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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA

E CARIBE
VOLUME I
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

Ministro de Estado Embaixador Celso Amorim


Secretário-Geral Embaixador Antonio de Aguiar Patriota

FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSMÃO

Presidente Embaixador Jeronimo Moscardo

Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais

Diretor Embaixador Carlos Henrique Cardim

Academia Brasileira
de Direito Internacional

Presidente Wagner Menezes

A Fundação Alexandre de Gusmão, instituída em 1971, é uma fundação pública vinculada ao


Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade de levar à sociedade civil informações
sobre a realidade internacional e sobre aspectos da pauta diplomática brasileira. Sua missão é
promover a sensibilização da opinião pública nacional para os temas de relações internacionais
e para a política externa brasileira.

Ministério das Relações Exteriores


Esplanada dos Ministérios, Bloco H
Anexo II, Térreo
70170-900 Brasília, DF
Telefones: (61) 3411-6033/6034
Fax: (61) 3411-9125
Site: www.funag.gov.br
RAMON DE VASCONCELOS NEGÓCIO
RODRIGO CARNEIRO CIPRIANO
(ORGANIZADORES)

Constituições da América Latina e


Caribe
Volume I

Brasília, 2010
Copyright © Fundação Alexandre de Gusmão
Ministério das Relações Exteriores
Esplanada dos Ministérios, Bloco H
Anexo II, Térreo
70170-900 Brasília – DF
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E-mail: funag@itamaraty.gov.br

Capa:
Los muchos colores de la sal que sólo al final termina
blanca; salineras de Salinas.

Equipe Técnica:
Maria Marta Cezar Lopes
Cíntia Rejane Sousa Araújo Gonçalves
Erika Silva Nascimento
Fabio Fonseca Rodrigues
Júlia Lima Thomaz de Godoy
Juliana Corrêa de Freitas

Programação Visual e Diagramação:


Juliana Orem e Maria Loureiro

Impresso no Brasil 2010


C775 Constituições da América Latina e Caribe /
organizado por Ramon de Vasconcelos Negócio e
Rodrigo Carneiro Cipriano. -- Brasília : FUNAG,
2010.
v. 1, 820p.

Texto em duas línguas português e espanhol.

ISBN: 978-85-7631-232-1

1. Constituição. 2. Direito constitucional. I.


Vasconcelos Negócio, Ramon de II. Cipriano,
Rodrigo Carneiro (Org.)

CDU: 342.4(8)

Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme


Lei n° 10.994, de 14/12/2004.
Sumário

Apresentação, 7
Embaixador Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores do Brasil

Argentina, 9

Bolívia, 49

Brasil, 207

Chile, 409

Colômbia, 499

Equador, 649
Apresentação

Celso Amorim
Ministro das Relações Exteriores do Brasil

O respeito à Constituição é a pedra angular do estado democrático de


direito. Na nossa América Latina e Caribe, a tradição política pende, até
mesmo em países de colonização anglo-saxônica, para o constitucionalismo
escrito.
É bem verdade que, no passado, nossos países foram vítimas de regimes
de exceção que, por definição, se estabeleceram ao arrepio da lei, dos direitos
humanos e da soberania popular. Felizmente, a História recente da região
aponta para uma outra direção: praticamente todos os países latino-americanos
e caribenhos realizam eleições periódicas há mais de duas décadas. São
visíveis os avanços em matéria de liberdade política, direitos humanos e inclusão
social em toda a América Latina e Caribe.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 – produto de um novo pacto
nacional, gestado na esteira do fim da ditadura militar – estabelece as diretrizes
para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Não é
coincidência que a nossa carta constitucional preveja, em seu Artigo 4º, a
formação de uma comunidade latino-americana como um dos objetivos de
nossa atuação externa. Esta é uma obrigação constitucional que o Governo
do Presidente Lula levou adiante com grande afinco e entusiasmo.
O processo de integração da América Latina e Caribe acentuou-se muito
nos últimos anos. Por convocação do Presidente Lula, foi realizada na Costa
do Sauípe, na Bahia, em dezembro de 2008, a Cúpula da América Latina e

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Caribe (CALC), que reuniu, pela primeira vez em duzentos anos de História
independente, todos os países da região em nível de Chefe de Estado e de
Governo, sem que houvesse interferência externa. Na 2ª CALC, esta realizada
em Cancun, em fevereiro de 2010, foi criada a Comunidade dos Estados da
América Latina e Caribe – a Celac –, que aprofundará a institucionalização
do processo de integração latino-americano e caribenho. Talvez não esteja
distante o dia em que teremos uma constituição da América Latina e Caribe
a reger, com base no direito e no primado da democracia, nosso convívio
internacional.
Esta publicação em cinco volumes, que reúne os textos das constituições
dos 33 países da América Latina e Caribe, é uma importante contribuição da
Fundação Alexandre de Gusmão para juristas e estudiosos da região. Servirá
para ampliar o conhecimento recíproco em um momento em que nossos países
e povos se aproximam nos planos político, econômico e cultural. Trata-se de
um passo pequeno, mas significativo, em direção à criação de uma verdadeira
comunidade latino-americano e caribenha.

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Argentina

CONSTITUCIÓN DE LA NACIÓN ARGENTINA (1853)

Preámbulo

Nos los representantes del pueblo de la Nación Argentina, reunidos en


Congreso General Constituyente por voluntad y elección de las provincias
que la componen, en cumplimiento de pactos preexistentes, con el objeto
de constituir la unión nacional, afianzar la justicia, consolidar la paz interior,
proveer a la defensa común, promover el bienestar general, y asegurar
los beneficios de la libertad, para nosotros, para nuestra posteridad, y
para todos los hombres del mundo que quieran habitar en el suelo
argentino: invocando la protección de Dios, fuente de toda razón y justicia:
ordenamos, decretamos y establecemos esta Constitución, para la Nación
Argentina.

Primera Parte

Capítulo Primero: Declaraciones, derechos y garantías

Art. 1º. La Nación Argentina adopta para su gobierno la forma representativa


republicana federal, según la establece la presente Constitución.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 2º. El Gobierno federal sostiene el culto católico apostólico romano.

Art. 3º. Las autoridades que ejercen el Gobierno federal, residen en la


ciudad que se declare Capital de la República por una ley especial del
Congreso, previa cesión hecha por una o más legislaturas provinciales, del
territorio que haya de federalizarse.

Art. 4º. El Gobierno federal provee a los gastos de la Nación con los
fondos del Tesoro nacional, formado del producto de derechos de
importación y exportación, del de la venta o locación de tierras de propiedad
nacional, de la renta de Correos, de las demás contribuciones que equitativa
y proporcionalmente a la población imponga el Congreso General, y de los
empréstitos y operaciones de crédito que decrete el mismo Congreso para
urgencias de la Nación, o para empresas de utilidad nacional.

Art. 5º. Cada provincia dictará para sí una Constitución bajo el sistema
representativo republicano, de acuerdo con los principios, declaraciones y
garantías de la Constitución Nacional; y que asegure su administración de
justicia, su régimen municipal, y la educación primaria. Bajo de estas
condiciones el Gobierno federal, garante a cada provincia el goce y ejercicio
de sus instituciones.

Art. 6º. El Gobierno federal interviene en el territorio de las provincias para


garantir la forma republicana de gobierno, o repeler invasiones exteriores,
y a requisición de sus autoridades constituidas para sostenerlas o
restablecerlas, si hubiesen sido depuestas por la sedición, o por invasión de
otra provincia.

Art. 7º. Los actos públicos y procedimientos judiciales de una provincia


gozan de entera fe en las demás; y el Congreso puede por leyes generales
determinar cuál será la forma probatoria de estos actos y procedimientos,
y los efectos legales que producirán.

Art. 8º. Los ciudadanos de cada provincia gozan de todos los derechos,
privilegios e inmunidades inherentes al título de ciudadano en las demás. La
extradición de los criminales es de obligación recíproca entre todas las
provincias.

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ARGENTINA

Art. 9º. En todo el territorio de la Nación no habrá más aduanas que las
nacionales, en las cuales regirán las tarifas que sancione el Congreso.

Art. 10. En el interior de la República es libre de derechos la circulación de


los efectos de producción o fabricación nacional, así como la de los géneros
y mercancías de todas clases, despachadas en las aduanas exteriores.

Art. 11. Los artículos de producción o fabricación nacional o extranjera, así


como los ganados de toda especie, que pasen por territorio de una provincia
a otra, serán libres de los derechos llamados de tránsito, siéndolo también los
carruajes, buques o bestias en que se transporten; y ningún otro derecho
podrá imponérseles en adelante, cualquiera que sea su denominación, por el
hecho de transitar el territorio.

Art. 12. Los buques destinados de una provincia a otra, no serán obligados
a entrar, anclar y pagar derechos por causa de tránsito, sin que en ningún
caso puedan concederse preferencias a un puerto respecto de otro, por medio
de leyes o reglamentos de comercio.

Art. 13. Podrán admitirse nuevas provincias en la Nación; pero no podrá


erigirse una provincia en el territorio de otra u otras, ni de varias formarse una
sola, sin el consentimiento de la Legislatura de las provincias interesadas y del
Congreso.

Art. 14. Todos los habitantes de la Nación gozan de los siguientes derechos
conforme a las leyes que reglamenten su ejercicio; a saber: de trabajar y
ejercer toda industria lícita; de navegar y comerciar; de peticionar a las
autoridades; de entrar, permanecer, transitar y salir del territorio argentino;
de publicar sus ideas por la prensa sin censura previa; de usar y disponer de
su propiedad; de asociarse con fines útiles; de profesar libremente su culto;
de enseñar y aprender.

Art. 14º bis. El trabajo en sus diversas formas gozará de la protección de


las leyes, las que asegurarán al trabajador: condiciones dignas y equitativas
de labor; jornada limitada; descanso y vacaciones pagados; retribución justa;
salario mínimo vital móvil; igual remuneración por igual tarea; participación
en las ganancias de las empresas, con control de la producción y

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colaboración en la dirección; protección contra el despido arbitrario;


estabilidad del empleado público; organización sindical libre y democrática,
reconocida por la simple inscripción en un registro especial.
Queda garantizado a los gremios: concertar convenios colectivos de trabajo;
recurrir a la conciliación y al arbitraje; el derecho de huelga. Los
representantes gremiales gozarán de las garantías necesarias para el
cumplimiento de su gestión sindical y las relacionadas con la estabilidad de
su empleo.
El Estado otorgará los beneficios de la seguridad social, que tendrá
carácter de integral e irrenunciable. En especial, la ley establecerá: el seguro
social obligatorio, que estará a cargo de entidades nacionales o provinciales
con autonomía financiera y económica, administradas por los interesados
con participación del Estado, sin que pueda existir superposición de
aportes; jubilaciones y pensiones móviles; la protección integral de la familia;
la defensa del bien de familia; la compensación económica familiar y el
acceso a una vivienda digna.

Art. 15. En la Nación Argentina no hay esclavos: los pocos que hoy existen
quedan libres desde la jura de esta Constitución; y una ley especial reglará las
indemnizaciones a que dé lugar esta declaración. Todo contrato de compra y
venta de personas es un crimen de que serán responsables los que lo
celebrasen, y el escribano o funcionario que lo autorice. Y los esclavos que
de cualquier modo se introduzcan quedan libres por el solo hecho de pisar el
territorio de la República.

Art. 16. La Nación Argentina no admite prerrogativas de sangre, ni de


nacimiento: no hay en ella fueros personales ni títulos de nobleza. Todos sus
habitantes son iguales ante la ley, y admisibles en los empleos sin otra condición
que la idoneidad. La igualdad es la base del impuesto y de las cargas públicas.

Art. 17. La propiedad es inviolable, y ningún habitante de la Nación puede


ser privado de ella, sino en virtud de sentencia fundada en ley. La expropiación
por causa de utilidad pública, debe ser calificada por ley y previamente
indemnizada. Sólo el Congreso impone las contribuciones que se expresan
en el artículo 4º. Ningún servicio personal es exigible, sino en virtud de ley o
de sentencia fundada en ley. Todo autor o inventor es propietario exclusivo
de su obra, invento o descubrimiento, por el término que le acuerde la ley. La

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ARGENTINA

confiscación de bienes queda borrada para siempre del Código Penal


argentino. Ningún cuerpo armado puede hacer requisiciones, ni exigir auxilios
de ninguna especie.

Art. 18. Ningún habitante de la Nación puede ser penado sin juicio previo
fundado en ley anterior al hecho del proceso, ni juzgado por comisiones
especiales, o sacado de los jueces designados por la ley antes del hecho de la
causa. Nadie puede ser obligado a declarar contra sí mismo; ni arrestado
sino en virtud de orden escrita de autoridad competente. Es inviolable la
defensa en juicio de la persona y de los derechos. El domicilio es inviolable,
como también la correspondencia epistolar y los papeles privados; y una ley
determinará en qué casos y con qué justificativos podrá procederse a su
allanamiento y ocupación. Quedan abolidos para siempre la pena de muerte
por causas políticas, toda especie de tormento y los azotes. Las cárceles de
la Nación serán sanas y limpias, para seguridad y no para castigo de los reos
detenidos en ellas, y toda medida que a pretexto de precaución conduzca a
mortificarlos más allá de lo que aquélla exija, hará responsable al juez que la
autorice.

Art. 19. Las acciones privadas de los hombres que de ningún modo ofendan
al orden y a la moral pública, ni perjudiquen a un tercero, están sólo reservadas
a Dios, y exentas de la autoridad de los magistrados. Ningún habitante de la
Nación será obligado a hacer lo que no manda la ley, ni privado de lo que ella
no prohíbe .

Art. 20. Los extranjeros gozan en el territorio de la Nación de todos los


derechos civiles del ciudadano; pueden ejercer su industria, comercio y
profesión; poseer bienes raíces, comprarlos y enajenarlos; navegar los
ríos y costas; ejercer libremente su culto; testar y casarse conforme a las
leyes. No están obligados a admitir la ciudadanía, ni a pagar contribuciones
forzosas extraordinarias. Obtienen nacionalización residiendo dos años
continuos en la Nación; pero la autoridad puede acortar este término a
favor del que lo solicite, alegando y probando servicios a la República.

Art. 21. Todo ciudadano argentino está obligado a armarse en defensa


de la patria y de esta Constitución, conforme a las leyes que al efecto
dicte el Congreso y a los decretos del Ejecutivo nacional. Los ciudadanos

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

por naturalización son libres de prestar o no este servicio por el término


de diez años contados desde el día en que obtengan su carta de
ciudadanía.

Art. 22. El pueblo no delibera ni gobierna, sino por medio de sus


representantes y autoridades creadas por esta Constitución. Toda fuerza
armada o reunión de personas que se atribuya los derechos del pueblo y
peticione a nombre de éste, comete delito de sedición.

Art. 23. En caso de conmoción interior o de ataque exterior que pongan en


peligro el ejercicio de esta Constitución y de las autoridades creadas por ella,
se declarará en estado de sitio la provincia o territorio en donde exista la
perturbación del orden, quedando suspensas allí las garantías constitucionales.
Pero durante esta suspensión no podrá el presidente de la República condenar
por sí ni aplicar penas. Su poder se limitará en tal caso respecto de las personas,
a arrestarlas o trasladarlas de un punto a otro de la Nación, si ellas no prefiriesen
salir fuera del territorio argentino.

Art. 24. El Congreso promoverá la reforma de la actual legislación en todos


sus ramos, y el establecimiento del juicio por jurados.

Art. 25. El Gobierno federal fomentará la inmigración europea; y no podrá


restringir, limitar ni gravar con impuesto alguno la entrada en el territorio
argentino de los extranjeros que traigan por objeto labrar la tierra, mejorar
las industrias, e introducir y enseñar las ciencias y las artes.

Art. 26. La navegación de los ríos interiores de la Nación es libre para todas
las banderas, con sujeción únicamente a los reglamentos que dicte la autoridad
nacional.

Art. 27. El Gobierno federal está obligado a afianzar sus relaciones de paz y
comercio con las potencias extranjeras por medio de tratados que estén en
conformidad con los principios de derecho público establecidos en esta
Constitución.

Art. 28. Los principios, garantías y derechos reconocidos en los anteriores


artículos, no podrán ser alterados por las leyes que reglamenten su ejercicio.

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ARGENTINA

Art. 29. El Congreso no puede conceder al Ejecutivo nacional, ni las Legislaturas


provinciales a los gobernadores de provincia, facultades extraordinarias, ni la
suma del poder público, ni otorgarles sumisiones o supremacías por las que la
vida, el honor o las fortunas de los argentinos queden a merced de gobiernos o
persona alguna. Actos de esta naturaleza llevan consigo una nulidad insanable,
y sujetarán a los que los formulen, consientan o firmen, a la responsabilidad y
pena de los infames traidores a la patria.

Art. 30. La Constitución puede reformarse en el todo o en cualquiera de sus


partes. La necesidad de reforma debe ser declarada por el Congreso con el
voto de dos terceras partes, al menos, de sus miembros; pero no se efectuará
sino por una Convención convocada al efecto.

Art. 31. Esta Constitución, las leyes de la Nación que en su consecuencia se


dicten por el Congreso y los tratados con las potencias extranjeras son la ley
suprema de la Nación; y las autoridades de cada provincia están obligadas a
conformarse a ella, no obstante cualquiera disposición en contrario que
contengan las leyes o constituciones provinciales, salvo para la provincia de
Buenos Aires, los tratados ratificados después del Pacto de 11 de noviembre
de 1859.

Art. 32. El Congreso federal no dictará leyes que restrinjan la libertad de


imprenta o establezcan sobre ella la jurisdicción federal.

Art. 33. Las declaraciones, derechos y garantías que enumera la Constitución,


no serán entendidos como negación de otros derechos y garantías no
enumerados; pero que nacen del principio de la soberanía del pueblo y de la
forma republicana de gobierno.

Art. 34. Los jueces de las cortes federales no podrán serlo al mismo tiempo
de los tribunales de provincia, ni el servicio federal, tanto en lo civil como en
lo militar da residencia en la provincia en que se ejerza, y que no sea la del
domicilio habitual del empleado, entendiéndose esto para los efectos de optar
a empleos en la provincia en que accidentalmente se encuentren.

Art. 35. Las denominaciones adoptadas sucesivamente desde 1810 hasta


el presente, a saber: Provincias Unidas del Río de la Plata; República

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Argentina, Confederación Argentina, serán en adelante nombres oficiales


indistintamente para la designación del Gobierno y territorio de las provincias,
empleándose las palabras “Nación Argentina” en la formación y sanción de
las leyes.

Capítulo Segundo: Nuevos derechos y garantías

Art. 36. Esta Constitución mantendrá su imperio aun cuando se interrumpiere


su observancia por actos de fuerza contra el orden institucional y el sistema
democrático. Estos actos serán insanablemente nulos.
Sus autores serán pasibles de la sanción prevista en el artículo 29, inhabilitados
a perpetuidad para ocupar cargos públicos y excluidos de los beneficios del
indulto y la conmutación de penas.
Tendrán las mismas sanciones quienes, como consecuencia de estos actos,
usurparen funciones previstas para las autoridades de esta Constitución o las
de las provincias, los que responderán civil y penalmente de sus actos. Las
acciones respectivas serán imprescriptibles.
Todos los ciudadanos tienen el derecho de resistencia contra quienes ejecutaren
los actos de fuerza enunciados en este artículo.
Atentará asimismo contra el sistema democrático quien incurriere en grave
delito doloso contra el Estado que conlleve enriquecimiento, quedando
inhabilitado por el tiempo que las leyes determinen para ocupar cargos o
empleos públicos.
El Congreso sancionará una ley sobre ética pública para el ejercicio de la
función.

Art. 37. Esta Constitución garantiza el pleno ejercicio de los derechos políticos,
con arreglo al principio de la soberanía popular y de las leyes que se dicten en
consecuencia. El sufragio es universal, igual, secreto y obligatorio.
La igualdad real de oportunidades entre varones y mujeres para el acceso a
cargos electivos y partidarios se garantizará por acciones positivas en la
regulación de los partidos políticos y en el régimen electoral.

Art. 38. Los partidos políticos son instituciones fundamentales del sistema
democrático.
Su creación y el ejercicio de sus actividades son libres dentro del respeto a
esta Constitución, la que garantiza su organización y funcionamiento

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ARGENTINA

democráticos, la representación de las minorías, la competencia para la


postulación de candidatos a cargos públicos electivos, el acceso a la
información pública y la difusión de sus ideas.
El Estado contribuye al sostenimiento económico de sus actividades y de
la capacitación de sus dirigentes.
Los partidos políticos deberán dar publicidad del origen y destino de sus
fondos y patrimonio.

Art. 39. Los ciudadanos tienen el derecho de iniciativa para presentar


proyectos de ley en la Cámara de Diputados. El Congreso deberá darles
expreso tratamiento dentro del término de doce meses.
El Congreso, con el voto de la mayoría absoluta de la totalidad de los
miembros de cada Cámara, sancionará una ley reglamentaria que no podrá
exigir más del tres por ciento del padrón electoral nacional, dentro del
cual deberá contemplar una adecuada distribución territorial para suscribir
la iniciativa.
No serán objeto de iniciativa popular los proyectos referidos a reforma
constitucional, tratados internacionales, tributos, presupuesto y materia
penal.

Art. 40. El Congreso, a iniciativa de la Cámara de Diputados, podrá


someter a consulta popular un proyecto de ley. La ley de convocatoria no
podrá ser vetada. El voto afirmativo del proyecto por el pueblo de la
Nación lo convertirá en ley y su promulgación será automática.
El Congreso o el presidente de la Nación, dentro de sus respectivas
competencias, podrán convocar a consulta popular no vinculante. En este
caso el voto no será obligatorio.
El Congreso, con el voto de la mayoría absoluta de la totalidad de los
miembros de cada Cámara, reglamentará las materias, procedimientos y
oportunidad de la consulta popular.

Art. 41. Todos los habitantes gozan del derecho a un ambiente sano,
equilibrado, apto para el desarrollo humano y para que las actividades
productivas satisfagan las necesidades presentes sin comprometer las de
las generaciones futuras; y tienen el deber de preservarlo. El daño
ambiental generará prioritariamente la obligación de recomponer, según
lo establezca la ley.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Las autoridades proveerán a la protección de este derecho, a la utilización


racional de los recursos naturales, a la preservación del patrimonio natural
y cultural y de la diversidad biológica, y a la información y educación
ambientales.
Corresponde a la Nación dictar las normas que contengan los presupuestos
mínimos de protección, y a las provincias, las necesarias para
complementarlas, sin que aquéllas alteren las jurisdicciones locales.
Se prohíbe el ingreso al territorio nacional de residuos actual o
potencialmente peligrosos, y de los radiactivos.

Art. 42. Los consumidores y usuarios de bienes y servicios tienen derecho,


en la relación de consumo, a la protección de su salud, seguridad e
intereses económicos; a una información adecuada y veraz; a la libertad
de elección, y a condiciones de trato equitativo y digno.
Las autoridades proveerán a la protección de esos derechos, a la
educación para el consumo, a la defensa de la competencia contra toda
forma de distorsión de los mercados, al control de los monopolios naturales
y legales, al de la calidad y eficiencia de los servicios públicos, y a la
constitución de asociaciones de consumidores y de usuarios.
La legislación establecerá procedimientos eficaces para la prevención y
solución de conflictos, y los marcos regulatorios de los servicios públicos
de competencia nacional, previendo la necesaria participación de las
asociaciones de consumidores y usuarios y de las provincias interesadas,
en los organismos de control.

Art. 43. Toda persona puede interponer acción expedita y rápida de


amparo, siempre que no exista otro medio judicial más idóneo, contra
todo acto u omisión de autoridades públicas o de particulares, que en
forma actual o inminente lesione, restrinja, altere o amenace, con
arbitrariedad o ilegalidad manifiesta, derechos y garantías reconocidos
por esta Constitución, un tratado o una ley. En el caso, el juez podrá
declarar la inconstitucionalidad de la norma en que se funde el acto u
omisión lesiva.
Podrán interponer esta acción contra cualquier forma de discriminación y
en lo relativo a los derechos que protegen al ambiente, a la competencia,
al usuario y al consumidor, así como a los derechos de incidencia colectiva
en general, el afectado, el defensor del pueblo y las asociaciones que

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ARGENTINA

propendan a esos fines, registradas conforme a la ley, la que determinará


los requisitos y formas de su organización.
Toda persona podrá interponer esta acción para tomar conocimiento de
los datos a ella referidos y de su finalidad, que consten en registros o
bancos de datos públicos, o los privados destinados a proveer informes,
y en caso de falsedad o discriminación, para exigir la supresión,
rectificación, confidencialidad o actualización de aquéllos. No podrá afectarse
el secreto de las fuentes de información periodística.
Cuando el derecho lesionado, restringido, alterado o amenazado fuera la libertad
física, o en caso de agravamiento ilegítimo en la forma o condiciones de
detención, o en el de desaparición forzada de personas, la acción de hábeas
corpus podrá ser interpuesta por el afectado o por cualquiera en su favor y el
juez resolverá de inmediato, aun durante la vigencia del estado de sitio.

Segunda Parte: Autoridades de la Nación

Titulo Primero: Gobierno Federal

Sección Primera: Del Poder Legislativo

Art. 44. Un Congreso compuesto de dos Cámaras, una de diputados de la


Nación y otra de senadores de las provincias y de la ciudad de Buenos Aires,
será investido del Poder Legislativo de la Nación.

Capítulo Primero: De la Cámara de Diputados

Art. 45. La Cámara de Diputados se compondrá de representantes elegidos


directamente por el pueblo de las provincias, de la ciudad de Buenos Aires,
y de la Capital en caso de traslado, que se consideran a este fin como
distritos electorales de un solo Estado y a simple pluralidad de sufragios. El
número de representantes será de uno por cada treinta y tres mil habitantes
o fracción que no baje de dieciséis mil quinientos. Después de la realización
de cada censo, el Congreso fijará la representación con arreglo al mismo,
pudiendo aumentar pero no disminuir la base expresada para cada diputado.

Art. 46. Los diputados para la primera Legislatura se nombrarán en la


proporción siguiente: por la provincia de Buenos Aires doce: por la de Córdoba

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

seis: por la de Catamarca tres: por la de Corrientes cuatro: por la de


Entre Ríos dos: por la de Jujuy dos: por la de Mendoza tres: por la de La
Rioja dos: por la de Salta tres: por la de Santiago cuatro: por la de San
Juan dos: por la de Santa Fe dos: por la de San Luis dos: y por la de
Tucumán tres.

Art. 47. Para la segunda Legislatura deberá realizarse el censo general, y


arreglarse a él el número de diputados; pero este censo sólo podrá
renovarse cada diez años.

Art. 48. Para ser diputado se requiere haber cumplido la edad de


veinticinco años, tener cuatro años de ciudadanía en ejercicio, y ser natural
de la provincia que lo elija, o con dos años de residencia inmediata en
ella.

Art. 49. Por esta vez las Legislaturas de las provincias reglarán los medios
de hacer efectiva la elección directa de los diputados de la Nación: para
lo sucesivo el Congreso expedirá una ley general.

Art. 50. Los diputados durarán en su representación por cuatro años, y


son reelegibles; pero la Sala se renovará por mitad cada bienio; a cuyo
efecto los nombrados para la primera Legislatura, luego que se reúnan,
sortearán los que deban salir en el primer período.

Art. 51. En caso de vacante, el gobierno de provincia, o de la Capital,


hace proceder a elección legal de un nuevo miembro.

Art. 52. A la Cámara de Diputados corresponde exclusivamente la


iniciativa de las leyes sobre contribuciones y reclutamiento de tropas.

Art. 53. Sólo ella ejerce el derecho de acusar ante el Senado al presidente,
vicepresidente, al jefe de gabinete de ministros, a los ministros y a los
miembros de la Corte Suprema, en las causas de responsabilidad que se
intenten contra ellos, por mal desempeño o por delito en el ejercicio de
sus funciones; o por crímenes comunes, después de haber conocido de
ellos y declarado haber lugar a la formación de causa por la mayoría de
dos terceras partes de sus miembros presentes.

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ARGENTINA

Capítulo Segundo: Del Senado

Art. 54. El Senado se compondrá de tres senadores por cada provincia y


tres por la ciudad de Buenos Aires, elegidos en forma directa y conjunta,
correspondiendo dos bancas al partido político que obtenga el mayor
número de votos, y la restante al partido político que le siga en número de
votos. Cada senador tendrá un voto.

Art. 55. Son requisitos para ser elegidos senador: tener la edad de treinta
años, haber sido seis años ciudadano de la Nación, disfrutar de una renta
anual de dos mil pesos fuertes o de una entrada equivalente, y ser natural
de la provincia que lo elija, o con dos años de residencia inmediata en ella.

Art. 56. Los senadores duran seis años en el ejercicio de su mandato, y


son reelegibles indefinidamente; pero el Senado se renovará a razón de una
tercera parte de los distritos electorales cada dos años.

Art. 57. El vicepresidente de la Nación será presidente del Senado; pero


no tendrá voto sino en el caso que haya empate en la votación.

Art. 58. El Senado nombrará un presidente provisorio que lo presida en


caso de ausencia del vicepresidente, o cuando éste ejerce las funciones de
presidente de la Nación.

Art. 59. Al Senado corresponde juzgar en juicio público a los acusados


por la Cámara de Diputados, debiendo sus miembros prestar juramento
para este acto.

Cuando el acusado sea el presidente de la Nación, el Senado será presidido


por el presidente de la Corte Suprema. Ninguno será declarado culpable
sino a mayoría de los dos tercios de los miembros presentes.

Art. 60. Su fallo no tendrá más efecto que destituir al acusado, y aun
declararle incapaz de ocupar ningún empleo de honor, de confianza o a
sueldo en la Nación. Pero la parte condenada quedará, no obstante, sujeta
a acusación, juicio y castigo conforme a las leyes ante los tribunales
ordinarios.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 61. Corresponde también al Senado autorizar al presidente de la


Nación para que declare en estado de sitio, uno o varios puntos de la
República en caso de ataque exterior.

Art. 62. Cuando vacase alguna plaza de senador por muerte, renuncia u
otra causa, el Gobierno a que corresponda la vacante hace proceder
inmediatamente a la elección de un nuevo miembro.

Capítulo Tercero: Disposiciones comunes


a ambas Cámaras

Art. 63. Ambas Cámaras se reunirán por sí mismas en sesiones ordinarias


todos los años desde el primero de marzo hasta el treinta de noviembre.
Pueden también ser convocadas extraordinariamente por el presidente
de la Nación o prorrogadas sus sesiones.

Art. 64. Cada Cámara es juez de las elecciones, derechos y títulos de


sus miembros en cuanto a su validez. Ninguna de ellas entrará en sesión
sin la mayoría absoluta de sus miembros; pero un número menor podrá
compeler a los miembros ausentes a que concurran a las sesiones, en los
términos y bajo las penas que cada Cámara establecerá.

Art. 65. Ambas Cámaras empiezan y concluyen sus sesiones


simultáneamente.
Ninguna de ellas, mientras se hallen reunidas, podrá suspender sus
sesiones más de tres días, sin el consentimiento de la otra.

Art. 66. Cada Cámara hará su reglamento y podrá con dos tercios de
votos, corregir a cualquiera de sus miembros por desorden de conducta
en el ejercicio de sus funciones, o removerlo por inhabilidad física o moral
sobreviniente a su incorporación, y hasta excluirle de su seno; pero bastará
la mayoría de uno sobre la mitad de los presentes para decidir en las
renuncias que voluntariamente hicieren de sus cargos.

Art. 67. Los senadores y diputados prestarán, en el acto de su


incorporación, juramento de desempeñar debidamente el cargo, y de obrar
en todo en conformidad a lo que prescribe esta Constitución.

22
ARGENTINA

Art. 68. Ninguno de los miembros del Congreso puede ser acusado,
interrogado judicialmente, ni molestado por las opiniones o discursos que
emita desempeñando su mandato de legislador.

Art. 69. Ningún senador o diputado, desde el día de su elección hasta el de


su cese, puede ser arrestado; excepto el caso de ser sorprendido in fraganti
en la ejecución de algún crimen que merezca pena de muerte, infamante, u
otra aflictiva; de lo que se dará cuenta a la Cámara respectiva con la información
sumaria del hecho.

Art. 70. Cuando se forme querella por escrito ante las justicias ordinarias
contra cualquier senador o diputado, examinado el mérito del sumario en
juicio público, podrá cada Cámara, con dos tercios de votos, suspender en
sus funciones al acusado, y ponerlo a disposición del juez competente para
su juzgamiento.

Art. 71. Cada una de las Cámaras puede hacer venir a su sala a los ministros
del Poder Ejecutivo para recibir las explicaciones e informes que estime
convenientes.

Art. 72. Ningún miembro del Congreso podrá recibir empleo o comisión del
Poder Ejecutivo, sin previo consentimiento de la Cámara respectiva, excepto
los empleos de escala.

Art. 73. Los eclesiásticos regulares no pueden ser miembros del Congreso,
ni los gobernadores de provincia por la de su mando.

Art. 74. Los servicios de los senadores y diputados son remunerados por el
Tesoro de la Nación, con una dotación que señalará la ley.

Capítulo Cuarto: Atribuciones del Congreso

Art. 75. Corresponde al Congreso:

1. Legislar en materia aduanera. Establecer los derechos de importación y


exportación, los cuales, así como las avaluaciones sobre las que recaigan,
serán uniformes en toda la Nación.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2. Imponer contribuciones indirectas como facultad concurrente con las provincias.


Imponer contribuciones directas, por tiempo determinado, proporcionalmente
iguales en todo el territorio de la Nación, siempre que la defensa, seguridad común
y bien general del Estado lo exijan. Las contribuciones previstas en este inciso,
con excepción de la parte o el total de las que tengan asignación específica, son
coparticipables.
Una ley convenio, sobre la base de acuerdos entre la Nación y las provincias,
instituirá regímenes de coparticipación de estas contribuciones, garantizando la
automaticidad en la remisión de los fondos.
La distribución entre la Nación, las provincias y la ciudad de Buenos Aires y entre
éstas, se efectuará en relación directa a las competencias, servicios y funciones de
cada una de ellas contemplando criterios objetivos de reparto; será equitativa,
solidaria y dará prioridad al logro de un grado equivalente de desarrollo, calidad
de vida e igualdad de oportunidades en todo el territorio nacional.
La ley convenio tendrá como Cámara de origen el Senado y deberá ser
sancionada con la mayoría absoluta de la totalidad de los miembros de cada
Cámara, no podrá ser modificada unilateralmente ni reglamentada y será
aprobada por las provincias.
No habrá transferencia de competencias, servicios o funciones sin la respectiva
reasignación de recursos, aprobada por ley del Congreso cuando
correspondiere y por la provincia interesada o la ciudad de Buenos Aires en
su caso.
Un organismo fiscal federal tendrá a su cargo el control y fiscalización de la
ejecución de lo establecido en este inciso, según lo determine la ley, la que
deberá asegurar la representación de todas las provincias y la ciudad de
Buenos Aires en su composición.

3. Establecer y modificar asignaciones específicas de recursos coparticipables,


por tiempo determinado, por ley especial aprobada por la mayoría absoluta
de la totalidad de los miembros de cada Cámara.

4. Contraer empréstitos sobre el crédito de la Nación.

5. Disponer del uso y de la enajenación de las tierras de propiedad nacional.

6. Establecer y reglamentar un banco federal con facultad de emitir moneda,


así como otros bancos nacionales.

24
ARGENTINA

7. Arreglar el pago de la deuda interior y exterior de la Nación.

8. Fijar anualmente, conforme a las pautas establecidas en el tercer párrafo


del inciso 2 de este artículo, el presupuesto general de gastos y cálculo de
recursos de la administración nacional, en base al programa general de
gobierno y al plan de inversiones públicas y aprobar o desechar la cuenta de
inversión.

9. Acordar subsidios del Tesoro nacional a las provincias, cuyas rentas no


alcancen, según sus presupuestos, a cubrir sus gastos ordinarios.

10. Reglamentar la libre navegación de los ríos interiores, habilitar los puertos
que considere convenientes, y crear o suprimir aduanas.

11. Hacer sellar moneda, fijar su valor y el de las extranjeras; y adoptar un


sistema uniforme de pesos y medidas para toda la Nación.

12. Dictar los códigos Civil, Comercial, Penal, de Minería, y del Trabajo y
Seguridad Social, en cuerpos unificados o separados, sin que tales códigos
alteren las jurisdicciones locales, correspondiendo su aplicación a los tribunales
federales o provinciales, según que las cosas o las personas cayeren bajo sus
respectivas jurisdicciones; y especialmente leyes generales para toda la Nación
sobre naturalización y nacionalidad, con sujeción al principio de nacionalidad
natural y por opción en beneficio de la argentina; así como sobre bancarrotas,
sobre falsificación de la moneda corriente y documentos públicos del Estado,
y las que requiera el establecimiento del juicio por jurados.

13. Reglar el comercio con las naciones extranjeras, y de las provincias entre
sí.

14. Arreglar y establecer los correos generales de la Nación.

15. Arreglar definitivamente los límites del territorio de la Nación, fijar los
de las provincias, crear otras nuevas, y determinar por una legislación
especial la organización, administración y gobierno que deben tener los
territorios nacionales, que queden fuera de los límites que se asignen a las
provincias.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

16. Proveer a la seguridad de las fronteras.

17. Reconocer la preexistencia étnica y cultural de los pueblos indígenas


argentinos.
Garantizar el respeto a su identidad y el derecho a una educación bilingüe
e intercultural; reconocer la personería jurídica de sus comunidades, y la
posesión y propiedad comunitarias de las tierras que tradicionalmente
ocupan; y regular la entrega de otras aptas y suficientes para el desarrollo
humano; ninguna de ellas será enajenable, transmisible ni susceptible de
gravámenes o embargos. Asegurar su participación en la gestión referida
a sus recursos naturales y a los demás intereses que los afecten. Las
provincias pueden ejercer concurrentemente estas atribuciones.

18. Proveer lo conducente a la prosperidad del país, al adelanto y bienestar


de todas las provincias, y al progreso de la ilustración, dictando planes
de instrucción general y universitaria, y promoviendo la industria, la
inmigración, la construcción de ferrocarriles y canales navegables, la
colonización de tierras de propiedad nacional, la introducción y
establecimiento de nuevas industrias, la importación de capitales
extranjeros y la exploración de los ríos interiores, por leyes protectoras
de estos fines y por concesiones temporales de privilegios y recompensas
de estímulo.

19. Proveer lo conducente al desarrollo humano, al progreso económico


con justicia social, a la productividad de la economía nacional, a la
generación de empleo, a la formación profesional de los trabajadores, a
la defensa del valor de la moneda, a la investigación y al desarrollo científico
y tecnológico, su difusión y aprovechamiento.
Proveer al crecimiento armónico de la Nación y al poblamiento de su
territorio; promover políticas diferenciadas que tiendan a equilibrar el
desigual desarrollo relativo de provincias y regiones. Para estas iniciativas,
el Senado será Cámara de origen.
Sancionar leyes de organización y de base de la educación que consoliden
la unidad nacional respetando las particularidades provinciales y locales;
que aseguren la responsabilidad indelegable del Estado, la participación
de la familia y la sociedad, la promoción de los valores democráticos y la
igualdad de oportunidades y posibilidades sin discriminación alguna; y

26
ARGENTINA

que garanticen los principios de gratuidad y equidad de la educación


pública estatal y la autonomía y autarquía de las universidades nacionales.
Dictar leyes que protejan la identidad y pluralidad cultural, la libre creación
y circulación de las obras del autor; el patrimonio artístico y los espacios
culturales y audiovisuales.

20. Establecer tribunales inferiores a la Corte Suprema de Justicia; crear y


suprimir empleos, fijar sus atribuciones, dar pensiones, decretar honores, y
conceder amnistías generales.

21. Admitir o desechar los motivos de dimisión del presidente o vicepresidente


de la República; y declarar el caso de proceder a nueva elección.

22. Aprobar o desechar tratados concluidos con las demás naciones y con las
organizaciones internacionales y los concordatos con la Santa Sede. Los tratados
y concordatos tienen jerarquía superior a las leyes.
La DeclaraciónAmericana de los Derechos y Deberes del Hombre; la Declaración
Universal de Derechos Humanos; la Convención Americana sobre Derechos
Humanos; el Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales;
el Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos y su Protocolo Facultativo;
la Convención sobre la Prevención y la Sanción del Delito de Genocidio; la
Convención Internacional sobre la Eliminación de todas las Formas de
Discriminación Racial; la Convención sobre la Eliminación de todas las Formas
de Discriminación contra la Mujer; la Convención contra la Tortura y otros Tratos
o Penas Crueles, Inhumanos o Degradantes; la Convención sobre los Derechos
del Niño; en las condiciones de su vigencia, tienen jerarquía constitucional, no
derogan artículo alguno de la primera parte de esta Constitución y deben entenderse
complementarios de los derechos y garantías por ella reconocidos. Sólo podrán
ser denunciados, en su caso, por el Poder Ejecutivo nacional, previa aprobación
de las dos terceras partes de la totalidad de los miembros de cada Cámara.
Los demás tratados y convenciones sobre derechos humanos, luego de ser
aprobados por el Congreso, requerirán del voto de las dos terceras partes de la
totalidad de los miembros de cada Cámara para gozar de la jerarquía constitucional.

23. Legislar y promover medidas de acción positiva que garanticen la igualdad


real de oportunidades y de trato, y el pleno goce y ejercicio de los derechos
reconocidos por esta Constitución y por los tratados internacionales vigentes

27
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

sobre derechos humanos, en particular respecto de los niños, las mujeres, los
ancianos y las personas con discapacidad.
Dictar un régimen de seguridad social especial e integral en protección del
niño en situación de desamparo, desde el embarazo hasta la finalización del
período de enseñanza elemental, y de la madre durante el embarazo y el
tiempo de lactancia.

24. Aprobar tratados de integración que deleguen competencias y


jurisdicción a organizaciones supraestatales en condiciones de
reciprocidad e igualdad, y que respeten el orden democrático y los
derechos humanos. Las normas dictadas en su consecuencia tienen
jerarquía superior a las leyes.
La aprobación de estos tratados con Estados de Latinoamérica requerirá
la mayoría absoluta de la totalidad de los miembros de cada Cámara. En
el caso de tratados con otros Estados, el Congreso de la Nación, con la
mayoría absoluta de los miembros presentes de cada Cámara, declarará
la conveniencia de la aprobación del tratado y sólo podrá ser aprobado
con el voto de la mayoría absoluta de la totalidad de los miembros de
cada Cámara, después de ciento veinte días del acto declarativo.
La denuncia de los tratados referidos a este inciso, exigirá la previa
aprobación de la mayoría absoluta de la totalidad de los miembros de cada
Cámara.

25. Autorizar al Poder Ejecutivo para declarar la guerra o hacer la paz.

26. Facultar al Poder Ejecutivo para ordenar represalias, y establecer


reglamentos para las presas.

27. Fijar las fuerzas armadas en tiempo de paz y guerra, y dictar las normas
para su organización y gobierno.

28. Permitir la introducción de tropas extranjeras en el territorio de la Nación,


y la salida de las fuerzas nacionales fuera de él.

29. Declarar en estado de sitio uno o varios puntos de la Nación en caso de


conmoción interior, y aprobar o suspender el estado de sitio declarado, durante
su receso, por el Poder Ejecutivo.

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ARGENTINA

30. Ejercer una legislación exclusiva en el territorio de la capital de la Nación


y dictar la legislación necesaria para el cumplimiento de los fines específicos
de los establecimientos de utilidad nacional en el territorio de la República.
Las autoridades provinciales y municipales conservarán los poderes de
policía e imposición sobre estos establecimientos, en tanto no interfieran
en el cumplimiento de aquellos fines.

31. Disponer la intervención federal a una provincia o a la ciudad de


Buenos Aires.
Aprobar o revocar la intervención decretada, durante su receso, por el
Poder Ejecutivo.

32. Hacer todas las leyes y reglamentos que sean convenientes para poner
en ejercicio los poderes antecedentes, y todos los otros concedidos por
la presente Constitución al Gobierno de la Nación Argentina.

Art. 76. Se prohíbe la delegación legislativa en el Poder Ejecutivo, salvo


en materias determinadas de administración o de emergencia pública, con
plazo fijado para su ejercicio y dentro de las bases de la delegación que
el Congreso establezca.
La caducidad resultante del transcurso del plazo previsto en el párrafo
anterior no importará revisión de las relaciones jurídicas nacidas al amparo
de las normas dictadas en consecuencia de la delegación legislativa.

Capítulo Quinto: De la formación y sanción de las leyes

Art. 77. Las leyes pueden tener principio en cualquiera de las Cámaras
del Congreso, por proyectos presentados por sus miembros o por el Poder
Ejecutivo, salvo las excepciones que establece esta Constitución.
Los proyectos de ley que modifiquen el régimen electoral y de partidos
políticos deberán ser aprobados por mayoría absoluta del total de los
miembros de las Cámaras.

Art. 78. Aprobado un proyecto de ley por la Cámara de su origen, pasa


para su discusión a la otra Cámara. Aprobado por ambas, pasa al Poder
Ejecutivo de la Nación para su examen; y si también obtiene su aprobación,
lo promulga como ley.

29
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 79. Cada Cámara, luego de aprobar un proyecto de ley en general,


puede delegar en sus comisiones la aprobación en particular del proyecto,
con el voto de la mayoría absoluta del total de sus miembros. La Cámara
podrá, con igual número de votos, dejar sin efecto la delegación y retomar
el trámite ordinario. La aprobación en comisión requerirá el voto de la
mayoría absoluta del total de sus miembros. Una vez aprobado el proyecto
en comisión, se seguirá el trámite ordinario.

Art. 80. Se reputa aprobado por el Poder Ejecutivo todo proyecto no


devuelto en el término de diez días útiles. Los proyectos desechados
parcialmente no podrán ser aprobados en la parte restante. Sin embargo,
las partes no observadas solamente podrán ser promulgadas si tienen
autonomía normativa y su aprobación parcial no altera el espíritu ni la
unidad del proyecto sancionado por el Congreso. En este caso será de
aplicación el procedimiento previsto para los decretos de necesidad y
urgencia.

Art. 81. Ningún proyecto de ley desechado totalmente por una de las
Cámaras podrá repetirse en las sesiones de aquel año. Ninguna de las
Cámaras puede desechar totalmente un proyecto que hubiera tenido origen
en ella y luego hubiese sido adicionado o enmendado por la Cámara
revisora. Si el proyecto fuere objeto de adiciones o correcciones por la
Cámara revisora, deberá indicarse el resultado de la votación a fin de
establecer si tales adiciones o correcciones fueron realizadas por mayoría
absoluta de los presentes o por las dos terceras partes de los presentes.
La Cámara de origen podrá por mayoría absoluta de los presentes aprobar
el proyecto con las adiciones o correcciones introducidas o insistir en la
redacción originaria, a menos que las adiciones o correcciones las haya
realizado la revisora por dos terceras partes de los presentes. En este
último caso, el proyecto pasará al Poder Ejecutivo con las adiciones o
correcciones de la Cámara revisora, salvo que la Cámara de origen insista
en su redacción originaria con el voto de las dos terceras partes de los
presentes. La Cámara de origen no podrá introducir nuevas adiciones o
correcciones a las realizadas por la Cámara revisora.

Art. 82. La voluntad de cada Cámara debe manifestarse expresamente;


se excluye, en todos los casos, la sanción tácita o ficta.

30
ARGENTINA

Art. 83. Desechado en el todo o en parte un proyecto por el Poder


Ejecutivo, vuelve con sus objeciones a la Cámara de su origen: ésta lo
discute de nuevo, y si lo confirma por mayoría de dos tercios de votos,
pasa otra vez a la Cámara de revisión. Si ambas Cámaras lo sancionan
por igual mayoría, el proyecto es ley y pasa al Poder Ejecutivo para su
promulgación. Las votaciones de ambas Cámaras serán en este caso
nominales, por sí o por no; y tanto los nombres y fundamentos de los
sufragantes, como las objeciones del Poder Ejecutivo, se publicarán
inmediatamente por la prensa. Si las Cámaras difieren sobre las
objeciones, el proyecto no podrá repetirse en las sesiones de aquel
año.

Art. 84. En la sanción de las leyes se usará de esta fórmula: El Senado


y Cámara de Diputados de la Nación Argentina, reunidos en Congreso,
... decretan o sancionan con fuerza de ley.

Capítulo Sexto: De la Auditoría General


de la Nación

Art. 85. El control externo del sector público nacional en sus aspectos
patrimoniales, económicos, financieros y operativos, será una atribución
propia del Poder Legislativo.
El examen y la opinión del Poder Legislativo sobre el desempeño y
situación general de la administración pública estarán sustentados en
los dictámenes de la Auditoría General de la Nación.
Este organismo de asistencia técnica del Congreso, con autonomía
funcional, se integrará del modo que establezca la ley que reglamenta su
creación y funcionamiento, que deberá ser aprobada por mayoría
absoluta de los miembros de cada Cámara. El presidente del organismo
será designado a propuesta del partido político de oposición con mayor
número de legisladores en el Congreso.
Tendrá a su cargo el control de legalidad, gestión y auditoría de toda la
actividad de la administración pública centralizada y descentralizada,
cualquiera fuera su modalidad de organización, y las demás funciones
que la ley le otorgue.
Intervendrá necesariamente en el trámite de aprobación o rechazo de
las cuentas de percepción e inversión de los fondos públicos.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Capítulo Séptimo: Del defensor del pueblo

Art. 86. El Defensor del Pueblo es un órgano independiente instituido en


el ámbito del Congreso de la Nación, que actuará con plena autonomía
funcional, sin recibir instrucciones de ninguna autoridad. Su misión es la
defensa y protección de los derechos humanos y demás derechos,
garantías e intereses tutelados en esta Constitución y las leyes, ante hechos,
actos u omisiones de la Administración; y el control del ejercicio de las
funciones administrativas públicas.
El Defensor del Pueblo tiene legitimación procesal. Es designado y
removido por el Congreso con el voto de las dos terceras partes de los
miembros presentes de cada una de las Cámaras. Goza de las inmunidades
y privilegios de los legisladores. Durará en su cargo cinco años, pudiendo
ser nuevamente designado por una sola vez.
La organización y el funcionamiento de esta institución serán regulados
por una ley especial.

Sección segunda: Del Poder Ejecutivo

Capítulo Primero: De su naturaleza y duración

Art. 87. El Poder Ejecutivo de la Nación será desempeñado por un ciudadano


con el título de “Presidente de la Nación Argentina”.

Art. 88. En caso de enfermedad, ausencia de la Capital, muerte, renuncia o


destitución del presidente, el Poder Ejecutivo será ejercido por el vicepresidente
de la Nación. En caso de destitución, muerte, dimisión o inhabilidad del presidente
y vicepresidente de la Nación, el Congreso determinará qué funcionario público
ha de desempeñar la Presidencia, hasta que haya cesado la causa de la inhabilidad
o un nuevo presidente sea electo.

Art. 89. Para ser elegido presidente o vicepresidente de la Nación, se requiere


haber nacido en el territorio argentino, o ser hijo de ciudadano nativo, habiendo
nacido en país extranjero; y las demás calidades exigidas para ser elegido senador.

Art. 90. El presidente y vicepresidente duran en sus funciones el término de


cuatro años y podrán ser reelegidos o sucederse recíprocamente por un solo

32
ARGENTINA

período consecutivo. Si han sido reelectos o se han sucedido recíprocamente


no pueden ser elegidos para ninguno de ambos cargos, sino con el intervalo
de un período.

Art. 91. El presidente de la Nación cesa en el poder el mismo día en que


expira su período de cuatro años; sin que evento alguno que lo haya
interrumpido, pueda ser motivo de que se le complete más tarde.

Art. 92. El presidente y vicepresidente disfrutan de un sueldo pagado por el


Tesoro de la Nación, que no podrá ser alterado en el período de sus
nombramientos. Durante el mismo período no podrán ejercer otro empleo, ni
recibir ningún otro emolumento de la Nación, ni de provincia alguna.

Art. 93. Al tomar posesión de su cargo el presidente y vicepresidente prestarán


juramento, en manos del presidente del Senado y ante el Congreso reunido
en Asamblea, respetando sus creencias religiosas, de: “desempeñar con lealtad
y patriotismo el cargo de presidente (o vicepresidente) de la Nación y observar
y hacer observar fielmente la Constitución de la Nación Argentina”.

Capítulo Segundo: De la forma y tiempo de la elección del


presidente y vicepresidente de la Nación

Art. 94. El presidente y el vicepresidente de la Nación serán elegidos


directamente por el pueblo, en doble vuelta, según lo establece esta
Constitución. A este fin el territorio nacional conformará un distrito único.

Art. 95. La elección se efectuará dentro de los dos meses anteriores a la


conclusión del mandato del presidente en ejercicio.

Art. 96. La segunda vuelta electoral, si correspondiere, se realizará entre las


dos fórmulas de candidatos más votadas, dentro de los treinta días de celebrada
la anterior.

Art. 97. Cuando la fórmula que resultare más votada en la primera vuelta,
hubiere obtenido más del cuarenta y cinco por ciento de los votos afirmativos
válidamente emitidos, sus integrantes serán proclamados como presidente y
vicepresidente de la Nación.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 98. Cuando la fórmula que resultare más votada en la primera vuelta
hubiere obtenido el cuarenta por ciento por lo menos de los votos afirmativos
válidamente emitidos y, además, existiere una diferencia mayor de diez puntos
porcentuales respecto del total de los votos afirmativos válidamente emitidos
sobre la fórmula que le sigue en número de votos, sus integrantes serán
proclamados como presidente y vicepresidente de la Nación.

Capítulo Tercero: Atribuciones del Poder Ejecutivo

Art. 99. El presidente de la Nación tiene las siguientes atribuciones:

1. Es el jefe supremo de la Nación, jefe del gobierno y responsable político


de la administración general del país.

2. Expide las instrucciones y reglamentos que sean necesarios para la ejecución


de las leyes de la Nación, cuidando de no alterar su espíritu con excepciones
reglamentarias.

3. Participa de la formación de las leyes con arreglo a la Constitución, las


promulga y hace publicar.
El Poder Ejecutivo no podrá en ningún caso bajo pena de nulidad absoluta
e insanable, emitir disposiciones de carácter legislativo.
Solamente cuando circunstancias excepcionales hicieran imposible seguir
los trámites ordinarios previstos por esta Constitución para la sanción de
las leyes, y no se trate de normas que regulen materia penal, tributaria,
electoral o el régimen de los partidos políticos, podrá dictar decretos por
razones de necesidad y urgencia, los que serán decididos en acuerdo general
de ministros que deberán refrendarlos, conjuntamente con el jefe de gabinete
de ministros.
El jefe de gabinete de ministros personalmente y dentro de los diez días
someterá la medida a consideración de la Comisión Bicameral Permanente,
cuya composición deberá respetar la proporción de las representaciones
políticas de cada Cámara. Esta comisión elevará su despacho en un plazo
de diez días al plenario de cada Cámara para su expreso tratamiento, el
que de inmediato considerarán las Cámaras. Una ley especial sancionada
con la mayoría absoluta de la totalidad de los miembros de cada Cámara
regulará el trámite y los alcances de la intervención del Congreso.

34
ARGENTINA

4. Nombra los magistrados de la Corte Suprema con acuerdo del Senado


por dos tercios de sus miembros presentes, en sesión pública, convocada al
efecto.
Nombra los demás jueces de los tribunales federales inferiores en base a una
propuesta vinculante en terna del Consejo de la Magistratura, con acuerdo
del Senado, en sesión pública, en la que se tendrá en cuenta la idoneidad de
los candidatos.
Un nuevo nombramiento, precedido de igual acuerdo, será necesario para
mantener en el cargo a cualquiera de esos magistrados, una vez que cumplan
la edad de setenta y cinco años. Todos los nombramientos de magistrados
cuya edad sea la indicada o mayor se harán por cinco años, y podrán ser
repetidos indefinidamente, por el mismo trámite.

5. Puede indultar o conmutar las penas por delitos sujetos a la jurisdicción


federal, previo informe del tribunal correspondiente, excepto en los casos de
acusación por la Cámara de Diputados.

6. Concede jubilaciones, retiros, licencias y pensiones conforme a las leyes


de la Nación.

7. Nombra y remueve a los embajadores, ministros plenipotenciarios y


encargados de negocios con acuerdo del Senado; por sí solo nombra y
remueve al jefe de gabinete de ministros y a los demás ministros del despacho,
los oficiales de su secretaría, los agentes consulares y los empleados cuyo
nombramiento no está reglado de otra forma por esta Constitución.

8. Hace anualmente la apertura de las sesiones del Congreso, reunidas al


efecto ambas Cámaras, dando cuenta en esta ocasión del estado de la Nación,
de las reformas prometidas por la Constitución, y recomendando a su
consideración las medidas que juzgue necesarias y convenientes.

9. Prorroga las sesiones ordinarias del Congreso, o lo convoca a sesiones


extraordinarias, cuando un grave interés de orden o de progreso lo requiera.

10. Supervisa el ejercicio de la facultad del jefe de gabinete de ministros


respecto de la recaudación de las rentas de la Nación y de su inversión, con
arreglo a la ley o presupuesto de gastos nacionales.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

11. Concluye y firma tratados, concordatos y otras negociaciones requeridas


para el mantenimiento de buenas relaciones con las organizaciones internacionales
y las naciones extranjeras, recibe sus ministros y admite sus cónsules.

12. Es comandante en jefe de todas las fuerzas armadas de la Nación.

13. Provee los empleos militares de la Nación: con acuerdo del Senado, en la
concesión de los empleos o grados de oficiales superiores de las fuerzas armadas;
y por sí solo en el campo de batalla.

14. Dispone de las fuerzas armadas, y corre con su organización y distribución


según las necesidades de la Nación.

15. Declara la guerra y ordena represalias con autorización y aprobación del


Congreso.

16. Declara en estado de sitio uno o varios puntos de la Nación, en caso de


ataque exterior y por un término limitado, con acuerdo del Senado. En caso de
conmoción interior sólo tiene esta facultad cuando el Congreso está en receso,
porque es atribución que corresponde a este cuerpo. El presidente la ejerce con
las limitaciones prescriptas en el artículo 23.

17. Puede pedir al jefe de gabinete de ministros y a los jefes de todos los ramos
y departamentos de la administración, y por su conducto a los demás empleados,
los informes que crea convenientes, y ellos están obligados a darlos.

18. Puede ausentarse del territorio de la Nación, con permiso del Congreso. En
el receso de éste, sólo podrá hacerlo sin licencia por razones justificadas de servicio
público.

19. Puede llenar las vacantes de los empleos, que requieran el acuerdo del Senado,
y que ocurran durante su receso, por medio de nombramientos en comisión que
expirarán al fin de la próxima Legislatura.

20. Decreta la intervención federal a una provincia o a la ciudad de Buenos


Aires en caso de receso del Congreso, y debe convocarlo simultáneamente
para su tratamiento.

36
ARGENTINA

Capítulo Cuarto: Del jefe de gabinete y demás


ministros del Poder Ejecutivo

Art. 100. El jefe de gabinete de ministros y los demás ministros secretarios


cuyo número y competencia será establecida por una ley especial, tendrán a su
cargo el despacho de los negocios de la Nación, y refrendarán y legalizarán los
actos del presidente por medio de su firma, sin cuyo requisito carecen de eficacia.
Al jefe de gabinete de ministros, con responsabilidad política ante el Congreso
de la Nación, le corresponde:

1. Ejercer la administración general del país.

2. Expedir los actos y reglamentos que sean necesarios para ejercer las
facultades que le atribuye este artículo y aquellas que le delegue el presidente
de la Nación, con el refrendo del ministro secretario del ramo al cual el acto
o reglamento se refiera.

3. Efectuar los nombramientos de los empleados de la administración, excepto


los que correspondan al presidente.

4. Ejercer las funciones y atribuciones que le delegue el presidente de la


Nación y, en acuerdo de gabinete resolver sobre las materias que le indique
el Poder Ejecutivo, o por su propia decisión, en aquellas que por su importancia
estime necesario, en el ámbito de su competencia.

5. Coordinar, preparar y convocar las reuniones de gabinete de ministros,


presidiéndolas en caso de ausencia del presidente.

6. Enviar al Congreso los proyectos de ley de Ministerios y de Presupuesto


nacional, previo tratamiento en acuerdo de gabinete y aprobación del Poder
Ejecutivo.

7. Hacer recaudar las rentas de la Nación y ejecutar la ley de Presupuesto


nacional.

8. Refrendar los decretos reglamentarios de las leyes, los decretos que


dispongan la prórroga de las sesiones ordinarias del Congreso o la

37
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

convocatoria de sesiones extraordinarias y los mensajes del presidente que


promuevan la iniciativa legislativa.

9. Concurrir a las sesiones del Congreso y participar en sus debates, pero no


votar.

10. Una vez que se inicien las sesiones ordinarias del Congreso, presentar
junto a los restantes ministros una memoria detallada del estado de la Nación
en lo relativo a los negocios de los respectivos departamentos.

11. Producir los informes y explicaciones verbales o escritos que cualquiera


de las Cámaras solicite al Poder Ejecutivo.

12. Refrendar los decretos que ejercen facultades delegadas por el Congreso,
los que estarán sujetos al control de la Comisión Bicameral Permanente.

13. Refrendar conjuntamente con los demás ministros los decretos de


necesidad y urgencia y los decretos que promulgan parcialmente leyes.
Someterá personalmente y dentro de los diez días de su sanción estos decretos
a consideración de la Comisión Bicameral Permanente.
El jefe de gabinete de ministros no podrá desempeñar simultáneamente otro
ministerio.

Art. 101. El jefe de gabinete de ministros debe concurrir al Congreso al


menos una vez por mes, alternativamente a cada una de sus Cámaras, para
informar de la marcha del gobierno, sin perjuicio de lo dispuesto en el artículo
71. Puede ser interpelado a los efectos del tratamiento de una moción de
censura, por el voto de la mayoría absoluta de la totalidad de los miembros
de cualquiera de las Cámaras, y ser removido por el voto de la mayoría
absoluta de los miembros de cada una de las Cámaras.

Art. 102. Cada ministro es responsable de los actos que legaliza; y


solidariamente de los que acuerda con sus colegas.

Art. 103. Los ministros no pueden por sí solos, en ningún caso, tomar
resoluciones, a excepción de lo concerniente al régimen económico y
administrativo de sus respectivos departamentos.

38
ARGENTINA

Art. 104. Luego que el Congreso abra sus sesiones, deberán los ministros
del despacho presentarle una memoria detallada del estado de la Nación en
lo relativo a los negocios de sus respectivos departamentos.

Art. 105. No pueden ser senadores ni diputados, sin hacer dimisión de sus
empleos de ministros.

Art. 106. Pueden los ministros concurrir a las sesiones del Congreso y tomar
parte en sus debates, pero no votar.

Art. 107. Gozarán por sus servicios de un sueldo establecido por la ley, que
no podrá ser aumentado ni disminuido en favor o perjuicio de los que se
hallen en ejercicio.

Sección Tercera: Del Poder Judicial

Capítulo Primero: De su naturaleza y duración

Art. 108. El Poder Judicial de la Nación será ejercido por una Corte Suprema
de Justicia, y por los demás tribunales inferiores que el Congreso estableciere
en el territorio de la Nación.

Art. 109. En ningún caso el presidente de la Nación puede ejercer funciones


judiciales, arrogarse el conocimiento de causas pendientes o restablecer las
fenecidas.

Art. 110. Los jueces de la Corte Suprema y de los tribunales inferiores de la


Nación conservarán sus empleos mientras dure su buena conducta, y recibirán
por sus servicios una compensación que determinará la ley, y que no podrá
ser disminuida en manera alguna, mientras permaneciesen en sus funciones.

Art. 111. Ninguno podrá ser miembro de la Corte Suprema de Justicia, sin
ser abogado de la Nación con ocho años de ejercicio, y tener las calidades
requeridas para ser senador.

Art. 112. En la primera instalación de la Corte Suprema, los individuos


nombrados prestarán juramento en manos del presidente de la Nación, de

39
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

desempeñar sus obligaciones, administrando justicia bien y legalmente, y en


conformidad a lo que prescribe la Constitución. En lo sucesivo lo prestarán
ante el presidente de la misma Corte.

Art. 113. La Corte Suprema dictará su reglamento interior y nombrará a sus


empleados.

Art. 114. El Consejo de la Magistratura, regulado por una ley especial


sancionada por la mayoría absoluta de la totalidad de los miembros de cada
Cámara, tendrá a su cargo la selección de los magistrados y la administración
del Poder Judicial.
El Consejo será integrado periódicamente de modo que se procure el equilibrio
entre la representación de los órganos políticos resultantes de la elección
popular, de los jueces de todas las instancias y de los abogados de la matrícula
federal. Será integrado, asimismo, por otras personas del ámbito académico
y científico, en el número y la forma que indique la ley. Serán sus atribuciones:

1. Seleccionar mediante concursos públicos los postulantes a las magistraturas


inferiores.

2. Emitir propuestas en ternas vinculantes, para el nombramiento de los


magistrados de los tribunales inferiores.

3. Administrar los recursos y ejecutar el presupuesto que la ley asigne a la


administración de justicia.

4. Ejercer facultades disciplinarias sobre magistrados.

5. Decidir la apertura del procedimiento de remoción de magistrados, en su


caso ordenar la suspensión, y formular la acusación correspondiente.

6. Dictar los reglamentos relacionados con la organización judicial y todos


aquellos que sean necesarios para asegurar la independencia de los jueces y
la eficaz prestación de los servicios de justicia.

Art. 115. Los jueces de los tribunales inferiores de la Nación serán


removidos por las causales expresadas en el artículo 53, por un jurado

40
ARGENTINA

de enjuiciamiento integrado por legisladores, magistrados y abogados de


la matrícula federal.
Su fallo, que será irrecurrible, no tendrá más efecto que destituir al acusado.
Pero la parte condenada quedará no obstante sujeta a acusación, juicio y
castigo conforme a las leyes ante los tribunales ordinarios.
Corresponderá archivar las actuaciones y, en su caso, reponer al juez
suspendido, si transcurrieren ciento ochenta días contados desde la decisión
de abrir el procedimiento de remoción, sin que haya sido dictado el fallo.
En la ley especial a que se refiere el artículo 114, se determinará la integración
y procedimiento de este jurado.

Capítulo Segundo: Atribuciones del Poder Judicial

Art. 116. Corresponde a la Corte Suprema y a los tribunales inferiores de la


Nación, el conocimiento y decisión de todas las causas que versen sobre
puntos regidos por la Constitución, y por las leyes de la Nación, con la reserva
hecha en el inciso 12 del artículo 75: y por los tratados con las naciones
extranjeras: de las causas concernientes a embajadores, ministros públicos y
cónsules extranjeros: de las causas de almirantazgo y jurisdicción marítima:
de los asuntos en que la Nación sea parte: de las causas que se susciten entre
dos o más provincias; entre una provincia y los vecinos de otra; entre los
vecinos de diferentes provincias; y entre una provincia o sus vecinos, contra
un Estado o ciudadano extranjero.

Art. 117. En estos casos la Corte Suprema ejercerá su jurisdicción por


apelación según las reglas y excepciones que prescriba el Congreso; pero en
todos los asuntos concernientes a embajadores, ministros y cónsules
extranjeros, y en los que alguna provincia fuese parte, la ejercerá originaria y
exclusivamente.

Art. 118. Todos los juicios criminales ordinarios, que no se deriven del derecho
de acusación concedido a la Cámara de Diputados se terminarán por jurados,
luego que se establezca en la República esta institución. La actuación de
estos juicios se hará en la misma provincia donde se hubiere cometido el
delito; pero cuando éste se cometa fuera de los límites de la Nación, contra el
Derecho de Gentes, el Congreso determinará por una ley especial el lugar en
que haya de seguirse el juicio.

41
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 119. La traición contra la Nación consistirá únicamente en tomar las


armas contra ella, o en unirse a sus enemigos prestándoles ayuda y socorro.
El Congreso fijará por una ley especial la pena de este delito; pero ella no
pasará de la persona del delincuente, ni la infamia del reo se transmitirá a sus
parientes de cualquier grado.

Sección Cuarta: Del Ministerio Público

Art. 120. El ministerio Público es un órgano independiente con autonomía


funcional y autarquía financiera, que tiene por función promover la actuación
de la justicia en defensa de la legalidad de los intereses generales de la sociedad,
en coordinación con las demás autoridades de la República.
Está integrado por un procurador general de la Nación y un defensor general
de la Nación y los demás miembros que la ley establezca.
Sus miembros gozan de inmunidades funcionales e intangibilidad de
remuneraciones.

Titulo Segundo: Gobiernos de provincia

Art. 121. Las provincias conservan todo el poder no delegado por esta
Constitución al Gobierno federal, y el que expresamente se hayan reservado
por pactos especiales al tiempo de su incorporación.

Art. 122. Se dan sus propias instituciones locales y se rigen por ellas. Eligen
sus gobernadores, sus legisladores y demás funcionarios de provincia, sin
intervención del Gobierno federal.

Art. 123. Cada provincia dicta su propia constitución, conforme a lo dispuesto


por el artículo 5° asegurando la autonomía municipal y reglando su alcance y
contenido en el orden institucional, político, administrativo, económico y
financiero.

Art. 124. Las provincias podrán crear regiones para el desarrollo


económico y social y establecer órganos con facultades para el
cumplimiento de sus fines y podrán también celebrar convenios
internacionales en tanto no sean incompatibles con la política exterior
de la Nación y no afecten las facultades delegadas al Gobierno federal

42
ARGENTINA

o el crédito público de la Nación; con conocimiento del Congreso


Nacional. La ciudad de Buenos Aires tendrá el régimen que se establezca
a tal efecto.
Corresponde a las provincias el dominio originario de los recursos naturales
existentes en su territorio.

Art. 125. Las provincias pueden celebrar tratados parciales para fines
de administración de justicia, de intereses económicos y trabajos de utilidad
común, con conocimiento del Congreso Federal; y promover su industria,
la inmigración, la construcción de ferrocarriles y canales navegables, la
colonización de tierras de propiedad provincial, la introducción y
establecimiento de nuevas industrias, la importación de capitales
extranjeros y la exploración de sus ríos, por leyes protectoras de estos
fines, y con sus recursos propios.
Las provincias y la ciudad de Buenos Aires pueden conservar organismos
de seguridad social para los empleados públicos y los profesionales; y
promover el progreso económico, el desarrollo humano, la generación de
empleo, la educación, la ciencia, el conocimiento y la cultura.

Art. 126. Las provincias no ejercen el poder delegado a la Nación. No


pueden celebrar tratados parciales de carácter político; ni expedir leyes
sobre comercio, o navegación interior o exterior; ni establecer aduanas
provinciales; ni acuñar moneda; ni establecer bancos con facultad de emitir
billetes, sin autorización del Congreso Federal; ni dictar los Códigos Civil,
Comercial, Penal y de Minería, después que el Congreso los haya
sancionado; ni dictar especialmente leyes sobre ciudadanía y naturalización,
bancarrotas, falsificación de moneda o documentos del Estado; ni
establecer derechos de tonelaje; ni armar buques de guerra o levantar
ejércitos, salvo el caso de invasión exterior o de un peligro tan inminente
que no admita dilación dando luego cuenta al Gobierno federal; ni nombrar
o recibir agentes extranjeros.

Art. 127. Ninguna provincia puede declarar, ni hacer la guerra a otra


provincia. Sus quejas deben ser sometidas a la Corte Suprema de Justicia
y dirimidas por ella. Sus hostilidades de hecho son actos de guerra civil,
calificados de sedición o asonada, que el Gobierno federal debe sofocar
y reprimir conforme a la ley.

43
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 128. Los gobernadores de provincia son agentes naturales del Gobierno
federal para hacer cumplir la Constitución y las leyes de la Nación.

Art. 129. La ciudad de Buenos Aires tendrá un régimen de gobierno autónomo,


con facultades propias de legislación y jurisdicción, y su jefe de gobierno será
elegido directamente por el pueblo de la ciudad.
Una ley garantizará los intereses del Estado nacional, mientras la ciudad de
Buenos Aires sea capital de la Nación.
En el marco de lo dispuesto en este artículo, el Congreso de la Nación
convocará a los habitantes de la ciudad de Buenos Aires para que, mediante
los representantes que elijan a ese efecto, dicten el Estatuto Organizativo de
sus instituciones.

Disposiciones Transitorias

Primera: La Nación Argentina ratifica su legítima e imprescriptible


soberanía sobre las Islas Malvinas, Georgias del Sur y Sandwich del Sur
y los espacios marítimos e insulares correspondientes, por ser parte
integrante del territorio nacional.
La recuperación de dichos territorios y el ejercicio pleno de la soberanía,
respetando el modo de vida de sus habitantes, y conforme a los principios
del derecho internacional, constituyen un objetivo permanente e
irrenunciable del pueblo argentino.

Segunda: Las acciones positivas a que alude el art. 37 en su último párrafo


no podrán ser inferiores a las vigentes al tiempo de sancionarse esta
Constitución y durarán lo que la ley determine (corresponde al art. 37).

Tercera: La ley que reglamente el ejercicio de la iniciativa popular deberá


ser aprobada dentro de los dieciocho meses de esta sanción (corresponde
al Art. 39).

