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GEOGRAFIA

DE MATO GROSSO

"O mundo é do tamanho que você quiser...


Construa-o conforme sua imaginação”.

JOÃO ANTONIO PEREIRA

GUIRATINGA-MT, SETEMBRO/2009
SUMÁRIO

SUMÁRIO.............................................................................................................................................................................2
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................3
2. ASPECTOS FÍSICOS......................................................................................................................................................4
2. CLIMA..............................................................................................................................................................................4
3. RELEVO...........................................................................................................................................................................5
4. GEOLOGIA:....................................................................................................................................................................8
4.1 PRINCIAIS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS:............................................................................................8
4.2 PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS :........................................................................................................9
5. HIDROGRAFIA ............................................................................................................................................................10
7. TEMPERATURA...........................................................................................................................................................12
7. ECOLOGIA....................................................................................................................................................................13
8. VEGETAÇÃO................................................................................................................................................................13
8.1 CERRADO....................................................................................................................................................................14
8.2 PANTANAL..................................................................................................................................................................14
8.2.1 PRIMÓRDIOS...............................................................................................................................................................14
8.2.3 COSTUMES PANTANEIROS.............................................................................................................................................17
Alimentação................................................................................................................................................................17
8.2.4 ATIVIDADES ECONÔMICAS.............................................................................................................................................18
8.2.6 Fauna.................................................................................................................................................................19
9. IMPACTOS AMBIENTAIS..........................................................................................................................................20
10. ECONOMIA...............................................................................................................................................................21
11. MICRORREGIÕES.....................................................................................................................................................25
3. DIVISÃO HIDROGRÁFICA DE MATO GROSSO.................................................................................................25
4. DADOS GERAIS:..........................................................................................................................................................27
MUNICÍPIOS DE MT.......................................................................................................................................................28

João Antonio Pereira – Geografia de MT 2


1. INTRODUÇÃO

A medida que avançamos no século XXI percebemos que as expectativas para o novo
século, que era anunciado enquanto portador das soluções para todas as grandes problemáticas da
humanidade, vão aos poucos se transformando em frustração e desilusão.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2007), um bilhão de pessoas encontra-se
abaixo da linha da pobreza em todo o mundo, o que representa 40% da população para a África
Subsaariana. E ainda que de acordo com o relatório anual sobre a fome no planeta, divulgado pela
Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO, 2007), entidade ligada à ONU, nunca se tenha
produzido tanto alimento no mundo, ironicamente a esse cenário, cerca de 826 milhões de pessoas
são vítimas da fome em seu estágio mais avançado.

Aproximadamente 10 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade morrem,


todos os anos, em sua grande maioria por motivos que poderiam ser evitados, com a implementação
de medidas médicas e sanitárias básicas (Unicef, 2006). E o contexto alarmante se desdobra ainda
mais.

O desenvolvimento na forma como vem se dando ameaça, em última instância, a própria


possibilidade de existência do ser humano em um futuro não muito distante, como nos mostra um
relatório compilado pela Universidade das Nações Unidas (ONU, 2007). Ele revela que até 50
milhões de pessoas terão de migrar nos próximos dez anos por causa da desertificação que atinge
várias regiões do planeta.

No entanto, olhando para a situação brasileira, mais especificamente, assistimos a uma


inserção passiva do país no atual contexto da globalização. Medidas como a liberalização produtiva,
comercial, financeira e cambial (Governo Collor, FHC e Lula) caracterizam-se como uma adesão e
um enquadramento, quase inconteste, das mais diversas políticas nacionais às exigências impostas
pelos principais organismos internacionais no contexto de suas teorizações neoliberais.

Para países periféricos como o Brasil, onde se sabe o projeto fordista-keynesiano não se
realizou por completo, tais ajustes dos programas de

governo às políticas neoliberais configuram-se como reflexos perversos à população, uma


vez que, por exemplo, o enxugamento dos encargos sociais pode significar a carência quase que
completa no que concerne ao oferecimento dos mais diversos serviços básicos, como o fornecimento
de água, luz, saúde, educação e habitação.

Entretanto, ao mesmo tempo em que são distintas e facilmente perceptíveis essas questões e
as problemáticas socioambientais – como o aquecimento global e o aumento da desigualdade e da
fome –, agravadas no mundo todo pela propagação da atual lógica capitalista de produção das
espacialidades, poucas e fracamente efetivas são as alternativas percebidas. Sente-se, assim, a falta
de ideologias realmente alternativas, uma vez que, as apresentadas, em geral, constituem arremedos,
soluções parciais e limitadas para problemáticas isoladas, não apresentando críticas ao modelo como
um todo, mas combatendo apenas alguns de seus aspectos.

Desta forma, o fato é que, de acordo com diversos autores como Milton Santos, Maria da
Conceição Tavares e Octavio Ianni, nos deparamos com um cenário de manipulação e de controle do
acesso à informação, e de um sistema de conjunturas incrivelmente complexas. Todo esse contexto
nos impõe uma série de situações coercitivas que nos cercam, nos oprimem e atuam no sentido de
conformar ideologicamente os indivíduos a agirem de acordo com uma série de normas impostas.
Isso ocorre de tal modo que, ainda que as mais diversas situações desencadeiem sentimentos de
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indignação e de revolta no meio social, as conjunturas impostas pelo que é conclamado nos veículos
de comunicação, como uma força invisível e avassaladoramente poderosa (ainda que de caráter
condenável e desumano), cria uma situação de confusão diante da falta de alternativas e de
distribuição de responsabilidades. Assim, o conformismo termina por se fazer predominante.

Em um mundo cada vez mais complexificado, principalmente pelas ciências e técnicas


(sistema técnico) da informação; este passa, também, a ser confusamente percebido, devido aos
obstáculos e armadilhas impostas ao entendimento a respeito da desumana lógica funcional do
sistema capitalista e da sua nova aparência que se estabelece (SANTOS, 2004).

Assim, concordamos com Santos (2004, p.37) quando esse define o referido processo como
“produtor de uma perversidade sistêmica”. Neste contexto, o referido autor discorre sobre estruturas
totalitárias tirânicas constituídas por parte do dinheiro e da informação, e nos coloca que a realidade
mundial atual é física e moralmente insuportável para uma enorme massa de indivíduos. Desse
modo, a História, ao ser feita, não pode continuar acontecendo de maneira que venha agravar ainda
mais as carências e piorar as condições.

Nessa perspectiva, é que Mato Grosso se transformou num celeiro de produção de grãos,
aquilo que aparentemente poderia soar como solução para o problema da fome vem contribuindo
decisivamente com aumento dos problemas ambientais, seja com a destruição do cerrado ou da
Amazônia para fins agropastoris, seja com a prospecção mineral.

Precisamos construir alternativas de desenvolvimento menos impactantes, ainda é tempo de


rever a relação Homem X natureza, pois as previsões atuais para um futuro próximo são catastróficas
baseado, no progresso da humanidade e não da materialidade.

2. ASPECTOS FÍSICOS

De acordo com o IBGE (2005), Mato Grosso tem uma extensão territorial de 903.357,9km2
, com uma população de 2.803.274 habitantes e densidade demográfica de 2,6 hab/km2, Localiza-se
na região Centro-oeste do país, sendo o terceiro maior estado em extensão territorial, suas terras
situam-se a oeste do Meridiano de Greenwich
e a sul da Linha do Equador, com fuso horário
-4 horas em relação a hora mundial GMT e 1
hora em relação a Brasília.

É o único a possuir características dos


três biomas: Pantanal, Cerrado e Amazônia.
Mato Grosso possui um clima
caracteristicamente continental, com duas
estações bem-definidas, uma chuvosa e outra
seca.

O ponto culminante fica a 1.118m de


altitude e se localiza na Serra de Santa
Bárbara., entre os municípios de Pontes e
Lacerda e Porto Esperidião, fazendo fronteiras com os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará,
Amazonas, Rondônia,Tocantins e um país, a Bolívia.

2. CLIMA

A grande extensão territorial de Mato Grosso lhe confere uma grande diversidade climática.
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A estação chuvosa ocorre entre os meses de outubro a março, e a estação seca começa em abril e
termina somente em setembro, compreendendo seis tipos de climáticos, a saber:

Clima Tropical Monçoico (AM): Abrange os municípios de Aripuanã, Alta Floresta, Porto
dos Gaúchos, Colíder, Luciara e parte dos municípios adjacentes.
Este clima apresenta uma temperatura média anual em torno de 25o C e precipitação pluviométrica
anual superior a 2.000 mm. O período de maior incidência de chuvas verifica-se de setembro a
março

Clima Tropical de Savana (AW): Ocupa extensa área na região norte do Estado e ainda
abrange os municípios de Barra do Garças, Cuiabá, Acorizal, Nobres, Rosário Oeste, Alto Paraguai e
municípios circunvizinhos. A precipitação pluviométrica varia de 1.137 mm (Cuiabá) a 2.200mm
(Alto Garças), apresentando um período seco de abril a setembro e outro chuvoso de outubro a
março. A temperatura média anual das mínimas oscila nos meses de junho e julho, enquanto a média
das máximas em agosto e setembro, varia de 25oC a 30oC.

Clima Tropical de Savana com Primavera Quente: Abrange o município de Nortelândia


e parte dos municípios de Alto Paraguai, Arenápolis, Barra do Bugres e Diamantino, além dos
municípios adjacentes. A temperatura média é de 24oC, com média anual das mínimas em torno de
20oC e a das máximas em torno de 30oC. Recebendo a influência do clima tropical Monçóico,
apresenta precipitação pluviométrica anual de 1.700 mm.

Clima Tropical do Pantanal: É o clima da região de mais baixa altitude do Estado, onde
estão situados os municípios de Cáceres, Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço,
Santo Antônio do Leverger e parte de Itiquira. As temperaturas médias anuais das máximas e das
mínimas situam-se em torno de 32oC e 20oC, respectivamente. A precipitação pluviométrica anual
gira ao redor de 1.091 mm.

Clima Tropical de Altitude: Este tipo climático compreende os municípios de Dom


Aquino, Poxoréo, General Carneiro, Tesouro, Torixoréo e parte dos municípios adjacentes.
Apresenta um período quente e úmido nos meses de outubro a março e outro frio e seco, de abril a
setembro. A precipitação pluviométrica anual em alguns municípios atinge mais de 2.500 mm,
diminuindo no período frio. A média das temperaturas máximas é de 30oC e das mínimas de 17oC.

Clima Tropical com Verão Chuvoso: Enquadram-se nesse tipo de clima os seguintes
municípios: Ponte Branca, Alto Garças, Alto Araguaia, Araguainha e parte dos municípios
adjacentes.

Devido sua localização geográfica, Mato Grosso também apresenta o clima equatorial na
região norte do estado, mas convém destacar que o clima predominante é o Tropical.

3. RELEVO

3.1 PRINCIPAIS UNIDADES:

Altos Planaltos: Os Altos Planaltos formam um conjunto de relevos elevados que se


distribuem descontinuamente pelo Estado, localizando-se, todavia, mais contundentemente ao sul,
constituindo o divisor com a Bacia do Paraná, caso da Chapada dos Parecis. Essa feição também
responde pelos divisores entre as sub-bacias da região, como por exemplo, dos rios Xingu e
Araguaia. O relevo toma geralmente a forma tabular, em cristais e em colinas, onde aparecem
residualmente formas de pontões. A altimetria varia geralmente entre 150 e 400 m., com dissecação
em forma de crista e colinas de topo aplainado, mas verificam-se também as chapadas e relevos em
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forma de mesa, com altitudes que vão de 300 a 800 m. Quanto à drenagem, a rede hídrica comporta
vales encaixados, gerando até, em algumas circunstâncias, gargantas fluviais dado o seu maior
aprofundamento. Nessa feição, os cursos d’água apresentam em geral regime hidráulico torrencial,
dada a maior declividade dos terrenos. Eventualmente aparecem escarpas no contato desse relevo
com as áreas rebaixadas circundantes.

