Sul e rio Vinte e Um. A Área total desta Unidade é de 39.630.23
Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Juruena, Juína,
Castanheira, Colniza, Aripuanã e Cotriguaçu.
Unidade de Planejamento O Rio Roosevelt tem como seus principais tributários o rio Flor do Prado, rio
e Gerenciamento do Rio Quatorze de Abril e rio Capitão Cardoso. A área total da Unidade esta estimada
Roosevelt ( A - 1) em 47.359,08 Km², e compreende o total ou em parte os municípios de
Rondolândia, Juína, Aripuanã e Colniza.
Unidade de Planejamento O Baixo Rio Juruena faz divisa com o Estado do Amazonas. Seus principais
e Gerenciamento do Baixo tributários são rio São Tomé, rio Santana, e rio Matrinxã. A área total esta
Rio Juruena (A - 3) estimada em 29.490,08 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de
Juara, Nova Monte Verde, Nova Bandeirante, Juruena, Cotriguaçu e Apiacás.
Unidade de Planejamento O Alto Rio Teles Pires tem como seu principais tributários o rio Verde, rio
e Gerenciamento do Alto Celeste e rio Morocó. A área total é 34.408,90 Km², compreende o total ou em
Rio Teles Pires (A - 11) parte os municípios de Sinop, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Sorriso,
Vera, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato, Boa Esperança do Norte, Porto
dos Gaúchos, Planalto da Serra, Rosário Oeste, Paranatinga, Primavera do
Leste, Nobres, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã, Tapurah, Itanhangá, Tabaporã
e Nova Brasilândia.
Unidade de Planejamento O Médio Rio Teles Pires faz divisa com o Estado do Pará, sua área total é de
e Gerenciamento do 35.835,12 Km². Seus principais Tributários são os rio Tapaiúna, rio Parado, rio
Médio Rio Teles Pires (A Pombo. Á Esta Unidade compreende o total ou em parte os municípios de
- 5) Novo Mundo, Carlinda, Alta Floresta, Nova Canaã do Norte, Matupá, Peixoto
de Azevedo, Nova Guarita, Colider, Tabaporã, Marcelândia, Sinop, Terra Nova
do Norte, Nova Santa Helena, Itaúba, Guarantã do Norte, Cláudia, Sinop,
Sorriso, e Ipiranga do Norte.
Unidade de Planejamento O Baixo Rio Teles Pires faz fronteira com o Estado do Pará, sua área total é de
e Gerenciamento do Baixo 39.137,44 Km². Seus principais tributários são os rios Ximari, rio Paranaita e
João Antonio Pereira – Geografia de MT 26
Rio Teles Pires (A - 4) rio Santa Helena. Esta unidade compreende total ou em parte os municípios de
Paranaita, Nova Bandeirantes, Apiacás, Nova Canaã do Norte, Nova Monte
Verde, Alta Floresta, Carlinda, Novo Mundo, Tabaporã e Juara.
III – Região Hidrográfica do Rio Xingú
Unidade de Planejamento O Alto Rio Xingú tem como seus principais tributários os rios Sete de
e Gerenciamento do Alto Setembro, rio Coluene, rio Tanguro, rio Cursivero. Sua área total é de
Rio Xingú (A - 9) 44.754,27 Km² e compreendem o total ou em parte os municípios de Primavera
do Leste, Santo Antônio do Leste, Campinápolis, Paranatinga, Água Boa,
Gaúcha do Norte, Canarana, Canarana, Planalto da Serra, Nova Nazaré, Nova
Xavantina e Querência.
Unidade de Planejamento O Rio Ronuro tem como seus principais Tributários os rios Jatobá, rio Von Den
e Gerenciamento do Rio Stelnen e rio Álamo. Esta Unidade possui uma área total de 30.272,76 Km² e
Ronuro (A - 10) compreende o total ou em parte os municípios de, Paranatinga, Gaúcha do
Norte, Boa Esperança do Norte, Nova Ubiratã e Feliz Natal.
Unidade de Planejamento O Rio Suiã – Miçu tem como seus principais Tributários os rios Pacas, rio
e Gerenciamento do Rio Paranaíba, rio Darro e rio Turvo. A área total desta unidade é de 31.117,62Km²
Suiã -Miçu (A - 8) compreende o total ou em parte os municípios de Querência, Canarana,
Ribeirão Cascalheira, Bom Jesus do Araguaia, Alto Boa Vista, São Félix do
Araguaia, Marcelândia, Feliz Natal e São José do Xingú.