Cuarta: Los actuales integrantes del Senado de la Nación desempeñarán


su cargo hasta la extinción del mandato correspondiente a cada uno.
En ocasión de renovarse un tercio del Senado en mil novecientos noventa
y cinco, por finalización de los mandatos de todos los senadores elegidos
en mil novecientos ochenta y seis, será designado además un tercer

44
ARGENTINA

Senador por distrito por cada Legislatura. El conjunto de los senadores


por cada distrito se integrará, en lo posible, de modo que correspondan
dos bancas al partido político o alianza electoral que tenga el mayor número
de miembros en la Legislatura y la restante al partido político o alianza
electoral que lo siga en número de miembros de ella. En caso de empate,
se hará prevalecer al partido político o alianza electoral que hubiera
obtenido mayor cantidad de sufragios en la elección legislativa provincial
inmediata anterior.
La elección de los senadores que reemplacen a aquellos cuyos mandatos
vencen en mil novecientos noventa y ocho, así como la elección de quien
reemplace a cualquiera de lo actuales senadores en caso de aplicación del
art. 62, se hará por éstas mismas reglas de designación. Empero, el partido
político o alianza electoral que tenga el mayor número de miembros en la
legislatura al tiempo de la elección del senador, tendrá derecho a que sea
elegido su candidato, con la sola limitación de que no resulten los tres
senadores de un mismo partido político o alianza electoral. Estas reglas
serán también aplicables a la elección de los senadores por la ciudad de
Buenos Aires, en mil novecientos noventa y cinco por el cuerpo electoral, y
en mil novecientos noventa y ocho por el órgano legislativo de la ciudad.
La elección de todos los senadores a que se refiere esta cláusula se llevará
a cabo con una anticipación no menor de sesenta ni mayor de noventa
días al momento en que el senador deba asumir su función. En todos los
casos, los candidatos a senadores serán propuestos por los partidos
políticos o alianzas electorales. El cumplimiento de las exigencias legales
y estatutarias para ser proclamado candidato será certificado por la Justicia
Electoral Nacional y comunicado a la Legislatura.
Toda vez que se elija un senador nacional se designará un suplente, quien
asumirá en los casos del Art. 62.
Los mandatos de los senadores elegidos por aplicación de esta cláusula
transitoria durarán hasta el nueve de diciembre del dos mil uno
(corresponde al Art. 54).

Quinta: Todos los integrantes del Senado serán elegidos en la forma


indicada en el art. 54 dentro de los dos meses anteriores al diez de
diciembre del dos mil uno, decidiéndose por la suerte, luego que todos se
reúnan, quienes deban salir en el primero y segundo bienio (corresponde
al art. 56).

45
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sexta: Un régimen de coparticipación conforme a lo dispuesto en el inc. 2


del art. 75 y la reglamentación del organismo fiscal federal, serán establecidos
antes de la finalización del año 1996; la distribución de competencias, servicios
y funciones vigentes a la sanción de esta reforma, no podrá modificarse sin la
aprobación de la provincia interesada; tampoco podrá modificarse en
desmedro de las provincias la distribución de recursos vigente a la sanción de
esta reforma y en ambos casos hasta el dictado del mencionado régimen de
coparticipación.
La presente cláusula no afecta los reclamos administrativos o judiciales en
trámite originados por diferencias por distribución de competencias, servicios,
funciones o recursos entre la Nación y las provincias. (corresponde al art. 75
inc. 2).

Séptima: El Congreso ejercerá en la ciudad de Buenos Aires, mientras sea


capital de la Nación, las atribuciones legislativas que conserve con arreglo al
art. 129 (corresponde al art. 75 inc. 30).

Octava: La legislación delegada preexistente que no contenga plazo


establecido para su ejercicio caducará a los cinco años de la vigencia de esta
disposición, excepto aquella que el Congreso de la Nación ratifique
expresamente por una nueva ley (corresponde al art. 76).

Novena: El mandato del Presidente en ejercicio al momento de sancionarse


esta reforma, deberá ser considerado como primer período (corresponde al
art. 90).

Décima: El mandato del Presidente de la Nación que asuma su cargo el 8 de


julio de 1995, se extinguirá el 10 de diciembre de 1999 (corresponde al art.
90).

Undécima: La caducidad de los nombramientos y la duración limitada


previstas en el art. 99 inc. 4 entrarán en vigencia a los cinco años de la sanción
de esta reforma constitucional (corresponde al art. 99 inc. 4).

Duodécima: Las prescripciones establecidas en los arts. 100 y 101 del capítulo
IV de la sección II, de la segunda parte de esta Constitución referidas al jefe
de gabinete de ministros, entrarán en vigencia el 8 de julio de 1995.

46
ARGENTINA

El jefe de gabinete de ministros será designado por primera vez el 8 de julio


de 1995, hasta esa fecha sus facultades serán ejercidas por el Presidente de
la República (corresponde a los arts. 99 inciso 7, 100 y 101).
Dada en la sala de sesiones de la Convención Nacional Constituyente, en la
ciudad de Santa Fe, a los veintidós días del mes de agosto del año mil
novecientos noventa y cuatro.

Decimotercera: A partir de los trescientos sesenta días de la vigencia


de esta reforma, los magistrados inferiores solamente podrán ser
designados por el procedimiento previsto en la presente Constitución.
Hasta tanto se aplicará el sistema vigente con anterioridad (corresponde
al art. 114).

Decimocuarta: Las causas en trámite ante la Cámara de Diputados al


momento de instalarse el Consejo de la Magistratura, les serán remitidas a
efectos del inc. 5 del art. 114. Las ingresadas en el Senado continuarán allí
hasta su terminación (corresponde al art. 115).

Decimoquinta: Hasta tanto se constituyan los poderes que surjan del nuevo
régimen de autonomía de la ciudad de Buenos Aires, el Congreso ejercerá
una legislación exclusiva sobre su territorio, en los mismos términos que hasta
la sanción de la presente.
El jefe de gobierno será elegido durante el año mil novecientos noventa y
cinco.
La ley prevista en los párrafos segundo y el tercero del art. 129, deberá ser
sancionada dentro del plazo de doscientos setenta días a partir de la vigencia
de esta Constitución. Hasta tanto se haya dictado el estatuto organizativo la
designación y remoción de los jueces de la ciudad de Buenos Aires se regirá
por las disposiciones de los arts. 114 y 115 de esta Constitución (corresponde
al art. 129).

Decimosexta: Esta reforma entra en vigencia al día siguiente de su


publicación. Los miembros de la Convención Constituyente, el Presidente de
la Nación Argentina, los presidentes de las Cámaras Legislativas y el Presidente
de la Corte Suprema de Justicia prestan juramento en un mismo acto el día
24 de agosto de 1994, en el Palacio San José, Concepción del Uruguay,
Provincia de Entre Ríos.

47
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Cada poder del Estado y las autoridades provinciales y municipales disponen


lo necesario para que sus miembros y funcionarios juren esta Constitución.

Decimoséptima: El texto constitucional ordenado, sancionado por esta


Convención Constituyente, reemplaza al hasta ahora vigente.
Dada en la sala de sesiones de la Convención Nacional Constituyente, en la
ciudad de Santa Fe, a los veintidós dias del mes de agosto del año mil
novecientos noventa y cuatro.

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Bolívia

CONSTITUCIÓN POLÍTICA DEL ESTADO (2009)

PREÁMBULO

En tiempos inmemoriales se erigieron montañas, se desplazaron ríos, se


formaron lagos. Nuestra amazonia, nuestro chaco, nuestro altiplano y nuestros
llanos y valles se cubrieron de verdores y flores. Poblamos esta sagrada Madre
Tierra con rostros diferentes, y comprendimos desde entonces la pluralidad
vigente de todas las cosas y nuestra diversidad como seres y culturas. Así
conformamos nuestros pueblos, y jamás comprendimos el racismo hasta que
lo sufrimos desde los funestos tiempos de la colonia.

El pueblo boliviano, de composición plural, desde la profundidad de la historia,


inspirado en las luchas del pasado, en la sublevación indígena anticolonial, en
la independencia, en las luchas populares de liberación, en las marchas
indígenas, sociales y sindicales, en las guerras del agua y de octubre, en las
luchas por la tierra y territorio, y con la memoria de nuestros mártires,
construimos un nuevo Estado.

Un Estado basado en el respeto e igualdad entre todos, con principios de


soberanía, dignidad, complementariedad, solidaridad, armonía y equidad en

49
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

la distribución y redistribución del producto social, donde predomine la


búsqueda del vivir bien; con respeto a la pluralidad económica, social,
jurídica, política y cultural de los habitantes de esta tierra; en convivencia
colectiva con acceso al agua, trabajo, educación, salud y vivienda para
todos.

Dejamos en el pasado el Estado colonial, republicano y neoliberal.

Asumimos el reto histórico de construir colectivamente el Estado Unitario


Social de Derecho Plurinacional Comunitario, que integra y articula los
propósitos de avanzar hacia una Bolivia democrática, productiva, portadora
e inspiradora de la paz, comprometida con el desarrollo integral y con la libre
determinación de los pueblos.

Nosotros, mujeres y hombres, a través de la Asamblea Constituyente y con


el poder originario del pueblo, manifestamos nuestro compromiso con la unidad
e integridad del país.

Cumpliendo el mandato de nuestros pueblos, con la fortaleza de nuestra


Pachamama y gracias a Dios, refundamos Bolivia.

Honor y gloria a los mártires de la gesta constituyente y liberadora, que han


hecho posible esta nueva historia.

PRIMERA PARTE
BASES FUNDAMENTALES DEL ESTADO DERECHOS,
DEBERES Y GARANTÍAS

TÍTULO I
BASES FUNDAMENTALES DEL ESTADO

CAPÍTULO PRIMERO
MODELO DE ESTADO

Artículo 1. Bolivia se constituye en un Estado Unitario Social de Derecho


Plurinacional Comunitario, libre, independiente, soberano, democrático,
intercultural, descentralizado y con autonomías. Bolivia se funda en la

50
BOLÍVIA

pluralidad y el pluralismo político, económico, jurídico, cultural y lingüístico,


dentro del proceso integrador del país.

Artículo 2. Dada la existencia precolonial de las naciones y pueblos


indígena originario campesinos y su dominio ancestral sobre sus territorios,
se garantiza su libre determinación en el marco de la unidad del Estado,
que consiste en su derecho a la autonomía, al autogobierno, a su cultura,
al reconocimiento de sus instituciones y a la consolidación de sus entidades
territoriales, conforme a esta Constitución y la ley.

Artículo 3. La nación boliviana está conformada por la totalidad de las


bolivianas y los bolivianos, las naciones y pueblos indígena originario
campesinos, y las comunidades interculturales y afrobolivianas que en
conjunto constituyen el pueblo boliviano.

Artículo 4. El Estado respeta y garantiza la libertad de religión y de


creencias espirituales, de acuerdo con sus cosmovisiones. El Estado es
independiente de la religión.

Artículo 5. I. Son idiomas oficiales del Estado el castellano y todos los


idiomas de las naciones y pueblos indígena originario campesinos, que
son el aymara, araona, baure, bésiro, canichana, cavineño, cayubaba,
chácobo, chimán, ese ejja, guaraní, guarasu’we, guarayu, itonama, leco,
machajuyaikallawaya, machineri, maropa, mojeño-trinitario, mojeño-
ignaciano, moré, mosetén, movima, pacawara, puquina, quechua, sirionó,
tacana, tapiete, toromona, uru-chipaya, weenhayek, yaminawa, yuki,
yuracaré y zamuco.

II. El Gobierno plurinacional y los gobiernos departamentales deben utilizar


al menos dos idiomas oficiales. Uno de ellos debe ser el castellano, y el
otro se decidirá tomando en cuenta el uso, la conveniencia, las
circunstancias, las necesidades y preferencias de la población en su
totalidad o del territorio en cuestión. Los demás gobiernos autónomos
deben utilizar los idiomas propios de su territorio, y uno de ellos debe ser
el castellano.

Artículo 6. I. Sucre es la Capital de Bolivia.

51
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. Los símbolos del Estado son la bandera tricolor rojo, amarillo y verde; el
himno boliviano; el escudo de armas; la wiphala; la escarapela; la flor de la
kantuta y la flor del patujú.

CAPÍTULO SEGUNDO
PRINCIPIOS, VALORES Y FINES DEL ESTADO

Artículo 7. La soberanía reside en el pueblo boliviano, se ejerce de forma


directa y delegada. De ella emanan, por delegación, las funciones y
atribuciones de los órganos del poder público; es inalienable e imprescriptible.

Artículo 8. I. El Estado asume y promueve como principios ético-morales


de la sociedad plural: ama qhilla, ama llulla, ama suwa (no seas flojo, no seas
mentiroso ni seas ladrón), suma qamaña (vivir bien), ñandereko (vida
armoniosa), teko kavi (vida buena), ivi maraei (tierra sin mal) y qhapaj ñan
(camino o vida noble).

II. El Estado se sustenta en los valores de unidad, igualdad, inclusión, dignidad,


libertad, solidaridad, reciprocidad, respeto, complementariedad, armonía,
transparencia, equilibrio, igualdad de oportunidades, equidad social y de género
en la participación, bienestar común, responsabilidad, justicia social,
distribución y redistribución de los productos y bienes sociales, para vivir
bien.

Artículo 9. Son fines y funciones esenciales del Estado, además de los que
establece la Constitución y la ley:

1. Constituir una sociedad justa y armoniosa, cimentada en la descolonización,


sin discriminación ni explotación, con plena justicia social, para consolidar las
identidades plurinacionales.

2. Garantizar el bienestar, el desarrollo, la seguridad y la protección e igual


dignidad de las personas, las naciones, los pueblos y las comunidades, y
fomentar el respeto mutuo y el diálogo intracultural, intercultural y plurilingüe.

3. Reafirmar y consolidar la unidad del país, y preservar como patrimonio


histórico y humano la diversidad plurinacional.

52
BOLÍVIA

4. Garantizar el cumplimiento de los principios, valores, derechos y deberes


reconocidos y consagrados en esta Constitución.

5. Garantizar el acceso de las personas a la educación, a la salud y al trabajo.

6. Promover y garantizar el aprovechamiento responsable y planificado de


los recursos naturales, e impulsar su industrialización, a través del desarrollo
y del fortalecimiento de la base productiva en sus diferentes dimensiones y
niveles, así como la conservación del medio ambiente, para el bienestar de
las generaciones actuales y futuras.

Artículo 10. I. Bolivia es un Estado pacifista, que promueve la cultura de la


paz y el derecho a la paz, así como la cooperación entre los pueblos de la
región y del mundo, a fin de contribuir al conocimiento mutuo, al desarrollo
equitativo y a la promoción de la interculturalidad, con pleno respeto a la
soberanía de los estados.

II. Bolivia rechaza toda guerra de agresión como instrumento de solución a


los diferendos y conflictos entre estados y se reserva el derecho a la legítima
defensa en caso de agresión que comprometa la independencia y la integridad
del Estado.

III. Se prohíbe la instalación de bases militares extranjeras en territorio


boliviano.

CAPÍTULO TERCERO
SISTEMA DE GOBIERNO

Artículo 11. I. La República de Bolivia adopta para su gobierno la forma


democrática participativa, representativa y comunitaria, con equivalencia de
condiciones entre hombres y mujeres.

II. La democracia se ejerce de las siguientes formas, que serán desarrolladas


por la ley:

1. Directa y participativa, por medio del referendo, la iniciativa legislativa


ciudadana, la revocatoria de mandato, la asamblea, el cabildo y la consulta

53
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

previa. Las asambleas y cabildos tendrán carácter deliberativo conforme a


Ley.

2. Representativa, por medio de la elección de representantes por voto


universal, directo y secreto, conforme a Ley.

3. Comunitaria, por medio de la elección, designación o nominación de


autoridades y representantes por normas y procedimientos propios de las
naciones y pueblos indígena originario campesinos, entre otros, conforme a
Ley.

Artículo 12. I. El Estado se organiza y estructura su poder público a través


de los órganos Legislativo, Ejecutivo, Judicial y Electoral. La organización
del Estado está fundamentada en la independencia, separación, coordinación
y cooperación de estos órganos.

II. Son funciones estatales la de Control, la de Defensa de la Sociedad y la de


Defensa del Estado.

III. Las funciones de los órganos públicos no pueden ser reunidas en un solo
órgano ni son delegables entre si.

TÍTULO II
DERECHOS FUNDAMENTALES Y GARANTÍAS

CAPÍTULO PRIMERO
DISPOSICIONES GENERALES

Artículo 13. I. Los derechos reconocidos por esta Constitución son


inviolables, universales, interdependientes, indivisibles y progresivos. El Estado
tiene el deber de promoverlos, protegerlos y respetarlos.

II. Los derechos que proclama esta Constitución no serán entendidos como
negación de otros derechos no enunciados.

III. La clasificación de los derechos establecida en esta Constitución no


determina jerarquía alguna ni superioridad de unos derechos sobre otros.

54
BOLÍVIA

IV. Los tratados y convenios internacionales ratificados por la Asamblea


Legislativa Plurinacional, que reconocen los derechos humanos y que
prohíben su limitación en los Estados de Excepción prevalecen en el orden
interno. Los derechos y deberes consagrados en esta Constitución se
interpretarán de conformidad con los Tratados internacionales de derechos
humanos ratificados por Bolivia.

Artículo 14. I. Todo ser humano tiene personalidad y capacidad jurídica


con arreglo a las leyes y goza de los derechos reconocidos por esta
Constitución, sin distinción alguna.

II. El Estado prohíbe y sanciona toda forma de discriminación fundada en


razón de sexo, color, edad, orientación sexual, identidad de género, origen,
cultura, nacionalidad, ciudadanía, idioma, credo religioso, ideología,
filiación política o filosófica, estado civil, condición económica o social,
tipo de ocupación, grado de instrucción, discapacidad, embarazo, u otras
que tengan por objetivo o resultado anular o menoscabar el reconocimiento,
goce o ejercicio, en condiciones de igualdad, de los derechos de toda
persona.

III. El Estado garantiza a todas las personas y colectividades, sin


discriminación alguna, el libre y eficaz ejercicio de los derechos
establecidos en esta Constitución, las leyes y los tratados internacionales
de derechos humanos.

IV. En el ejercicio de los derechos, nadie será obligado a hacer lo que la


Constitución y las leyes no manden, ni a privarse de lo que éstas no
prohíban.

V. Las leyes bolivianas se aplican a todas las personas, naturales o


jurídicas, bolivianas o extranjeras, en el territorio boliviano.

VI. Las extranjeras y los extranjeros en el territorio boliviano tienen los


derechos y deben cumplir los deberes establecidos en la Constitución,
salvo las restricciones que ésta contenga.

55
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO SEGUNDO
DERECHOS FUNDAMENTALES

Artículo 15. I. Toda persona tiene derecho a la vida y a la integridad física,


psicológica y sexual. Nadie será torturado, ni sufrirá tratos crueles, inhumanos,
degradantes o humillantes. No existe la pena de muerte.

II. Todas las personas, en particular las mujeres, tienen derecho a no sufrir
violencia física, sexual o psicológica, tanto en la familia como en la sociedad.

III. El Estado adoptará las medidas necesarias para prevenir, eliminar y sancionar
la violencia de género y generacional, así como toda acción u omisión que
tenga por objeto degradar la condición humana, causar muerte, dolor y
sufrimiento físico, sexual o psicológico, tanto en el ámbito público como privado.

IV. Ninguna persona podrá ser sometida a desaparición forzada por causa o
circunstancia alguna.

V. Ninguna persona podrá ser sometida a servidumbre ni esclavitud. Se prohíbe


la trata y tráfico de personas.

Artículo 16. I. Toda persona tiene derecho al agua y a la alimentación.

II. El Estado tiene la obligación de garantizar la seguridad alimentaría, a través


de una alimentación sana, adecuada y suficiente para toda la población.

Artículo 17. Toda persona tiene derecho a recibir educación en todos los
niveles de manera universal, productiva, gratuita, integral e intercultural, sin
discriminación.

Artículo 18. I. Todas las personas tienen derecho a la salud.

II. El Estado garantiza la inclusión y el acceso a la salud de todas las personas,


sin exclusión ni discriminación alguna.

III. El sistema único de salud será universal, gratuito, equitativo, intracultural,


intercultural, participativo, con calidad, calidez y control social. El sistema se

56
BOLÍVIA

basa en los principios de solidaridad, eficiencia y corresponsabilidad y se


desarrolla mediante políticas públicas en todos los niveles de gobierno.

Artículo 19. I. Toda persona tiene derecho a un hábitat y vivienda adecuada,


que dignifiquen la vida familiar y comunitaria.

II. El Estado, en todos sus niveles de gobierno, promoverá planes de vivienda


de interés social, mediante sistemas adecuados de financiamiento, basándose
en los principios de solidaridad y equidad. Estos planes se destinarán
preferentemente a familias de escasos recursos, a grupos menos favorecidos
y al área rural.

Artículo 20. I. Toda persona tiene derecho al acceso universal y equitativo a


los servicios básicos de agua potable, alcantarillado, electricidad, gas
domiciliario, postal y telecomunicaciones.

II. Es responsabilidad del Estado, en todos sus niveles de gobierno, la provisión


de los servicios básicos a través de entidades públicas, mixtas, cooperativas o
comunitarias. En los casos de electricidad, gas domiciliario y telecomunicaciones
se podrá prestar el servicio mediante contratos con la empresa privada. La
provisión de servicios debe responder a los criterios de universalidad,
responsabilidad, accesibilidad, continuidad, calidad, eficiencia, eficacia, tarifas
equitativas y cobertura necesaria; con participación y control social.

III. El acceso al agua y alcantarillado constituyen derechos humanos, no son


objeto de concesión ni privatización y están sujetos a régimen de licencias y
registros, conforme a ley.

CAPÍTULO TERCERO
DERECHOS CIVILES Y POLÍTICOS

SECCIÓN I
DERECHOS CIVILES

Artículo 21. Las bolivianas y los bolivianos tienen los siguientes derechos:

1. A la autoidentificación cultural.

57
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2. A la privacidad, intimidad, honra, honor, propia imagen y dignidad.

3. A la libertad de pensamiento, espiritualidad, religión y culto, expresados en


forma individual o colectiva, tanto en público como en privado, con fines
lícitos.

4. A la libertad de reunión y asociación, en forma pública y privada, con fines


lícitos.

5. A expresar y difundir libremente pensamientos u opiniones por cualquier


medio de comunicación, de forma oral, escrita o visual, individual o colectiva.

6. A acceder a la información, interpretarla, analizarla y comunicarla libremente,


de manera individual o colectiva.

7. A la libertad de residencia, permanencia y circulación en todo el territorio


boliviano, que incluye la salida e ingreso del país.

Artículo 22. La dignidad y la libertad de la persona son inviolables. Respetarlas


y protegerlas es deber primordial del Estado.

Artículo 23. I. Toda persona tiene derecho a la libertad y seguridad personal.


La libertad personal sólo podrá ser restringida en los límites señalados por la
ley, para asegurar el descubrimiento de la verdad histórica en la actuación de
las instancias jurisdiccionales.

II. Se evitará la imposición a los adolescentes de medidas privativas de libertad.


Todo adolescente que se encuentre privado de libertad recibirá atención preferente
por parte de las autoridades judiciales, administrativas y policiales. Éstas deberán
asegurar en todo momento el respeto a su dignidad y la reserva de su identidad.
La detención deberá cumplirse en recintos distintos de los asignados para los
adultos, teniendo en cuenta las necesidades propias de su edad.

III. Nadie podrá ser detenido, aprehendido o privado de su libertad, salvo en


los casos y según las formas establecidas por la ley. La ejecución del
mandamiento requerirá que éste emane de autoridad competente y que sea
emitido por escrito.

58
BOLÍVIA

IV. Toda persona que sea encontrada en delito flagrante podrá ser
aprehendida por cualquier otra persona, aun sin mandamiento. El único
objeto de la aprehensión será su conducción ante autoridad judicial
competente, quien deberá resolver su situación jurídica en el plazo máximo
de veinticuatro horas.

V. En el momento en que una persona sea privada de su libertad, será


informada de los motivos por los que se procede a su detención, así como
de la denuncia o querella formulada en su contra.

VI. Los responsables de los centros de reclusión deberán llevar el registro


de personas privadas de libertad. No recibirán a ninguna persona sin copiar
en su registro el mandamiento correspondiente. Su incumplimiento dará
lugar al procesamiento y sanciones que señale la ley.

Artículo 24. Toda persona tiene derecho a la petición de manera individual


o colectiva, sea oral o escrita, y a la obtención de respuesta formal y
pronta. Para el ejercicio de este derecho no se exigirá más requisito que
la identificación del peticionario.

Artículo 25. I. Toda persona tiene derecho a la inviolabilidad de su


domicilio y al secreto de las comunicaciones privadas en todas sus formas,
salvo autorización judicial.

II. Son inviolables la correspondencia, los papeles privados y las


manifestaciones privadas contenidas en cualquier soporte, éstos no podrán
ser incautados salvo en los casos determinados por la ley para la
investigación penal, en virtud de orden escrita y motivada de autoridad
judicial competente.

III. Ni la autoridad pública, ni persona u organismo alguno podrán


interceptar conversaciones o comunicaciones privadas mediante instalación
que las controle o centralice.

IV. La información y prueba obtenidas con violación de correspondencia


y comunicaciones en cualquiera de sus formas no producirán efecto legal.

59
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

SECCIÓN II
DERECHOS POLÍTICOS

Artículo 26. I. Todas las ciudadanas y los ciudadanos tienen derecho a


participar libremente en la formación, ejercicio y control del poder político,
directamente o por medio de sus representantes, y de manera individual o
colectiva. La participación será equitativa y en igualdad de condiciones entre
hombres y mujeres.

II. El derecho a la participación comprende:

1. La organización con fines de participación política, conforme a la


Constitución y a la ley.

2. El sufragio, mediante voto igual, universal, directo, individual, secreto, libre


y obligatorio, escrutado públicamente. El sufragio se ejercerá a partir de los
dieciocho años cumplidos.

3. Donde se practique la democracia comunitaria, los procesos electorales


se ejercerán según normas y procedimientos propios, supervisados por el
Órgano Electoral, siempre y cuando el acto electoral no esté sujeto al voto
igual, universal, directo, secreto, libre y obligatorio.

4. La elección, designación y nominación directa de los representantes de las


naciones y pueblos indígena originario campesinos, de acuerdo con sus normas
y procedimientos propios.

5. La fiscalización de los actos de la función pública.

Artículo 27. I. Las bolivianas y los bolivianos residentes en el exterior tienen


derecho a participar en las elecciones a la Presidencia y Vicepresidencia del
Estado, y en las demás señaladas por la ley. El derecho se ejercerá a través
del registro y empadronamiento realizado por el Órgano Electoral.

II. Las extranjeras y los extranjeros residentes en Bolivia tienen derecho a


sufragar en las elecciones municipales, conforme a la ley, aplicando principios
de reciprocidad internacional.

60
BOLÍVIA

Artículo 28. El ejercicio de los derechos políticos se suspende en los siguientes


casos, previa sentencia ejecutoriada mientras la pena no haya sido cumplida:

1. Por tomar armas y prestar servicio en fuerzas armadas enemigas en tiempos


de guerra.

2. Por defraudación de recursos públicos.

3. Por traición a la patria.

Artículo 29. I. Se reconoce a las extranjeras y los extranjeros el derecho a


pedir y recibir asilo o refugio por persecución política o ideológica, de
conformidad con las leyes y los tratados internacionales.

II. Toda persona a quien se haya otorgado en Bolivia asilo o refugio no será
expulsada o entregada a un país donde su vida, integridad, seguridad o libertad
peligren. El Estado atenderá de manera positiva, humanitaria y expedita las
solicitudes de reunificación familiar que se presenten por padres o hijos asilados
o refugiados.

CAPÍTULO CUARTO
DERECHOS DE LAS NACIONES Y PUEBLOS INDÍGENA
ORIGINARIO CAMPESINOS

Artículo 30. I. Es nación y pueblo indígena originario campesino toda la


colectividad humana que comparta identidad cultural, idioma, tradición
histórica, instituciones, territorialidad y cosmovisión, cuya existencia es anterior
a la invasión colonial española.

II. En el marco de la unidad del Estado y de acuerdo con esta Constitución


las naciones y pueblos indígena originario campesinos gozan de los siguientes
derechos:

1. A existir libremente.

2. A su identidad cultural, creencia religiosa, espiritualidades, prácticas y


costumbres, y a su propia cosmovisión.

61
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

3. A que la identidad cultural de cada uno de sus miembros, si así lo desea,


se inscriba junto a la ciudadanía boliviana en su cédula de identidad, pasaporte
u otros documentos de identificación con validez legal.

4. A la libre determinación y territorialidad.

5. A que sus instituciones sean parte de la estructura general del Estado.

6. A la titulación colectiva de tierras y territorios.

7. A la protección de sus lugares sagrados.

8. A crear y administrar sistemas, medios y redes de comunicación propios.

9. A que sus saberes y conocimientos tradicionales, su medicina tradicional,


sus idiomas, sus rituales y sus símbolos y vestimentas sean valorados,
respetados y promocionados.

10. A vivir en un medio ambiente sano, con manejo y aprovechamiento


adecuado de los ecosistemas.

11. A la propiedad intelectual colectiva de sus saberes, ciencias y


conocimientos, así como a su valoración, uso, promoción y desarrollo.

12. A una educación intracultural, intercultural y plurilingüe en todo el sistema


educativo.

13. Al sistema de salud universal y gratuito que respete su cosmovisión y


prácticas tradicionales.

14. Al ejercicio de sus sistemas políticos, jurídicos y económicos acorde a su


cosmovisión.

15. A ser consultados mediante procedimientos apropiados, y en particular a


través de sus instituciones, cada vez que se prevean medidas legislativas o
administrativas susceptibles de afectarles. En este marco, se respetará y
garantizará el derecho a la consulta previa obligatoria, realizada por el Estado,

62
BOLÍVIA

de buena fe y concertada, respecto a la explotación de los recursos naturales


no renovables en el territorio que habitan.

16. A la participación en los beneficios de la explotación de los recursos


naturales en sus territorios.

17. A la gestión territorial indígena autónoma, y al uso y aprovechamiento


exclusivo de los recursos naturales renovables existentes en su territorio sin
perjuicio de los derechos legítimamente adquiridos por terceros.

18. A la participación en los órganos e instituciones del Estado.

III. El Estado garantiza, respeta y protege los derechos de las naciones y pueblos
indígena originario campesinos consagrados en esta Constitución y la ley.

Artículo 31. I. Las naciones y pueblos indígena originarios en peligro de


extinción, en situación de aislamiento voluntario y no contactados, serán
protegidos y respetados en sus formas de vida individual y colectiva.

II. Las naciones y pueblos indígenas en aislamiento y no contactados gozan


del derecho a mantenerse en esa condición, a la delimitación y consolidación
legal del territorio que ocupan y habitan.

Artículo 32. El pueblo afroboliviano goza, en todo lo que corresponda, de


los derechos económicos, sociales, políticos y culturales reconocidos en la
Constitución para las naciones y pueblos indígena originario campesinos.

CAPÍTULO QUINTO
DERECHOS SOCIALES Y ECONÓMICOS

SECCIÓN I
DERECHO AL MEDIO AMBIENTE

Artículo 33. Las personas tienen derecho a un medio ambiente saludable,


protegido y equilibrado. El ejercicio de este derecho debe permitir a los
individuos y colectividades de las presentes y futuras generaciones, además
de otros seres vivos, desarrollarse de manera normal y permanente.

63
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 34. Cualquier persona, a título individual o en representación de


una colectividad, está facultada para ejercitar las acciones legales en defensa
del derecho al medio ambiente, sin perjuicio de la obligación de las instituciones
públicas de actuar de oficio frente a los atentados contra el medio ambiente.

SECCIÓN II
DERECHO A LA SALUD Y A LA SEGURIDAD SOCIAL

Artículo 35. I. El Estado, en todos sus niveles, protegerá el derecho a la salud,


promoviendo políticas públicas orientadas a mejorar la calidad de vida, el
bienestar colectivo y el acceso gratuito de la población a los servicios de salud.

II. El sistema de salud es único e incluye a la medicina tradicional de las


naciones y pueblos indígena originario campesinos.

Artículo 36. I. El Estado garantizará el acceso al seguro universal de salud.

II. El Estado controlará el ejercicio de los servicios públicos y privados de


salud, y lo regulará mediante la ley.

Artículo 37. El Estado tiene la obligación indeclinable de garantizar y sostener


el derecho a la salud, que se constituye en una función suprema y primera
responsabilidad financiera. Se priorizará la promoción de la salud y la
prevención de las enfermedades.

Artículo 38. I. Los bienes y servicios públicos de salud son propiedad del
Estado, y no podrán ser privatizados ni concesionados.

II. Los servicios de salud serán prestados de forma ininterrumpida.

Artículo 39. I. El Estado garantizará el servicio de salud público y reconoce


el servicio de salud privado; regulará y vigilará la atención de calidad a través
de auditorías médicas sostenibles que evalúen el trabajo de su personal, la
infraestructura y el equipamiento, de acuerdo con la ley.

II. La ley sancionará las acciones u omisiones negligentes en el ejercicio de la


práctica médica.

64
BOLÍVIA

Artículo 40. El Estado garantizará la participación de la población organizada


en la toma de decisiones, y en la gestión de todo el sistema público de salud.

Artículo 41. I. El Estado garantizará el acceso de la población a los


medicamentos.

II. El Estado priorizará los medicamentos genéricos a través del fomento de


su producción interna y, en su caso, determinará su importación.

III. El derecho a acceder a los medicamentos no podrá ser restringido por


los derechos de propiedad intelectual y comercialización, y contemplará
estándares de calidad y primera generación.

Artículo 42. I. Es responsabilidad del Estado promover y garantizar el


respeto, uso, investigación y práctica de la medicina tradicional,
rescatando los conocimientos y prácticas ancestrales desde el
pensamiento y valores de todas las naciones y pueblos indígena originario
campesinos.

II. La promoción de la medicina tradicional incorporará el registro de


medicamentos naturales y de sus principios activos, así como la protección
de su conocimiento como propiedad intelectual, histórica, cultural, y como
patrimonio de las naciones y pueblos indígena originario campesinos.

III. La ley regulará el ejercicio de la medicina tradicional y garantizará la


calidad de su servicio.

Artículo 43. La ley regulará las donaciones o trasplantes de células, tejidos u


órganos bajo los principios de humanidad, solidaridad, oportunidad, gratuidad
y eficiencia.

Artículo 44. I. Ninguna persona será sometida a intervención quirúrgica,


examen médico o de laboratorio sin su consentimiento o el de terceros
legalmente autorizados, salvo peligro inminente de su vida.

II. Ninguna persona será sometida a experimentos científicos sin su


consentimiento.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 45. I. Todas las bolivianas y los bolivianos tienen derecho a acceder
a la seguridad social.

II. La seguridad social se presta bajo los principios de universalidad,


integralidad, equidad, solidaridad, unidad de gestión, economía, oportunidad,
interculturalidad y eficacia. Su dirección y administración corresponde al
Estado, con control y participación social.

III. El régimen de seguridad social cubre atención por enfermedad, epidemias


y enfermedades catastróficas; maternidad y paternidad; riesgos
profesionales, laborales y riesgos por labores de campo; discapacidad y
necesidades especiales; desempleo y pérdida de empleo; orfandad, invalidez,
viudez, vejez y muerte; vivienda, asignaciones familiares y otras previsiones
sociales.

IV. El Estado garantiza el derecho a la jubilación, con carácter universal,


solidario y equitativo.

V. Las mujeres tienen derecho a la maternidad segura, con una visión y práctica
intercultural; gozarán de especial asistencia y protección del Estado durante
el embarazo, parto y en los periodos prenatal y posnatal.

VI. Los servicios de seguridad social pública no podrán ser privatizados ni


concesionados.

SECCIÓN III
DERECHO AL TRABAJO Y AL EMPLEO

Artículo 46. I. Toda persona tiene derecho:

1. Al trabajo digno, con seguridad industrial, higiene y salud ocupacional, sin


discriminación, y con remuneración o salario justo, equitativo y satisfactorio,
que le asegure para sí y su familia una existencia digna.

2. A una fuente laboral estable, en condiciones equitativas y satisfactorias.

II. El Estado protegerá el ejercicio del trabajo en todas sus formas.

66
BOLÍVIA

III. Se prohíbe toda forma de trabajo forzoso u otro modo análogo de explotación
que obligue a una persona a realizar labores sin su consentimiento y justa retribución.

Artículo 47. I. Toda persona tiene derecho a dedicarse al comercio, la


industria o a cualquier actividad económica lícita, en condiciones que no
perjudiquen al bien colectivo.

II. Las trabajadoras y los trabajadores de pequeñas unidades productivas


urbanas o rurales, por cuenta propia, y gremialistas en general, gozarán por
parte del Estado de un régimen de protección especial, mediante una política
de intercambio comercial equitativo y de precios justos para sus productos,
así como la asignación preferente de recursos económicos financieros para
incentivar su producción.

III. El Estado protegerá, fomentará y fortalecerá las formas comunitarias de


producción.

Artículo 48. I. Las disposiciones sociales y laborales son de cumplimiento


obligatorio.

II. Las normas laborales se interpretarán y aplicarán bajo los principios de


protección de las trabajadoras y de los trabajadores como principal fuerza
productiva de la sociedad; de primacía de la relación laboral; de continuidad
y estabilidad laboral; de no discriminación y de inversión de la prueba a favor
de la trabajadora y del trabajador.

III. Los derechos y beneficios reconocidos en favor de las trabajadoras y los


trabajadores no pueden renunciarse, y son nulas las convenciones contrarias
o que tiendan a burlar sus efectos.

IV. Los salarios o sueldos devengados, derechos laborales, beneficios sociales


y aportes a la seguridad social no pagados tienen privilegio y preferencia
sobre cualquier otra acreencia, y son inembargables e imprescriptibles.

V. El Estado promoverá la incorporación de las mujeres al trabajo y


garantizará la misma remuneración que a los hombres por un trabajo de igual
valor, tanto en el ámbito público como en el privado.

67
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

VI. Las mujeres no podrán ser discriminadas o despedidas por su estado


civil, situación de embarazo, edad, rasgos físicos o número de hijas o
hijos. Se garantiza la inamovilidad laboral de las mujeres en estado de
embarazo, y de los progenitores, hasta que la hija o el hijo cumpla un año
de edad.

VII. El Estado garantizará la incorporación de las jóvenes y los jóvenes en el


sistema productivo, de acuerdo con su capacitación y formación.

Artículo 49. I. Se reconoce el derecho a la negociación colectiva.

II. La ley regulará las relaciones laborales relativas a contratos y convenios


colectivos; salarios mínimos generales, sectoriales e incrementos salariales;
reincorporación; descansos remunerados y feriados; cómputo de antigüedad,
jornada laboral, horas extra, recargo nocturno, dominicales; aguinaldos,
bonos, primas u otros sistemas de participación en las utilidades de la empresa;
indemnizaciones y desahucios; maternidad laboral; capacitación y formación
profesional, y otros derechos sociales.

III. El Estado protegerá la estabilidad laboral. Se prohíbe el despido


injustificado y toda forma de acoso laboral. La ley determinará las sanciones
correspondientes.

Artículo 50. El Estado, mediante tribunales y organismos administrativos


especializados, resolverá todos los conflictos emergentes de las relaciones
laborales entre empleadores y trabajadores, incluidos los de la seguridad
industrial y los de la seguridad social.

Artículo 51. I. Todas las trabajadoras y los trabajadores tienen derecho a


organizarse en sindicatos de acuerdo con la ley.

II. El Estado respetará los principios sindicales de unidad, democracia sindical,


pluralismo político, autosostenimiento, solidaridad e internacionalismo.

III. Se reconoce y garantiza la sindicalización como medio de defensa,


representación, asistencia, educación y cultura de las trabajadoras y los
trabajadores del campo y de la ciudad.

68
BOLÍVIA

IV. El Estado respetará la independencia ideológica y organizativa de los


sindicatos. Los sindicatos gozarán de personalidad jurídica por el solo hecho
de organizarse y ser reconocidos por sus entidades matrices.

V. El patrimonio tangible e intangible de las organizaciones sindicales es


inviolable, inembargable e indelegable.

VI. Las dirigentas y los dirigentes sindicales gozan de fuero sindical, no se les
despedirá hasta un año después de la finalización de su gestión y no se les
disminuirán sus derechos sociales, ni se les someterá a persecución ni privación
de libertad por actos realizados en el cumplimiento de su labor sindical.

VII. Las trabajadoras y los trabajadores por cuenta propia tienen el derecho
a organizarse para la defensa de sus intereses.

Artículo 52. I. Se reconoce y garantiza el derecho a la libre asociación


empresarial.

II. El Estado garantizará el reconocimiento de la personalidad jurídica de las


asociaciones empresariales, así como las formas democráticas organizativas
empresariales, de acuerdo con sus propios estatutos.

III. El Estado reconoce las instituciones de capacitación de las organizaciones


empresariales.

IV. El patrimonio de las organizaciones empresariales, tangible e intangible,


es inviolable e inembargable.

Artículo 53. Se garantiza el derecho a la huelga como el ejercicio de la


facultad legal de las trabajadoras y los trabajadores de suspender labores
para la defensa de sus derechos, de acuerdo con la ley.

Artículo 54. I. Es obligación del Estado establecer políticas de empleo


que eviten la desocupación y la subocupación, con la finalidad de crear,
mantener y generar condiciones que garanticen a las trabajadoras y los
trabajadores posibilidades de ocupación laboral digna y de remuneración
justa.

69
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. Es deber del Estado y de la sociedad la protección y defensa del aparato


industrial y de los servicios estatales.

III. Las trabajadoras y los trabajadores, en defensa de sus fuentes de trabajo


y en resguardo del interés social podrán, de acuerdo con la ley, reactivar y
reorganizar empresas en proceso de quiebra, concurso o liquidación, cerradas
o abandonadas de forma injustificada, y conformarán empresas comunitarias
o sociales. El Estado podrá coadyuvar a la acción de las trabajadoras y los
trabajadores.

Artículo 55. El sistema cooperativo se sustenta en los principios de


solidaridad, igualdad, reciprocidad, equidad en la distribución, finalidad social,
y no lucro de sus asociados. El Estado fomentará y regulará la organización
de cooperativas mediante la ley.

SECCIÓN IV
DERECHO A LA PROPIEDAD

Artículo 56. I. Toda persona tiene derecho a la propiedad privada individual


o colectiva, siempre que ésta cumpla una función social.

II. Se garantiza la propiedad privada siempre que el uso que se haga de ella
no sea perjudicial al interés colectivo.

III. Se garantiza el derecho a la sucesión hereditaria.

Artículo 57. La expropiación se impondrá por causa de necesidad o utilidad


pública, calificada conforme con la ley y previa indemnización justa. La
propiedad inmueble urbana no está sujeta a reversión.

SECCIÓN V
DERECHOS DE LA NIÑEZ, ADOLESCENCIA Y JUVENTUD

Artículo 58. Se considera niña, niño o adolescente a toda persona menor de


edad. Las niñas, niños y adolescentes son titulares de los derechos reconocidos
en la Constitución, con los límites establecidos en ésta, y de los derechos
específicos inherentes a su proceso de desarrollo; a su identidad étnica,

70
BOLÍVIA

sociocultural, de género y generacional; y a la satisfacción de sus necesidades,


intereses y aspiraciones.

Artículo 59. I. Toda niña, niño y adolescente tiene derecho a su desarrollo


integral.

II. Toda niña, niño y adolescente tiene derecho a vivir y a crecer en el seno de
su familia de origen o adoptiva. Cuando ello no sea posible, o sea contrario a
su interés superior, tendrá derecho a una familia sustituta, de conformidad
con la ley.

III. Todas las niñas, niños y adolescentes, sin distinción de su origen, tienen
iguales derechos y deberes respecto a sus progenitores. La discriminación
entre hijos por parte de los progenitores será sancionada por la ley.

IV. Toda niña, niño y adolescente tiene derecho a la identidad y la filiación


respecto a sus progenitores. Cuando no se conozcan los progenitores, utilizarán
el apellido convencional elegido por la persona responsable de su cuidado.

V. El Estado y la sociedad garantizarán la protección, promoción y activa


participación de las jóvenes y los jóvenes en el desarrollo productivo, político,
social, económico y cultural, sin discriminación alguna, de acuerdo con la
ley.

Artículo 60. Es deber del Estado, la sociedad y la familia garantizar la prioridad


del interés superior de la niña, niño y adolescente, que comprende la
preeminencia de sus derechos, la primacía en recibir protección y socorro en
cualquier circunstancia, la prioridad en la atención de los servicios públicos y
privados, y el acceso a una administración de justicia pronta, oportuna y con
asistencia de personal especializado.

Artículo 61. I. Se prohíbe y sanciona toda forma de violencia contra las


niñas, niños y adolescentes, tanto en la familia como en la sociedad.

II. Se prohíbe el trabajo forzado y la explotación infantil. Las actividades que


realicen las niñas, niños y adolescentes en el marco familiar y social estarán
orientadas a su formación integral como ciudadanas y ciudadanos, y tendrán

71
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

una función formativa. Sus derechos, garantías y mecanismos institucionales


de protección serán objeto de regulación especial.

SECCIÓN VI
DERECHOS DE LAS FAMILIAS

Artículo 62. El Estado reconoce y protege a las familias como el núcleo


fundamental de la sociedad, y garantizará las condiciones sociales y
económicas necesarias para su desarrollo integral. Todos sus integrantes tienen
igualdad de derechos, obligaciones y oportunidades.

Artículo 63. I. El matrimonio entre una mujer y un hombre se constituye por


vínculos jurídicos y se basa en la igualdad de derechos y deberes de los cónyuges.

II. Las uniones libres o de hecho que reúnan condiciones de estabilidad y


singularidad, y sean mantenidas entre una mujer y un hombre sin impedimento
legal, producirán los mismos efectos que el matrimonio civil, tanto en las
relaciones personales y patrimoniales de los convivientes como en lo que
respecta a las hijas e hijos adoptados o nacidos de aquéllas.

Artículo 64. I. Los cónyuges o convivientes tienen el deber de atender, en


igualdad de condiciones y mediante el esfuerzo común, el mantenimiento y
responsabilidad del hogar, la educación y formación integral de las hijas e
hijos mientras sean menores o tengan alguna discapacidad.

II. El Estado protegerá y asistirá a quienes sean responsables de las familias


en el ejercicio de sus obligaciones.

Artículo 65. En virtud del interés superior de las niñas, niños y adolescentes
y de su derecho a la identidad, la presunción de filiación se hará valer por
indicación de la madre o el padre. Esta presunción será válida salvo prueba
en contrario a cargo de quien niegue la filiación. En caso de que la prueba
niegue la presunción, los gastos incurridos corresponderán a quien haya
indicado la filiación.

Artículo 66. Se garantiza a las mujeres y a los hombres el ejercicio de sus


derechos sexuales y sus derechos reproductivos.

72
BOLÍVIA

SECCIÓN VII
DERECHOS DE LAS PERSONAS ADULTAS MAYORES

Artículo 67. I. Además de los derechos reconocidos en esta Constitución,


todas las personas adultas mayores tienen derecho a una vejez digna, con
calidad y calidez humana.

II. El Estado proveerá una renta vitalicia de vejez, en el marco del sistema de
seguridad social integral, de acuerdo con la ley.

Artículo 68. I. El Estado adoptará políticas públicas para la protección,


atención, recreación, descanso y ocupación social de las personas adultas
mayores, de acuerdo con sus capacidades y posibilidades.

II. Se prohíbe y sanciona toda forma de maltrato, abandono, violencia y


discriminación a las personas adultas mayores.

Artículo 69. Los Beneméritos de la Patria merecerán gratitud y respeto de


las instituciones públicas, privadas y de la población en general, serán
considerados héroes y defensores de Bolivia y recibirán del Estado una pensión
vitalicia, de acuerdo con la ley.

SECCIÓN VIII
DERECHOS DE LAS PERSONAS CON DISCAPACIDAD

Artículo 70. Toda persona con discapacidad goza de los siguientes derechos:

1. A ser protegido por su familia y por el Estado.

2. A una educación y salud integral gratuita.

3. A la comunicación en lenguaje alternativo.

4. A trabajar en condiciones adecuadas, de acuerdo a sus posibilidades y


capacidades, con una remuneración justa que le asegure una vida digna.

5. Al desarrollo de sus potencialidades individuales.

73
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 71. I. Se prohibirá y sancionará cualquier tipo de discriminación,


maltrato, violencia y explotación a toda persona con discapacidad.

II. El Estado adoptará medidas de acción positiva para promover la


efectiva integración de las personas con discapacidad en el ámbito
productivo, económico, político, social y cultural, sin discriminación
alguna.

III. El Estado generará las condiciones que permitan el desarrollo de


las potencialidades individuales de las personas con discapacidad.

Artículo 72. El Estado garantizará a las personas con discapacidad los


servicios integrales de prevención y rehabilitación, así como otros
beneficios que se establezcan en la ley.

SECCIÓN IX
DERECHOS DE LAS PERSONAS PRIVADAS DE LIBERTAD

Artículo 73. I. Toda persona sometida a cualquier forma de privación


de libertad será tratada con el debido respeto a la dignidad humana.

II. Todas las personas privadas de libertad tienen derecho a comunicarse


libremente con su defensor, intérprete, familiares y personas allegadas.
Se prohíbe la incomunicación. Toda limitación a la comunicación sólo
podrá tener lugar en el marco de investigaciones por comisión de delitos,
y durará el tiempo máximo de veinticuatro horas.

Artículo 74. I. Es responsabilidad del Estado la reinserción social de


las personas privadas de libertad, velar por el respeto de sus derechos,
y su retención y custodia en un ambiente adecuado, de acuerdo a la
clasificación, naturaleza y gravedad del delito, así como la edad y el
sexo de las personas retenidas.

II. Las personas privadas de libertad tendrán la oportunidad de trabajar


y estudiar en los centros penitenciarios.

74
BOLÍVIA

SECCIÓN X
DERECHOS DE LAS USUARIAS Y LOS USUARIOS Y DE LAS
CONSUMIDORAS Y LOS CONSUMIDORES

Artículo 75. Las usuarias y los usuarios y las consumidoras y los consumidores
gozan de los siguientes derechos:

1. Al suministro de alimentos, fármacos y productos en general, en condiciones


de inocuidad, calidad, y cantidad disponible adecuada y suficiente, con
prestación eficiente y oportuna del suministro.

2. A la información fidedigna sobre las características y contenidos de los


productos que consuman y servicios que utilicen.

Artículo 76. I. El Estado garantiza el acceso a un sistema de transporte integral


en sus diversas modalidades. La ley determinará que el sistema de transporte
sea eficiente y eficaz, y que genere beneficios a los usuarios y a los proveedores.

II. No podrán existir controles aduaneros, retenes ni puestos de control de


ninguna naturaleza en el territorio boliviano, con excepción de los que hayan
sido creados por la ley.

CAPÍTULO SEXTO
EDUCACIÓN, INTERCULTURALIDAD Y
DERECHOS CULTURALES

SECCIÓN I
EDUCACIÓN

Artículo 77. I. La educación constituye una función suprema y primera


responsabilidad financiera del Estado, que tiene la obligación indeclinable de
sostenerla, garantizarla y gestionarla.

II. El Estado y la sociedad tienen tuición plena sobre el sistema educativo,


que comprende la educación regular, la alternativa y especial, y la educación
superior de formación profesional. El sistema educativo desarrolla sus procesos
sobre la base de criterios de armonía y coordinación.

75
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

III. El sistema educativo está compuesto por las instituciones educativas


fiscales, instituciones educativas privadas y de convenio.

Artículo 78. I. La educación es unitaria, pública, universal, democrática,


participativa, comunitaria, descolonizadora y de calidad.

II. La educación es intracultural, intercultural y plurilingüe en todo el sistema


educativo.

III. El sistema educativo se fundamenta en una educación abierta, humanista,


científica, técnica y tecnológica, productiva, territorial, teórica y práctica,
liberadora y revolucionaria, crítica y solidaria.

IV. El Estado garantiza la educación vocacional y la enseñanza técnica


humanística, para hombres y mujeres, relacionada con la vida, el trabajo y el
desarrollo productivo.

Artículo 79. La educación fomentará el civismo, el diálogo intercultural y los


valores ético morales. Los valores incorporarán la equidad de género, la no
diferencia de roles, la no violencia y la vigencia plena de los derechos humanos.

Artículo 80. I. La educación tendrá como objetivo la formación integral de


las personas y el fortalecimiento de la conciencia social crítica en la vida y
para la vida.
La educación estará orientada a la formación individual y colectiva; al
desarrollo de competencias, aptitudes y habilidades físicas e intelectuales que
vincule la teoría con la práctica productiva; a la conservación y protección
del medio ambiente, la biodiversidad y el territorio para el vivir bien. Su
regulación y cumplimiento serán establecidos por la ley.

II. La educación contribuirá al fortalecimiento de la unidad e identidad de


todas y todos como parte del Estado Plurinacional, así como a la identidad y
desarrollo cultural de los miembros de cada nación o pueblo indígena originario
campesino, y al entendimiento y enriquecimiento intercultural dentro del
Estado.

Artículo 81. I. La educación es obligatoria hasta el bachillerato.

76
BOLÍVIA

II. La educación fiscal es gratuita en todos sus niveles hasta el superior.

III. A la culminación de los estudios del nivel secundario se otorgará el diploma


de bachiller, con carácter gratuito e inmediato.

Artículo 82. I. El Estado garantizará el acceso a la educación y la permanencia


de todas las ciudadanas y los ciudadanos en condiciones de plena igualdad.

II. El Estado apoyará con prioridad a los estudiantes con menos posibilidades
económicas para que accedan a los diferentes niveles del sistema educativo,
mediante recursos económicos, programas de alimentación, vestimenta,
transporte, material escolar; y en áreas dispersas, con residencias estudiantiles,
de acuerdo con la ley.

III. Se estimulará con becas a estudiantes de excelente aprovechamiento en


todos los niveles del sistema educativo. Toda niña, niño y adolescente con
talento natural destacado tiene derecho a ser atendido educativamente con
métodos de formación y aprendizaje que le permitan el mayor desarrollo de
sus aptitudes y destrezas.

Artículo 83. Se reconoce y garantiza la participación social, la participación


comunitaria y de los padres de familia en el sistema educativo, mediante
organismos representativos en todos los niveles del Estado y en las naciones
y pueblos indígena originario campesinos. Su composición y atribuciones
estarán establecidas en la ley.

Artículo 84. El Estado y la sociedad tienen el deber de erradicar el


analfabetismo a través de programas acordes con la realidad cultural y
lingüística de la población.

Artículo 85. El Estado promoverá y garantizará la educación permanente de


niñas, niños y adolescentes con discapacidad, o con talentos extraordinarios
en el aprendizaje, bajo la misma estructura, principios y valores del sistema
educativo, y establecerá una organización y desarrollo curricular especial.

Artículo 86. En los centros educativos se reconocerá y garantizará la libertad


de conciencia y de fe y de la enseñanza de religión, así como la espiritualidad

77
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

de las naciones y pueblos indígena originario campesinos, y se fomentará el


respeto y la convivencia mutua entre las personas con diversas opciones
religiosas, sin imposición dogmática. En estos centros no se discriminará en la
aceptación y permanencia de las alumnas y los alumnos por su opción religiosa.

Artículo 87. Se reconoce y respeta el funcionamiento de unidades educativas


de convenio con fines de servicio social, con acceso libre y sin fines de lucro,
que deberán funcionar bajo la tuición de las autoridades públicas, respetando
el derecho de administración de entidades religiosas sobre dichas unidades
educativas, sin perjuicio de lo establecido en disposiciones nacionales, y se
regirán por las mismas normas, políticas, planes y programas del sistema
educativo.

Artículo 88. I. Se reconoce y respeta el funcionamiento de unidades


educativas privadas, en todos los niveles y modalidades, éstas se regirán por
las políticas, planes, programas y autoridades del sistema educativo. El Estado
garantiza su funcionamiento previa verificación de las condiciones y
cumplimiento de los requisitos establecidos por la ley.

II. Se respeta el derecho de las madres y padres a elegir la educación que


convenga para sus hijas e hijos.

Artículo 89. El seguimiento, la medición, evaluación y acreditación de la


calidad educativa en todo el sistema educativo, estará a cargo de una institución
pública, técnica especializada, independiente del Ministerio del ramo. Su
composición y funcionamiento será determinado por la ley.

Artículo 90. I. El Estado reconocerá la vigencia de institutos de formación


humanística, técnica y tecnológica, en los niveles medio y superior, previo
cumplimiento de las condiciones y requisitos establecidos en la ley.

II. El Estado promoverá la formación técnica, tecnológica, productiva, artística


y lingüística, a través de institutos técnicos.

III. El Estado, a través del sistema educativo, promoverá la creación y organización


de programas educativos a distancia y populares no escolarizados, con el objetivo
de elevar el nivel cultural y desarrollar la conciencia plurinacional del pueblo.

78
BOLÍVIA

SECCIÓN II
EDUCACIÓN SUPERIOR

Artículo 91. I. La educación superior desarrolla procesos de formación


profesional, de generación y divulgación de conocimientos orientados al
desarrollo integral de la sociedad, para lo cual tomará en cuenta los
conocimientos universales y los saberes colectivos de las naciones y pueblos
indígena originario campesinos.

II. La educación superior es intracultural, intercultural y plurilingüe, y tiene


por misión la formación integral de recursos humanos con alta calificación y
competencia profesional; desarrollar procesos de investigación científica para
resolver problemas de la base productiva y de su entorno social; promover
políticas de extensión e interacción social para fortalecer la diversidad científica,
cultural y lingüística; participar junto a su pueblo en todos los procesos de
liberación social, para construir una sociedad con mayor equidad y justicia
social.

III. La educación superior está conformada por las universidades, las escuelas
superiores de formación docente, y los institutos técnicos, tecnológicos y
artísticos, fiscales y privados.

Artículo 92. I. Las universidades públicas son autónomas e iguales en jerarquía.


La autonomía consiste en la libre administración de sus recursos; el
nombramiento de sus autoridades, su personal docente y administrativo; la
elaboración y aprobación de sus estatutos, planes de estudio y presupuestos
anuales; y la aceptación de legados y donaciones, así como la celebración de
contratos, para realizar sus fines y sostener y perfeccionar sus institutos y
facultades. Las universidades públicas podrán negociar empréstitos con
garantía de sus bienes y recursos, previa aprobación legislativa.

II. Las universidades públicas constituirán, en ejercicio de su autonomía, la


Universidad Boliviana, que coordinará y programará sus fines y funciones
mediante un organismo central, de acuerdo con un plan de desarrollo universitario.

III. Las universidades públicas estarán autorizadas para extender diplomas


académicos y títulos profesionales con validez en todo el Estado.

79
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 93. I. Las universidades públicas serán obligatoria y suficientemente


subvencionadas por el Estado, independientemente de sus recursos
departamentales, municipales y propios, creados o por crearse.

II. Las universidades públicas, en el marco de sus estatutos, establecerán los


mecanismos de participación social de carácter consultivo, de coordinación y
asesoramiento.

III. Las universidades públicas establecerán mecanismos de rendición de


cuentas y transparencia en el uso de sus recursos, a través de la presentación
de estados financieros a la Asamblea Plurinacional Legislativa, a la Contraloría
General y al Órgano Ejecutivo.

IV. Las universidades públicas, en el marco de sus estatutos, establecerán


programas de desconcentración académica y de interculturalidad, de acuerdo
a las necesidades del Estado y de las naciones y pueblos indígena originario
campesinos.

V. El Estado, en coordinación con las universidades públicas, promoverá en


áreas rurales la creación y el funcionamiento de universidades e institutos
comunitarios pluriculturales, asegurando la participación social. La apertura y
funcionamiento de dichas universidades responderá a las necesidades del
fortalecimiento productivo de la región, en función de sus potencialidades.

Artículo 94. I. Las universidades privadas se regirán por las políticas, planes,
programas y autoridades del sistema educativo. Su funcionamiento será
autorizado mediante decreto supremo, previa verificación del cumplimiento
de las condiciones y requisitos establecidos por la ley.

II. Las universidades privadas estarán autorizadas para expedir diplomas académicos.
Los títulos profesionales con validez en todo el país serán otorgados por el Estado.

III. En las universidades privadas, para la obtención de los diplomas


académicos en todas las modalidades de titulación, se conformarán tribunales
examinadores, que estarán integrados por docentes titulares, nombrados por
las universidades públicas, en las condiciones establecidas por la ley. El Estado
no subvencionará a las universidades privadas.

80
BOLÍVIA

Artículo 95. I. Las universidades deberán crear y sostener centros


interculturales de formación y capacitación técnica y cultural, de acceso libre
al pueblo, en concordancia con los principios y fines del sistema educativo.

II. Las universidades deberán implementar programas para la recuperación,


preservación, desarrollo, aprendizaje y divulgación de las diferentes lenguas
de las naciones y pueblos indígena originario campesinos.

III. Las universidades promoverán centros de generación de unidades


productivas, en coordinación con las iniciativas productivas comunitarias,
públicas y privadas.

Artículo 96. I. Es responsabilidad del Estado la formación y capacitación


docente para el magisterio público, a través de escuelas superiores de
formación. La formación de docentes será única, fiscal, gratuita, intracultural,
intercultural, plurilingüe, científica y productiva, y se desarrollará con
compromiso social y vocación de servicio.

II. Los docentes del magisterio deberán participar en procesos de actualización


y capacitación pedagógica continua.

III. Se garantiza la carrera docente y la inamovilidad del personal docente del


magisterio, conforme con la ley. Los docentes gozarán de un salario digno.

Artículo 97. La formación post-gradual en sus diferentes niveles tendrá como


misión fundamental la cualificación de profesionales en diferentes áreas, a través
de procesos de investigación científica y generación de conocimientos vinculados
con la realidad, para coadyuvar con el desarrollo integral de la sociedad. La
formación post-gradual será coordinada por una instancia conformada por las
universidades del sistema educativo, de acuerdo con la ley.

SECCIÓN III
CULTURAS

Artículo 98. I. La diversidad cultural constituye la base esencial del Estado


Plurinacional Comunitario. La interculturalidad es el instrumento para la
cohesión y la convivencia armónica y equilibrada entre todos los pueblos y

81
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

naciones. La interculturalidad tendrá lugar con respeto a las diferencias y en


igualdad de condiciones.

II. El Estado asumirá como fortaleza la existencia de culturas indígena originario


campesinas, depositarias de saberes, conocimientos, valores, espiritualidades
y cosmovisiones.

III. Será responsabilidad fundamental del Estado preservar, desarrollar,


proteger y difundir las culturas existentes en el país.

Artículo 99. I. El patrimonio cultural del pueblo boliviano es inalienable,


inembargable e imprescriptible. Los recursos económicos que generen se
regularán por la ley, para atender prioritariamente a su conservación,
preservación y promoción.

II. El Estado garantizará el registro, protección, restauración, recuperación,


revitalización, enriquecimiento, promoción y difusión de su patrimonio cultural,
de acuerdo con la ley.

III. La riqueza natural, arqueológica, paleontológica, histórica, documental, y


la procedente del culto religioso y del folklore, es patrimonio cultural del
pueblo boliviano, de acuerdo con la ley.

Artículo 100. I. Es patrimonio de las naciones y pueblos indígena originario


campesinos las cosmovisiones, los mitos, la historia oral, las danzas, las
prácticas culturales, los conocimientos y las tecnologías tradicionales. Este
patrimonio forma parte de la expresión e identidad del Estado.

II. El Estado protegerá los saberes y los conocimientos mediante el registro


de la propiedad intelectual que salvaguarde los derechos intangibles de las
naciones y pueblos indígena originario campesinas y las comunidades
interculturales y afrobolivianas.

Artículo 101. Las manifestaciones del arte y las industrias populares, en su


componente intangible, gozarán de especial protección del Estado. Asimismo,
disfrutarán de esta protección los sitios y actividades declarados patrimonio
cultural de la humanidad, en su componente tangible e intangible.

82
BOLÍVIA

Artículo 102. El Estado registrará y protegerá la propiedad intelectual,


individual y colectiva de las obras y descubrimientos de los autores, artistas,
compositores, inventores y científicos, en las condiciones que determine la
ley.

SECCIÓN IV
CIENCIA, TECNOLOGÍA E INVESTIGACIÓN

Artículo 103. I. El Estado garantizará el desarrollo de la ciencia y la


investigación científica, técnica y tecnológica en beneficio del interés general.
Se destinarán los recursos necesarios y se creará el sistema estatal de ciencia
y tecnología.

II. El Estado asumirá como política la implementación de estrategias para


incorporar el conocimiento y aplicación de nuevas tecnologías de información
y comunicación.

III. El Estado, las universidades, las empresas productivas y de servicio


públicas y privadas, y las naciones y pueblos indígena originario campesinos,
desarrollarán y coordinarán procesos de investigación, innovación, promoción,
divulgación, aplicación y transferencia de ciencia y tecnología para fortalecer
la base productiva e impulsar el desarrollo integral de la sociedad, de acuerdo
con la ley.

SECCIÓN V
DEPORTE Y RECREACIÓN

Artículo 104. Toda persona tiene derecho al deporte, a la cultura física y a la


recreación. El Estado garantiza el acceso al deporte sin distinción de género,
idioma, religión, orientación política, ubicación territorial, pertenencia social,
cultural o de cualquier otra índole.

Artículo 105. El Estado promoverá, mediante políticas de educación,


recreación y salud pública, el desarrollo de la cultura física y de la práctica
deportiva en sus niveles preventivo, recreativo, formativo y competitivo, con
especial atención a las personas con discapacidad. El Estado garantizará los
medios y los recursos económicos necesarios para su efectividad.

83
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO SÉPTIMO
COMUNICACIÓN SOCIAL

Artículo 106. I. El Estado garantiza el derecho a la comunicación y el derecho


a la información.

II. El Estado garantiza a las bolivianas y los bolivianos el derecho a la libertad


de expresión, de opinión y de información, a la rectificación y a la réplica, y el
derecho a emitir libremente las ideas por cualquier medio de difusión, sin
censura previa.

III. El Estado garantiza a las trabajadoras y los trabajadores de la prensa, la


libertad de expresión, el derecho a la comunicación y a la información.

IV. Se reconoce la cláusula de conciencia de los trabajadores de la información.

Artículo 107. I. Los medios de comunicación social deberán contribuir a la


promoción de los valores éticos, morales y cívicos de las diferentes culturas
del país, con la producción y difusión de programas educativos plurilingües y
en lenguaje alternativo para discapacitados.

II. La información y las opiniones emitidas a través de los medios de


comunicación social deben respetar los principios de veracidad y
responsabilidad. Estos principios se ejercerán mediante las normas de ética y
de autorregulación de las organizaciones de periodistas y medios de
comunicación y su ley.

III. Los medios de comunicación social no podrán conformar, de manera


directa o indirecta, monopolios u oligopolios.

IV. El Estado apoyará la creación de medios de comunicación comunitarios


en igualdad de condiciones y oportunidades.

TÍTULO III
DEBERES

Artículo 108. Son deberes de las bolivianas y los bolivianos:

84
BOLÍVIA

1. Conocer, cumplir y hacer cumplir la Constitución y las leyes

2. Conocer, respetar y promover los derechos reconocidos en la


Constitución.

3. Promover y difundir la práctica de los valores y principios que proclama


la Constitución.

4. Defender, promover y contribuir al derecho a la paz y fomentar la cultura


de paz.

5. Trabajar, según su capacidad física e intelectual, en actividades lícitas y


socialmente útiles.

6. Formarse en el sistema educativo hasta el bachillerato.

7. Tributar en proporción a su capacidad económica, conforme con la ley.

8. Denunciar y combatir todos los actos de corrupción.

9. Asistir, alimentar y educar a las hijas e hijos.

10. Asistir, proteger y socorrer a sus ascendientes.

11. Socorrer con todo el apoyo necesario, en casos de desastres naturales


y otras contingencias.

12. Prestar el servicio militar, obligatorio para los varones.

13. Defender la unidad, la soberanía y la integridad territorial de Bolivia, y


respetar sus símbolos y valores.

14. Resguardar, defender y proteger el patrimonio natural, económico y


cultural de Bolivia.

15. Proteger y defender los recursos naturales y contribuir a su uso


sustentable, para preservar los derechos de las futuras generaciones.

85
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

16. Proteger y defender un medio ambiente adecuado para el desarrollo de


los seres vivos.

TÍTULO IV
GARANTÍAS JURISDICCIONALES Y ACCIONES DE
DEFENSA

CAPÍTULO PRIMERO
GARANTÍAS JURISDICCIONALES

Artículo 109. I. Todos los derechos reconocidos en la Constitución


son directamente aplicables y gozan de iguales garantías para su
protección.

II. Los derechos y sus garantías sólo podrán ser regulados por la ley.

Artículo 110. I. Las personas que vulneren derechos constitucionales


quedan sujetas a la jurisdicción y competencia de las autoridades
bolivianas.

II. La vulneración de los derechos constitucionales hace responsables a sus


autores intelectuales y materiales.

III. Los atentados contra la seguridad personal hacen responsables a sus


autores inmediatos, sin que pueda servirles de excusa el haberlos cometido
por orden superior.

Artículo 111. Los delitos de genocidio, de lesa humanidad, de traición a la


patria, crímenes de guerra son imprescriptibles.

Artículo 112. Los delitos cometidos por servidores públicos que atenten
contra el patrimonio del Estado y causen grave daño económico, son
imprescriptibles y no admiten régimen de inmunidad.

Artículo 113. I. La vulneración de los derechos concede a las víctimas el


derecho a la indemnización, reparación y resarcimiento de daños y perjuicios
en forma oportuna.

86
BOLÍVIA

II. En caso de que el Estado sea condenado a la reparación patrimonial de


daños y perjuicios, deberá interponer la acción de repetición contra la
autoridad o servidor público responsable de la acción u omisión que provocó
el daño.

Artículo 114. I. Queda prohibida toda forma de tortura, desaparición,


confinamiento, coacción, exacción o cualquier forma de violencia física o
moral. Las servidoras públicas y los servidores públicos o las autoridades
públicas que las apliquen, instiguen o consientan, serán destituidas y destituidos,
sin perjuicio de las sanciones determinadas por la ley.

II. Las declaraciones, acciones u omisiones obtenidas o realizadas mediante


el empleo de tortura, coacción, exacción o cualquier forma de violencia, son
nulas de pleno derecho.

Artículo 115. I. Toda persona será protegida oportuna y efectivamente por


los jueces y tribunales en el ejercicio de sus derechos e intereses legítimos.

II. El Estado garantiza el derecho al debido proceso, a la defensa y a una


justicia plural, pronta, oportuna, gratuita, transparente y sin dilaciones.

Artículo 116. I. Se garantiza la presunción de inocencia. Durante el proceso,


en caso de duda sobre la norma aplicable, regirá la más favorable al imputado
o procesado.

II. Cualquier sanción debe fundarse en una ley anterior al hecho punible.

Artículo 117. I. Ninguna persona puede ser condenada sin haber sido oída y
juzgada previamente en un debido proceso. Nadie sufrirá sanción penal que no
haya sido impuesta por autoridad judicial competente en sentencia ejecutoriada.

II. Nadie será procesado ni condenado más de una vez por el mismo hecho.
La rehabilitación en sus derechos restringidos será inmediata al cumplimiento
de su condena.

III. No se impondrá sanción privativa de libertad por deudas u obligaciones


patrimoniales, excepto en los casos establecidos por la ley.

87
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 118. I. Está prohibida la infamia, la muerte civil y el confinamiento.

II. La máxima sanción penal será de treinta años de privación de libertad, sin
derecho a indulto.

III. El cumplimiento de las sanciones privativas de libertad y las medidas de


seguridad están orientadas a la educación, habilitación e inserción social de
los condenados, con respeto a sus derechos.

Artículo 119. I. Las partes en conflicto gozarán de igualdad de oportunidades


para ejercer durante el proceso las facultades y los derechos que les asistan,
sea por la vía ordinaria o por la indígena originaria campesina.

II. Toda persona tiene derecho inviolable a la defensa. El Estado


proporcionará a las personas denunciadas o imputadas una defensora o un
defensor gratuito, en los casos en que éstas no cuenten con los recursos
económicos necesarios.

Artículo 120. I. Toda persona tiene derecho a ser oída por una autoridad
jurisdiccional competente, independiente e imparcial, y no podrá ser
juzgada por comisiones especiales ni sometida a otras autoridades
jurisdiccionales que las establecidas con anterioridad al hecho de la
causa.

II. Toda persona sometida a proceso debe ser juzgada en su idioma;


excepcionalmente, de manera obligatoria, deberá ser asistida por traductora,
traductor o intérprete.

Artículo 121. I. En materia penal, ninguna persona podrá ser obligada a


declarar contra sí misma, ni contra sus parientes consanguíneos hasta el cuarto
grado o sus afines hasta el segundo grado. El derecho de guardar silencio no
será considerado como indicio de culpabilidad.

II. La víctima en un proceso penal podrá intervenir de acuerdo con la ley, y


tendrá derecho a ser oída antes de cada decisión judicial. En caso de no
contar con los recursos económicos necesarios, deberá ser asistida
gratuitamente por una abogada o abogado asignado por el Estado.

88
BOLÍVIA

Artículo 122. Son nulos los actos de las personas que usurpen funciones que
no les competen, así como los actos de las que ejercen jurisdicción o potestad
que no emane de la ley.