Planaltos Rebaixados: Os Planaltos Rebaixados ocupam uma pequena área na extremidade


noroeste do Estado, na sub-bacia do Rio Aripuanã. Nessa unidade, o relevo mais comum é o
dissecado em interflúvios tabulares, vindo em segundo lugar as colinas que margeiam lagos ou as
planícies fluviais. A sua rede de drenagem apresenta pequeno grau de adensamento e pequena
densidade de canais. Os vales assumem normalmente a forma de um V, embora possam ser
encontrados os do tipo fundo chato. As cotas altimétricas variam ao redor de 200m na porção
ocupada no Estado.

Depressões: As Depressões caracterizam-se principalmente pela interpenetração nos Altos


Planaltos, de maneira a torná-los isolados em blocos de relevos distintos. Possuem altitudes entre
150 e 200m., sendo aplainadas, conservadas em determinadas partes, enquanto outras são dissecadas
em colinas. Essa feição, presente na maior parte do Estado, determina uma alta densidade de canais
de drenagem, perenes ou temporários, sendo que a baixa declividade condiciona geralmente regime
fluvial aos cursos d’água.

Planícies Fluviais: As Planícies Fluviais abrangem mais notadamente as faixas marginais


dos rios Xingu e Araguaia. Essa planície apresenta modificações sucessivas de canais com número
significativo de ilhas, caso principalmente do Araguaia. São observadas grandes quantidades de
sedimentações lineares marginais aos rios que tomam o aspecto de faixas recurvadas paralelas, entre
as quais é comum a presença de lagos alongados. Verificam-se ainda os chamados lagos de várzea,
onde a planície assume um aspecto tipicamente lacustrino (Vieira, 1987), com extensas áreas
alagadas ou alagadiças. Por essas características, o regime hidráulico mais freqüente dos seus cursos
d’água é fluvial.

O Projeto RADAMBRASIL subdividiu o estado em 17 regiões altimétricas, observe:

Planalto Apiacás-Sucurundi - Planalto de relevos de topos predominantemente tabulares,


total ou parcialmente conservados, com altitude por volta de 450 m. Esse planalto abrange os
municípios de Apiacás, Aripuanã, Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde.

Planalto Taquari-Itiquira: Relevo dissecado em formas aguçadas, convexas e planas, com


testemunhos de relevos das serras Petrovina e Jibóia. Topos de plano estrutural, seguidos de planos
erosivos. Esse planalto abrange os municípios de Alto Taquari, Alto Araguaia, Alto Garças,
Araguainha, Barra do Garças, Guiratinga, Itiquira, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Tesouro,
Torixoréu.

Planalto Residual Norte: Blocos de relevos separados uns dos outros em extensa
superfície rebaixada. Os blocos correspondem à Serra Caiabis e Serra do Cachimbo. Esse planalto
residual abrange os municípios de Alta Floresta, Carlinda, Cláudia, Novo Mundo, Colíder, Guarantã
do Norte, Itaúba, Juara, Marcelândia, Matupá, Nova Canaã do Norte, Novo Horizonte do Norte,
Peixoto de Azevedo, Porto dos Gaúchos, Santa Carmem, Tabaporã, União do Sul, Terra Nova do
Norte e Feliz Natal

Planalto Dissecado do Sul do Pará: Aglomerados de relevos residuais, caracterizados pelo


recortamento e descontinuidade espacial. Esse planalto dissecado abrange os municípios de Luciara,

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Paranatinga, Gaúcha do Norte, Peixoto de Azevedo, Feliz Natal, São Félix do Araguaia e São José
do Xingu.

Planalto Parecis: Tabuleiros levemente dissecados. Também extenso conjunto de relevos


com dissecação multiforme. A flora dominante é o cerrado. A parte plana mais alta toma a
denominação popular de chapadão. Localiza-se entre 600 e 200 m. Esse planalto abrange os
municípios de Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Comodoro, Sapezal,
Diamantino, Lucas do Rio Verde, Nobres, Nova Maringá, Nova Mutum, Paranatinga, Sorriso,
Gaúcha do Norte, Nova Ubiratã, São José do Rio Claro, Tapurah, Vera. Como esboroamento do
Planalto Parecis, extensa região lhe é anexa, compreendendo os municípios de Araputanga,
Arenápolis, Barra do Bugres, Cáceres, Denise, Figueirópolis d’Oeste, Glória d’Oeste, Indiavaí,
Lambari d’Oeste, Nortelândia, Nova Olímpia, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Santo
Afonso, São José dos Quatro Marcos, Tangará da Serra.

Planalto Residual Alto Guaporé: Feições cuestiformes. Serras de Ricardo Franco, São
Vicente, Santa Bárbara, com prolongamentos em forma de cristas.
Esse planalto abrange os municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Pontes e
Lacerda, Porto Esperidião e Jauru.

Planalto Guimarães: Litologia desde o Pré-Cambriano até o Cenozóico. Ora relevo de


cuestas e chapadas, ora relevos planos convexos e residuais, ora complexos tectônicos, de escarpas
alcantiladas, com reverso de rampas indefinidas e interrompidas por relevos residuais de todo plano.
Abrange os municípios de Acorizal, Água Boa, Campinápolis, Campo Verde, Canarana, Chapada
dos Guimarães, Cuiabá, Dom Aquino, Jaciara, Juscimeira, Nova Brasilândia, Nova Xavantina, Novo
São Joaquim, Paranatinga, Poxoréo, Primavera do Leste, Rondonópolis, Rosário Oeste e São Pedro
da Cipa.

Depressão Rio Paraguai : Extensas superfícies aplainadas, por vezes em formas


pedimentadas. A maior parte é recoberta por sedimentos recentes. Secundariamente ocorrem formas
dissecadas de topo plano, convexo e aguçado. Sofre inundações periódicas, tradicionalmente
conhecidas como Pantanais. Essa depressão abrange os municípios de Barão de Melgaço, Cáceres,
Cuiabá, Itiquira, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Santo Antônio do Leverger e Várzea
Grande.

Depressão Interplanáltica Paranatinga: Relevo pouco dissecado de drenagem com fraco


entalhamento. Também patamar bastante dissecado. Ocorrem ainda alguns relevos de topo plano de
pequena extensão, assim como relevo tabuliforme convexo. Essa depressão abrange os municípios
de Chapada dos Guimarães, Nova Brasilândia, Campo Verde, Novo São Joaquim, Paranatinga,
Planalto da Serra, Primavera do Leste.

Depressão Guaporé: Compartimentos de superfície plana, com predomínio de pediplanos


e também relevos residuais dissecados em formas de topos arredondados e aguçados, quase sempre
encostas abruptas. Essa depressão abrange os municípios de Pontes e Lacerda, Nova Lacerda e Vila
Bela da Santíssima Trindade.

Depressão Araguaia: Superfície rebaixada e suavemente dissecada, com formas


predominantemente tabulares e convexas. Essa depressão abrange os municípios de Água Boa, Barra
do Garças, Confresa, Luciara, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Santa Terezinha, São
Félix do Araguaia e Vila Rica.

Depressão Periférica Sul do Pará: Predominância de formas dissecadas de topo convexo e


relevos residuais. Superfícies planas com altitude em torno de 250 m. Consiste nas partes mais
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baixas do Planalto Dissecado do Sul do Pará. Essa depressão abrange os municípios do Planalto
Dissecado do Sul do Pará.

Depressão Interplanáltica Amazônia Meridional : Vasta planície rebaixada, dissecada,


em formas dominantemente convexas, com drenagem de padrão dentrítico, variando a altitude entre
200 a 300 m.

Planícies Alto e Médio Guaporé: Áreas de cumulação, sujeitas a inundações. Sedimento


quaternário, de solo laterítico hidromórfico. Essas planícies abrangem o município de Vila Bela da
Santíssima Trindade.

Planície e Pantanal Mato-grossense: Extensa superfície de acumulação e inundação.


Além do nome tradicional de Pantanais, a região apresenta acidentes denominados popularmente de
baía, cordilheira e corixos. Essa planície abrange os municípios de Barão de Melgaço, Cáceres,
Itiquira, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande.

Planície do Bananal: Área de acumulação inundável, com característicos baixos


interfluviais e extensa planície fluvial. Essa planície afeta os municípios de Araguaiana, Cocalinho,
Luciara, Santa Terezinha, São Félix do Araguaia.

Província Serrana: Sucessão de anticlinais e sinclinais, por vezes fortemente erodidas,


com inversão de relevo. Rocha pré-cambriana indiferenciada. Vem a ser a Serra do Tombador,
localmente denominada com nomes variados, conforme a região: Vira-Saia, Camarinha, Araras. Essa
Província abrange os municípios de Alto Paraguai, Barra do Bugres, Cáceres, Nossa Senhora do
Livramento, Rosário Oeste, Nobres.

As serras mais importantes são as seguintes: Serra dos Parecis, Serra Formosa, Serra do
Norte, Serra dos Caiabis, Serra dos Apiacás, no norte, Serra do Roncador, no leste

4. GEOLOGIA:

Mato Grosso, em relação a compartimentação geotectônica, abrange o sul do Cráton


Amazônico, correspondente a Província Estrutural do Tapajós; a Faixa de Dobramento Paraguai, que
é parte da Província Estrutural do Paraná. Algumas bacias preenchidas por sedimentos fanerozóicos
ocorrem tanto no interior cratônico como no domínio das faixas de dobramentos, destacando-se,
dentre elas, as bacias dos Parecis, aquelas que acolheram os sedimentos cenozóicos do Pantanal
mato-grossense, os da Depressão do Araguaia (Ilha do Bananal), os da Depressão do Guaporé
(fronteira Brasil-Bolívia) e os de Alto Xingu.

4.1 PRINCIAIS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS:

Arqueano: O Arqueano correspondente aos tempos anteriores à idade de 2.600 MA. São
considerados neste Eon o início do desenvolvimento dos terrenos metamórficos de médio e alto
graus, bem como da instalação das seqüências vulcanossedimentares, algumas do tipo greenstone
belts e de complexos máfico-ultramáficos intrusivos. São Representantes dessa Era: Complexo
Xingu e Goiano e Suíte Intrusiva Rio Alegre.

Proterozóico: O Proterozóico é compreendido entre 2.600 - 570 MA, iniciando-se com a


estruturação de grandes cinturões metamórficos sedimentares e/ou vulcânico-sedimentares de baixo
a médio grau, peri, inter ou intracratônicos; de cinturões de retrabalhamento ensiálicos
acompanhados de granitização em ambiente compreensivo; e de complexos magmáticos vulcano-
plutônicos de composição ácida. São representantes dessa Era: Proterozóico Médio, Supergrupo
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Uatumã (Grupo Iriri, Suíte Intrusiva Rio Dourado, Suíte Intrusiva Tarumã, Suíte Intrusiva Teles
Pires), Grupo Gorotire, Grupo Beneficente, Formação Mutum-Paraná, Suíte Intrusiva Serra da
Providência, Grupo Cubencranquém, Formação Prainha, Grupo Caiabis (Formação Dardanelos,
Formação Arinos), Grupo Aguapeí, Suíte Intrusiva Cariquiqui, Alcalinas Canamã, Grupo Serra do
Rio Branco, Suíte Intrusiva Rondônia, Proterozóico Superior, Suíte Intrusiva Guaporé, Grupo
Cuiabá, Grupo Alto Paraguai (Formação Bauxi, Formação Puga, Formação Araras, Formação
Raizama, Formação Sepotuba, Formação Diamantino).