Unidade de Planejamento O Rio Manissauá-Miçu tem como seus principais tributários o rio São
e Gerenciamento do Rio Francisco, rio Arraias, rio Hauaia-Miçu, rio Ítrio Barbosa, rio Azul. A área total
Manissauá-Miçu (A - 6) desta Unidade é de 33.047,29 Km² e compreende o total ou em parte os
municípios de Nova Ubiratã, Feliz Natal, Vera, Santa Carmem, Sinop, União
do Sul, Cláudia, Marcelândia, Querência, Boa Esperança do Norte, São Félix
do Araguaia, Itaúba e Nova Santa Helena.
Unidade de Planejamento O Médio Rio Xingu tem como seus principais tributários o rio Jarinã e rio
e Gerenciamento do Paturi. A área total desta unidade é de 35.835,12 Km², compreende o total ou
Médio Rio Xingú (A - 7) em parte os municípios de Guarantã do Norte, Canabrava do Norte, Bom Jesus
do Araguaia Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia, São José do Xingu, Porto
Alegre do Norte, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Vila Rica, Matupá, Peixoto
de Azevedo e Marcelândia.
4. DADOS GERAIS:
Capital: Cuiabá
Região: Centro-Oeste
Sigla: MT
Gentílico: mato-grossense
População: 2.854.456 (estimativa de 2007)
Área (em km²): 903.357
Densidade Demográfica (habitantes por km²): 2,6
Quantidade de municípios: 141
Etnias: brancos (36,7%), negros (7%), pardos (55,2%) , amarelos ou indígenas (1,1%)
Rios importantes: Juruena, Teles Pires, Araguaia, Xingu, Paraguai, Piqueri, Cuiabá.
Principais cidades: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Sinop, Tangará da
Serra, Barra do Garças, Alta Floresta.
Climas predominantes : tropical e equatorial.
MUNICÍPIOS DE MT
1. Acorizal ,Água Boa, Alta Floresta, Alto Araguaia, Alto Boa Vista, Alto Garças, Alto
Paraguai, Alto Taquari, Apiacás, Araguaiana, Araguainha, Araputanga, Arenápolis,
Aripuanã, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Barra do Garças, Bom Jesus do Araguaia,
Brasnorte, Cáceres, Campinápolis, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Campos de Júlio,
Canabrava do Norte, Canarana, Carlinda, Castanheira, Chapada dos Guimarães, Cláudia,
Cocalinho, Colíder, Colniza, Comodoro, Confresa, Conquista D'Oeste, Cotriguaçu, Cuiabá,
Curvelândia, Denise, Diamantino, Dom Aquino, Feliz Natal, Figueirópolis D'Oeste, Gaúcha
do Norte, General Carneiro, Glória D'Oeste, Guarantã do Norte, Guiratinga, Indiavaí, Itaúba,
Itiquira, Jaciara, Jangada, Jauru, Juara, Juruena, Juscimeira, Lambari D'Oeste, Lucas do Rio
Verde, Luciára, Marcelândia, Matupá, Mirassol d'Oeste, Nobres, Nortelândia, Nossa Senhora
do Livramento, Nova Bandeirantes, Nova Brasilândia, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita,
Nova Lacerda, Nova Marilândia, Nova Maringá, Nova Monte Verde, Nova Mutum, Nova
Nazaré, Nova Olímpia, Nova Santa Helena, Nova Ubiratã, Nova Xavantina, Novo Horizonte
do Norte, Novo Mundo, Novo Santo Antônio, Novo São Joaquim, Paranaíta, Paranatinga,
Pedra Preta, Peixoto de Azevedo, Planalto da Serra, Poconé, Pontal do Araguaia, Ponte
Branca, Pontes e Lacerda, Porto Alegre do Norte, Porto dos Gaúchos, Porto Esperidião, Porto
Estrela, Poxoréo, Primavera do Leste, Querência, Reserva do Cabaçal, Ribeirão Cascalheira,
Ribeirãozinho, Rio Branco, Rondolândia, Rondonópolis, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa
Carmem, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita do Trivelato, Santa Terezinha, Santo Afonso,
Santo Antônio do Leste, Santo Antônio do Leverger, São Félix do Araguaia, São José do
Povo, São José do Rio Claro, São José do Xingu, São José dos Quatro Marcos, São Pedro da
Cipa, Sapezal, Serra Nova Dourada, Sinop, Sorriso, Tabaporã, Tangará da Serra, Tapurah,
Terra Nova do Norte, Tesouro,Torixoréu, União do Sul, Vale de São Domingos, Várzea
Grande, Vera, Vila Bela da Santíssima Trindade eVila Rica.
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