Artículo 123. La ley sólo dispone para lo venidero y no tendrá efecto


retroactivo, excepto en materia laboral, cuando lo determine expresamente a
favor de las trabajadoras y de los trabajadores; en materia penal, cuando
beneficie a la imputada o al imputado; en materia de corrupción, para investigar,
procesar y sancionar los delitos cometidos por servidores públicos contra los
intereses del Estado; y en el resto de los casos señalados por la Constitución.

Artículo 124. I. Comete delito de traición a la patria la boliviana o el boliviano


que incurra en los siguientes hechos:

1. Que tome armas contra su país, se ponga al servicio de estados extranjeros


participantes, o entre en complicidad con el enemigo, en caso de guerra
internacional contra Bolivia.

2. Que viole el régimen constitucional de recursos naturales.

3. Que atente contra la unidad del país.

II. Este delito merecerá la máxima sanción penal.

CAPÍTULO SEGUNDO
ACCIONES DE DEFENSA

SECCIÓN I
ACCIÓN DE LIBERTAD

Artículo 125. Toda persona que considere que su vida está en peligro, que
es ilegalmente perseguida, o que es indebidamente procesada o privada de
libertad personal, podrá interponer Acción de Libertad y acudir, de manera
oral o escrita, por sí o por cualquiera a su nombre y sin ninguna formalidad
procesal, ante cualquier juez o tribunal competente en materia penal, y solicitará
que se guarde tutela a su vida, cese la persecución indebida, se restablezcan
las formalidades legales o se restituya su derecho a la libertad.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 126. I. La autoridad judicial señalará de inmediato día y hora de la


audiencia pública, la cual tendrá lugar dentro de las veinticuatro horas de
interpuesta la acción, y dispondrá que la persona accionante sea conducida a
su presencia o acudirá al lugar de la detención. Con dicha orden se practicará
la citación, personal o por cédula, a la autoridad o a la persona denunciada,
orden que será obedecida sin observación ni excusa, tanto por la autoridad o la
persona denunciada como por los encargados de las cárceles o lugares de
detención, sin que éstos, una vez citados, puedan desobedecer.

II. En ningún caso podrá suspenderse la audiencia. En ausencia del demandado,


por inasistencia o abandono, se llevará a efecto en su rebeldía.

III. Conocidos los antecedentes y oídas las alegaciones, la autoridad judicial,


obligatoriamente y bajo responsabilidad, dictará sentencia en la misma audiencia.
La sentencia podrá ordenar la tutela de la vida, la restitución del derecho a la
libertad, la reparación de los defectos legales, el cese de la persecución indebida
o la remisión del caso al juez competente. En todos los casos, las partes quedarán
notificadas con la lectura de la sentencia.

IV. El fallo judicial será ejecutado inmediatamente. Sin perjuicio de ello, la decisión
se elevará en revisión, de oficio, ante el Tribunal Constitucional Plurinacional,
en el plazo de las veinticuatro horas siguientes a su emisión.

Artículo 127. I. Los servidores públicos o personas particulares que resistan


las decisiones judiciales en los casos previstos por esta acción, serán remitidos
por orden de la autoridad que conoció de la acción ante el Ministerio Público
para su procesamiento penal por atentado contra las garantías constitucionales.

II. La autoridad judicial que no proceda conforme con lo dispuesto por este
artículo quedará sujeta a sanción, de acuerdo con la Constitución y la ley.

SECCIÓN II
ACCIÓN DE AMPARO CONSTITUCIONAL

Artículo 128. La Acción de Amparo Constitucional tendrá lugar contra


actos u omisiones ilegales o indebidos de los servidores públicos, o de
persona individual o colectiva, que restrinjan, supriman o amenacen restringir

90
BOLÍVIA

o suprimir los derechos reconocidos por la Constitución y la ley.

Artículo 129. I. LaAcción deAmparo Constitucional se interpondrá por la persona


que se crea afectada, por otra a su nombre con poder suficiente o por la autoridad
correspondiente de acuerdo con la Constitución, ante cualquier juez o tribunal
competente, siempre que no exista otro medio o recurso legal para la protección
inmediata de los derechos y garantías restringidos, suprimidos o amenazados.

II. La Acción de Amparo Constitucional podrá interponerse en el plazo máximo


de seis meses, computable a partir de la comisión de la vulneración alegada o
de notificada la última decisión administrativa o judicial.

III. La autoridad o persona demandada será citada en la forma prevista para


la Acción de Libertad, con el objeto de que preste información y presente, en
su caso, los actuados concernientes al hecho denunciado, en el plazo máximo
de cuarenta y ocho horas desde la presentación de la Acción.

IV. La resolución final se pronunciará en audiencia pública inmediatamente


recibida la información de la autoridad o persona demandada y, a falta de ésta,
lo hará sobre la base de la prueba que ofrezca la persona accionante. La
autoridad judicial examinará la competencia de la servidora pública o del servidor
público o de la persona demandada y, en caso de encontrar cierta y efectiva la
demanda, concederá el amparo solicitado. La decisión que se pronuncie se
elevará, de oficio, en revisión ante el Tribunal Constitucional Plurinacional en el
plazo de las veinticuatro horas siguientes a la emisión del fallo.

V. La decisión final que conceda la Acción de Amparo Constitucional será


ejecutada inmediatamente y sin observación. En caso de resistencia se
procederá de acuerdo con lo señalado en la Acción de Libertad. La autoridad
judicial que no proceda conforme con lo dispuesto por este artículo, quedará
sujeta a las sanciones previstas por la ley.

SECCIÓN III
ACCIÓN DE PROTECCIÓN DE PRIVACIDAD

Artículo 130. I. Toda persona individual o colectiva que crea estar indebida
o ilegalmente impedida de conocer, objetar u obtener la eliminación o

91
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

rectificación de los datos registrados por cualquier medio físico, electrónico,


magnético o informático, en archivos o bancos de datos públicos o privados,
o que afecten a su derecho fundamental a la intimidad y privacidad personal
o familiar, o a su propia imagen, honra y reputación, podrá interponer la
Acción de Protección de Privacidad.

II. La Acción de Protección de Privacidad no procederá para levantar el


secreto en materia de prensa.

Artículo 131. I. La Acción de Protección de Privacidad tendrá lugar de


acuerdo con el procedimiento previsto para la acción de Amparo
Constitucional.

II. Si el tribunal o juez competente declara procedente la acción, ordenará la


revelación, eliminación o rectificación de los datos cuyo registro fue
impugnado.

III. La decisión se elevará, de oficio, en revisión ante el Tribunal Constitucional


Plurinacional en el plazo de las veinticuatro horas siguientes a la emisión del
fallo, sin que por ello se suspenda su ejecución.

IV. La decisión final que conceda la Acción de Protección de Privacidad será


ejecutada inmediatamente y sin observación. En caso de resistencia se
procederá de acuerdo con lo señalado en la Acción de Libertad. La autoridad
judicial que no proceda conforme con lo dispuesto por este artículo quedará
sujeta a las sanciones previstas por la ley.

SECCIÓN IV
ACCIÓN DE INCONSTITUCIONALIDAD

Artículo 132. Toda persona individual o colectiva afectada por una norma jurídica
contraria a la Constitución tendrá derecho a presentar la Acción de
Inconstitucionalidad, de acuerdo con los procedimientos establecidos por la ley.

Artículo 133. La sentencia que declare la inconstitucionalidad de una ley,


decreto o cualquier género de resolución no judicial, hace inaplicable la norma
impugnada y surte plenos efectos respecto a todos.

92
BOLÍVIA

SECCIÓN V
ACCIÓN DE CUMPLIMIENTO

Artículo 134. I. La Acción de Cumplimiento procederá en caso de


incumplimiento de disposiciones constitucionales o de la ley por parte de
servidores públicos, con el objeto de garantizar la ejecución de la norma
omitida.

II. La acción se interpondrá por la persona individual o colectiva afectada, o


por otra a su nombre con poder suficiente, ante juez o tribunal competente, y
se tramitará de la misma forma que la Acción de Amparo Constitucional.

III. La resolución final se pronunciará en audiencia pública, inmediatamente


recibida la información de la autoridad demandada y, a falta de ésta, lo hará
sobre la base de la prueba que ofrezca el demandante. La autoridad judicial
examinará los antecedentes y, si encuentra cierta y efectiva la demanda,
declarará procedente la acción y ordenará el cumplimiento inmediato del deber
omitido.

IV. La decisión se elevará, de oficio, en revisión ante el Tribunal Constitucional


Plurinacional en el plazo de las veinticuatro horas siguientes a la emisión del
fallo, sin que por ello se suspenda su ejecución.

V. La decisión final que conceda la Acción de Cumplimiento será ejecutada


inmediatamente y sin observación. En caso de resistencia, se procederá de
acuerdo con lo señalado en la Acción de Libertad. La autoridad judicial que
no proceda conforme con lo dispuesto por este artículo quedará sujeta a las
sanciones previstas por la ley.

SECCIÓN VI
ACCIÓN POPULAR

Artículo 135. La Acción Popular procederá contra todo acto u omisión de


las autoridades o de personas individuales o colectivas que violen o amenacen
con violar derechos e intereses colectivos, relacionados con el patrimonio, el
espacio, la seguridad y salubridad pública, el medio ambiente y otros de
similar naturaleza reconocidos por esta Constitución.

93
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 136. I. La Acción Popular podrá interponerse durante el tiempo


que subsista la vulneración o la amenaza a los derechos e intereses colectivos.
Para interponer esta acción no será necesario agotar la vía judicial o
administrativa que pueda existir.

II. Podrá interponer esta acción cualquier persona, a título individual o en


representación de una colectividad y, con carácter obligatorio, el Ministerio
Público y el Defensor del Pueblo, cuando por el ejercicio de sus funciones
tengan conocimiento de estos actos. Se aplicará el procedimiento de la Acción
de Amparo Constitucional.

CAPÍTULO TERCERO
ESTADOS DE EXCEPCIÓN

Artículo 137. En caso de peligro para la seguridad del Estado, amenaza


externa, conmoción interna o desastre natural, la Presidenta o el Presidente
del Estado tendrá la potestad de declarar el estado de excepción, en todo
o en la parte del territorio donde fuera necesario. La declaración del estado
de excepción no podrá en ningún caso suspender las garantías de los
derechos, ni los derechos fundamentales, el derecho al debido proceso, el
derecho a la información y los derechos de las personas privadas de libertad.

Artículo 138. I. La vigencia de la declaración del estado de excepción


dependerá de la aprobación posterior de la Asamblea Legislativa
Plurinacional, que tendrá lugar apenas las circunstancias lo permitan y, en
todo caso, dentro de las siguientes setenta y dos horas a la declaración del
estado de excepción. La aprobación de la declaración indicará las facultades
conferidas y guardará estricta relación y proporción con el caso de
necesidad atendida por el estado de excepción. Los derechos consagrados
en la Constitución no quedarán en general suspendidos por la declaración
del estado de excepción.

II. Una vez finalizado el estado de excepción, no podrá declararse otro estado
de excepción dentro del siguiente año, salvo autorización legislativa previa.

Artículo 139. I. El Ejecutivo rendirá cuentas a la Asamblea Legislativa


Plurinacional de los motivos que dieron lugar a la declaración del estado de

94
BOLÍVIA

excepción, así como del uso que haya hecho de las facultades conferidas por
la Constitución y la ley.

II. Quienes violen los derechos establecidos en esta Constitución serán objeto
de proceso penal por atentado contra los derechos.

III. Los estados de excepción serán regulados por la ley.

Artículo 140. I. Ni la Asamblea Legislativa Plurinacional, ni ningún otro órgano


o institución, ni asociación o reunión popular de ninguna clase, podrán conceder
a órgano o persona alguna facultades extraordinarias diferentes a las
establecidas en esta Constitución.

II. No podrá acumularse el Poder Público, ni otorgarse supremacía por la


que los derechos y garantías reconocidos en esta Constitución queden a merced
de órgano o persona alguna.

III. La reforma de la Constitución no podrá iniciarse mientras esté vigente un


estado de excepción.

TÍTULO V
NACIONALIDAD Y CIUDADANIA

CAPITULO I
NACIONALIDAD

Artículo 141. I. La nacionalidad boliviana se adquiere por nacimiento o por


naturalización. Son bolivianas y bolivianos por nacimiento, las personas nacidas
en el territorio boliviano, con excepción de las hijas y los hijos de personal
extranjero en misión diplomática; y las personas nacidas en el extranjero, de
madre boliviana o de padre boliviano.

Artículo 142. I. Podrán adquirir la nacionalidad boliviana por naturalización


las extranjeras y los extranjeros en situación legal, con más de tres años de
residencia ininterrumpida en el país bajo supervisión del Estado, que manifiesten
expresamente su voluntad de obtener la nacionalidad boliviana y cumplan
con los requisitos establecidos en la ley.

95
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. El tiempo de residencia se reducirá a dos años en el caso de extranjeras y


extranjeros que se encuentren en una de las situaciones siguientes:

1. Que tengan cónyuge boliviana o boliviano, hijas bolivianas o hijos bolivianos


o padres sustitutos bolivianos. Las ciudadanas extranjeras o los ciudadanos
extranjeros que adquieran la ciudadanía por matrimonio con ciudadanas bolivianas
o ciudadanos bolivianos no la perderán en caso de viudez o divorcio.

2. Que presten el servicio militar en Bolivia a la edad requerida y de acuerdo


con la ley.

3. Que, por su servicio al país, obtengan la nacionalidad boliviana concedida


por la Asamblea Legislativa Plurinacional.

III. El tiempo de residencia para la obtención de la nacionalidad podrá ser


modificado cuando existan, a título de reciprocidad, convenios con otros
estados, prioritariamente latinoamericanos.

Artículo 143. I. Las bolivianas y los bolivianos que contraigan matrimonio


con ciudadanas extranjeras o ciudadanos extranjeros no perderán su
nacionalidad de origen. La nacionalidad boliviana tampoco se perderá por
adquirir una ciudadanía extranjera.

II. Las extranjeras o los extranjeros que adquieran la nacionalidad boliviana


no serán obligados a renunciar a su nacionalidad de origen.

CAPITULO II
CIUDADANÍA

Artículo 144. I Son ciudadanas y ciudadanos todas las bolivianas y todos


los bolivianos, y ejercerán su ciudadanía a partir de los 18 años de edad,
cualesquiera sean sus niveles de instrucción, ocupación o renta.

II. La ciudadanía consiste:

1. En concurrir como elector o elegible a la formación y al ejercicio de funciones


en los órganos del poder público, y

96
BOLÍVIA

2. En el derecho a ejercer funciones públicas sin otro requisito que la idoneidad,


salvo las excepciones establecidas en la Ley.

III. Los derechos de ciudadanía se suspenden por las causales y en la forma


prevista en el artículo 28 de esta Constitución.

SEGUNDA PARTE
ESTRUCTURA Y ORGANIZACIÓN
FUNCIONAL DEL ESTADO

TÍTULO I
ÓRGANO LEGISLATIVO

CAPÍTULO PRIMERO
COMPOSICIÓN Y ATRIBUCIONES DE LA ASAMBLEA
LEGISLATIVA PLURINACIONAL

Artículo 145. La Asamblea Legislativa Plurinacional está compuesta por dos


cámaras, la Cámara de Diputados y la Cámara de Senadores, y es la única
con facultad de aprobar y sancionar leyes que rigen para todo el territorio
boliviano.

Artículo 146. I. La Cámara de Diputados estará conformada por 130


miembros.

II. En cada Departamento, se eligen la mitad de los Diputados en


circunscripciones uninominales. La otra mitad se elige en circunscripciones
plurinominales departamentales, de las listas encabezadas por los candidatos
a Presidente, Vicepresidente y Senadores de la República.

III. Los Diputados son elegidos en votación universal, directa y secreta. En


las circunscripciones uninominales por simple mayoría de sufragios. En las
circunscripciones plurinominales mediante el sistema de representación que
establece la ley.

IV. El número de Diputados debe reflejar la votación proporcional obtenida


por cada partido, agrupación ciudadana o pueblo indígena.

97
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

V. La distribución del total de escaños entre los departamentos se determinará


por el Órgano Electoral en base al número de habitantes de cada uno de
ellos, de acuerdo al último Censo Nacional, de acuerdo a la Ley. Por equidad
la ley asignará un número de escaños mínimo a los departamentos con menor
población y menor grado de desarrollo económico. Si la distribución de
escaños para cualquier departamento resultare impar, se dará preferencia a
la asignación de escaños uninominales.

VI. Las circunscripciones uninominales deben tener continuidad geográfica,


afinidad y continuidad territorial, no trascender los límites de cada departamento
y basarse en criterios de población y extensión territorial. El Órgano Electoral
delimitará las circunscripciones uninominales.

VII. Las circunscripciones especiales indígena originario campesinas, se


regirán por el principio de densidad poblacional en cada departamento.
No deberán trascender los límites departamentales. Se establecerán
solamente en el área rural, y en aquellos departamentos en los que estos
pueblos y naciones indígena originario campesinos constituyan una minoría
poblacional. El Órgano Electoral determinará las circunscripciones
especiales. Estas circunscripciones forman parte del número total de
diputados.

Artículo 147. I. En la elección de asambleístas se garantizará la igual


participación de hombres y mujeres.

II. En la elección de asambleístas se garantizará la participación proporcional


de las naciones y pueblos indígena originario campesinos.

III. La ley determinará las circunscripciones especiales indígena originario


campesinas, donde no deberán ser considerados como criterios condicionales
la densidad poblacional, ni la continuidad geográfica.

Artículo 148. I. La Cámara de Senadores estará conformada por un total de


36 miembros.

II. En cada departamento se eligen 4 Senadores en circunscripción


departamental, por votación universal, directa y secreta.

98
BOLÍVIA

III. La asignación de los escaños de Senadores en cada departamento se


hará mediante el sistema proporcional, de acuerdo a la Ley.

Artículo 149. Para ser candidata o candidato a la Asamblea Legislativa


Plurinacional se requerirá cumplir con las condiciones generales de acceso
al servicio público, contar con dieciocho años de edad cumplidos al
momento de la elección, haber residido de forma permanente al menos los
dos años inmediatamente anteriores a la elección en la circunscripción
correspondiente.

Artículo 150. I. La Asamblea Legislativa Plurinacional contará con


asambleístas suplentes que no percibirán remuneración salvo en los casos en
que efectivamente realicen suplencia. La ley determinará la forma de sustitución
de sus integrantes.

II. Los asambleístas no podrán desempeñar ninguna otra función pública,


bajo pena de perder su mandato, excepto la docencia universitaria.

III. La renuncia al cargo de asambleísta será definitiva, sin que puedan tener
lugar licencias ni suplencias temporales con el propósito de desempeñar otras
funciones.

Artículo 151. I. Las asambleístas y los asambleístas gozarán de inviolabilidad


personal durante el tiempo de su mandato y con posterioridad a éste, por las
opiniones, comunicaciones, representaciones, requerimientos, interpelaciones,
denuncias, propuestas, expresiones o cualquier acto de legislación, información
o fiscalización que formulen o realicen en el desempeño de sus funciones no
podrán ser procesados penalmente.

II. El domicilio, la residencia o la habitación de las asambleístas y los


asambleístas serán inviolables, y no podrán ser allanados en ninguna
circunstancia. Esta previsión se aplicará a los vehículos de su uso particular u
oficial y a las oficinas de uso legislativo.

Artículo 152. Las asambleístas y los asambleístas no gozarán de inmunidad.


Durante su mandato, en los procesos penales, no se les aplicará la medida
cautelar de la detención preventiva, salvo delito flagrante.

99
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 153. I. La Vicepresidenta o el Vicepresidente del Estado presidirá


la Asamblea Legislativa Plurinacional.

II. Las sesiones ordinarias de la Asamblea Legislativa Plurinacional serán


inauguradas el 6 de Agosto de cada año.

III. Las sesiones ordinarias de la Asamblea Legislativa Plurinacional serán


permanentes y contarán con dos recesos de quince días cada uno, por año.

IV. La Asamblea Legislativa Plurinacional podrá sesionar en un lugar distinto


al habitual dentro el territorio del Estado, por decisión de la Plenaria y a
convocatoria de su Presidenta o Presidente.

Artículo 154. Durante los recesos, funcionará la Comisión de Asamblea, en


la forma y con las atribuciones que determine el Reglamento de la Cámara de
Diputados. De manera extraordinaria, por asuntos de urgencia, la Asamblea
podrá ser convocada por su Presidenta o Presidente, o por la Presidenta o el
Presidente del Estado. Sólo se ocupará de los asuntos consignados en la
convocatoria.

Artículo 155. La Asamblea Legislativa Plurinacional inaugurará sus sesiones


el 6 de Agosto en la Capital de Bolivia, salvo convocatoria expresa de su
Presidenta o Presidente.

Artículo 156. El tiempo del mandato de las y los asambleístas es de cinco


años pudiendo ser reelectas y reelectos por una sola vez de manera continua.

Artículo 157. El mandato de asambleísta se pierde por fallecimiento, renuncia,


revocatoria de mandato, sentencia condenatoria ejecutoriada en causas penales
o abandono injustificado de sus funciones por más de seis días de trabajo continuos
y once discontinuos en el año, calificados de acuerdo con el Reglamento.

Artículo 158. I. Son atribuciones de la Asamblea Legislativa Plurinacional,


además de las que determina esta Constitución y la ley:

1. Aprobar autónomamente su presupuesto y ejecutarlo; nombrar y remover a su


personal administrativo, y atender todo lo relativo a su economía y régimen interno.

100
BOLÍVIA

2. Fijar la remuneración de las asambleístas y los asambleístas, que en ningún


caso será superior al de la Vicepresidenta o Vicepresidente del Estado. Se
prohíbe percibir cualquier ingreso adicional por actividad remunerada.

3. Dictar leyes, interpretarlas, derogarlas, abrogarlas y modificarlas.

4. Elegir a seis de los miembros del Órgano Electoral Plurinacional, por dos
tercios de votos de sus miembros presentes.

5. Preseleccionar a las candidatas y a los candidatos para la conformación


del Tribunal Constitucional Plurinacional, Tribunal Supremo de Justicia,
Tribunal Agroambiental y Consejo de la Magistratura.

6. Aprobar la creación de nuevas unidades territoriales y establecer sus límites,


de acuerdo con la Constitución y con la ley.

7. Aprobar el plan de desarrollo económico y social presentado por el Órgano


Ejecutivo.

8. Aprobar leyes en materia de presupuestos, endeudamiento, control y


fiscalización de recursos estatales de crédito público y subvenciones, para la
realización de obras públicas y de necesidad social.

9. Decidir las medidas económicas estatales imprescindibles en caso de


necesidad pública.

10. Aprobar la contratación de empréstitos que comprometan las rentas


generales del Estado y autorizar a las universidades la contratación de
empréstitos.

11. Aprobar el Presupuesto General del Estado presentado por el Órgano


Ejecutivo. Recibido el proyecto de ley, éste deberá ser considerado en la
Asamblea Legislativa Plurinacional dentro del término de sesenta días. En
caso de no ser aprobado en este plazo, el proyecto se dará por aprobado.

12. Aprobar los contratos de interés público referidos a recursos naturales y


áreas estratégicas, firmados por el Órgano Ejecutivo.

101
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

13. Aprobar la enajenación de bienes de dominio público del Estado.

14. Ratificar los tratados internacionales celebrados por el Ejecutivo, en las


formas establecidas por esta Constitución.

15. Establecer el sistema monetario.

16. Establecer el sistema de medidas.

17. Controlar y fiscalizar los órganos del Estado y las instituciones públicas.

18. Interpelar, a iniciativa de cualquier asambleísta, a las Ministras o los


Ministros de Estado, individual o colectivamente, y acordar la censura por
dos tercios de los miembros de la Asamblea. La interpelación podrá ser
promovida por cualquiera de las Cámaras. La censura implicará la destitución
de la Ministra o del Ministro.

19. Realizar investigaciones en el marco de sus atribuciones fiscalizadoras,


mediante la comisión o comisiones elegidas para el efecto, sin perjuicio del
control que realicen los órganos competentes.

20. Controlar y fiscalizar las empresas públicas, las de capital mixto y toda
entidad en la que tenga participación económica el Estado.

21. Autorizar la salida de tropas militares, armamento y material bélico del


territorio del Estado, y determinar el motivo y tiempo de su ausencia.

22. Autorizar excepcionalmente el ingreso y tránsito temporal de fuerzas


militares extranjeras, determinando el motivo y el tiempo de permanencia.

23. A iniciativa del Órgano Ejecutivo, crear o modificar impuestos de


competencia del nivel central del Estado. Sin embargo, la Asamblea Legislativa
Plurinacional a pedido de uno de sus miembros, podrá requerir del Órgano
Ejecutivo la presentación de proyectos sobre la materia. Si el Órgano
Ejecutivo, en el término de veinte días no presenta el proyecto solicitado, o la
justificación para no hacerlo, el representante que lo requirió u otro, podrá
presentar el suyo para su consideración y aprobación.

102
BOLÍVIA

II. La organización y las funciones de la Asamblea Legislativa Plurinacional se


regulará por el Reglamento de la Cámara de Diputados.

Artículo 159. Son atribuciones de la Cámara de Diputados, además de las


que determina esta Constitución y la ley:

1. Elaborar y aprobar su Reglamento.

2. Calificar las credenciales otorgadas por el Órgano Electoral Plurinacional.

3. Elegir a su directiva, determinar su organización interna y su


funcionamiento.

4. Aplicar sanciones a las diputadas o a los diputados, de acuerdo con el


Reglamento, por decisión de dos tercios de los miembros presentes.

5. Aprobar su presupuesto y ejecutarlo; nombrar y remover a su personal


administrativo y atender todo lo relativo con su economía y régimen interno.

6. Iniciar la aprobación del Presupuesto General del Estado.

7. Iniciar la aprobación del plan de desarrollo económico y social presentado


por el Órgano Ejecutivo.

8. Iniciar la aprobación o modificación de leyes en materia tributaria, de crédito


público o de subvenciones.

9. Iniciar la aprobación de la contratación de empréstitos que comprometan


las rentas generales del Estado, y la autorización a las universidades para la
contratación de empréstitos.

10. Aprobar en cada legislatura la fuerza militar que ha de mantenerse en


tiempo de paz.

11. Acusar ante la Cámara de Senadores a los miembros del Tribunal


Constitucional Plurinacional, del Tribunal Supremo y del Control Administrativo
de Justicia por delitos cometidos en el ejercicio de sus funciones.

103
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

12. Proponer ternas a la Presidenta o al Presidente del Estado para la


designación de presidentas o presidentes de entidades económicas y sociales,
y otros cargos en que participe el Estado, por mayoría absoluta de acuerdo
con la Constitución.

13. Preseleccionar a los postulantes al Control Administrativo de Justicia y


remitir al Órgano Electoral Plurinacional la nómina de los precalificados para
que éste proceda a la organización, única y exclusiva, del proceso electoral.

Artículo 160. Son atribuciones de la Cámara de Senadores, además de las


que determina esta Constitución y la ley:

1. Elaborar y aprobar su Reglamento.

2. Calificar las credenciales otorgadas por el Órgano Electoral Plurinacional.

3. Elegir a su directiva, determinar su organización interna y su funcionamiento.

4. Aplicar sanciones a las Senadoras y los Senadores, de acuerdo al


Reglamento, por decisión de dos tercios de los miembros presentes.

5. Aprobar su presupuesto y ejecutarlo; nombrar y remover a su personal


administrativo, y atender todo lo relativo con su economía y régimen
interno.

6. Juzgar en única instancia a los miembros del Tribunal Constitucional


Plurinacional, del Tribunal Supremo, del Tribunal Agroambiental y del Control
Administrativo de Justicia por delitos cometidos en el ejercicio de sus funciones,
cuya sentencia será aprobada por al menos dos tercios de los miembros
presentes, de acuerdo con la ley.

7. Reconocer honores públicos a quienes lo merezcan por servicios eminentes


al Estado.

8. Ratificar los ascensos, a propuesta del Órgano Ejecutivo, a General de


Ejército, de Fuerza Aérea, de División y de Brigada; a Almirante, Vicealmirante,
Contralmirante y General de Policía Boliviana.

104
BOLÍVIA

9. Aprobar o negar el nombramiento de embajadores y Ministros


plenipotenciarios propuestos por el Presidente del Estado.

Artículo 161. Las Cámaras se reunirán en Asamblea Legislativa Plurinacional


para ejercer las siguientes funciones, además de las señaladas en la Constitución:

1. Inaugurar y clausurar sus sesiones.

2. Recibir el juramento de la Presidenta o del Presidente del Estado, y de la


Vicepresidenta o del Vicepresidente del Estado.

3. Admitir o negar la renuncia de la Presidenta o del Presidente del Estado, y


de la Vicepresidenta o del Vicepresidente del Estado.

4. Considerar las leyes vetadas por el Órgano Ejecutivo.

5. Considerar los proyectos de ley que, aprobados en la Cámara de origen,


no fueran aprobados en la Cámara revisora.

6. Aprobar los estados de excepción.

7. Autorizar el enjuiciamiento de la Presidenta o del Presidente, o de la


Vicepresidenta o del Vicepresidente del Estado.

8. Designar al Fiscal General del Estado y al Defensor del Pueblo.

CAPÍTULO SEGUNDO
PROCEDIMIENTO LEGISLATIVO

Artículo 162. I. Tienen la facultad de iniciativa legislativa, para su tratamiento


obligatorio en la Asamblea Legislativa Plurinacional:

1. Las ciudadanas y los ciudadanos.

2. Las asambleístas y los asambleístas en cada una de sus Cámaras.

3. El Órgano Ejecutivo.

105
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

4. El Tribunal Supremo, en el caso de iniciativas relacionadas con la


administración de justicia.

5. Los gobiernos autónomos de las entidades territoriales.

II. La ley y los reglamentos de cada Cámara desarrollarán los procedimientos


y requisitos para ejercer la facultad de iniciativa legislativa.

Artículo 163. El procedimiento legislativo se desarrollará de la siguiente


manera:

1. El proyecto de ley presentado por asambleístas de una de las Cámaras,


iniciará el procedimiento legislativo en esa Cámara, que la remitirá a la comisión
o comisiones que correspondan para su tratamiento y aprobación inicial.

2. El proyecto de ley presentado por otra iniciativa será enviado a la Cámara


de Diputados, que lo remitirá a la comisión o las comisiones.

3. Las iniciativas legislativas en materia de descentralización, autonomías y


ordenamiento territorial serán de conocimiento de la Cámara de Senadores.

4. Cuando el proyecto haya sido informado por la comisión o las comisiones


correspondientes, pasará a consideración de la plenaria de la Cámara, donde
será discutido y aprobado en grande y en detalle. Cada aprobación requerirá
de la mayoría absoluta de los miembros presentes.

5. El proyecto aprobado por la Cámara de origen será remitido a la Cámara


revisora para su discusión. Si la Cámara revisora lo aprueba, será enviado al
Órgano Ejecutivo para su promulgación.

6. Si la Cámara revisora enmienda o modifica el proyecto, éste se considerará


aprobado si la Cámara de origen acepta por mayoría absoluta de los miembros
presentes las enmiendas o modificaciones. En caso de que no las acepte, las
dos Cámaras se reunirán a requerimiento de la Cámara de origen dentro de
los veinte días siguientes y deliberarán sobre el proyecto. La decisión será
tomada por el Pleno de la Asamblea Legislativa Plurinacional por mayoría
absoluta de sus miembros presentes.

106
BOLÍVIA

7. En caso de que pasen treinta días sin que la Cámara revisora se


pronuncie sobre el proyecto de ley, el proyecto será considerado en el
Pleno de la Asamblea Legislativa Plurinacional.

8. El proyecto aprobado, una vez sancionado, será remitido al Órgano


Ejecutivo para su promulgación como ley.

9. Aquel proyecto que haya sido rechazado podrá ser propuesto


nuevamente en la Legislatura siguiente.

10. La ley sancionada por la Asamblea Legislativa Plurinacional y remitida


al Órgano Ejecutivo, podrá ser observada por la Presidenta o el Presidente
del Estado en el término de diez días hábiles desde el momento de su
recepción. Las observaciones del Órgano Ejecutivo se dirigirán a la
Asamblea. Si ésta estuviera en receso, la Presidenta o el Presidente del
Estado remitirá sus observaciones a la Comisión de Asamblea.

11. Si la Asamblea Legislativa Plurinacional considera fundadas las


observaciones modificará la ley conforme a éstas y la devolverá al Órgano
Ejecutivo para su promulgación. En el caso de que considere infundadas
las observaciones, la ley será promulgada por la Presidenta o el Presidente
de la Asamblea. Las decisiones de la Asamblea se tomarán por mayoría
absoluta de sus miembros presentes.

12. La ley que no sea observada dentro del plazo correspondiente será
promulgada por la Presidenta o Presidente del Estado. Las leyes no
promulgadas por el Órgano Ejecutivo en los plazos previstos en los
numerales anteriores serán promulgadas por la Presidenta o el Presidente
de la Asamblea.

Artículo 164. I. La ley promulgada será publicada en la Gaceta Oficial


de manera inmediata.

II. La ley será de cumplimiento obligatorio desde el día de su publicación,


salvo que en ella se establezca un plazo diferente para su entrada en
vigencia.

107
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

TÍTULO II
ÓRGANO EJECUTIVO

CAPÍTULO PRIMERO
COMPOSICIÓN Y ATRIBUCIONES DEL ÓRGANO
EJECUTIVO

SECCIÓN I
DISPOSICIÓN GENERAL

Artículo 165. I. El Órgano Ejecutivo está compuesto por la Presidenta o el


Presidente del Estado, la Vicepresidenta o el Vicepresidente del Estado, y las
Ministras y los Ministros de Estado.

II. Las determinaciones adoptadas en Consejo de Ministros son de


responsabilidad solidaria.

SECCIÓN II
PRESIDENCIA Y VICEPRESIDENCIA DEL ESTADO

Artículo 166. I. La Presidenta o el Presidente y la Vicepresidenta o el


Vicepresidente del Estado serán elegidas o elegidos por sufragio universal,
obligatorio, directo, libre y secreto. Será proclamada a la Presidencia y a la
Vicepresidencia la candidatura que haya reunido el cincuenta por ciento más
uno de los votos válidos; o que haya obtenido un mínimo del cuarenta por
ciento de los votos válidos, con una diferencia de al menos diez por ciento en
relación con la segunda candidatura.

II. En caso de que ninguna de las candidaturas cumpla estas condiciones se


realizará una segunda vuelta electoral entre las dos candidaturas más votadas,
en el plazo de sesenta días computables a partir de la votación anterior. Será
proclamada a la Presidencia y a la Vicepresidencia del Estado la candidatura
que haya obtenido la mayoría de los votos.

Artículo 167. Para acceder a la candidatura a la Presidencia o a la


Vicepresidencia del Estado se requiere cumplir con las condiciones generales
de acceso al servicio público, contar con treinta años de edad cumplidos al

108
BOLÍVIA

día de la elección, y haber residido de forma permanente en el país al menos


cinco años inmediatamente anteriores a la elección.

Artículo 168. El periodo de mandato de la Presidenta o del Presidente y de


la Vicepresidenta o del Vicepresidente del Estado es de cinco años, y pueden
ser reelectas o reelectos por una sola vez de manera continua.

Artículo 169. I. En caso de impedimento o ausencia definitiva de la Presidenta


o del Presidente del Estado, será reemplazada o reemplazado en el cargo
por la Vicepresidenta o el Vicepresidente y, a falta de ésta o éste, por la
Presidenta o el Presidente del Senado, y a falta de ésta o éste por la Presidente
o el Presidente de la Cámara de Diputados. En este último caso, se convocarán
nuevas elecciones en el plazo máximo de noventa días.

II. En caso de ausencia temporal, asumirá la Presidencia del Estado quien


ejerza la Vicepresidencia, por un periodo que no podrá exceder los noventa
días.

Artículo 170. La Presidenta o el Presidente del Estado cesará en su mandato


por muerte; por renuncia presentada ante la Asamblea Legislativa Plurinacional;
por ausencia o impedimento definitivo; por sentencia condenatoria ejecutoriada
en materia penal; y por revocatoria del mandato.

Artículo 171. En caso de revocatoria del mandato, la Presidenta o el


Presidente del Estado cesará de inmediato en sus funciones, debiendo asumir
la Presidencia la persona que ejerza la Vicepresidencia, quien convocará de
forma inmediata a elecciones a la Presidencia del Estado a realizarse en el
plazo máximo de noventa días.

Artículo 172. Son atribuciones de la Presidenta o del Presidente del Estado,


además de las que establece esta Constitución y la ley:

1. Cumplir y hacer cumplir la Constitución y las leyes.

2. Mantener y preservar la unidad del Estado boliviano.

3. Proponer y dirigir las políticas de gobierno y de Estado.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

4. Dirigir la administración pública y coordinar la acción de los Ministros de Estado.

5. Dirigir la política exterior; suscribir tratados internacionales; nombrar


servidores públicos diplomáticos y consulares de acuerdo a la ley; y admitir a
los funcionarios extranjeros en general.

6. Solicitar la convocatoria a sesiones extraordinarias al Presidente o Presidenta


de la Asamblea Legislativa Plurinacional.

7. Promulgar las leyes sancionadas por la Asamblea Legislativa Plurinacional.

8. Dictar decretos supremos y resoluciones.

9. Administrar las rentas estatales y decretar su inversión por intermedio del


Ministerio del ramo, de acuerdo a las leyes y con estricta sujeción al
Presupuesto General del Estado.

10. Presentar el plan de desarrollo económico y social a la Asamblea


Legislativa Plurinacional.

11. Presentar a la Asamblea Legislativa Plurinacional, dentro de las treinta


primeras sesiones, el proyecto de Ley del Presupuesto General del Estado
para la siguiente gestión fiscal y proponer, durante su vigencia, las
modificaciones que estime necesarias. El informe de los gastos públicos
conforme al presupuesto se presentará anualmente.

12. Presentar anualmente a la Asamblea Legislativa Plurinacional, en su


primera sesión, el informe escrito acerca del curso y estado de la Administración
Pública durante la gestión anual, acompañado de las memorias ministeriales.

13. Hacer cumplir las sentencias de los tribunales.

14. Decretar amnistía o indulto, con la aprobación de la Asamblea Legislativa


Plurinacional.

15. Nombrar, de entre las ternas propuestas por la Asamblea Legislativa


Plurinacional, a la Contralora o al Contralor General del Estado, a la Presidenta

110
BOLÍVIA

o al Presidente del Banco Central de Bolivia, a la máxima autoridad del Órgano


de Regulación de Bancos y Entidades Financieras, y a las Presidentas o a los
Presidentes de entidades de función económica y social en las cuales interviene
el Estado.

16. Preservar la seguridad y la defensa del Estado.

17. Designar y destituir al Comandante en Jefe de las Fuerzas Armadas y a


los Comandantes del Ejército, de la Fuerza Aérea y de la Armada.

18. Designar y destituir al Comandante General de la Policía Boliviana.

19. Proponer a la Asamblea Legislativa Plurinacional los ascensos a General


de Ejército, de Fuerza Aérea, de División y de Brigada; a Almirante,
Vicealmirante y Contralmirante, y a General de la Policía, de acuerdo a informe
de sus servicios y promociones.

20. Crear y habilitar puertos.

21. Designar a sus representantes ante el Órgano Electoral.

22. Designar a las Ministras y a los Ministros de Estado, respetando el carácter


plurinacional y la equidad de género en la composición del gabinete ministerial.

23. Designar a la Procuradora o al Procurador General del Estado.

24. Presentar proyectos de ley de urgencia económica, para su consideración


por la Asamblea Legislativa Plurinacional, que deberá tratarlos con prioridad.

25. Ejercer el mando de Capitana o Capitán General de las Fuerzas Armadas,


y disponer de ellas para la defensa del Estado, su independencia y la integridad
del territorio.

26. Declarar el estado de excepción.

27. Ejercer la autoridad máxima del Servicio Boliviano de Reforma Agraria y


otorgar títulos ejecutoriales en la distribución y redistribución de las tierras.

111
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 173. La Presidenta o el Presidente del Estado podrá ausentarse del


territorio boliviano por misión oficial, sin autorización de la Asamblea Legislativa
Plurinacional, hasta un máximo de diez días.

Artículo 174. Son atribuciones de la Vicepresidenta o del Vicepresidente


del Estado, además de las que establece esta Constitución y la ley:

1. Asumir la Presidencia del Estado, en los casos establecidos en la presente


Constitución.

2. Coordinar las relaciones entre el Órgano Ejecutivo, la Asamblea Legislativa


Plurinacional y los gobiernos autónomos.

3. Participar en las sesiones del Consejo de Ministros.

4. Coadyuvar con la Presidenta o el Presidente del Estado en la dirección de


la política general del Gobierno.

5. Participar conjuntamente con la Presidenta o el Presidente del Estado en


la formulación de la política exterior, así como desempeñar misiones
diplomáticas.

SECCIÓN III
MINISTERIOS DE ESTADO

Artículo 175. I. Las Ministras y los Ministros de Estado son servidoras


públicas y servidores públicos, y tienen como atribuciones, además de las
determinadas en esta Constitución y la ley:

1. Proponer y coadyuvar en la formulación de las políticas generales del


Gobierno.

2. Proponer y dirigir las políticas gubernamentales en su sector.

3. La gestión de la Administración Pública en el ramo correspondiente.

4. Dictar normas administrativas en el ámbito de su competencia.

112
BOLÍVIA

5. Proponer proyectos de decreto supremo y suscribirlos con la Presidenta o el


Presidente del Estado.

6. Resolver en última instancia todo asunto administrativo que corresponda al


Ministerio.

7. Presentar a la Asamblea Legislativa Plurinacional los informes que les soliciten.

8. Coordinar con los otros Ministerios la planificación y ejecución de las políticas


del gobierno.

II. Las Ministras y los Ministros de Estado son responsables de los actos de
administración adoptados en sus respectivas carteras.

Artículo 176. Para ser designada o designado Ministra o Ministro de Estado


se requiere cumplir con las condiciones generales de acceso al servicio público;
tener cumplidos veinticinco años al día del nombramiento; no formar parte de la
Asamblea Legislativa Plurinacional; no ser directivo, accionista ni socio de
entidades financieras o empresas que mantengan relación contractual o que
enfrenten intereses opuestos con el Estado; no ser cónyuge ni pariente
consanguíneo o afín dentro del segundo grado de quienes se hallaren en ejercicio
de la Presidencia o la Vicepresidencia del Estado.

Artículo 177. No podrá ser designada como Ministra o Ministro de Estado la


persona que, en forma directa o como representante legal de persona jurídica,
tenga contratos pendientes de su cumplimiento o deudas ejecutoriadas con el Estado.

TÍTULO III
ÓRGANO JUDICIAL Y TRIBUNAL CONSTITUCIONAL
PLURINACIONAL

CAPÍTULO PRIMERO
DISPOSICIONES GENERALES

Artículo 178. I. La potestad de impartir justicia emana del pueblo boliviano y


se sustenta en los principios de independencia, imparcialidad, seguridad jurídica,
publicidad, probidad, celeridad, gratuidad, pluralismo jurídico,

113
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

interculturalidad, equidad, servicio a la sociedad, participación ciudadana,


armonía social y respeto a los derechos.

II. Constituyen garantías de la independencia judicial:

1. El desempeño de los jueces de acuerdo a la carrera judicial

2. La autonomía presupuestaria de los órganos judiciales.

Artículo 179. I. La función judicial es única. La jurisdicción ordinaria se


ejerce por el Tribunal Supremo de Justicia, los tribunales departamentales
de justicia, los tribunales de sentencia y los jueces; la jurisdicción
agroambiental por el Tribunal y jueces agroambientales; la jurisdicción
indígena originaria campesina se ejerce por sus propias autoridades;
existirán jurisdicciones especializadas reguladas por la ley.

II. La jurisdicción ordinaria y la jurisdicción indígena originario campesina


gozarán de igual jerarquía.

III. La justicia constitucional se ejerce por el Tribunal Constitucional


Plurinacional.

IV. El Consejo de la Magistratura es parte del Órgano Judicial.

CAPÍTULO SEGUNDO
JURISDICCIÓN ORDINARIA

Artículo 180. I. La jurisdicción ordinaria se fundamenta en los principios


procesales de gratuidad, publicidad, transparencia, oralidad, celeridad,
probidad, honestidad, legalidad, eficacia, eficiencia, accesibilidad, inmediatez,
verdad material, debido proceso e igualdad de las partes ante el juez.

II. Se garantiza el principio de impugnación en los procesos judiciales.

III. La jurisdicción ordinaria no reconocerá fueros, privilegios ni tribunales de


excepción. La jurisdicción militar juzgará los delitos de naturaleza militar
regulados por la ley.

114
BOLÍVIA

SECCIÓN I
TRIBUNAL SUPREMO DE JUSTICIA

Artículo 181. El Tribunal Supremo de Justicia es el máximo tribunal de la


jurisdicción ordinaria. Está integrado por Magistradas y Magistrados. Se
organiza internamente en salas especializadas. Su composición y organización
se determinará por la ley.

Artículo 182. I. Las Magistradas y los Magistrados del Tribunal Supremo


de Justicia serán elegidas y elegidos mediante sufragio universal.

II. La Asamblea Legislativa Plurinacional efectuará por dos tercios de sus


miembros presentes la preselección de las postulantes y los postulantes por
cada departamento y remitirá al órgano electoral la nómina de los
precalificados para que éste proceda a la organización, única y exclusiva,
del proceso electoral.

III. Las y los postulantes o persona alguna, no podrán realizar campaña


electoral a favor de sus candidaturas, bajo sanción de inhabilitación. El Órgano
Electoral será el único responsable de difundir los méritos de las candidatas y
los candidatos.

IV. Las magistradas y magistrados no podrán pertenecer a organizaciones


políticas.

V. Serán elegidas y elegidos las candidatas y los candidatos que obtengan


mayoría simple de votos. La Presidenta o el Presidente del Estado ministrará
posesión en sus cargos.

VI. Para optar a la Magistratura del Tribunal Supremo de Justicia será necesario
cumplir con los requisitos generales establecidos para los servidores públicos:
haber cumplido treinta años de edad, poseer título de abogado, haber
desempeñado, con honestidad y ética, funciones judiciales, profesión de
abogado o cátedra universitaria durante ocho años y no contar con sanción
de destitución del Consejo de la Magistratura. Para la calificación de méritos
se tomará en cuenta el haber ejercido la calidad de autoridad originaria bajo
su sistema de justicia.

115
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

VII. El sistema de prohibiciones e incompatibilidades aplicado a las


Magistradas y a los Magistrados del Tribunal Supremo de Justicia será el
mismo que para los servidores públicos.

Artículo 183. I. Las Magistradas y los Magistrados, no podrán ser reelegidas


ni reelegidos. Su periodo de mandato será de seis años.

II. Las Magistradas y Magistrados del Tribunal Supremo de Justicia cesarán


en sus funciones por cumplimiento de mandato, sentencia ejecutoriada
emergente de juicio de responsabilidades, renuncia, fallecimiento y demás
causales previstas en la ley.

Artículo 184. Son atribuciones del Tribunal Supremo de Justicia, además de


las señaladas por la ley:

1. Actuar como tribunal de casación y conocer recursos de nulidad en los


casos expresamente señalados por la ley.

2. Dirimir conflictos de competencias suscitados entre los tribunales


departamentales de justicia.

3. Conocer, resolver y solicitar en única instancia los procesos de


extradición.

4. Juzgar, como tribunal colegiado en pleno y en única instancia, a la


Presidenta o al Presidente del Estado, o a la Vicepresidenta o al
Vicepresidente del Estado, por delitos cometidos en el ejercicio de su
mandato. El juicio se llevará a cabo previa autorización de la Asamblea
Legislativa Plurinacional, por decisión de al menos dos tercios de los
miembros presentes, y a requerimiento fundado de la Fiscal o del Fiscal
General del Estado, quien formulará acusación si estima que la
investigación proporcionó fundamento para el enjuiciamiento. El proceso
será oral, público, continuo e ininterrumpido. La ley determinará el
procedimiento.

5. Designar, de las ternas presentadas por el Consejo de la Magistratura,


a los vocales de los tribunales departamentales de justicia.

116
BOLÍVIA

6. Preparar proyectos de leyes judiciales y presentarlos a la Asamblea


Legislativa Plurinacional.

7. Conocer y resolver casos de revisión extraordinaria de sentencia.

Artículo 185. La magistratura del Tribunal Supremo de Justicia será ejercida


de manera exclusiva.

CAPÍTULO TERCERO
JURISDICCIÓN AGROAMBIENTAL

Artículo 186. El Tribunal Agroambiental es el máximo tribunal


especializado de la jurisdicción agroambiental. Se rige en particular por
los principios de función social, integralidad, inmediatez, sustentabilidad
e interculturalidad.

Artículo 187. Para ser elegida Magistrada o elegido Magistrado del Tribunal
Agroambiental serán necesarios los mismos requisitos que los miembros del
Tribunal Supremo de Justicia, además de contar con especialidad en estas
materias y haber ejercido con idoneidad, ética y honestidad la judicatura
agraria, la profesión libre o la cátedra universitaria en el área, durante ocho
años. En la preselección de las candidatas y los candidatos se garantizará la
composición plural, considerando criterios de plurinacionalidad.

Artículo 188. I. Las Magistradas y los Magistrados del Tribunal Agroambiental


serán elegidas y elegidos mediante sufragio universal, según el procedimiento,
mecanismos y formalidades para los miembros del Tribunal Supremo de
Justicia.

II. El sistema de prohibiciones e incompatibilidades aplicado a las Magistradas


y los Magistrados del Tribunal Agroambiental será el de los servidores
públicos.

III. El tiempo de ejercicio, la permanencia y la cesación en el cargo establecidos


para las Magistradas y los Magistrados del Tribunal Supremo de Justicia
serán de aplicación a los miembros del Tribunal Agroambiental.

117
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 189. Son atribuciones del Tribunal Agroambiental, además de las


señaladas por la ley:

1. Resolver los recursos de casación y nulidad en las acciones reales


agrarias, forestales, ambientales, de aguas, derechos de uso y
aprovechamiento de los recursos naturales renovables, hídricos, forestales
y de la biodiversidad; demandas sobre actos que atenten contra la fauna,
la flora, el agua y el medio ambiente; y demandas sobre prácticas que
pongan en peligro el sistema ecológico y la conservación de especies o
animales.

2. Conocer y resolver en única instancia las demandas de nulidad y anulabilidad


de títulos ejecutoriales.

3. Conocer y resolver en única instancia los procesos contencioso


administrativos que resulten de los contratos, negociaciones, autorizaciones,
otorgación, distribución y redistribución de derechos de aprovechamiento de
los recursos naturales renovables, y de los demás actos y resoluciones
administrativas.

4. Organizar los juzgados agroambientales.

CAPÍTULO CUARTO
JURISDICCIÓN INDÍGENA ORIGINARIA CAMPESINA

Artículo 190. I. Las naciones y pueblos indígena originario campesinos


ejercerán sus funciones jurisdiccionales y de competencia a través de sus
autoridades, y aplicarán sus principios, valores culturales, normas y
procedimientos propios.

II. La jurisdicción indígena originaria campesina respeta el derecho a la vida,


el derecho a la defensa y demás derechos y garantías establecidos en la
presente Constitución.

Artículo 191. I. La jurisdicción indígena originario campesina se fundamenta


en un vínculo particular de las personas que son miembros de la respectiva
nación o pueblo indígena originario campesino.

118
BOLÍVIA

II. La jurisdicción indígena originario campesina se ejerce en los siguientes


ámbitos de vigencia personal, material y territorial:

1. Están sujetos a esta jurisdicción los miembros de la nación o pueblo indígena


originario campesino, sea que actúen como actores o demandado,
denunciantes o querellantes, denunciados o imputados, recurrentes o
recurridos.

2. Esta jurisdicción conoce los asuntos indígena originario campesinos de


conformidad a lo establecido en una Ley de Deslinde Jurisdiccional.

3. Esta jurisdicción se aplica a las relaciones y hechos jurídicos que se realizan


o cuyos efectos se producen dentro de la jurisdicción de un pueblo indígena
originario campesino.

Artículo 192. I. Toda autoridad pública o persona acatará las decisiones de


la jurisdicción indígena originaria campesina.

II. Para el cumplimiento de las decisiones de la jurisdicción indígena originario


campesina, sus autoridades podrán solicitar el apoyo de los órganos
competentes del Estado.

III. El Estado promoverá y fortalecerá la justicia indígena originaria campesina.


La Ley de Deslinde Jurisdiccional, determinará los mecanismos de
coordinación y cooperación entre la jurisdicción indígena originaria campesina
con la jurisdicción ordinaria y la jurisdicción agroambiental y todas las
jurisdicciones constitucionalmente reconocidas.

CAPÍTULO QUINTO
CONSEJO DE LA MAGISTRATURA

Artículo 193. I. El Consejo de la Magistratura es la instancia responsable


del régimen disciplinario de la jurisdicción ordinaria, agroambiental y de las
jurisdicciones especializadas; del control y fiscalización de su manejo
administrativo y financiero; y de la formulación de políticas de su gestión. El
Consejo de la Magistratura se regirá por el principio de participación
ciudadana.

119
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. Su conformación, estructura y funciones estarán determinadas por la ley.

Artículo 194. I. Los miembros del Consejo de la Magistratura se elegirán


mediante sufragio universal de entre las candidatas y los candidatos propuestos
por la Asamblea Legislativa Plurinacional. La organización y ejecución del
proceso electoral estará a cargo del Órgano Electoral Plurinacional.

II. Los miembros del Consejo de la Magistratura de Justicia requerirán, además


de las condiciones generales de acceso al servicio público, haber cumplido
treinta años de edad, poseer conocimientos en el área de sus atribuciones y
haber desempeñado sus funciones con ética y honestidad.

III. Los miembros del consejo de la Magistratura de Justicia durarán en sus


funciones seis años, y no podrán ser reelegidas ni reelegidos.

Artículo 195. Son atribuciones del Consejo de la Magistratura de Justicia,


además de las establecidas en la Constitución y en la ley:

1. Promover la revocatoria de mandato de las Magistradas y de los


Magistrados del Tribunal Supremo de Justicia y del Tribunal Agroambiental,
cuando, en el ejercicio de sus funciones, cometan faltas gravísimas
determinadas por la ley.

2. Ejercer el control disciplinario de las vocales y los vocales, juezas y jueces;


y personal auxiliar y administrativo del Órgano Judicial. El ejercicio de esta
facultad comprenderá la posibilidad de cesación del cargo por faltas
disciplinarias gravísimas, expresamente establecidas en la ley.

3. Controlar y fiscalizar la administración económica financiera y todos los


bienes del Órgano Judicial.

4. Evaluar el desempeño de funciones de las administradoras y los


administradores de justicia, y del personal auxiliar.

5. Elaborar auditorías jurídicas y de gestión financiera.

6. Realizar estudios técnicos y estadísticos.

120
BOLÍVIA

7. Preseleccionar a las candidatas y a los candidatos para la conformación de


los tribunales departamentales de justicia que serán designados por el Tribunal
Supremo de Justicia.

8. Designar, mediante concurso de méritos y exámenes de competencia, a


los jueces de partido y de instrucción.

9. Designar a su personal administrativo.

CAPÍTULO SEXTO
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL PLURINACIONAL

Artículo 196. I. El Tribunal Constitucional Plurinacional vela por la supremacía


de la Constitución, ejerce el control de constitucionalidad, y precautela el
respeto y la vigencia de los derechos y las garantías constitucionales.

II. En su función interpretativa, el Tribunal Constitucional Plurinacional aplicará


como criterio de interpretación, con preferencia, la voluntad del constituyente,
de acuerdo con sus documentos, actas y resoluciones, así como el tenor
literal del texto.

Artículo 197. I. El Tribunal Constitucional Plurinacional estará integrado por


Magistradas y Magistrados elegidos con criterios de plurinacionalidad, con
representación del sistema ordinario y del sistema indígena originario
campesino.

II. Las Magistradas y los Magistrados suplentes del Tribunal Constitucional


Plurinacional no recibirán remuneración, y asumirán funciones exclusivamente
en caso de ausencia del titular, o por otros motivos establecidos en la ley.

III. La composición, organización y funcionamiento del Tribunal Constitucional


Plurinacional serán regulados por la ley.

Artículo 198. Las Magistradas y los Magistrados del Tribunal


Constitucional Plurinacional se elegirán mediante sufragio universal, según
el procedimiento, mecanismo y formalidades de los miembros del Tribunal
Supremo de Justicia.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 199. I. Para optar a la magistratura del Tribunal Constitucional


Plurinacional se requerirá, además de los requisitos generales para el acceso
al servicio público, haber cumplido treinta y cinco años y tener especialización
o experiencia acreditada de por lo menos ocho años en las disciplinas de
Derecho Constitucional, Administrativo o Derechos Humanos. Para la
calificación de méritos se tomará en cuenta el haber ejercido la calidad de
autoridad originaria bajo su sistema de justicia.

II. Las candidatas y los candidatos al Tribunal Constitucional Plurinacional


podrán ser propuestas y propuestos por organizaciones de la sociedad civil y
de las naciones y pueblos indígena originario campesinos.

Artículo 200. El tiempo de ejercicio, la permanencia y la cesación en el


cargo establecidos para las Magistradas y los Magistrados del Tribunal
Supremo de Justicia será de aplicación a los miembros del Tribunal
Constitucional Plurinacional.

Artículo 201. Las Magistradas y los Magistrados del Tribunal Constitucional


Plurinacional se regirán por el mismo sistema de prohibiciones e
incompatibilidades de los servidores públicos.

Artículo 202. Son atribuciones del Tribunal Constitucional Plurinacional,


además de las establecidas en la Constitución y la ley, conocer y resolver:

1. En única instancia, los asuntos de puro derecho sobre la


inconstitucionalidad de leyes, Estatutos Autonómicos, Cartas Orgánicas,
decretos y todo género de ordenanzas y resoluciones no judiciales. Si la
acción es de carácter abstracto, sólo podrán interponerla la Presidenta o
Presidente de la República, Senadoras y Senadores, Diputadas y Diputados,
Legisladores, Legisladoras y máximas autoridades ejecutivas de las entidades
territoriales autónomas.

2. Los conflictos de competencias y atribuciones entre órganos del poder


público.

3. Los conflictos de competencias entre el gobierno plurinacional, las entidades


territoriales autónomas y descentralizadas, y entre éstas.

122
BOLÍVIA

4. Los recursos contra tributos, impuestos, tasas, patentes, derechos o


contribuciones creados, modificados o suprimidos en contravención a lo dispuesto
en esta Constitución.

5. Los recursos contra resoluciones del Órgano Legislativo, cuando sus resoluciones
afecten a uno o más derechos, cualesquiera sean las personas afectadas.

6. La revisión de las acciones de Libertad, de Amparo Constitucional, de


Protección de Privacidad, Popular y de Cumplimiento. Esta revisión no impedirá
la aplicación inmediata y obligatoria de la resolución que resuelva la acción.

7. Las consultas de la Presidenta o del Presidente de la República, de la Asamblea


Legislativa Plurinacional, del Tribunal Supremo de Justicia o del Tribunal
Agroambiental sobre la constitucionalidad de proyectos de ley. La decisión del
Tribunal Constitucional es de cumplimiento obligatorio.

8. Las consultas de las autoridades indígenas originario campesinas sobre la


aplicación de sus normas jurídicas aplicadas a un caso concreto. La decisión
del Tribunal Constitucional es obligatoria.

9. El control previo de constitucionalidad en la ratificación de tratados


internacionales.

10. La constitucionalidad del procedimiento de reforma parcial de la


Constitución.

11. Los conflictos de competencia entre la jurisdicción indígena originaria


campesina y la jurisdicción ordinaria y agroambiental.

12. Los recursos directos de nulidad.

Artículo 203. Las decisiones y sentencias del Tribunal Constitucional


Plurinacional son de carácter vinculante y de cumplimiento obligatorio, y contra
ellas no cabe recurso ordinario ulterior alguno.

Artículo 204. La ley determinará los procedimientos que regirán ante el Tribunal
Constitucional Plurinacional.

123
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

TÍTULO IV
ÓRGANO ELECTORAL

CAPÍTULO PRIMERO
ÓRGANO ELECTORAL PLURINACIONAL

Artículo 205. I. El Órgano Electoral Plurinacional está compuesto por:

1. El Tribunal Supremo Electoral.

2. Los Tribunales Electorales Departamentales.

3. Los Juzgados Electorales.

4. Los Jurados de las Mesas de sufragio.

5. Los Notarios Electorales

II. La jurisdicción, competencias y atribuciones del Órgano Electoral y de


sus diferentes niveles se definen, en esta Constitución y la ley.

Artículo 206. I. El Tribunal Supremo Electoral es el máximo nivel del Órgano


Electoral, tiene jurisdicción nacional.

II. El Tribunal Supremo Electoral está compuesto por siete miembros,


quienes durarán en sus funciones seis años sin posibilidad de reelección,
y al menos dos de los cuales serán de origen indígena originario
campesino.

III. La Asamblea Legislativa Plurinacional, por dos tercios de votos de los


miembros presentes, elegirá a seis de los miembros del Órgano Electoral
Plurinacional. La Presidenta o el Presidente del Estado designará a uno de
sus miembros.

IV. La elección de los miembros del Órgano Electoral Plurinacional requerirá


de convocatoria pública previa, y calificación de capacidad y méritos a través
de concurso público.

124
BOLÍVIA

V. Las Asambleas Legislativas Departamentales o Consejos


Departamentales seleccionarán por dos tercios de votos de sus miembros
presentes, una terna por cada uno de los vocales de los Tribunales
Departamentales Electorales. De estas ternas la Cámara de Diputados
elegirá a los miembros de los Tribunales Departamentales Electorales, por
dos tercios de votos de los miembros presentes, garantizando que al menos
uno de sus miembros sea perteneciente a las naciones y pueblos indígenas
originarios campesinos del Departamento.

Artículo 207. Para ser designada Vocal del Tribunal Supremo Electoral y
Departamental, se requiere cumplir con las condiciones generales de acceso
al servicio público, haber cumplido treinta años de edad al momento de su
designación y tener formación académica.

Artículo 208. I. El Tribunal Supremo Electoral es el responsable de organizar,


administrar y ejecutar los procesos electorales y proclamar sus resultados.

II. El Tribunal garantizará que el sufragio se ejercite efectivamente, conforme


a lo dispuesto en el artículo 26 de esta Constitución.

III. Es función del Tribunal Supremo Electoral organizar y administrar el


Registro Civil y el Padrón Electoral.

CAPÍTULO SEGUNDO
REPRESENTACIÓN POLÍTICA

Artículo 209. Las candidatas y los candidatos a los cargos públicos electos,
con excepción de los cargos elegibles del Órgano Judicial y del Tribunal
Constitucional Plurinacional serán postuladas y postulados a través de las
organizaciones de las naciones y pueblos indígena originario campesinos, las
agrupaciones ciudadanas y los partidos políticos, en igualdad de condiciones
y de acuerdo con la ley.

Artículo 210. I. La organización y funcionamiento de las organizaciones


de las naciones y pueblos indígena originario campesinos, las
agrupaciones ciudadanas y los partidos políticos deberán ser
democráticos.

125
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. La elección interna de las dirigentes y los dirigentes y de las candidatas


y los candidatos de las agrupaciones ciudadanas y de los partidos
políticos será regulada y fiscalizada por el Órgano Electoral Plurinacional,
que garantizará la igual participación de hombres y mujeres.

III. Las organizaciones de las naciones y pueblos indígena originario


campesinos podrán elegir a sus candidatas o candidatos de acuerdo
con sus normas propias de democracia comunitaria.

Artículo 211. I. Las naciones y pueblos indígena originario campesinos


podrán elegir a sus representantes políticos en las instancias que
corresponda, de acuerdo con sus formas propias de elección.

II. El Órgano Electoral supervisará que en la elección de autoridades,


representantes y candidatas y candidatos de los pueblos y naciones
indígena originario campesinos mediante normas y procedimientos
propios, se de estricto cumplimiento a la normativa de esos pueblos y
naciones.

Artículo 212. Ninguna candidata ni ningún candidato podrán postularse


simultáneamente a más de un cargo electivo, ni por más de una
circunscripción electoral al mismo tiempo.

TITULO V
FUNCIONES DE CONTROL, DE DEFENSA DE LA
SOCIEDAD Y DE DEFENSA DEL ESTADO

CAPÍTULO PRIMERO
FUNCIÓN DE CONTROL

SECCIÓN I
CONTRALORÍA GENERAL DEL ESTADO

Artículo 213. I. La Contraloría General del Estado es la institución técnica


que ejerce la función de control de la administración de las entidades
públicas y de aquéllas en las que el Estado tenga participación o interés
económico. La Contraloría está facultada para determinar indicios de

126
BOLÍVIA

responsabilidad administrativa, ejecutiva, civil y penal; tiene autonomía


funcional, financiera, administrativa y organizativa.

II. Su organización, funcionamiento y atribuciones, que deben estar


fundados en los principios de legalidad, transparencia, eficacia, eficiencia,
economía, equidad, oportunidad y objetividad, se determinarán por la
ley.

Artículo 214. La Contralora o Contralor General del Estado se designará


por dos tercios de votos de los presentes de la Asamblea Legislativa
Plurinacional. La elección requerirá de convocatoria pública previa, y
calificación de capacidad profesional y méritos a través de concurso
público.

Artículo 215. Para ser designada Contralora o ser designado Contralor


General del Estado se requiere cumplir con las condiciones generales de
acceso al servicio público; contar con al menos treinta años de edad al
momento de su designación; haber obtenido título profesional en una rama
afín al cargo y haber ejercido la profesión por un mínimo de ocho años;
contar con probada integridad personal y ética, determinadas a través de
la observación pública.

Artículo 216. La Contralora o Contralor General del Estado ejercerá


sus funciones por un periodo de seis años, sin posibilidad de nueva
designación.

Artículo 217. I. La Contraloría General del Estado será responsable de


la supervisión y del control externo posterior de las entidades públicas y
de aquéllas en las que tenga participación o interés económico el Estado.
La supervisión y el control se realizará asimismo sobre la adquisición,
manejo y disposición de bienes y servicios estratégicos para el interés
colectivo.

II. La Contraloría General del Estado presentará cada año un informe


sobre su labor de fiscalización del sector público a la Asamblea Legislativa
Plurinacional.

127
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO SEGUNDO
FUNCIÓN DE DEFENSA DE LA SOCIEDAD

SECCIÓN I
DEFENSORÍA DEL PUEBLO

Artículo 218. I. La Defensoría del Pueblo velará por la vigencia, promoción,


difusión y cumplimiento de los derechos humanos, individuales y colectivos,
que se establecen en la Constitución, las leyes y los instrumentos
internacionales. La función de la Defensoría alcanzará a la actividad
administrativa de todo el sector público y a la actividad de las instituciones
privadas que presten servicios públicos.

II. Corresponderá asimismo a la Defensoría del Pueblo la promoción de la


defensa de los derechos de las naciones y pueblos indígena originario
campesinos, de las comunidades urbanas e interculturales, y de las bolivianas
y los bolivianos en el exterior.

III. La Defensoría del Pueblo es una institución con autonomía funcional,


financiera y administrativa, en el marco de la ley. Sus funciones se regirán
bajo los principios de gratuidad, accesibilidad, celeridad y solidaridad. En el
ejercicio de sus funciones no recibe instrucciones de los órganos del Estado.

Artículo 219. I. La Defensoría del Pueblo estará dirigida por la Defensora o


el Defensor del Pueblo, que ejercerá sus funciones por un periodo de seis
años, sin posibilidad de nueva designación.

II. La Defensora o el Defensor del Pueblo no será objeto de persecución,


detención, acusación ni enjuiciamiento por los actos realizados en el ejercicio
de sus atribuciones.

Artículo 220. La Defensora o el Defensor del Pueblo se designará por al


menos dos tercios de los presentes de la Asamblea Legislativa
Plurinacional. La designación requerirá de convocatoria pública previa y
calificación de capacidad profesional y méritos a través de concurso
público, entre personas reconocidas por su trayectoria en la defensa de
los derechos humanos.

128
BOLÍVIA

Artículo 221. Para ser designada Defensora o ser designado Defensor del
Pueblo se requerirá cumplir con las condiciones generales de acceso al servicio
público, contar con treinta años de edad cumplidos al momento de su
designación y contar con probada integridad personal y ética, determinada a
través de la observación pública.

Artículo 222. Son atribuciones de la Defensoría del Pueblo, además de las


que establecen la Constitución y la ley:

1. Interponer las acciones de Inconstitucionalidad, de Libertad, de Amparo


Constitucional, de Protección de Privacidad, Popular, de Cumplimiento y el
recurso directo de nulidad, sin necesidad de mandato.

2. Presentar proyectos de ley y proponer modificaciones a leyes, decretos y


resoluciones no judiciales en materia de su competencia.

3. Investigar, de oficio o a solicitud de parte, los actos u omisiones que impliquen


violación de los derechos, individuales y colectivos, que se establecen en la
Constitución, las leyes y los instrumentos internacionales, e instar al Ministerio
Público al inicio de las acciones legales que correspondan.

4. Solicitar a las autoridades y servidores públicos información respecto a las


investigaciones que realice la Defensoría del Pueblo, sin que puedan oponer
reserva alguna.

5. Formular recomendaciones, recordatorios de deberes legales, y sugerencias


para la inmediata adopción de correctivos y medidas a todos los órganos e
instituciones del Estado, y emitir censura pública por actos o comportamientos
contrarios a dichas formulaciones.

6. Acceder libremente a los centros de detención e internación, sin que pueda


oponerse objeción alguna.

7. Ejercer sus funciones sin interrupción de ninguna naturaleza, aun en caso


de declaratoria de estado de excepción.

8.Asistir con prontitud y sin discriminación a las personas que soliciten sus servicios.

129
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

9. Elaborar los reglamentos necesarios para el ejercicio de sus funciones.

Artículo 223. Las autoridades y los servidores públicos tienen la obligación


de proporcionar a la Defensoría del Pueblo la información que solicite en
relación con el ejercicio de sus funciones. En caso de no ser debidamente
atendida en su solicitud, la Defensoría interpondrá las acciones
correspondientes contra la autoridad, que podrá ser procesada y destituida
si se demuestra el incumplimiento.

Artículo 224. Cada año, la Defensora o el Defensor del Pueblo informará a


la Asamblea Legislativa Plurinacional y al Control Social sobre la situación de
los derechos humanos en el país y sobre la gestión de su administración. La
Defensora o Defensor del Pueblo podrá ser convocada o convocado en
cualquier momento por la Asamblea Legislativa Plurinacional o el Control
Social, para rendir informe respecto al ejercicio de sus funciones.

SECCIÓN II
MINISTERIO PÚBLICO

Artículo 225. I. El Ministerio Público defenderá la legalidad y los intereses


generales de la sociedad, y ejercerá la acción penal pública. El Ministerio
Público tiene autonomía funcional, administrativa y financiera.

II. El Ministerio Público ejercerá sus funciones de acuerdo con los principios
de legalidad, oportunidad, objetividad, responsabilidad, autonomía, unidad y
jerarquía.

Artículo 226. I. La Fiscal o el Fiscal General del Estado es la autoridad


jerárquica superior del Ministerio Público y ejerce la representación de la
institución.

II. El Ministerio Público contará con fiscales departamentales, fiscales de


materia y demás fiscales establecidos por la ley.

Artículo 227. I. La Fiscal o el Fiscal General del Estado se designará


por dos tercios de votos de los miembros presentes de la Asamblea
Legislativa Plurinacional. La designación requerirá de convocatoria pública

130
BOLÍVIA

previa, y calificación de capacidad profesional y méritos, a través de


concurso público.

II. La Fiscal o el Fiscal General del Estado reunirá los requisitos generales de
los servidores públicos, así como los específicos establecidos para la
Magistratura del Tribunal Supremo de Justicia.

Artículo 228. La Fiscal o el Fiscal General del Estado ejercerá sus funciones
por seis años, sin posibilidad de nueva designación.

CAPÍTULO TERCERO
FUNCIÓN DE DEFENSA DEL ESTADO

SECCIÓN I
PROCURADURÍA GENERAL DEL ESTADO

Artículo 229. La Procuraduría General del Estado es la institución de


representación jurídica pública que tiene como atribución promover, defender
y precautelar los intereses del Estado. Su organización y estructura serán
determinadas por la ley.

Artículo 230. I. La Procuraduría General del Estado está conformada por la


Procuradora o el Procurador General, que la dirigirá, y los demás servidores
públicos que determine la ley.

II. La designación de la Procuradora o el Procurador General del Estado


corresponderá a la Presidenta o al Presidente del Estado. La persona designada
debe cumplir con los requisitos exigidos para la Magistratura del Tribunal
Supremo de Justicia.

III. La designación podrá ser objetada por decisión de al menos dos tercios
de los miembros presentes de la Asamblea Legislativa Plurinacional, en un
plazo no mayor a sesenta días calendario desde su nombramiento. La objeción
tendrá por efecto el cese en las funciones de la persona designada.

Artículo 231. Son funciones de la Procuraduría General del Estado, además


de las determinadas por la Constitución y la ley:

131
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

1. Defender judicial y extrajudicialmente los intereses del Estado, asumiendo


su representación jurídica e interviniendo como sujeto procesal de pleno
derecho en todas las acciones judiciales y administrativas, en el marco de la
Constitución y la ley.