Paleozóico: O período correspondente ao Paleozóico, entre 570-230 MA, abrange rochas


graníticas da Suíte Intrusiva São Vicente e Vulcânicas de Mimoso, além de representantes da Bacia
Sedimentar do Paraná e Sedimentos da Formação Jauru.
São representantes dessa Era: Suíte Intrusiva São Vicente, Vulcânicas do Mimoso, Bacia Sedimentar
do Paraná, Grupo Paraná (Formação Ponta Grossa), Supergrupo Tubarão (Grupo Itararé, Grupo
Guatá, Grupo Passa-Dois), Grupo Pimenta Bueno, Formação Jauru.

Mesozóico: Após a derradeira incursão marinha na Plataforma Sul-Americana, iniciaram-


se, no final do Paleozóico e início do Mesozóico, os processos que conduziram à abertura do Oceano
Atlântico e conseqüente separação dos continentes americano e africano, fato ocorrido no
Mesozóico. Como reflexo disto, o protocontinente americano viria a passar por um importante
episódio de reativação que causou intensa tafrogenia acompanhada de atividade magmática e
sedimentação. Este episódio (Reativação Wealdeniana ou Sul-Atlantiana) teria, como primeira
conseqüência, o aquecimento do clima, causando o aparecimento de ambientes desérticos com
alguma contribuição fluvial e lacustre.
São Representantes dessa Era: Bacia do Paraná, Grupo São Bento (Formação Pirambóia, Formação
Botucatu, Formação Serra Geral), Grupo Iporá, Grupo Bauru, Bacia dos Parecis (Formação
Tapirapuã, Grupo Parecis - Formação Salto das Nuvens e Formação Utiariti), Intrusiva Ponta do
Morro.

Cenozóico: Os terrenos cenozóicos apresentam uma posição de destaque em Mato Grosso,


ocupando as grandes depressões do Guaporé, do Alto Paraguai e do Araguaia. Recobrem extensos
platôs em planaltos sedimentares como o dos Parecis e se espalham ao longo dos vales definidos
pela atual rede de drenagem. A maioria deles é formada por depósitos de origem continental,
mostrando características de diversas fáceis sedimentares, que registram uma história geológica
complexa, onde se sucederam eventos relacionados a movimentos epirogenéticos e eustáticos,
mudanças climáticas e interferências tectônicas. São Representantes dessa Era: Coberturas Detrito-
Lateríticas Neogênicas, Coberturas Detríticas e Lateríticas Pleistocênicas, Formação Pantanal,
Formação Guaporé, Formação Bananal, Aluviões Atuais

4.2 PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS :

A compartimentação geotectônica de Mato Grosso abrange, em sua maior distribuição


territorial, o segmento sul do Cráton Amazônico, que compreende a Província Estrutural do Tapajós;
seguido da Faixa de Dobramentos Paraguai, que compreende a Província Estrutural do Tocantins e,
finalmente, a Bacia do Paraná, que corresponde à Província Estrutural do Paraná. Cada Província
apresenta um estilo estrutural característico e próprio de sua evolução geológica, em resposta às
diversas fases ou etapas de movimentações a que esta vasta região foi submetida. As Principais
Estruturas Geológicas de Mato Grosso são: Porção Sul do Cráton Amazônico/Província Estrutural
do Tapajós, Feições Lineagênicas: Representam estas feições os lineamentos Madeira-Quatorze de
Abril, São João da Barra-Teles Pires, Arinos-Aripuanã etc, e as falhas do Canamã, São João da
Barra, Cristalino, Tenente Marques-Eugênia, Rio Vermelho, entre outras.Altos e Baixos Estruturais
(representam esse tipo de estrutura o Graben do Cachimbo, o Alto Estrutural Juruena-Teles Pires, o

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Graben dos Caiabis, o Alto Estrutural Eugênia-Arinos, o Sinclinal São Pedro, o Graben da Serra
Formosa, o Sinclinal do Ariranha).

Faixa de Dobramentos Paraguai/Província Estrutural do Tocantins: Esta faixa ocupa a


porção centro-meridional de Mato Grosso, onde se encontra a Faixa de Dobramentos Paraguai que,
durante o Proterozóico Superior, se desenvolveu na borda sul do Cráton Amazônico, e no sul do
Estado encontra-se oculta sob os sedimentos das bacias do Paraná e do Pantanal e, ao norte, pelos
sedimentos do Grupo Parecis e coberturas neogênicas. Brasilides Metamórficas (compreenderia as
rochas mais antigas da faixa sedimentar, apresentando ainda rochas vulcânicas, assim como
intrusões graníticas e granodioríticas com materiais subvulcânicos, localmente associados, ocorrendo
em várias escalas. Podem alcançar dezenas de quilômetros de extensão, assim como grandes falhas
inversas ou de empurrão que os afetam). Brasilides não Metamórficas (seu desenvolvimento foi
contíguo à borda cratônica. Devido à natureza pelítica, psamítica e dolomítica das unidades que a
compõem, somados aos efeitos dos dobramentos lineares e falhamentos longitudinais que as
afetaram, apresentam cordões serranos por dezenas de quilômetros de extensão. A largura da faixa
dobrada varia de 20 a 50 quilômetros e sua extensão se alonga por aproximadamente 300
quilômetros).

Bacia do Paraná/Província Estrutural do Paraná: Constituindo-se numa terminação NW


da Bacia intracratônica do Paraná, na área em apreço, os esforços que aí atuaram são atribuídos a
movimentos epirogenéticos ascendentes e descendentes, de amplitudes diversas, responsáveis por
uma tectônica rígida distensiva, que originou blocos altos e baixos ao longo dos falhamentos, além
de estruturas flexurais caracterizadas por domos e arcos, responsáveis pela perturbação da feição
estrutural monoclinal original que a bacia apresenta.

Estruturas Flexurais (a nordeste de Cuiabá configura-se uma importante unidade


geomorfológica, representada pela Chapada ou Planalto dos Guimarães, que se alonga numa direção
geral E-W por mais de 200 quilômetros. As rochas aí presentes permitem um modelado com relevo
cuestiforme, cuja frente está voltada para a Depressão Cuiabana. Outra notável estrutura de
conformação circular é o Domo de Araguainha, que ocupa uma área de aproximadamente 1.300 km 2,
no Planalto dos Guimarães, seccionada pelo Rio Araguaia).Estruturas Lineagênicas (as Estruturas
Lineagênicas são caracterizadas por inúmeros falhamentos, predominantemente de caráter normal.
Destacam-se as falhas Jaciara - Serra Grande e Poxoréo. Outros falhamentos expressivos
compreendem a Falha do Diamantino, Falha da Fazenda Formoso além de outros).

5. HIDROGRAFIA

O maior divisor de águas da América


do Sul está em Mato Grosso. Estende-se no
sentido oeste-leste, separando as bacias fluviais
opostas, vertentes umas para o norte e outras
para o sul. Toda a extensa rede hidrográfica
que serve o estado de Mato Grosso, abrange
grande parte das duas maiores bacias
hidrográficas do Brasil - Amazônica e Platina,
cujas águas se acham separadas pela Chapada
dos Parecis e pela Serra Azul. Destaca-se a
Bacia do Tocantins, na qual o tributário mais
importante, em terras mato-grossenses é o Rio
Araguaia. Cumprem desta forma, as chapadas
mato-grossenses, o papel de divisor entre estas
bacias hidrográficas.
João Antonio Pereira – Geografia de MT 10
Esse divisor de águas tem início no emaranhado de cabeceiras dos rios Guaporé, Jauru e
Juruena, indo até as cabeceiras dos rios Teles Pires, Xingu e Cuiabá. O divisor então declina para
sudeste, até alcançar o emaranhado das cabeceiras dos rios Araguaia e Taquari, nas imediações das
divisas de Mato Grosso do Sul e Goiás. Em alguns pontos ocorrem as águas emendadas,
denominação popular do estrangulamento do divisor, em que um banhado, de um lado dá origem a
rios vertentes para o norte e por outro, a vertente para o sul. Saiba mais sobre as principais bacias
que banham o Estado:

5.1 BACIA AMAZÔNICA:

Os rios mato-grossenses que integram a Bacia Amazônica drenam a porção norte do Estado.
O escoamento desses rios se faz com rapidez à medida que se dirigem para a Planície Amazônica.

São rios cortados frequentemente por blocos de rochas sedimentares à erosão, esses rios ao
distenderem-se suavemente sobre as superfícies pouco inclinadas do Planalto dos Parecis e das
Depressões da Amazônia Meridional, apresentam seus cursos sulcados por grande número de
cachoeiras e corredeiras.

Encontra-se no Rio Xingu a Cachoeira Von Martius, assim como as corredeiras das Pedras
e Paz. A drenagem dessa bacia, como a das outras da vertente amazônica, obedece a um padrão geral
dentrítico.

O Rio Teles Pires nasce na Serra Azul, deslocando-se para o norte. Em seu curso destacam-
se as cachoeiras denominadas: 5 de Maio e 13 de Maio. As nascentes do Rio Juruena estão na
Chapada dos Parecis, também se dirigem paralelamente ao Teles Pires, indo à região norte. Juntos, o
Juruena e Teles Pires cunham um delta, formando um dos mais importantes rios do Brasil, o
Tapajós, em uma das mais profícuas regiões auríferas do Continente.

5.2 BACIA TOCANTINS-ARAGUAIA

O Rio Araguaia juntamente com o Tocantins forma uma das maiores bacias hidrográficas
do Brasil, com área de 812.694 km2, drenando importantes regiões agrícolas e pastoris. Também é
rio de planície, mas devido às características geológicas da área, apresenta um perfil dividido em
seções onde alternam trechos suaves interrompidos por rápidos e corredeiras.

O Araguaia tem suas nascentes no extremo sul mato-grossense, na Serra do Caiapó, a cerca
de 850 metros de altitude e ao se dirigir ao norte, serve de limite interestadual entre os Estados de
Mato Grosso e Goiás. Possui extensão de mais ou menos 2.115 quilômetros e entre seus principais
afluentes destacam-se os rios das Mortes e Garças. Em seu trajeto o Araguaia corre paralelamente ao
Tocantins, ao qual vai se juntar na região do município de São João do Araguaia, no extremo norte
do Estado de Tocantins. O curso do Rio Araguaia divide-se em três tópicos, a saber:

Alto Araguaia: seu curso compreende desde sua nascente até Registro do Araguaia, com
desnível de aproximadamente 570 m., em 450 km percorridos.

Médio Araguaia: de Registro do Araguaia até a região de Santa Isabel do Araguaia,


quando foram percorridos 1.505 km, apresentando desnível de 185 m. Baixo Araguaia: vai de Santa
Isabel do Araguaia até a confluência com o Tocantins, numa extensão de 160 km e com desnível de
apenas 11 m.

5.3 BACIA PLATINA (Rios Paraná e Paraguai):

João Antonio Pereira – Geografia de MT 11


A influência do relevo na hidrografia, lembrando-se dos rios que somem, nas formações
calcáreas, a exemplo do Rio Itiquira e outros na Bacia Platina figura a rede do Rio Paraguai,
drenando a porção sul e sudoeste do Estado. Os rios integrantes deste sistema caracterizam-se por
possuir escoamento lento, correndo sobre aluviões recentes e sofrendo constantes divagações. O Rio
Paraguai é navegável em todo o seu curso e os seus principais afluentes são os rios Jauru, Cabaçal,
Sepotuba, Cuiabá e tributários da planície pantaneira.

O Rio Paraguai percorre uma extensão de 2.621 km, sendo 1.693 km em território
brasileiro. Por tradição, neste percurso, existem quatro longos trechos com características totalmente
diferentes, a saber: - Paraguai Superior, Alto Paraguai (MT - MS), Médio Paraguai e Paraguai
Inferior. O Paraguai Superior corresponde a zona das nascentes ou das serras e, sendo assim
caracteriza-se por apresentar um curso mais tormentoso, com diversas corredeiras. Por isto o Alto
Paraguai corresponde ao trecho em que o rio desenvolve o seu curso através da imensa bacia de
recepção. Num total de 1.262 km, desde a confluência do Rio Jauru até o Rio Apa, o desnível
apresentado nesta extensa planície é de apenas 32 metros, com máximo de 125 e mínimo de 83
metros. Bastante fraco, em vista da extensa área perlustrada pelo histórico rio. Os cursos d’água que
se desenvolvem sobre as planícies têm muita importância, em função de seu aproveitamento sócio-
econômico. Por outro lado, é importante ressaltar.

6. PLUVIOSIDADE

Mato Grosso recebe um total pluviométrico médio anual entre 2.700 e 1.200 mm, estando
sua distribuição espacial ligada à posição geográfica da região, em face dos sistemas regionais da
circulação atmosférica e também dos aspectos orográficos. Os totais anuais de chuva diminuem de
Norte-Noroeste em direção ao Sul-Sudoeste. O trecho Norte, incluído na Bacia Amazônica,
concentra os maiores totais, enquanto em direção ao Pantanal, a diminuição é gradual, caindo até os
1.200 mm. Esta diminuição também se evidencia em direção ao Leste do Estado, onde os totais
anuais variam ente os 2.000 e os 1.500 mm. A distribuição dessas chuvas no decorrer do ano
evidencia o caráter tropical da área, com duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa.
Esse caráter é mais nítido na metade Sul do Estado, em que se alternam um período seco, de
inverno-primavera e um período chuvoso, de verão-outono, que concentra cerca de 70% dos totais
de chuva. Na metade Norte, o período seco diminui gradualmente, atingindo dois meses (junho-
julho) no extremo NW do Estado.

7. TEMPERATURA

O comportamento da temperatura em Mato Grosso decorre de fatores geográficos


(continentalidade, latitude e relevo) e dinâmicos (circulação atmosférica). A distância da costa
brasileira, impedindo a influência moderadora do oceano, condiciona a ocorrência de altas
temperaturas, além de fortes amplitudes térmicas anuais. A elevação da altitude, associada ao
aumento da latitude, é responsável pelo decréscimo da temperatura nos trechos mais elevados das
chapadas. A temperatura média anual no Estado varia de 27°C, ao Norte, a 20°C nos morros isolados
e mais elevados ao Sul. Observa-se que de Leste para Oeste ocorre também um aumento térmico
médio anual, explicado pelo decréscimo altimétrico em direção à Baixada do Pantanal.

No período da primavera-verão as temperaturas permanecem elevadas particularmente na


primavera, quando o período chuvoso ainda não se iniciou. Setembro é, em geral, o mês mais quente,
com média atingindo os 28°C- 26°C ao Norte e 26°C-24°C ao Sul.

A partir do outono, as temperaturas decaem, chegando ao mínimo no inverno, sendo os


meses de junho e julho os mais frios. Mesmo no período mais quente, ocorrem resfriamentos
significativos, possivelmente graças à influência de Frente Polar Atlântica. As amplitudes térmicas
João Antonio Pereira – Geografia de MT 12
diárias são elevadas, especialmente na época mais fria e seca, em virtude da existência de uma
menor quantidade de vapor d’água na atmosfera, possibilitando uma maior insolação durante o dia e
radiação terrestre mais intensa à noite. No período quente e úmido, a elevada porcentagem de vapor
de água na atmosfera, aliada à maior nebulosidade, possibilita um certo equilíbrio térmico,
impedindo a ocorrência de grandes mudanças térmicas numa mesma massa de ar.

7. ECOLOGIA

São as seguintes unidades de conservação a nível federal localizadas em Mato Grosso:

• Parque Nacional do Pantanal Matogrossense


• Parque Nacional da Chapada dos Guimarães
• Estação Ecológica de Taiamã
• Estação Ecológica da Serra das Araras
• Área de Preservação Ambiental Meandros do Araguaia

8. VEGETAÇÃO

Mato Grosso, rico em biodiversidade, é o único estado da federação a possuir três


ecossistemas distintos.

A Amazônia é o ecossistema de maior diversidade biológica do mundo, representando a


mais extensa floresta tropical existente. É também o maior bioma brasileiro, sendo que de seus
aproximadamente 5,5 milhões de km² de extensão, em torno de 3,3 milhões de km², estão em
território brasileiro, e desses, pelo menos 550 mil km² estão dentro do estado de Mato Grosso.

Embora a região fosse, tradicionalmente, vista como um bioma relativamente homogêneo,


reconhece-se hoje tratar-se de um mosaico de distintos ecossistemas que abrigam comunidades
bastante heterogêneas, tanto em composição quanto em diversidade (Prance & Love Joy, 1985).

A fauna é caracterizada, em sua maioria, por formas florestais com adaptações típicas. Os
primatas, aves, anfíbios e peixes atingem na Amazônia a sua maior diversificação taxonômica dentro
do continente americano. Devido a sua grande área de superfície, a Amazônia ainda possui vastas
extensões cobertas por floresta tropical úmida. É uma floresta tropical fechada, formada em boa
parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada).

O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes.
Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria
essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra
característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela
produz é aproveitado de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora
para o seu perfeito desenvolvimento.

Os rios são repletos de diversas espécies de peixes Como as árvores crescem muito juntas
uma das outras, as espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta.
Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não consegue
se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive nas
árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta
amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos entre outros. Os
rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas
espécies de peixes. O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial, pois ela está
situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima, as temperaturas são elevadas e o índice
João Antonio Pereira – Geografia de MT 13
pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Num dia típico na floresta amazônica, podemos
encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes no final da tarde.

8.1 CERRADO

O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira e originalmente ocupava uma área
de quase dois milhões de km², sendo que hoje ocupa cerca apenas 20% do total. Em Mato Grosso a
área ocupada por este bioma é de aproximadamente 300 mil km², o equivalente a 34% do território
estadual. Característico de regiões tropicais, o Cerrado apresenta duas estações bem definidas: verão
chuvoso e inverno seco. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca
que prolonga-se por cinco a seis meses.

Por ter deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, típico solo de savana tropical,
abriga plantas de aparência seca e árvores de troncos retorcidos e curvados com folhas grossas e
esparsas. Estas árvores e plantas vivem em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às
vezes, com campos limpos ou matas não muito altas. Entre as espécies vegetais que caracterizam o
Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a
catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha,
que pode atingir uma altura de 2,5m.

Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são
densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos
às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.

A flora do Cerrado é uma das mais diversas do mundo, possuindo alto grau de endemismo e
riqueza de espécies. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos
habitem o Cerrado. Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos
planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5%
atingem uma altitude acima de 900m. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta
seus rios. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-
Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade.

8.2 PANTANAL

O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, é um bioma constituído principalmente por


savana estépica alagada em sua maior parte com 250 mil km² de extensão, altitude média de 100
metros [1], situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos Estados do
Brasil, além de também englobar o norte do Paraguai e leste da Bolívia (que é chamado de chaco
boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. O nome
complexo vem do fato de a região ter mais de um Pantanal dentro de si. Em que pese o nome, há um
reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira.

8.2.1 Primórdios

A origem do Pantanal é resultado da separação do oceano há milhões de anos. Animais que estão
presentes no mar também existem no pantanal, formando o que se pode chamar de mar interior.
Atraído pela existência de pedras e metais preciosos (que eram usados por indígenas, que já
povoavam a região, como adornos), entre eles o ouro. O português Aleixo Garcia, em 1524, acabou
sendo o primeiro a visitar o território, que alcançou o rio Paraguai através do rio Miranda, atingindo
a região onde hoje está a cidade de Corumbá. Nos anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e
seu acompanhante Domingos Martínez de Irala seguiram pelo rio Paraguai e denominaram Puerto de
los Reyes à lagoa Gayva. Por volta de 1542-1543, Álvaro Nunes Cabeza de Vaca (espanhol e
João Antonio Pereira – Geografia de MT 14
aventureiro) também passou por aqui para seguir para o Peru. Entre 1878 e 1930, a cidade de
Corumbá (situada dentro do Pantanal) torna-se o principal eixo comercial e fluvial do estado de
Mato Grosso, depois acaba perdendo sua importância para as cidades de Cuiabá e Campo Grande,
iniciando assim um período de decadência econômica.

O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região Centro-Oeste
através da implantação de projetos agropecuários trouxe muitas alterações nos ambientes do cerrado,
ameaçando a sua biodiversidade. Preocupada com a conservação do Pantanal, a Embrapa instalou,
em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar,
desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se
iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica, e hoje, além da pecuária, abrange
as mais diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos, hídricos, climatologia, solos,
avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia. Nos últimos anos
houve investimentos maciços no setor do ecoturismo, com diversas pousadas pantaneiras praticando
esta modalidade de turismo sustentável.

8.2.2 Generalidades

O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da
América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km², com 65% de seu
território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região é uma planície pluvial
influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de
rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e
Mata Atlântica.

O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas
que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também para outros
animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados
de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira,
como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai
nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal.
Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos
inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.

O clima é quente e úmido, no verão, e embora seja relativamente mais frio no inverno,
continua apresentando grande umidade do ar devido à evapotranspiração associada à aguá
acumulada no solo no horizonte das raízes durante o período de cheia. A maior parte dos solos do
Pantanal é arenosa e suporta pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado
bovino, introduzido pelos colonizadores da região. Uma parcela pequena da pastagem original foi
substituída por forrageiras exóticas, como a Braquiária (4.5% em 2006) [2]. O balanço de energia
superficial (i.e., a troca de energia entre a superfície e a atmosfera) é muito influenciada pela
presença de láminas de água que cobrem parcialmente o terreno a cada verão, e as características
particulares dos balanços hídrico e de energia acabam por influir no desenvolvimento da Camada
Limite Atmosférica regional.

Preocupada com a conservação do Pantanal a Embrapa instalou, em 1975, em Corumbá,


uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar, desenvolver e transferir
tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se iniciaram com a
pecuária bovina, principal atividade econômica e, hoje, além da pecuária, abrange as mais diversas
áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos e hídricos, climatologia, solos, avaliação dos
João Antonio Pereira – Geografia de MT 15
impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia.

A Planície do Pantanal possui aproximadamente 230 mil km², medida estimada pelos
estudiosos que explicam que dificilmente pode ser estabelecido um cálculo exato de suas dimensões,
por em vários pontos ser muito difícil estabelecer onde começa e onde termina o Pantanal e as
regiões que o circundam, além de a cada fechamento de ciclo de estações de seca e de águas o
Pantanal se modifica.

Sua área é de 138.183 km² (64,64% em Mato Grosso do Sul e 35,36% em Mato Grosso (J.
S. V. SILVA et al, 1998)). Considerada uma das maiores planícies de sedimentação do planeta, o
Pantanal estende-se pela Bolívia e Paraguai, países em que recebe outras denominações, sendo
Chaco a mais conhecida.

Sua constituição, única no planeta, é resultado da separação do oceano há milhões de anos,


formando o que se pode chamar de mar interior. A planície é levemente ondulada, pontilhada por
raras elevações isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, e rica em depressões rasas. Seus
limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e maciços, e é
cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos pertencentes à Bacia do Rio
Paraguai — os principais são os rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana, Miranda e
Apa. O Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre
600 e 700 metros; estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao
sul pelas planícies pampeanas centrais.

O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva divide a vida em dois períodos bem
distintos. Durante os meses da seca — de maio a outubro, aproximadamente — , a paisagem sofre
mudanças radicais: no baixar das águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios
retomam seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior. As águas
escorrem pelas depressões do terreno, formando os corixos (canais que ligam as águas de baías,
lagoas, alagados etc. com os rios próximos).

Nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado, a


água de superfície chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes, com leito definido, a grandes
lagoas próximas a esses rios, chamadas de baías, e a algumas lagoas menores e banhados em áreas
mais baixas da planície. Em muitos locais, torna-se necessário recorrer a águas subterrâneas, do
lençol freático ou aqüíferos, utilizando se bombas manuais e ou tocadas por moinhos de vento para
garantir o fornecimento às moradias e bebedouros de animais domésticos.

As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso e são facilmente
absorvidas. De novembro a abril as chuvas caem torrenciais nas cabeceiras dos rios da Bacia do
Paraguai, ao norte. Com o constante umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde
devido à rebrotação de inúmeras espécies resistentes à falta d'água dos meses precedentes. Esse
grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da planície e a
dificuldade de escoamento das águas pelo alagamento do solo, são responsáveis por inundações nas
áreas mais baixas, formando baías de centenas de quilômetros quadrados, o que confere à região um
aspecto de imenso mar interior.

O aguaceiro eleva o nível das baías permanentes, cria outras, transborda os rios e alaga os
campos no entorno, e morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação —
agrupamentos dessas ilhas são chamados de cordilheiras pelos pantaneiros — nas ilhas e cordilheiras
os animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.

Nessa época torna-se difícil viajar pelo Pantanal pois muitas estradas ficam alagadas e
João Antonio Pereira – Geografia de MT 16
intransitáveis. O transporte de gente, animais e de mercadorias só pode ser feito no lombo de animais
de carga e embarcações — muitas propriedades rurais e povoações (também conhecidas como
corrutelas) localizadas em áreas baixas ficam isoladas dos centros de abastecimento e o acesso a
elas, muitas vezes, só pode ser feito por barco ou avião.

Com a subida das águas, grande quantidade de matéria orgânica é carregada pela correnteza
e transportada a distâncias consideráveis. Representados, principalmente, por massas de vegetação
flutuante e marginal e por animais mortos na enchente, esses restos, durante a vazante, são
depositados nas margens e praias dos rios, lagoas e banhados e, após rápida decomposição, passam a
constituir o elemento fertilizador do solo, capaz de garantir a enorme diversidade de tipos vegetais lá
existente.

Por entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais, adaptados a essa
região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa variedade de vida, traduzida em constante
movimento de formas, cores e sons é um dos mais belos espetáculos da Terra. Por causa dessa
alternância entre períodos secos e úmidos, a paisagem pantaneira nunca é a mesma, mudando todos
os anos: leitos dos rios mudam seus traçados; as grandes baías alteram seus desenhos.

8.2.3 Costumes Pantaneiros

Alimentação

O pantaneiro tem hábito de acordar muito cedo, para as lidas dos seus afazeres, como por
exemplo: a lidade dos seus animais na grande planície da sua região. No seu alimento matutino, logo
na manhã antes de ir a lida, tem o hábito de se alimentar muito bem. Esse hábito tem o nome de
quebra-torto, que é praticamente um café reforçado, com pão, arroz com carne sêca, café e outras
delícias proporcionadas pela vasta planície.

O Tereré Herdado da tradição guarani, o Tereré é uma bebida servida em cuia, com erva-
mate e água gelada. É bastante consumido pelos pantaneiros, principalmente antes do meio dia,
depois da realização do trabalho matutino. Também se toma o tereré a tarde e antes da noite, quase
sempre em rodas de conversas entre famílias, peões ou amigos. Esse costume também chegou nas
cidades pantaneiras, locais onde as pessoas se reúnem nas calçadas para “jogar uma conversa fora” e
se refrescar com a bebida. Em outras regiões, como no Oeste do Paraná, ele é tomado com
refrigerante, mas o tereré original é composto apenas por erva-mate e água natural.

O sarrabulho é uma unanimidade em Corumbá é um prato de alto teor calórico que poucos
sabem preparar. O prato é de origem portuguesa e tornou-se popular no Nordeste e também em
Corumbá. No norte de Portugal é preparado com miúdos de porco ou cabrito. Aqui, talvez pela
atividade pecuária e abundância do produto, se fez a opção pela carne de bovinos, deve ser servido
com arroz branco e mandioca cozida. Ingredientes para o preparo: fígado, rins, coração e carne
moida.

Urucum é uma semente de coloração avermelhada, que vem do tupi uru-ku, significa
vermelho, conhecida popularmente por Urucum, urucu, açafroa, colorau, nome cientifico, da família
botânica Bixáceas, serve como tempero e corante de alimentos. É muito utilizado na culinária
pantaneira em preparos de peixes, jacarés e caldo de piranha, os índios sempre usaram para pintar o
corpo em suas comemorações festivas e com isso, se defender contra picadas dos mosquitos.

Jacarés são répteis bem adaptados ao meio ambiente e dominam ainda hoje muitos habitats.
Ao contrário do que se pensa o jacaré não é lento, se for melindrado ou estiver preste a dar o bote,
adquire velocidade impressionante. Dentro da água, seu ataque é geralmente mortal, já que é um
João Antonio Pereira – Geografia de MT 17
exímio nadador. Os jacarés do Pantanal são diferentes dos da Amazônia. O do Pantanal mede até
2,5m e se alimenta de peixes e é quase inofensivo ao homem. Enquanto o da Amazônia é um pouco
maior (quase 6 metros) e ataca quando ameaçado. Sua carne é comestível, a parte mais nobre do
corpo do animal que é aproveitada é o rabo. É uma carne branca e consistente. Lembra muito a carne
de frango, mas tem um leve sabor de carne de peixe de água doce. Pode ser servida frita ou ensopada
como os peixes.

• Caldo de piranha Pantaneiro As piranhas são um grupo de peixes carnívoros de água doce
que habitam alguns rios do pantanal e demais regiões brasileiras, existem 3 espécies de piranha no
Pantanal e elas podem ser perigosas. Por isso, em local onde se costuma limpar peixes não é
aconselhável mergulhar, pois ela poderá mordê-lo por engano. A piranha também pode morder
depois de morta. Seus dentes afiados podem cortar carne e até osso num movimento brusco. Na
região do Pantanal sua carne é utilizada para se fazer o famoso Caldo de Piranha. Como preparar o
caldo: Limpe as piranhas, deixe-as com a cabeça e tempere-as com o limão, a cebola, o alho, o
cheiro-verde, o sal e a pimenta. Deixe repousar por 1 h. Esquente o óleo, frite as piranhas por alguns
minutos com todos os temperos, adicione o pimentão e o tomate, junte o extrato de tomate e a água,
tampe a panela e deixe ferver. Após 1 h , verifique se o tempero está bom. Coe numa peneira grossa
e sirva.

O arroz carreteiro é uma comida muito conhecida no estado de Mato Grosso do sul e na
região do Pantanal, e foi herdado de peões vindos do sul do pais, onde o Arroz de Carreteiro é tão
típico como o churrasco. Em Mato Grosso ele é servido acompanhado de banana frita. O carreteiro é
uma refeição feita geralmente nas estradas e acampamentos por peões que levam o gado de uma
região para outra permanecendo muitas vezes vários dias fora de casa e levam em suas bagagens a
carne de sol ou resto de churrasco onde depois de picar essa carne a preparam com arroz e tempero a
gosto, alguns carreteiros (motoristas de caminhões) também têm o costume de fazer o arroz
carreteiro por ser uma refeição de fácil preparo nas estradas.

8.2.4 Atividades econômicas

As principais atividades econômicas do Pantanal estão ligadas à criação de gado bovino,


que é facilitada pelos pastos naturais e pela água levemente salgada da região, ideal para esses
animais. Para peões, fazendeiros e coureiros, o cavalo é um dos principais meios de transporte. Os
pescadores, que buscam nos rios sua fonte de sustento e alimentação. Há também, uma pequena
população indígena ribeirinha.

Entre os problemas ambientais do Pantanal estão o desequilíbrio ecológico provocado pela


pecuária extensiva, pelo desmatamento para produção de carvão com destruição da vegetação nativa;
a pesca e a caça predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo de ouro e pedras
preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação das águas dos rios Paraguai e São Lorenço;
o turismo descontrolado que produz o lixo, esgoto e que ameaça a tranqüilidade dos animais, etc.

Uma atividade relativamente nova é o ecoturismo, já existem diversas pousadas pantaneiras


praticando esta modalidade de turismo sustentável. Em Corumbá a atividade de mineração e
siderúrgica são importantes geradoras de emprego e renda, os impactos ambientais destas atividades
estão sendo avaliados existindo muita controvérsia.

O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região
Centro-Oeste através da implantação de projetos agropecuários, trouxe muitas alterações nos
ambientes do cerrado ameaçando a sua biodiversidade.A EMBRAPA Pantanal tem desenvolvido
tecnologias sustentáveis para a região.

João Antonio Pereira – Geografia de MT 18


8.2.5 Diversidade: Flora

A vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica,


Cerrado,Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio,argentino e boliviano). Durante a seca, os
campos se tornam amarelados e não sendo raro a temperatura descer a níveis abaixo de 0 °C, e
registrar geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.

A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora de acordo com


o solo e a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as gramíneas, que são áreas de pastagens
naturais para o gado — a pecuária é a principal atividade econômica do Pantanal. A vegetação de
cerrado, com árvores de porte médio entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, aparece nas alturas
médias. Poucos metros acima das áreas inundáveis, ficam os capões de mato, com árvores maiores
como angico, ipê e aroeira.

Em altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga,
apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas aquáticas, piúvas (da família dos ipês com
flores róseas e amarelas), palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras.O pantanal possui uma vegetação
rica e variada, que inclui a fauna típica de outros biomas brasileiros, como o cerrado, a caatinga e a
região amazônica. A camada de lodo nutritivo que fica no solo após as inundações permite o
desenvolvimento de uma rica flora. Em áreas em que as inundações dominam, mas que ficam secas
durante o inverno, ocorrem vegetações como a palmeira carandá e o paratudal.

Durante a seca, os campos são cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de


cerrado. Essa vegetação também está presente nos pontos mais elevados, onde não ocorre inundação.
Nos pontos ainda mais altos, como os picos dos morros, há vegetação semelhante à da caatinga, com
barrigudas, gravatás e mandacarus. Ainda há a ocorrência de vitória-régia, planta típica da
Amazônia. Entre as poucas espécies endêmicas está o carandá, semelhante à carnaúba.

A vegetação aquática é fundamental para a vida pantaneira: imensas áreas são cobertas por
batume, plantas flutuantes como o aguapé e a salvinia. Essas plantas são carregadas pelas águas dos
rios e juntas formam verdadeiras ilhas verdes, que na região recebem o nome de camalotes. Há ainda
no Pantanal áreas com mata densa e sombria. Em torno das margens mais elevadas dos rios ocorre a
palmeira acuri, que forma uma floresta de galerias com outras árvores, como o pau-de-novato, a
embaúba, o genipapo e as figueiras.

8.2.6 Fauna

A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de
aves (no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-azul-grande,
uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos,
piriquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores chegam a pesar duas gramas), socós
(espécie de garça de coloração castanha), jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões,
carcarás e curicacas.

No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas. Contam-se mais de


80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-pintada (atinge a 1,2 m de comprimento,
0,85 cm de altura e pesa até 150 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-
guará, macaco-prego, cervo do pantanal, bugio (macaco que produz um ruído assustador ao
amanhecer), porco do mato, tamanduá, cachorro-do-mato, anta, bicho-preguiça, ariranha, suçuarana,
quati, tatu etc.