2. Interponer recursos ordinarios y acciones en defensa de los intereses del


Estado.

3. Evaluar y velar por el ejercicio de las acciones diligentes de las unidades


jurídicas de la Administración Pública en los procesos que se sustancien ante
autoridades jurisdiccionales o administrativas. En caso de acción negligente,
debe instar al inicio de las acciones que correspondan.

4. Requerir a las servidoras públicas o a los servidores públicos, y a las


personas particulares, la información que considere necesaria a los fines del
ejercicio de sus atribuciones. Esta información no se le podrá negar por ninguna
causa ni motivo; la ley establecerá las sanciones correspondientes.

5. Requerir a la máxima autoridad ejecutiva de las entidades públicas el


enjuiciamiento de las servidoras públicas o los servidores públicos que, por
negligencia o corrupción, ocasionen daños al patrimonio del Estado.

6. Atender las denuncias y los reclamos motivados de ciudadanos y entidades


que conforman el Control Social, en los casos en que se lesionen los intereses
del Estado.

7. Instar a la Fiscalía General del Estado al ejercicio de las acciones judiciales


a que hubiera lugar por los delitos cometidos contra el patrimonio público de
los cuales tenga conocimiento.

8. Presentar proyectos de ley sobre materias relativas a su competencia.

CAPÍTULO CUARTO
SERVIDORAS PÚBLICAS Y SERVIDORES PÚBLICOS

Artículo 232. La Administración Pública se rige por los principios de


legitimidad, legalidad, imparcialidad, publicidad, compromiso e interés social,

132
BOLÍVIA

ética, transparencia, igualdad, competencia, eficiencia, calidad, calidez,


honestidad, responsabilidad y resultados.

Artículo 233. Son servidoras y servidores públicos las personas que


desempeñan funciones públicas. Las servidoras y los servidores públicos
forman parte de la carrera administrativa, excepto aquellas personas que
desempeñen cargos electivos, las designadas y los designados, y quienes
ejerzan funciones de libre nombramiento.

Artículo 234. Para acceder al desempeño de funciones públicas se


requiere:

1. Contar con la nacionalidad boliviana.

2. Ser mayor de edad.

3. Haber cumplido con los deberes militares.

4. No tener pliego de cargo ejecutoriado, ni sentencia condenatoria


ejecutoriada en materia penal, pendientes de cumplimiento.

5. No estar comprendida ni comprendido en los casos de prohibición y de


incompatibilidad establecidos en la Constitución.

6. Estar inscrita o inscrito en el padrón electoral.

7. Hablar al menos dos idiomas oficiales del país.

Artículo 235. Son obligaciones de las servidoras y los servidores públicos:

1. Cumplir la Constitución y las leyes.

2. Cumplir con sus responsabilidades, de acuerdo con los principios de la


función pública.

3. Prestar declaración jurada de bienes y rentas antes, durante y después


del ejercicio del cargo.

133
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

4. Rendir cuentas sobre las responsabilidades económicas, políticas, técnicas


y administrativas en el ejercicio de la función pública.

5. Respetar y proteger los bienes del Estado, y abstenerse de utilizarlos para


fines electorales u otros ajenos a la función pública.

Artículo 236. Son prohibiciones para el ejercicio de la función pública:

I. Desempeñar simultáneamente más de un cargo público remunerado a tiempo


completo.

II. Actuar cuando sus intereses entren en conflicto con los de la entidad donde
prestan sus servicios, y celebrar contratos o realizar negocios con la
Administración Pública directa, indirectamente o en representación de tercera
persona.

III. Nombrar en la función pública a personas con las cuales tengan parentesco
hasta el cuarto grado de consanguinidad y segundo de afinidad.

Artículo 237. I. Son obligaciones para el ejercicio de la función pública:

1. Inventariar y custodiar en oficinas públicas los documentos propios de la función


pública, sin que puedan sustraerlos ni destruirlos. La ley regulará el manejo de los
archivos y las condiciones de destrucción de los documentos públicos.

2. Guardar secreto respecto a las informaciones reservadas, que no podrán ser


comunicadas incluso después de haber cesado en las funciones. El procedimiento
de calificación de la información reservada estará previsto en la ley.

II. La ley determinará las sanciones en caso de violación de estas obligaciones.

Artículo 238. No podrán acceder a cargos públicos electivos aquellas


personas que incurran en las siguientes causales de inelegibilidad:

1. Quienes ocuparon u ocupen cargos directivos en empresas o corporaciones


que tengan contratos o convenios con el Estado, y no hayan renunciado al
menos tres meses antes al día de la elección.

134
BOLÍVIA

2. Quienes hayan ocupado cargos directivos en empresas extranjeras


transnacionales que tengan contratos o convenios con el Estado, y no hayan
renunciado al menos cinco años antes al día de la elección.

3. Quienes ocupen cargos electivos, de designación o de libre nombramiento,


que no hayan renunciado a éste, al menos tres meses antes al día de la elección,
excepto el Presidente y el Vicepresidente de la República.

4. Los miembros de las Fuerzas Armadas y de la Policía Boliviana en servicio


activo que no hayan renunciado al menos tres meses antes al día de la
elección.

5. Los ministros de cualquier culto religioso que no hayan renunciado al menos


tres meses antes al día de la elección.

Artículo 239. Es incompatible con el ejercicio de la función pública:

1. La adquisición o arrendamiento de bienes públicos a nombre de la servidora


pública o del servidor público, o de terceras personas.

2. La celebración de contratos administrativos o la obtención de otra clase


de ventajas personales del Estado.

3. El ejercicio profesional como empleadas o empleados, apoderadas o


apoderados, asesoras o asesores, gestoras o gestores de entidades,
sociedades o empresas que tengan relación contractual con el Estado.

Artículo 240. I. Toda persona que ejerza un cargo electo podrá ser revocada
de su mandato, excepto el Órgano Judicial, de acuerdo con la ley.

II. La revocatoria del mandato podrá solicitarse cuando haya transcurrido al


menos la mitad del periodo del mandato. La revocatoria del mandato no
podrá tener lugar durante el último año de la gestión en el cargo.

III. El referendo revocatorio procederá por iniciativa ciudadana, a solicitud


de al menos el quince por ciento de votantes del padrón electoral de la
circunscripción que eligió a la servidora o al servidor público.

135
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

IV. La revocatoria del mandato de la servidora o del servidor público procederá


de acuerdo a Ley.

V. Producida la revocatoria de mandato el afectado cesará inmediatamente


en el cargo, proveyéndose su suplencia conforme a ley.

VI. La revocatoria procederá una sola vez en cada mandato constitucional


del cargo electo.

TÍTULO VI
PARTICIPACIÓN Y CONTROL SOCIAL

Artículo 241. I. El pueblo soberano, por medio de la sociedad civil organizada,


participará en el diseño de las políticas públicas.

II. La sociedad civil organizada ejercerá el control social a la gestión pública


en todos los niveles del Estado, y a las empresas e instituciones públicas,
mixtas y privadas que administren recursos fiscales.

III. Ejercerá control social a la calidad de los servicios públicos.

IV. La Ley establecerá el marco general para el ejercicio del control social.

V. La sociedad civil se organizará para definir la estructura y composición de


la participación y control social.

VI. Las entidades del Estado generarán espacios de participación y control


social por parte de la sociedad.

Artículo 242. La participación y el control social implica, además de las


previsiones establecidas en la Constitución y la ley:

1. Participar en la formulación de las políticas de Estado.

2. Apoyar al Órgano Legislativo en la construcción colectiva de las leyes.

3. Desarrollar el control social en todos los niveles del gobierno y las

136
BOLÍVIA

entidades territoriales autónomas, autárquicas, descentralizadas y


desconcentradas.

4. Generar un manejo transparente de la información y del uso de los recursos


en todos los espacios de la gestión pública. La información solicitada por el
control social no podrá denegarse, y será entregada de manera completa,
veraz, adecuada y oportuna.

5. Formular informes que fundamenten la solicitud de la revocatoria de


mandato, de acuerdo al procedimiento establecido en la Constitución y la
Ley.

6. Conocer y pronunciarse sobre los informes de gestión de los órganos y


funciones del Estado.

7. Coordinar la planificación y control con los órganos y funciones del


Estado.

8. Denunciar ante las instituciones correspondientes para la investigación y


procesamiento, en los casos que se considere conveniente.

9. Colaborar en los procedimientos de observación pública para la


designación de los cargos que correspondan.

10. Apoyar al órgano electoral en transparentar las postulaciones de los


candidatos para los cargos públicos que correspondan.

TÍTULO VII
FUERZAS ARMADAS Y POLICÍA BOLIVIANA

CAPÍTULO PRIMERO
FUERZAS ARMADAS

Artículo 243. Las Fuerzas Armadas del Estado están orgánicamente


constituidas por el Comando en Jefe, Ejército, la Fuerza Aérea y la Armada
Boliviana, cuyos efectivos serán fijados por la Asamblea Legislativa
Plurinacional a propuesta del Órgano Ejecutivo.

137
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 244. Las Fuerzas Armadas tienen por misión fundamental defender
y conservar la independencia, seguridad y estabilidad del Estado, su honor y
la soberanía del país; asegurar el imperio de la Constitución, garantizar la
estabilidad del Gobierno legalmente constituido, y participar en el desarrollo
integral del país.

Artículo 245. La organización de las Fuerzas Armadas descansa en su


jerarquía y disciplina. Es esencialmente obediente, no delibera y está sujeta a
las leyes y a los reglamentos militares. Como organismo institucional no realiza
acción política; individualmente, sus miembros gozan y ejercen los derechos
de ciudadanía en las condiciones establecidas por la ley.

Artículo 246. I. Las Fuerzas Armadas dependen de la Presidenta o del


Presidente del Estado y reciben sus órdenes, en lo administrativo, por
intermedio de la Ministra o del Ministro de Defensa y en lo técnico, del
Comandante en Jefe.

II. En caso de guerra, el Comandante en Jefe de las Fuerzas Armadas dirigirá


las operaciones.

Artículo 247. I. Ninguna extranjera ni ningún extranjero ejercerá mando ni


empleo o cargo administrativo en las Fuerzas Armadas sin previa autorización
del Capitán General.

II. Para desempeñar los cargos de Comandante en Jefe de las Fuerzas


Armadas, Jefe del Estado Mayor General, Comandantes y Jefes de Estado
Mayor del Ejército, Fuerza Aérea, Armada Boliviana y de grandes unidades,
será indispensable ser boliviana o boliviano por nacimiento y reunir los
requisitos que señale la ley. Iguales condiciones serán necesarias para ser
Viceministra o Viceministro del Ministerio de Defensa.

Artículo 248. El Consejo Supremo de Defensa del Estado Plurinacional,


cuya composición, organización y atribuciones determinará la ley, estará
presidido por el Capitán General de las Fuerzas Armadas.

Artículo 249. Todo boliviano estará obligado a prestar servicio militar, de


acuerdo con la ley.

138
BOLÍVIA

Artículo 250. Los ascensos en las Fuerzas Armadas serán otorgados


conforme con la ley respectiva.

CAPÍTULO SEGUNDO
POLICÍA BOLIVIANA

Artículo 251. I. La Policía Boliviana, como fuerza pública, tiene la misión


específica de la defensa de la sociedad y la conservación del orden público,
y el cumplimiento de las leyes en todo el territorio boliviano. Ejercerá la función
policial de manera integral, indivisible y bajo mando único, en conformidad
con la Ley Orgánica de la Policía Boliviana y las demás leyes del Estado.

II. Como institución, no delibera ni participa en acción política partidaria,


pero individualmente sus miembros gozan y ejercen sus derechos ciudadanos,
de acuerdo con la ley.

Artículo 252. Las Fuerzas de la Policía Boliviana dependen de la Presidenta o


del Presidente del Estado por intermedio de la Ministra o Ministro de Gobierno.

Artículo 253. Para ser designado Comandante General de la Policía Boliviana


será indispensable ser boliviana o boliviano por nacimiento, General de la
institución, y reunir los requisitos que señala la ley.

Artículo 254. En caso de guerra internacional, las fuerzas de la Policía


Boliviana pasarán a depender del Comando en Jefe de las Fuerzas Armadas
por el tiempo que dure el conflicto.

TÍTULO VIII
RELACIONES INTERNACIONALES, FRONTERAS,
INTEGRACIÓN Y REIVINDICACIÓN MARÍTIMA

CAPÍTULO PRIMERO
RELACIONES INTERNACIONALES

Artículo 255. I. Las relaciones internacionales y la negociación, suscripción


y ratificación de los tratados internacionales responden a los fines del Estado
en función de la soberanía y de los intereses del pueblo.

139
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. La negociación, suscripción y ratificación de tratados internacionales se


regirá por los principios de:

1. Independencia e igualdad entre los estados, no intervención en asuntos


internos y solución pacífica de los conflictos.

2. Rechazo y condena a toda forma de dictadura, colonialismo,


neocolonialismo e imperialismo.

3. Defensa y promoción de los derechos humanos, económicos, sociales,


culturales y ambientales, con repudio a toda forma de racismo y discriminación.

4. Respeto a los derechos de los pueblos indígenas originarios campesinos.

5. Cooperación y solidaridad entre los estados y los pueblos.

6. Preservación del patrimonio, capacidad de gestión y regulación del Estado.

7. Armonía con la naturaleza, defensa de la biodiversidad, y prohibición de


formas de apropiación privada para el uso y explotación exclusiva de plantas,
animales, microorganismos y cualquier materia viva.

8. Seguridad y soberanía alimentaria para toda la población; prohibición de


importación, producción y comercialización de organismos genéticamente
modificados y elementos tóxicos que dañen la salud y el medio ambiente.

9. Acceso de toda la población a los servicios básicos para su bienestar y


desarrollo.

10. Preservación del derecho de la población al acceso a todos los


medicamentos, principalmente los genéricos.

11. Protección y preferencias para la producción boliviana, y fomento a las


exportaciones con valor agregado.

Artículo 256. I. Los tratados e instrumentos internacionales en materia de


derechos humanos que hayan sido firmados, ratificados o a los que se hubiera

140
BOLÍVIA

adherido el Estado, que declaren derechos más favorables a los contenidos


en la Constitución, se aplicarán de manera preferente sobre ésta.

II. Los derechos reconocidos en la Constitución serán interpretados de


acuerdo a los tratados internacionales de derechos humanos cuando éstos
prevean normas más favorables.

Artículo 257. I. Los tratados internacionales ratificados forman parte del


ordenamiento jurídico interno con rango de ley.

II. Requerirán de aprobación mediante referendo popular vinculante previo a


la ratificación los tratados internacionales que impliquen:

1. Cuestiones limítrofes.

2. Integración monetaria.

3. Integración económica estructural.

4. Cesión de competencias institucionales a organismos internacionales o


supranacionales, en el marco de procesos de integración.

Artículo 258. Los procedimientos de celebración de tratados internacionales


se regularán por la ley.

Artículo 259. I. Cualquier tratado internacional requerirá de aprobación mediante


referendo popular cuando así lo solicite el cinco por ciento de los ciudadanos
registrados en el padrón electoral, o el treinta y cinco por ciento de los
representantes de la Asamblea Legislativa Plurinacional. Estas iniciativas podrán
utilizarse también para solicitar al Órgano Ejecutivo la suscripción de un tratado.

II. El anuncio de convocatoria a referendo suspenderá, de acuerdo a los


plazos establecidos por la ley, el proceso de ratificación del tratado
internacional hasta la obtención del resultado.

Artículo 260. I. La denuncia de los tratados internacionales seguirá los


procedimientos establecidos en el propio tratado internacional, las normas

141
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

generales del Derecho internacional, y los procedimientos establecidos en la


Constitución y la ley para su ratificación.

II. La denuncia de los tratados ratificados deberá ser aprobada por la Asamblea
Legislativa Plurinacional antes de ser ejecutada por la Presidenta o Presidente
del Estado.

III. Los tratados aprobados por referendo deberán ser sometidos a un nuevo
referendo antes de su denuncia por la Presidenta o Presidente del Estado.

CAPÍTULO SEGUNDO
FRONTERAS DEL ESTADO

Artículo 261. La integridad territorial, la preservación y el desarrollo de zonas


fronterizas constituyen un deber del Estado.

Artículo 262. I. Constituye zona de seguridad fronteriza los cincuenta


kilómetros a partir de la línea de frontera. Ninguna persona extranjera,
individualmente o en sociedad, podrá adquirir propiedad en este espacio,
directa o indirectamente, ni poseer por ningún título aguas, suelo ni
subsuelo; excepto en el caso de necesidad estatal declarada por ley
expresa aprobada por dos tercios de la Asamblea Legislativa
Plurinacional. La propiedad o la posesión afectadas en caso de
incumplimiento de esta prohibición pasarán a beneficio del Estado, sin
ninguna indemnización.

II. La zona de seguridad fronteriza estará sujeta a un régimen jurídico,


económico, administrativo y de seguridad especial, orientado a promover y
priorizar su desarrollo, y a garantizar la integridad del Estado.

Artículo 263. Es deber fundamental de las Fuerzas Armadas la defensa,


seguridad y control de las zonas de seguridad fronteriza. Las Fuerzas Armadas
participarán en las políticas de desarrollo integral y sostenible de estas zonas,
y garantizarán su presencia física permanente en ellas.

Artículo 264. I. El Estado establecerá una política permanente de desarrollo


armónico, integral, sostenible y estratégico de las fronteras, con la finalidad

142
BOLÍVIA

de mejorar las condiciones de vida de su población, y en especial de las


naciones y pueblos indígena originario campesinos fronterizos.

II. Es deber del Estado ejecutar políticas de preservación y control de los


recursos naturales en las áreas fronterizas.

III. La regulación del régimen de fronteras será establecida por la ley.

CAPÍTULO TERCERO
INTEGRACIÓN

Artículo 265. I. El Estado promoverá, sobre los principios de una relación


justa, equitativa y con reconocimiento de las asimetrías, las relaciones de
integración social, política, cultural y económica con los demás estados,
naciones y pueblos del mundo y, en particular, promoverá la integración
latinoamericana.

II. El Estado fortalecerá la integración de sus naciones y pueblos indígena


originario campesinos con los pueblos indígenas del mundo.

Artículo 266. Las representantes y los representantes de Bolivia ante


organismos parlamentarios supraestatales emergentes de los procesos de
integración se elegirán mediante sufragio universal.

CAPÍTULO CUARTO
REIVINDICACIÓN MARÍTIMA

Artículo 267. I. El Estado boliviano declara su derecho irrenunciable e


imprescriptible sobre el territorio que le dé acceso al océano Pacífico y su
espacio marítimo.

II. La solución efectiva al diferendo marítimo a través de medios pacíficos y


el ejercicio pleno de la soberanía sobre dicho territorio constituyen objetivos
permanentes e irrenunciables del Estado boliviano.

Artículo 268. El desarrollo de los intereses marítimos, fluviales y


lacustres, y de la marina mercante será prioridad del Estado, y su

143
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

administración y protección será ejercida por la Armada Boliviana, de


acuerdo con la ley.

TERCERA PARTE
ESTRUCTURA Y ORGANIZACIÓN
TERRITORIAL DEL ESTADO

TÍTULO I
ORGANIZACIÓN TERRITORIAL DEL ESTADO

CAPITULO PRIMERO
DISPOSICIONES GENERALES

Artículo 269. I. Bolivia se organiza territorialmente en departamentos,


provincias, municipios y territorios indígena originario campesinos.

II. La creación, modificación y delimitación de las unidades territoriales se


hará por voluntad democrática de sus habitantes, de acuerdo a las condiciones
establecidas en la Constitución y la ley.

III. Las regiones formarán parte de la organización territorial, en los términos


y las condiciones que determinen la ley.

Artículo 270. Los principios que rigen la organización territorial y las entidades
territoriales descentralizadas y autónomas son: la unidad, voluntariedad,
solidaridad, equidad, bien común, autogobierno, igualdad,
complementariedad, reciprocidad, equidad de género, subsidiariedad,
gradualidad, coordinación y lealtad institucional, transparencia, participación
y control social, provisión de recursos económicos y preexistencia de las
naciones y pueblos indígena originario campesinos, en los términos establecidos
en esta Constitución.

Artículo 271. I. La Ley Marco de Autonomías y Descentralización regulará


el procedimiento para la elaboración de Estatutos autonómicos y Cartas
Orgánicas, la transferencia y delegación competencial, el régimen económico
financiero, y la coordinación entre el nivel central y las entidades territoriales
descentralizadas y autónomas.

144
BOLÍVIA

II. La Ley Marco de Autonomías y Descentralización será aprobada por dos


tercios de votos de los miembros presentes de la Asamblea Legislativa
Plurinacional.

Artículo 272. La autonomía implica la elección directa de sus autoridades


por las ciudadanas y los ciudadanos, la administración de sus recursos
económicos, y el ejercicio de las facultades legislativa, reglamentaria,
fiscalizadora y ejecutiva, por sus órganos del gobierno autónomo en el ámbito
de su jurisdicción y competencias y atribuciones.

Artículo 273. La ley regulará la conformación de mancomunidades entre


municipios, regiones y territorios indígena originario campesinos para el logro
de sus objetivos.

Artículo 274. En los departamentos descentralizados se efectuará la elección


de prefectos y consejeros departamentales mediante sufragio universal. Estos
departamentos podrán acceder a la autonomía departamental mediante
referendo.

Artículo 275. Cada órgano deliberativo de las entidades territoriales elaborará


de manera participativa el proyecto de Estatuto o Carta Orgánica que deberá
ser aprobado por dos tercios del total de sus miembros, y previo control de
constitucionalidad, entrará en vigencia como norma institucional básica de la
entidad territorial mediante referendo aprobatorio en su jurisdicción.

Artículo 276. Las entidades territoriales autónomas no estarán subordinadas


entre ellas y tendrán igual rango constitucional.

CAPÍTULO SEGUNDO
AUTONOMÍA DEPARTAMENTAL

Artículo 277. El gobierno autónomo departamental está constituido por una


Asamblea Departamental, con facultad deliberativa, fiscalizadora y legislativa
departamental en el ámbito de sus competencias y por un órgano ejecutivo.

Artículo 278. I. La Asamblea Departamental estará compuesta por


asambleístas departamentales, elegidas y elegidos por votación universal,

145
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

directa, libre, secreta y obligatoria; y por asambleístas departamentales


elegidos por las naciones y pueblos indígena originario campesinos, de
acuerdo a sus propias normas y procedimientos.

II. La Ley determinará los criterios generales para la elección de


asambleístas departamentales, tomando en cuenta representación
poblacional, territorial, de identidad cultural y lingüística cuando son
minorías indígena originario campesinas, y paridad y alternancia de género.
Los Estatutos Autonómicos definirán su aplicación de acuerdo a la realidad
y condiciones específicas de su jurisdicción.

Artículo 279. El órgano ejecutivo departamental está dirigido por la


Gobernadora o el Gobernador, en condición de máxima autoridad
ejecutiva.

CAPÍTULO TERCERO
AUTONOMÍA REGIONAL

Artículo 280. I. La región, conformada por varios municipios o provincias


con continuidad geográfica y sin trascender límites departamentales, que
compartan cultura, lenguas, historia, economía y ecosistemas en cada
departamento, se constituirá como un espacio de planificación y gestión.
Excepcionalmente una región podrá estar conformada únicamente por
una provincia, que por sí sola tenga las características definidas para la
región. En las conurbaciones mayores a 500.000 habitantes, podrán
conformarse regiones metropolitanas.

II. La Ley Marco de Autonomías y Descentralización establecerá los


términos y procedimientos para la conformación ordenada y planificada
de las regiones. Donde se conformen regiones no se podrá elegir
autoridades provinciales.

III. La región podrá constituirse en autonomía regional, a iniciativa de los


municipios que la integran, vía referendo en sus jurisdicciones. Sus
competencias deben ser conferidas por dos tercios de votos del total de
los miembros del órgano deliberativo departamental.

146
BOLÍVIA

Artículo 281. El gobierno de cada autonomía regional estará constituido


por una Asamblea Regional con facultad deliberativa, normativo-
administrativa y fiscalizadora, en el ámbito de sus competencias, y un órgano
ejecutivo.

Artículo 282. I. Las y los miembros de la Asamblea Regional serán elegidas


y elegidos en cada municipio junto con las listas de candidatos a concejales
municipales, de acuerdo a criterios poblacionales y territoriales.

II. La región elaborará de manera participativa su Estatuto, de acuerdo a los


procedimientos establecidos para las autonomías regionales.

CAPÍTULO CUARTO
AUTONOMÍA MUNICIPAL

Artículo 283. El gobierno autónomo municipal está constituido por un Concejo


Municipal con facultad deliberativa, fiscalizadora y legislativa municipal en el
ámbito de sus competencias; y un órgano ejecutivo, presidido por la Alcaldesa
o el Alcalde.

Artículo 284. I. El Concejo Municipal estará compuesto por concejalas y


concejales elegidas y elegidos mediante sufragio universal.

II. En los municipios donde existan naciones o pueblos indígena originario


campesinos, que no constituyan una autonomía indígena originaria campesina,
éstos podrán elegir sus representantes ante el Concejo Municipal de forma
directa mediante normas y procedimientos propios y de acuerdo a la Carta
Orgánica Municipal.

III. La Ley determinará los criterios generales para la elección y cálculo del
número de concejalas y concejales municipales. La Carta Orgánica Municipal
definirá su aplicación de acuerdo a la realidad y condiciones específicas de su
jurisdicción.

IV. El Concejo Municipal podrá elaborar el proyecto de Carta Orgánica,


que será aprobado según lo dispuesto por esta Constitución.

147
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO QUINTO
ÓRGANOS EJECUTIVOS DE LOS GOBIERNOS AUTÓNOMOS

Artículo 285. I. Para ser candidata o candidato a un cargo electivo de los


órganos ejecutivos de los gobiernos autónomos se requerirá cumplir con las
condiciones generales de acceso al servicio público, y:

1. Haber residido de forma permanente al menos los dos años inmediatamente


anteriores a la elección en el departamento, región o municipio correspondiente.

2. En el caso de la elección de la Alcaldesa o del Alcalde y de la autoridad


regional haber cumplido veintiún años.

3. En el caso de la elección de Prefecta o Prefecto y Gobernador o


Gobernadora haber cumplido veinticinco años.

II. El periodo de mandato de las máximas autoridades ejecutivas de los


gobiernos autónomos es de cinco años, y podrán ser reelectas o reelectos de
manera continua por una sola vez.

Artículo 286. I. La suplencia temporal de la máxima autoridad ejecutiva de


un gobierno autónomo corresponderá a un miembro del Concejo o Asamblea
de acuerdo al Estatuto Autonómico o Carta Orgánica según corresponda.

II. En caso de renuncia o muerte, inhabilidad permanente o revocatoria de la


máxima autoridad ejecutiva de un gobierno autónomo, se procederá a una
nueva elección, siempre y cuando no hubiere transcurrido la mitad de su mandato.
En caso contrario, la sustituta o sustituto será una autoridad ya electa definida
de acuerdo al Estatuto Autonómico o Carta Orgánica según corresponda.

CAPÍTULO SEXTO
ÓRGANOS LEGISLATIVOS, DELIBERATIVOS Y
FISCALIZADORES DE LOS GOBIERNOS AUTÓNOMOS

Artículo 287. I. Las candidatas y los candidatos a los concejos y a las


asambleas de los gobiernos autónomos deberán cumplir con las condiciones
generales de acceso al servicio público, y:

148
BOLÍVIA

1. Haber residido de forma permanente al menos los dos años inmediatamente


anteriores a la elección en la jurisdicción correspondiente.

2. Tener 18 años cumplidos al día de la elección.

II. La elección de las Asambleas y Concejos de los gobiernos autónomos


tendrá lugar en listas separadas de los ejecutivos.

Artículo 288. El período de mandato de los integrantes de los Concejos y


Asambleas de los gobiernos autónomos será de cinco años, y podrán ser
reelectas o reelectos de manera continua por una sola vez.

CAPÍTULO SÉPTIMO
AUTONOMÍA INDÍGENA ORIGINARIA CAMPESINA

Artículo 289. La autonomía indígena originaria campesina consiste en el


autogobierno como ejercicio de la libre determinación de las naciones y los
pueblos indígena originario campesinos, cuya población comparte territorio,
cultura, historia, lenguas, y organización o instituciones jurídicas, políticas,
sociales y económicas propias.

Artículo 290. I. La conformación de la autonomía indígena originario


campesina se basa en los territorios ancestrales, actualmente habitados por
esos pueblos y naciones, y en la voluntad de su población, expresada en
consulta, de acuerdo a la Constitución y la ley.

II. El autogobierno de las autonomías indígenas originario campesinas se


ejercerá de acuerdo a sus normas, instituciones, autoridades y procedimientos,
conforme a sus atribuciones y competencias, en armonía con la Constitución
y la ley.

Artículo 291. I. Son autonomías indígena originario campesinas los territorios


indígena originario campesinos, y los municipios, y regiones que adoptan tal
cualidad de acuerdo a lo establecido en esta Constitución y la ley.

II. Dos o más pueblos indígenas originarios campesinos podrán conformar


una sola autonomía indígena originaria campesina.

149
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 292. Cada autonomía indígena originario campesina elaborará su


Estatuto, de acuerdo a sus normas y procedimientos propios, según la
Constitución y la Ley.

Artículo 293. I. La autonomía indígena basada en territorios indígenas


consolidados y aquellos en proceso, una vez consolidados, se constituirá por
la voluntad expresada de su población en consulta en conformidad a sus
normas y procedimientos propios como único requisito exigible.

II. Si la conformación de una autonomía indígena originario campesina afectase


límites de distritos municipales, el pueblo o nación indígena originario
campesino y el gobierno municipal deberán acordar una nueva delimitación
distrital. Si afectase límites municipales, deberá seguirse un procedimiento
ante la Asamblea Legislativa Plurinacional para su aprobación, previo
cumplimiento de los requisitos y condiciones particulares que señale la Ley.

III. La Ley establecerá requisitos mínimos de población y otros diferenciados


para la constitución de autonomía indígena originario campesina.

IV. Para constituir una autonomía indígena originario campesina cuyos territorios
se encuentren en uno o más municipios, la ley señalará los mecanismos de
articulación, coordinación y cooperación para el ejercicio de su gobierno.

Artículo 294. I. La decisión de constituir una autonomía indígena originario


campesina se adoptará de acuerdo a las normas y procedimientos de consulta,
conforme a los requisitos y condiciones establecidos por la Constitución y la
ley.

II. La decisión de convertir un municipio en autonomía indígena originario


campesina se adoptará mediante referendo conforme a los requisitos y
condiciones establecidos por ley.

III. En los municipios donde existan comunidades campesinas con estructuras


organizativas propias que las articulen y con continuidad geográfica, podrá
conformarse un nuevo municipio, siguiendo el procedimiento ante la Asamblea
Legislativa Plurinacional para su aprobación, previo cumplimiento de requisitos
y condiciones conforme a la Constitución y la ley.

150
BOLÍVIA

Artículo 295. I. Para conformar una región indígena originario campesina


que afecte límites municipales deberá previamente seguirse un procedimiento
ante la Asamblea Legislativa Plurinacional cumpliendo los requisitos y
condiciones particulares señalados por Ley.

II. La agregación de municipios, distritos municipales y/o autonomías indígena


originario campesinas para conformar una región indígena originario
campesina, se decidirá mediante referendo y/o de acuerdo a sus normas y
procedimientos de consulta según corresponda y conforme a los requisitos y
condiciones establecidos por la Constitución y la Ley.

Artículo 296. El gobierno de las autonomías indígena originario campesinas


se ejercerá a través de sus propias normas y formas de organización, con la
denominación que corresponda a cada pueblo, nación o comunidad,
establecidas en sus estatutos y en sujeción a la Constitución y a la Ley.

CAPÍTULO OCTAVO
DISTRIBUCIÓN DE COMPETENCIAS

Artículo 297. I. Las competencias definidas en esta Constitución son:

1. Privativas, aquellas cuya legislación, reglamentación y ejecución no se


transfiere ni delega, y están reservadas para el nivel central del Estado.

2. Exclusivas, aquellas en las que un nivel de gobierno tiene sobre una


determinada materia las facultades legislativa, reglamentaria y ejecutiva,
pudiendo transferir y delegar estas dos últimas.

3. Concurrentes, aquellas en las que la legislación corresponde al nivel central


del Estado y los otros niveles ejercen simultáneamente las facultades
reglamentaria y ejecutiva.

4. Compartidas, aquellas sujetas a una legislación básica de la Asamblea


Legislativa Plurinacional cuya legislación de desarrollo corresponde a las
entidades territoriales autónomas, de acuerdo a su característica y naturaleza.
La reglamentación y ejecución corresponderá a las entidades territoriales
autónomas.

151
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. Toda competencia que no esté incluida en esta Constitución será atribuida
al nivel central del Estado, que podrá transferirla o delegarla por Ley.

Artículo 298. I. Son competencias privativas del nivel central del Estado:

1. Sistema financiero.

2. Política monetaria, Banco Central, sistema monetario, y la política cambiaria.

3. Sistema de pesas y medidas, así como la determinación de la hora oficial.

4. Régimen aduanero.

5. Comercio Exterior.

6. Seguridad del Estado, Defensa, Fuerzas Armadas y Policía boliviana.

7. Armas de fuego y explosivos.

8. Política exterior.

9. Nacionalidad, ciudadanía, extranjería, derecho de asilo y refugio.

10. Control de fronteras en relación a la seguridad del Estado.

11. Regulación y políticas migratorias.

12. Creación, control y administración de las empresas públicas estratégicas


del nivel central del Estado.

13. Administración del patrimonio del Estado Plurinacional y de las entidades


públicas del nivel central del Estado.

14. Control del espacio y tránsito aéreo, en todo el territorio nacional.

15. Construcción, mantenimiento y administración de aeropuertos


internacionales y de tráfico interdepartamental.

152
BOLÍVIA

16. Registro Civil.

17. Censos oficiales.

18. Política general sobre tierras y territorio, y su titulación.

19. Hidrocarburos.

20. Creación de impuestos nacionales, tasas y contribuciones especiales


de dominio tributario del nivel central del Estado.

21. Política general de Biodiversidad y Medio Ambiente.

22. Codificación sustantiva y adjetiva en materia civil, familiar, penal,


tributaria, laboral, comercial, minería y electoral.

23. Política económica y planificación nacional

II. Son competencias exclusivas del nivel central del Estado:

1. Régimen electoral nacional para la elección de autoridades nacionales


y subnacionales, y consultas nacionales.

2. Régimen general de las comunicaciones y las telecomunicaciones.

3. Servicio postal.

4. Recursos naturales estratégicos, que comprenden minerales, espectro


electromagnético, recursos genéticos y biogenéticos y las fuentes de
agua.

5. Régimen general de recursos hídricos y sus servicios.

6. Régimen general de biodiversidad y medio ambiente.

7. Política Forestal y régimen general de suelos, recursos forestales y


bosques.

153
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

8. Política de generación, producción, control, transmisión y distribución de


energía en el sistema interconectado.

9. Planificación, diseño, construcción, conservación y administración de


carreteras de la Red Fundamental.

10. Construcción, mantenimiento y administración de líneas férreas y


ferrocarriles de la Red Fundamental.

11. Obras públicas de infraestructura de interés del nivel central del Estado

12. Elaboración y aprobación de planos y mapas cartográficos oficiales;


geodesia.

13. Elaboración y aprobación de estadísticas oficiales.

14. Otorgación de personalidad jurídica a organizaciones sociales que


desarrollen Actividades en más de un Departamento.

15. Otorgación y registro de personalidad jurídica a Organizaciones No


Gubernamentales, Fundaciones y entidades civiles sin fines de lucro que
desarrollen actividades en más de un Departamento.

16. Régimen de Seguridad Social.

17. Políticas del sistema de educación y salud

18. Sistema de Derechos Reales en obligatoria coordinación con el registro


técnico municipal.

19. Áreas protegidas bajo responsabilidad del nivel central del Estado.

20. Reservas fiscales respecto a recursos naturales.

21. Sanidad e inocuidad agropecuaria.

22. Control de la administración agraria y catastro rural.

154
BOLÍVIA

23. Política fiscal

24. Administración de Justicia

25. Promoción de la cultura y conservación del patrimonio cultural,


histórico, artístico, monumental, arquitectónico, arqueológico,
paleontológico, científico, tangible e intangible de interés del nivel central
del Estado.

26. Expropiación de inmuebles por razones de utilidad y necesidad pública,


conforme al procedimiento establecido por Ley.

27. Centros de información y documentación, archivos, bibliotecas, museos,


hemerotecas y otros de interés del nivel central del Estado.
28. Empresas públicas del nivel central del Estado.

29. Asentamientos humanos rurales

30. Políticas de servicios básicos

31. Políticas y régimen laborales

32. Transporte, terrestre, aéreo, fluvial y otros cuando alcance a mas de un


departamento.

33. Políticas de planificación territorial y ordenamiento territorial

34. Deuda pública interna y externa

35. Políticas generales de desarrollo productivo

36. Políticas generales de vivienda

37. Políticas generales de turismo

38. Régimen de la tierra. La ley determinará las facultades a ser transferidas


o delegadas a las autonomías.

155
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 299. I. Las siguientes competencias se ejercerán de forma


compartida entre el nivel central del Estado y las entidades territoriales
autónomas:

1. Régimen electoral departamental y municipal.

2. Servicios de telefonía fija, móvil y telecomunicaciones.

3. Electrificación urbana

4. Juegos de lotería y de azar.

5. Relaciones internacionales en el marco de la política exterior del Estado.

6. Establecimiento de Instancias de Conciliación ciudadana para resolución


de conflictos entre vecinos sobre asuntos de carácter municipal.

7. Regulación para la creación y/o modificación de impuestos de dominio


exclusivo de los gobiernos autónomos.

II. Las siguientes competencias se ejercerán de forma concurrente por el


nivel central del Estado y las entidades territoriales autónomas:

1. Preservar, conservar y contribuir a la protección del medio ambiente y


fauna silvestre manteniendo el equilibrio ecológico y el control de la
contaminación ambiental.

2. Gestión del sistema de salud y educación.

3. Ciencia, tecnología e investigación.

4. Conservación de suelos, recursos forestales y bosques.

5. Servicio metereológico.

6. Frecuencias electromagnéticas en el ámbito de su jurisdicción y en el marco


de las políticas del Estado.

156
BOLÍVIA

7. Promoción y administración de proyectos hidráulicos y energéticos.

8. Residuos industriales y tóxicos.

9. Proyectos de agua potable y tratamiento de residuos sólidos

10. Proyectos de riego.

11. Protección de cuencas.

12. Administración de puertos fluviales

13. Seguridad ciudadana.

14. Sistema de control gubernamental.

15. Vivienda y vivienda social.

16. Agricultura, ganadería, caza y pesca

Artículo 300. I. Son competencias exclusivas de los gobiernos


departamentales autónomos, en su jurisdicción:

1. Elaborar su Estatuto de acuerdo a los procedimientos establecidos en esta


Constitución y en la Ley.

2. Planificar y promover el desarrollo humano en su jurisdicción.

3. Iniciativa y convocatoria de consultas y referendos departamentales en las


materias de su competencia.

4. Promoción del empleo y mejora de las condiciones laborales, en el marco


de las políticas nacionales.

5. Elaboración y ejecución de Planes de Ordenamiento Territorial y de uso


de suelos, en coordinación con los planes del nivel central del Estado
municipales e indígena originario campesino.

157
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

6. Proyectos de generación y transporte de energía en los sistemas


aislados.

7. Planificación, diseño, construcción conservación y administración de


carreteras de la red departamental de acuerdo a las políticas estatales,
incluyendo las de la Red Fundamental en defecto del nivel central, conforme
a las normas establecidas por éste.

8. Construcción y mantenimiento de líneas férreas y ferrocarriles en el


departamento de acuerdo a las políticas estatales, interviniendo en los de las
Red fundamental en coordinación con el nivel central del Estado.

9. Transporte interprovincial terrestre, fluvial, ferrocarriles y otros medios de


transporte en el departamento.

10. Construcción, mantenimiento y administración de aeropuertos públicos


departamentales.

11. Estadísticas departamentales

12. Otorgar personalidad jurídica a organizaciones sociales que desarrollen


actividades en el departamento.

13. Otorgar personalidad jurídica a Organizaciones No Gubernamentales,


fundaciones y entidades civiles sin fines de lucro que desarrollen actividades
en el departamento.

14. Servicios de sanidad e inocuidad agropecuaria.

15. Proyectos de electrificación rural.

16. Proyectos de fuentes alternativas y renovables de energía de alcance


departamental preservando la seguridad alimentaria.

17. Deporte en el ámbito de su jurisdicción

18. Promoción y conservación del patrimonio natural departamental.

158
BOLÍVIA

19. Promoción y conservación de cultura, patrimonio cultural, histórico,


artístico, monumental, arquitectónico, arqueológico, paleontológico, científico,
tangible e intangible departamental.

20. Políticas de turismo departamental.

21. Proyectos de infraestructura departamental para el apoyo a la producción.

22. Creación y administración de impuestos de carácter departamental, cuyos


hechos imponibles no sean análogos a los impuestos nacionales o
municipales.

23. Creación y administración de tasas y contribuciones especiales de carácter


departamental.

24. Comercio, industria y servicios para el desarrollo y la competitividad en


el ámbito departamental.

25. Expropiación de inmuebles en su jurisdicción por razones de utilidad


y necesidad pública departamental, conforme al procedimiento
establecido por Ley, así como establecer limitaciones administrativas y
de servidumbre a la propiedad, por razones de orden técnico, jurídico
y de interés público.

26. Elaborar, aprobar y ejecutar sus programas de operaciones y su


presupuesto.

27. Fondos fiduciarios, fondos de inversión y mecanismos de transferencia


de recursos necesarios e inherentes a los ámbitos de sus competencias.

28. Centros de información y documentación, archivos, bibliotecas, museos,


hemerotecas y otros departamentales.

29. Empresas públicas departamentales.

30. Promoción y desarrollo de proyectos y políticas para niñez y adolescencia,


mujer, adulto mayor y personas con discapacidad.

159
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

31. Promoción y administración de los servicios para el desarrollo productivo


y agropecuario.

32. Elaboración y ejecución de planes de desarrollo económico y social


departamental.

33. Participar en empresas de industrialización, distribución y comercialización


de Hidrocarburos en el territorio departamental en asociación con las entidades
nacionales del sector.

34. Promoción de la inversión privada en el departamento en el marco de las


políticas económicas nacionales.

35. Planificación del desarrollo departamental en concordancia con la


planificación nacional.

36. Administración de sus recursos por regalías en el marco del presupuesto


general de la nación, los que serán transferidos automáticamente al Tesoro
Departamental

II. Los Estatutos Autonómicos Departamentales podrán a su vez definir como


concurrentes algunas de sus competencias exclusivas, con otras entidades
territoriales del departamento.

III. Serán también de ejecución departamental las competencias que le sean


transferidas o delegadas.

Artículo 301. La región, una vez constituida como autonomía regional, recibirá
las competencias que le sean transferidas o delegadas.

Artículo 302. I. Son competencias exclusivas de los gobiernos municipales


autónomos, en su jurisdicción:

1. Elaborar su Carta Orgánica Municipal de acuerdo a los procedimientos


establecidos en esta Constitución y la Ley.

2. Planificar y promover el desarrollo humano en su jurisdicción.

160
BOLÍVIA

3. Iniciativa y convocatoria de consultas y referendos municipales en las


materias de su competencia

4. Promoción del empleo y mejora de las condiciones laborales en el marco


de las políticas nacionales.

5. Preservar, conservar y contribuir a la protección del medio ambiente y


recursos naturales, fauna silvestre y animales domésticos

6. Elaboración de Planes de Ordenamiento Territorial y de uso de suelos, en


coordinación con los planes del nivel central del Estado, departamentales e
indígenas.

7. Planificar, diseñar, construir, conservar y administrar caminos vecinales en


coordinación con los pueblos indígena originario campesinos cuando
corresponda.

8. Construcción, mantenimiento y administración de aeropuertos públicos


locales.

9. Estadísticas municipales

10. Catastro urbano en el ámbito de su jurisdicción en conformidad a los


preceptos y parámetros técnicos establecidos para los Gobiernos Municipales.

11. Áreas protegidas municipales en conformidad con los parámetros y


condiciones establecidas para los Gobiernos Municipales.

12. Proyectos de fuentes alternativas y renovables de energía preservando la


seguridad alimentaria de alcance municipal.

13. Controlar la calidad y sanidad en la elaboración, transporte y venta de


productos alimenticios para el consumo humano y animal.

14. Deporte en el ámbito de su jurisdicción

15. Promoción y conservación del patrimonio natural municipal.

161
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

16. Promoción y conservación de cultura, patrimonio cultural, histórico, artístico,


monumental, arquitectónico, arqueológico, paleontológico, científico, tangible e
intangible municipal.

17. Políticas de turismo local.

18. Transporte urbano, registro de propiedad automotor, ordenamiento y


educación vial, administración y control del tránsito urbano.

19. Creación y administración de impuestos de carácter municipal, cuyos hechos


imponibles no sean análogos a los impuestos nacionales o departamentales.

20. Creación y administración de tasas, patentes a la actividad económica y


contribuciones especiales de carácter municipal.

21. Proyectos de infraestructura productiva.

22. Expropiación de inmuebles en su jurisdicción por razones de utilidad y


necesidad pública municipal, conforme al procedimiento establecido por Ley, así
como establecer limitaciones administrativas y de servidumbre a la propiedad,
por razones de orden técnico, jurídico y de interés público.

23. Elaborar, aprobar y ejecutar sus programas de operaciones y su presupuesto.

24. Fondos fiduciarios, fondos de inversión y mecanismos de transferencia de


recursos necesarios e inherentes a los ámbitos de sus competencias.

25. Centros de información y documentación, archivos, bibliotecas, museos,


hemerotecas y otros municipales.

26. Empresas públicas municipales.

27. Aseo urbano, manejo y tratamiento de residuos sólidos en el marco de la


política del Estado.

28. Diseñar, construir, equipar y mantener la infraestructura y obras de interés


público y bienes de dominio municipal, dentro de su jurisdicción territorial.

162
BOLÍVIA

29. Desarrollo urbano y asentamientos humanos urbanos.

30. Servicio de alumbrado público de su jurisdicción.

31. Promoción de la Cultura y actividades artísticas en el ámbito de su jurisdicción.

32. Espectáculos públicos y juegos recreativos.

33. Publicidad y propaganda urbana.

34. Promover y suscribir convenios de asociación o mancomunidad municipal con


otros municipios.

35. Convenios y/o contratos con personas naturales o colectivas, públicas y privadas
para el desarrollo y cumplimiento de sus atribuciones, competencias y fines.

36. Constituir y reglamentar la Guardia Municipal para coadyuvar el cumplimiento,


ejercicio y ejecución de sus competencias así como el cumplimiento de las normas
municipales y de sus resoluciones emitidas.

37. Políticas que garanticen la defensa de los consumidores y usuarios en el ámbito


municipal.

38. Sistemas de microriego en coordinación con los pueblos indígena originario


campesinos.

39. Promoción y desarrollo de proyectos y políticas para niñez y adolescencia,


mujer, adulto mayor y personas con discapacidad.

40. Servicios básicos así como aprobación las tasas que correspondan en su
jurisdicción.

41. Áridos y agregados, en coordinación con los pueblos indígena originario


campesinos, cuando corresponda.

42. Planificación del desarrollo municipal en concordancia con la planificación


departamental y nacional.

163
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

43. Participar en empresas de industrialización, distribución y comercialización


de Hidrocarburos en el territorio municipal en asociación con las entidades
nacionales del sector.

II. Serán también de ejecución municipal las competencias que le sean


transferidas o delegadas.

Artículo 303. I. La autonomía indígena originario campesina, además de sus


competencias, asumirá las de los municipios, de acuerdo con un proceso de
desarrollo institucional y con las características culturales propias de
conformidad a la Constitución y a la Ley Marco de Autonomías y
Descentralización.

II. La región indígena originario campesina, asumirá las competencias que le


sean transferidas o delegadas.

Artículo 304. I. Las autonomías indígena originario campesinas podrán ejercer


las siguientes competencias exclusivas:

1. Elaborar su Estatuto para el ejercicio de su autonomía conforme a la


Constitución y la ley.

2. Definición y gestión de formas propias de desarrollo económico, social,


político, organizativo y cultural, de acuerdo con su identidad y visión de cada
pueblo.

3. Gestión y administración de los recursos naturales renovables, de acuerdo


a la Constitución.

4. Elaboración de Planes de Ordenamiento Territorial y de uso de suelos, en


coordinación con los planes del nivel central del Estado, departamentales, y
municipales.

5. Electrificación en sistemas aislados dentro de su jurisdicción.

6. Mantenimiento y administración de caminos vecinales y comunales.

164
BOLÍVIA

7. Administración y preservación de áreas protegidas en su jurisdicción, en el


marco de la política del Estado.

8. Ejercicio de la jurisdicción indígena originaria campesina para la aplicación


de justicia y resolución de conflictos a través de normas y procedimientos propios
de acuerdo a la Constitución y la ley.

9. Deporte, esparcimiento y recreación.

10. Patrimonio cultural, tangible e intangible. Resguardo, fomento y promoción


de sus culturas, arte, identidad, centros arqueológicos, lugares religiosos,
culturales y museos.

11. Políticas de Turismo.

12. Crear y administrar tasas, patentes y contribuciones especiales en el ámbito


de su jurisdicción de acuerdo a Ley.

13. Administrar los impuestos de su competencia en el ámbito de su jurisdicción.

14. Elaborar, aprobar y ejecutar sus programas de operaciones y su


presupuesto.

15. Planificación y gestión de la ocupación territorial.

16. Vivienda, urbanismo y redistribución poblacional conforme a sus prácticas


culturales en el ámbito de su jurisdicción.

17. Promover y suscribir acuerdos de cooperación con otros pueblos y entidades


públicas y privadas.

18. Mantenimiento y administración de sus sistemas de microriego.

19. Fomento y desarrollo de su vocación productiva.

20. Construcción, mantenimiento y administración de la infraestructura


necesaria para el desarrollo en su jurisdicción.

165
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

21. Participar, desarrollar y ejecutar los mecanismos de consulta previa,


libre e informada relativos a la aplicación de medidas legislativas, ejecutivas
y administrativas que los afecten.

22. Preservación del hábitat y el paisaje, conforme a sus principios, normas


y prácticas culturales, tecnológicas, espaciales e históricas.

23. Desarrollo y ejercicio de sus instituciones democráticas conforme a


sus normas y procedimientos propios.

II. Las autonomías indígena originario campesinas podrán ejercer las


siguientes competencias compartidas:

1. Intercambios internacionales en el marco de la política exterior del


Estado.

2. Participación y control en el aprovechamiento de áridos.

3. Resguardo y registro de los derechos intelectuales colectivos, referidos


a conocimientos de recursos genéticos, medicina tradicional y
germoplasma, de acuerdo con la ley.

4. Control y regulación a las instituciones y organizaciones externas que


desarrollen actividades en su jurisdicción, inherentes al desarrollo de su
institucionalidad, cultura, medio ambiente y patrimonio natural.

III. Las autonomías indígena originario campesinas podrán ejercer las


siguientes competencias concurrentes:

1. Organización, planificación y ejecución de políticas de salud en su


jurisdicción.

2. Organización, planificación y ejecución de planes, programas y


proyectos de educación, ciencia, tecnología e investigación, en el marco
de la legislación del Estado.

3. Conservación de recursos forestales, biodiversidad y medio ambiente.

166
BOLÍVIA

4. Sistemas de riego, recursos hídricos, fuentes de agua y energía, en el


marco de la política del Estado, al interior de su jurisdicción.

5. Construcción de sistemas de microriego.

6. Construcción de caminos vecinales y comunales

7. Promoción de la construcción de infraestructuras productivas.

8. Promoción y fomento a la agricultura y ganadería.

9. Control y monitoreo socioambiental a las actividades hidrocarburíferas y


mineras que se desarrollan en su jurisdicción.

10. Sistemas de control fiscal y administración de bienes y servicios.

IV. Los recursos necesarios para el cumplimiento de sus competencias serán


transferidos automáticamente por el Estado Plurinacional de acuerdo a la
ley.

Artículo 305. Toda asignación o transferencia de competencias deberá


estar acompañada de la definición de la fuente de los recursos económicos
y financieros necesarios para su ejercicio.

CUARTA PARTE
ESTRUCTURA Y ORGANIZACIÓN
ECONÓMICA DEL ESTADO

TÍTULO I
ORGANIZACIÓN ECONÓMICA DEL ESTADO

CAPÍTULO PRIMERO
DISPOSICIONES GENERALES

Artículo 306. I. El modelo económico boliviano es plural y está orientado


a mejorar la calidad de vida y el vivir bien de todas las bolivianas y los
bolivianos.

167
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. La economía plural está constituida por las formas de organización


económica comunitaria, estatal, privada y social cooperativa.

III. La economía plural articula las diferentes formas de organización


económica sobre los principios de complementariedad, reciprocidad,
solidaridad, redistribución, igualdad, seguridad jurídica, sustentabilidad,
equilibrio, justicia y transparencia. La economía social y comunitaria
complementará el interés individual con el vivir bien colectivo.

IV. Las formas de organización económica reconocidas en esta Constitución


podrán constituir empresas mixtas.

V. El Estado tiene como máximo valor al ser humano y asegurará el desarrollo


mediante la redistribución equitativa de los excedentes económicos en políticas
sociales, de salud, educación, cultura, y en la reinversión en desarrollo
económico productivo.

Artículo 307. El Estado reconocerá, respetará, protegerá y promoverá la


organización económica comunitaria. Esta forma de organización económica
comunitaria comprende los sistemas de producción y reproducción de la vida
social, fundados en los principios y visión propios de las naciones y pueblos
indígena originario y campesinos.

Artículo 308. I. El Estado reconoce, respeta y protege la iniciativa privada,


para que contribuya al desarrollo económico, social y fortalezca la
independencia económica del país.

II. Se garantiza la libertad de empresa y el pleno ejercicio de las actividades


empresariales, que serán reguladas por la ley.

Artículo 309. La forma de organización económica estatal comprende a las


empresas y otras entidades económicas de propiedad estatal, que cumplirán
los siguientes objetivos:

1. Administrar a nombre del pueblo boliviano los derechos propietarios de


los recursos naturales y ejercer el control estratégico de las cadenas
productivas y los procesos de industrialización de dichos recursos.

168
BOLÍVIA

2. Administrar los servicios básicos de agua potable y alcantarillado


directamente o por medio de empresas públicas, comunitarias, cooperativas
o mixtas.

3. Producir directamente bienes y servicios.

4. Promover la democracia económica y el logro de la soberanía alimentaria


de la población.

5. Garantizar la participación y el control social sobre su organización y gestión,


así como la participación de los trabajadores en la toma de decisiones y en
los beneficios.

Artículo 310. El Estado reconoce y protege las cooperativas como formas


de trabajo solidario y de cooperación, sin fines de lucro. Se promoverá
principalmente la organización de cooperativas en actividades de
producción.

Artículo 311. I. Todas las formas de organización económica establecidas


en esta Constitución gozarán de igualdad jurídica ante la ley.

II. La economía plural comprende los siguientes aspectos:

1. El Estado ejercerá la dirección integral del desarrollo económico y sus


procesos de planificación.

2. Los recursos naturales son de propiedad del pueblo boliviano y serán


administrados por el Estado. Se respetará y garantizará la propiedad
individual y colectiva sobre la tierra. La agricultura, la ganadería, así como
las actividades de caza y pesca que no involucren especies animales
protegidas, son actividades que se rigen por lo establecido en la cuarta
parte de esta Constitución referida a la estructura y organización económica
del Estado.

3. La industrialización de los recursos naturales para superar la dependencia


de la exportación de materias primas y lograr una economía de base productiva,
en el marco del desarrollo sostenible, en armonía con la naturaleza.

169
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

4. El Estado podrá intervenir en toda la cadena productiva de los


sectores estratégicos, buscando garantizar su abastecimiento para
preservar la calidad de vida de todas las bolivianas y todos los bolivianos.

5. El respeto a la iniciativa empresarial y la seguridad jurídica.

6. El Estado fomentará y promocionará el área comunitaria de la


economía como alternativa solidaria en el área rural y urbana.

Artículo 312. I. Toda actividad económica debe contribuir al


fortalecimiento de la soberanía económica del país. No se permitirá la
acumulación privada de poder económico en grado tal que ponga en
peligro la soberanía económica del Estado.

II. Todas las formas de organización económica tienen la obligación de


generar trabajo digno y contribuir a la reducción de las desigualdades y
a la erradicación de la pobreza.

III. Todas las formas de organización económica tienen la obligación de


proteger el medio ambiente.

Artículo 313. Para eliminar la pobreza y la exclusión social y económica,


para el logro del vivir bien en sus múltiples dimensiones, la organización
económica boliviana establece los siguientes propósitos:

1. Generación del producto social en el marco del respeto de los


derechos individuales, así como de los derechos de los pueblos y las
naciones.

2. La producción, distribución y redistribución justa de la riqueza y de


los excedentes económicos.

3. La reducción de las desigualdades de acceso a los recursos productivos.

4. La reducción de las desigualdades regionales.

5. El desarrollo productivo industrializador de los recursos naturales.

170
BOLÍVIA

6. La participación activa de las economías pública y comunitaria en el aparato


productivo.

Artículo 314. Se prohíbe el monopolio y el oligopolio privado, así como


cualquier otra forma de asociación o acuerdo de personas naturales o jurídicas
privadas, bolivianas o extranjeras, que pretendan el control y la exclusividad
en la producción y comercialización de bienes y servicios.

Artículo 315. I. El Estado reconoce la propiedad de tierra a todas aquellas


personas jurídicas legalmente constituidas en territorio nacional siempre y
cuando sea utilizada para el cumplimiento del objeto de la creación del agente
económico, la generación de empleos y la producción y comercialización de
bienes y/o servicios.

II. Las personas jurídicas señaladas en el parágrafo anterior que se constituyan


con posterioridad a la presente Constitución tendrán una estructura societaria
con un número de socios no menor a la división de la superficie total entre
cinco mil hectáreas, redondeando el resultado hacia el inmediato número entero
superior.

CAPÍTULO SEGUNDO
FUNCIÓN DEL ESTADO EN LA ECONOMÍA

Artículo 316. La función del Estado en la economía consiste en:

1. Conducir el proceso de planificación económica y social, con participación


y consulta ciudadana. La ley establecerá un sistema de planificación integral
estatal, que incorporará a todas las entidades territoriales.

2. Dirigir la economía y regular, conforme con los principios establecidos en


esta Constitución, los procesos de producción, distribución, y comercialización
de bienes y servicios.

3. Ejercer la dirección y el control de los sectores estratégicos de la economía.

4. Participar directamente en la economía mediante el incentivo y la producción


de bienes y servicios económicos y sociales para promover la equidad

171
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

económica y social, e impulsar el desarrollo, evitando el control oligopólico


de la economía.

5. Promover la integración de las diferentes formas económicas de producción,


con el objeto de lograr el desarrollo económico y social.

6. Promover prioritariamente la industrialización de los recursos naturales


renovables y no renovables, en el marco del respeto y protección del medio
ambiente, para garantizar la generación de empleo y de insumos económicos
y sociales para la población.

7. Promover políticas de distribución equitativa de la riqueza y de los recursos


económicos del país, con el objeto de evitar la desigualdad, la exclusión social
y económica, y erradicar la pobreza en sus múltiples dimensiones.

8. Determinar el monopolio estatal de las actividades productivas y comerciales


que se consideren imprescindibles en caso de necesidad pública.

9. Formular periódicamente, con participación y consulta ciudadana, el plan


general de desarrollo, cuya ejecución es obligatoria para todas las formas de
organización económica.

10. Gestionar recursos económicos para la investigación, la asistencia técnica


y la transferencia de tecnologías para promover actividades productivas y de
industrialización.

11. Regular la actividad aeronáutica en el espacio aéreo del país.

Artículo 317. El Estado garantizará la creación, organización y funcionamiento


de una entidad de planificación participativa que incluya a representantes de
las instituciones públicas y de la sociedad civil organizada.

CAPÍTULO TERCERO
POLÍTICAS ECONÓMICAS

Artículo 318. I. El Estado determinará una política productiva industrial y


comercial que garantice una oferta de bienes y servicios suficientes para cubrir

172
BOLÍVIA

de forma adecuada las necesidades básicas internas, y para fortalecer la


capacidad exportadora.

II. El Estado reconoce y priorizará el apoyo a la organización de estructuras


asociativas de micro, pequeñas y medianas empresas productoras, urbanas y
rurales.

III. El Estado fortalecerá la infraestructura productiva, manufactura e industrial


y los servicios básicos para el sector productivo.

IV. El Estado priorizará la promoción del desarrollo productivo rural como


fundamento de las políticas de desarrollo del país.

V. El Estado promoverá y apoyará la exportación de bienes con valor


agregado y los servicios.

Artículo 319. I. La industrialización de los recursos naturales será prioridad


en las políticas económicas, en el marco del respeto y protección del medio
ambiente y de los derechos de las naciones y pueblos indígena originario
campesinos y sus territorios. La articulación de la explotación de los recursos
naturales con el aparato productivo interno será prioritaria en las políticas
económicas del Estado.

II. En la comercialización de los recursos naturales y energéticos estratégicos,


el Estado considerará, para la definición del precio de su comercialización,
los impuestos, regalías y participaciones correspondientes que deban pagarse
a la hacienda pública.

Artículo 320. I. La inversión boliviana se priorizará frente a la inversión


extranjera.

II. Toda inversión extranjera estará sometida a la jurisdicción, a las leyes y a


las autoridades bolivianas, y nadie podrá invocar situación de excepción, ni
apelar a reclamaciones diplomáticas para obtener un tratamiento más favorable.

III. Las relaciones económicas con estados o empresas extranjeras se realizarán


en condiciones de independencia, respeto mutuo y equidad. No se podrá

173
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

otorgar a Estados o empresas extranjeras condiciones más beneficiosas que


las establecidas para los bolivianos.

IV. El Estado es independiente en todas las decisiones de política


económica interna, y no aceptará imposiciones ni condicionamientos sobre
esta política por parte de estados, bancos o instituciones financieras
bolivianas o extranjeras, entidades multilaterales ni empresas
transnacionales.

V. Las políticas públicas promocionarán el consumo interno de productos


hechos en Bolivia.

SECCIÓN I
POLÍTICA FISCAL

Artículo 321. I. La administración económica y financiera del Estado y de


todas las entidades públicas se rige por su presupuesto.

II. La determinación del gasto y de la inversión pública tendrá lugar por medio
de mecanismos de participación ciudadana y de planificación técnica y
ejecutiva estatal. Las asignaciones atenderán especialmente a la educación,
la salud, la alimentación, la vivienda y el desarrollo productivo.

III. El Órgano Ejecutivo presentará a la Asamblea Legislativa Plurinacional,


al menos dos meses antes de la finalización de cada año fiscal, el proyecto de
ley del Presupuesto General para la siguiente gestión anual, que incluirá a
todas las entidades del sector público.

IV. Todo proyecto de ley que implique gastos o inversiones para el Estado
deberá establecer la fuente de los recursos, la manera de cubrirlos y la forma
de su inversión. Si el proyecto no fue de iniciativa del Órgano Ejecutivo,
requerirá de consulta previa a éste.

V. El Órgano Ejecutivo, a través del Ministerio del ramo, tendrá acceso directo
a la información del gasto presupuestado y ejecutado de todo el sector público.
El acceso incluirá la información del gasto presupuestado y ejecutado de las
Fuerzas Armadas y la Policía Boliviana.

174
BOLÍVIA

Artículo 322. I. La Asamblea Legislativa Plurinacional autorizará la


contratación de deuda pública cuando se demuestre la capacidad de generar
ingresos para cubrir el capital y los intereses, y se justifiquen técnicamente las
condiciones más ventajosas en las tasas, los plazos, los montos y otras
circunstancias.

II. La deuda pública no incluirá obligaciones que no hayan sido autorizadas y


garantizadas expresamente por la Asamblea Legislativa Plurinacional.

Artículo 323. I. La política fiscal se basa en los principios de capacidad


económica, igualdad, progresividad, proporcionalidad, transparencia,
universalidad, control, sencillez administrativa y capacidad recaudatoria.

II. Los impuestos que pertenecen al dominio tributario nacional serán


aprobados por la Asamblea Legislativa Plurinacional. Los impuestos que
pertenecen al dominio exclusivo de las autonomías departamental o municipal,
serán aprobados, modificados o eliminados por sus Concejos o Asambleas,
a propuesta de sus órganos ejecutivos. El dominio tributario de los
Departamentos Descentralizados, y regiones estará conformado por
impuestos departamentales tasas y contribuciones especiales,
respectivamente.

III. La Asamblea Legislativa Plurinacional mediante ley, clasificará y definirá


los impuestos que pertenecen al dominio tributario nacional, departamental y
municipal.

IV. La creación, supresión o modificación de los impuestos bajo dominio de


los gobiernos autónomos facultados para ello se efectuará dentro de los límites
siguientes:

1. No podrán crear impuestos cuyos hechos imponibles sean análogos a los


correspondientes a los impuestos nacionales u otros impuestos
departamentales o municipales existentes, independientemente del dominio
tributario al que pertenezcan.

2. No podrán crear impuestos que graven bienes, actividades rentas o


patrimonios localizados fuera de su jurisdicción territorial, salvo las rentas

175
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

generadas por sus ciudadanos o empresas en el exterior del país. Esta


prohibición se hace extensiva a las tasas, patentes y contribuciones especiales.

3. No podrán crear impuestos que obstaculicen la libre circulación y el


establecimiento de personas, bienes, actividades o servicios dentro de su
jurisdicción territorial. Esta prohibición se hace extensiva a las tasas, patentes
y contribuciones especiales.

4. No podrán crear impuestos que generen privilegios para sus residentes


discriminando a los que no lo son. Esta prohibición se hace extensiva a las
tasas, patentes y contribuciones especiales.

Artículo 324. No prescribirán las deudas por daños económicos causados


al Estado.

Artículo 325. El ilícito económico, la especulación, el acaparamiento, el agio,


la usura, el contrabando, la evasión impositiva y otros delitos económicos
conexos serán penados por ley.

SECCIÓN II
POLÍTICA MONETARIA

Artículo 326. I. El Estado, a través del Órgano Ejecutivo, determinará los


objetivos de la política monetaria y cambiaria del país, en coordinación con el
Banco Central de Bolivia.

II. Las transacciones públicas en el país se realizarán en moneda nacional.

Artículo 327. El Banco Central de Bolivia es una institución de derecho


público, con personalidad jurídica y patrimonio propio. En el marco de la
política económica del Estado, es función del Banco Central de Bolivia
mantener la estabilidad del poder adquisitivo interno de la moneda, para
contribuir al desarrollo económico y social.

Artículo 328. I. Son atribuciones del Banco Central de Bolivia, en


coordinación con la política económica determinada por el Órgano Ejecutivo,
además de las señaladas por la ley:

176
BOLÍVIA

1. Determinar y ejecutar la política monetaria.

2. Ejecutar la política cambiaria.

3. Regular el sistema de pagos.

4. Autorizar la emisión de la moneda.

5. Administrar las reservas internacionales.

Artículo 329. I. El Directorio del Banco Central de Bolivia estará conformado


por una Presidenta o un Presidente, y cinco directoras o directores designados
por la Presidenta o el Presidente del Estado de entre las ternas presentadas
por la Asamblea Legislativa Plurinacional para cada uno de los cargos.

II. Los miembros del Directorio del Banco Central de Bolivia durarán en
sus funciones cinco años, sin posibilidad de reelección. Serán considerados
servidoras y servidores públicos, de acuerdo con la Constitución y la ley.
Los requisitos particulares para el acceso al cargo serán determinados por
la ley.

III. La Presidenta o el Presidente del Banco Central de Bolivia deberá rendir


informes y cuentas sobre las funciones de la institución, cuantas veces sean
solicitados por la Asamblea Legislativa Plurinacional o sus Cámaras. El Banco
Central de Bolivia elevará un informe anual a la Asamblea Legislativa y está
sometido al sistema de control gubernamental y fiscal del Estado.

SECCIÓN III
POLÍTICA FINANCIERA

Artículo 330. I. El Estado regulará el sistema financiero con criterios de


igualdad de oportunidades, solidaridad, distribución y redistribución equitativa.

II. El Estado, a través de su política financiera, priorizará la demanda de


servicios financieros de los sectores de la micro y pequeña empresa,
artesanía, comercio, servicios, organizaciones comunitarias y cooperativas
de producción.

177
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

III. El Estado fomentará la creación de entidades financieras no bancarias


con fines de inversión socialmente productiva.

IV. El Banco Central de Bolivia y las entidades e instituciones públicas


no reconocerán adeudos de la banca o de entidades financieras privadas.
Éstas obligatoriamente aportarán y fortalecerán un fondo de
reestructuración financiera, que será usado en caso de insolvencia
bancaria.

V. Las operaciones financieras de la Administración Pública, en sus


diferentes niveles de gobierno, serán realizadas por una entidad bancaria
pública. La ley preverá su creación.

Artículo 331. Las actividades de intermediación financiera, la prestación


de servicios financieros y cualquier otra actividad relacionada con el
manejo, aprovechamiento e inversión del ahorro, son de interés público
y sólo pueden ser ejercidas previa autorización del Estado, conforme
con la ley.

Artículo 332. I. Las entidades financieras estarán reguladas y


supervisadas por una institución de regulación de bancos y entidades
financieras. Esta institución tendrá carácter de derecho público y
jurisdicción en todo el territorio boliviano.

II. La máxima autoridad de la institución de regulación de bancos y


entidades financieras será designada por la Presidenta o Presidente del
Estado, de entre una terna propuesta por la Asamblea Legislativa
Plurinacional, de acuerdo con el procedimiento establecido en la ley.

Artículo 333. Las operaciones financieras realizadas por personas


naturales o jurídicas, bolivianas o extranjeras, gozarán del derecho de
confidencialidad, salvo en los procesos judiciales, en los casos en que
se presuma comisión de delitos financieros, en los que se investiguen
fortunas y los demás definidos por la ley. Las instancias llamadas por la
ley a investigar estos casos tendrán la atribución para conocer dichas
operaciones financieras, sin que sea necesaria autorización judicial.

178
BOLÍVIA

SECCIÓN IV
POLÍTICAS SECTORIALES

Artículo 334. En el marco de las políticas sectoriales, el Estado protegerá


y fomentará:

1. Las organizaciones económicas campesinas, y las asociaciones u


organizaciones de pequeños productores urbanos, artesanos, como alternativas
solidarias y recíprocas. La política económica facilitará el acceso a la
capacitación técnica y a la tecnología, a los créditos, a la apertura de mercados
y al mejoramiento de procesos productivos.

2. El sector gremial, el trabajo por cuenta propia, y el comercio minorista, en


las áreas de producción, servicios y comercio, será fortalecido por medio del
acceso al crédito y a la asistencia técnica.

3. La producción artesanal con identidad cultural.

4. Las micro y pequeñas empresas, así como las organizaciones económicas


campesinas y las organizaciones o asociaciones de pequeños productores,
quienes gozarán de preferencias en las compras del Estado.

Artículo 335. Las cooperativas de servicios públicos serán


organizaciones de interés colectivo, sin fines de lucro y sometidas a
control gubernamental y serán administradas democráticamente. La
elección de sus autoridades de administración y vigilancia será realizada
de acuerdo a sus propias normas estatutarias y supervisada por el
Órgano Electoral Plurinacional. Su organización y funcionamiento serán
regulados por la ley.

Artículo 336. El Estado apoyará a las organizaciones de economía comunitaria


para que sean sujetos de crédito y accedan al financiamiento.

Artículo 337. I. El turismo es una actividad económica estratégica que deberá


desarrollarse de manera sustentable para lo que tomará en cuenta la riqueza
de las culturas y el respeto al medio ambiente.

179
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. El Estado promoverá y protegerá el turismo comunitario con el objetivo


de beneficiar a las comunidades urbanas y rurales, y las naciones y pueblos
indígena originario campesinos donde se desarrolle esta actividad.

Artículo 338. El Estado reconoce el valor económico del trabajo del hogar
como fuente de riqueza y deberá cuantificarse en las cuentas públicas.

CAPÍTULO CUARTO
BIENES Y RECURSOS DEL ESTADO Y SU DISTRIBUCIÓN

Artículo 339. I. El Presidente de la República podrá decretar pagos no


autorizados por la ley del presupuesto, únicamente para atender necesidades
impostergables derivadas de calamidades públicas, de conmoción interna o
del agotamiento de recursos destinados a mantener servicios cuya paralización
causaría graves daños Los gastos destinados a estos fines no excederán del
uno por ciento del total de egresos autorizados por el Presupuesto General.

II. Los bienes de patrimonio del Estado y de las entidades públicas constituyen
propiedad del pueblo boliviano, inviolable, inembargable, imprescriptible e
inexpropiable; no podrán ser empleados en provecho particular alguno. Su
calificación, inventario, administración, disposición, registro obligatorio y formas
de reivindicación serán regulados por la ley.

III. Los ingresos del Estado se invertirán conforme con el plan general de
desarrollo económico y social del país, el Presupuesto General del Estado y
con la ley.

Artículo 340. I. Las rentas del Estado se dividen en nacionales, departamentales,


municipales, e indígena originario campesinas y se invertirán independientemente
por sus Tesoros, conforme a sus respectivos presupuestos.

II. La ley clasificará los ingresos nacionales, departamentales, municipales e


indígena originario campesinos.

III. Los recursos departamentales, municipales, de autonomías indígena


originario campesinas, judiciales y universitarios recaudados por oficinas
dependientes del nivel nacional, no serán centralizados en el Tesoro Nacional.

180
BOLÍVIA

IV. El Órgano Ejecutivo nacional establecerá las normas destinadas a la


elaboración y presentación de los proyectos de presupuestos de todo el
sector público, incluidas las autonomías.

Artículo 341. Son recursos departamentales:

1. Las regalías departamentales creadas por ley;

2. La participación en recursos provenientes de impuestos a los


Hidrocarburos según los porcentajes previstos en la Ley.

3. Impuestos, tasas, contribuciones especiales y patentes departamentales


sobre los recursos naturales.

4. Las transferencias del Tesoro General de la Nación destinadas a cubrir


el gasto en servicios personales de salud, educación y asistencia social;

5. Las transferencias extraordinarias del Tesoro General de la Nación, en


los casos establecidos en el artículo 339.I de esta Constitución.

6. Los créditos y empréstitos internos y externos contraídos de acuerdo a


las normas de endeudamiento público y del sistema Nacional de Tesorería
y Crédito Público.

7. Los ingresos provenientes de la venta de bienes, servicios y enajenación


de activos.

8. Los legados, donaciones y otros ingresos similares.

TÍTULO II
MEDIO AMBIENTE, RECURSOS NATURALES,
TIERRA Y TERRITORIO

CAPÍTULO PRIMERO
MEDIO AMBIENTE

Artículo 342. Es deber del Estado y de la población conservar, proteger y

181
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

aprovechar de manera sustentable los recursos naturales y la biodiversidad,


así como mantener el equilibrio del medio ambiente.

Artículo 343. La población tiene derecho a la participación en la gestión


ambiental, a ser consultado e informado previamente sobre decisiones que
pudieran afectar a la calidad del medio ambiente.

Artículo 344. I. Se prohíbe la fabricación y uso de armas químicas, biológicas


y nucleares en el territorio boliviano, así como la internación, tránsito y depósito
de residuos nucleares y desechos tóxicos.

II. El Estado regulará la internación, producción, comercialización y empleo


de técnicas, métodos, insumos y sustancias que afecten a la salud y al medio
ambiente.

Artículo 345. Las políticas de gestión ambiental se basarán en:

1. La planificación y gestión participativas, con control social.

2. La aplicación de los sistemas de evaluación de impacto ambiental y el


control de calidad ambiental, sin excepción y de manera transversal a toda
actividad de producción de bienes y servicios que use, transforme o afecte a
los recursos naturales y al medio ambiente.

3. La responsabilidad por ejecución de toda actividad que produzca daños


medioambientales y su sanción civil, penal y administrativa por incumplimiento
de las normas de protección del medio ambiente.

Artículo 346. El patrimonio natural es de interés público y de carácter


estratégico para el desarrollo sustentable del país. Su conservación y
aprovechamiento para beneficio de la población será responsabilidad y
atribución exclusiva del Estado, y no comprometerá la soberanía sobre los
recursos naturales. La ley establecerá los principios y disposiciones para su
gestión.

Artículo 347. I. El Estado y la sociedad promoverán la mitigación de los


efectos nocivos al medio ambiente, y de los pasivos ambientales que afectan

182
BOLÍVIA

al país. Se declara la responsabilidad por los daños ambientales históricos y


la imprescriptibilidad de los delitos ambientales.

II. Quienes realicen actividades de impacto sobre el medio ambiente


deberán, en todas las etapas de la producción, evitar, minimizar, mitigar,
remediar, reparar y resarcir los daños que se ocasionen al medio
ambiente y a la salud de las personas, y establecerán las medidas de
seguridad necesarias para neutralizar los efectos posibles de los pasivos
ambientales.

CAPÍTULO SEGUNDO
RECURSOS NATURALES

Artículo 348. I. Son recursos naturales los minerales en todos sus estados,
los hidrocarburos, el agua, el aire, el suelo y el subsuelo, los bosques, la
biodiversidad, el espectro electromagnético y todos aquellos elementos y
fuerzas físicas susceptibles de aprovechamiento.

II. Los recursos naturales son de carácter estratégico y de interés público


para el desarrollo del país.

Artículo 349. I. Los recursos naturales son de propiedad y dominio directo,


indivisible e imprescriptible del pueblo boliviano, y corresponderá al Estado
su administración en función del interés colectivo.

II. El Estado reconocerá, respetará y otorgará derechos propietarios


individuales y colectivos sobre la tierra, así como derechos de uso y
aprovechamiento sobre otros recursos naturales.

III. La agricultura, la ganadería, así como las actividades de caza y pesca que
no involucren especies animales protegidas, son actividades que se rigen por
lo establecido en la cuarta parte de esta Constitución referida a la estructura
y organización económica del Estado.

Artículo 350. Cualquier título otorgado sobre reserva fiscal será nulo de
pleno derecho, salvo autorización expresa por necesidad estatal y utilidad
pública, de acuerdo con la ley.

183
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 351. I. El Estado, asumirá el control y la dirección sobre la


exploración, explotación, industrialización, transporte y comercialización
de los recursos naturales estratégicos a través de entidades públicas,
cooperativas o comunitarias, las que podrán a su vez contratar a empresas
privadas y constituir empresas mixtas.

II. El Estado podrá suscribir contratos de asociación con personas


jurídicas, bolivianas o extranjeras, para el aprovechamiento de los recursos
naturales. Debiendo asegurarse la reinversión de las utilidades económicas
en el país.

III. La gestión y administración de los recursos naturales se realizará


garantizando el control y la participación social en el diseño de las políticas
sectoriales. En la gestión y administración podrán establecerse entidades
mixtas, con representación estatal y de la sociedad, y se precautelará el
bienestar colectivo.

IV. Las empresas privadas, bolivianas o extranjeras, pagarán impuestos


y regalías cuando intervengan en la explotación de los recursos naturales,
y los cobros a que den lugar no serán reembolsables. Las regalías por el
aprovechamiento de los recursos naturales son un derecho y una
compensación por su explotación, y se regularán por la Constitución y la
ley.

Artículo 352. La explotación de recursos naturales en determinado


territorio estará sujeta a un proceso de consulta a la población afectada,
convocada por el Estado, que será libre, previa e informada. Se garantiza
la participación ciudadana en el proceso de gestión ambiental y se
promoverá la conservación de los ecosistemas, de acuerdo con la
Constitución y la ley. En las naciones y pueblos indígena originario
campesinos, la consulta tendrá lugar respetando sus normas y
procedimientos propios.

Artículo 353. El pueblo boliviano tendrá acceso equitativo a los beneficios


provenientes del aprovechamiento de todos los recursos naturales. Se
asignará una participación prioritaria a los territorios donde se encuentren
estos recursos, y a las naciones y pueblos indígena originario campesinos.

184
BOLÍVIA

Artículo 354. El Estado desarrollará y promoverá la investigación relativa al


manejo, conservación y aprovechamiento de los recursos naturales y la
biodiversidad.

Artículo 355. I. La industrialización y comercialización de los recursos naturales


será prioridad del Estado.

II. Las utilidades obtenidas por la explotación e industrialización de los recursos


naturales serán distribuidas y reinvertidas para promover la diversificación
económica en los diferentes niveles territoriales del Estado. La distribución
porcentual de los beneficios será sancionada por la ley.

III. Los procesos de industrialización se realizarán con preferencia en el lugar


de origen de la producción y crearán condiciones que favorezcan la
competitividad en el mercado interno e internacional.

Artículo 356. Las actividades de exploración, explotación, refinación,


industrialización, transporte y comercialización de los recursos naturales no
renovables tendrán el carácter de necesidad estatal y utilidad pública.

Artículo 357. Por ser propiedad social del pueblo boliviano, ninguna persona
ni empresa extranjera, ni ninguna persona o empresa privada boliviana podrá
inscribir la propiedad de los recursos naturales bolivianos en mercados de
valores, ni los podrá utilizar como medios para operaciones financieras de
titularización o seguridad. La anotación y registro de reservas es una atribución
exclusiva del Estado.

Artículo 358. Los derechos de uso y aprovechamiento sobre los recursos


naturales deberán sujetarse a lo establecido en la Constitución y la ley. Estos
derechos estarán sujetos a control periódico del cumplimiento de las regulaciones
técnicas, económicas y ambientales. El incumplimiento de la ley dará lugar a la
reversión o anulación de los derechos de uso o aprovechamiento.

CAPÍTULO TERCERO
HIDROCARBUROS

Artículo 359. I. Los hidrocarburos, cualquiera sea el estado en que se

185
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

encuentren o la forma en la que se presenten, son de propiedad inalienable e


imprescriptible del pueblo boliviano. El Estado, en nombre y representación
del pueblo boliviano, ejerce la propiedad de toda la producción de
hidrocarburos del país y es el único facultado para su comercialización. La
totalidad de los ingresos percibidos por la comercialización de los
hidrocarburos será propiedad del Estado.

II. Ningún contrato, acuerdo o convenio, de forma, directa o indirecta, tácita


o expresa, podrá vulnerar total o parcialmente lo establecido en el presente
artículo. En el caso de vulneración los contratos serán nulos de pleno derecho
y quienes los hayan acordado, firmado, aprobado o ejecutado, cometerán
delito de traición a la patria.

Artículo 360. El Estado definirá la política de hidrocarburos, promoverá su


desarrollo integral, sustentable y equitativo, y garantizará la soberanía
energética.

Artículo 361. I. Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) es una


empresa autárquica de derecho público, inembargable, con autonomía de
gestión administrativa, técnica y económica, en el marco de la política estatal
de hidrocarburos. YPFB, bajo tuición del Ministerio del ramo y como brazo
operativo del Estado, es la única facultada para realizar las actividades de la
cadena productiva de hidrocarburos y su comercialización.

II. YPFB no podrá transferir sus derechos u obligaciones en ninguna forma o


modalidad, tácita o expresa, directa o indirectamente.

Artículo 362. I. Se autoriza a YPFB suscribir contratos, bajo el régimen de


prestación de servicios, con empresas públicas, mixtas o privadas, bolivianas
o extranjeras, para que dichas empresas, a su nombre y en su representación,
realicen determinadas actividades de la cadena productiva a cambio de una
retribución o pago por sus servicios. La suscripción de estos contratos no
podrá significar en ningún caso pérdidas para YPFB o para el Estado.

II. Los contratos referidos a actividades de exploración y explotación de


hidrocarburos deberán contar con previa autorización y aprobación expresa
de la Asamblea Legislativa Plurinacional. En caso de no obtener esta

186
BOLÍVIA

autorización serán nulos de pleno derecho, sin necesidad de declaración judicial


ni extrajudicial alguna.

Artículo 363. I. La Empresa Boliviana de Industrialización de Hidrocarburos


(EBIH) es una empresa autárquica de derecho público, con autonomía de
gestión administrativa, técnica y económica, bajo la tuición del Ministerio del
ramo y de YPFB, que actúa en el marco de la política estatal de hidrocarburos.
EBIH será responsable de ejecutar, en representación del Estado y dentro
de su territorio, la industrialización de los hidrocarburos.

II. YPFB podrá conformar asociaciones o sociedades de economía mixta


para la ejecución de las actividades de exploración, explotación, refinación,
industrialización, transporte y comercialización de los hidrocarburos. En estas
asociaciones o sociedades, YPFB contará obligatoriamente con una
participación accionaria no menor al cincuenta y uno por ciento del total del
capital social.

Artículo 364. YPFB, en nombre y representación del Estado boliviano,


operará y ejercerá derechos de propiedad en territorios de otros estados.

Artículo 365. Una institución autárquica de derecho público, con autonomía


de gestión administrativa, técnica y económica, bajo la tuición del Ministerio
del ramo, será responsable de regular, controlar, supervisar y fiscalizar las
actividades de toda la cadena productiva hasta la industrialización, en el marco
de la política estatal de hidrocarburos conforme con la ley.

Artículo 366. Todas las empresas extranjeras que realicen actividades en la


cadena productiva hidrocarburífera en nombre y representación del Estado
estarán sometidas a la soberanía del Estado, a la dependencia de las leyes y
de las autoridades del Estado. No se reconocerá en ningún caso tribunal ni
jurisdicción extranjera y no podrán invocar situación excepcional alguna de
arbitraje internacional, ni recurrir a reclamaciones diplomáticas.

Artículo 367. La explotación, consumo y comercialización de los


hidrocarburos y sus derivados deberán sujetarse a una política de desarrollo
que garantice el consumo interno. La exportación de la producción excedente
incorporará la mayor cantidad de valor agregado.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 368. Los departamentos productores de hidrocarburos percibirán


una regalía del once por ciento de su producción departamental fiscalizada
de hidrocarburos. De igual forma, los departamentos no productores de
hidrocarburos y el Tesoro General del Estado obtendrán una participación en
los porcentajes, que serán fijados mediante una ley especial.

CAPÍTULO CUARTO
MINERÍA Y METALURGIA

Artículo 369. I. El Estado será responsable de las riquezas mineralógicas


que se encuentren en el suelo y subsuelo cualquiera sea su origen y su aplicación
será regulada por la ley. Se reconoce como actores productivos a la industria
minera estatal, industria minera privada y sociedades cooperativas.

II. Los recursos naturales no metálicos existentes en los salares, salmueras,


evaporíticos, azufres y otros, son de carácter estratégico para el país.

III. Será responsabilidad del Estado la dirección de la política minera y


metalúrgica, así como el fomento, promoción y control de la actividad minera.

IV. El Estado ejercerá control y fiscalización en toda la cadena productiva


minera y sobre las actividades que desarrollen los titulares de derechos mineros,
contratos mineros o derechos preconstituidos.

Artículo 370. I. El Estado otorgará derechos mineros en toda la cadena


productiva, suscribirá contratos mineros con personas individuales y colectivas
previo cumplimiento de las normas establecidas en la ley.

II. El Estado promoverá y fortalecerá las cooperativas mineras para que


contribuyan al desarrollo económico social del país.

III. El derecho minero en toda la cadena productiva así como los contratos
mineros tienen que cumplir una función económica social ejercida directamente
por sus titulares.

IV. El derecho minero que comprende las inversiones y trabajo en la


prospección, exploración, explotación, concentración, industria o

188
BOLÍVIA

comercialización de los minerales o metales es de dominio de los titulares. La


ley definirá los alcances de este derecho.

V. El contrato minero obligará a los beneficiarios a desarrollar la actividad


minera para satisfacer el interés económico social. El incumplimiento de esta
obligación dará lugar a su resolución inmediata.

VI. El Estado, a través de sus entidades autárquicas, promoverá y desarrollará


políticas de administración, prospección, exploración, explotación,
industrialización, comercialización, evaluación e información técnica, geológica
y científica de los recursos naturales no renovables para el desarrollo minero.

Artículo 371. I. Las áreas de explotación minera otorgadas por contrato son
intransferibles, inembargables e intransmisibles por sucesión hereditaria.

II. El domicilio legal de las empresas mineras se establecerá en la jurisdicción


local donde se realice la mayor explotación minera.

Artículo 372. I. Pertenecen al patrimonio del pueblo los grupos mineros


nacionalizados, sus plantas industriales y sus fundiciones, los cuales no podrán
ser transferidos o adjudicados en propiedad a empresas privadas por ningún
título.

II. La dirección y administración superiores de la industria minera estarán a


cargo de una entidad autárquica con las atribuciones que determine la ley.

III. El Estado deberá participar en la industrialización y comercialización de los


recursos mineralógicos metálicos y no metálicos, regulado mediante la ley.

IV. Las nuevas empresas autárquicas creadas por el Estado establecerán su


domicilio legal en los departamentos de mayor producción minera, Potosí y Oruro.

CAPÍTULO QUINTO
RECURSOS HÍDRICOS

Artículo 373. I. El agua constituye un derecho fundamentalísimo para la vida,


en el marco de la soberanía del pueblo. El Estado promoverá el uso y acceso

189
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

al agua sobre la base de principios de solidaridad, complementariedad,


reciprocidad, equidad, diversidad y sustentabilidad.

II. Los recursos hídricos en todos sus estados, superficiales y subterráneos,


constituyen recursos finitos, vulnerables, estratégicos y cumplen una función
social, cultural y ambiental. Estos recursos no podrán ser objeto de apropiaciones
privadas y tanto ellos como sus servicios no serán concesionados y están sujetos
a un régimen de licencias, registros y autorizaciones conforme a Ley.

Artículo 374. I. El Estado protegerá y garantizará el uso prioritario del agua


para la vida. Es deber del Estado gestionar, regular, proteger y planificar el
uso adecuado y sustentable de los recursos hídricos, con participación social,
garantizando el acceso al agua a todos sus habitantes. La ley establecerá las
condiciones y limitaciones de todos los usos.

II. El Estado reconocerá, respetará y protegerá los usos y costumbres de las


comunidades, de sus autoridades locales y de las organizaciones indígena
originaria campesinas sobre el derecho, el manejo y la gestión sustentable del
agua.

III. Las aguas fósiles, glaciales, humedales, subterráneas, minerales, medicinales


y otras son prioritarias para el Estado, que deberá garantizar su conservación,
protección, preservación, restauración, uso sustentable y gestión integral; son
inalienables, inembargables e imprescriptibles.

Artículo 375. I. Es deber del Estado desarrollar planes de uso, conservación,


manejo y aprovechamiento sustentable de las cuencas hidrográficas.

II. El Estado regulará el manejo y gestión sustentable de los recursos hídricos


y de las cuencas para riego, seguridad alimentaria y servicios básicos,
respetando los usos y costumbres de las comunidades.

III. Es deber del Estado realizar los estudios para la identificación de aguas
fósiles y su consiguiente protección, manejo y aprovechamiento sustentable.

Artículo 376. Los recursos hídricos de los ríos, lagos y lagunas que conforman
las cuencas hidrográficas, por su potencialidad, por la variedad de recursos

190
BOLÍVIA

naturales que contienen y por ser parte fundamental de los ecosistemas, se


consideran recursos estratégicos para el desarrollo y la soberanía boliviana.
El Estado evitará acciones en las nacientes y zonas intermedias de los ríos
que ocasionen daños a los ecosistemas o disminuyan los caudales, preservará
el estado natural y velará por el desarrollo y bienestar de la población.

Artículo 377. I. Todo tratado internacional que suscriba el Estado sobre los
recursos hídricos garantizará la soberanía del país y priorizará el interés del
Estado.

II. El Estado resguardará de forma permanente las aguas fronterizas y


transfronterizas, para la conservación de la riqueza hídrica que contribuirá a
la integración de los pueblos.

CAPÍTULO SEXTO
ENERGÍA

Artículo 378. I. Las diferentes formas de energía y sus fuentes constituyen


un recurso estratégico, su acceso es un derecho fundamental y esencial para
el desarrollo integral y social del país, y se regirá por los principios de eficiencia,
continuidad, adaptabilidad y preservación del medio ambiente.

II. Es facultad privativa del Estado el desarrollo de la cadena productiva


energética en las etapas de generación, transporte y distribución, a través de
empresas públicas, mixtas, instituciones sin fines de lucro, cooperativas,
empresas privadas, y empresas comunitarias y sociales, con participación y
control social. La cadena productiva energética no podrá estar sujeta
exclusivamente a intereses privados ni podrá concesionarse. La participación
privada será regulada por la ley.

Artículo 379. I. El Estado desarrollará y promoverá la investigación y el uso


de nuevas formas de producción de energías alternativas, compatibles con la
conservación del ambiente.

II. El Estado garantizará la generación de energía para el consumo interno; la


exportación de los excedentes de energía debe prever las reservas necesarias
para el país.

191
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO SÉPTIMO
BIODIVERSIDAD, COCA, ÁREAS PROTEGIDAS
Y RECURSOS FORESTALES

SECCIÓN I
BIODIVERSIDAD

Artículo 380. I. Los recursos naturales renovables se aprovecharán de manera


sustentable, respetando las características y el valor natural de cada ecosistema.

II. Para garantizar el equilibrio ecológico, los suelos deberán utilizarse conforme
con su capacidad de uso mayor en el marco del proceso de organización del
uso y ocupación del espacio, considerando sus características biofísicas,
socioeconómicas, culturales y político institucionales. La ley regulará su
aplicación.

Artículo 381. I. Son patrimonio natural las especies nativas de origen animal
y vegetal. El Estado establecerá las medidas necesarias para su conservación,
aprovechamiento y desarrollo.

II. El Estado protegerá todos los recursos genéticos y microorganismos que


se encuentren en los ecosistemas del territorio, así como los conocimientos
asociados con su uso y aprovechamiento. Para su protección se establecerá
un sistema de registro que salvaguarde su existencia, así como la propiedad
intelectual en favor del Estado o de los sujetos sociales locales que la reclamen.
Para todos aquellos recursos no registrados, el Estado establecerá los
procedimientos para su protección mediante la ley.

Artículo 382. Es facultad y deber del Estado la defensa, recuperación,


protección y repatriación del material biológico proveniente de los recursos
naturales, de los conocimientos ancestrales y otros que se originen en el
territorio.

Artículo 383. El Estado establecerá medidas de restricción parcial o total,


temporal o permanente, sobre los usos extractivos de los recursos de la
biodiversidad. Las medidas estarán orientadas a las necesidades de
preservación, conservación, recuperación y restauración de la biodiversidad

192
BOLÍVIA

en riesgo de extinción. Se sancionará penalmente la tenencia, manejo y tráfico


ilegal de especies de la biodiversidad.

SECCIÓN II
COCA

Artículo 384. El Estado protege a la coca originaria y ancestral como


patrimonio cultural, recurso natural renovable de la biodiversidad de Bolivia,
y como factor de cohesión social; en su estado natural no es estupefaciente.
La revalorización, producción, comercialización e industrialización se regirá
mediante la ley.

SECCIÓN III
ÁREAS PROTEGIDAS

Artículo 385. I. Las áreas protegidas constituyen un bien común y forman


parte del patrimonio natural y cultural del país; cumplen funciones ambientales,
culturales, sociales y económicas para el desarrollo sustentable.

II. Donde exista sobreposición de áreas protegidas y territorios indígena


originario campesinos, la gestión compartida se realizará con sujeción a las
normas y procedimientos propios de las naciones y pueblos indígena originaria
campesinos, respetando el objeto de creación de estas áreas.

SECCIÓN IV
RECURSOS FORESTALES

Artículo 386. Los bosques naturales y los suelos forestales son de carácter
estratégico para el desarrollo del pueblo boliviano. El Estado reconocerá
derechos de aprovechamiento forestal a favor de comunidades y operadores
particulares. Asimismo promoverá las actividades de conservación y
aprovechamiento sustentable, la generación de valor agregado a sus productos,
la rehabilitación y reforestación de áreas degradadas.

Artículo 387. I. El Estado deberá garantizar la conservación de los bosques


naturales en las áreas de vocación forestal, su aprovechamiento sustentable,
la conservación y recuperación de la flora, fauna y áreas degradadas.

193
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. La ley regulará la protección y aprovechamiento de las especies forestales


de relevancia socioeconómica, cultural y ecológica.

Artículo 388. Las comunidades indígena originario campesinas situadas dentro


de áreas forestales serán titulares del derecho exclusivo de su aprovechamiento
y de su gestión, de acuerdo con la ley.

Artículo 389. I. La conversión de uso de tierras con cobertura boscosa a


usos agropecuarios u otros, sólo procederá en los espacios legalmente
asignados para ello, de acuerdo con las políticas de planificación y conforme
con la ley.

II. La ley determinará las servidumbres ecológicas y la zonificación de los


usos internos, con el fin de garantizar a largo plazo la conservación de los
suelos y cuerpos de agua.

III. Toda conversión de suelos en áreas no clasificadas para tales fines


constituirá infracción punible y generará la obligación de reparar los daños
causados.

CAPÍTULO OCTAVO
AMAZONIA

Artículo 390. I. La cuenca amazónica boliviana constituye un espacio


estratégico de especial protección para el desarrollo integral del país por su
elevada sensibilidad ambiental, biodiversidad existente, recursos hídricos y
por las ecoregiones.

II. La amazonia boliviana comprende la totalidad del departamento de Pando,


la provincia Iturralde del departamento de La Paz y las provincias Vaca Díez
y Ballivián del departamento del Beni. El desarrollo integral de la amazonia
boliviana, como espacio territorial selvático de bosques húmedos tropicales,
de acuerdo a sus específicas características de riqueza forestal extractiva y
recolectora, se regirá por ley especial en beneficio de la región y del país.

Artículo 391. I. El Estado priorizará el desarrollo integral sustentable de la


amazonia boliviana, a través de una administración integral, participativa,

194
BOLÍVIA

compartida y equitativa de la selva amazónica. La administración estará


orientada a la generación de empleo y a mejorar los ingresos para sus
habitantes, en el marco de la protección y sustentabilidad del medio
ambiente.

II. El Estado fomentará el acceso al financiamiento para actividades turísticas,


ecoturísticas y otras iniciativas de emprendimiento regional.

III. El Estado en coordinación con las autoridades indígena originario


campesinas y los habitantes de la amazonia, creará un organismo especial,
descentralizado, con sede en la amazonia, para promover actividades propias
de la región.

Artículo 392. I. El Estado implementará políticas especiales en beneficio de


las naciones y pueblos indígena originario campesinos de la región para generar
las condiciones necesarias para la reactivación, incentivo, industrialización,
comercialización, protección y conservación de los productos extractivos
tradicionales.

II. Se reconoce el valor histórico cultural y económico de la siringa y del


castaño, símbolos de la amazonia boliviana, cuya tala será penalizada, salvo
en los casos de interés público regulados por la ley.

CAPÍTULO NOVENO
TIERRA Y TERRITORIO

Artículo 393. El Estado reconoce, protege y garantiza la propiedad individual


y comunitaria o colectiva de la tierra, en tanto cumpla una función social o una
función económica social, según corresponda.

Artículo 394. I. La propiedad agraria individual se clasifica en pequeña,


mediana y empresarial, en función a la superficie, a la producción y a los
criterios de desarrollo. Sus extensiones máximas y mínimas, características
y formas de conversión serán reguladas por la ley. Se garantizan los
derechos legalmente adquiridos por propietarios particulares cuyos predios
se encuentren ubicados al interior de territorios indígena originario
campesinos.

195
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II. La pequeña propiedad es indivisible, constituye patrimonio familiar


inembargable, y no está sujeta al pago de impuestos a la propiedad agraria.
La indivisibilidad no afecta el derecho a la sucesión hereditaria en las
condiciones establecidas por ley.

III. El Estado reconoce, protege y garantiza la propiedad comunitaria o


colectiva, que comprende el territorio indígena originario campesino, las
comunidades interculturales originarias y de las comunidades campesinas. La
propiedad colectiva se declara indivisible, imprescriptible, inembargable,
inalienable e irreversible y no está sujeta al pago de impuestos a la propiedad
agraria. Las comunidades podrán ser tituladas reconociendo la
complementariedad entre derechos colectivos e individuales respetando la
unidad territorial con identidad.

Artículo 395. I. Las tierras fiscales serán dotadas a indígena originario


campesinos, comunidades interculturales originarias, afrobolivianos y
comunidades campesinas que no las posean o las posean insuficientemente,
de acuerdo con una política estatal que atienda a las realidades ecológicas
y geográficas, así como a las necesidades poblacionales, sociales, culturales
y económicas. La dotación se realizará de acuerdo con las políticas de
desarrollo rural sustentable y la titularidad de las mujeres al acceso,
distribución y redistribución de la tierra, sin discriminación por estado civil
o unión conyugal.

II. Se prohíben las dobles dotaciones y la compraventa, permuta y donación


de tierras entregadas en dotación.

III. Por ser contraria al interés colectivo, está prohibida la obtención de renta
fundiaria generada por el uso especulativo de la tierra.

Artículo 396. I. El Estado regulará el mercado de tierras, evitando la


acumulación en superficies mayores a las reconocidas por la ley, así como
su división en superficies menores a la establecida para la pequeña
propiedad.

II. Las extranjeras y los extranjeros bajo ningún título podrán adquirir tierras
del Estado.

196
BOLÍVIA

Artículo 397. I. El trabajo es la fuente fundamental para la adquisición y


conservación de la propiedad agraria. Las propiedades deberán cumplir con
la función social o con la función económica social para salvaguardar su
derecho, de acuerdo a la naturaleza de la propiedad.

II. La función social se entenderá como el aprovechamiento sustentable de la


tierra por parte de pueblos y comunidades indígena originario campesinos,
así como el que se realiza en pequeñas propiedades, y constituye la fuente de
subsistencia y de bienestar y desarrollo sociocultural de sus titulares. En el
cumplimiento de la función social se reconocen las normas propias de las
comunidades.

III. La función económica social debe entenderse como el empleo sustentable


de la tierra en el desarrollo de actividades productivas, conforme a su
capacidad de uso mayor, en beneficio de la sociedad, del interés colectivo
y de su propietario. La propiedad empresarial está sujeta a revisión de
acuerdo con la ley, para verificar el cumplimiento de la función económica
y social.

Artículo 398. Se prohíbe el latifundio y la doble titulación por ser contrarios


al interés colectivo y al desarrollo del país. Se entiende por latifundio la tenencia
improductiva de la tierra; la tierra que no cumpla la función económica social;
la explotación de la tierra que aplica un sistema de servidumbre, semiesclavitud
o esclavitud en la relación laboral o la propiedad que sobrepasa la superficie
máxima zonificada establecida en la ley. La superficie máxima en ningún caso
podrá exceder de cinco mil hectáreas.

Artículo 399. I. Los nuevos límites de la propiedad agraria zonificada se


aplicarán a predios que se hayan adquirido con posterioridad a la vigencia de
esta Constitución. A los efectos de la irretroactividad de la Ley, se reconocen
y respetan los derechos de posesión y propiedad agraria de acuerdo a Ley.

II. Las superficies excedentes que cumplan la Función Económico Social


serán expropiadas. La doble titulación prevista en el artículo anterior se refiere
a las dobles dotaciones tramitadas ante el ex - Consejo Nacional de Reforma
Agraria, CNRA. La prohibición de la doble dotación no se aplica a derechos
de terceros legalmente adquiridos.

197
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 400. Por afectar a su aprovechamiento sustentable y por ser


contrario al interés colectivo, se prohíbe la división de las propiedades en
superficies menores a la superficie máxima de la pequeña propiedad
reconocida por la ley que, para su establecimiento, tendrá en cuenta las
características de las zonas geográficas. El Estado establecerá mecanismos
legales para evitar el fraccionamiento de la pequeña propiedad.

Artículo 401. I. El incumplimiento de la función económica social o la


tenencia latifundista de la tierra, serán causales de reversión y la tierra
pasará a dominio y propiedad del pueblo boliviano.

II. La expropiación de la tierra procederá por causa de necesidad y


utilidad pública, y previo pago de una indemnización justa.

Artículo 402. El Estado tiene la obligación de:

1. Fomentar planes de asentamientos humanos para alcanzar una racional


distribución demográfica y un mejor aprovechamiento de la tierra y los
recursos naturales, otorgando a los nuevos asentados facilidades de acceso
a la educación, salud, seguridad alimentaría y producción, en el marco
del Ordenamiento Territorial del Estado y la conservación del medio
ambiente.

2. Promover políticas dirigidas a eliminar todas las formas de discriminación


contra las mujeres en el acceso, tenencia y herencia de la tierra.

Artículo 403. I. Se reconoce la integralidad del territorio indígena


originario campesino, que incluye el derecho a la tierra, al uso y
aprovechamiento exclusivo de los recursos naturales renovables en las
condiciones determinadas por la ley; a la consulta previa e informada y a
la participación en los beneficios por la explotación de los recursos
naturales no renovables que se encuentran en sus territorios; la facultad
de aplicar sus normas propias, administrados por sus estructuras de
representación y la definición de su desarrollo de acuerdo a sus criterios
culturales y principios de convivencia armónica con la naturaleza. Los
territorios indígena originario campesinos podrán estar compuestos por
comunidades.

198
BOLÍVIA

II. El territorio indígena originario campesino comprende áreas de producción,


áreas de aprovechamiento y conservación de los recursos naturales y espacios
de reproducción social, espiritual y cultural. La ley establecerá el procedimiento
para el reconocimiento de estos derechos.

Artículo 404. El Servicio Boliviano de Reforma Agraria, cuya máxima


autoridad es el Presidente del Estado, es la entidad responsable de planificar,
ejecutar y consolidar el proceso de reforma agraria y tiene jurisdicción en
todo el territorio del país.

TÍTULO III
DESARROLLO RURAL INTEGRAL SUSTENTABLE

Artículo 405. El desarrollo rural integral sustentable es parte fundamental de


las políticas económicas del Estado, que priorizará sus acciones para el fomento
de todos los emprendimientos económicos comunitarios y del conjunto de
los actores rurales, con énfasis en la seguridad y en la soberanía alimentaria,
a través de:

1. El incremento sostenido y sustentable de la productividad agrícola, pecuaria,


manufacturera, agroindustrial y turística, así como su capacidad de
competencia comercial.

2. La articulación y complementariedad interna de las estructuras de producción


agropecuarias y agroindustriales.

3. El logro de mejores condiciones de intercambio económico del sector


productivo rural en relación con el resto de la economía boliviana.

4. La significación y el respeto de las comunidades indígena originario


campesinas en todas las dimensiones de su vida.

5. El fortalecimiento de la economía de los pequeños productores


agropecuarios y de la economía familiar y comunitaria.

Artículo 406. I. El Estado garantizará el desarrollo rural integral sustentable


por medio de políticas, planes, programas y proyectos integrales de

199
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

fomento a la producción agropecuaria, artesanal, forestal y al turismo,


con el objetivo de obtener el mejor aprovechamiento, transformación,
industrialización y comercialización de los recursos naturales
renovables.

II. El Estado promoverá y fortalecerá las organizaciones económicas


productivas rurales, entre ellas a los artesanos, las cooperativas, las
asociaciones de productores agropecuarios y manufactureros, y las micro,
pequeñas y medianas empresas comunitarias agropecuarias, que contribuyan
al desarrollo económico social del país, de acuerdo a su identidad cultural y
productiva.

Artículo 407. Son objetivos de la política de desarrollo rural integral del


Estado, en coordinación con las entidades territoriales autónomas y
descentralizadas:

1. Garantizar la soberanía y seguridad alimentaria, priorizando la producción


y el consumo de alimentos de origen agropecuario producidos en el territorio
boliviano.

2. Establecer mecanismos de protección a la producción agropecuaria


boliviana.

3. Promover la producción y comercialización de productos agro ecológicos.

4. Proteger la producción agropecuaria y agroindustrial ante desastres naturales


e inclemencias climáticas, geológicas y siniestros. La ley preverá la creación
del seguro agrario.

5. Implementar y desarrollar la educación técnica productiva y ecológica en


todos sus niveles y modalidades.

6. Establecer políticas y proyectos de manera sustentable, procurando la


conservación y recuperación de suelos.

7. Promover sistemas de riego, con el fin de garantizar la producción


agropecuaria.

200
BOLÍVIA

8. Garantizar la asistencia técnica y establecer mecanismos de innovación y


transferencia tecnológica en toda la cadena productiva agropecuaria.

9. Establecer la creación del banco de semillas y centros de investigación


genética.

10. Establecer políticas de fomento y apoyo a sectores productivos


agropecuarios con debilidad estructural natural.

11. Controlar la salida y entrada al país de recursos biológicos y genéticos.

12. Establecer políticas y programas para garantizar la sanidad agropecuaria


y la inocuidad alimentaria.

13. Proveer infraestructura productiva, manufactura e industrial y servicios


básicos para el sector agropecuario.

Artículo 408. El Estado determinará estímulos en beneficio de los pequeños y


medianos productores con el objetivo de compensar las desventajas del intercambio
inequitativo entre los productos agrícolas y pecuarios con el resto de la economía.

Artículo 409. La producción, importación y comercialización de transgénicos


será regulada por Ley.

QUINTA PARTE
JERARQUÍA NORMATIVA Y REFORMA DE LA
CONSTITUCIÓN

TÍTULO ÚNICO
PRIMACÍA Y REFORMA DE LA CONSTITUCIÓN

Artículo 410. I. Todas las personas, naturales y jurídicas, así como los órganos
públicos, funciones públicas e instituciones, se encuentran sometidos a la
presente Constitución.

II. La Constitución es la norma suprema del ordenamiento jurídico boliviano


y goza de primacía frente a cualquier otra disposición normativa. El bloque

201
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

de constitucionalidad está integrado por los Tratados y Convenios


internacionales en materia de Derechos Humanos y las normas de Derecho
Comunitario, ratificados por el país. La aplicación de las normas jurídicas se
regirá por la siguiente jerarquía, de acuerdo a las competencias de las entidades
territoriales:

1. Constitución Política del Estado.

2. Los tratados internacionales.

3. Las leyes nacionales, los estatutos autonómicos, las cartas orgánicas y el


resto de legislación departamental, municipal e indígena.

4. Los decretos, reglamentos y demás resoluciones emanadas de los órganos


ejecutivos correspondientes.

Artículo 411. I. La reforma total de la Constitución, o aquella que afecte a sus


bases fundamentales, a los derechos, deberes y garantías, o a la primacía y reforma
de la Constitución, tendrá lugar a través de una Asamblea Constituyente originaria
plenipotenciaria, activada por voluntad popular mediante referendo. La
convocatoria del referendo se realizará por iniciativa ciudadana, con la firma de al
menos el veinte por ciento del electorado; por mayoría absoluta de los miembros
de la Asamblea Legislativa Plurinacional; o por la Presidenta o el Presidente del
Estado. La Asamblea Constituyente se autorregulará a todos los efectos, debiendo
aprobar el texto constitucional por dos tercios del total de sus miembros presentes.
La vigencia de la reforma necesitará referendo constitucional aprobatorio.

II. La reforma parcial de la Constitución podrá iniciarse por iniciativa popular, con
la firma de al menos el veinte por ciento del electorado; o por laAsamblea Legislativa
Plurinacional, mediante ley de reforma constitucional aprobada por dos tercios
del total de los miembros presentes de la Asamblea Legislativa Plurinacional.
Cualquier reforma parcial necesitará referendo constitucional aprobatorio.

DISPOSICIONES TRANSITORIAS

Primera. I. El Congreso de la República en el plazo de 60 días desde la


promulgación de la presente Constitución, sancionará un nuevo régimen

202
BOLÍVIA

electoral para la elección de la Asamblea Legislativa Plurinacional,


Presidente y Vicepresidente de la República; la elección tendrá lugar el
día 6 de diciembre de 2009.

II. Los mandatos anteriores a la vigencia de esta Constitución serán


tomados en cuenta a los efectos del cómputo de los nuevos periodos de
funciones.

III. Las elecciones de autoridades departamentales y municipales se


realizarán el 4 de abril de 2010.

IV. Excepcionalmente se prorroga el mandato de Alcaldes, Concejales


Municipales y Prefectos de Departamento hasta la posesión de las nuevas
autoridades electas de conformidad con el párrafo anterior.

Segunda. La Asamblea Legislativa Plurinacional sancionará, en el plazo


máximo de ciento ochenta días a partir de su instalación, la Ley del Órgano
Electoral Plurinacional, la Ley del Régimen Electoral, la Ley del Órgano
Judicial, la Ley del Tribunal Constitucional Plurinacional y la Ley Marco
de Autonomías y Descentralización.

Tercera. I. Los departamentos que optaron por las autonomías


departamentales en el referendo del 2 de julio de 2006, accederán
directamente al régimen de autonomías departamentales, de acuerdo con
la Constitución.

II. Los departamentos que optaron por la autonomía departamental en el


referéndum del 2 de julio de 2006, deberán adecuar sus estatutos a esta
Constitución y sujetarlos a control de constitucionalidad.

Cuarta. La elección de las autoridades de los órganos comprendidos en


la disposición segunda, se realizarán de conformidad al calendario electoral
establecido por el Órgano Electoral Plurinacional.

Quinta. Durante el primer mandato de la Asamblea Legislativa


Plurinacional se aprobarán las leyes necesarias para el desarrollo de las
disposiciones constitucionales.

203
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sexta. En el plazo máximo de un año después de que entre en vigencia la


Ley del Órgano Judicial, y de acuerdo con ésta, se procederá a la revisión
del escalafón judicial.

Séptima. A efectos de la aplicación del parágrafo I del artículo 293 de esta


Constitución, el territorio indígena tendrá como base de su delimitación a las
Tierras Comunitarias de Origen. En el plazo de un año desde la elección del
Órgano Ejecutivo y Legislativo, la categoría de Tierra Comunitaria de Origen
se sujetará a un trámite administrativo de conversión a Territorio Indígena
Originario Campesino, en el marco establecido en esta Constitución.

Octava. I. En el plazo de un año desde la elección del Órgano Ejecutivo y


del Órgano Legislativo, las concesiones sobre recursos naturales, electricidad,
telecomunicaciones y servicios básicos deberán adecuarse al nuevo
ordenamiento jurídico. La migración de las concesiones a un nuevo régimen
jurídico en ningún caso supondrá desconocimiento de derechos adquiridos.

II. En el mismo plazo, se dejarán sin efecto las concesiones mineras de minerales
metálicos y no metálicos, evaporíticos, salares, azufreras y otros, concedidas
en las reservas fiscales del territorio boliviano.

III. Las concesiones mineras otorgadas a las empresas nacionales y extranjeras


con anterioridad a la promulgación de la presente Constitución, en el plazo
de un año, deberán adecuarse a ésta, a través de los contratos mineros.

IV. El Estado reconoce y respeta los derechos pre-constituidos de las


sociedades cooperativas mineras, por su carácter productivo social.

V. Las concesiones de minerales radioactivos otorgadas con anterioridad a la


promulgación de la Constitución quedan resueltas, y se revierten a favor del
Estado.

Novena. Los tratados internacionales anteriores a la Constitución y que no


la contradigan se mantendrán en el ordenamiento jurídico interno, con rango
de ley. En el plazo de cuatro años desde la elección del nuevo Órgano
Ejecutivo, éste denunciará y, en su caso, renegociará los tratados
internacionales que sean contrarios a la Constitución.

204
BOLÍVIA

Décima. El requisito de hablar al menos dos idiomas oficiales para el


desempeño de funciones públicas determinado en el Artículo 234.7 será de
aplicación progresiva de acuerdo a Ley.

DISPOSICIÓN ABROGATORIA

Queda abrogada la Constitución Política del Estado de 1967 y sus reformas


posteriores.

DISPOSICIÓN FINAL

Esta Constitución, aprobada en referendo por el pueblo boliviano entrará en


vigencia el día de su publicación en la Gaceta Oficial.

205
Brasil

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


(1988)

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional


Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar
o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos,
sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa
do Brasil.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
democrático de direito e tem como fundamentos:

207
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais


e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,


idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações


internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

208
BRASIL

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração


econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou


degradante;

209
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização


por dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional;

210
BRASIL

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos


ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter


suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm


legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá


usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
se houver dano;

211
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação


ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a
lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução


da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que


criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário


para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada


pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações


de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;

212
BRASIL

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça


a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a


coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der


a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades


fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito


à pena de reclusão, nos termos da lei;

213
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou


anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação


de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as


seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

214
BRASIL

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo


com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam


permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso


de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político


ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade


competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios


ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação


criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal;

215
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se


achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido


e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

216
BRASIL

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania;

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular


que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como


o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da


lei:
a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

217
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data , e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

§ 1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação


imediata.

§ 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que


forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.

§ 4º. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja


criação tenha manifestado adesão.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância,
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa


causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

218
BRASIL

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender


às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor


da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção


dolosa;

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido
em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos


de revezamento, salvo negociação coletiva;

219
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinqüenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de


trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até


seis anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem


excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;

220
BRASIL

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,


com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

a) Revogada.

b) Revogada.

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de


critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e


critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e


intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores


de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo


empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos


os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI
e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.

Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o


seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de


sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder
público a interferência e a intervenção na organização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer


grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma

221
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores


interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais


da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em
lei;

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da


candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos


rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir


sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender.

§ 1º.Alei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento


das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º. Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

222
BRASIL

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a


eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
lhes o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde


que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, pela nacionalidade brasileira;

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

§ 1º. Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

§ 2º. A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

223
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 3º. São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas;

VII – de Ministro de Estado da Defesa.

§ 4º. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de


atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis;

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do


Brasil.

§ 1º. São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as


armas e o selo nacionais.

§ 2º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos


próprios.

224
BRASIL

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

§ 1º. O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período


do serviço militar obrigatório, os conscritos.

§ 3º. São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

225
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e


Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito


Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,


Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º. O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito


Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.

§ 6º. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os


Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 8º. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

226
BRASIL

§ 9º. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os


prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no


prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas
de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,


respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão


só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa,


nos termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo,

227
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes


preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou


governo estrangeiros ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua


estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos
estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias.

§ 2º. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na


forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3º. Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e


acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.

§ 4º. É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização


paramilitar.

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa


do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 1º. Brasília é a Capital Federal.

228
BRASIL

§ 2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação


em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.

§ 3º. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-


se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

§ 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios,


far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei
complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito,
às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes


o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações


e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação
ambiental, definidas em lei;

229
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio,


ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou
se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as


praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que
contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica


exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-


históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

§ 1º. É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União,
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

§ 2º. A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das


fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
serão reguladas em lei.

230
BRASIL

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças


estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de


natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização,
bem como as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do


território e de desenvolvimento econômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou


permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá
sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros
aspectos institucionais;

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou


permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

231
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento


energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se
situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e


fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de


passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a


Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros


militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Federal para execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia


e cartografia de âmbito nacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e


de programas de rádio e televisão;

XVII - conceder anistia;

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades


públicas, especialmente as secas e as inundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir


critérios de outorga de direitos de seu uso;

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,


saneamento básico e transportes urbanos;

232
BRASIL

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e


exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para


fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de


radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e
atividades análogas;

c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de


culpa;

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de


garimpagem, em forma associativa.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,


aeronáutico, espacial e do trabalho;

II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de


guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;

233
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e


aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o


exercício de profissões;

XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública


do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa
destes;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,


convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros
militares;

234
BRASIL

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária


federais;

XXIII - seguridade social;

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

XXV - registros públicos;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,


para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37,
XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos
do art. 173, § 1º, III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil


e mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar


sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas


e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas


portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,


artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;

235
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e


de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas


formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento


alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das


condições habitacionais e de saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,


promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa


e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação


entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II - orçamento;

III - juntas comerciais;

236
BRASIL

IV - custas dos serviços forenses;

V - produção e consumo;

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e


dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e


direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX - educação, cultura, ensino e desporto;

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI - procedimentos em matéria processual;

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII - assistência jurídica e defensoria pública;

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV - proteção à infância e à juventude;

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1º. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-


se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.

§ 3º. Inexistindo lei federal sobre normas


gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.

237
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 4º. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia


da lei estadual, no que lhe for contrário.

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.

§ 1º. São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas
por esta Constituição.

§ 2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os


serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.

§ 3º. Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,


ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,


excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá


ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido
o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.

238
BRASIL

§ 1º. Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-


se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas.

§ 2º. O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa
da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por
cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.

§ 3º. Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno,


polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos
cargos.

§ 4º. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.


Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver,
do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse
ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao
mais, o disposto no art. 77.

§ 1º. Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função


na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

§ 2º. Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários


de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153,
§ 2º, I.

CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos,
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros

239
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos


nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes
preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de


quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de


outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas
as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º. de janeiro do ano


subseqüente ao da eleição;

IV - número de Vereadores proporcional à população do Município,


observados os seguintes limites:

a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão


de habitantes;

b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um nos Municípios de mais


de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes;

c) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco nos Municípios


de mais de cinco milhões de habitantes;

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais


fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem
os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras


Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe
esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei
Orgânica e os seguintes limites máximos:

a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores


corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

240
BRASIL

b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio


máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;

c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio


máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais;

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio


máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais;

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio


máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais;

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo


dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;

VII - o total da despesa com a remuneração dos vereadores não poderá


ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do município;

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no


exercício do mandato e na circunscrição do Município;

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no


que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso
Nacional e, na Constituição do respectivo Estado, para os membros da
Assembléia Legislativa;

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara


Municipal;

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;

241
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município,


da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por
cento do eleitorado;

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os


subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária
e das transferências previstas no § 5º. do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior:

I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes;

II - sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e
trezentos mil habitantes;

III - seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um
e quinhentos mil habitantes;

IV - cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos


mil habitantes.

§ 1º. A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita
com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.

§ 2º. Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;

II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.

§ 3º. Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal


o desrespeito ao § 1º. deste artigo.

242
BRASIL

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar


suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,


os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que
tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


serviços de atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante


planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada


a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo


municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo municipal, na forma da lei.

§ 1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio


dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

243
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 2º. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente, sobre as contas que
o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º. As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º. É vedada a criação de tribunais, Conselhos ou órgãos de contas municipais.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
Do Distrito Federal

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á


por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas


aos Estados e Municípios.

§ 2º. A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras


do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e
Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

§ 3º. Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto


no art. 27.

§ 4º. Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal,
das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.

Seção II
Dos Territórios

Art. 33.Alei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

244
BRASIL

§ 1º. Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se


aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º. As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso
Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

§ 3º. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do
Governador, nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários
de primeira e segunda instâncias, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e
sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - por termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da


Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos


consecutivos, salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta


Constituição dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

245
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos,
a dívida fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na


manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde;

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a


observância de princípios indicados na Constituição estadual, ou para prover
a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder


Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição


do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do
Tribunal Superior Eleitoral;

246
BRASIL

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do


Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de
recusa à execução de lei federal.

IV - Revogado.

§ 1º. O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as


condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será
submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa
do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º. Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia


Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e
quatro horas.

§ 3º. Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto
limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.

§ 4º. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus


cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
na forma da lei;

247
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia


em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele


aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes


de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para


atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º. do


art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada
a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices;

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos


públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de

248
BRASIL

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário


não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão


computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos


públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando


houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto
no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com


profissões regulamentadas;

249
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange


autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público;

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de


suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei;

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de


subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento
das obrigações.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas
por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio.

§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos


órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

250
BRASIL

§ 2º. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade


do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração


pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre


atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo


de cargo, emprego ou função na administração pública.

§ 4º. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

§ 5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por


qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas
as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras


de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º. A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo


ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas.

§ 8º. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades


da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a
ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por

251
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo


à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações


e responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

§ 9º. O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades


de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União,
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria


decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados
em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que
trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica


facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o
subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e


fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes
disposições:

252
BRASIL

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado


de seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou


função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,


perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada
a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato


eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto
para promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores


serão determinados como se no exercício estivesse.

Seção II
Dos Servidores Públicos

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão


conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado
por servidores designados pelos respectivos Poderes.

§ 1º. A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do


sistema remuneratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos


componentes de cada carreira;

II - os requisitos para a investidura;

III - as peculiaridades dos cargos.

§ 2º. A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo


para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-

253
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,


facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados.

§ 3º. Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art.


7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e
XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando
a natureza do cargo o exigir.

§ 4º. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de


Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
art. 37, X e XI.

§ 5º. Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

§ 6º. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão


anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
empregos públicos.

§ 7º. Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia
com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação
no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento
e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º. A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá
ser fixada nos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações,
é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e

254
BRASIL

inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio


financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º. Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este


artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores
fixados na forma dos §§ 3º. e 17:

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de


contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos


proporcionais ao tempo de contribuição;

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de


efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se
dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e


cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se


mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 2º. Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua


concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no
cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para
a concessão da pensão.

§ 3º. Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua


concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para
as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este
artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º. É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão


de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados,
nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

255
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - portadores de deficiência;

II - que exerçam atividades de risco;

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem
a saúde ou a integridade física.

§ 5º. Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em


cinco anos, em relação ao disposto no § 1°, III, a, para o professor que
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 6º. Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos


acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de
mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto
neste artigo.

§ 7º. Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que
será igual:

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite


máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente
a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em


que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na
data do óbito.

§ 8º. É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em


caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.

§ 9º. O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado


para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito
de disponibilidade.

256
BRASIL

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de


contribuição fictício.

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de
inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou
empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição
para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição
de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores


públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e
critérios fixados para o regime geral de previdência social.

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado


em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário
ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que


instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos
servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201.

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será


instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o
disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de
entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na
modalidade de contribuição definida.

§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14


e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público
até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de
previdência complementar.

257
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do


benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões


concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores
titulares de cargos efetivos.

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências
para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por
permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao
valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência


social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade
gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no
art. 142, § 3º, X.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as


parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro
do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o
beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º. O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma


de lei complementar, assegurada ampla defesa.

258
BRASIL

§ 2º. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável


ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

§ 4º. Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação


especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Seção III
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios

Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,


instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 1º. Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos


Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, §
8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º. e 3º, cabendo a lei estadual específica
dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
oficiais conferidas pelos respectivos governadores.

§ 2º. Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente
estatal.

Seção IV
Das Regiões

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em
um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento
e à redução das desigualdades regionais.

§ 1º. Lei complementar disporá sobre:

259
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;

II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei,


os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento
econômico e social, aprovados juntamente com estes.

§ 2º. Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de


responsabilidade do poder público;

II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;

III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos


por pessoas físicas ou jurídicas;

IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das


massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas
a secas periódicas.

§ 3º. Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de
terras áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para
o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Do Congresso Nacional

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se


compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

260
BRASIL

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,


eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.

§ 1º. O número total de Deputados, bem como a representação por


Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar,
proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas
unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
Deputados.

§ 2º. Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do


Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º. Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato
de oito anos.

§ 2º. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de


quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º. Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de


cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente
a maioria absoluta de seus membros.

Seção II
Das Atribuições do Congresso Nacional

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52,
dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

261
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações


de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio


da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios


ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da


Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do
Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;

X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas,


observado o que estabelece o art. 84, VI, b;

XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas


operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal;

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,


observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

262
BRASIL

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais


que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a


permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem


do País, quando a ausência exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado


de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder


regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,


observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e


dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e


apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os


atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da


atribuição normativa dos outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras


de rádio e televisão;

263
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de


recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas


com área superior a dois mil e quinhentos hectares.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas


Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

§ 1º. Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à


Câmara dos Deputados ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa e
mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
relevância de seu Ministério.

§ 2º. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão


encaminhar pedidos escritos de informação a Ministros de Estado ou a qualquer
das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias,
bem como a prestação de informações falsas.

Seção III
Da Câmara dos Deputados

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo


contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de
Estado;

264
BRASIL

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não


apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços,
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
Do Senado Federal

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos


crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles;

II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros


do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
nos crimes de responsabilidade;

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha
de:

a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da


República;

c) Governador de Território;

265
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

d) presidente e diretores do Banco Central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta,


a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,


dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o


montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito


externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da


União em operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida


mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional


por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de


ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,

266
BRASIL

observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes


orçamentárias;

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,


VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional,


em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda
do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V
Dos Deputados e dos Senadores

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por


quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

§ 1º. Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

§ 2º. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não


poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os
autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para
que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

§ 3º. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido


após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.

§ 4º. O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo


improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.

267
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 5º. A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o


mandato.

§ 6º. Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre


informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

§ 7º. A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora


militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
Casa respectiva.

§ 8º. As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o


estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços
dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução
da medida.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,


autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de


que sejam demissíveis ad nutum , nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor


decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum , nas entidades


referidas no inciso I, a ;

268
BRASIL

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se


refere o inciso I, a ;

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta


Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º. É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos


definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas
a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens
indevidas.

§ 2º. Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto
e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa.

§ 3º. Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
seus membros ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.

269
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 4º. A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa


levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos
até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º. e 3º.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território,


Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de
capital ou chefe de missão diplomática temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar,


sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento
não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º. O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções


previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

§ 2º. Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-
la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.

§ 3º. Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela


remuneração do mandato.

Seção VI
Das Reuniões

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal,


de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º. de agosto a 15 de dezembro.

§ 1º. As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro
dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º. A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto


de lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º. Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos


Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

270
BRASIL

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às


duas Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º. Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de


1º. de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros
e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

§ 5º. A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado


Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes
de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

§ 6º. A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de


defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal, ou a requerimento da maioria dos membros
de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante.

§ 7º. Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente


deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese
do § 8º, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao
subsídio mensal.

§ 8º. Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação


extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas
na pauta da convocação.

271
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Seção VII
Das Comissões

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões


permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

§ 1º. Na constituição das Mesas e de cada comissão, é assegurada, tanto


quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam da respectiva Casa.

§ 2º. Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a


competência do plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos
membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre


assuntos inerentes a suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de


qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades
públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais


de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 3º. As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o

272
BRASIL

caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade


civil ou criminal dos infratores.

§ 4º. Durante o recesso, haverá uma comissão representativa do Congresso


Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição
reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Seção VIII
Do Processo Legislativo

Subseção I
Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,


alteração e consolidação das leis.

Subseção II
Da Emenda à Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

273
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do


Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da


Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.

§ 1º. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção


federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

§ 2º. A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,


em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos
dos votos dos respectivos membros.

§ 3º. A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

§ 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

§ 5º. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III
Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do

274
BRASIL

Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal


Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta


e autárquica ou aumento de sua remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,


serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento


de cargos, estabilidade e aposentadoria;

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem


como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria
Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,


observado o disposto no art. 84, VI;

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,


promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

§ 2º. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos
de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato
ao Congresso Nacional.

275
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I - relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito


eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais


e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou


qualquer outro ativo financeiro;

III - reservada a lei complementar;

IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e


pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

§ 2º. Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,


exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos
no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último
dia daquele em que foi editada.

§ 3º. As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão


eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
delas decorrentes.

§ 4º. O prazo a que se refere o § 3º. contar-se-á da publicação da medida


provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso
Nacional.

276
BRASIL

§ 5º. A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o


mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento
de seus pressupostos constitucionais.

§ 6º. Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente,
em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até
que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa
em que estiver tramitando.

§ 7º. Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não
tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

§ 8º. As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos


Deputados.

§ 9º. Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas


provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão
separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória


que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º. até sessenta
dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência
conservar-se-ão por ela regidas.

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da


medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja
sancionado ou vetado o projeto.

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado


o disposto no art. 166, §§ 3º. e 4º;

277
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal, dos tribunais federais e do Ministério Público.

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente


da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão
início na Câmara dos Deputados.

§ 1º. O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação


de projetos de sua iniciativa.

§ 2º. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não
se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações
legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo
constitucional determinado, até que se ultime a votação.

§ 3º. A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos


Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o
disposto no parágrafo anterior.

§ 4º. Os prazos do § 2º. não correm nos períodos de recesso do Congresso


Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em
um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se
a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de
lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º. Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em


parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento,
e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
Federal os motivos do veto.

278
BRASIL

§ 2º. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo,


de inciso ou de alínea.

§ 3º. Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República


importará sanção.

§ 4º. O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a


contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.

§ 5º. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação,
ao Presidente da República.

§ 6º. Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será


colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final.

§ 7º. Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, nos casos dos §§ 3º. e 5º, o Presidente do Senado
a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente
do Senado fazê-lo.

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá


constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
Congresso Nacional.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,


que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º. Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do


Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a
legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;

279
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º. A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do


Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu
exercício.

§ 3º. Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso


Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública


ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido


com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,


mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,


bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e

280
BRASIL

as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade


de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de


pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado


Federal, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social


a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,


mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,
ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer


de suas Casas, ou por qualquer das respectivas comissões, sobre a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou


irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências


necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a


decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

281
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos


apurados.

§ 1º. No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo


Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis.

§ 2º. Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa


dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal
decidirá a respeito.

§ 3º. As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa


terão eficácia de título executivo.

§ 4º. O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente,


relatório de suas atividades.

Art. 72. A comissão mista permanente a que se refere o art. 166, § 1º, diante
de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá
solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º. Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes,


a comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria,
no prazo de trinta dias.

§ 2º. Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a comissão, se julgar que o


gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede
no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território
nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.

§ 1º. Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre


brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

282
BRASIL

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e


financeiros ou de administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade


profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
anterior.

§ 2º. Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado


Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do
Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3°. Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas


garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto
à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.

§ 4º. O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas


garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais
atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de


forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a


execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia


e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos

283
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos


públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem


como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte


legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante
o Tribunal de Contas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seção aplicam-se, no que couber, à


organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados
e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de


Contas respectivos, que serão integrados por sete conselheiros.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Do Presidente e do Vice-Presidente da República

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado


pelos Ministros de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-


se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno,
e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior
ao do término do mandato presidencial vigente.

284
BRASIL

§ 1º. A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente


com ele registrado.

§ 2º. Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por


partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.

§ 3º. Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira


votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação
do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos
válidos.

§ 4º. Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou


impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o
de maior votação.

§ 5º. Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo


lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais
idoso.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse


em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter,
defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral
do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do
Brasil.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver
assumido o cargo, este será declarado vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á,


no de vaga, o Vice-Presidente.

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições


que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre
que por ele convocado para missões especiais.

285
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou


vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício
da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal
e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,


far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a


eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga,
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

§ 2º. Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus


antecessores.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá


início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem


licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da


administração federal;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta


Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos


e regulamentos para sua fiel execução;

286
BRASIL

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar


aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes


diplomáticos;

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo


do Congresso Nacional;

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

X - decretar e executar a intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por


ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e
solicitando as providências que julgar necessárias;

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos


órgãos instituídos em lei;

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo


Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios,
o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do Banco
Central e outros servidores, quando determinado em lei;

XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de


Contas da União;

287
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o


Advogado-Geral da União;

XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa


Nacional;

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo


Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo
das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;

XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças


estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de


diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstas nesta
Constituição;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta


dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício
anterior;

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições


mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de

288
BRASIL

Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União,


que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da


República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente,
contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério


Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá
as normas de processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por


dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º. O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo


Supremo Tribunal Federal;

289
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo


pelo Senado Federal.

§ 2º. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não


estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo
do regular prosseguimento do processo.

§ 3º. Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações


comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º. O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode


ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV
Dos Ministros de Estado

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros


maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras


atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e


entidades da administração federal na área de sua competência e
referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e


regulamentos;

III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua


gestão no Ministério;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem


outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e


órgãos da administração pública.

290
BRASIL

Seção V
Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional

Subseção I
Do Conselho da República

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente


da República, e dele participam:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

VI - o Ministro da Justiça;

VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com
mandato de três anos, vedada a recondução.

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:

I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

§ 1º. O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para


participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão
relacionada com o respectivo Ministério.

§ 2º. A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

291
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do


Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - o Ministro da Justiça;

V - o Ministro de Estado da Defesa;

VI - o Ministro das Relações Exteriores;

VII - o Ministro do Planejamento.

VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

§ 1º. Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da


paz, nos termos desta Constituição;

II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio


e da intervenção federal;

III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis


à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso,
especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação
e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;

292
BRASIL

IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a


garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.

§ 2º.Alei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A - o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º. O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os


Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.

§ 2º. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição


em todo o território nacional.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

293
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante


concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito,
no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação;

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e


merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou


cinco alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na


respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de
antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o
lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos


de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e
aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais


antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme
procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação
até fixar-se a indicação;

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu


poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido
despacho ou decisão;

III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e


merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;

IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção


de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento
a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrados;

294
BRASIL

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa


e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo
Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei
e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias
da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra
ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a
noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39,
§ 4º;

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes


observarão o disposto no art. 40;

VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;

VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por


interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla
defesa;

VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de


igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do
inciso II;

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e


fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão


pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de
seus membros;

XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais

295
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das


vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;

XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias


coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias
em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente;

XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à


efetiva demanda judicial e à respectiva população;

XIV - os servidores receberão delegação para a prática de atos de


administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;

XV - a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de


jurisdição.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto
de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e
de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais
de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice,


enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes,
escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos


de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos,
de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do


art. 93, VIII;

296
BRASIL

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI,


39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma


de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em


processo;

III - dedicar-se a atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas


físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em
lei;

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de


decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com


observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes


forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira


da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

297
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido


o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração
da justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes


e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de


Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços


auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do
subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver;

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e


Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns
e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,


competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo,
mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses
previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes
de primeiro grau;

298
BRASIL

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto


direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de
impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

§ 1º. Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da


Justiça Federal e

§ 2º. As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio


dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e


financeira.

§ 1º. Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites


estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º. O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados,


compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos


Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes


dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º. Se os órgãos referidos no § 2º. não encaminharem as respectivas


propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º. deste artigo.

§ 4º. Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem


encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o
Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual.

299
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 5º. Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a


realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares
ou especiais.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,


Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-
ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios
e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para
este fim.

§ 1º. Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes


de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez,
fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada
em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.

§ 2º. Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta)


anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam
portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com
preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo
do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem
cronológica de apresentação do precatório.

§ 3º. O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de


precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis
como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude
de sentença judicial transitada em julgado.

§ 4º. Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,
valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social.

300
BRASIL

§ 5º. É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público,


de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças
transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados
até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente.

§ 6º. As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados


diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que
proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a
requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de
seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.

§ 7º. O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo,


retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime
de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de
Justiça.

§ 8º. É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de


valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução
para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.

§ 9º. No momento da expedição dos precatórios, independentemente de


regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e
constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas
parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja
suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública


devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de
abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições
estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade


federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de
imóveis públicos do respectivo ente federado.

301
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de


valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação
da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes
sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios.

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em


precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor,
não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação,


por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade
devedora.

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta


Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento
de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de
liquidação.

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir


débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios,
refinanciando-os diretamente.

Seção II
Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros,


escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados


pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.

302
BRASIL

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda


da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou


estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente,


os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-
Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de


Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado
o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de
Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas


alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República
e do próprio Supremo Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o


Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito


Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) Revogada.

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o


coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos

303
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime


sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da


autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada


a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente


interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e


quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora


for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma dessas Casas
Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho


Nacional do Ministério Público.

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado


de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;

b) o crime político;

304
BRASIL

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou


última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta


Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

§ 1º. A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente


desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma
da lei.

§ 2º. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal


Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. e

§ 3º. No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a


repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação


declaratória de constitucionalidade:

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

305
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito


Federal;

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.


§ 1º. O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.

§ 2º. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar


efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo,
para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º. Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,


em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-
Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

§ 4º. Revogado.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por


provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir
de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão
ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

§ 1º. A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários

306
BRASIL

ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica


e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º. Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão
ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem
propor a ação direta de inconstitucionalidade.

§ 3º. Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável


ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal
Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará
a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou
sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros


com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com
mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

I - um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal;

II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo


tribunal;

III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo


tribunal;

IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo


Tribunal Federal;

V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal


de Justiça;

VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal


Superior do Trabalho;

307
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-


Geral da República;

XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-


Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de
cada instituição estadual;

XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos


Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados
um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º. O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal,


que votará em caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos
naquele tribunal.

§ 2º. Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República,


depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º. Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo,


caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.

§ 4º. Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira


do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto
da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto


da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante


provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros
ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar
prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato

308
BRASIL

cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas


da União;

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do


Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do
poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso
e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;

IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a


administração pública ou de abuso de autoridade;

V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de


juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças


prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário;

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias,


sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o
qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser
remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

§ 5º. O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-


Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal,
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto
da Magistratura, as seguintes:

I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas


aos magistrados e aos serviços judiciários;

II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição


geral;

309
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar


servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.

§ 6º. Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o


Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 7º. A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias


de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer
interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.

Seção III
Do Superior Tribunal de Justiça

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e


três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados


pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e
menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre


desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada
pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério


Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios,
alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,


e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de

310
BRASIL

Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,


dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União
que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de


Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal;

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas


mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou
da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto


no art. 102, I, o , bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e
entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da


autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias


da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de
outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora


for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração
direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do
Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às


cartas rogatórias;

II - julgar, em recurso ordinário:

311
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo


internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última


instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados,


cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o
ingresso e promoção na carreira;

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a


supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais,
cujas decisões terão caráter vinculante.

Seção IV
Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

312
BRASIL

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete


juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo
Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de
sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional
e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco


anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais


Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º. Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a


realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites
territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários.

§ 3º. Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente,


constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e


da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros
do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes


federais da região;

313
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal


ou de juiz federal;

d) os habeas corpus , quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e


pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua
jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal


forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município


ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado


estrangeiro ou organismo internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de


bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,


iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados


por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

314
BRASIL

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando


o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente
sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade


federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a


competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução
de carta rogatória, após o exequatur , e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º. As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária
onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º. As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção


judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o
ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou,
ainda, no Distrito Federal.

§ 3º. Serão processadas e julgadas na Justiça estadual, no foro do domicílio


dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de
previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara
do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
outras causas sejam também processadas e julgadas pela Justiça estadual.

§ 4º. Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para


o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-


Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de

315
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento


de competência para a Justiça Federal.

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção
judiciária, que terá por sede a respectiva capital, e varas localizadas segundo
o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições


cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da Justiça local, na forma
da lei.

Seção V
Dos Tribunais e Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juizes do Trabalho.

§ 1º. Revogado.

§ 2º. Revogado.

§ 3º. Revogado.

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e


sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco
e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal,
sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade


profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

316
BRASIL

II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da


magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º. A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 2º. Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do


Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais
para o ingresso e promoção na carreira;

II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na


forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial
da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do
sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas
não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso
para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição,


competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do
Trabalho.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito


público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos


e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o


ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

317
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,


ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da


relação de trabalho;

VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos


empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I,


a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
I
X - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º. Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º. Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à


arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio
coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir
o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

§ 3º. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de


lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar
dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no


mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região,
e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade


profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e


merecimento, alternadamente.

318
BRASIL

§ 1º. Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com


a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos
limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários.

§ 2º. Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar


descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz
singular.
Parágrafo único. Revogado.

Art. 117. Revogado.

Seção VI
Dos Tribunais e Juízes Eleitorais

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os juízes eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete


membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

319
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis


advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o


Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o
corregedor eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e


no Distrito Federal.

§ 1º. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de


Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na capital do Estado


ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer
caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Tribunal de Justiça.

§ 2º. O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente


dentre os desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos


Tribunais, dos juízes de direito e das Juntas Eleitorais.

§ 1º. Os membros dos Tribunais, os juízes de direito e os integrantes das


Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável,
gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

320
BRASIL

§ 2º. Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por
dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo
os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em
número igual para cada categoria.

§ 3º. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as


que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou
mandado de segurança.

§ 4º. Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso
quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais Tribunais


Eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições


federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais


ou estaduais;

V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou


mandado de injunção.

Seção VII
Dos Tribunais e Juízes Militares

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e juízes militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros


vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a

321
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da


Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-
generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira,
e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da
República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada,


com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e membros do


Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares


definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a


competência da Justiça Militar.

Seção VIII
Dos Tribunais e Juízes dos Estados

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º. A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,


sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 2º. Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade


de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição
estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

§ 3º. A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,


a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de
direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio
Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que
o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.

322
BRASIL

§ 4º. Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos


Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for
civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças.

§ 5º. Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar,


singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações
judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes
militares.

§ 6º. O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente,


constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

§ 7º. O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais
da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários.

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a


criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões
agrárias.

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o


juiz far-se-á presente no local do litígio.

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

Seção I
Do Ministério Público

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

323
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 1º. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a


indivisibilidade e a independência funcional.

§ 2º. Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa,


podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º. O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos


limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º. Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta


orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias,
o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.

§ 5º. Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada


em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual.

§ 6º. Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a


realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I - o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

324
BRASIL

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - os Ministérios Públicos dos Estados.

§ 1º. O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da


República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da
carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome
pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de
dois anos, permitida a recondução.

§ 2º. A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do


Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria
absoluta do Senado Federal.

§ 3º. Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios


formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei
respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma
recondução.

§ 4º. Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios


poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder
Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

§ 5º. Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada


aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas,
relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo


senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão


do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria
absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;

325
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o


disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;

II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou


custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo


uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária:

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas


físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

§ 6º. Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo
único, V.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II - zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para


fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta
Constituição;

326
BRASIL

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua


competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na
forma da lei complementar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei


complementar mencionada no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,


indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis
com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria
jurídica de entidades públicas.

§ 1º. A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste


artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto
nesta Constituição e na lei.

§ 2º. As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes


da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição.

§ 3º. O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso


público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito,
no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações,
a ordem de classificação.

§ 4º. Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.

§ 5º. A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de


Contas aplicam-se as disposições desta Seção pertinentes a direitos,
vedações e forma de investidura.