A região também é extremamente piscosa, já tendo sido catalogadas 263 espécies de peixes:
João Antonio Pereira – Geografia de MT 19
piranha (peixe carnívoro e extremamente voraz), pacu, pintado, dourado, cachara,
curimbatá,piraputanga, jaú e piau são algumas das espécies encontradas.

Há 93 espécies de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal e jacaré-de-coroa),


cobra boca de sapo (sucuri, jibóia, cobras-d’água e outras), lagartos (camaleão, calango-verde) e
quelônios (jabuti e cágado).

9. IMPACTOS AMBIENTAIS

Juntamente com o Cerrado, a Amazônia é o bioma que experimenta as maiores taxas de


conversão de florestas em uso agropecuário. Na Amazônia, esta conversão se deu, principalmente,
para o estabelecimento de pastagens, com florestas sendo derrubadas e queimadas anualmente. A
indústria de extração madeireira, embora possuindo menor importância em termos de impacto total
sobre o ecossistema amazônico, tende a se constituir em sério problema em diversas regiões do
Estado. Outra pressão significativa sobre os ecossistemas amazônicos está representada pela
construção de barragens para produção de energia elétrica. Embora o impacto esteja distribuído
sobre um percentual relativamente pequeno da superfície da região, há que se preocupar com a
diversidade faunística das áreas a serem inundadas.

As mudanças hidrológicas trazidas pelas barragens podem também afetar os tabuleiros de


reprodução de tartarugas amazônicas. Este impacto poderá ter importantes reflexos na economia
regional, porque os quelônios da região se constituem em recursos de subsistência significativos para
populações locais, especialmente as próximas aos rios das Mortes e Araguaia. O impacto a ser
produzido pelo barramento de rios amazônicos sobre a ictiofauna também não tem tido a devida
apreciação. A mudança nos padrões de flutuação cíclica nos níveis dos rios, além das novas
condições físico-químicas dos reservatórios, poderão também afetar negativamente os padrões
naturais de diversidade de espécies da ictiofauna da Amazônia mato-grossense.

Para algumas espécies da fauna amazônica, a caça comercial e de subsistência se


constituem em pressões capazes de levar populações locais à extinção, ou pelo menos à uma
rarefação extrema das densidades naturais. As espécies exploradas se constituem em recursos
tradicionalmente utilizados como fontes de proteína pelas populações indígenas (Gross, 1975). A
caça de subsistência tem sido bastante eficiente na eliminação de várias populações de primatas. A
experiência com projetos de colonização na Amazônia indica que as populações de primatas são as
primeiras a serem extirpadas nas áreas circunvizinhas a núcleos urbanos.

Outro problema que causou e ainda causa tremendo impacto ambiental é o garimpo de ouro.
O mercúrio utilizado no processamento do ouro tem o potencial de se incorporar nas cadeias
alimentares das comunidades locais, expandindo grandemente a sua área de influência.

A construção de estradas propaga o garimpo e traz doenças Além dos aspectos elencados
acima vale a pena citar: Garimpo de Ouro: Assoreamento, erosão e poluição dos cursos d’água;
problemas sociais; degradação da paisagem e da vida aquática; contaminação por mercúrio com
conseqüências sobre a pesca e a população. Grandes Projetos Agropecuários: Incêndios; destruição
da fauna e da flora; erosão, assoreamento e contaminação dos cursos d’água por agrotóxicos;
destruição de reservas extrativistas, destruição de sítios arqueológicos.

Mineração Industrial: Degradação da paisagem; poluição e assoreamento dos cursos d’água;


esterilização de grandes áreas e impactos sócio-econômicos. Usinas Hidrelétricas: Impacto cultural e
sócio-econômico (povos indígenas) e sobre a fauna e a flora; inundação de áreas florestais, agrícolas,
etc.; destruição de sítios arqueológicos. Indústrias de Ferro-Gusa: Demanda de carvão vegetal da
floresta nativa - desmatamento; exportação de energia a baixo valor e alto custo ambiental; poluição
João Antonio Pereira – Geografia de MT 20
das águas, ar e solo. Grandes Indústrias: Poluição do ar, água, solo; geração de resíduos tóxicos;
conflitos com o meio urbano. Construção de Rodovias: Destruição de culturas indígenas; propagação
do garimpo e de doenças endêmicas; grandes projetos agropecuários; explosão demográfica. Caça e
Pesca Predatória: Extinção de mamíferos aquáticos; diminuição de populações de quelônios, peixes e
animais de valor econômico-geológico.

Crescimento Populacional: Problemas sociais graves; ocupação desordenada e vertiginosa


do solo (migração interna) com sérias conseqüências sobre os recursos naturais.
Fonte: O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. A população de Mato Grosso é de 2. 854 642
habitantes, segundo o censo demográfico de 2005, com dados recentemente coletados pelo IBGE.
Mato Grosso é o décimo-nono Estado mais populoso do Brasil e concentra 1,47% da população
brasileira. Do total da população do Estado em 2000, 1.217.166 habitantes são mulheres e 1.287.187
habitantes são homens. Mato Grosso ocupa o IDH 9º entre os Estados do Brasil.

Mestiços - 55,5% brancos 40,6% nativos -2,1% outros - 1,8% incluindo negros , chineses ,
japoneses etc.

10. ECONOMIA

Durante o período colonial do Brasil, a capitania de São Paulo (atualmente Mato Grosso)
todo o comércio era o monopólio da capitania para a Metrópole, Portugal. Os principais sistemas
produtivos eram a mineração, cana-de-açúcar, erva-mate, poaia, borracha e pecuária.

A mineração foi o principal motivo do sustento dos habitantes na região durante as


expedições Bandeirantes no século XVIII. A mão-de-obra era de escravos negros e índios e a
fiscalização muito rígida ordenada pela coroa em Portugal. A pirâmide social baseava-se somente
em mineradores e escravos.

A pecuária e a agricultura foram os principais sistemas comerciais de Mato Grosso do


Século XX e Século XXI. Devido o crescimento econômico com as exportações, Mato Grosso é um
dos principais produtores e exportadores de soja do Brasil.

A partir de 1985, a economia mato-grossense registrou o maior crescimento no país, 315%,


de acordo com os resultados de pesquisa do IBGE. Os dados confirmaram o resultado favorável da
atividade agropecuária, além do comércio varejista impulsionado pelo comércio de vendas de
automóveis e material de construção. Em 2004, o Estado obteve uma recuperação nas atividades
econômicas, apresentando a maior taxa de crescimento desde 1994, ou seja, 10,2%; e a segunda
maior do Brasil, ficando atrás apenas do Amazonas, com 11,5%.

Aumento da arrecadação de impostos, do consumo de energia elétrica e das exportações e


importações, são alguns dos indicadores positivos que Mato Grosso vem apresentando nos últimos
anos. Essa tendência de crescimento vem sendo constatada também em 2008, segundo os dados
divulgados pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), que confirmam o bom
desempenho da economia estadual neste primeiro trimestre do ano. De acordo com o levantamento
da Fiemt - que compara o primeiro trimestre de 2008 com o mesmo período do ano passado, o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) total do Estado obteve uma variação
nominal positiva de 18,8%, enquanto que a arrecadação do referido imposto no setor industrial teve
incremento de 26,4%. Outro indicador que apresentou crescimento foi o consumo de energia
elétrica.

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a produção gerada no Estado, atingiu
em valores correntes R$ 27,9 bilhões, posicionando Mato Grosso em 15º lugar na economia
João Antonio Pereira – Geografia de MT 21
nacional. Na região onde a agropecuária é atividade econômica mais intensa, foi registrada perda na
produção, sendo que os estados de Mato Grosso do Sul e Goiás tiveram reduções na cultura da soja e
do feijão. Somente Mato Grosso manteve o ritmo de crescimento.

O PIB per capita, resultado da divisão do total da produção gerada no Estado pelo número
de habitantes, registrou em 2004 uma sensível melhora na distribuição da renda estadual. Ele
alcançou o valor de R$ 10.162,00, acima da média nacional que foi de R$ 9.743,00, fazendo com
que Mato Grosso passasse para a 9ª posição no ranking nacional contra a 12ª no ano anterior.

10.1 Turismo
O turismo é indiscutivelmente a atividade econômica que mais cresce e se desenvolve em
todo mundo. Alguns setores classificam-no de Indústria sem Chaminés, já que é grande gerador de
divisas e de empregos. Todas as organizações ligadas a economia mundial; ONU, OCOE e BIRD,
são unânimes em afirmar que, nas primeiras décadas do terceiro milênio o turismo será a primeira
atividade da economia mundial. A beleza cênica de Mato Grosso é ímpar e a ação conjunta do trade
turístico e Governo de Estado devem contribuir decisivamente no processo de desenvolvimento
econômico do Estado.

Uma pesquisa do SEBRAE, feita em 2006, revelou que o turista aumentou o tempo de
permanência em Mato Grosso de 6,25 dias para 6,5. Em 2005 o turismo representava no PIB
estadual 1,14%, já em 2006 alcançou 1,5%. A principal meta de crescimento prevista para 2007 pela
Secretaria de Desenvolvimento do Turismo, Sedtur, era o aumento de 20% no fluxo de turistas. Mas
em apenas cinco meses este percentual foi alcançado.

Pode-se observar a incidência de diversos tipos de turismo no Estado, tais como: Turismo
arqueológico, cultural, de negócios, 3ª idade, religioso, eco turismo, saúde, contemplação, rural,
pesca esportiva, GLS, esportes radicais, indígena e tecnológico.

10.2 Setor Energético

Com a privatização do setor energético, o governo estadual procurou afastar a ameaça de


racionamento de energia que emperrava o desenvolvimento de Mato Grosso e inviabilizava
investimentos na produção. Apesar das medidas que o governo federal adotou face aos problemas de
estiagem em todo o país, o que resultou em severas determinações de racionamento de energia
elétrica em várias regiões do Brasil, incluindo o centro-oeste e conseqüentemente Mato Grosso, o
Estado superou esta difícil situação.

A viabilidade e auto-suficiência de Mato Grosso no setor de geração de energia vêm dos


investimentos feitos pela REDE-Cemat, pela construção da Usina Termoelétrica em Cuiabá, pela
conclusão da Usina de Manso e pelos investimentos de empresas no setor de construção de novas
PCHs e Hidrelétricas. Segundo a Secretaria de Planejamento do Estado, Seplan, em 2006 Mato
Grosso consumiu 3.950.894 MWH de energia. A classe residencial foi responsável por 33,39% do
consumo, seguido pelo comércio com 23,12%, a indústria com 19,27% e da zona rural com 10,41%.

10.3 Pecuária
Um dos alicerces da economia estadual é a pecuária, que tem o maior rebanho de bovinos
do país, são aproximadamente 26 milhões de cabeças, Mato Grosso do Sul é o segundo colocado
com 24 milhões.
João Antonio Pereira – Geografia de MT 22
A implantação de indústrias frigoríficas no Estado aumentou a capacidade de abate,
permitindo inclusive a exportação de determinados produtos industrializados pelo setor. São
destaque na produção de Mato Grosso as regiões Norte, Nordeste e Sudoeste. Segundo dados da
Secretaria de Estado de Planejamento, SEPLAN, os principais produtores de carne bovina são os
municípios de Cáceres, Juara, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes e Lacerda, Alta Floresta e
Vila Rica.

A produção de leite do Estado é destaque nos municípios de Rondonópolis, Juscimeira,


Jaciara, Dom Aquino, São José dos Quatro Marcos, Barra do Bugres, Colíder e Tangará da Serra. Os
municípios campeões em produção de mel no Estado são Barra do Garças, Água Boa, Cáceres e
Querência. Já a produção de ovos, que em 2006 foi de 2,1 bilhões de dúzias, é destaque nos
municípios de Mirassol d´Oeste, Tangará da Serra, Alta Floresta, Juína, Itaúba, Santo Antônio de
Leverger e Campo Verde.
Segundo dados do IBGE, em 2006, Mato Grosso abateu cerca de 3,9 bilhões de cabeças de frangos,
e o setor tende a crescer ainda mais. Boa parte da produção é voltada para a exportação, como para o
mercado asiático, mas atende também ao consumo interno.