327
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de


quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um
mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

I - o Procurador-Geral da República, que o preside;

II - quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a


representação de cada uma de suas carreiras;

III - três membros do Ministério Público dos Estados;

IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo


Superior Tribunal de Justiça;

V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos


Advogados do Brasil;

VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados


um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º. Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados


pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º. Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da


atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:

I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,


podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante


provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-
los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

328
BRASIL

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do


Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços
auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais
ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa;

IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de


membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos
de um ano;

V - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias


sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho,
o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º. O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional,


dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a
recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas
pela lei, as seguintes:

I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos


membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;

II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III - requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes


atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º. O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil


oficiará junto ao Conselho.

§ 5º. Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público,


competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado
contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do
Ministério Público.

329
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Seção II
Da Advocacia Pública

Art. 131. A. Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou


através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente,
cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.

§ 1º. A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da


União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos
maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º. O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.

§ 3º. Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da


União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto
em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados


em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as
suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das
respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada


estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de
desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
corregedorias.

Seção III
Da Advocacia e da Defensoria Pública

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo


inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites
da lei.

330
BRASIL

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os
graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.

§ 1º. Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito


Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos
Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público
de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e
vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

§ 2º. Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional


e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto
no art. 99, § 2º.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II


e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I
Do Estado de Defesa

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República


e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

§ 1º. O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua


duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:

331
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - restrições aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

b) sigilo de correspondência;

c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de


calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

§ 2º. O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta


dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as
razões que justificaram a sua decretação.

§ 3º. Na vigência do estado de defesa:

I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida,


será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará,
se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à
autoridade policial;

II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do


estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;

III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez
dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;

IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

§ 4º. Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da


República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a
respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria
absoluta.

§ 5º. Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,


extraordinariamente, no prazo de cinco dias.

332
BRASIL

§ 6º. O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados


de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado
de defesa.

§ 7º. Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Seção II
Do Estado de Sítio

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República


e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional
autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:

I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que


comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;

II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para


decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos
determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria
absoluta.

Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas


necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas,
e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das
medidas específicas e as áreas abrangidas.

§ 1º. O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por
mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do
inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a
agressão armada estrangeira.

§ 2º. Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso


parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco
dias, a fim de apreciar o ato.

333
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 3º. O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término


das medidas coercitivas.

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art.


137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

I - obrigação de permanência em localidade determinada;

II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por


crimes comuns;

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das


comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV - suspensão da liberdade de reunião;

V - busca e apreensão em domicílio;

VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII - requisição de bens.

Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de


pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas,
desde que liberada pela respectiva Mesa.

Seção III
Disposições Gerais

Art. 140.AMesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará


Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a
execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.

Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também


seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por
seus executores ou agentes.

334
BRASIL

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as


medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e
indicação das restrições aplicadas.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e


pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 1º. Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na


organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.

§ 2º. Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

§ 3º. Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-


se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são


conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais
da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das
Forças Armadas;

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil


permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei;

III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da
administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente
poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade,
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e

335
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento,


contínuos ou não transferido para a reserva, nos termos da lei;

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos


políticos;

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato


ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente,
em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de


liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV;

IX - Revogado.

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a


estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade,
os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades,
inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra.

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

§ 1º. Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo


aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência,
entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica
ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.

§ 2º. As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório


em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

336
BRASIL

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º. A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento


de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser
em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,


o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º. A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e


mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da
lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

337
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 3º. A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido


pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

§ 4º. Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,


ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.

§ 5º. Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem


pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas
em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

§ 6º. As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e


reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º. A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos


responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de
suas atividades.

§ 8º. Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à


proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º. A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos


relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º. do art. 39.

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Seção I
Dos Princípios Gerais

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos:

338
BRASIL

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,


efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão


graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União,


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,


especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos


impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas


sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas


e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou

339
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições


previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239.

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também


poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado
que:

I - será opcional para o contribuinte;

II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas


por Estado;

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela


de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata,
vedada qualquer retenção ou condicionamento;

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas


pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de


tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais


e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos
municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos


compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,


de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse


nacional, observado o disposto no art. 150, III, b .

340
BRASIL

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo


compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de


intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o
dispositivo.

§ 1º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição,


cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime
previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. ,

§ 2º. As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de


que trata o caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; e

III - poderão ter alíquotas:

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da


operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

§ 3º. A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser


equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.

§ 4º. A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição,


na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública,
observado o disposto no art. 150, I e III.

341
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere


o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.

Seção II
Das Limitações do Poder de Tributar

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em


situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei


que os houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os


instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo poder público;

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

342
BRASIL

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas


fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 1º. A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts.
148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica
aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à
fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156,
I.

§ 2º. A vedação do inciso VI, a , é extensiva às autarquias e às fundações


instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à
renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.

§ 3º. As vedações do inciso VI, a , e do parágrafo anterior não se aplicam ao


patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados,
ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exoneram o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.

§ 4º. As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c , compreendem


somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades
essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 5º. A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos


acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

§ 6º. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão


de crédito presumido, anistia ou remissão, relativas a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,

343
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas


ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no
artigo 155, § 2º, XII, g.

§ 7º. A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição


de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador
deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição
da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou
a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-
econômico entre as diferentes regiões do País;

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos
respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito


Federal ou dos Municípios.

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios


estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza,
em razão de sua procedência ou destino.

Seção III
Dos Impostos da União

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

344
BRASIL

III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

§ 1º. É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites


estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos
I, II, IV e V.

§ 2º. O imposto previsto no inciso III:

I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da


progressividade, na forma da lei;

II - Revogado.

§ 3º. O imposto previsto no inciso IV:

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação


com o montante cobrado nas anteriores;

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo


contribuinte do imposto, na forma da lei.

§ 4º. O imposto previsto no inciso VI do caput:

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a


manutenção de propriedades improdutivas;

345
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando


as explore o proprietário que não possua outro imóvel;

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem,


na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou
qualquer outra forma de renúncia fiscal.

§ 5º. O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou


instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto
de que trata o inciso V do caput deste artigo, devido na operação de
origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a
transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:

I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território,


conforme a origem;

II - setenta por cento para o Município de origem.

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior,


desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base
de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos


extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária,
os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua
criação.

Seção IV
Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos


sobre:

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou


direitos;

346
BRASIL

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de


serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

III - propriedade de veículos automotores.

§ 1º. O imposto previsto no inciso I:

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da


situação do bem, ou ao Distrito Federal;

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde


se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao
Distrito Federal;

III - terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar:

a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu


inventário processado no exterior;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal.

§ 2º. O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte:

I - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação


relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo
Distrito Federal;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas


operações ou prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

347
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos


serviços;

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República


ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus
membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação;

V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução


de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito


específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa
da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos


termos do disposto no inciso XII, g , as alíquotas internas, nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não
poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a


consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;

b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;

VIII - na hipótese da alínea a do inciso anterior, caberá ao Estado da


localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a
alíquota interna e a interestadual;

IX - incidirá também:

a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa


física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer

348
BRASIL

que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas


com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

X - não incidirá:

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento
do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive


lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de


radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;

XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto


sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre
contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

XII - cabe à lei complementar:

a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento


responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e
das prestações de serviços;

349
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e


outros produtos além dos mencionados no inciso X, a ;

f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro


Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal,


isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma


única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o
disposto no inciso X, b;

i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também


na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.

§ 3º. À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o
art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País.

§ 4º. Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:

I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o


imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo;

II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus


derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo,
o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se
a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais
mercadorias;

III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes
e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não
contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem;

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos

350
BRASIL

Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:

a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas


por produto;

b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem,


incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu
similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência;

c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto


no art. 150, III, b.

§ 5º. As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as


relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante
deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.

§ 6º. O imposto previsto no inciso III:

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

Seção V
Dos Impostos dos Municípios

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão inter vivos , a qualquer título, por ato oneroso, de bens


imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,


definidos em lei complementar.

IV - Revogado.

351
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 1º. Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, §


4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:

I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e

II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

§ 2º. O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao


patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante
do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;

II - compete ao Município da situação do bem.

§ 3º. Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,


cabe à lei complementar:

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; e

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior;

III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios


fiscais serão concedidos e revogados.

§ 4º. Revogado.

Seção VI
Da Repartição das Receitas Tributárias

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos


de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer

352
BRASIL

título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União


instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos


de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União


sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados,
cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º,
III;

III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado


sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;

IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do


Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.

Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios,


mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:

I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações


relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas
em seus territórios;

II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos
Territórios, lei federal.

Art. 159. A União entregará:

I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de

353
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

qualquer natureza e sobre produtos industrializados, quarenta e sete por cento


na seguinte forma:

a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação


dos Estados e do Distrito Federal;

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação


dos Municípios;

c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor


produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas
instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais
de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade
dos recursos destinados à região, na forma que a lei estabelecer;

II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados,


dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor
das respectivas exportações de produtos industrializados;

III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio


econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para
os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a
destinação a que refere o inciso II, c, do referido parágrafo.

§ 1º. Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o


previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de
renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.

§ 2º. A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior


a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o
eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido,
em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.

§ 3º. Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento
dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios
estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.

354
BRASIL

§ 4º. Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada
Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na
forma da lei a que se refere o mencionado inciso.

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego


dos recursos atribuídos, nesta Seção, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a
impostos.

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os


Estados de condicionarem a entrega de recursos:

I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;

II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.

Art. 161. Cabe à lei complementar:

I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;

II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159,
especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso
I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre
Municípios;

III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das


quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas
referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão,


até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de
cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem
tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.

Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por


Estado e por Município; os dos Estados, por Município.

355
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I
Normas Gerais

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações


e demais entidades controladas pelo poder público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e


indireta;

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da


União, resguardadas as características e condições operacionais plenas
das voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida


exclusivamente pelo banco central.

§ 1º. É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente,


empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que
não seja instituição financeira.

§ 2º. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do


Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa
de juros.

356
BRASIL

§ 3º. As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no


banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
dos órgãos ou entidades do poder público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstos em lei.

Seção II
Dos Orçamentos

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma


regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e


prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração
da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.

§ 3º. O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento


de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

§ 4º. Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos


nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano
plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º. A lei orçamentária anual compreenderá:

357
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e


órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público.

§ 6º. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo


regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
creditícia.

§ 7º. Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados


com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades
inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização
para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

§ 9º. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e


a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta


e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes


orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

358
BRASIL

§ 1º. Caberá a uma comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo


e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da
República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais,


regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.

§ 2º. As emendas serão apresentadas na comissão mista, que sobre elas


emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo plenário das duas
Casas do Congresso Nacional.

§ 3º. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que


o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes


orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de


anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e o


Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

359
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 4º. As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão


ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º. O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso


Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo
enquanto não iniciada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração
é proposta.

§ 6º. Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do


orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso
Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 7º. Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar
o disposto nesta Seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto


de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão
ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares,
com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que


excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das


despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,


ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado,

360
BRASIL

respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de


garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no
art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º. deste artigo;

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma


categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos


orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art.
165, 5º;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização


legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,


inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo,
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que


trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento
de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

§ 1º. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro


poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que
autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º. Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício


financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,

361
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento


do exercício financeiro subseqüente.

§ 3º. A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para


atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto
no art. 62.

§ 4º. E permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos


a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts.
157, 158, 159, I, a e b, e II, para prestação de garantia ou contragarantia
à União e para pagamento de débitos para com esta.

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar.

§ 1º. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a


criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras,
bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às


projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

§ 2º. Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste


artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente

362
BRASIL

suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados,


ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.

§ 3º. Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;

II - exoneração dos servidores não estáveis.

§ 4º. Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem


suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que
ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

§ 5º. O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus
a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

§ 6º. O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será


considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

§ 7º. Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na


efetivação do disposto no § 4º.

TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e


na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

363
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado


conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos
de elaboração e prestação;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte


constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração
no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer


atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos
públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Art. 171. Revogado.

Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os


investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e
regulará a remessa de lucros.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração


direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.

364
BRASIL

§ 1º. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade


de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,


inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas
e tributários;

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,


observados os princípios da administração pública;

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e


fiscal, com a participação de acionistas minoritários;

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos


administradores.

§ 2º. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão


gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

§ 3º. A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a


sociedade.

§ 4º. A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação


dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos
lucros.

§ 5º. A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da


pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às
punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem
econômica e financeira e contra a economia popular.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o


Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e

365
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo


para o setor privado.

§ 1º. A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do


desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e
compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

§ 2º. A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de


associativismo.

§ 3º. O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em


cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a
promoção econômico-social dos garimpeiros.

§ 4º. As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão


prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos
recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam
atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma
da lei.

Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou


sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços


públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão
ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

366
BRASIL

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os


potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo,
para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida
ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

§ 1º. A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos


potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser
efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e
que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que
estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se
desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.

§ 2º. É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados


da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.

§ 3º. A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as


autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas
ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do Poder
concedente.

§ 4º. Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do


potencial de energia renovável de capacidade reduzida.

Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros


hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos


resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de


derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte,

367
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de


qualquer origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a


industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus
derivados.

§ 1º. A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização


das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições
estabelecidas em lei.

§ 2º. A lei a que se refere o § 1º. disporá sobre:

I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território


nacional;

II - as condições de contratação;

III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;

§ 3º. A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos


no território nacional.

§ 4º. A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico


relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender
aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser:

a) diferenciada por produto ou uso;

b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando


o disposto no art. 150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:

368
BRASIL

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível,


gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do


petróleo e do gás;

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e
terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar
os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as


condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação
interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras.

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão


às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei,
tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação
de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias,
ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão


e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.

Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de


natureza comercial, feita por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira,
a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de
autorização do Poder competente.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público


municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.

369
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 1º. O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para


cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política
de desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às


exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor.

§ 3º. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa


indenização em dinheiro.

§ 4º. É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para


área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no


tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de


emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate
de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio,
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1º. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem


ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º. Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma
vez.

370
BRASIL

§ 3º. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E
DA REFORMA AGRÁRIA

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir
do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

§ 1º. As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

§ 2º. O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de
reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.

§ 3º. Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório


especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.

§ 4º. O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária,


assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma
agrária no exercício.

§ 5º. São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações


de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu
proprietário não possua outra;

II - a propriedade produtiva.

Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e


fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.

371
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,


simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei,
aos seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do


meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos


trabalhadores.

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com
a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e
trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de
armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:

I - os instrumentos creditícios e fiscais;

II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de


comercialização;

III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV - a assistência técnica e extensão rural;

V - o seguro agrícola;

VI - o cooperativismo;

VII - a eletrificação rural e irrigação;

VIII - a habitação para o trabalhador rural.

§ 1º. Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais,


agropecuárias, pesqueiras e florestais.

372
BRASIL

§ 2º. Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma


agrária.

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será


compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de
reforma agrária.

§ 1º. A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas


com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou
jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia
aprovação do Congresso Nacional.

§ 2º. Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou


as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma


agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso,
inegociáveis pelo prazo de dez anos.

Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão


conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do
estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de


propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá
os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por


usucapião.

373
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover


o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da
coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as
cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
instituições que o integram.

I - Revogado.
II - Revogado.

III - Revogado.

a) Revogado.

b) Revogado.

IV - Revogado.

V - Revogado.

VI - Revogado.

VII - Revogado.

VIII - Revogado.

§ 1º. Revogado.

§ 2º. Revogado.

§ 3º. Revogado.

374
BRASIL

TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações


de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a


seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações


urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão


quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos

375
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,


a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não


incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime
geral de previdência social de que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos;

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele


equiparar.

§ 1º. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas


à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o
orçamento da União.

§ 2º. A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de


forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na
lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.

376
BRASIL

§ 3º. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,


como estabelecido em lei, não poderá contratar com o poder público
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

§ 4º. A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção


ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

§ 5º. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser


criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio
total.

§ 6º. As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser


exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que
as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no
art. 150, III, b.

§ 7º. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades


beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei.

§ 8º. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador


artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei.

§ 9º. As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo


poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte
da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. e

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema


único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios,
observada a respectiva contrapartida de recursos.

377
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais


de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante
superior ao fixado em lei complementar.

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as


contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão
não-cumulativas.

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição


gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a,
pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

Seção II
Da Saúde

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo


ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado
de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,


sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

378
BRASIL

§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

§ 2º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre:

I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar


prevista no § 3º;

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação


dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.
157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios;

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação


dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts.
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

§ 3º. Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá:

I – os percentuais de que trata o § 2º;

II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados


aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados
a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais;

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde


nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;

IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

379
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 1º. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do


sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito
público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem
fins lucrativos.

§ 2º. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções


às instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3º. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º. A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção


de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e
tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,


nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse


para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as


de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico;

V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e


tecnológico;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor


nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

380
BRASIL

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e


utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do


trabalho.

Seção III
Da Previdência Social

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime


geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos
da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de


baixa renda;

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou


companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.

§ 1º. É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a


concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência
social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de
segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei
complementar.

§ 2º. Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento


do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

381
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 3º. Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de


benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 4º. É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em


caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

§ 5º. É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade


de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
previdência.

§ 6º. A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o


valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

§ 7º. É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos


termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição,


se mulher;

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se


mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos
os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia
familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

§ 8º. Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão


reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
no ensino fundamental e médio.

§ 9º. Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do


tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural
e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a


ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social
e pelo setor privado.

382
BRASIL

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão


incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e
conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para


atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que
se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-
lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. e

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12


deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os
demais segurados do regime geral de previdência social.

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e


organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado, e regulado por lei complementar.

§ 1°. A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante


de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso
às informações relativas à gestão de seus respectivos planos.

§ 2°. As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais


previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades
de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes,
assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a
remuneração dos participantes, nos termos da lei.

§ 3º. É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela


União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas,
salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma,
sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.

§ 4º. Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito


Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de

383
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto


patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas
respectivas entidades fechadas de previdência privada.

§ 5º. A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no


que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de
prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas
de previdência privada.

§ 6º. A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os


requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades
fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto
de discussão e deliberação.

Seção IV
Da Assistência Social

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a


promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora


de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a
lei.

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão


realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no

384
BRASIL

art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as


normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes
e de assistência social;

II - participação da população, por meio de organizações representativas, na


formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a


programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento
de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no
pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais;

II - serviço da dívida;

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos


investimentos ou ações apoiados.

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I
Da Educação

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

385
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte


e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de


instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos


de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos;

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica,


administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio
de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

§ 1º. É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas


estrangeiros, na forma da lei.

§ 2º. O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e


tecnológica.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a


garantia de:

I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta


gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,


preferencialmente na rede regular de ensino;

386
BRASIL

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos


de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação


artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do


educando;

VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de


programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.

§ 1º. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º. O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou


sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º. Compete ao poder público recensear os educandos no ensino


fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
pela freqüência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes


condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo poder público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,


de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores
culturais e artísticos, nacionais e regionais.

§ 1º. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina


dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.

387
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 2º. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,


assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas
maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão


em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º. A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios,


financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização
de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios;

§ 2º. Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na


educação infantil.

§ 3º. Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino


fundamental e médio.

§ 4º. Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios


definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do
ensino obrigatório.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo,
da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

§ 1º. A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º. Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão


considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos
aplicados na forma do art. 213.

388
BRASIL

§ 3º. A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao


atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano
nacional de educação.

§ 4º. Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde


previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.

§ 5º. O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento


a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma
da lei.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo


ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas
em lei, que:

I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros


em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,


filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso de encerramento
de suas atividades.

§ 1º. Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de
estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que
demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos
regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o
poder público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede
na localidade.

§ 2º. As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber


apoio financeiro do poder público.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração


plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus
diversos níveis e à integração das ações do poder público que conduzam
à:

389
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

Seção II
Da Cultura

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais
e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e
a difusão das manifestações culturais.

§ 1º. O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas


e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório
nacional.

§ 2º. A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação


para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

§ 3º. A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,


visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do
poder público que conduzem à:

I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;

II - produção, promoção e difusão de bens culturais;

III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas


dimensões;

IV - democratização do acesso aos bens de cultura;

390
BRASIL

V - valorização da diversidade étnica e regional.

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza


material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados


às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,


arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º. O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e


protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de
acautelamento e preservação.

§ 2º. Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da


documentação governamental e as providências para franquear sua
consulta a quantos dela necessitem.

§ 3º. A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento


de bens e valores culturais.

§ 4º. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na


forma da lei.

§ 5º. Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores


de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

391
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 6º. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual


de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais;

II - serviço da dívida;

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos


investimentos ou ações apoiados.

Seção III
Do Desporto

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não


formais, como direito de cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a


sua organização e funcionamento;

II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto


educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;

III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação


nacional.

§ 1º. O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às


competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.

§ 2º. A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da


instauração do processo, para proferir decisão final.

§ 3º. O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

392
BRASIL

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a


pesquisa e a capacitação tecnológicas.

§ 1º. A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado,


tendo em vista o bem público e o progresso das ciências.

§ 2º. A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução


dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo
nacional e regional.

§ 3º. O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência,


pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se ocupem meios e condições
especiais de trabalho.

§ 4º. A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação


de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos
humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao
empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos
resultantes da produtividade de seu trabalho.

§ 5º. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua


receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa
científica e tecnológica.

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado


de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-
estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a


informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer
restrição, observado o disposto nesta Constituição.

393
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 1º. Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º. É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e


artística.

§ 3º. Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao poder público


informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a


possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e
televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda
de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio
ambiente.

§ 4º. A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,


medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do
inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência
sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

§ 5º. Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente,


ser objeto de monopólio ou oligopólio.

§ 6º. A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença


de autoridade.

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão


atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção


independente que objetive sua divulgação;

394
BRASIL

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme


percentuais estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e


de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de
dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sede no País.

§ 1º. Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do
capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons
e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão
das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação.

§ 2º. A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção


da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação
social.

§ 3º. Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da


tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os
princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também
garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções
nacionais.

§ 4º. Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de


que trata o § 1º.

§ 5º. As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º.


serão comunicadas ao Congresso Nacional.

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,


permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e
imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.

395
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

§ 1º. O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, §§ 2.º. e


4.º, a contar do recebimento da mensagem.

§ 2º. A não-renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação


de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.

§ 3º. O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após


deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.

§ 4º. O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo,


depende de decisão judicial.

§ 5º. O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras


de rádio e de quinze para as de televisão.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste Capítulo, o Congresso Nacional instituirá,
como órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o


manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do


País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão

396
BRASIL

permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa


a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade


potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,


métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a


conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.

§ 2º. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.

§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão


os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o


Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e
sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.

§ 5º. São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados,


por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º. As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

397
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre


o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento.

§ 4º. Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada


por qualquer dos pais e seus descendentes.

§ 5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos


igualmente pelo homem e pela mulher.

§ 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia
separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou
comprovada separação de fato por mais de dois anos.

§ 7º. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade


responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao
Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou
privadas.

§ 8º. O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos


que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de
suas relações.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança


e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-

398
BRASIL

los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,


crueldade e opressão.

§ 1º. O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança


e do adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais
e obedecendo aos seguintes preceitos:

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na


assistência materno-infantil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para


os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o
treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos
arquitetônicos.

§ 2º. A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios
de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

§ 3º. O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado


o disposto no art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato


infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito


à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação
de qualquer medida privativa da liberdade;

399
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

VI - estímulo do poder público, através de assistência jurídica, incentivos


fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de
guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança e


ao adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins.

§ 4º. A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual


da criança e do adolescente.

§ 5º. A adoção será assistida pelo poder público, na forma da lei, que
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de
estrangeiros.

§ 6º. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,


terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.

§ 7º. No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se-


á em consideração o disposto no art. 204.

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos


às normas da legislação especial.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e
os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência
ou enfermidade.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as


pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

§ 1º. Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente


em seus lares.

§ 2º. Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos


transportes coletivos urbanos.

400
BRASIL

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens.

§ 1º. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas
em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-
estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos,
costumes e tradições.

§ 2º. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua


posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo,
dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º. O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais


energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só
podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados
da lavra, na forma da lei.

§ 4º. As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os


direitos sobre elas, imprescritíveis.

§ 5º. É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad


referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que
ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após
deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o
retorno imediato logo que cesse o risco.

§ 6º. São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que
tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se
refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos
rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público

401
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade


e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na
forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.

§ 7º. Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, §§ 3º. e 4º.

Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas


para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o
Ministério Público em todos os atos do processo.

TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS

Art. 233. Revogado.

Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em decorrência


da criação de Estado, encargos referentes a despesas com pessoal inativo e
com encargos e amortizações da dívida interna ou externa da administração
pública, inclusive da indireta.

Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão observadas
as seguintes normas básicas:

I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete Deputados se a


população do Estado for inferior a seiscentos mil habitantes, e de vinte e
quatro se igual ou superior a esse número, até um milhão e quinhentos
mil;

II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;

III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador


eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e notório saber;

IV - o Tribunal de Justiça terá sete desembargadores;

V - os primeiros desembargadores serão nomeados pelo Governador eleito,


escolhidos da seguinte forma:

402
BRASIL

a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em


exercício na área do novo Estado ou do Estado originário;

b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de comprovada


idoneidade e saber jurídico, com dez anos, no mínimo, de exercício profissional,
obedecido o procedimento fixado na Constituição;

VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco primeiros


desembargadores poderão ser escolhidos dentre juízes de direito de qualquer
parte do País;

VII - em cada comarca, o primeiro juiz de direito, o primeiro promotor de


justiça e o primeiro defensor público serão nomeados pelo Governador eleito
após concurso público de provas e títulos;

VIII - até a promulgação da Constituição estadual, responderão pela


Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela Defensoria-Geral do Estado
advogados de notório saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo,
nomeados pelo Governador eleito e demissíveis ad nutum;

IX - se o novo Estado for resultado de transformação de Território Federal,


a transferência de encargos financeiros da União para pagamento dos
servidores optantes que pertenciam à administração federal ocorrerá da
seguinte forma:

a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos


encargos financeiros para fazer face ao pagamento dos servidores
públicos, ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;

b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta


por cento e, no oitavo, dos restantes cinqüenta por cento;

X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos


mencionados neste artigo, serão disciplinadas na Constituição estadual;

XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar


cinqüenta por cento da receita do Estado.

403
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado,


por delegação do poder público.

§ 1º. Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal


dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização
de seus atos pelo Poder Judiciário.

§ 2º. Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos


relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.

§ 3º. O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público


de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem
abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à


defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da
Fazenda.

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de petróleo, álcool


carburante e outros combustíveis derivados de matérias-primas renováveis,
respeitados os princípios desta Constituição.

Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de


Integração Social, criado pela Lei Complementar n.º. 7, de 7 de setembro de
1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
criado pela Lei Complementar n.º. 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a
partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei
dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º.
deste artigo.

§ 1º. Dos recursos mencionados no caput deste artigo, pelo menos quarenta
por cento serão destinados a financiar programas de desenvolvimento econômico,
através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com
critérios de remuneração que lhes preservem o valor.

§ 2º. Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do


Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público são preservados,

404
BRASIL

mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas nas leis específicas,


com exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a
distribuição da arrecadação de que trata o caput deste artigo, para depósito
nas contas individuais dos participantes.

§ 3º. Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o


Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é
assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o
rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos
referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição.

§ 4º. O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição


adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar
o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei.

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições


compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às
entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas
ao sistema sindical.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão


por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre
os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos,
bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais
oficiais criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da
promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemente
mantidas com recursos públicos.

§ 1º. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das


diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.

§ 2º. O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido
na órbita federal.

405
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas


culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente
expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos,
para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em


decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado
e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento
e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de
fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas
substâncias.

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de
uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes a fim
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme
o disposto no art. 227, § 2º.

Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o poder


público dará assistência aos herdeiros e dependentes carentes de pessoas
vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor
do ilícito.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de


artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
promulgada entre 1º. de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda,
inclusive.

Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º. do art. 41 e no § 7º. do art.
169 estabelecerão critérios e garantias especiais para a perda do cargo pelo
servidor público estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo
efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado.

Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do


cargo somente ocorrerá mediante processo administrativo em que lhe sejam
assegurados o contraditório e a ampla defesa.

406
BRASIL

Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável


pelo regime geral de previdência social, ainda que à conta do Tesouro
Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de valor fixado para os benefícios
concedidos por esse regime observarão os limites fixados no art. 37, XI.

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de


proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos respectivos servidores
e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir
fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens,
direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza
e administração desses fundos.

Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos


benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em adição
aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado
por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá
sobre a natureza e administração desse fundo.

407
Chile

CONSTITUCIÓN POLÍTICA DE LA REPÚBLICA DE CHILE


(1980)

Capítulo I
Bases De La Institucionalidad

Artículo 1º. Las personas nacen libres e iguales en dignidad y derechos.


La familia es el núcleo fundamental de la sociedad.

El Estado reconoce y ampara a los grupos intermedios a través de los cuales


se organiza y estructura la sociedad y les garantiza la adecuada autonomía
para cumplir sus propios fines específicos.

El Estado está al servicio de la persona humana y su finalidad es promover el


bien común, para lo cual debe contribuir a crear las condiciones sociales que
permitan a todos y a cada uno de los integrantes de la comunidad nacional su
mayor realización espiritual y material posible, con pleno respeto a los derechos
y garantías que esta Constitución establece.

Es deber del Estado resguardar la seguridad nacional, dar protección a la


población y a la familia, propender al fortalecimiento de ésta, promover la

409
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

integración armónica de todos los sectores de la Nación y asegurar el


derecho de las personas a participar con igualdad de oportunidades en la
vida nacional.

Artículo 2º. Son emblemas nacionales la bandera nacional, el escudo de


armas de la República y el himno nacional.

Artículo 3º. El Estado de Chile es unitario.


La administración del Estado será funcional y territorialmente descentralizada,
o desconcentrada en su caso, de conformidad a la ley.

Los órganos del Estado promoverán el fortalecimiento de la regionalización


del país y el desarrollo equitativo y solidario entre las regiones, provincias y
comunas del territorio nacional.

Artículo 4º. Chile es una república democrática.

Artículo 5º. La soberanía reside esencialmente en la Nación. Su ejercicio se


realiza por el pueblo a través del plebiscito y de elecciones periódicas y,
también, por las autoridades que esta Constitución establece. Ningún sector
del pueblo ni individuo alguno puede atribuirse su ejercicio.

El ejercicio de la soberanía reconoce como limitación el respeto a los derechos


esenciales que emanan de la naturaleza humana. Es deber de los órganos del
Estado respetar y promover tales derechos, garantizados por esta
Constitución, así como por los tratados internacionales ratificados por Chile
y que se encuentren vigentes.

Artículo 6º. Los órganos del Estado deben someter su acción a la Constitución
y a las normas dictadas conforme a ella, y garantizar el orden institucional de
la República.

Los preceptos de esta Constitución obligan tanto a los titulares o integrantes


de dichos órganos como a toda persona, institución o grupo.

La infracción de esta norma generará las responsabilidades y sanciones que


determine la ley.

410
CHILE

Artículo 7º. Los órganos del Estado actúan válidamente previa


investidura regular de sus integrantes, dentro de su competencia y en la
forma que prescriba la ley.

Ninguna magistratura, ninguna persona ni grupo de personas pueden


atribuirse, ni aun a pretexto de circunstancias extraordinarias, otra
autoridad o derechos que los que expresamente se les hayan conferido
en virtud de la Constitución o las leyes.

Todo acto en contravención a este artículo es nulo y originará las


responsabilidades y sanciones que la ley señale.

Artículo 8º. El ejercicio de las funciones públicas obliga a sus titulares


a dar estricto cumplimiento al principio de probidad en todas sus
actuaciones.

Son públicos los actos y resoluciones de los órganos del Estado, así
como sus fundamentos y los procedimientos que utilicen. Sin embargo,
sólo una ley de quórum calificado podrá establecer la reserva o secreto
de aquéllos o de éstos, cuando la publicidad afectare el debido
cumplimiento de las funciones de dichos órganos, los derechos de las
personas, la seguridad de la Nación o el interés nacional.

El Presidente de la República, los Ministros de Estado, los diputados y


senadores, y las demás autoridades y funcionarios que una ley orgánica
constitucional señale, deberán declarar sus intereses y patrimonio en
forma pública.

Dicha ley determinará los casos y las condiciones en que esas


autoridades delegarán a terceros la administración de aquellos bienes y
obligaciones que supongan conflicto de interés en el ejercicio de su
función pública. Asimismo, podrá considerar otras medidas apropiadas
para resolverlos y, en situaciones calificadas, disponer la enajenación
de todo o parte de esos bienes.

Artículo 9º. El terrorismo, en cualquiera de sus formas, es por esencia


contrario a los derechos humanos.

411
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Una ley de quórum calificado determinará las conductas terroristas y su


penalidad. Los responsables de estos delitos quedarán inhabilitados por
el plazo de quince años para ejercer f unciones o cargos públicos, sean o
no de elección popular, o de rector o director de establecimiento de
educación, o para ejercer en ellos funciones de enseñanza; para explotar
un medio de comunicación social o ser director o administrador del mismo,
o para desempeñar en él funciones relacionadas con la emisión o difusión
de opiniones o informaciones; ni podrán ser dirigentes de organizaciones
políticas o relacionadas con la educación o de carácter vecinal, profesional,
empresarial, sindical, estudiantil o gremial en general, durante dicho plazo.
Lo anterior se entiende sin perjuicio de otras inhabilidades o de las que
por mayor tiempo establezca la ley.

Los delitos a que se refiere el inciso anterior serán considerados siempre


comunes y no políticos para todos los efectos legales y no procederá
respecto de ellos el indulto particular, salvo para conmutar la pena de
muerte por la de presidio perpetuo.

Capítulo II
Nacionalidad y Ciudadanía

Artículo 10. Son chilenos:

1º. Los nacidos en el territorio de Chile, con excepción de los hijos de


extranjeros que se encuentren en Chile en servicio de su Gobierno, y de los
hijos de extranjeros transeúntes, todos los que, sin embargo, podrán optar
por la nacionalidad chilena;

2º. Los hijos de padre o madre chilenos, nacidos en territorio extranjero.


Con todo, se requerirá que alguno de sus ascendientes en línea recta de
primer o segundo grado, haya adquirido la nacionalidad chilena en virtud de
lo establecido en los números 1º, 3º ó 4º;

3º. Los extranjeros que obtuvieren carta de nacionalización en conformidad


a la ley, y

4º. Los que obtuvieren especial gracia de nacionalización por ley.

412
CHILE

La ley reglamentará los procedimientos de opción por la nacionalidad chilena;


de otorgamiento, negativa y cancelación de las cartas de nacionalización, y
la formación de un registro de todos estos actos.

Artículo 11. La nacionalidad chilena se pierde:

1º. Por renuncia voluntaria manifestada ante autoridad chilena competente.


Esta renuncia sólo producirá efectos si la persona, previamente, se ha
nacionalizado en país extranjero; y

2º. Por decreto supremo, en caso de prestación de servicios durante una


guerra exterior a enemigos de Chile o de sus aliados;

3º. Por cancelación de la carta de nacionalización, y

4º. Por ley que revoque la nacionalización concedida por gracia.

Los que hubieren perdido la nacionalidad chilena por cualquiera de las


causales establecidas en este artículo, sólo podrán ser rehabilitados por
ley.

Artículo 12. La persona afectada por acto o resolución de autoridad


administrativa que la prive de su nacionalidad chilena o se la desconozca,
podrá recurrir, por sí o por cualquiera a su nombre, dentro del plazo de
treinta días, ante la Corte Suprema, la que conocerá como jurado y en
tribunal pleno. La interposición del recurso suspenderá los efectos del acto
o resolución recurridos.

Artículo 13. Son ciudadanos los chilenos que hayan cumplido dieciocho
años de edad y que no hayan sido condenados a pena aflictiva.

La calidad de ciudadano otorga los derechos de sufragio, de optar a cargos


de elección popular y los demás que la Constitución o la ley confieran.

Tratándose de los chilenos a que se refieren los números 2º y 4º del artículo


10, el ejercicio de los derechos que les confiere la ciudadanía estará sujeto
a que hubieren estado avecindados en Chile por más de un año.

413
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 14. Los extranjeros avecindados en Chile por más de cinco años, y que
cumplan con los requisitos señalados en el inciso primero del artículo 13, podrán
ejercer el derecho de sufragio en los casos y formas que determine la ley.

Los nacionalizados en conformidad al Nº 3º del artículo 10, tendrán opción a


cargos públicos de elección popular sólo después de cinco años de estar en
posesión de sus cartas de nacionalización.

Artículo 15. En las votaciones populares, el sufragio será personal, igualitario,


secreto y voluntario.

Sólo podrá convocarse a votación popular para las elecciones y plebiscitos


expresamente previstos en esta Constitución.

Artículo 16. El derecho de sufragio se suspende:

1º. Por interdicción en caso de demencia;

2º. Por hallarse la persona acusada por delito que merezca pena aflictiva o por
delito que la ley califique como conducta terrorista, y

3º. Por haber sido sancionado por el Tribunal Constitucional en conformidad al


inciso séptimo del número 15º del artículo 19 de esta Constitución. Los que por
esta causa se hallaren privados del ejercicio del derecho de sufragio lo recuperarán
al término de cinco años, contado desde la declaración del Tribunal.

Esta suspensión no producirá otro efecto legal, sin perjuicio de lo dispuesto en el


inciso séptimo del número 15º del artículo 19.

Artículo 17. La calidad de ciudadano se pierde:

1º. Por pérdida de la nacionalidad chilena;

2º. Por condena a pena aflictiva, y

3º. Por condena por delitos que la ley califique como conducta terrorista y los
relativos al tráfico de estupefacientes y que hubieren merecido, además, pena aflictiva.

414
CHILE

Los que hubieren perdido la ciudadanía por la causal indicada en el número


2º, la recuperarán en conformidad a la ley, una vez extinguida su responsabilidad
penal. Los que la hubieren perdido por las causales previstas en el número 3º
podrán solicitar su rehabilitación al Senado una vez cumplida la condena.

Artículo 18. Habrá un sistema electoral público.

Una ley orgánica constitucional determinará su organización y funcionamiento,


regulará la forma en que se realizarán los procesos electorales y plebiscitarios,
en todo lo no previsto por esta Constitución y garantizará siempre la plena
igualdad entre los independientes y los miembros de partidos políticos tanto
en la presentación de candidaturas como en su participación en los señalados
procesos. Dicha ley establecerá también un sistema de financiamiento,
transparencia, límite y control del gasto electoral.

Una ley orgánica constitucional contemplará, además, un sistema de registro


electoral, bajo la dirección del Servicio Electoral, al que se incorporarán, por
el solo ministerio de la ley, quienes cumplan los requisitos establecidos por
esta Constitución.

El resguardo del orden público durante los actos electorales y plebiscitarios


corresponderá a las Fuerzas Armadas y Carabineros del modo que indique
la ley.

Capítulo III
De Los Derechos Y Deberes Constitucionales

Artículo 19. La Constitución asegura a todas las personas:

1º. El derecho a la vida y a la integridad física y psíquica de la persona.

La ley protege la vida del que está por nacer.

La pena de muerte sólo podrá establecerse por delito contemplado en ley


aprobada con quórum calificado.

Se prohíbe la aplicación de todo apremio ilegítimo;

415
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2º. La igualdad ante la ley. En Chile no hay persona ni grupo privilegiados. En


Chile no hay esclavos y el que pise su territorio queda libre. Hombres y
mujeres son iguales ante la ley.

Ni la ley ni aut oridad alguna podrán establecer diferencias arbitrarias;

3º. La igual protección de la ley en el ejercicio de sus derechos.

Toda persona tiene derecho a defensa jurídica en la forma que la ley señale y
ninguna autoridad o individuo podrá impedir, restringir o perturbar la debida
intervención del letrado si hubiere sido requerida. Tratándose de los integrantes
de las Fuerzas Armadas y de Orden y Seguridad Pública, este derecho se
regirá, en lo concerniente a lo administrativo y disciplinario, por las normas
pertinentes de sus respectivos estatutos.

La ley arbitrará los medios para otorgar asesoramiento y defensa jurídica a


quienes no puedan procurárselos por sí mismos.

Nadie podrá ser juzgado por comisiones especiales, sino por el tribunal que
señalare la ley y que se hallare establecido por ésta con anterioridad a la
perpetración del hecho.

Toda sentencia de un órgano que ejerza jurisdicción debe fundarse en un proceso


previo legalmente tramitado. Corresponderá al legislador establecer siempre
las garantías de un procedimiento y una investigación racionales y justos.

La ley no podrá presumir de derecho la responsabilidad penal.

Ningún delito se castigará con otra pena que la que señale una ley promulgada
con anterioridad a su perpetración, a menos que una nueva ley favorezca al
afectado.

Ninguna ley podrá establecer penas sin que la conducta que se sanciona esté
expresamente descrita en ella;

4º. El respeto y protección a la vida privada y a la honra de la persona y su


familia;

416
CHILE

5º. La inviolabilidad del hogar y de toda forma de comunicación privada. El


hogar sólo puede allanarse y las comunicaciones y documentos privados
interceptarse, abrirse o registrarse en los casos y formas determinados por la
ley;

6º. La libertad de conciencia, la manifestación de todas las creencias y el


ejercicio libre de todos los cultos que no se opongan a la moral, a las buenas
costumbres o al orden público.

Las confesiones religiosas podrán erigir y conservar templos y sus


dependencias bajo las condiciones de seguridad e higiene fijadas por las leyes
y ordenanzas.

Las iglesias, las confesiones e instituciones religiosas de cualquier culto tendrán


los derechos que otorgan y reconocen, con respecto a los bienes, las leyes
actualmente en vigor. Los templos y sus dependencias, destinados
exclusivamente al servicio de un culto, estarán exentos de toda clase de
contribuciones;

7º. El derecho a la libertad personal y a la seguridad individual.

En consecuencia:

a) Toda persona tiene derecho de residir y permanecer en cualquier lugar de


la República, trasladarse de uno a otro y entrar y salir de su territorio, a
condición de que se guarden las normas establecidas en la ley y salvo siempre
el perjuicio de terceros;

b) Nadie puede ser privado de su libertad personal ni ésta restringida sino en


los casos y en la forma determinados por la Constitución y las leyes;

c) Nadie puede ser arrestado o detenido sino por orden de funcionario


público expresamente facultado por la ley y después de que dicha orden
le sea intimada en forma legal. Sin embargo, podrá ser detenido el que
fuere sorprendido en delito flagrante, con el solo objeto de ser puesto a
disposición del juez competente dentro de las veinticuatro horas
siguientes.

417
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Si la autoridad hiciere arrestar o detener a alguna persona, deberá, dentro


de las cuarenta y ocho horas siguientes, dar aviso al juez competente,
poniendo a su disposición al afectado. El juez podrá, por resolución
fundada, ampliar este plazo hasta por cinco días, y hasta por diez días, en
el caso que se investigaren hechos calificados por la ley como conductas
terroristas;

d) Nadie puede ser arrestado o detenido, sujeto a prisión preventiva o preso,


sino en su casa o en lugares públicos destinados a este objeto.

Los encargados de las prisiones no pueden recibir en ellas a nadie en calidad


de arrestado o detenido, procesado o preso, sin dejar constancia de la orden
correspondiente, emanada de autoridad que tenga facultad legal, en un registro
que será público.

Ninguna incomunicación puede impedir que el funcionario encargado de la


casa de detención visite al arrestado o detenido, procesado o preso, que se
encuentre en ella. Este funcionario está obligado, siempre que el arrestado o
detenido lo requiera, a transmitir al juez competente la copia de la orden de
detención, o a reclamar para que se le dé dicha copia, o a dar él mismo un
certificado de hallarse detenido aquel individuo, si al tiempo de su detención
se hubiere omitido este requisito;

e) La libertad del imputado procederá a menos que la detención o prisión


preventiva sea considerada por el juez como necesaria para las investigaciones
o para la seguridad del ofendido o de la sociedad. La ley establecerá los
requisitos y modalidades para obtenerla.

La apelación de la resolución que se pronuncie sobre la libertad del imputado


por los delitos a que se refiere el artículo 9°, será conocida por el tribunal
superior que corresponda, integrado exclusivamente por miembros titulares.
La resolución que la apruebe u otorgue requerirá ser acordada por unanimidad.
Mientras dure la libertad, el imputado quedará siempre sometido a las medidas
de vigilancia de la autoridad que la ley contemple;

f) En las causas criminales no se podrá obligar al imputado o acusado a que


declare bajo juramento sobre hecho propio; tampoco podrán ser obligados

418
CHILE

a declarar en contra de éste sus ascendientes, descendientes, cónyuge y demás


personas que, según los casos y circunstancias, señale la ley;

g) No podrá imponerse la pena de confiscación de bienes, sin perjuicio del


comiso en los casos establecidos por las leyes; pero dicha pena será
procedente respecto de las asociaciones ilícitas;

h) No podrá aplicarse como sanción la pérdida de los derechos previsionales, e

i) Una vez dictado sobreseimiento definitivo o sentencia absolutoria, el que


hubiere sido sometido a proceso o condenado en cualquier instancia por
resolución que la Corte Suprema declare injustificadamente errónea o arbitraria,
tendrá derecho a ser indemnizado por el Estado de los perjuicios patrimoniales
y morales que haya sufrido. La indemnización será determinada judicialmente
en procedimiento breve y sumario y en él la prueba se apreciará en conciencia;

8º. El derecho a vivir en un medio ambiente libre de contaminación. Es deber


del Estado velar para que este derecho no sea afectado y tutelar la preservación
de la naturaleza.

La ley podrá establecer restricciones específicas al ejercicio de determinados


derechos o libertades para proteger el medio ambiente;

9º. El derecho a la protección de la salud.

El Estado protege el libre e igualitario acceso a las acciones de promoción,


protección y recuperación de la salud y de rehabilitación del individuo.

Le corresponderá, asimismo, la coordinación y control de las acciones


relacionadas con la salud.

Es deber preferente del Estado garantizar la ejecución de las acciones de salud,


sea que se presten a través de instituciones públicas o privadas, en la forma y
condiciones que determine la ley, la que podrá establecer cotizaciones obligatorias.

Cada persona tendrá el derecho a elegir el sistema de salud al que desee


acogerse, sea éste estatal o privado;

419
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

10º. El derecho a la educación.

La educación tiene por objeto el pleno desarrollo de la persona en las distintas


etapas de su vida.

Los padres tienen el derecho preferente y el deber de educar a sus hijos.


Corresponderá al Estado otorgar especial protección al ejercicio de este
derecho.

Para el Estado es obligatorio promover la educación parvularia y garantizar


el acceso gratuito y el financiamiento fiscal al segundo nivel de transición, sin
que éste constituya requisito para el ingreso a la educación básica.

La educación básica y la educación media son obligatorias, debiendo el Estado


financiar un sistema gratuito con tal objeto, destinado a asegurar el acceso a
ellas de toda la población. En el caso de la educación media este sistema, en
conformidad a la ley, se extenderá hasta cumplir los 21 años de edad.

Corresponderá al Estado, asimismo, fomentar el desarrollo de la educación


en todos sus niveles; estimular la investigación científica y tecnológica, la
creación artística y la protección e incremento del patrimonio cultural de la
Nación.

Es deber de la comunidad contribuir al desarrollo y perfeccionamiento de la


educación;

11º. La libertad de enseñanza incluye el derecho de abrir, organizar y mantener


establecimientos educacionales.

La libertad de enseñanza no tiene otras limitaciones que las impuestas por la


moral, las buenas costumbres, el orden público y la seguridad nacional.

La enseñanza reconocida oficialmente no podrá orientarse a propagar


tendencia político partidista alguna.

Los padres tienen el derecho de escoger el establecimiento de enseñanza


para sus hijos.

420
CHILE

Una ley orgánica constitucional establecerá los requisitos mínimos que


deberán exigirse en cada uno de los niveles de la enseñanza básica y media
y señalará las normas objetivas, de general aplicación, que permitan al Estado
velar por su cumplimiento. Dicha ley, del mismo modo, establecerá los
requisitos para el reconocimiento oficial de los establecimientos educacionales
de todo nivel;

12º. La libertad de emitir opinión y la de informar, sin censura previa, en


cualquier forma y por cualquier medio, sin perjuicio de responder de los
delitos y abusos que se cometan en el ejercicio de estas libertades, en
conformidad a la ley, la que deberá ser de quórum calificado.

La ley en ningún caso podrá establecer monopolio estatal sobre los medios
de comunicación social.

Toda persona natural o jurídica ofendida o injustamente aludida por algún


medio de comunicación social, tiene derecho a que su declaración o
rectificación sea gratuitamente difundida, en las condiciones que la ley
determine, por el medio de comunicación social en que esa información
hubiera sido emitida.

Toda persona natural o jurídica tiene el derecho de fundar, editar y mantener


diarios, revistas y periódicos, en las condiciones que señale la ley.

El Estado, aquellas universidades y demás personas o entidades que la


ley determine, podrán establecer, operar y mantener estaciones de
televisión.

Habrá un Consejo Nacional de Televisión, autónomo y con personalidad


jurídica, encargado de velar por el correcto funcionamiento de este medio
de comunicación. Una ley de quórum calificado señalará la organización
y demás funciones y atribuciones del referido Consejo.

La ley regulará un sistema de calificación para la exhibición de la


producción cinematográfica;

13º. El derecho a reunirse pacíficamente sin permiso previo y sin armas.

421
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Las reuniones en las plazas, calles y demás lugares de uso público, se regirán
por las disposiciones generales de policía;

14º. El derecho de presentar peticiones a la autoridad, sobre cualquier asunto


de interés público o privado, sin otra limitación que la de proceder en términos
respetuosos y convenientes;

15º. El derecho de asociarse sin permiso previo.

Para gozar de personalidad jurídica, las asociaciones deberán constituirse en


conformidad a la ley.

Nadie puede ser obligado a pertenecer a una asociación.

Prohíbense las asociaciones contrarias a la moral, al orden público y a la


seguridad del Estado.

Los partidos políticos no podrán intervenir en actividades ajenas a las que les
son propias ni tener privilegio alguno o monopolio de la participación ciudadana;
la nómina de sus militantes se registrará en el servicio electoral del Estado, el
que guardará reserva de la misma, la cual será accesible a los militantes del
respectivo partido; su contabilidad deberá ser pública; las fuentes de su
financiamiento no podrán provenir de dineros, bienes, donaciones, aportes ni
créditos de origen extranjero; sus estatutos deberán contemplar las normas
que aseguren una efectiva democracia interna. Una ley orgánica constitucional
establecerá un sistema de elecciones primarias que podrá ser utilizado por
dichos partidos para la nominación de candidatos a cargos de elección popular,
cuyos resultados serán vinculantes para estas colectividades, salvo las
excepciones que establezca dicha ley. Aquellos que no resulten elegidos en
las elecciones primarias no podrán ser candidatos, en esa elección, al
respectivo cargo. Una ley orgánica constitucional regulará las demás materias
que les conciernan y las sanciones que se aplicarán por el incumplimiento de
sus preceptos, dentro de las cuales podrá considerar su disolución. Las
asociaciones, movimientos, organizaciones o grupos de personas que persigan
o realicen actividades propias de los partidos políticos sin ajustarse a las
normas anteriores son ilícitos y serán sancionados de acuerdo a la referida
ley orgánica constitucional.

422
CHILE

La Constitución Política garantiza el pluralismo político. Son inconstitucionales


los partidos, movimientos u otras formas de organización cuyos objetivos,
actos o conductas no respeten los principios básicos del régimen democrático
y constitucional, procuren el establecimiento de un sistema totalitario, como
asimismo aquellos que hagan uso de la violencia, la propugnen o inciten a ella
como método de acción política. Corresponderá al Tribunal Constitucional
declarar esta inconstitucionalidad.

Sin perjuicio de las demás sanciones establecidas en la Constitución o en la


ley, las personas que hubieren tenido participación en los hechos que motiven
la declaración de inconstitucionalidad a que se refiere el inciso precedente,
no podrán participar en la formación de otros partidos políticos, movimientos
u otras formas de organización política, ni optar a cargos públicos de elección
popular ni desempeñar los cargos que se mencionan en los números 1) a 6)
del artículo 57, por el término de cinco años, contado desde la resolución del
Tribunal. Si a esa fecha las personas referidas estuvieren en posesión de las
funciones o cargos indicados, los perderán de pleno derecho.

Las personas sancionadas en virtud de este precepto no podrán ser objeto


de rehabilitación durante el plazo señalado en el inciso anterior. La duración
de las inhabilidades contempladas en dicho inciso se elevará al doble en caso
de reincidencia;

16º. La libertad de trabajo y su protección.

Toda persona tiene derecho a la libre contratación y a la libre elección del


trabajo con una justa retribución.

Se prohíbe cualquiera discriminación que no se base en la capacidad o


idoneidad personal, sin perjuicio de que la ley pueda exigir la nacionalidad
chilena o límites de edad para determinados casos.

Ninguna clase de trabajo puede ser prohibida, salvo que se oponga a la


moral, a la seguridad o a la salubridad públicas, o que lo exija el interés
nacional y una ley lo declare así. Ninguna ley o disposición de autoridad
pública podrá exigir la afiliación a organización o entidad alguna como requisito
para desarrollar una determinada actividad o trabajo, ni la desafiliación para

423
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

mantenerse en éstos. La ley determinará las profesiones que requieren grado


o título universitario y las condiciones que deben cumplirse para ejercerlas.
Los colegios profesionales constituidos en conformidad a la ley y que digan
relación con tales profesiones, estarán facultados para conocer de las
reclamaciones que se interpongan sobre la conducta ética de sus miembros.
Contra sus resoluciones podrá apelarse ante la Corte de Apelaciones
respectiva. Los profesionales no asociados serán juzgados por los tribunales
especiales establecidos en la ley.

La negociación colectiva con la empresa en que laboren es un derecho de los


trabajadores, salvo los casos en que la ley expresamente no permita negociar.
La ley establecerá las modalidades de la negociación colectiva y los
procedimientos adecuados para lograr en ella una solución justa y pacífica.
La ley señalará los casos en que la negociación colectiva deba someterse a
arbitraje obligatorio, el que corresponderá a tribunales especiales de expertos
cuya organización y atribuciones se establecerán en ella.

No podrán declararse en huelga los funcionarios del Estado ni de las


municipalidades. Tampoco podrán hacerlo las personas que trabajen en
corporaciones o empresas, cualquiera que sea su naturaleza, finalidad o
función, que atiendan servicios de utilidad pública o cuya paralización cause
grave daño a la salud, a la economía del país, al abastecimiento de la población
o a la seguridad nacional. La ley establecerá los procedimientos para determinar
las corporaciones o empresas cuyos trabajadores estarán sometidos a la
prohibición que establece este inciso;

17º. La admisión a todas las funciones y empleos públicos, sin otros requisitos
que los que impongan la Constitución y las leyes;

18º. El derecho a la seguridad social.

Las leyes que regulen el ejercicio de este derecho serán de quórum calificado.

La acción del Estado estará dirigida a garantizar el acceso de todos los


habitantes al goce de prestaciones básicas uniformes, sea que se otorguen a
través de instituciones públicas o privadas. La ley podrá establecer cotizaciones
obligatorias.

424
CHILE

El Estado supervigilará el adecuado ejercicio del derecho a la seguridad social;

19º. El derecho de sindicarse en los casos y forma que señale la ley. La


afiliación sindical será siempre voluntaria.

As organizaciones sindicales gozarán de personalidad jurídica por el solo


hecho de registrar sus estatutos y actas constitutivas en la forma y condiciones
que determine la ley.

La ley contemplará los mecanismos que aseguren la autonomía de estas


organizaciones. Las organizaciones sindicales no podrán intervenir en
actividades político partidistas;

20º. La igual repartición de los tributos en proporción a las rentas o en la


progresión o forma que fije la ley, y la igual repartición de las demás cargas
públicas.

En ningún caso la ley podrá establecer tributos manifiestamente


desproporcionados o injustos.

Los tributos que se recauden, cualquiera que sea su naturaleza, ingresarán al


patrimonio de la Nación y no podrán estar afectos a un destino determinado.

Sin embargo, la ley podrá autorizar que determinados tributos puedan estar
afectados a fines propios de la defensa nacional. Asimismo, podrá autorizar
que los que gravan actividades o bienes que tengan una clara identificación
regional o local puedan ser aplicados, dentro de los marcos que la misma ley
señale, por las autoridades regionales o comunales para el financiamiento de
obras de desarrollo;

21º. El derecho a desarrollar cualquiera actividad económica que no sea


contraria a la moral, al orden público o a la seguridad nacional, respetando
las normas legales que la regulen.

El Estado y sus organismos podrán desarrollar actividades empresariales o


participar en ellas sólo si una ley de quórum calificado los autoriza. En tal
caso, esas actividades estarán sometidas a la legislación común aplicable a

425
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

los particulares, sin perjuicio de las excepciones que por motivos justificados
establezca la ley, la que deberá ser, asimismo, de quórum calificado;

22º. La no discriminación arbitraria en el trato que deben dar el Estado y sus


organismos en materia económica.

Sólo en virtud de una ley, y siempre que no signifique tal discriminación, se


podrán autorizar determinados beneficios directos o indirectos en favor de
algún sector, actividad o zona geográfica, o establecer gravámenes especiales
que afecten a uno u otras. En el caso de las franquicias o beneficios indirectos,
la estimación del costo de éstos deberá incluirse anualmente en la Ley de
Presupuestos;

23º. La libertad para adquirir el dominio de toda clase de bienes, excepto


aquellos que la naturaleza ha hecho comunes a todos los hombres o que
deban pertenecer a la Nación toda y la ley lo declare así. Lo anterior es sin
perjuicio de lo prescrito en otros preceptos de esta Constitución.

Una ley de quórum calificado y cuando así lo exija el interés nacional puede
establecer limitaciones o requisitos para la adquisición del dominio de algunos
bienes;

24º. El derecho de propiedad en sus diversas especies sobre toda clase de


bienes corporales o incorporales.

Sólo la ley puede establecer el modo de adquirir la propiedad, de usar, gozar


y disponer de ella y las limitaciones y obligaciones que deriven de su función
social. Esta comprende cuanto exijan los intereses generales de la Nación, la
seguridad nacional, la utilidad y la salubridad públicas y la conservación del
patrimonio ambiental.

Nadie puede, en caso alguno, ser privado de su propiedad, del bien sobre
que recae o de alguno de los atributos o facultades esenciales del dominio,
sino en virtud de ley general o especial que autorice la expropiación por
causa de utilidad pública o de interés nacional, calificada por el legislador. El
expropiado podrá reclamar de la legalidad del acto expropiatorio ante los
tribunales ordinarios y tendrá siempre derecho a indemnización por el daño

426
CHILE

patrimonial efectivamente causado, la que se fijará de común acuerdo o en


sentencia dictada conforme a derecho por dichos tribunales.

A falta de acuerdo, la indemnización deberá ser pagada en dinero efectivo al


contado.

La toma de posesión material del bien expropiado tendrá lugar previo pago
del total de la indemnización, la que, a falta de acuerdo, será determinada
provisionalmente por peritos en la forma que señale la ley. En caso de reclamo
acerca de la procedencia de la expropiación, el juez podrá, con el mérito de
los antecedentes que se invoquen, decretar la suspensión de la toma de
posesión.

El Estado tiene el dominio absoluto, exclusivo, inalienable e imprescriptible


de todas las minas, comprendiéndose en éstas las covaderas, las arenas
metalíferas, los salares, los depósitos de carbón e hidrocarburos y las demás
sustancias fósiles, con excepción de las arcillas superficiales, no obstante la
propiedad de las personas naturales o jurídicas sobre los terrenos en cuyas
entrañas estuvieren situadas. Los predios superficiales estarán sujetos a las
obligaciones y limitaciones que la ley señale para facilitar la exploración, la
explotación y el beneficio de dichas minas.

Corresponde a la ley determinar qué sustancias de aquellas a que se refiere el


inciso precedente, exceptuados los hidrocarburos líquidos o gaseosos, pueden
ser objeto de concesiones de exploración o de explotación. Dichas concesiones
se constituirán siempre por resolución judicial y tendrán la duración, conferirán
los derechos e impondrán las obligaciones que la ley exprese, la que tendrá el
carácter de orgánica constitucional. La concesión minera obliga al dueño a
desarrollar la actividad necesaria para satisfacer el interés público que justifica
su otorgamiento. Su régimen de amparo será establecido por dicha ley, tenderá
directa o indirectamente a obtener el cumplimiento de esa obligación y
contemplará causales de caducidad para el caso de incumplimiento o de simple
extinción del dominio sobre la concesión. En todo caso dichas causales y sus
efectos deben estar establecidos al momento de otorgarse la concesión.

Será de competencia exclusiva de los tribunales ordinarios de justicia declarar


la extinción de tales concesiones. Las controversias que se produzcan respecto

427
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

de la caducidad o extinción del dominio sobre la concesión serán resueltas


por ellos; y en caso de caducidad, el afectado podrá requerir de la justicia la
declaración de subsistencia de su derecho.

El dominio del titular sobre su concesión minera está protegido por la garantía
constitucional de que trata este número.

La exploración, la explotación o el beneficio de los yacimientos que


contengan sustancias no susceptibles de concesión, podrán ejecutarse
directamente por el Estado o por sus empresas, o por medio de concesiones
administrativas o de contratos especiales de operación, con los requisitos y
bajo las condiciones que el Presidente de la República fije, para cada caso,
por decreto supremo. Esta norma se aplicará también a los yacimientos de
cualquier especie existentes en las aguas marítimas sometidas a la jurisdicción
nacional y a los situados, en todo o en parte, en zonas que, conforme a la
ley, se determinen como de importancia para la seguridad nacional. El
Presidente de la República podrá poner término, en cualquier tiempo, sin
expresión de causa y con la indemnización que corresponda, a las
concesiones administrativas o a los contratos de operación relativos a
explotaciones ubicadas en zonas declaradas de importancia para la
seguridad nacional.

Los derechos de los particulares sobre las aguas, reconocidos o


constituidos en conformidad a la ley, otorgarán a sus titulares la propiedad
sobre ellos;

25º. La libertad de crear y difundir las artes, así como el derecho del autor
sobre sus creaciones intelectuales y artísticas de cualquier especie, por el
tiempo que señale la ley y que no será inferior al de la vida del titular.

El derecho de autor comprende la propiedad de las obras y otros derechos,


como la paternidad, la edición y la integridad de la obra, todo ello en
conformidad a la ley.

Se garantiza, también, la propiedad industrial sobre las patentes de invención,


marcas comerciales, modelos, procesos tecnológicos u otras creaciones
análogas, por el tiempo que establezca la ley.

428
CHILE

Será aplicable a la propiedad de las creaciones intelectuales y artísticas y a la


propiedad industrial lo prescrito en los incisos segundo, tercero, cuarto y
quinto del número anterior, y

26º. La seguridad de que los preceptos legales que por mandato de la


Constitución regulen o complementen las garantías que ésta establece o que
las limiten en los casos en que ella lo autoriza, no podrán afectar los derechos
en su esencia, ni imponer condiciones, tributos o requisitos que impidan su
libre ejercicio.

Artículo 20. El que por causa de actos u omisiones arbitrarios o ilegales


sufra privación, perturbación o amenaza en el legítimo ejercicio de los derechos
y garantías establecidos en el artículo 19, números 1º, 2º, 3º inciso cuarto, 4º,
5º, 6º, 9º inciso final, 11º, 12º, 13º, 15º, 16º en lo relativo a la libertad de
trabajo y al derecho a su libre elección y libre contratación, y a lo establecido
en el inciso cuarto, 19º, 21º, 22º, 23º, 24 °, y 25º podrá ocurrir por sí o por
cualquiera a su nombre, a la Corte de Apelaciones respectiva, la que adoptará
de inmediato las providencias que juzgue necesarias para restablecer el imperio
del derecho y asegurar la debida protección del afectado, sin perjuicio de los
demás derechos que pueda hacer valer ante la autoridad o los tribunales
correspondientes.

Procederá, también, el recurso de protección en el caso del Nº 8º del artículo


19, cuando el derecho a vivir en un medio ambiente libre de contaminación
sea afectado por un acto u omisión ilegal imputable a una autoridad o persona
determinada.

Artículo 21. Todo individuo que se hallare arrestado, detenido o preso con
infracción de lo dispuesto en la Constitución o en las leyes, podrá ocurrir por
sí, o por cualquiera a su nombre, a la magistratura que señale la ley, a fin de
que ésta ordene se guarden las formalidades legales y adopte de inmediato
las providencias que juzgue necesarias para restablecer el imperio del derecho
y asegurar la debida protección del afectado.

Esa magistratura podrá ordenar que el individuo sea traído a su presencia y


su decreto será precisamente obedecido por todos los encargados de las
cárceles o lugares de detención. Instruida de los antecedentes, decretará su

429
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

libertad inmediata o hará que se reparen los defectos legales o pondrá al


individuo a disposición del juez competente, procediendo en todo breve y
sumariamente, y corrigiendo por sí esos defectos o dando cuenta a quien
corresponda para que los corrija.

El mismo recurso, y en igual forma, podrá ser deducido en favor de toda


persona que ilegalmente sufra cualquiera otra privación, perturbación o
amenaza en su derecho a la libertad personal y seguridad individual. La
respectiva magistratura dictará en tal caso las medidas indicadas en los incisos
anteriores que estime conducentes para restablecer el imperio del derecho y
asegurar la debida protección del afectado.

Artículo 22. Todo habitante de la República debe respeto a Chile y a sus


emblemas nacionales.

Los chilenos tienen el deber fundamental de honrar a la patria, de defender su


soberanía y de contribuir a preservar la seguridad nacional y los valores
esenciales de la tradición chilena.

El servicio militar y demás cargas personales que imponga la ley son


obligatorios en los términos y formas que ésta determine.

Los chilenos en estado de cargar armas deberán hallarse inscritos en los


Registros Militares, si no están legalmente exceptuados.

Artículo 23. Los grupos intermedios de la comunidad y sus dirigentes que


hagan mal uso de la autonomía que la Constitución les reconoce, interviniendo
indebidamente en actividades ajenas a sus fines específicos, serán sancionados
en conformidad a la ley. Son incompatibles los cargos directivos superiores
de las organizaciones gremiales con los cargos directivos superiores, nacionales
y regionales, de los partidos políticos.

La ley establecerá las sanciones que corresponda aplicar a los dirigentes


gremiales que intervengan en actividades político partidistas y a los dirigentes
de los partidos políticos, que interfieran en el funcionamiento de las
organizaciones gremiales y demás grupos intermedios que la propia ley
señale.

430
CHILE

Capítulo IV
Gobierno

Presidente de la República

Artículo 24. El gobierno y la administración del Estado corresponden al


Presidente de la República, quien es el Jefe del Estado.

Su autoridad se extiende a todo cuanto tiene por objeto la conservación del


orden público en el interior y la seguridad externa de la República, de acuerdo
con la Constitución y las leyes.

El 21 de mayo de cada año, el Presidente de la República dará cuenta al país


del estado administrativo y político de la Nación ante el Congreso Pleno.

Artículo 25. Para ser elegido Presidente de la República se requiere tener la


nacionalidad chilena de acuerdo a lo dispuesto en los números 1º ó 2º del
artículo 10; tener cumplidos treinta y cinco años de edad y poseer las demás
calidades necesarias para ser ciudadano con derecho a sufragio.

El Presidente de la República durará en el ejercicio de sus funciones por el


término de cuatro años y no podrá ser reelegido para el período siguiente.

El Presidente de la República no podrá salir del territorio nacional por más de


treinta días ni en los últimos noventa días de su período, sin acuerdo del Senado.

En todo caso, el Presidente de la República comunicará con la debida


anticipación al Senado su decisión de ausentarse del territorio y los motivos
que la justifican.

Artículo 26. El Presidente de la República será elegido en votación directa y


por mayoría absoluta de los sufragios válidamente emitidos. La elección se
efectuará conjuntamente con la de parlamentarios, en la forma que determine
la ley orgánica constitucional respectiva, noventa días antes de aquél en que
deba cesar en el cargo el que esté en funciones, si ese día correspondiere a
un domingo. Si así no fuere, ella se realizará el domingo inmediatamente
siguiente.

431
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Si a la elección de Presidente de la República se presentaren más de dos


candidatos y ninguno de ellos obtuviere más de la mitad de los sufragios
válidamente emitidos, se procederá a una segunda votación que se
circunscribirá a los candidatos que hayan obtenido las dos más altas mayorías
relativas y en ella resultará electo aqu él de los candidatos que obtenga el
mayor número de sufragios. Esta nueva votación se verificará, en la forma
que determine la ley, el trigésimo día después de efectuada la primera, si ese
día correspondiere a un domingo. Si así no fuere, ella se realizará el domingo
inmediatamente siguiente al referido trigésimo día.

Para los efectos de lo dispuesto en los dos incisos precedentes, los votos en
blanco y los nulos se considerarán como no emitidos.

En caso de muerte de uno o de ambos candidatos a que se refiere el inciso


segundo, el Presidente de la República convocará a una nueva elección dentro
del plazo de treinta días, contado desde la fecha del deceso. La elección se
celebrará el domingo más cercano al nonagésimo día posterior a la
convocatoria.

Si expirase el mandato del Presidente de la República en ejercicio antes de la


fecha de asunción del Presidente que se elija en conformidad al inciso anterior, se
aplicará, en lo pertinente, la norma contenida en el inciso primero del artículo 28.

Artículo 27. El proceso de calificación de la elección presidencial deberá


quedar concluido dentro de los quince días siguientes a la primera o segunda
votación, según corresponda.

El Tribunal Calificador de Elecciones comunicará de inmediato al Presidente


del Senado la proclamación de Presidente electo que haya efectuado.

El Congreso Pleno, reunido en sesión pública el día en que deba cesar en su


cargo el Presidente en funciones y con los miembros que asistan, tomará
conocimiento de la resolución en virtud de la cual el Tribunal Calificador de
Elecciones proclama al Presidente electo.

En este mismo acto, el Presidente electo prestará ante el Presidente del


Senado, juramento o promesa de desempeñar fielmente el cargo de Presidente

432
CHILE

de la República, conservar la independencia de la Nación, guardar y hacer


guardar la Constitución y las leyes, y de inmediato asumirá sus funciones.

Artículo 28. Si el Presidente electo se hallare impedido para tomar posesión


del cargo, asumirá, mientras tanto, con el título de Vicepresidente de la
República, el Presidente del Senado; a falta de éste, el Presidente de la Cámara
de Diputados, y a falta de éste, el Presidente de la Corte Suprema.

Con todo, si el impedimento del Presidente electo fuere absoluto o debiere


durar indefinidamente, el Vicepresidente, en los diez días siguientes al acuerdo
del Senado adoptado en conformidad al artículo 53 Nº 7º, expedirá las
órdenes convenientes para que se proceda, dentro del plazo de sesenta días,
a nueva elección en la forma prevista por la Constitución y la Ley de
Elecciones. La elección deberá efectuarse en un día domingo. El Presidente
de la República así elegido asumirá sus funciones en la oportunidad que señale
esa ley, y durará en el ejercicio de ellas hasta el día en que le habría
correspondido cesar en el cargo al electo que no pudo asumir y cuyo
impedimento hubiere motivado la nueva elección.

Artículo 29. Si por impedimento temporal, sea por enfermedad, ausencia


del territorio u otro grave motivo, el Presidente de la República no pudiere
ejercer su cargo, le subrogará, con el título de Vicepresidente de la República,
el Ministro titular a quien corresponda de acuerdo con el orden de precedencia
legal. A falta de éste, la subrogación corresponderá al Ministro titular que siga
en ese orden de precedencia y, a falta de todos ellos, le subrogarán
sucesivamente el Presidente del Senado, el Presidente de la Cámara de
Diputados y el Presidente de la Corte Suprema.

En caso de vacancia del cargo de Presidente de la República, se producirá la


subrogación como en las situaciones del inciso anterior, y se procederá a
elegir sucesor en conformidad a las reglas de los incisos siguientes.

Si la vacancia se produjere faltando menos de dos años para la próxima


elección presidencial, el Presidente será elegido por el Congreso Pleno por la
mayoría absoluta de los senadores y diputados en ejercicio. La elección por
el Congreso será hecha dentro de los diez días siguientes a la fecha de la
vacancia y el elegido asumirá su cargo dentro de los treinta días siguientes.

433
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Si la vacancia se produjere faltando dos años o más para la próxima elección


presidencial, el Vicepresidente, dentro de los diez primeros días de su
mandato, convocará a los ciudadanos a elección presidencial para el
sexagésimo día después de la convocatoria, si ese día correspondiere a un
domingo. Si así no fuere, ella se realizará el domingo inmediatamente siguiente.
El Presidente que resulte elegido asumirá su cargo el décimo día después
de su proclamación.

El Presidente elegido conforme a alguno de los incisos precedentes durará en


el cargo hasta completar el período que restaba a quien se reemplace y no
podrá postular como candidato a la elección presidencial siguiente.

Artículo 30. El Presidente cesará en su cargo el mismo día en que se complete


su período y le sucederá el recientemente elegido.

El que haya desempeñado este cargo por el período completo, asumirá,


inmediatamente y de pleno derecho, la dignidad oficial de Ex Presidente de la
República.

En virtud de esta calidad, le serán aplicables las disposiciones de los incisos


segundo, tercero y cuarto del artículo 61 y el artículo 62.

No la alcanzará el ciudadano que llegue a ocupar el cargo de Presidente de la


República por vacancia del mismo ni quien haya sido declarado culpable en
juicio político seguido en su contra.

El Ex Presidente de la República que asuma alguna función remunerada con


fondos públicos, dejará, en tanto la desempeñe, de percibir la dieta,
manteniendo, en todo caso, el fuero. Se exceptúan los empleos docentes y
las funciones o comisiones de igual carácter de la enseñanza superior, media
y especial.

Artículo 31. El Presidente designado por el Congreso Pleno o, en su caso, el


Vicepresidente de la República tendrá todas las atribuciones que esta
Constitución confiere al Presidente de la República.

Artículo 32. Son atribuciones especiales del Presidente de la República:

434
CHILE

1º. Concurrir a la formación de las leyes con arreglo a la Constitución,


sancionarlas y promulgarlas;

2º. Pedir, indicando los motivos, que se cite a sesión a cualquiera de las
ramas del Congreso Nacional. En tal caso, la sesión deberá celebrarse a la
brevedad posible;

3º. Dictar, previa delegación de facultades del Congreso, decretos con fuerza
de ley sobre las materias que señala la Constitución;

4º. Convocar a plebiscito en los casos del artículo 128;

5º. Declarar los estados de excepción constitucional en los casos y formas


que se señalan en esta Constitución;

6º. Ejercer la potestad reglamentaria en todas aquellas materias que no sean


propia s del dominio legal, sin perjuicio de la facultad de dictar los demás
reglamentos, decretos e instrucciones que crea convenientes para la ejecución
de las leyes;

7º. Nombrar y remover a su voluntad a los ministros de Estado, subsecretarios,


intendentes y gobernadores;

8º. Designar a los embajadores y ministros diplomáticos, y a los representantes


ante organismos internacionales. Tanto estos funcionarios como los señalados
en el N° 7° precedente, serán de la confianza exclusiva del Presidente de la
República y se mantendrán en sus puestos mientras cuenten con ella;

9º. Nombrar al Contralor General de la República con acuerdo del Senado;

10º. Nombrar y remover a los funcionarios que la ley denomina como de su


exclusiva confianza y proveer los demás empleos civiles en conformidad a la
ley. La remoción de los demás funcionarios se hará de acuerdo a las
disposiciones que ésta determine;

11º. Conceder jubilaciones, retiros, montepíos y pensiones de gracia, con


arreglo a las leyes;

435
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

12º. Nombrar a los magistrados y fiscales judiciales de las Cortes de


Apelaciones y a los jueces letrados, a proposición de la Corte Suprema y de
las Cortes de Apelaciones, respectivamente; a los miembros del Tribunal
Constitucional que le corresponde designar; y a los magistrados y fiscales
judiciales de la Corte Suprema y al Fiscal Nacional, a proposición de dicha
Corte y con acuerdo del Senado, todo ello conforme a lo prescrito en esta
Constitución;

13º. Velar por la conducta ministerial de los jueces y demás empleados del
Poder Judicial y requerir, con tal objeto, a la Corte Suprema para que, si
procede, declare su mal comportamiento, o al ministerio público, para que
reclame medidas disciplinarias del tribunal competente, o para que, si hubiere
mérito bastante, entable la correspondiente acusación;

14º. Otorgar indultos particulares en los casos y formas que determine la ley.
El indulto será improcedente en tanto no se haya dictado sentencia ejecutoriada
en el respectivo proceso. Los funcionarios acusados por la Cámara de
Diputados y condenados por el Senado, sólo pueden ser indultados por el
Congreso;

15º. Conducir las relaciones políticas con las potencias extranjeras y


organismos internacionales, y llevar a cabo las negociaciones; concluir, firmar
y ratificar los tratados que estime convenientes para los intereses del país, los
que deberán ser sometidos a la aprobación del Congreso conforme a lo
prescrito en el artículo 54 Nº 1º. Las discusiones y deliberaciones sobre
estos objetos serán secretos si el Presidente de la República así lo exigiere;

16º. Designar y remover a los Comandantes en Jefe del Ejército, de la Armada,


de la Fuerza Aérea y al General Director de Carabineros en conformidad al
artículo 104, y disponer los nombramientos, ascensos y retiros de los Oficiales
de las Fuerzas Armadas y de Carabineros en la forma que señala el artículo
105;

17º. Disponer de las fuerzas de aire, mar y tierra, organizarlas y distribuirlas


de acuerdo con las necesidades de la seguridad nacional;

18º. Asumir, en caso de guerra, la jefatura suprema de las Fuerza Armadas;

436
CHILE

19º. Declarar la guerra, previa autorización por ley, debiendo dejar


constancia de haber oído al Consejo de Seguridad Nacional, y

20º. Cuidar de la recaudación de las rentas públicas y decretar su


inversión con arreglo a la ley. El Presidente de la República, con la
firma de todos los Ministros de Estado, podrá decretar pagos no
autorizados por ley, para atender necesidades impostergables
derivadas de calamidades públicas, de agresión exterior, de
conmoción interna, de grave daño o peligro para la seguridad
nacional o del agotamiento de los recursos destinados a mantener
servicios que no puedan paralizarse sin serio perjuicio para el país.
El total de los giros que se hagan con estos objetos no podrá exceder
anualmente del dos por ciento (2%) del monto de los gastos que
autorice la Ley de Presupuestos. Se podrá contratar empleados con
cargo a esta misma ley, pero sin que el ítem respectivo pueda ser
incrementado ni disminuido mediante traspasos. Los Ministros de
Estado o funcionarios que autoricen o den curso a gastos que
contravengan lo dispuesto en este número serán responsables
solidaria y personalmente de su reintegro, y culpables del delito de
malversación de caudales públicos.

Ministros de Estado

Artículo 33. Los Ministros de Estado son los colaboradores directos


e inmediatos del Presidente de la República en el gobierno y
administración del Estado.

La ley determinara el número y organización de los Ministerios, como


también el orden de precedencia de los Ministros titulares.

El Presidente de la República podrá encomendar a uno o más Ministros


la coordinación de la labor que corresponde a los Secretarios de
Estado y las relaciones del Gobierno con el Congreso Nacional.

Artículo 34. Para ser nombrado Ministro se requiere ser chileno,


tener cumplidos veintiún años de edad y reunir los requisitos
generales para el ingreso a la Administración Pública.

437
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

En los casos de ausencia, impedimento o renuncia de un Ministro, o cuando


por otra causa se produzca la vacancia del cargo, será reemplazado en la
forma que establezca la ley.

Artículo 35. Los reglamentos y decretos del Presidente de la República


deberán firmarse por el Ministro respectivo y no serán obedecidos sin este
esencial requisito.

Los decretos e instrucciones podrán expedirse con la sola firma del Ministro
respectivo, por orden del Presidente de la República, en conformidad a las
normas que al efecto establezca la ley.

Artículo 36. Los Ministros serán responsables individualmente de los actos


que firmaren y solidariamente de los que suscribieren o acordaren con los
otros Ministros.

Artículo 37. Los Ministros podrán, cuando lo estimaren conveniente,


asistir a las sesiones de la Cámara de Diputados o del Senado, y tomar
parte en sus debates, con preferencia para hacer uso de la palabra, pero
sin derecho a voto. Durante la votación podrán, sin embargo, rectificar
los conceptos emitidos por cualquier diputado o senador al fundamentar
su voto.

Sin perjuicio de lo anterior, los Ministros deberán concurrir personalmente a


las sesiones especiales que la Cámara de Diputados o el Senado convoquen
para informarse sobre asuntos que, perteneciendo al ámbito de atribuciones
de las correspondientes Secretarías de Estado, acuerden tratar.

Artículo 37 bis. A los Ministros les serán aplicables las incompatibilidades


establecidas en el inciso primero del artículo 58. Por el solo hecho de aceptar
el nombramiento, el Ministro cesará en el cargo, empleo, función o comisión
incompatible que desempeñe. Durante el ejercicio de su cargo, los Ministros
estarán sujetos a la prohibición de celebrar o caucionar contratos con el
Estado, actuar como abogados o mandatarios en cualquier clase de juicio o
como procurador o agente en gestiones particulares de carácter administrativo,
ser director de bancos o de alguna sociedad anónima y ejercer cargos de
similar importancia en estas actividades.

438
CHILE

Bases generales de la Administración del Estado

Artículo 38. Una ley orgánica constitucional determinará la organización


básica de la Administración Pública, garantizará la carrera funcionaria y los
principios de carácter técnico y profesional en que deba fundarse, y asegurará
tanto la igualdad de oportunidades de ingreso a ella como la capacitación y el
perfeccionamiento de sus integrantes.

Cualquier persona que sea lesionada en sus derechos por la Administración


del Estado, de sus organismos o de las municipalidades, podrá reclamar ante
los tribunales que determine la ley, sin perjuicio de la responsabilidad que
pudiere afectar al funcionario que hubiere causado el daño.

Estados de excepción constitucional

Artículo 39. El ejercicio de los derechos y garantías que la Constitución


asegura a todas las personas sólo puede ser afectado bajo las siguientes
situaciones de excepción: guerra externa o interna, conmoción interior,
emergencia y calamidad pública, cuando afecten gravemente el normal
desenvolvimiento de las instituciones del Estado.

Artículo 40. El estado de asamblea, en caso de guerra exterior, y el estado


de sitio, en caso de guerra interna o grave conmoción interior, lo declarará el
Presidente de la República, con acuerdo del Congreso Nacional. La
declaración deberá determinar las zonas afectadas por el estado de excepción
correspondiente.

El Congreso Nacional, dentro del plazo de cinco días contado desde la fecha
en que el Presidente de la República someta la declaración de estado de
asamblea o de sitio a su consideración, deberá pronunciarse aceptando o
rechazando la proposición, sin que pueda introducirle modificaciones. Si el
Congreso no se pronunciara dentro de dicho plazo, se entenderá que aprueba
la proposición del Presidente.

Sin embargo, el Presidente de la República podrá aplicar el estado de asamblea


o de sitio de inmediato mientras el Congreso se pronuncia sobre la declaración,
pero en este último estado sólo podrá restringir el ejercicio del derecho de

439
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

reunión. Las medidas que adopte el Presidente de la República en tanto no se


reúna el Congreso Nacional, podrán ser objeto de revisión por los tribunales
de justicia, sin que sea aplicable, entre tanto, lo dispuesto en el artículo 45.

La declaración de estado de sitio sólo podrá hacerse por un plazo de quince


días, sin perjuicio de que el Presidente de la República solicite su prórroga. El
estado de asamblea mantendrá su vigencia por el tiempo que se extienda la
situación de guerra exterior, salvo que el Presidente de la República disponga
su suspensión con anterioridad.

Artículo 41. El estado de catástrofe, en caso de calamidad pública, lo


declarará el Presidente de la República, determinando la zona afectada por la
misma.

El Presidente de la República estará obligado a informar al Congreso Nacional


de las medidas adoptadas en virtud del estado de catástrofe. El Congreso
Nacional podrá dejar sin efecto la declaración transcurridos ciento ochenta
días desde ésta si las razones que la motivaron hubieran cesado en forma
absoluta. Con todo, el Presidente de la República sólo podrá declarar el
estado de catástrofe por un período superior a un año con acuerdo del
Congreso Nacional. El referido acuerdo se tramitará en la forma establecida
en el inciso segundo del artículo 40.

Declarado el estado de catástrofe, las zonas respectivas quedarán bajo la


dependencia inmediata del Jefe de la Defensa Nacional que designe el
Presidente de la República. Este asumirá la dirección y supervigilancia de su
jurisdicción con las atribuciones y deberes que la ley señale.

Artículo 42. El estado de emergencia, en caso de grave alteración del orden


público o de grave daño para la seguridad de la Nación, lo declarará el
Presidente de la República, determinando las zonas afectadas por dichas
circunstancias. El estado de emergencia no podrá extenderse por más de
quince días, sin perjuicio de que el Presidente de la República pueda
prorrogarlo por igual período. Sin embargo, para sucesivas prórrogas, el
Presidente requerirá siempre del acuerdo del Congreso Nacional. El referido
acuerdo se tramitará en la forma establecida en el inciso segundo del artículo
40.

440
CHILE

Declarado el estado de emergencia, las zonas respectivas quedarán bajo la


dependencia inmediata del Jefe de la Defensa Nacional que designe el
Presidente de la República. Este asumirá la dirección y supervigilancia de su
jurisdicción con las atribuciones y deberes que la ley señale.

El Presidente de la República estará obligado a informar al Congreso Nacional


de las medidas adoptadas en virtud del estado de emergencia.

Artículo 43. Por la declaración del estado de asamblea, el Presidente de la


República queda facultado para suspender o restringir la libertad personal, el
derecho de reunión y la libertad de trabajo. Podrá, también, restringir el
ejercicio del derecho de asociación, interceptar, abrir o registrar documentos
y toda clase de comunicaciones, disponer requisiciones de bienes y establecer
limitaciones al ejercicio del derecho de propiedad.

Por la declaración de estado de sitio, el Presidente de la República podrá


restringir la libertad de locomoción y arrestar a las personas en sus propias
moradas o en lugares que la ley determine y que no sean cárceles ni estén
destinados a la detención o prisión de reos comunes. Podrá, además,
suspender o restringir el ejercicio del derecho de reunión.

Por la declaración del estado de catástrofe, el Presidente de la República


podrá restringir las libertades de locomoción y de reunión. Podrá, asimismo,
disponer requisiciones de bienes, establecer limitaciones al ejercicio del
derecho de propiedad y adoptar todas las medidas extraordinarias de carácter
administrativo que sean necesarias para el pronto restablecimiento de la
normalidad en la zona afectada.

Por la declaración del estado de emergencia, el Presidente de la República


podrá restringir las libertades de locomoción y de reunión.

Artículo 44. Una ley orgánica constitucional regulará los estados de excepción,
así como su declaración y la aplicación de las medidas legales y administrativas
que procediera adoptar bajo aquéllos. Dicha ley contemplará lo estrictamente
necesario para el pronto restablecimiento de la normalidad constitucional y
no podrá afectar las competencias y el funcionamiento de los órganos
constitucionales ni los derechos e inmunidades de sus respectivos titulares.

441
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Las medidas que se adopten durante los estados de excepción no podrán,


bajo ninguna circunstancia, prolongarse más allá de la vigencia de los
mismos.

Artículo 45. Los tribunales de justicia no podrán calificar los fundamentos ni


las circunstancias de hecho invocados por la autoridad para decretar los
estados de excepción, sin perjuicio de lo dispuesto en el artículo 39. No
obstante, respecto de las medidas particulares que afecten derechos
constitucionales, siempre existirá la garantía de recurrir ante las autoridades
judiciales a través de los recursos que corresponda.

Las requisiciones que se practiquen darán lugar a indemnizaciones en


conformidad a la ley. También darán derecho a indemnización las limitaciones
que se impongan al derecho de propiedad cuando importen privación de
alguno de sus atributos o facultades esenciales y con ello se cause daño.

Capítulo V
Congreso Nacional

Artículo 46. El Congreso Nacional se compone de dos ramas: la Cámara de


Diputados y el Senado. Ambas concurren a la formación de las leyes en
conformidad a esta Constitución y tienen las demás atribuciones que ella
establece.

Composición y generación de la Cámara de Diputados y del Senado

Artículo 47. La Cámara de Diputados está integrada por 120 miembros


elegidos en votación directa por los distritos electorales que establezca la ley
orgánica constitucional respectiva.

La Cámara de Diputados se renovará en su totalidad cada cuatro años.

Artículo 48. Para ser elegido diputado se requiere ser ciudadano con derecho
a sufragio, tener cumplidos veintiún años de edad, haber cursado la enseñanza
media o equivalente, y tener residencia en la región a que pertenezca el distrito
electoral correspondiente durante un plazo no inferior a dos años, contado
hacia atrás desde el día de la elección.

442
CHILE

Artículo 49. El Senado se compone de miembros elegidos en votación directa


por circunscripciones senatoriales, en consideración a las regiones del país,
cada una de las cuales constituirá, a lo menos, una circunscripción. La ley
orgánica constitucional respectiva determinará el número de Senadores, las
circunscripciones senatoriales y la forma de su elección.

Los senadores durarán ocho años en su cargo y se renovarán alternadamente


cada cuatro años, en la forma que determine la ley orgánica constitucional
respectiva.

Artículo 50. Para ser elegido senador se requiere ser ciudadano con derecho
a sufragio, haber cursado la enseñanza media o equivalente y tener cumplidos
treinta y cinco años de edad el día de la elección.

Artículo 51. Se entenderá que los diputados tienen, por el solo ministerio de
la ley, su residencia en la región correspondiente, mientras se encuentren en
ejercicio de su cargo.

Las elecciones de diputados y de senadores se efectuarán conjuntamente.


Los parlamentarios podrán ser reelegidos en sus cargos.

Las vacantes de diputados y las de senadores se proveerán con el ciudadano


que señale el partido político al que pertenecía el parlamentario que produjo
la vacante al momento de ser elegido.

Los parlamentarios elegidos como independientes no serán reemplazados.

Los parlamentarios elegidos como independientes que hubieren postulado


integrando lista en conjunto con uno o más partidos políticos, serán
reemplazados por el ciudadano que señale el partido indicado por el respectivo
parlamentario al momento de presentar su declaración de candidatura.

El reemplazante deberá reunir los requisitos para ser elegido diputado o


senador, según el caso. Con todo, un diputado podrá ser nominado para
ocupar el puesto de un senador, debiendo aplicarse, en ese caso, las normas
de los incisos anteriores para llenar la vacante que deja el diputado, quien al
asumir su nuevo cargo cesará en el que ejercía.

443
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

El nuevo diputado o senador ejercerá sus funciones por el término que faltaba
a quien originó la vacante.

En ningún caso procederán elecciones complementarias.

Atribuciones exclusivas de la Cámara de Diputados

Artículo 52. Son atribuciones exclusivas de la Cámara de Diputados:

1) Fiscalizar los actos del Gobierno. Para ejercer esta atribución la Cámara puede:

a) Adoptar acuerdos o sugerir observaciones, con el voto de la mayoría de


los diputados presentes, los que se transmitirán por escrito al Presidente de la
República, quien deberá dar respuesta fundada por medio del Ministro de
Estado que corresponda, dentro de treinta días.

Sin perjuicio de lo anterior, cualquier diputado, con el voto favorable de un


tercio de los miembros presentes de la Cámara, podrá solicitar determinados
antecedentes al Gobierno. El Presidente de la República contestará
fundadamente por intermedio del Ministro de Estado que corresponda, dentro
del mismo plazo señalado en el párrafo anterior.

En ningún caso los acuerdos, observaciones o solicitudes de antecedentes


afectarán la responsabilidad política de los Ministros de Estado;

b) Citar a un Ministro de Estado, a petición de a lo menos un tercio de los


diputados en ejercicio, a fin de formularle preguntas en relación con materias
vinculadas al ejercicio de su cargo. Con todo, un mismo Ministro no podrá
ser citado para este efecto más de tres veces dentro de un año calendario, sin
previo acuerdo de la mayoría absoluta de los diputados en ejercicio.

La asistencia del Ministro será obligatoria y deberá responder a las preguntas


y consultas que motiven su citación, y

c) Crear comisiones especiales investigadoras a petición de a lo menos dos


quintos de los diputados en ejercicio, con el objeto de reunir informaciones
relativas a determinados actos del Gobierno.

444
CHILE

Las comisiones investigadoras, a petición de un tercio de sus miembros,


podrán despachar citaciones y solicitar antecedentes. Los Ministros de
Estado, los demás funcionarios de la Administración y el personal de las
empresas del Estado o de aquéllas en que éste tenga participación
mayoritaria, que sean citados por estas comisiones, estarán obligados a
comparecer y a suministrar los antecedentes y las informaciones que se les
soliciten.

No obstante, los Ministros de Estado no podrán ser citados más de tres


veces a una misma comisión investigadora, sin previo acuerdo de la mayoría
absoluta de sus miembros.

La ley orgánica constitucional del Congreso Nacional regulará el


funcionamiento y las atribuciones de las comisiones investigadoras y la forma
de proteger los derechos de las personas citadas o mencionadas en ellas.

2) Declarar si han o no lugar las acusaciones que no menos de diez ni más de


veinte de sus miembros formulen en contra de las siguientes personas:

a) Del Presidente de la República, por actos de su administración que hayan


comprometido gravemente el honor o la seguridad de la Nación, o infringido
abiertamente la Constitución o las leyes. Esta acusación podrá interponerse
mientras el Presidente esté en funciones y en los seis meses siguientes a su
expiración en el cargo. Durante este último tiempo no podrá ausentarse de la
República sin acuerdo de la Cámara;

b) De los Ministros de Estado, por haber comprometido gravemente el honor


o la seguridad de la Nación, por infringir la Constitución o las leyes o haber
dejado éstas sin ejecución, y por los delitos de traición, concusión,
malversación de fondos públicos y soborno;

c) De los magistrados de los tribunales superiores de justicia y del Contralor


General de la República, por notable abandono de sus deberes;

d) De los generales o almirantes de las instituciones pertenecientes a las Fuerzas


de la Defensa Nacional, por haber comprometido gravemente el honor o la
seguridad de la Nación, y

445
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

e) De los intendentes, gobernadores y de la autoridad que ejerza el Gobierno


en los territorios especiales a que se refiere el artículo 126 bis, por infracción
de la Constitución y por los delitos de traición, sedición, malversación de
fondos públicos y concusión.

La acusación se tramitará en conformidad a la ley orgánica constitucional


relativa al Congreso.

Las acusaciones referidas en las letras b), c), d) y e) podrán interponerse


mientras el afectado esté en funciones o en los tres meses siguientes a la
expiración en su cargo. Interpuesta la acusación, el afectado no podrá
ausentarse del país sin permiso de la Cámara y no podrá hacerlo en caso
alguno si la acusación ya estuviere aprobada por ella.

Para declarar que ha lugar la acusación en contra del Presidente de la República


se necesitará el voto de la mayoría de los diputados en ejercicio.

En los demás casos se requerirá el de la mayoría de los diputados presentes


y el acusado quedará suspendido en sus funciones desde el momento en que
la Cámara declare que ha lugar la acusación. La suspensión cesará si el Senado
desestimare la acusación o si no se pronunciare dentro de los treinta días
siguientes.

Atribuciones exclusivas del Senado

Artículo 53. Son atribuciones exclusivas del Senado:

1) Conocer de las acusaciones que la Cámara de Diputados entable con


arreglo al artículo anterior.

El Senado resolverá como jurado y se limitará a declarar si el acusado es o


no culpable del delito, infracción o abuso de poder que se le imputa.

La declaración de culpabilidad deberá ser pronunciada por los dos tercios


de los senadores en ejercicio cuando se trate de una acusación en contra del
Presidente de la República, y por la mayoría de los senadores en ejercicio en
los demás casos.

446
CHILE

Por la declaración de culpabilidad queda el acusado destituido de su cargo, y


no podrá desempeñar ninguna función pública, sea o no de elección popular,
por el término de cinco años.

El funcionario declarado culpable será juzgado de acuerdo a las leyes por el


tribunal competente, tanto para la aplicación de la pena señalada al delito, si
lo hubiere, cuanto para hacer efectiva la responsabilidad civil por los daños y
perjuicios causados al Estado o a particulares;

2) Decidir si ha o no lugar la admisión de las acciones judiciales que cualquier


persona pretenda iniciar en contra de algún Ministro de Estado, con motivo
de los perjuicios que pueda haber sufrido injustamente por acto de éste en el
desempeño de su cargo;

3) Conocer de las contiendas de competencia que se susciten entre las


autoridades políticas o administrativas y los tribunales superiores de justicia;

4) Otorgar la rehabilitación de la ciudadanía en el caso del artículo 17, nú


mero 3° de esta Constitución;

5) Prestar o negar su consentimiento a los actos del Presidente de la República,


en los casos en que la Constitución o la ley lo requieran.

Si el Senado no se pronunciare dentro de treinta días después de pedida la


urgencia por el Presidente de la República, se tendrá por otorgado su
asentimiento;

6) Otorgar su acuerdo para que el Presidente de la República pueda


ausentarse del país por más de treinta días o en los últimos noventa días de
su período;

7) Declarar la inhabilidad del Presidente de la República o del Presidente


electo cuando un impedimento físico o mental lo inhabilite para el ejercicio de
sus funciones; y declarar asimismo, cuando el Presidente de la República
haga dimisión de su cargo, si los motivos que la originan son o no fundados y,
en consecuencia, admitirla o desecharla. En ambos casos deberá oír
previamente al Tribunal Constitucional;

447
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

8) Aprobar, por la mayoría de sus miembros en ejercicio, la declaración del


Tribunal Constitucional a que se refiere la segunda parte del Nº 10º del artículo
93;

9) Aprobar, en sesión especialmente convocada al efecto y con el voto conforme


de los dos tercios de los senadores en ejercicio, la designación de los ministros
y fiscales judiciales de la Corte Suprema y del Fiscal Nacional, y

10) Dar su dictamen al Presidente de la República en los casos en que éste lo


solicite.

El Senado, sus comisiones y sus demás órganos, incluidos los comités


parlamentarios si los hubiere, no podrán fiscalizar los actos del G obierno ni
de las entidades que de él dependan, ni adoptar acuerdos que impliquen
fiscalización.

Atribuciones exclusivas del Congreso

Artículo 54. Son atribuciones del Congreso:

1) Aprobar o desechar los tratados internacionales que le presentare el


Presidente de la República antes de su ratificación. La aprobación de un
tratado requerirá, en cada Cámara, de los quórum que corresponda, en
conformidad al artículo 66, y se someterá, en lo pertinente, a los trámites de
una ley.

El Presidente de la República informará al Congreso sobre el contenido y el


alcance del tratado, así como de las reservas que pretenda confirmar o
formularle.

El Congreso podrá sugerir la formulación de reservas y declaraciones


interpretativas a un tratado internacional, en el curso del trámite de su
aprobación, siempre que ellas procedan de conformidad a lo previsto en el
propio tratado o en las normas generales de derecho internacional.

Las medidas que el Presidente de la República adopte o los acuerdos que


celebre para el cumplimiento de un tratado en vigor no requerirán de nueva

448
CHILE

aprobación del Congreso, a menos que se trate de materias propias de ley.


No requerirán de aprobación del Congreso los tratados celebrados por el
Presidente de la República en el ejercicio de su potestad reglamentaria.

Las disposiciones de un tratado sólo podrán ser derogadas, modificadas o


suspendidas en la forma prevista en los propios tratados o de acuerdo a las
normas generales de derecho internacional.

Corresponde al Presidente de la República la facultad exclusiva para denunciar


un tratado o retirarse de él, para lo cual pedirá la opinión de ambas Cámaras
del Congreso, en el caso de tratados que hayan sido aprobados por éste.
Una vez que la denuncia o el retiro produzca sus efectos en conformidad a lo
establecido en el tratado internacional, éste dejará de tener efecto en el orden
jurídico chileno.

En el caso de la denuncia o el retiro de un tratado que fue aprobado por el


Congreso, el Presidente de la República deberá informar de ello a éste dentro
de los quince días de efectuada la denuncia o el retiro.

El retiro de una reserva que haya formulado el Presidente de la República


y que tuvo en consideración el Congreso Nacional al momento de aprobar
un tratado, requerirá previo acuerdo de éste, de conformidad a lo
establecido en la ley orgánica constitucional respectiva. El Congreso
Nacional deberá pronunciarse dentro del plazo de treinta días contados
desde la recepción del oficio en que se solicita el acuerdo pertinente. Si
no se pronunciare dentro de este término, se tendrá por aprobado el
retiro de la reserva.

De conformidad a lo establecido en la ley, deberá darse debida publicidad a


hechos que digan relación con el tratado internacional, tales como su entrada
en vigor, la formulación y retiro de reservas, las declaraciones interpretativas,
las objeciones a una reserva y su retiro, la denuncia del tratado, el retiro, la
suspensión, la terminación y la nulidad del mismo.

En el mismo acuerdo aprobatorio de un tratado podrá el Congreso autorizar


al Presidente de la República a fin de que, durante la vigencia de aquél, dicte
las disposiciones con fuerza de ley que estime necesarias para su cabal

449
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

cumplimiento, siendo en tal caso aplicable lo dispuesto en los incisos segundo


y siguientes del artículo 64, y

2) Pronunciarse, cuando corresponda, respecto de los estados de excepción


constitucional, en la forma prescrita por el inciso segundo del artículo 40.

Funcionamiento del Congreso

Artículo 55. El Congreso Nacional se instalará e iniciará su período de sesiones


en la forma que determine su ley orgánica constitucional.

En todo caso, se entenderá siempre convocado de pleno derecho para


conocer de la declaración de estados de excepción constitucional.

La ley orgánica constitucional señalada en el inciso primero, regulará la


tramitación de las acusaciones constitucionales, la calificación de las urgencias
conforme lo señalado en el artículo 74 y todo lo relacionado con la tramitación
interna de la ley.

Artículo 56. La Cámara de Diputados y el Senado no podrán entrar en


sesión ni adoptar acuerdos sin la concurrencia de la tercera parte de sus
miembros en ejercicio.

Cada una de las Cámaras establecerá en su propio reglamento la clausura del


debate por simple mayoría.

Normas comunes para los diputados y senadores

Artículo 57. No pueden ser candidatos a diputados ni a senadores:


1) Los Ministros de Estado;

2) Los intendentes, los gobernadores, los alcaldes, los consejeros regionales,


los concejales y los subsecretarios;

3) Los miembros del Consejo del Banco Central;

4) Los magistrados de los tribunales superiores de justicia y los jueces de letras;

450
CHILE

5) Los miembros del Tribunal Constitucional, del Tribunal Calificador de


Elecciones y de los tribunales electorales regionales;

6) El Contralor General de la República;

7) Las personas que desempeñan un cargo directivo de naturaleza gremial o


vecinal;

8) Las personas naturales y los gerentes o administradores de personas


jurídicas que celebren o caucionen contratos con el Estado;

9) El Fiscal Nacional, los fiscales regionales y los fiscales adjuntos del


Ministerio Público, y

10) Los Comandantes en Jefe del Ejército, de la Armada y de la Fuerza


Aérea, el General Director de Carabineros, el Director General de la Policía
de Investigaciones y los oficiales pertenecientes a las Fuerzas Armadas y a
las Fuerzas de Orden y Seguridad Pública.

Las inhabilidades establecidas en este artículo serán aplicables a quienes


hubieren tenido las calidades o cargos antes mencionados dentro del año
inmediatamente anterior a la elección; excepto respecto de las personas
mencionadas en los números 7) y 8), las que no deberán reunir esas
condiciones al momento de inscribir su candidatura y de las indicadas en
el número 9), respecto de las cuales el plazo de la inhabilidad será de los
dos años inmediatamente anteriores a la elección. Si no fueren elegidos
en una elección no podrán volver al mismo cargo ni ser designados para
cargos análogos a los que desempeñaron hasta un año después del acto
electoral.

Artículo 58. Los cargos de diputados y senadores son incompatibles entre sí


y con todo empleo o comisión retribuidos con fondos del Fisco, de las
municipalidades, de las entidades fiscales autónomas, semifiscales o de las
empresas del Estado o en las que el Fisco tenga intervención por aportes de
capital, y con toda otra función o comisión de la misma naturaleza. Se
exceptúan los empleos docentes y las funciones o comisiones de igual carácter
de la enseñanza superior, media y especial.

451
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Asimismo, los cargos de diputados y senadores son incompatibles con las


funciones de directores o consejeros, aun cuando sean ad honorem, en las
entidades fiscales autónomas, semifiscales o en las empresas estatales, o en
las que el Estado tenga participación por aporte de capital.

Por el solo hecho de su proclamación por el Tribunal Calificador de Elecciones,


el diputado o senador cesará en el otro cargo, empleo o comisión incompatible
que desempeñe.

Artículo 59. Ningún diputado o senador, desde el momento de su


proclamación por el Tribunal Calificador de Elecciones puede ser nombrado
para un empleo, función o comisión de los referidos en el artículo anterior.

Esta disposición no rige en caso de guerra exterior; ni se aplica a los cargos


de Presidente de la República, Ministro de Estado y agente diplomático;
pero sólo los cargos conferidos en estado de guerra son compatibles con las
funciones de diputado o senador.

Artículo 60. Cesará en el cargo el diputado o senador que se ausentare del


país por más de treinta días sin permiso de la Cámara a que pertenezca o, en
receso de ella, de su Presidente.

Cesará en el cargo el diputado o senador que durante su ejercicio celebrare


o caucionare contratos con el Estado, o el que actuare como procurador o
agente en gestiones particulares de carácter administrativo, en la provisión de
empleos públicos, consejerías, funciones o comisiones de similar naturaleza.
En la misma sanción incurrirá el que acepte ser director de banco o de alguna
sociedad anónima, o ejercer cargos de similar importancia en estas actividades.

La inhabilidad a que se refiere el inciso anterior tendrá lugar sea que el diputado
o senador actúe por sí o por interpósita persona, natural o jurídica, o por
medio de una sociedad de personas de la que forme parte.

Cesará en su cargo el diputado o senador que actúe como abogado o


mandatario en cualquier clase de juicio, que ejercite cualquier influencia ante
las autoridades administrativas o judiciales en favor o representación del
empleador o de los trabajadores en negociaciones o conflictos laborales,

452
CHILE

sean del sector público o privado, o que intervengan en ellos ante cualquiera
de las partes. Igual sanción se aplicará al parlamentario que actúe o intervenga
en actividades estudiantiles, cualquiera que sea la rama de la enseñanza, con
el objeto de atentar contra su normal desenvolvimiento.

Sin perjuicio de lo dispuesto en el inciso séptimo del número 15º del artículo
19, cesará, asimismo, en sus funciones el diputado o senador que de palabra
o por escrito incite a la alteración del orden público o propicie el cambio del
orden jurídico institucional por medios distintos de los que establece esta
Constitución, o que comprometa gravemente la seguridad o el honor de la
Nación.

Quien perdiere el cargo de diputado o senador por cualquiera de las causales


señaladas precedentemente no podrá optar a ninguna función o empleo
público, sea o no de elección popular, por el término de dos años, salvo los
casos del inciso séptimo del número 15º del artículo 19, en los cuales se
aplicarán las sanciones allí contempladas.

Cesará, asimismo, en sus funciones el diputado o senador que, durante su


ejercicio, pierda algún requisito general de elegibilidad o incurra en alguna de
las causales de inhabilidad a que se refiere el artículo 57, sin perjuicio de la
excepción contemplada en el inciso segundo del artículo 59 respecto de los
Ministros de Estado.

Los diputados y senadores podrán renunciar a sus cargos cuando les afecte
una enfermedad grave que les impida desempeñarlos y así lo califique el Tribunal
Constitucional.

Artículo 61. Los diputados y senadores sólo son inviolables por las opiniones
que manifiesten y los votos que emitan en el desempeño de sus cargos, en
sesiones de sala o de comisión.

Ningún diputado o senador, desde el día de su elección o desde su juramento,


según el caso, puede ser acusado o privado de su libertad, salvo el caso de
delito flagrante, si el Tribunal de Alzada de la jurisdicción respectiva, en pleno,
no autoriza previamente la acusación declarando haber lugar a formación de
causa. De esta resolución podrá apelarse para ante la Corte Suprema.

453
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

En caso de ser arrestado algún diputado o senador por delito flagrante, será
puesto inmediatamente a disposición del Tribunal de Alzada respectivo, con
la información sumaria correspondiente. El Tribunal procederá, entonces,
conforme a lo dispuesto en el inciso anterior.

Desde el momento en que se declare, por resolución firme, haber lugar a


formación de causa, queda el diputado o senador imputado suspendido de
su cargo y sujeto al juez competente.

Artículo 62. Los diputados y senadores percibirán como única renta una
dieta equivalente a la remuneración de un Ministro de Estado incluidas todas
las asignaciones que a éstos correspondan.

Materias de Ley

Artículo 63. Sólo son materias de ley:

1) Las que en virtud de la Constitución deben ser objeto de leyes orgánicas


constitucionales;

2) Las que la Constitución exija que sean reguladas por una ley;

3) Las que son objeto de codificación, sea civil, comercial, procesal, penal u
otra;

4) Las materias básicas relativas al régimen jurídico laboral, sindical, previsional


y de seguridad social;

5) Las que regulen honores públicos a los grandes servidores;

6) Las que modifiquen la forma o características de los emblemas nacionales;

7) Las que autoricen al Estado, a sus organismos y a las municipalidades,


para contratar empréstitos, los que deberán estar destinados a financiar
proyectos específicos. La ley deberá indicar las fuentes de recursos con cargo
a los cuales deba hacerse el servicio de la deuda. Sin embargo, se requerirá
de una ley de quórum calificado para autorizar la contratación de aquellos

454
CHILE

empréstitos cuyo vencimiento exceda del término de duración del respectivo


período presidencial.

Lo dispuesto en este número no se aplicará al Banco Central;

8) Las que autoricen la celebración de cualquier clase de operaciones que


puedan comprometer en forma directa o indirecta el crédito o la
responsabilidad financiera del Estado, sus organismos y de las municipalidades.

Esta disposición no se aplicará al Banco Central;

9) Las que fijen las normas con arreglo a las cuales las empresas del Estado y
aquellas en que éste tenga participación puedan contratar empréstitos, los que
en ningún caso, podrán efectuarse con el Estado, sus organismos o empresas;

10) Las que fijen las normas sobre enajenación de bienes del Estado o de las
municipalidades y sobre su arrendamiento o concesión;

11) Las que establezcan o modifiquen la división política y administrativa del país;

12) Las que señalen el valor, tipo y denominación de las monedas y el sistema
de pesos y medidas;

13) Las que fijen las fuerzas de aire, mar y tierra que han de mantenerse en
pie en tiempo de paz o de guerra, y las normas para permitir la entrada de
tropas extranjeras en el territorio de la República, como, asimismo, la salida
de tropas nacionales fuera de él;

14) Las demás que la Constitución señale como leyes de iniciativa exclusiva
del Presidente de la República;

15) Las que autoricen la declaración de guerra, a propuesta del Presidente


de la República;

16) Las que concedan indultos generales y amnistías y las que fijen las normas
generales con arreglo a las cuales debe ejercerse la facultad del Presidente
de la República para conceder indultos particulares y pensiones de gracia.

455
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Las leyes que concedan indultos generales y amnistías requerirán siempre de


quórum calificado. No obstante, este quórum será de las dos terceras partes
de los diputados y senadores en ejercicio cuando se trate de delitos
contemplados en el artículo 9º;

17) Las que señalen la ciudad en que debe residir el Presidente de la República,
celebrar sus sesiones el Congreso Nacional y funcionar la Corte Suprema y
el Tribunal Constitucional;

18) Las que fijen las bases de los procedimientos que rigen los actos de la
administración pública;

19) Las que regulen el funcionamiento de loterías, hipódromos y apuestas en


general, y

20) Toda otra norma de carácter general y obligatoria que estatuya las bases
esenciales de un ordenamiento jurídico.

Artículo 64. El Presidente de la República podrá solicitar autorización al


Congreso Nacional para dictar disposiciones con fuerza de ley durante un plazo
no superior a un año sobre materias que correspondan al dominio de la ley.

Esta autorización no podrá extenderse a la nacionalidad, la ciudadanía, las


elecciones ni al plebiscito, como tampoco a materias comprendidas en las
garantías constitucionales o que deban ser objeto de leyes orgánicas
constitucionales o de quórum calificado.

La autorización no podrá comprender facultades que afecten a la organización,


atribuciones y régimen de los funcionarios del Poder Judicial, del Congreso
Nacional, del Tribunal Constitucional ni de la Contraloría General de la República.

La ley que otorgue la referida autorización señalará las materias precisas sobre
las que recaerá la delegación y podrá establecer o determinar las limitaciones,
restricciones y formalidades que se estimen convenientes.

Sin perjuicio de lo dispuesto en los incisos anteriores, el Presidente de la


República queda autorizado para fijar el texto refundido, coordinado y

456
CHILE

sistematizado de las leyes cuando sea conveniente para su mejor


ejecución. En ejercicio de esta facultad, podrá introducirle los cambios
de forma que sean indispensables, sin alterar, en caso alguno, su
verdadero sentido y alcance.

A la Contraloría General de la República corresponderá tomar razón


de e stos decretos con fuerza de ley, debiendo rechazarlos cuando ellos
excedan o contravengan la autorización referida.

Los decretos con fuerza de ley estarán sometidos en cuanto a su


publicación, vigencia y efectos, a las mismas normas que rigen para la ley.

Formación de la ley

Artículo 65. Las leyes pueden tener origen en la Cámara de Diputados


o en el Senado, por mensaje que dirija el Presidente de la República o
por moción de cualquiera de sus miembros. Las mociones no pueden
ser firmadas por más de diez diputados ni por más de cinco senadores.

Las leyes sobre tributos de cualquiera naturaleza que sean, sobre los
presupuestos de la Administración Pública y sobre reclutamiento, sólo
pueden tener origen en la Cámara de Diputados. Las leyes sobre
amnistía y sobre indultos generales sólo pueden tener origen en el Senado.

Corresponderá al Presidente de la República la iniciativa exclusiva de


los proyectos de ley que tengan relación con la alteración de la división
política o administrativa del país, o con la administración financiera o
presupuestaria del Estado, incluyendo las modificaciones de la Ley de
Presupuestos, y con las materias señaladas en los números 10 y 13 del
artículo 63.

Corresponderá, asimismo, al Presidente de la República la iniciativa


exclusiva para:

1º. Imponer, suprimir, reducir o condonar tributos de cualquier clase o


naturaleza, establecer exenciones o modificar las existentes, y determinar
su forma, proporcionalidad o progresión;

457
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2º. Crear nuevos servicios públicos o empleos rentados, sean fiscales,


semifiscales, autónomos o de las empresas del Estado; suprimirlos y
determinar sus funciones o atribuciones;

3º. Contratar empréstitos o celebrar cualquiera otra clase de operaciones


que puedan comprometer el crédito o la responsabilidad financiera del Estado,
de las entidades semifiscales, autónomas, de los gobiernos regionales o de
las municipalidades, y condonar, reducir o modificar obligaciones, intereses u
otras cargas financieras de cualquier naturaleza establecidas en favor del Fisco
o de los organismos o entidades referidos;

4º. Fijar, modificar, conceder o aumentar remuneraciones, jubilaciones,


pensiones, montepíos, rentas y cualquiera otra clase de emolumentos,
préstamos o beneficios al personal en servicio o en retiro y a los beneficiarios
de montepío, en su caso, de la A dministración P ública y demás organismos
y entidades anteriormente señalados, como asimismo fijar las remuneraciones
mínimas de los trabajadores del sector privado, aumentar obligatoriamente
sus remuneraciones y demás beneficios económicos o alterar las bases que
sirvan para determinarlos; todo ello sin perjuicio de lo dispuesto en los números
siguientes;

5º. Establecer las modalidades y procedimientos de la negociación colectiva


y determinar los casos en que no se podrá negociar, y

6º. Establecer o modificar las normas sobre seguridad social o que incidan en
ella, tanto del sector público como del sector privado.

El Congreso Nacional sólo podrá aceptar, disminuir o rechazar los servicios,


empleos, emolumentos, préstamos, beneficios, gastos y demás iniciativas sobre
la materia que proponga el Presidente de la República.

Artículo 66. Las normas legales que interpreten preceptos constitucionales


necesitarán, para su aprobación, modificación o derogación, de las tres quintas
partes de los diputados y senadores en ejercicio.

Las normas legales a las cuales la Constitución confiere el carácter de ley


orgánica constitucional requerirán, para su aprobación, modificación o

458
CHILE

derogación, de las cuatro séptimas partes de los diputados y senadores en


ejercicio.

Las normas legales de quórum calificado se establecerán, modificarán o


derogarán por la mayoría absoluta de los diputados y senadores en ejercicio.

Las demás normas legales requerirán la mayoría de los miembros presentes


de cada Cámara, o las mayorías que sean aplicables conforme a los artículos
68 y siguientes.

Artículo 67. El proyecto de Ley de Presupuestos deberá ser presentado


por el Presidente de la República al Congreso Nacional, a lo menos
con tres meses de anterioridad a la fecha en que debe empezar a regir;
y si el Congreso no lo despachare dentro de los sesenta días contados
desde su presentación, regirá el proyecto presentado por el Presidente
de la República.

El Congreso Nacional no podrá aumentar ni disminuir la estimación de


los ingresos; sólo podrá reducir los gastos contenidos en el proyecto de
Ley de Presupuestos, salvo los que estén establecidos por ley
permanente.

La estimación del rendimiento de los recursos que consulta la Ley de


Presupuestos y de los nuevos que establezca cualquiera otra iniciativa
de ley, corresponderá exclusivamente al Presidente, previo informe de
los organismos técnicos respectivos.

No podrá el Congreso aprobar ningún nuevo gasto con cargo a los


fondos de la Nación sin que se indiquen, al mismo tiempo, las fuentes
de recursos necesarios para atender dicho gasto.

Si la fuente de recursos otorgada por el Congreso fuere insuficiente


para financiar cualquier nuevo gasto que se apruebe, el Presidente de la
República, al promulgar la ley, previo informe favorable del servicio o
institución a través del cual se recaude el nuevo ingreso, refrendado por
la Contraloría General de la República, deberá reducir proporcionalmente
todos los gastos, cualquiera que sea su naturaleza.

459
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 68. El proyecto que fuere desechado en general en la Cámara de su


origen no podrá renovarse sino después de un año. Sin embargo, el Presidente
de la República, en caso de un proyecto de su iniciativa, podrá solicitar que el
mensaje pase a la otra Cámara y, si ésta lo aprueba en general por los dos
tercios de sus miembros presentes, volverá a la de su origen y sólo se
considerará desechado si esta Cámara lo rechaza con el voto de los dos
tercios de sus miembros presentes.

Artículo 69. Todo proyecto puede ser objeto de adiciones o correcciones


en los trámites que corresponda, tanto en la Cámara de Diputados como en
el Senado; pero en ningún caso se admitirán las que no tengan relación directa
con las ideas matrices o fundamentales del proyecto.

Aprobado un proyecto en la Cámara de su origen, pasará inmediatamente a


la otra para su discusión.

Artículo 70. El proyecto que fuere desechado en su totalidad por la Cámara


revisora será considerado por una comisión mixta de igual número de diputados
y senadores, la que propondrá la forma y modo de resolver las dificultades.
El proyecto de la comisión mixta volverá a la Cámara de origen y, para ser
aprobado tanto en ésta como en la revisora, se requerirá de la mayoría de los
miembros presentes en cada una de ellas. Si la comisión mixta no llegare a
acuerdo, o si la Cámara de origen rechazare el proyecto de esa comisión, el
Presidente de la República podrá pedir que esa Cámara se pronuncie sobre
si insiste por los dos tercios de sus miembros presentes en el proyecto que
aprobó en el primer trámite. Acordada la insistencia, el proyecto pasará por
segunda vez a la Cámara que lo desechó, y sólo se entenderá que ésta lo
reprueba si concurren para ello las dos terceras partes de sus miembros
presentes.

Artículo 71. El proyecto que fuere adicionado o enmendado por la Cámara


revisora volverá a la de su origen, y en ésta se entenderán aprobadas las
adiciones y enmiendas con el voto de la mayoría de los miembros presentes.

Si las adiciones o enmiendas fueren reprobadas, se formará una comisión


mixta y se procederá en la misma forma indicada en el artículo anterior. En
caso de que en la comisión mixta no se produzca acuerdo para resolver las

460
CHILE

divergencias entre ambas Cámaras, o si alguna de las Cámaras rechazare la


proposición de la comisión mixta, el Presidente de la República podrá solicitar
a la Cámara de origen que considere nuevamente el proyecto aprobado en
segundo trámite por la revisora. Si la Cámara de origen rechazare las adiciones
o modificaciones por los dos tercios de sus miembros presentes, no habrá ley
en esa parte o en su totalidad; pero, si hubiere mayoría para el rechazo,
menor a los dos tercios, el proyecto pasará a la Cámara revisora, y se
entenderá aprobado con el voto conforme de las dos terceras partes de los
miembros presentes de esta última.

Artículo 72. Aprobado un proyecto por ambas Cámaras será remitido al


Presidente de la República, quien, si también lo aprueba, dispondrá su
promulgación como ley.

Artículo 73. Si el Presidente de la República desaprueba el proyecto, lo


devolverá a la Cámara de su origen con las observaciones convenientes,
dentro del término de treinta días.

En ningún caso se admitirán las observaciones que no tengan relación directa


con las ideas matrices o fundamentales del proyecto, a menos que hubieran
sido consideradas en el mensaje respectivo.

Si las dos Cámaras aprobaren las observaciones, el proyecto tendrá fuerza


de ley y se devolverá al Presidente para su promulgación.

Si las dos Cámaras desecharen todas o algunas de las observaciones e


insistieren por los dos tercios de sus miembros presentes en la totalidad o
parte del proyecto aprobado por ellas, se devolverá al Presidente para su
promulgación.

Artículo 74. El Presidente de la República podrá hacer presente la urgencia


en el despacho de un proyecto, en uno o en todos sus trámites, y en tal caso,
la Cámara respectiva deberá pronunciarse dentro del plazo máximo de treinta
días.

La calificación de la urgencia corresponderá hacerla al Presidente de la


República de acuerdo a la ley orgánica constitucional relativa al Congreso, la

461
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

que establecerá también todo lo relacionado con la tramitación interna de la


ley.

Artículo 75. Si el Presidente de la República no devolviere el proyecto dentro


de treinta días, contados desde la fecha de su remisión, se entenderá que lo
aprueba y se promulgará como ley.

La promulgación deberá hacerse siempre dentro del plazo de diez días,


contados desde que ella sea procedente.

La publicación se hará dentro de los cinco días hábiles siguientes a la fecha en


que quede totalmente tramitado el decreto promulgatorio.

Capítulo VI
Poder Judicial

Artículo 76. La facultad de conocer de las causas civiles y criminales, de


resolverlas y de hacer ejecutar lo juzgado, pertenece exclusivamente a los
tribunales establecidos por la ley. Ni el Presidente de la República ni el
Congreso pueden, en caso alguno, ejercer funciones judiciales, avocarse
causas pendientes, revisar los fundamentos o contenido de sus resoluciones
o hacer revivir procesos fenecidos.

Reclamada su intervención en forma legal y en negocios de su competencia,


no podrán excusarse de ejercer su autoridad, ni aun por falta de ley que
resuelva la contienda o asunto sometidos a su decisión.

Para hacer ejecutar sus resoluciones, y practicar o hacer practicar los


actos de instrucción que determine la ley, los tribunales ordinarios de
justicia y los especiales que integran el Poder Judicial, podrán impartir
órdenes directas a la fuerza pública o ejercer los medios de acción
conducentes de que dispusieren. Los demás tribunales lo harán en la forma
que la ley determine.

La autoridad requerida deberá cumplir sin más trámite el mandato judicial y


no podrá calificar su fundamento u oportunidad, ni la justicia o legalidad de la
resolución que se trata de ejecutar.

462
CHILE

Artículo 77. Una ley orgánica constitucional determinará la organización y


atribuciones de los tribunales que fueren necesarios para la pronta y cumplida
administración de justicia en todo el territorio de la República. La misma ley
señalará las calidades que respectivamente deban tener los jueces y el número
de años que deban haber ejercido la profesión de abogado las personas que
fueren nombradas ministros de Corte o jueces letrados.

La ley orgánica constitucional relativa a la organización y atribuciones de los


tribunales, sólo podrá ser modificada oyendo previamente a la Corte Suprema
de conformidad a lo establecido en la ley orgánica constitucional respectiva.

La Corte Suprema deberá pronunciarse dentro del plazo de treinta días


contados desde la recepción del oficio en que se solicita la opinión pertinente.

Sin embargo, si el Presidente de la República hubiere hecho presente una


urgencia al proyecto consultado, se comunicará esta circunstancia a la Corte.

En dicho caso, la Corte deberá evacuar la consulta dentro del plazo que
implique la urgencia respectiva.

Si la Corte Suprema no emitiere opinión dentro de los plazos aludidos, se


tendrá por evacuado el trámite.

La ley orgánica constitucional relativa a la organización y atribuciones de los


tribunales, así como las leyes procesales que regulen un sistema de
enjuiciamiento, podrán fijar fechas diferentes para su entrada en vigencia en
las diversas regiones del territorio nacional. Sin perjuicio de lo anterior, el
plazo para la entrada en vigor de dichas leyes en todo el país no podrá ser
superior a cuatro años.

Artículo 78. En cuanto al nombramiento de los jueces, la ley se ajustará a los


siguientes preceptos generales.

La Corte Suprema se compondrá de veintiún ministros.

Los ministros y los fiscales judiciales de la Corte Suprema serán nombrados


por el Presidente de la República, eligiéndolos de una nómina de cinco personas

463
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

que, en cada caso, propondrá la misma Corte, y con acuerdo del Senado. Este
adoptará los respectivos acuerdos por los dos tercios de sus miembros en
ejercicio, en sesión especialmente convocada al efecto. Si el Senado no aprobare
la proposición del Presidente de la República, la Corte Suprema deberá
completar la quina proponiendo un nuevo nombre en sustitución del rechazado,
repitiéndose el procedimiento hasta que se apruebe un nombramiento.

Cinco de los miembros de la Corte Suprema deberán ser abogados extraños a


la administración de justicia, tener a lo menos quince años de título, haberse
destacado en la actividad profesional o universitaria y cumplir los demás requisitos
que señale la ley orgánica constitucional respectiva.

La Corte Suprema, cuando se trate de proveer un cargo que corresponda a un


miembro proveniente del Poder Judicial, formará la nómina exclusivamente con
integrantes de éste y deberá ocupar un lugar en ella el ministro más antiguo de
Corte de Apelaciones que figure en lista de méritos. Los otros cuatro lugares se
llenarán en atención a los merecimientos de los candidatos. Tratándose de proveer
una vacante correspondiente a abogados extraños a la administración de justicia,
la nómina se formará exclusivamente, previo concurso público de antecedentes,
con abogados que cumplan los requisitos señalados en el inciso cuarto.

Los ministros y fiscales judiciales de las Cortes de Apelaciones serán designados


por el Presidente de la República, a propuesta en terna de la Corte Suprema.

Los jueces letrados serán designados por el Presidente de la República, a


propuesta en terna de la Corte de Apelaciones de la jurisdicción respectiva.

El juez letrado en lo civil o criminal más antiguo de asiento de Corte o el juez


letrado civil o criminal más antiguo del cargo inmediatamente inferior al que se
trata de proveer y que figure en lista de méritos y exprese su interés en el cargo,
ocupará un lugar en la terna correspondiente. Los otros dos lugares se llenarán
en atención al mérito de los candidatos.

La Corte Suprema y las Cortes de Apelaciones, en su caso, formarán las


quinas o las ternas en pleno especialmente convocado al efecto, en una misma
y única votación, donde cada uno de sus integrantes tendrá derecho a votar
por tres o dos personas, respectivamente. Resultarán elegidos quienes

464
CHILE

obtengan las cinco o las tres primeras mayorías, según corresponda. El empate
se resolverá mediante sorteo.

Sin embargo, cuando se trate del nombramiento de ministros de Corte


suplentes, la designación podrá hacerse por la Corte Suprema y, en el caso
de los jueces, por la Corte de Apelaciones respectiva. Estas designaciones
no podrán durar más de sesenta días y no serán prorrogables. En caso de
que los tribunales superiores mencionados no hagan uso de esta facultad o de
que haya vencido el plazo de la suplencia, se procederá a proveer las vacantes
en la forma ordinaria señalada precedentemente.

Artículo 79. Los jueces son personalmente responsables por los delitos de
cohecho, falta de observancia en materia sustancial de las leyes que reglan el
procedimiento, denegación y torcida administración de justicia y, en general,
de toda prevaricación en que incurran en el desempeño de sus funciones.
Tratándose de los miembros de la Corte Suprema, la ley determinará los
casos

Artículo 80. Los jueces permanecerán en sus cargos durante su buen


comportamiento; pero los inferiores desempeñarán su respectiva judicatura
por el tiempo que determinen las leyes.

No obstante lo anterior, los jueces cesarán en sus funciones al cumplir 75


años de edad; o por renuncia o incapacidad legal sobreviniente o en caso de
ser depuestos de sus destinos, por causa legalmente sentenciada. La norma
relativa a la edad no regirá respecto al Presidente de la Corte Suprema, quién
continuará en su cargo hasta el término de su período.

En todo caso, la Corte Suprema por requerimiento del Presidente de la


República, a solicitud de parte interesada, o de oficio, podrá declarar que los
jueces no han tenido buen comportamiento y, previo informe del inculpado y
de la Corte de Apelaciones respectiva, en su caso, acordar su remoción por
la mayoría del total de sus componentes. Estos acuerdos se comunicarán al
Presidente de la República para su cumplimiento.

La Corte Suprema, en pleno especialmente convocado al efecto y por la


mayoría absoluta de sus miembros en ejercicio, podrá autorizar u ordenar,

465
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

fundadamente, el traslado de los jueces y demás funcionarios y empleados


del Poder Judicial a otro cargo de igual categoría.

Artículo 81. Los magistrados de los tribunales superiores de justicia, los


fiscales judiciales y los jueces letrados que integran el Poder Judicial, no podrán
ser aprehendidos sin orden del tribunal competente, salvo el caso de crimen
o simple delito flagrante y sólo para ponerlos inmediatamente a disposición
del tribunal que debe conocer del asunto en conformidad a la ley.

Artículo 82. La Corte Suprema tiene la superintendencia directiva,


correccional y económica de todos los tribunales de la Nación. Se exceptúan
de esta norma el Tribunal Constitucional, el Tribunal Calificador de Elecciones
y los tribunales electorales regionales.

Los tribunales superiores de justicia, en uso de sus facultades disciplinarias,


sólo podrán invalidar resoluciones jurisdiccionales en los casos y forma que
establezca la ley orgánica constitucional respectiva.

Capítulo VII
Ministerio Público

Artículo 83. Un organismo autónomo, jerarquizado, con el nombre de


Ministerio Público, dirigirá en forma exclusiva la investigación de los hechos
constitutivos de delito, los que determinen la participación punible y los que
acrediten la inocencia del imputado y, en su caso, ejercerá la acción penal
pública en la forma prevista por la ley. De igual manera, le corresponderá la
adopción de medidas para proteger a las víctimas y a los testigos. En caso
alguno podrá ejercer funciones jurisdiccionales.

El ofendido por el delito y las demás personas que determine la ley podrán
ejercer igualmente la acción penal.

El Ministerio Público podrá impartir órdenes directas a las Fuerzas de Orden


y Seguridad durante la investigación. Sin embargo, las actuaciones que priven
al imputado o a terceros del ejercicio de los derechos que esta Constitución
asegura, o lo restrinjan o perturben, requerirán de aprobación judicial previa.
La autoridad requerida deberá cumplir sin más trámite dichas órdenes y no

466
CHILE

podrá calificar su fundamento, oportunidad, justicia o legalidad, salvo requerir


la exhibición de la autorización judicial previa, en su caso.

El ejercicio de la acción penal pública, y la dirección de las investigaciones de


los hechos que configuren el delito, de los que determinen la participación
punible y de los que acrediten la inocencia del imputado en las causas que
sean de conocimiento de los tribunales militares, como asimismo la adopción
de medidas para proteger a las víctimas y a los testigos de tales hechos
corresponderán, en conformidad con las normas del Código de Justicia Militar
y a las leyes respectivas, a los órganos y a las personas que ese Código y
esas leyes determinen.

Artículo 84. Una ley orgánica constitucional determinará la organización y


atribuciones del Ministerio Público, señalará las calidades y requisitos que
deberán tener y cumplir los fiscales para su nombramiento y las causales de
remoción de los fiscales adjuntos, en lo no contemplado en la Constitución.
Las personas que sean designadas fiscales no podrán tener impedimento
alguno que las inhabilite para desempeñar el cargo de juez. Los fiscales
regionales y adjuntos cesarán en su cargo al cumplir 75 años de edad.

La ley orgánica constitucional establecerá el grado de independencia y


autonomía y la responsabilidad que tendrán los fiscales en la dirección de la
investigación y en el ejercicio de la acción penal pública, en los casos que
tengan a su cargo.

Artículo 85. El Fiscal Nacional será designado por el Presidente de la


República, a propuesta en quina de la Corte Suprema y con acuerdo del
Senado adoptado por los dos tercios de sus miembros en ejercicio, en sesión
especialmente convocada al efecto. Si el Senado no aprobare la proposición
del Presidente de la República, la Corte Suprema deberá completar la quina
proponiendo un nuevo nombre en sustitución del rechazado, repitiéndose el
procedimiento hasta que se apruebe un nombramiento.

El Fiscal Nacional deberá tener a lo menos diez años de título de abogado,


haber cumplido cuarenta años de edad y poseer las demás calidades necesarias
para ser ciudadano con derecho a sufragio; durará ocho años en el ejercicio
de sus funciones y no podrá ser designado para el período siguiente.

467
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Será aplicable al Fiscal Nacional lo dispuesto en el inciso segundo del artículo


80 en lo relativo al tope de edad.

Artículo 86. Existirá un Fiscal Regional en cada una de las regiones en que
se divida administrativamente el país, a menos que la población o la extensión
geográfica de la región hagan necesario nombrar más de uno.

Los fiscales regionales serán nombrados por el Fiscal Nacional, a propuesta


en terna de la Corte de Apelaciones de la respectiva región. En caso que en
la región exista más de una Corte de Apelaciones, la terna será formada por
un pleno conjunto de todas ellas, especialmente convocado al efecto por el
Presidente de la Corte de más antigua creación.

Los fiscales regionales deberán tener a lo menos cinco años de título de


abogado, haber cumplido 30 años de edad y poseer las demás calidades
necesarias para ser ciudadano con derecho a sufragio; durarán ocho años en
el ejercicio de sus funciones y no podrán ser designados como fiscales
regionales por el período siguiente, lo que no obsta a que puedan ser
nombrados en otro cargo del Ministerio Público.

Artículo 87. La Corte Suprema y las Cortes de Apelaciones, en su caso,


llamarán a concurso público de antecedentes para la integración de las quinas
y ternas, las que serán acordadas por la mayoría absoluta de sus miembros
en ejercicio, en pleno especialmente convocado al efecto. No podrán integrar
las quinas y ternas los miembros activos o pensionados del Poder Judicial.

Las quinas y ternas se formarán en una misma y única votación en la cual


cada integrante del pleno tendrá derecho a votar por tres o dos personas,
respectivamente. Resultarán elegidos quienes obtengan las cinco o las tres
primeras mayorías, según corresponda. De producirse un empate, éste se
resolverá mediante sorteo.

Artículo 88. Existirán fiscales adjuntos que serán designados por el Fiscal
Nacional, a propuesta en terna del fiscal regional respectivo, la que deberá
formarse previo concurso público, en conformidad a la ley orgánica
constitucional. Deberán tener el título de abogado y poseer las demás calidades
necesarias para ser ciudadano con derecho a sufragio.

468
CHILE

Artículo 89. El Fiscal Nacional y los fiscales regionales sólo podrán


ser removidos por la Corte Suprema, a requerimiento del Presidente de
la República, de la Cámara de Diputados, o de diez de sus miembros,
por incapacidad, mal comportamiento o negligencia manifiesta en el
ejercicio de sus funciones. La Corte conocerá del asunto en pleno
especialmente convocado al efecto y para acordar la remoción deberá
reunir el voto conforme de la mayoría de sus miembros en ejercicio.

La remoción de los fiscales regionales también podrá ser solicitada por


el Fiscal Nacional.

Artículo 90. Se aplicará al Fiscal Nacional, a los fiscales regionales y a


los fiscales adjuntos lo establecido en el artículo 81.

Artículo 91. El Fiscal Nacional tendrá la superintendencia directiva,


correccional y económica del Ministerio Público, en conformidad a la
ley orgánica constitucional respectiva.

Capítulo VIII
Tribunal Constitucional

Artículo 92. Habrá un Tribunal Constitucional integrado por diez


miembros, designados de la siguiente forma:

a) Tres designados por el Presidente de la República.

b) Cuatro elegidos por el Congreso Nacional. Dos serán nombrados


directamente por el Senado y dos serán previamente propuestos por la
Cámara de Diputados para su aprobación o rechazo por el Senado.
Los nombramientos, o la propuesta en su caso, se efectuarán en
votaciones únicas y requerirán para su aprobación del voto favorable
de los dos tercios de los senadores o diputados en ejercicio, según
corresponda.

c) Tres elegidos por la Corte Suprema en una votación secreta que se


celebrará en sesión especialmente convocada para tal efecto.

469
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Los miembros del Tribunal durarán nueve años en sus cargos y se renovarán
por parcialidades cada tres. Deberán tener a lo menos quince años de título de
abogado, haberse destacado en la actividad profesional, universitaria o pública,
no podrán tener impedimento alguno que los inhabilite para desempeñar el
cargo de juez, estarán sometidos a las normas de los artículos 58, 59 y 81, y no
podrán ejercer la profesión de abogado, incluyendo la judicatura, ni cualquier
acto de los establecidos en los incisos segundo y tercero del artículo 60.

Los miembros del Tribunal Constitucional serán inamovibles y no podrán ser


reelegidos, salvo aquél que lo haya sido como reemplazante y haya ejercido
el cargo por un período menor a cinco años. Cesarán en sus funciones al
cumplir 75 años de edad.

En caso que un miembro del Tribunal Constitucional cese en su cargo, se


procederá a su reemplazo por quien corresponda, de acuerdo con el inciso
primero de este artículo y por el tiempo que falte para completar el período
del reemplazado.

El Tribunal funcionará en pleno o dividido en dos salas. En el primer caso, el


quórum para sesionar será de, a lo menos, ocho miembros y en el segundo
de, a lo menos, cuatro. El Tribunal adoptará sus acuerdos por simple mayoría,
salvo los casos en que se exija un quórum diferente y fallará de acuerdo a
derecho. El Tribunal en pleno resolverá en definitiva las atribuciones indicadas
en los números 1º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º y 11º del artículo siguiente. Para el
ejercicio de sus restantes atribuciones, podrá funcionar en pleno o en sala de
acuerdo a lo que disponga la ley orgánica constitucional respectiva.

Una ley orgánica constitucional determinará su organización, funcionamiento,


procedimientos y fijará la planta, régimen de remuneraciones y estatuto de su
personal.

Artículo 93. Son atribuciones del Tribunal Constitucional:

1º. Ejercer el control de constitucionalidad de las leyes que interpreten algún


precepto de la Constitución, de las leyes orgánicas constitucionales y de las
normas de un tratado que versen sobre materias propias de estas últimas,
antes de su promulgación;

470
CHILE

2º. Resolver sobre las cuestiones de constitucionalidad de los auto s acordados


dictados por la Corte Suprema, las Cortes de Apelaciones y el Tribunal
Calificador de Elecciones;

3º. Resolver las cuestiones sobre constitucionalidad que se susciten durante


la tramitación de los proyectos de ley o de reforma constitucional y de los
tratados sometidos a la aprobación del Congreso;

4º. Resolver las cuestiones que se susciten sobre la constitucionalidad de un


decreto con fuerza de ley;

5º. Resolver las cuestiones que se susciten sobre constitucionalidad con


relación a la convocatoria a un plebiscito, sin perjuicio de las atribuciones que
correspondan al Tribunal Calificador de Elecciones;

6° Resolver, por la mayoría de sus miembros en ejercicio, la inaplicabilidad


de un precepto legal cuya aplicación en cualquier gestión que se siga ante un
tribunal ordinario o especial, resulte contraria a la Constitución;

7º. Resolver por la mayoría de los cuatro quintos de sus integrantes en ejercicio,
la inconstitucionalidad de un precepto legal declarado inaplicable en
conformidad a lo dispuesto en el numeral anterior;

8º. Resolver los reclamos en caso de que el Presidente de la República no


promulgue una ley cuando deba hacerlo o promulgue un texto diverso del
que constitucionalmente corresponda;

9º. Resolver sobre la constitucionalidad de un decreto o resolución del


Presidente de la República que la Contraloría General de la República haya
representado por estimarlo inconstitucional, cuando sea requerido por el
Presidente en conformidad al artículo 99;

10°. Declarar la inconstitucionalidad de las organizaciones y de los movimientos


o partidos políticos, como asimismo la responsabilidad de las personas que
hubieran tenido participación en los hechos que motivaron la declaración de
inconstitucionalidad, en conformidad a lo dispuesto en los párrafos sexto,
séptimo y octavo del Nº 15º del artículo 19 de esta Constitución. Sin embargo,

471
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

si la persona afectada fuera el Presidente de la República o el Presidente


electo, la referida declaración requerirá, además, el acuerdo del Senado
adoptado por la mayoría de sus miembros en ejercicio;

11º. Informar al Senado en los casos a que se refiere el artículo 53 número 7)


de esta Constitución;

12º. Resolver las contiendas de competencia que se susciten entre las


autoridades políticas o administrativas y los tribunales de justicia, que no
correspondan al Senado;

13º. Resolver sobre las inhabilidades constitucionales o legales que afecten a


una persona para ser designada Ministro de Estado, permanecer en dicho
cargo o desempeñar simultáneamente otras funciones;

14º. Pronunciarse sobre las inhabilidades, incompatibilidades y causales de


cesación en el cargo de los parlamentarios;

15º. Calificar la inhabilidad invocada por un parlamentario en los términos del


inciso final del artículo 60 y pronunciarse sobre su renuncia al cargo, y

16° Resolver sobre la constitucionalidad de los decretos supremos, cualquiera


sea el vicio invocado, incluyendo aquéllos que fueren dictados en el ejercicio
de la potestad reglamentaria autónoma del Presidente de la República cuando
se refieran a materias que pudieran estar reservadas a la ley por mandato del
artículo 63.

En el caso del número 1º, la Cámara de origen enviará al Tribunal Constitucional


el proyecto respectivo dentro de los cinco días siguientes a aquél en que
quede totalmente tramitado por el Congreso.

En el caso del número 2º, el Tribunal podrá conocer de la materia a requerimiento


del Presidente de la República, de cualquiera de las Cámaras o de diez de sus
miembros. Asimismo, podrá requerir al Tribunal toda persona que sea parte en
juicio o gestión pendiente ante un tribunal ordinario o especial, o desde la primera
actuación del procedimiento penal, cuando sea afectada en el ejercicio de sus
derechos fundamentales por lo dispuesto en el respectivo autoacordado

472
CHILE

En el caso del número 3º, el Tribunal sólo podrá conocer de la materia a


requerimiento del Presidente de la República, de cualquiera de las Cámaras
o de una cuarta parte de sus miembros en ejercicio, siempre que sea formulado
antes de la promulgación de la ley o de la remisión de la comunicación que
informa la aprobación del tratado por el Congreso Nacional y, en caso alguno,
después de quinto día del despacho del proyecto o de la señalada
comunicación.

El Tribunal deberá resolver dentro del plazo de diez días contado desde que
reciba el requerimiento, a menos que decida prorrogarlo hasta por otros diez
días por motivos graves y calificados.

El requerimiento no suspenderá la tramitación del proyecto; pero la parte


impugnada de éste no podrá ser promulgada hasta la expiración del plazo
referido, salvo que se trate del proyecto de Ley de Presupuestos o del
proyecto relativo a la declaración de guerra propuesta por el Presidente de
la República.

En el caso del número 4º, la cuestión podrá ser planteada por el Presidente
de la República dentro del plazo de diez días cuando la Contraloría rechace
por inconstitucional un decreto con fuerza de ley. También podrá ser promovida
por cualquiera de las Cámaras o por una cuarta parte de sus miembros en
ejercicio en caso de que la Contraloría hubiere tomado razón de un decreto
con fuerza de ley que se impugne de inconstitucional. Este requerimiento deberá
efectuarse dentro del plazo de treinta días, contado desde la publicación del
respectivo decreto con fuerza de ley.

En el caso del número 5º, la cuestión podrá promoverse a requerimiento del


Senado o de la Cámara de Diputados, dentro de diez días contados desde la
fecha de publicación del decreto que fije el día de la consulta plebiscitaria.

El Tribunal establecerá en su resolución el texto definitivo de la consulta


plebiscitaria, cuando ésta fuera procedente.

Si al tiempo de dictarse la sentencia faltaran menos de treinta días para la


realización del plebiscito, el Tribunal fijará en ella una nueva fecha comprendida
entre los treinta y los sesenta días siguientes al fallo.

473
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

En el caso del número 6º, la cuestión podrá ser planteada por cualquiera de
las partes o por el juez que conoce del asunto. Corresponderá a cualquiera
de las salas del Tribunal declarar, sin ulterior recurso, la admisibilidad de la
cuestión siempre que verifique la existencia de una gestión pendiente ante el
tribunal ordinario o especial, que la aplicación del precepto legal impugnado
pueda resultar decisivo en la resolución de un asunto, que la impugnación
esté fundada razonablemente y se cumplan los demás requisitos que establezca
la ley. A esta misma sala le corresponderá resolver la suspensión del
procedimiento en que se ha originado la acción de inaplicabilidad por
inconstitucionalidad.