10.4 Madeira
O agronegócio madeireiro se destaca no cenário econômico do Estado. Segundo o IBGE,
em 2003 cerca de 33% da mão de obra empregada no Estado trabalhou no setor madeireiro. Em
2004, existiam em Mato Grosso 2.731 indústrias de fabricação de produtos de madeira gerando
22.057 empregos diretos.

O setor se encontrava em franca expansão, mas o ano de 2005 foi marcado por duas grandes
situações que o afetaram drasticamente. A Operação Curupira, deflagrada pela Polícia Federal com o
objetivo de coibir a extração e o transporte ilegal de madeira e as mudanças na política ambiental do
Estado.

O setor enfrentou ainda as sucessivas desvalorizações cambiais do dólar. Assim, em 2005,


o mercado madeireiro registrou perda de US$ 46,23 milhões. Com os eventos negativos neste ano o
beneficiamento da madeira contou com apenas 719 unidades industriais, empregando 14.122 postos
de trabalho. Comparando aos resultados de 2004, houve uma queda de 36% em 2005 em relação ao
número de empregos gerados pelo setor.

10.5 Indústria
O parque industrial de Mato Grosso conta com aproximadamente 7.150 indústrias com
cinco pessoas ou mais pessoas trabalhando, de acordo com os estudos do IBGE, em 2005. Os
segmentos industriais por ordem de importância são assim representados: fabricação de produtos
alimentícios e bebidas (46%), fabricação de produtos de madeira (21%), fabricação de coques,
combustíveis e produção de álcool (8%), minerais não metálicos (6%) e outros.
Ainda segundo o IBGE, em 2005 a fabricação de produtos alimentícios, possuía 525 unidades
industriais no Estado e foi responsável por 31.528 empregos com carteira assinada, representando
45% de todos os empregos gerados pelo setor em Mato Grosso.

O beneficiamento da madeira na mesma época apresentou 719 unidades industriais,


empregando 14.122 postos de trabalho. Mas, devido a mudanças na política ambiental, este setor da
indústria vem perdendo representatividade visto que em 2004 eram 22.057 empregos gerados, uma
queda de 36% em relação a 2005.

João Antonio Pereira – Geografia de MT 23


A cana-de-açúcar também tem papel fundamental na economia. Pois além de responder por
grande oferta de mão-de-obra, ainda é responsável pela produção de álcool e açúcar, sendo que
grande parte é consumida na região Centro-Oeste. Com apenas 11 unidades industriais gerou 5.536
empregos em 2005. São destaque nesta produção os municípios de Aripuanã, Alta Floresta, Juara,
Juína, Marcelândia, Guarantã do Norte, Feliz Natal, Tapurah, Sorriso, Campo Novo dos Parecis,
Barra do Bugres, São José do Rio Claro, Jaciara, Rondonópolis, Poconé e Barra do Garças.

O parque industrial de Mato Grosso conta com aproximadamente 7.150 indústrias com
cinco pessoas ou mais pessoas trabalhando, de acordo com os estudos do IBGE, em 2005. Os
segmentos industriais por ordem de importância são assim representados: fabricação de produtos
alimentícios e bebidas (46%), fabricação de produtos de madeira (21%), fabricação de coques,
combustíveis e produção de álcool (8%), minerais não metálicos (6%) e outros. Ainda segundo o
IBGE, em 2005 a fabricação de produtos alimentícios, possuía 525 unidades industriais no Estado e
foi responsável por 31.528 empregos com carteira assinada, representando 45% de todos os
empregos gerados pelo setor em Mato Grosso.

O beneficiamento da madeira na mesma época apresentou 719 unidades industriais,


empregando 14.122 postos de trabalho. Mas, devido a mudanças na política ambiental, este setor da
indústria vem perdendo representatividade visto que em 2004 eram 22.057 empregos gerados, uma
queda de 36% em relação a 2005. A cana-de-açúcar também tem papel fundamental na economia.
Pois além de responder por grande oferta de mão-de-obra, ainda é responsável pela produção de
álcool e açúcar, sendo que grande parte é consumida na região Centro-Oeste. Com apenas 11
unidades industriais gerou 5.536 empregos em 2005.

10.6 Comércio
O setor comercial e de serviços têm papel importante no desenvolvimento econômico e
social do Estado. De acordo com o IBGE, em 2005, Mato Grosso apresentou mais de 77 mil
empresas instaladas, o que gerou mais de 393 mil empregos.
O comércio varejista possui 82% de participação no segmento de comércio no Estado, seguido de
11% de participação do comércio de veículos, peças e motocicletas e 7% de participação do
comércio por atacado. Em relação ao total de empregos gerados, o varejo emprega 71% da mão de
obra do setor, seguido por 15% do comércio por atacado e 14% do comércio de veículos.

10.7 Agricultura
A partir da década de 1980, devido aos tipos de solos existentes no Estado, à modernização
da prática agrícola e, também, à expansão da área cultivada, a agropecuária iniciou um processo de
aumento da produção, consolidando-se como principal setor da economia de Mato Grosso.

Já na década de 1990, o Estado alcançou o primeiro lugar em produção de soja e algodão,


segundo lugar na produção de arroz e terceiro em produção de grãos, oleaginosas e fibras no país. De
acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, a projeção desses
resultados favoráveis indica que, em pouco tempo, Mato Grosso será o maior produtor de grãos,
oleaginosas e fibras do país.

Sobressaem-se no Estado as culturas de algodão, soja, café, milho, feijão, amendoim,


mamona, mandioca, banana, cana de açúcar, guaraná, cacau e sorgo, e numa escala menor a laranja,
abacaxi, manga, acerola e côco-da-baía.

Na produção agrícola destacam-se em Mato Grosso principalmente os municípios de


Sorriso, Campo Verde, Nova Ubiratã, Sapezal, Sinop, Campo Novo dos Parecis, Tapurah, Primavera
João Antonio Pereira – Geografia de MT 24
do Leste, Pedra Preta, Itiquira, Diamantino, Nova Mutum, Campos de Júlio, Alto Taquari e Lucas do
Rio Verde.

10.8 Recursos Minerais

Foi através da mineração que se deu a ocupação de Mato Grosso, garantindo, assim, a
presença avançada de portugueses nesta porção territorial brasileira. A partir daí surgiram Cuiabá,
Vila Bela, Diamantino, Cocais e outros lugares.
Diferente do que muitos imaginam, os minerais úteis estão escassamente distribuídos na crosta
terrestre. Suas concentrações seletivas naturais, além de raras, nem sempre são exploráveis. Primeiro
porque sua concentração deve se constituir em um minério - esta é uma condição tecnológica.
Segundo, porque é necessário que haja volume suficiente de minério para que a ocorrência se
constitua numa jazida - condição econômica.

Ao se fazer a apreciação de uma técnica mineira, e a garimpagem é uma delas, deve-se ter
em mente que um depósito mineral depende de certos fatores, a saber:
a) dos níveis atuais da economia, ou seja, do desenvolvimento econômico-industrial da região ou do
país, de acordo com o tamanho do empreendimento e com a técnica ao alcance;
b) das condições geográficas da ocorrência;

c) das peculiaridades do jazimento e da qualidade do minério.

Além de escassos, os depósitos minerais vêm se tornando cada dia mais efêmeros devido
ao contínuo crescimento de sua comercialização, por um consumo sempre ascendente. Em
contraposição, a probabilidade de se descobrir novas jazidas continua em franco declínio.

Hoje temos reservas minerais diversas, identificadas por mapeamento executado pelo
Departamento Nacional de Produção Mineral, DNPM-MT. Dentre os quais se destacam: Água
Mineral, Areia, Apatita, Argila, Água Termal, Ametista, Calcário, Cascalho, Chumbo, Cristal de
Rocha, Cobre, Diamante, Ferro, Grafite, Manganês, Molisdênio, Ouro, Pirita, Sal, Turfa, Titânio,
Topázio e Zinco.

11. MICRORREGIÕES

O estado é subdividido nas seguintes microrrgiões: Microrregião de Alta Floresta,


Microrregião do Alto Araguaia, Microrregião do Alto Guaporé, Microrregião do Alto Pantanal,
Microrregião do Alto Paraguai, Microrregião do Alto Teles Pires, Microrregião de Arinos,
Microrregião de Aripuanã, Microrregião de Canarana, Microrregião de Colíder, Microrregião de
Cuiabá, Microrregião de Jauru, Microrregião do Médio Araguaia, Microrregião do Norte Araguaia,
Microrregião de Paranatinga, Microrregião de Parecis, Microrregião de Primavera do Leste,
Microrregião de Rondonópolis, Microrregião de Rosário Oeste, Microrregião de Sinop, Microrregião
de Tangará da Serra, Microrregião de Tesouro

3. DIVISÃO HIDROGRÁFICA DE MATO GROSSO

I. REGIÃO HIDROGRÁFICA NACIONAL DO RIO AMAZÔNIA


I - Região Hidrográfica Regional do Rio Aripuanã
Unidade de Planejamento O Rio Guaporé faz fronteira com Bolívia e o Estado de Rondônia, tem como
e Gerenciamento do Rio seus principais tributários o rio Piolho, rio Vermelho, rio Galera, rio Sararé, rio
Guaporé (A - 15) Pindaituba, rio Alegre e rio Barbado. A área total desta Unidade é de 38.880,42

João Antonio Pereira – Geografia de MT 25


Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Comodoro, Nova
Lacerda, Conquista D’Oeste, Póntes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima
Trindade, Jaurú, Porto Esperidião, Tangará da Serra, Campos de Julio e Vale
de São Domingos.

Unidade de Planejamento O Rio Aripuanã, faz fronteira com os Estados de Amazonas e Rondônia. Seus
e Gerenciamento Rio principais tributários são os rio Natal, rio Canamã, Rio Morerú, rio Capitari, rio
Aripuanã (A - 2) Fuquin, rio do Sul e rio Vinte e Um. A Área total desta Unidade é de 39.630.23
Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Juruena, Juína,
Castanheira, Colniza, Aripuanã e Cotriguaçu.
Unidade de Planejamento O Rio Roosevelt tem como seus principais tributários o rio Flor do Prado, rio
e Gerenciamento do Rio Quatorze de Abril e rio Capitão Cardoso. A área total da Unidade esta estimada
Roosevelt ( A - 1) em 47.359,08 Km², e compreende o total ou em parte os municípios de
Rondolândia, Juína, Aripuanã e Colniza.

II – Região Hidrográfica do Rio Juruena – Teles Pires


Unidade de Planejamento O Alto Rio Juruena tem como seus principais tributários os rios Iquê, rio Juína,
e Gerenciamento do Alto rio Papagaio e rio Vermelho. A área total de 64.309,44 km², compreende o total
Rio Juruena (A – 14) ou em parte os municípios de Juruena, Castanheira, Juara, Juína, Brasnorte,
Sapezal, Comodoro, Campos de Júlio, Conquista do Oeste, Pontes e Lacerda,
Aripuanã, Campo Novo dos Parecis, Nova Lacerda, Vale de São Domingos e
Tangará da Serra.
Unidade de Planejamento O Rio Sangue tem como seus principais tributários os rios Tenente Noronha,
e Gerenciamento do Rio rio Cravarí, rio Treze de Maio e rio Benedito. Esta Unidade possui uma área
Sangue (A – 13) total de 28.919.42 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de,
Juara, Nova Maringá, Diamantino, Brasnorte, Nova Brasilândia, Tangará da
Serra e Campo Novo dos Parecis.
Unidade de Planejamento O Rio Arinos tem como seus principais tributários o rio Batelão, rio mestre
e Gerenciamento do Rio Falcão, rio Chandles, rio Souza Azevedo, rio são Miguel, rio Tomé de França,
Arinos (A - 12) rio Marapé, rio dos Patos, rio preto, rio Novo e rio Claro. Esta Unidade possui
uma área total 58.842,66 Km² e compreende o total ou em parte os municípios
de Nova Marilândia, Nortelândia, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte,
Santa Rita do Trivelato, Juara, Novo Horizonte do Norte, Tabaporã, Porto dos
Gaúchos, Nova Maringá, Itanhangá, Tapurah, Lucas do Rio Verde, São José do
Rio Claro, Nova Mutum, Nobres, Ipiranga do Norte, Itaúba, e Diamantino.

Unidade de Planejamento O Baixo Rio Juruena faz divisa com o Estado do Amazonas. Seus principais
e Gerenciamento do Baixo tributários são rio São Tomé, rio Santana, e rio Matrinxã. A área total esta
Rio Juruena (A - 3) estimada em 29.490,08 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de
Juara, Nova Monte Verde, Nova Bandeirante, Juruena, Cotriguaçu e Apiacás.

Unidade de Planejamento O Alto Rio Teles Pires tem como seu principais tributários o rio Verde, rio
e Gerenciamento do Alto Celeste e rio Morocó. A área total é 34.408,90 Km², compreende o total ou em
Rio Teles Pires (A - 11) parte os municípios de Sinop, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Sorriso,
Vera, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato, Boa Esperança do Norte, Porto
dos Gaúchos, Planalto da Serra, Rosário Oeste, Paranatinga, Primavera do
Leste, Nobres, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã, Tapurah, Itanhangá, Tabaporã
e Nova Brasilândia.
Unidade de Planejamento O Médio Rio Teles Pires faz divisa com o Estado do Pará, sua área total é de
e Gerenciamento do 35.835,12 Km². Seus principais Tributários são os rio Tapaiúna, rio Parado, rio
Médio Rio Teles Pires (A Pombo. Á Esta Unidade compreende o total ou em parte os municípios de
- 5) Novo Mundo, Carlinda, Alta Floresta, Nova Canaã do Norte, Matupá, Peixoto
de Azevedo, Nova Guarita, Colider, Tabaporã, Marcelândia, Sinop, Terra Nova
do Norte, Nova Santa Helena, Itaúba, Guarantã do Norte, Cláudia, Sinop,
Sorriso, e Ipiranga do Norte.
Unidade de Planejamento O Baixo Rio Teles Pires faz fronteira com o Estado do Pará, sua área total é de
e Gerenciamento do Baixo 39.137,44 Km². Seus principais tributários são os rios Ximari, rio Paranaita e
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Rio Teles Pires (A - 4) rio Santa Helena. Esta unidade compreende total ou em parte os municípios de
Paranaita, Nova Bandeirantes, Apiacás, Nova Canaã do Norte, Nova Monte
Verde, Alta Floresta, Carlinda, Novo Mundo, Tabaporã e Juara.
III – Região Hidrográfica do Rio Xingú
Unidade de Planejamento O Alto Rio Xingú tem como seus principais tributários os rios Sete de
e Gerenciamento do Alto Setembro, rio Coluene, rio Tanguro, rio Cursivero. Sua área total é de
Rio Xingú (A - 9) 44.754,27 Km² e compreendem o total ou em parte os municípios de Primavera
do Leste, Santo Antônio do Leste, Campinápolis, Paranatinga, Água Boa,
Gaúcha do Norte, Canarana, Canarana, Planalto da Serra, Nova Nazaré, Nova
Xavantina e Querência.
Unidade de Planejamento O Rio Ronuro tem como seus principais Tributários os rios Jatobá, rio Von Den
e Gerenciamento do Rio Stelnen e rio Álamo. Esta Unidade possui uma área total de 30.272,76 Km² e
Ronuro (A - 10) compreende o total ou em parte os municípios de, Paranatinga, Gaúcha do
Norte, Boa Esperança do Norte, Nova Ubiratã e Feliz Natal.
Unidade de Planejamento O Rio Suiã – Miçu tem como seus principais Tributários os rios Pacas, rio
e Gerenciamento do Rio Paranaíba, rio Darro e rio Turvo. A área total desta unidade é de 31.117,62Km²
Suiã -Miçu (A - 8) compreende o total ou em parte os municípios de Querência, Canarana,
Ribeirão Cascalheira, Bom Jesus do Araguaia, Alto Boa Vista, São Félix do
Araguaia, Marcelândia, Feliz Natal e São José do Xingú.
Unidade de Planejamento O Rio Manissauá-Miçu tem como seus principais tributários o rio São
e Gerenciamento do Rio Francisco, rio Arraias, rio Hauaia-Miçu, rio Ítrio Barbosa, rio Azul. A área total
Manissauá-Miçu (A - 6) desta Unidade é de 33.047,29 Km² e compreende o total ou em parte os
municípios de Nova Ubiratã, Feliz Natal, Vera, Santa Carmem, Sinop, União
do Sul, Cláudia, Marcelândia, Querência, Boa Esperança do Norte, São Félix
do Araguaia, Itaúba e Nova Santa Helena.
Unidade de Planejamento O Médio Rio Xingu tem como seus principais tributários o rio Jarinã e rio
e Gerenciamento do Paturi. A área total desta unidade é de 35.835,12 Km², compreende o total ou
Médio Rio Xingú (A - 7) em parte os municípios de Guarantã do Norte, Canabrava do Norte, Bom Jesus
do Araguaia Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia, São José do Xingu, Porto
Alegre do Norte, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Vila Rica, Matupá, Peixoto
de Azevedo e Marcelândia.

4. DADOS GERAIS:

Capital: Cuiabá
Região: Centro-Oeste
Sigla: MT
Gentílico: mato-grossense
População: 2.854.456 (estimativa de 2007)
Área (em km²): 903.357
Densidade Demográfica (habitantes por km²): 2,6
Quantidade de municípios: 141

DADOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

Produto Interno Bruto (PIB)*: R$ 27 935 000 (2004)


Renda Per Capita*:R$ 10.162 (2005)
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,776
Principais Atividades Econômicas: agricultura, pecuária e mineração.
Mortalidade Infantil (antes de completar 1 ano): 21,6 por mil (em 2000*)
Analfabetismo:10,1% (2003)
Espectativa de vida (anos): 72,6 (2003)

PONTOS TURÍSTICOS E CULTURAIS

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- Igreja do Rosário
- Igreja de São Benedito
- Palácio da Instrução
- Museu da Imgem e do Som de Cuiabá
- Museu Rondon
- Zoológico
- Museu de Arte e Cultura Popular (UFMT)
- Parque Mãe Bonifácia
- Parque Mossairo Okamura
- Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense
- Obelisco do Centro Geodésico da América do Sul

Etnias: brancos (36,7%), negros (7%), pardos (55,2%) , amarelos ou indígenas (1,1%)
Rios importantes: Juruena, Teles Pires, Araguaia, Xingu, Paraguai, Piqueri, Cuiabá.
Principais cidades: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Sinop, Tangará da
Serra, Barra do Garças, Alta Floresta.
Climas predominantes : tropical e equatorial.

MUNICÍPIOS DE MT

1. Acorizal ,Água Boa, Alta Floresta, Alto Araguaia, Alto Boa Vista, Alto Garças, Alto
Paraguai, Alto Taquari, Apiacás, Araguaiana, Araguainha, Araputanga, Arenápolis,
Aripuanã, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Barra do Garças, Bom Jesus do Araguaia,
Brasnorte, Cáceres, Campinápolis, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Campos de Júlio,
Canabrava do Norte, Canarana, Carlinda, Castanheira, Chapada dos Guimarães, Cláudia,
Cocalinho, Colíder, Colniza, Comodoro, Confresa, Conquista D'Oeste, Cotriguaçu, Cuiabá,
Curvelândia, Denise, Diamantino, Dom Aquino, Feliz Natal, Figueirópolis D'Oeste, Gaúcha
do Norte, General Carneiro, Glória D'Oeste, Guarantã do Norte, Guiratinga, Indiavaí, Itaúba,
Itiquira, Jaciara, Jangada, Jauru, Juara, Juruena, Juscimeira, Lambari D'Oeste, Lucas do Rio
Verde, Luciára, Marcelândia, Matupá, Mirassol d'Oeste, Nobres, Nortelândia, Nossa Senhora
do Livramento, Nova Bandeirantes, Nova Brasilândia, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita,
Nova Lacerda, Nova Marilândia, Nova Maringá, Nova Monte Verde, Nova Mutum, Nova
Nazaré, Nova Olímpia, Nova Santa Helena, Nova Ubiratã, Nova Xavantina, Novo Horizonte
do Norte, Novo Mundo, Novo Santo Antônio, Novo São Joaquim, Paranaíta, Paranatinga,
Pedra Preta, Peixoto de Azevedo, Planalto da Serra, Poconé, Pontal do Araguaia, Ponte
Branca, Pontes e Lacerda, Porto Alegre do Norte, Porto dos Gaúchos, Porto Esperidião, Porto
Estrela, Poxoréo, Primavera do Leste, Querência, Reserva do Cabaçal, Ribeirão Cascalheira,
Ribeirãozinho, Rio Branco, Rondolândia, Rondonópolis, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa
Carmem, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita do Trivelato, Santa Terezinha, Santo Afonso,
Santo Antônio do Leste, Santo Antônio do Leverger, São Félix do Araguaia, São José do
Povo, São José do Rio Claro, São José do Xingu, São José dos Quatro Marcos, São Pedro da
Cipa, Sapezal, Serra Nova Dourada, Sinop, Sorriso, Tabaporã, Tangará da Serra, Tapurah,
Terra Nova do Norte, Tesouro,Torixoréu, União do Sul, Vale de São Domingos, Várzea
Grande, Vera, Vila Bela da Santíssima Trindade eVila Rica.

Bandeira Brasão Mapa

Hino Capital Área Total


Cuiabá 903.357 km²
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Sigla Região População
MT Centro-Oeste 2.803.274 hab (2005)

Municípios mais populosos: Cuiabá (526.831), Várzea Grande (237.925), Rondonópolis


(179.094), Sinop (110.513), Cáceres (86.805), Tangará da Serra (79.870), Sorriso (57.794), Barra do
Garças (54.882), Primavera do Leste (46.311), Juina (39.582).

BIBLIOGRAFIA

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RADAMBRASIL, Folha SD, 1 Cuiabá. Pp. 25-175. Rio de Janeiro. Levantamento de Recursos
Naturais, 26, 1982.
BASTOS, U.R. (1972) Expansão Territorial do Brasil Colônia no Vale do Paraguai (1767-
1801). São Paulo: EDUSP, 1972.
BIANCO, B.F. (1987) Antropologia das sociedades contemporâneas. Rio de Janeiro: Global
Universitária, 1987.
BORGES, F.T.M. (1991) Do Extrativismo à Pecuária: algumas observações sobre a História
Econômica de Mato Grosso (1870-1930). Cuiabá: Gráfica Genus, 1991.
CASTRO, M.I. & GALETTI, L. (1994) Um histórico dos usos sociais da biodiversidade em
Mato Grosso. In: CASTRO, C. (org.) Diagnóstico Florestal de Mato Grosso. Brasília:
FUNATURA/ITTO, 1994. (prelo)
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MELGAÇO, Barão de (1949) Apontamentos cronológicos da Província de Mato Grosso. In:
Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa
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SOUZA, J.C.C. (1995) : Geografia Regional - 4º Ed.. Gráfica Atalaia, Cuiabá, Mato Grosso,
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