En el caso del número 7º, una vez resuelta en sentencia previa la declaración de
inaplicabilidad de un precepto legal, conforme al número 6º de este artículo,
habrá acción pública para requerir al Tribunal la declaración de
inconstitucionalidad, sin perjuicio de la facultad de éste para declararla de oficio.
Corresponderá a la ley orgánica constitucional respectiva establecer los requisitos
de admisibilidad, en el caso de que se ejerza la acción pública, como asimismo
regular el procedimiento que deberá seguirse para actuar de oficio.

En los casos del número 8º, la cuestión podrá promoverse por cualquiera de
las Cámaras o por una cuarta parte de sus miembros en ejercicio, dentro de
los treinta días siguientes a la publicación del texto impugnado o dentro de los
sesenta días siguientes a la fecha en que el Presidente de la República debió
efectuar la promulgación de la ley. Si el Tribunal acogiera el reclamo,
promulgará en su fallo la ley que no lo haya sido o rectificará la promulgación
incorrecta.

En el caso del número 11º, el Tribunal sólo podrá conocer de la materia a


requerimiento del Senado.

Habrá acción pública para requerir al Tribunal respecto de las atribuciones


que se le confieren por los números 10º y 13º de este artículo.

Sin embargo, si en el caso del número 10º la persona afectada fuera el


Presidente de la República o el Presidente electo, el requerimiento deberá
formularse por la Cámara de Diputados o por la cuarta parte de sus miembros
en ejercicio.

474
CHILE

En el caso del número 12°, el requerimiento deberá ser deducido por cualquiera
de las autoridades o tribunales en conflicto.

En el caso del número 14º, el Tribunal sólo podrá conocer de la materia a


requerimiento del Presidente de la República o de no menos de diez
parlamentarios en ejercicio.

En el caso del número 16º, el Tribunal sólo podrá conocer de la materia a


requerimiento de cualquiera de las Cámaras efectuado dentro de los treinta
días siguientes a la publicación o notificación del texto impugnado. En el caso
de vicios que no se refieran a decretos que excedan la potestad reglamentaria
autónoma del Presidente de la República también podrá una cuarta parte de
los miembros en ejercicio deducir dicho requerimiento.

El Tribunal Constitucional podrá apreciar en conciencia los hechos cuando


conozca de las atribuciones indicadas en los números 10º, 11º y 13º, como,
asimismo, cuando conozca de las causales de cesación en el cargo de
parlamentario.

En los casos de los numerales 10º, 13º y en el caso del numeral 2º cuando
sea requerido por una parte, corresponderá a una sala del Tribunal pronunciarse
sin ulterior recurso, de su admisibilidad.

Artículo 94. Contra las resoluciones del Tribunal Constitucional no procederá


recurso alguno, sin perjuicio de que puede, el mismo Tribunal, conforme a la
ley, rectificar los errores de hecho en que hubiere incurrido.

Las disposiciones que el Tribunal declare inconstitucionales no podrán


convertirse en ley en el proyecto o decreto con fuerza de ley de que se trate.

En el caso del Nº 16º del artículo 93, el decreto supremo impugnado


quedará sin efecto de pleno derecho, con el solo mérito de la sentencia
del Tribunal que acoja el reclamo. No obstante, el precepto declarado
inconstitucional en conformidad a lo dispuesto en los numerales 2, 4 ó 7
del artículo 93, se entenderá derogado desde la publicación en el Diario
Oficial de la sentencia que acoja el reclamo, la que no producirá efecto
retroactivo.

475
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Las sentencias que declaren la inconstitucionalidad de todo o parte de una ley, de un


decreto con fuerza de ley, de un decreto supremo o auto acordado, en su caso, se
publicarán en el Diario Oficial dentro de los tres días siguientes a su dictación.

Capítulo IX
Justicia Electoral

Artículo 95. Un tribunal especial, que se denominará Tribunal Calificador de


Elecciones, conocerá del escrutinio general y de la calificación de las elecciones
de Presidente de la República, de diputados y senadores; resolverá las
reclamaciones a que dieren lugar y proclamará a los que resulten elegidos.
Dicho Tribunal conocerá, asimismo, de los plebiscitos, y tendrá las demás
atribuciones que determine la ley.

Estará constituido por cinco miembros designados en la siguiente forma:

a) Cuatro ministros de la Corte Suprema, designados por ésta, mediante


sorteo, en la forma y oportunidad que determine la ley orgánica constitucional
respectiva, y

b) Un ciudadano que hubiere ejercido el cargo de Presidente o Vicepresidente


de la Cámara de Diputados o del Senado por un período no inferior a los
365 días, designado por la Corte Suprema en la forma señalada en la letra a)
precedente, de entre todos aquéllos que reúnan las calidades indicadas.

Las designaciones a que se refiere la letra b) no podrán recaer en personas


que sean parlamentario, candidato a cargos de elección popular, Ministro de
Estado, ni dirigente de partido político.

Los miembros de este tribunal durarán cuatro años en sus funciones y les
serán aplicables las disposiciones de los artículos 58 y 59 de esta Constitución.

El Tribunal Calificador procederá como jurado en la apreciación de los hechos


y sentenciará con arreglo a derecho.

Una ley orgánica constitucional regulará la organización y funcionamiento del


Tribunal Calificador.

476
CHILE

Artículo 96. Habrá tribunales electorales regionales encargados de conocer


el escrutinio general y la calificación de las elecciones que la ley les encomiende,
así como de resolver las reclamaciones a que dieren lugar y de proclamar a
los candidatos electos. Sus resoluciones serán apelables para ante el Tribunal
Calificador de Elecciones en la forma que determine la ley. Asimismo, les
corresponderá conocer de la calificación de las elecciones de carácter gremial
y de las que tengan lugar en aquellos grupos intermedios que la ley señale.

Estos tribunales estarán constituidos por un ministro de la Corte de Apelaciones


respectiva, elegido por ésta, y por dos miembros designados por el Tribunal
Calificador de Elecciones de entre personas que hayan ejercido la profesión
de abogado o desempeñado la función de ministro o abogado integrante de
Corte de Apelaciones por un plazo no inferior a tres años.

Los miembros de estos tribunales durarán cuatro años en sus funciones y


tendrán las inhabilidades e incompatibilidades que determine la ley.

Estos tribunales procederán como jurado en la apreciación de los hechos y


sentenciarán con arreglo a derecho.

La ley determinará las demás atribuciones de estos tribunales y regulará su


organización y funcionamiento.

Artículo 97. Anualmente, se destinarán en la Ley de Presupuestos de la


Nación los fondos necesarios para la organización y funcionamiento de estos
tribunales, cuyas plantas, remuneraciones y estatuto del personal serán
establecidos por ley.

Capítulo X
Contraloría General De La República

Artículo 98. Un organismo autónomo con el nombre de Contraloría General


de la República ejercerá el control de la legalidad de los actos de la
Administración, fiscalizará el ingreso y la inversión de los fondos del Fisco,
de las municipalidades y de los demás organismos y servicios que determinen
las leyes; examinará y juzgará las cuentas de las personas que tengan a su
cargo bienes de esas entidades; llevará la contabilidad general de la Nación,

477
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

y desempeñará las demás funciones que le encomiende la ley orgánica


constitucional respectiva.

El Contralor General de la Republica deberá tener a lo menos diez años de


título de abogado, haber cumplido cuarenta años de edad y poseer las demás
calidades necesarias para ser ciudadano con derecho a sufragio. Será designado
por el Presidente de la República con acuerdo del Senado adoptado por los
tres quintos de sus miembros en ejercicio, por un período de ocho años y no
podrá ser designado para el período siguiente. Con todo, al cumplir 75 años
de edad cesará en el cargo.

Artículo 99. En el ejercicio de la función de control de legalidad, el Contralor


General tomará razón de los decretos y resoluciones que, en conformidad a
la ley, deben tramitarse por la Contraloría o representará la ilegalidad de que
puedan adolecer; pero deberá darles curso cuando, a pesar de su
representación, el Presidente de la República insista con la firma de todos sus
Ministros, caso en el cual deberá enviar copia de los respectivos decretos a
la Cámara de Diputados. En ningún caso dará curso a los decretos de gastos
que excedan el límite señalado en la Constitución y remitirá copia íntegra de
los antecedentes a la misma Cámara.

Corresponderá, asimismo, al Contralor General de la República tomar


razón de los decretos con fuerza de ley, debiendo representarlos cuando
ellos excedan o contravengan la ley delegatoria o sean contrarios a la
Constitución.

Si la representación tuviere lugar con respecto a un decreto con fuerza de ley,


a un decreto promulgatorio de una ley o de una reforma constitucional por
apartarse del texto aprobado, o a un decreto o resolución por ser contrario a
la Constitución, el Presidente de la República no tendrá la facultad de insistir,
y en caso de no conformarse con la representación de la Contraloría deberá
remitir los antecedentes al Tribunal Constitucional dentro del plazo de diez
días, a fin de que éste resuelva la controversia.

En lo demás, la organización, el funcionamiento y las atribuciones de la


Contraloría General de la República serán materia de una ley orgánica
constitucional.

478
CHILE

Artículo 100. Las Tesorerías del Estado no podrán efectuar ningún pago sino
en virtud de un decreto o resolución expedido por autoridad competente, en
que se exprese la ley o la parte del presupuesto que autorice aquel gasto. Los
pagos se efectuarán considerando, además, el orden cronológico establecido
en ella y previa refrendación presupuestaria del documento que ordene el pago.

Capítulo XI
Fuerzas Armadas, De Orden Y Seguridad Pública

Artículo 101. Las Fuerzas Armadas dependientes del Ministerio encargado


de la Defensa Nacional están constituidas única y exclusivamente por el Ejército,
la Armada y la Fuerza Aérea. Existen para la defensa de la patria y son esenciales
para la seguridad nacional.

Las Fuerzas de Orden y Seguridad Pública están integradas sólo por


Carabineros e Investigaciones. Constituyen la fuerza pública y existen para dar
eficacia al derecho, garantizar el orden público y la seguridad pública interior,
en la forma que lo determinen sus respectivas leyes orgánicas. Dependen del
Ministerio encargado de la Seguridad Pública.

Las Fuerzas Armadas y Carabineros, como cuerpos armados, son esencialmente


obedientes y no deliberantes. Las fuerzas dependientes de los Ministerios
encargados de la Defensa Nacional y de la Seguridad Pública son, además,
profesionales, jerarquizadas y disciplinadas.

Artículo 102. La incorporación a las plantas y dotaciones de las Fuerzas Armadas


y de Carabineros sólo podrá hacerse a través de sus propias Escuelas, con
excepción de los escalafones profesionales y de empleados civiles que determine
la ley.

Artículo 103. Ninguna persona, grupo u organización podrá poseer o tener


armas u otros elementos similares que señale una ley aprobada con quórum
calificado, sin autorización otorgada en conformidad a ésta.

El Ministerio encargado de la Defensa Nacional o un organismo de su


dependencia ejercerá la supervigilancia y control de las armas en la forma
que determine la ley.

479
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Artículo 104. Los Comandantes en Jefe del Ejército, de la Armada y de la


Fuerza Aérea, y el General Director de Carabineros serán designados por el
Presidente de la República de entre los cinco oficiales generales de mayor
antigüedad, que reúnan las calidades que los respectivos estatutos
institucionales exijan para tales cargos; durarán cuatro años en sus funciones,
no podrán ser nombrados para un nuevo período y gozarán de inamovilidad
en su cargo.

El Presidente de la República, mediante decreto fundado e informando


previamente a la Cámara de Diputados y al Senado, podrá llamar a retiro a los
Comandantes en Jefe del Ejército, de la Armada y de la Fuerza Aérea y al
General Director de Carabineros, en su caso, antes de completar su respectivo
período.

Artículo 105. Los nombramientos, ascensos y retiros de los oficiales de las


Fuerzas Armadas y Carabineros, se efectuarán por decreto supremo, en
conformidad a la ley orgánica constitucional correspondiente, la que determinará
las normas básicas respectivas, así como las normas básicas referidas a la carrera
profesional, incorporación a sus plantas, previsión, antigüedad, mando, sucesión
de mando y presupuesto de las Fuerzas Armadas y Carabineros.

El ingreso, los nombramientos, ascensos y retiros en Investigaciones se


efectuarán en conformidad a su ley orgánica.

Capítulo XII
Consejo De Seguridad Nacional

Artículo 106. Habrá un Consejo de Seguridad Nacional encargado de


asesorar al Presidente de la República en las materias vinculadas a la seguridad
nacional y de ejercer las demás funciones que esta Constitución le encomienda.
Será presidido por el Jefe del Estado y estará integrado por los Presidentes
del Senado, de la Cámara de Diputados y de la Corte Suprema, por los
Comandantes en Jefe de las Fuerzas Armadas, por el General Director de
Carabineros y por el Contralor General de la República.

En los casos que el Presidente de la República lo determine, podrán estar


presentes en sus sesiones los ministros encargados del gobierno interior, de la

480
CHILE

defensa nacional, de la seguridad pública, de las relaciones exteriores y de la


economía y finanzas del país.

Artículo 107. El Consejo de Seguridad Nacional se reunirá cuando sea


convocado por el Presidente de la República y requerirá como quórum para
sesionar el de la mayoría absoluta de sus integrantes.

El Consejo no adoptará acuerdos sino para dictar el reglamento a que se refiere


el inciso final de la presente disposición. En sus sesiones, cualquiera de sus
integrantes podrá expresar su opinión frente a algún hecho, acto o materia que
diga relación con las bases de la institucionalidad o la seguridad nacional.

Las actas del Consejo serán públicas, a menos que la mayoría de sus miembros
determine lo contrario.

Un reglamento dictado por el propio Consejo establecerá las demás


disposiciones concernientes a su organización, funcionamiento y publicidad
de sus debates.

Capítulo XIII
Banco Central

Artículo 108. Existirá un organismo autónomo, con patrimonio propio, de


carácter técnico, denominado Banco Central, cuya composición, organización,
funciones y atribuciones determinará una ley orgánica constitucional.

Artículo 109. El Banco Central sólo podrá efectuar operaciones con


instituciones financieras, sean públicas o privadas. De manera alguna podrá
otorgar a ellas su garantía, ni adquirir documentos emitidos por el Estado, sus
organismos o empresas.

Ningún gasto público o préstamo podrá financiarse con créditos directos o


indirectos del Banco Central.

Con todo, en caso de guerra exterior o de peligro de ella, que calificará el


Consejo de Seguridad Nacional, el Banco Central podrá obtener, otorgar o
financiar créditos al Estado y entidades públicas o privadas.

481
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

El Banco Central no podrá adoptar ningún acuerdo que signifique de una


manera directa o indirecta establecer normas o requisitos diferentes o
discriminatorios en relación a personas, instituciones o entidades que realicen
operaciones de la misma naturaleza.

Capítulo XIV
Gobierno Y Administración Interior Del Estado

Artículo 110. Para el gobierno y administración interior del Estado, el territorio


de la República se divide en regiones y éstas en provincias. Para los efectos
de la administración local, las provincias se dividirán en comunas.

La creación, supresión y denominación de regiones, provincias y comunas; la


modificación de sus límites, así como la fijación de las capitales de las regiones
y provincias, serán materia de ley orgánica constitucional.

Gobierno y Administración Regional

Artículo 111. El gobierno de cada región reside en un intendente que será de la


exclusiva confianza del Presidente de la República. El intendente ejercerá sus
funciones con arreglo a las leyes y a las órdenes e instrucciones del Presidente,
de quien es su representante natural e inmediato en el territorio de su jurisdicción.

La administración superior de cada región radicará en un gobierno regional


que tendrá por objeto el desarrollo social, cultural y económico de la región.

El gobierno regional estará constituido por el intendente y el consejo regional.


Para el ejercicio de sus funciones, el gobierno regional gozará de personalidad
jurídica de derecho público y tendrá patrimonio propio.

Artículo 112. Al intendente le corresponderá la coordinación, supervigilancia


o fiscalización de los servicios públicos creados por ley para el cumplimiento
de las funciones administrativas que operen en la región.

La ley determinará la forma en que el intendente ejercerá estas facultades, las


demás atribuciones que le correspondan y los organismos que colaborarán
en el cumplimiento de sus funciones.

482
CHILE

Artículo 113. El consejo regional será un órgano de carácter normativo,


resolutivo y fiscalizador, dentro del ámbito propio de competencia del gobierno
regional, encargado de hacer efectiva la participación de la ciudadanía regional
y ejercer las atribuciones que la ley orgánica constitucional respectiva le
encomiende.

El consejo regional estará integrado por consejeros elegidos por sufragio


universal en votación directa, de conformidad con la ley orgánica constitucional
respectiva. Durarán cuatro años en sus cargos y podrán ser reelegidos. La
misma ley establecerá la organización del consejo regional, determinará el
número de consejeros que lo integrarán y su forma de reemplazo, cuidando
siempre que tanto la población como el territorio de la región estén
equitativamente representados.

Cesará en su cargo el consejero regional que durante su ejercicio perdiere


alguno de los requisitos de elegibilidad o incurriere en alguna de las
inhabilidades, incompatibilidades, incapacidades u otras causales de cesación
que la ley orgánica constitucional establezca.

Lo señalado en los incisos precedentes respecto del consejo regional y de los


consejeros regionales será aplicable, en lo que corresponda, a los territorios
especiales a que se refiere el artículo 126 bis.

El consejo regional, por mayoría absoluta de sus integrantes en ejercicio,


elegirá un presidente de entre sus miembros. El presidente del consejo durará
cuatro años en su cargo y cesará en él en caso de incurrir en alguna de las
causales señaladas en el inciso tercero, por remoción acordada por los dos
tercios de los consejeros regionales en ejercicio o por renuncia aprobada por
la mayoría de éstos.

La ley orgánica constitucional determinará las funciones y atribuciones del


presidente del consejo regional.

Corresponderá al consejo regional aprobar el proyecto de presupuesto de la


respectiva región considerando, para tal efecto, los recursos asignados a ésta
en la Ley de Presupuestos, sus recursos propios y los que provengan de los
convenios de programación.

483
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Los Senadores y Diputados que representen a las circunscripciones y distritos


de la región podrán, cuando lo estimen conveniente, asistir a las sesiones del
consejo regional y tomar parte en sus debates, sin derecho a voto.

Artículo 114. La ley orgánica constitucional respectiva determinará la forma


y el modo en que el Presidente de la República podrá transferir a uno o más
gobiernos regionales, en carácter temporal o definitivo, una o más
competencias de los ministerios y servicios públicos creados para el
cumplimiento de la función administrativa, en materias de ordenamiento
territorial, fomento de las actividades productivas y desarrollo social y cultural.

Artículo 115. Para el gobierno y administración interior del Estado a que se


refiere el presente capítulo se observará como principio básico la búsqueda
de un desarrollo territorial armónico y equitativo. Las leyes que se dicten al
efecto deberán velar por el cumplimiento y aplicación de dicho principio,
incorporando asimismo criterios de solidaridad entre las regiones, como al
interior de ellas, en lo referente a la distribución de los recursos públicos.

Sin perjuicio de los recursos que para su funcionamiento se asignen a los


gobiernos regionales en la Ley de Presupuestos de la Nación y de aquellos
que provengan de lo dispuesto en el Nº 20º del artículo 19, dicha ley
contemplará una proporción del total de los gastos de inversión pública que
determine, con la denominación de fondo nacional de desarrollo regional.

La Ley de Presupuestos de la Nación contemplará, asimismo, gastos


correspondientes a inversiones sectoriales de asignación regional cuya
distribución entre regiones responderá a criterios de equidad y eficiencia,
tomando en consideración los programas nacionales de inversión
correspondientes. La asignación de tales gastos al interior de cada región
corresponderá al gobierno regional.

A iniciativa de los gobiernos regionales o de uno o más ministerios podrán


celebrarse convenios anuales o plurianuales de programación de inversión pública
entre gobiernos regionales, entre éstos y uno o más ministerios o entre gobiernos
regionales y municipalidades, cuyo cumplimiento será obligatorio. La ley orgánica
constitucional respectiva establecerá las normas generales que regularán la
suscripción, ejecución y exigibilidad de los referidos convenios.

484
CHILE

La ley podrá autorizar a los gobiernos regionales y a las empresas públicas


para asociarse con personas naturales o jurídicas a fin de propiciar actividades
e iniciativas sin fines de lucro que contribuyan al desarrollo regional. Las
entidades que al efecto se constituyan se regularán por las normas comunes
aplicables a los particulares.

Lo dispuesto en el inciso anterior se entenderá sin perjuicio de lo establecido


en el número 21º del artículo 19.

Gobierno y Administración Provincial

Artículo 116. En cada provincia existirá una gobernación que será un órgano
territorialmente desconcentrado del intendente. Estará a cargo de un
gobernador, quien será nombrado y removido libremente por el Presidente
de la República.

Corresponde al gobernador ejercer, de acuerdo a las instrucciones del


intendente, la supervigilancia de los servicios públicos existentes en la provincia.
La ley determinará las atribuciones que podrá delegarle el intendente y las
demás que le corresponden.

Artículo 117. Los gobernadores, en los casos y forma que determine la ley, podrán
designar delegados para el ejercicio de sus facultades en una o más localidades.

Administración Comunal

Artículo 118. La administración local de cada comuna o agrupación de comunas


que determine la ley reside en una municipalidad, la que estará constituida por el
alcalde, que es su máxima autoridad, y por el concejo.

La ley orgánica constitucional respectiva establecerá las modalidades y formas


que deberá asumir la participación de la comunidad local en las actividades
municipales.

Los alcaldes, en los casos y formas que determine la ley orgánica constitucional
respectiva, podrán designar delegados para el ejercicio de sus facultades en
una o más localidades.

485
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Las municipalidades son corporaciones autónomas de derecho público, con


personalidad jurídica y patrimonio propio, cuya finalidad es satisfacer las
necesidades de la comunidad local y asegurar su participación en el progreso
económico, social y cultural de la comuna.

Una ley orgánica constitucional determinará las funciones y atribuciones de


las municipalidades. Dicha ley señalará, además, las materias de competencia
municipal que el alcalde, con acuerdo del concejo o a requerimiento de los
2/3 de los concejales en ejercicio, o de la proporción de ciudadanos que
establezca la ley, someterá a consulta no vinculante o a plebiscito, así como
las oportunidades, forma de la convocatoria y efectos.

Las municipalidades podrán asociarse entre ellas en conformidad a la ley


orgánica constitucional respectiva, pudiendo dichas asociaciones gozar de
personalidad jurídica de derecho privado. Asimismo, podrán constituir o
integrar corporaciones o fundaciones de derecho privado sin fines de lucro
cuyo objeto sea la promoción y difusión del arte, la cultura y el deporte, o el
fomento de obras de desarrollo comunal y productivo. La participación
municipal en ellas se regirá por la citada ley orgánica constitucional.

Las municipalidades podrán establecer en el ámbito de las comunas o


agrupación de comunas, de conformidad con la ley orgánica constitucional
respectiva, territorios denominados unidades vecinales, con el objeto de
propender a un desarrollo equilibrado y a una adecuada canalización de la
participación ciudadana.

Los servicios públicos deberán coordinarse con el municipio cuando


desarrollen su labor en el territorio comunal respectivo, en conformidad con
la ley.

La ley determinará la forma y el modo en que los ministerios, servicios públicos


y gobiernos regionales podrán transferir competencias a las municipalidades,
como asimismo el carácter provisorio o definitivo de la transferencia.

Artículo 119. En cada municipalidad habrá un concejo integrado por concejales


elegidos por sufragio universal en conformidad a la ley orgánica constitucional
de municipalidades. Durarán cuatro años en sus cargos y podrán ser

486
CHILE

reelegidos. La misma ley determinará el número de concejales y la forma de


elegir al alcalde.

El concejo será un órgano encargado de hacer efectiva la participación de la


comunidad local, ejercerá funciones normativas, resolutivas y fiscalizadoras y
otras atribuciones que se le encomienden, en la forma que determine la ley
orgánica constitucional respectiva.

La ley orgánica de municipalidades determinará las normas sobre organización


y funcionamiento del concejo y las materias en que la consulta del alcalde al
con c ejo será obligatoria y aquellas en que necesariamente se requerirá el
acuerdo de éste. En todo caso, será necesario dicho acuerdo para la
aprobación del plan comunal de desarrollo, del presupuesto municipal y de
los proyectos de inversión respectivos.

Artículo 120. La ley orgánica constitucional respectiva regulará la


administración transitoria de las comunas que se creen, el procedimiento de
instalación de las nuevas municipalidades, de traspaso del personal municipal
y de los servicios y los resguardos necesarios para cautelar el uso y disposición
de los bienes que se encuentren situados en los territorios de las nuevas
comunas.

Asimismo, la ley orgánica constitucional de municipalidades establecerá los


procedimientos que deberán observarse en caso de supresión o fusión de
una o más comunas.

Artículo 121. Las municipalidades, para el cumplimiento de sus funciones,


podrán crear o suprimir empleos y fijar remuneraciones, como también
establecer los órganos o unidades que la ley orgánica constitucional respectiva
permita.

Estas facultades se ejercerán dentro de los límites y requisitos que, a iniciativa


exclusiva del Presidente de la República, determine la ley orgánica
constitucional de municipalidades.

Artículo 122. Las municipalidades gozarán de autonomía para la administración


de sus finanzas. La Ley de Presupuestos de la Nación podrá asignarles

487
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

recursos para atender sus gastos, sin perjuicio de los ingresos que directamente
se les confieran por la ley o se les otorguen por los gobiernos regionales
respectivos. Una ley orgánica constitucional contemplará un mecanismo de
redistribución solidaria de los ingresos propios entre las municipalidades del
país con la denominación de fondo común municipal. Las normas de
distribución de este fondo serán materia de ley.

Disposiciones Generales

Artículo 123. La ley establecerá fórmulas de coordinación para la


administración de todos o algunos de los municipios, con respecto a los
problemas que les sean comunes, así como entre los municipios y los demás
servicios públicos.

Sin perjuicio de lo dispuesto en el inciso anterior, la ley orgánica constitucional


respectiva regulará la administración de las áreas metropolitanas, y establecerá
las condiciones y formalidades que permitan conferir dicha calidad a
determinados territorios.

Artículo 124. Para ser designado intendente o gobernador y para ser elegido
consejero regional, alcalde o concejal, se requerirá ser ciudadano con derecho
a sufragio, tener los demás requisitos de idoneidad que la ley señale y residir
en la región a lo menos en los últimos dos años anteriores a su designación o
elección.

Los cargos de intendente, gobernador, consejero regional, alcalde y concejal


serán incompatibles entre sí.

Ningún intendente, gobernador o presidente del consejo regional, desde el


día de su designación o elección, según el caso, puede ser acusado o privado
de su libertad, salvo el caso de delito flagrante, si el Tribunal de Alzada de la
jurisdicción respectiva, en pleno, no autoriza previamente la acusación
declarando haber lugar a la formación de causa. De esta resolución podrá
apelarse ante la Corte Suprema.

En caso de ser arrestado algún intendente, gobernador o presidente de consejo


regional por delito flagrante, será puesto inmediatamente a disposición del

488
CHILE

Tribunal de Alzada respectivo, con la información sumaria correspondiente.


El Tribunal procederá, entonces, conforme a lo dispuesto en el inciso anterior.

Desde el momento en que se declare, por resolución firme, haber lugar a


formación de causa, queda el intendente, gobernador o presidente del consejo
regional imputado suspendido de su cargo y sujeto al juez competente.

Artículo 125. Las leyes orgánicas constitucionales respectivas establecerán


las causales de cesación en los cargos de alcalde, consejero regional y concejal.

Artículo 126. La ley determinará la forma de resolver las cuestiones de


competencia que pudieren suscitarse entre las autoridades nacionales,
regionales, provinciales y comunales.

Asimismo, establecerá el modo de dirimir las discrepancias que se produzcan


entre el intendente y el consejo regional, así como entre el alcalde y el concejo.

Disposiciones Especiales

Artículo 126 bis. Son territorios especiales los correspondientes a Isla de


Pascua y al Archipiélago Juan Fernández. El Gobierno y Administración de
estos territorios se regirá por los estatutos especiales que establezcan las
leyes orgánicas constitucionales respectivas

Capítulo XV
Reforma De La Constitución

Artículo 127. Los proyectos de reforma de la Constitución podrán ser


iniciados por mensaje del Presidente de la República o por moción de
cualquiera de los miembros del Congreso Nacional, con las limitaciones
señaladas en el inciso primero del artículo 65.

El proyecto de reforma necesitará para ser aprobado en cada Cámara el


voto conforme de las tres quintas partes de los diputados y senadores en
ejercicio. Si la reforma recayere sobre los capítulos I, III, VIII, XI, XII o XV,
necesitará, en cada Cámara, la aprobación de las dos terceras partes de los
diputados y senadores en ejercicio.

489
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

En lo no previsto en este Capítulo, serán aplicables a la tramitación de los


proyectos de reforma constitucional las normas sobre formación de la ley,
debiendo respetarse siempre los quórums señalados en el inciso anterior.

Artículo 128. El proyecto que aprueben ambas Cámaras pasará al Presidente


de la República.

Si el Presidente de la República rechazare totalmente un proyecto de reforma


aprobado por ambas Cámaras y éstas insistieren en su totalidad por las dos
terceras partes de los miembros en ejercicio de cada Cámara, el Presidente
deberá promulgar dicho proyecto, a menos que consulte a la ciudadanía
mediante plebiscito.

Si el Presidente observare parcialmente un proyecto de reforma aprobado


por ambas Cámaras, las observaciones se entenderán aprobadas con el voto
conforme de las tres quintas o dos terceras partes de los miembros en ejercicio
de cada Cámara, según corresponda de acuerdo con el artículo anterior, y se
devolverá al Presidente para su promulgación.

En caso de que las Cámaras no aprueben todas o algunas de las observaciones


del Presidente, no habrá reforma constitucional sobre los puntos en
discrepancia, a menos que ambas Cámaras insistieren por los dos tercios de
sus miembros en ejercicio en la parte del proyecto aprobado por ellas. En
este último caso, se devolverá al Presidente la parte del proyecto que haya
sido objeto de insistencia para su promulgación, salvo que éste consulte a la
ciudadanía para que se pronuncie mediante un plebiscito, respecto de las
cuestiones en desacuerdo.

La ley orgánica constitucional relativa al Congreso regulará en lo demás lo


concerniente a los vetos de los proyectos de reforma y a su tramitación en el
Congreso.

Artículo 129. La convocatoria a plebiscito deberá efectuarse dentro de los


treinta días siguientes a aquel en que ambas Cámaras insistan en el proyecto
aprobado por ellas, y se ordenará mediante decreto supremo que fijará la
fecha de la votación plebiscitaria, la que no podrá tener lugar antes de treinta
días ni después de sesenta, contado desde la publicación de dicho decreto.

490
CHILE

Transcurrido este plazo sin que el Presidente convoque a plebiscito, se


promulgará el proyecto que hubiere aprobado el Congreso.

El decreto de convocatoria contendrá, según corresponda, el proyecto


aprobado por ambas Cámaras y vetado totalmente por el Presidente de la
República, o las cuestiones del proyecto en las cuales el Congreso haya
insistido. En este último caso, cada una de las cuestiones en desacuerdo deberá
ser votada separadamente en el plebiscito.

El Tribunal Calificador comunicará al Presidente de la República el resultado


del plebiscito, y especificará el texto del proyecto aprobado por la ciudadanía,
el que deberá ser promulgado como reforma constitucional dentro de los
cinco días siguientes a dicha comunicación.

Una vez promulgado el proyecto y desde la fecha de su vigencia, sus


disposiciones formarán parte de la Constitución y se tendrán por incorporadas
a ésta.

Disposiciones Transitorias

PRIMERA. Mientras se dictan las disposiciones que den cumplimiento a lo


prescrito en el inciso tercero del número 1º del artículo 19 de esta Constitución,
continuarán rigiendo los preceptos legales actualmente en vigor.

SEGUNDA. Mientras se dicta el nuevo Código de Minería, que deberá


regular, entre otras materias, la forma, condiciones y efectos de las concesiones
mineras a que se refieren los incisos séptimo al décimo del número 24º del
artículo 19 de esta Constitución Política, los titulares de derechos mineros
seguirán regidos por la legislación que estuviere en vigor al momento en que
entre en vigencia esta Constitución, en calidad de concesionarios.
Los derechos mineros a que se refiere el inciso anterior subsistirán bajo el
imperio del nuevo Código, pero en cuanto a sus goces y cargas y en lo tocante
a su extinción, prevalecerán las disposiciones de dicho nuevo Código de
Minería. Este nuevo Código deberá otorgar plazo a los concesionarios para
cumplir los nuevos requisitos que se establezcan para merecer amparo legal.
En el lapso que medie entre el momento en que se ponga en vigencia esta
Constitución y aquél en que entre en vigor el nuevo Código de Minería, la

491
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

constitución de derechos mineros con el carácter de concesión señalado en


los incisos séptimo al décimo del número 24º del artículo 19 de esta
Constitución, continuará regida por la legislación actual, al igual que las
concesiones mismas que se otorguen.

TERCERA. La gran minería del cobre y las empresas consideradas


como tal, nacionalizadas en virtud de lo prescrito en la disposición 17a.
transitoria de la Constitución Política de 1925, continuarán rigiéndose
por las normas constitucionales vigentes a la fecha de promulgación de
esta Constitución.

CUARTA. Se entenderá que las leyes actualmente en vigor sobre materias


que conforme a esta Constitución deben ser objeto de leyes orgánicas
constitucionales o aprobadas con quórum calificado, cumplen estos requisitos
y seguirán aplicándose en lo que no sean contrarias a la Constitución, mientras
no se dicten los correspondientes cuerpos legales.

QUINTA. No obstante lo dispuesto en el número 6º del artículo 32,


mantendrán su vigencia los preceptos legales que a la fecha de promulgación
de esta Constitución hubieren reglado materias no comprendidas en el artículo
63, mientras ellas no sean expresamente derogadas por ley.

SEXTA. Sin perjuicio de lo dispuesto en el inciso tercero del número 20º del
artículo 19, mantendrán su vigencia las disposiciones legales que hayan
establecido tributos de afectación a un destino determinado, mientras no sean
expresamente derogadas.

SÉPTIMA. El indulto particular será siempre procedente respecto de los


delitos a que se refiere el artículo 9º cometidos antes del 11 de marzo de
1990. Una copia del Decreto respectivo se remitirá, en carácter reservado,
al Senado.

OCTAVA. Las normas del capítulo VII “Ministerio Público”, regirán al


momento de entrar en vigencia la ley orgánica constitucional del Ministerio
Público. Esta ley podrá establecer fechas diferentes para la entrada en vigor
de sus disposiciones, como también determinar su aplicación gradual en las
diversas materias y regiones del país.

492
CHILE

El capítulo VII “Ministerio Público”, la ley orgánica constitucional del Ministerio


Público y las leyes que, complementando dichas normas, modifiquen el Código
Orgánico de Tribunales y el Código de Procedimiento Penal, se aplicarán
exclusivamente a los hechos acaecidos con posterioridad a la entrada en
vigencia de tales disposiciones.

NOVENA. No obstante lo dispuesto en el artículo 87, en la quina y en


cada una de las ternas que se formen para proveer por primera vez los
cargos de Fiscal Nacional y de fiscales regionales, la Corte Suprema y las
Cortes de Apelaciones podrán incluir, respectivamente, a un miembro activo
del Poder.

DÉCIMA. Las atribuciones otorgadas a las municipalidades en el artículo


121, relativas a la modificación de la estructura orgánica, de personal y de
remuneraciones, serán aplicables cuando se regulen en la ley respectiva las
modalidades, requisitos y limitaciones para el ejercicio de estas nuevas
competencias.

DECIMOPRIMERA. En el año siguiente a la fecha de publicación de la


presente ley de reforma constitucional no podrán figurar en las nóminas para
integrar la Corte Suprema quienes hayan desempeñado los cargos de
Presidente de la República, diputado, senador, Ministro de Estado, intendente,
gobernador o alcalde.

DECIMOSEGUNDA. El mandato del Presidente de la República en


ejercicio será de seis años, no pudiendo ser reelegido para el período siguiente.

DECIMOTERCERA. El Senado estará integrado únicamente por


senadores electos en conformidad con el artículo 49 de la Constitución Política
de la República y la Ley Orgánica Constitucional sobre Votaciones Populares
y Escrutinios actualmente vigentes.

Las modificaciones a la referida Ley Orgánica sobre Votaciones Populares


y Escrutinios que digan relación con el número de senadores, las
circunscripciones existentes y el sistema electoral vigente, requerirán del
voto conforme de las tres quintas partes de los diputados y senadores en
ejercicio.

493
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Los senadores en actual ejercicio incorporados o designados en conformidad


a las letras a), b), c), d), e) y f) del artículo 49 que se derogan, continuarán
desempeñando sus funciones hasta el 10 de marzo de 2006.

DECIMOCUARTA. El reemplazo de los actuales Ministros y el


nombramiento de los nuevos integrantes del Tribunal Constitucional, se
efectuará conforme a las reglas siguientes:

Los actuales Ministros nombrados por el Presidente de la República, el


Senado, la Corte Suprema y el Consejo de Seguridad Nacional se mantendrán
en funciones hasta el término del período por el cual fueron nombrados o
hasta que cesen en sus cargos.

El reemplazo de los Ministros designados por el Consejo de Seguridad


Nacional corresponderá al Presidente de la República.

El Senado nombrará tres Ministros del Tribunal Constitucional, dos


directamente y el tercero previa propuesta de la Cámara de Diputados. Éste
último durará en el cargo hasta el mismo día en que cese el actualmente
nombrado por el Senado o quién lo reemplace en conformidad al inciso séptimo
de este artículo, y podrá ser reelegido.

Los actuales Ministros de la Corte Suprema que lo sean a su vez del Tribunal
Constitucional, quedarán suspendidos temporalmente en el ejercicio de sus
cargos en dicha Corte, seis meses después que se publique la presente reforma
constitucional y sin afectar sus derechos funcionarios. Reasumirán esos cargos
al término del período por el cual fueron nombrados en el Tribunal
Constitucional o cuando cesen en este último por cualquier motivo.

La Corte Suprema nominará, en conformidad a la letra c) del Artículo 92, los


abogados indicados en la medida que se vayan generando las vacantes
correspondientes. No obstante, el primero de ellos será nombrado por tres
años, el segundo por seis años y el tercero por nueve años. El que haya sido
nombrado por tres años podrá ser reelegido.

Si alguno de los actuales Ministros no contemplados en el inciso anterior


cesare en su cargo, se reemplazará por la autoridad indicada en las letras a)

494
CHILE

y b) del artículo 92, según corresponda, y su período durará por lo que reste
a su antecesor, pudiendo éstos ser reelegidos.

Los Ministros nombrados en conformidad a esta disposición deberán ser


designados con anterioridad al 11 de diciembre de 2005 y entrarán en funciones
el 1 de enero de 2006.

DECIMOQUINTA. Los tratados internacionales aprobados por el Congreso


Nacional con anterioridad a la entrada en vigor de la presente reforma
constitucional, que versen sobre materias que conforme a la Constitución
deben ser aprobadas por la mayoría absoluta o las cuatro séptimas partes de
los diputados y senadores en ejercicio, se entenderá que han cumplido con
estos requisitos.

Las contiendas de competencia actualmente trabadas ante la Corte


Suprema y las que lo sean hasta la entrada en vigor de las modificaciones
al Capítulo VIII, continuarán radicadas en dicho órgano hasta su total
tramitación.

Los procesos iniciados, de oficio o a petición de parte, o que se iniciaren en


la Corte Suprema para declarar la inaplicabilidad de un precepto legal por
ser contrario a la Constitución, con anterioridad a la aplicación de las reformas
al Capítulo VIII, seguirán siendo de conocimiento y resolución de esa Corte
hasta su completo término.

DECIMOSEXTA. Las reformas introducidas al Capítulo VIII entran en


vigor seis meses después de la publicación de la presente reforma
constitucional con la excepción de lo regulado en la disposición decimocuarta.

DECIMOSEPTIMA. Las Fuerzas de Orden y Seguridad Pública seguirán


siendo dependientes del Ministerio encargado de la Defensa Nacional hasta
que se dicte la nueva ley que cree el Ministerio encargado de la Seguridad
Pública.

DECIMOOCTAVA. Las modificaciones dispuestas en el artículo 57, Nº


2, comenzarán a regir después de la próxima elección general de
parlamentarios.

495
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

DECIMONOVENA. No obstante, la modificación al Artículo 16 N° 2 de


esta Constitución, también se suspenderá el derecho de sufragio de las personas
procesadas por hechos anteriores al 16 de Junio de 2005, por delitos que
merezcan pena aflictiva o por delito que la ley califique como conducta
terrorista.

VIGÉSIMA. En tanto no se creen los tribunales especiales a que alude el


párrafo cuarto del número 16° del Artículo 19, las reclamaciones motivadas
por la conducta ética de los profesionales que no pertenezcan a colegios
profesionales, serán conocidas por los tribunales ordinarios.

VIGÉSIMAPRIMERA. La reforma introducida al numeral 10º del artículo


19 en relación al segundo nivel de transición de la educación parvularia, entrará
en vigencia gradualmente, en la forma que disponga la ley.

VIGÉSIMASEGUNDA. Mientras no entren en vigencia los estatutos


especiales a que se refiere el artículo 126 bis, los territorios especiales de Isla
de Pascua y Archipiélago Juan Fernández continuarán rigiéndose por las
normas comunes en materia de división político-administrativa y de gobierno
y administración interior del Estado.

VIGÉSIMOTERCERA. Las reformas introducidas a los artículos 15 y 18


sobre voluntariedad del voto e incorporación al registro electoral por el solo
ministerio de la ley, regirán al momento de entrar en vigencia la respectiva ley
orgánica constitucional a que se refiere el inciso segundo del artículo 18 que
se introduce mediante dichas reformas.

VIGÉSIMOCUARTA. El Estado de Chile podrá reconocer la jurisdicción


de la Corte Penal Internacional en los términos previstos en el tratado
aprobado en la ciudad de Roma, el 17 de julio de 1998, por la Conferencia
Diplomática de Plenipotenciarios de las Naciones Unidas sobre el
establecimiento de dicha Corte.

Al efectuar ese reconocimiento, Chile reafirma su facultad preferente para


ejercer su jurisdicción penal en relación con la jurisdicción de la Corte. Esta
última será subsidiaria de la primera, en los términos previstos en el Estatuto
de Roma que creó la Corte Penal Internacional.

496
CHILE

La cooperación y asistencia entre las autoridades nacionales competentes y


la Corte Penal Internacional, así como los procedimientos judiciales y
administrativos a que hubiere lugar, se sujetarán a lo que disponga la ley
chilena.

La jurisdicción de la Corte Penal Internacional, en los términos previstos en


su Estatuto, sólo se podrá ejercer respecto de los crímenes de su competencia
cuyo principio de ejecución sea posterior a la entrada en vigor en Chile del
Estatuto de Roma.

VIGÉSIMO QUINTA. La modificación introducida en el inciso cuarto del


artículo 60, entrará en vigencia transcurridos ciento ochenta días a contar de
la publicación de esta ley en el Diario Oficial.

497
Colômbia

CONSTITUCIÓN POLÍTICA DE COLOMBIA (1991)

PREÁMBULO

El pueblo de Colombia,
en ejercicio de su poder soberano, representado por sus delegatarios a la
Asamblea Nacional Constituyente, invocando la protección de Dios, y con el
fin de fortalecer la unidad de la Nación y asegurar a sus integrantes la vida, la
convivencia, el trabajo, la justicia, la igualdad, el conocimiento, la libertad y la
paz, dentro de un marco jurídico, democrático y participativo que garantice
un orden político, económico y social justo, y comprometido a impulsar la
integración de la comunidad latinoamericana, decreta, sanciona y promulga
la siguiente:

CONSTITUCIÓN POLÍTICA DE COLOMBIA

TITULO I - DE LOS PRINCIPIOS FUNDAMENTALES

ARTICULO 1. Colombia es un Estado social de derecho, organizado en


forma de República unitaria, descentralizada, con autonomía de sus entidades
territoriales, democrática, participativa y pluralista, fundada en el respeto de

499
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

la dignidad humana, en el trabajo y la solidaridad de las personas que la


integran y en la prevalencia del interés general.

ARTICULO 2. Son fines esenciales del Estado: servir a la comunidad, promover


la prosperidad general y garantizar la efectividad de los principios, derechos y
deberes consagrados en la Constitución; facilitar la participación de todos en
las decisiones que los afectan y en la vida económica, política, administrativa y
cultural de la Nación; defender la independencia nacional, mantener la integridad
territorial y asegurar la convivencia pacífica y la vigencia de un orden justo.
Las autoridades de la República están instituidas para proteger a todas las
personas residentes en Colombia, en su vida, honra, bienes, creencias, y demás
derechos y libertades, y para asegurar el cumplimiento de los deberes sociales
del Estado y de los particulares.

ARTICULO 3. La soberanía reside exclusivamente en el pueblo, del cual


emana el poder público. El pueblo la ejerce en forma directa o por medio de
sus representantes, en los términos que la Constitución establece.

ARTICULO 4. La Constitución es norma de normas. En todo caso de


incompatibilidad entre la Constitución y la ley u otra norma jurídica, se aplicarán
las disposiciones constitucionales.
Es deber de los nacionales y de los extranjeros en Colombia acatar la
Constitución y las leyes, y respetar y obedecer a las autoridades.

ARTICULO 5. El Estado reconoce, sin discriminación alguna, la primacía


de los derechos inalienables de la persona y ampara a la familia como institución
básica de la sociedad.

ARTICULO 6. Los particulares sólo son responsables ante las autoridades


por infringir la Constitución y las leyes. Los servidores públicos lo son por la
misma causa y por omisión o extralimitación en el ejercicio de sus funciones.

ARTICULO 7. El Estado reconoce y protege la diversidad étnica y cultural


de la Nación colombiana.

ARTICULO 8. Es obligación del Estado y de las personas proteger las


riquezas culturales y naturales de la Nación.

500
COLÔMBIA

ARTICULO 9. Las relaciones exteriores del Estado se fundamentan en la


soberanía nacional, en el respeto a la autodeterminación de los pueblos y en
el reconocimiento de los principios del derecho internacional aceptados por
Colombia.
De igual manera, la política exterior de Colombia se orientará hacia la
integración latinoamericana y del Caribe.

ARTICULO 10. El castellano es el idioma oficial de Colombia. Las lenguas


y dialectos de los grupos étnicos son también oficiales en sus territorios. La
enseñanza que se imparta en las comunidades con tradiciones lingüísticas
propias será bilingüe.

TITULO II - DE LOS DERECHOS, LAS GARANTIAS Y LOS


DEBERES

CAPITULO I - DE LOS DERECHOS FUNDAMENTALES

ARTICULO 11. El derecho a la vida es inviolable. No habrá pena de muerte.

ARTICULO 12. Nadie será sometido a desaparición forzada, a torturas ni


a tratos o penas crueles, inhumanos o degradantes.

ARTICULO 13. Todas las personas nacen libres e iguales ante la ley, recibirán
la misma protección y trato de las autoridades y gozarán de los mismos derechos,
libertades y oportunidades sin ninguna discriminación por razones de sexo, raza,
origen nacional o familiar, lengua, religión, opinión política o filosófica.
El Estado promoverá las condiciones para que la igualdad sea real y efectiva
y adoptará medidas en favor de grupos discriminados o marginados.
El Estado protegerá especialmente a aquellas personas que por su condición
económica, física o mental, se encuentren en circunstancia de debilidad
manifiesta y sancionará los abusos o maltratos que contra ellas se cometan.

ARTICULO 14. Toda persona tiene derecho al reconocimiento de su


personalidad jurídica.

ARTICULO 15. Todas las personas tienen derecho a su intimidad personal


y familiar y a su buen nombre, y el Estado debe respetarlos y hacerlos respetar.

501
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

De igual modo, tienen derecho a conocer, actualizar y rectificar las


informaciones que se hayan recogido sobre ellas en los bancos de datos y en
archivos de entidades públicas y privadas.
En la recolección, tratamiento y circulación de datos se respetarán la libertad
y demás garantías consagradas en la Constitución.
La correspondencia y demás formas de comunicación privada son inviolables.
Sólo pueden ser interceptados o registrados mediante orden judicial, en los
casos y con las formalidades que establezca la ley.
Con el fin de prevenir la comisión de actos terroristas, una ley estatutaria
reglamentará la forma y condiciones en que las autoridades que ella señale,
con fundamento en serios motivos, puedan interceptar o registrar la
correspondencia y demás formas de comunicación privada, sin previa orden
judicial, con aviso inmediato a la Procuraduría General de la Nación y control
judicial posterior dentro de las treinta y seis (36) horas siguientes. Al iniciar
cada período de sesiones el Gobie rno rendirá informe al Congreso sobre el
uso que se haya hecho de esta facultad. Los funcionarios que abusen de las
medidas a que se refiere este artículo incurrirán en falta gravísima, sin perjuicio
de las demás responsabilidades a que hubiere lugar.
Para efectos tributarios judiciales y para los casos de inspección, vigilancia e
intervención del Estado, podrá exigirse la presentación de libros de contabilidad
y demás documentos privados, en los términos que señale la ley.

ARTICULO 16. Todas las personas tienen derecho al libre desarrollo de su


personalidad sin más limitaciones que las que imponen los derechos de los
demás y el orden jurídico.

ARTICULO 17. Se prohiben la esclavitud, la servidumbre y la trata de seres


humanos en todas sus formas.

ARTICULO 18. Se garantiza la libertad de conciencia. Nadie será molestado


por razón de sus convicciones o creencias ni compelido a revelarlas ni obligado
a actuar contra su conciencia.

ARTICULO 19. Se garantiza la libertad de cultos. Toda persona tiene


derecho a profesar libremente su religión y a difundirla en forma individual o
colectiva.
Todas las confesiones religiosas e iglesias son igualmente libres ante la ley.

502
COLÔMBIA

ARTICULO 20. Se garantiza a toda persona la libertad de expresar y difundir


su pensamiento y opiniones, la de informar y recibir información veraz e
imparcial, y la de fundar medios masivos de comunicación.
Estos son libres y tienen responsabilidad social. Se garantiza el derecho a la
rectificación en condiciones de equidad. No habrá censura.

ARTICULO 21. Se garantiza el derecho a la honra. La ley señalará la forma


de su protección.

ARTICULO 22. La paz es un derecho y un deber de obligatorio


cumplimiento.

ARTICULO 23. Toda persona tiene derecho a presentar peticiones


respetuosas a las autoridades por motivos de interés general o particular y a
obtener pronta resolución. El legislador podrá reglamentar su ejercicio ante
organizaciones privadas para garantizar los derechos fundamentales.

ARTICULO 24. Todo colombiano, con las limitaciones que establezca la


ley, tiene derecho a circular libremente por el territorio nacional, a entrar y
salir de él, y a permanecer y residenciarse en Colombia.
El Gobierno Nacional podrá establecer la obligación de llevar un informe de
residencia de los habitantes del territorio nacional, de conformidad con la ley
estatutaria que se expida para el efecto.

ARTICULO 25. El trabajo es un derecho y una obligación social y goza, en


todas sus modalidades, de la especial protección del Estado. Toda persona
tiene derecho a un trabajo en condiciones dignas y justas.

ARTICULO 26. Toda persona es libre de escoger profesión u oficio. La ley


podrá exigir títulos de idoneidad. Las autoridades competentes inspeccionarán
y vigilarán el ejercicio de las profesiones. Las ocupaciones, artes y oficios
que no exijan formación académica son de libre ejercicio, salvo aquellas que
impliquen un riesgo social.
Las profesiones legalmente reconocidas pueden organizarse en colegios.
La estructura interna y el funcionamiento de éstos deberán ser
democráticos. La ley podrá asignarles funciones públicas y establecer los
debidos controles.

503
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 27. El Estado garantiza las libertades de enseñanza, aprendizaje,


investigación y cátedra.

ARTICULO 28. Toda persona es libre. Nadie puede ser molestado en su


persona o familia, ni reducido a prisión o arresto, ni detenido, ni su domicilio
registrado, sino en virtud de mandamiento escrito de autoridad judicial
competente, con las formalidades legales y por motivo previamente definido
en la ley.
La persona detenida preventivamente será puesta a disposición del juez
competente dentro de las treinta y seis (36) horas siguientes, para que este
adopte la decisión correspondiente en el término que establezca la ley.
En ningún caso podrá haber detención, prisión ni arresto por deudas, ni penas
y medidas de seguridad imprescriptibles.
Una ley estatutaria reglamentará la forma en que, sin previa orden judicial, las
autoridades que ella señale puedan realizar detenciones, allanamientos y
registros domiciliarios, con aviso inmediato a la Procuraduría General de la
Nación y control judicial posterior dentro de las treinta y seis (36) horas
siguientes, siempre que existan serios motivos para prevenir la comisión de
actos terroristas. Al iniciar cada período de sesiones el Gobierno rendirá
informe al Congreso sobre el uso que se haya hecho de esta facultad. Los
funcionarios que abusen de las medidas a que se refiere este artículo incurrirán
en falta gravísima, sin perjuicio de las demás responsabilidades a que hubiere
lugar.

ARTICULO 29. El debido proceso se aplicará a toda clase de actuaciones


judiciales y administrativas.
Nadie podrá ser juzgado sino conforme a leyes preexistentes al acto que se
le imputa, ante juez o tribunal competente y con observancia de la plenitud de
las formas propias de cada juicio.
En materia penal, la ley permisiva o favorable, aun cuando sea posterior, se
aplicará de preferencia a la restrictiva o desfavorable.
Toda persona se presume inocente mientras no se la haya declarado
judicialmente culpable. Quien sea sindicado tiene derecho a la defensa y a la
asistencia de un abogado escogido por él, o de oficio, durante la investigación
y el juzgamiento; a un debido proceso público sin dilaciones injustificadas; a
presentar pruebas y a controvertir las que se alleguen en su contra; a impugnar
la sentencia condenatoria, y a no ser juzgado dos veces por el mismo hecho.

504
COLÔMBIA

Es nula, de pleno derecho, la prueba obtenida con violación del debido


proceso.

ARTICULO 30. Quien estuviere privado de su libertad, y creyere estarlo


ilegalmente, tiene derecho a invocar ante cualquier autoridad judicial, en todo
tiempo, por sí o por interpuesta persona, el Habeas Corpus, el cual debe
resolverse en el término de treinta y seis horas.

ARTICULO 31. Toda sentencia judicial podrá ser apelada o consultada,


salvo las excepciones que consagre la ley.
El superior no podrá agravar la pena impuesta cuando el condenado sea
apelante único.

ARTICULO 32. El delincuente sorprendido en flagrancia podrá ser


aprehendido y llevado ante el juez por cualquier persona. Si los agentes de la
autoridad lo persiguieren y se refugiare en su propio domicilio, podrán penetrar
en él, para el acto de la aprehensión; si se acogiere a domicilio ajeno, deberá
preceder requerimiento al morador.

ARTICULO 33. Nadie podrá ser obligado a declarar contra sí mismo o


contra su cónyuge, compañero permanente o parientes dentro del cuarto
grado de consanguinidad, segundo de afinidad o primero civil.

ARTICULO 34. Se prohiben las penas de destierro, prisión perpetua y


confiscación.
No obstante, por sentencia judicial, se declarará extinguido el dominio sobre
los bienes adquiridos mediante enriquecimiento ilícito, en perjuicio del Tesoro
público o con grave deterioro de la moral social.

ARTICULO 35.La extradición se podrá solicitar, conceder u ofrecer de


acuerdo con los tratados públicos y, en su defecto, con la ley.
Además, la extradición de los colombianos por nacimiento se concederá por
delitos cometidos en el exterior, considerados como tales en la legislación
penal colombiana. La Ley reglamentará la materia.
La extradición no procederá por delitos políticos.
No procederá la extradición cuando se trate de hechos cometidos con
anterioridad a la promulgación de la presente norma.

505
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 36. Se reconoce el derecho de asilo en los términos previstos


en la ley.

ARTICULO 37. Toda parte del pueblo puede reunirse y manifestarse pública
y pacíficamente. Sólo la ley podrá establecer de manera expresa los casos en
los cuales se podrá limitar el ejercicio de este derecho.

ARTICULO 38. Se garantiza el derecho de libre asociación para el desarrollo


de las distintas actividades que las personas realizan en sociedad.

ARTICULO 39. Los trabajadores y empleadores tienen derecho a


constituir sindicatos o asociaciones, sin intervención del Estado. Su
reconocimiento jurídico se producirá con la simple inscripción del acta de
constitución.
La estructura interna y el funcionamiento de los sindicatos y organizaciones
sociales y gremiales se sujetarán al orden legal y a los principios democráticos.
La cancelación o la suspensión de la personería jurídica sólo procede por vía
judicial.
Se reconoce a los representantes sindicales el fuero y las demás garantías
necesarias para el cumplimiento de su gestión.
No gozan del derecho de asociación sindical los miembros de la Fuerza
Pública.

ARTICULO 40. Todo ciudadano tiene derecho a participar en la


conformación, ejercicio y control del poder político. Para hacer efectivo este
derecho puede:
1. Elegir y ser elegido.
2. Tomar parte en elecciones, plebiscitos, referendos, consultas populares y
otras formas de participación democrática.
3. Constituir partidos, movimientos y agrupaciones políticas sin limitación
alguna; formar parte de ellos libremente y difundir sus ideas y programas.
4. Revocar el mandato de los elegidos en los casos y en la forma que establecen
la Constitución y la ley.
5. Tener iniciativa en las corporaciones públicas.
6. Interponer acciones públicas en defensa de la Constitución y de la ley.
7. Acceder al desempeño de funciones y cargos públicos, salvo los
colombianos, por nacimiento o por adopción, que tengan doble nacionalidad.

506
COLÔMBIA

La ley reglamentará esta excepción y determinará los casos a los cuales ha de


aplicarse.
Las autoridades garantizarán la adecuada y efectiva participación de la mujer
en los niveles decisorios de la Administración Pública.

ARTICULO 41. En todas las instituciones de educación, oficiales o privadas,


serán obligatorios el estudio de la Constitución y la Instrucción Cívica. Así
mismo se fomentarán prácticas democráticas para el aprendizaje de los
principios y valores de la participación ciudadana. El Estado divulgará la
Constitución.

CAPITULO II - DE LOS DERECHOS SOCIALES,


ECONOMICOS Y CULTURALES

ARTICULO 42. La familia es el núcleo fundamental de la sociedad. Se


constituye por vínculos naturales o jurídicos, por la decisión libre de un hombre
y una mujer de contraer matrimonio o por la voluntad responsable de
conformarla.
El Estado y la sociedad garantizan la protección integral de la familia. La ley
podrá determinar el patrimonio familiar inalienable e inembargable. La honra,
la dignidad y la intimidad de la familia son inviolables.
Las relaciones familiares se basan en la igualdad de derechos y deberes de la
pareja y en el respeto recíproco entre todos sus integrantes.
Cualquier forma de violencia en la familia se considera destructiva de su armonía
y unidad, y será sancionada conforme a la ley.
Los hijos habidos en el matrimonio o fuera de él, adoptados o procreados
naturalmente o con asistencia científica, tienen iguales derechos y deberes.
La ley reglamentará la progenitura responsable.
La pareja tiene derecho a decidir libre y responsablemente el número de sus
hijos, y deberá sostenerlos y educarlos mientras sean menores o impedidos.
Las formas del matrimonio, la edad y capacidad para contraerlo, los deberes
y derechos de los cónyuges, su separación y la disolución del vínculo, se
rigen por la ley civil.
Los matrimonios religiosos tendrán efectos civiles en los términos que
establezca la ley.
Los efectos civiles de todo matrimonio cesarán por divorcio con arreglo a la
ley civil.

507
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

También tendrán efectos civiles las sentencias de nulidad de los matrimonios


religiosos dictadas por las autoridades de la respectiva religión, en los términos
que establezca la ley.
La ley determinará lo relativo al estado civil de las personas y los consiguientes
derechos y deberes.

ARTICULO 43. La mujer y el hombre tienen iguales derechos y


oportunidades. La mujer no podrá ser sometida a ninguna clase de
discriminación. Durante el embarazo y después del parto gozará de especial
asistencia y protección del Estado, y recibirá de éste subsidio alimentario si
entonces estuviere desempleada o desamparada.
El Estado apoyará de manera especial a la mujer cabeza de familia.

ARTICULO 44. Son derechos fundamentales de los niños: la vida, la


integridad física, la salud y la seguridad social, la alimentación equilibrada, su
nombre y nacionalidad, tener una familia y no ser separados de ella, el cuidado
y amor, la educación y la cultura, la recreación y la libre expresión de su
opinión. Serán protegidos contra toda forma de abandono, violencia física o
moral, secuestro, venta, abuso sexual, explotación laboral o económica y
trabajos riesgosos. Gozarán también de los demás derechos consagrados en
la Constitución, en las leyes y en los tratados internacionales ratificados por
Colombia.
La familia, la sociedad y el Estado tienen la obligación de asistir y proteger al
niño para garantizar su desarrollo armónico e integral y el ejercicio pleno de
sus derechos. Cualquier persona puede exigir de la autoridad competente su
cumplimiento y la sanción de los infractores.
Los derechos de los niños prevalecen sobre los derechos de los demás.

ARTICULO 45. El adolescente tiene derecho a la protección y a la formación


integral.
El Estado y la sociedad garantizan la participación activa de los jóvenes en
los organismos públicos y privados que tengan a cargo la protección, educación
y progreso de la juventud.

ARTICULO 46. El Estado, la sociedad y la familia concurrirán para la


protección y la asistencia de las personas de la tercera edad y promoverán su
integración a la vida activa y comunitaria.

508
COLÔMBIA

El Estado les garantizará los servicios de la seguridad social integral y el


subsidio alimentario en caso de indigencia.

ARTICULO 47. El Estado adelantará una política de previsión,


rehabilitación e integración social para los disminuidos físicos, sensoriales
y psíquicos, a quienes se prestará la atención especializada que
requieran.

ARTICULO 48. La Seguridad Social es un servicio público de carácter


obligatorio que se prestará bajo la dirección, coordinación y control
del Estado, en sujeción a los principios de eficiencia, universalidad y
solidaridad, en los términos que establezca la Ley.
Se garantiza a todos los habitantes el derecho irrenunciable a la
Seguridad Social.
El Estado, con la participación de los particulares, ampliará
progresivamente la cobertura de la Seguridad Social que comprenderá
la prestación de los servicios en la forma que determine la Ley.
La Seguridad Social podrá ser prestada por entidades públicas o
privadas, de conformidad con la ley.
No se podrán destinar ni utilizar los recursos de las instituciones de la
Seguridad Social para fines diferentes a ella.
La ley definirá los medios para que los recursos destinados a pensiones
mantengan su poder adquisitivo constante.
El Estado garantizará los derechos, la sostenibilidad financiera del
Sistema Pensional, respetará los derechos adquiridos con arreglo a la
ley y asumirá el pago de la deuda pensional que de acuerdo con la ley
esté a su cargo. Las leyes en materia pensional que se expidan con
posterioridad a la entrada en vigencia de este acto legislativo, deberán
asegurar la sostenibilidad financiera de lo establecido en ellas.
Sin perjuicio de los descuentos o deducciones y embargos a pensiones
ordenados de acuerdo con la ley, por ningún motivo podrá dejarse de
pagar, congelarse o reducirse el valor de la mesada de las pensiones
reconocidas conforme a derecho.
Para adquirir el derecho a la pensión será necesario cumplir con la edad,
el tiempo de servicio, las semanas de cotización o el capital necesario,
así como las demás condiciones que señala la ley, sin perjuicio de lo
dispuesto para las pensiones de invalidez y sobrevivencia. Los requisitos

509
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

y beneficios para adquirir el derecho a una pensión de invalidez o de


sobrevivencia serán los establecidos por las leyes del Sistema General de
Pensiones.
En materia pensional se respetarán todos los derechos adquiridos.
Los requisitos y beneficios pensionales para todas las personas, incluidos los
de pensión de vejez por actividades de alto riesgo, serán los establecidos en
las leyes del Sistema General de Pensiones. No podrá dictarse disposición o
invocarse acuerdo alguno para apartarse de lo allí establecido.
Para la liquidación de las pensiones sólo se tendrán en cuenta los factores
sobre los cuales cada persona hubiere efectuado las cotizaciones. Ninguna
pensión podrá ser inferior al salario mínimo legal mensual vigente. Sin embargo,
la ley podrá determinar los casos en que se puedan conceder beneficios
económicos periódicos inferiores al salario mínimo, a personas de escasos
recursos que no cumplan con las condiciones requeridas para tener derecho
a una pensión.
A partir de la vigencia del presente Acto Legislativo, no habrá regímenes
especiales ni exceptuados, sin perjuicio del aplicable a la fuerza pública, al
Presidente de la República y a lo establecido en los parágrafos del presente
artículo.
Las personas cuyo derecho a la pensión se cause a partir de la vigencia del
presente Acto Legislativo no podrán recibir más de trece (13) mesadas
pensionales al año. Se entiende que la pensión se causa cuando se cumplen
todos los requisitos para acceder a ella, aun cuando no se hubiese efectuado
el reconocimiento.
La ley establecerá un procedimiento breve para la revisión de las pensiones
reconocidas con abuso del derecho o sin el cumplimiento de los requisitos
establecidos en la ley o en las convenciones y laudos arbitrales válidamente
celebrados.

PARÁGRAFO 1º. A partir del 31 de julio de 2010, no podrán causarse


pensiones superiores a veinticinco (25) salarios mínimos legales mensuales
vigentes, con cargo a recursos de naturaleza pública.

PARÁGRAFO 2º. A partir de la vigencia del presente Acto Legislativo no


podrán establecerse en pactos, convenciones colectivas de trabajo, laudos o
acto jurídico alguno, condiciones pensionales diferentes a las establecidas en
las leyes del Sistema General de Pensiones.

510
COLÔMBIA

PARÁGRAFO TRANSITORIO 1º. El régimen pensional de los docentes


nacionales, nacionalizados y territoriales, vinculados al servicio público educativo
oficial es el establecido para el Magisterio en las disposiciones legales vigentes
con anterioridad a la entrada en vigenci a de la Ley 812 de 2003, y lo
preceptuado en el artículo 81 de esta. Los docentes que se hayan vinculado o
se vinculen a partir de la vigencia de la citada ley, tendrán los derechos de prima
media establecidos en las leyes del Sistema General de Pensiones, en los términos
del artículo 81 de la Ley 812 de 2003.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 2º. Sin perjuicio de los derechos adquiridos,


el régimen aplicable a los miembros de la Fuerza Pública y al Presidente de la
República, y lo establecido en los parágrafos del presente artículo, la vigencia
de los regímenes pensionales especiales, los exceptuados, así como cualquier
otro distinto al establecido de manera permanente en las leyes del Sistema
General de Pensiones expirará el 31 de julio del año 2010.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 3º. Las reglas de carácter pensional que


rigen a la fecha de vigencia de este Acto Legislativo contenidas en pactos,
convenciones colectivas de trabajo, laudos o acuerdos válidamente celebrados,
se mantendrán por el término inicialmente estipulado. En los pactos, convenciones
o laudos que se suscriban entre la vigencia de este Acto Legislativo y el 31 de
julio de 2010, no podrán estipularse condiciones pensionales más favorables
que las que se encuentren actualmente vigentes. En todo caso perderán vigencia
el 31 de julio de 2010.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 4º. El régimen de transición establecido en


la Ley 100 de 1993 y demás normas que desarrollen dicho régimen, no podrá
extenderse más allá del 31 de julio de 2010; excepto para los trabajadores que
estando en dicho régimen, además, tengan cotizadas al menos 750 semanas o su
equivalente en tiempo de servicios a la entrada en vigencia del presente Acto
Legislativo, a los cuales se les mantendrá dicho régimen hasta el año 2014.
Los requisitos y beneficios pensionales para las personas cobijadas por este
régimen serán los exigidos por el artículo 36 de la Ley 100 de 1993 y demás
normas que desarrollen dicho régimen.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 5º. De conformidad con lo dispuesto por


el artículo 140 de la Ley 100 de 1993 y el Decreto 2090 de 2003, a partir de

511
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

la entrada en vigencia de este último decreto, a los miembros del cuerpo


de custodia y vigilancia Penitenciaria y Carcelaria Nacional se les aplicará
el régimen de alto riesgo contemplado en el mismo. A quienes ingresaron
con anterioridad a dicha fecha se aplicará el régimen hasta ese entonces
vigente para dichas personas por razón de los riesgos de su labor, este es
el dispuesto para el efecto por la Ley 32 de 1986, para lo cual deben
haberse cubierto las cotizaciones correspondientes.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 6º. Se exceptúan de lo establecido


por el inciso 8º. del presente artículo, aquellas personas que perciban una
pensión igual o inferior a tres (3) salarios mínimos legales mensuales
vigentes, si la misma se causa antes del 31 de julio de 2011, quienes
recibirán catorce (14) mesadas pensionales al año.

ARTICULO 49. La atención de la salud y el saneamiento ambiental son


servicios públicos a cargo del Estado. Se garantiza a todas las personas
el acceso a los servicios de promoción, protección y recuperación de la
salud.
Corresponde al Estado organizar, dirigir y reglamentar la prestación de
servicios de salud a los habitantes y de saneamiento ambiental conforme
a los principios de eficiencia, universalidad y solidaridad. También,
establecer las políticas para la prestación de servicios de salud por
entidades privadas, y ejercer su vigilancia y control. Así mismo, establecer
las competencias de la Nación, las entidades territoriales y los particulares,
y determinar los aportes a su cargo en los términos y condiciones señalados
en la ley.
Los servicios de salud se organizarán en forma descentralizada, por niveles
de atención y con participación de la comunidad.
La ley señalará los términos en los cuales la atención básica para todos
los habitantes será gratuita y obligatoria.
Toda persona tiene el deber de procurar el cuidado integral de su salud y
la de su comunidad.

ARTICULO 50. Todo niño menor de un año que no esté cubierto por
algún tipo de protección o de seguridad social, tendrá derecho a recibir
atención gratuita en todas las instituciones de salud que reciban aportes
del Estado. La ley reglamentará la materia.

512
COLÔMBIA

ARTICULO 51. Todos los colombianos tienen derecho a vivienda digna. El


Estado fijará las condiciones necesarias para hacer efectivo este derecho y
promoverá planes de vivienda de interés social, sistemas adecuados de
financiación a largo plazo y formas asociativas de ejecución de estos programas
de vivienda.

ARTICULO 52. El ejercicio del deporte, sus manifestaciones recreativas,


competitivas y autóctonas tienen como función la formación integral de las
personas, preservar y desarrollar una mejor salud en el ser humano.
El deporte y la recreación, forman parte de la educación y constituyen gasto
público social.
Se reconoce el derecho de todas las personas a la recreación, a la práctica
del deporte y al aprovechamiento del tiempo libre.
El Estado fomentará estas actividades e inspeccionará, vigilará y controlará
las organizaciones deportivas y recreativas cuya estructura y propiedad deberán
ser democráticas.

ARTICULO 53. El Congreso expedirá el estatuto del trabajo. La ley


correspondiente tendrá en cuenta por lo menos los siguientes principios
mínimos fundamentales:
Igualdad de oportunidades para los trabajadores; remuneración mínima vital
y móvil, proporcional a la cantidad y calidad de trabajo; estabilidad en el
empleo; irrenunciabilidad a los beneficios mínimos establecidos en normas
laborales; facultades para transigir y conciliar sobre derechos inciertos y
discutibles; situación más favorable al trabajador en caso de duda en la
aplicación e interpretación de las fuentes formales de derecho; primacía de
la realidad sobre formalidades establecidas por los sujetos de las relaciones
laborales; garantía a la seguridad social, la capacitación, el adiestramiento y
el descanso necesario; protección especial a la mujer, a la maternidad y al
trabajador menor de edad.
El estado garantiza el derecho al pago oportuno y al reajuste periódico de
las pensiones legales.
Los convenios internacionales del trabajo debidamente ratificados, hacen
parte de la legislación interna.
La ley, los contratos, los acuerdos y convenios de trabajo, no pueden
menoscabar la libertad, la dignidad humana ni los derechos de los
trabajadores.

513
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 54. Es obligación del Estado y de los empleadores ofrecer


formación y habilitación profesional y técnica a quienes lo requieran. El Estado
debe propiciar la ubicación laboral de las personas en edad de trabajar y
garantizar a los minusválidos el derecho a un trabajo acorde con sus
condiciones de salud.

ARTICULO 55. Se garantiza el derecho de negociación colectiva para regular


las relaciones laborales, con las excepciones que señale la ley. Es deber del
Estado promover la concertación y los demás medios para la solución pacífica
de los conflictos colectivos de trabajo.

ARTICULO 56. Se garantiza el derecho de huelga, salvo en los servicios


públicos esenciales definidos por el legislador.
La ley reglamentará este derecho.
Una comisión permanente integrada por el Gobierno, por representantes de
los empleadores y de los trabajadores, fomentará las buenas relaciones
laborales, contribuirá a la solución de los conflictos colectivos de trabajo y
concertará las políticas salariales y laborales. La ley reglamentará su
composición y funcionamiento.

ARTICULO 57. La ley podrá establecer los estímulos y los medios para
que los trabajadores participen en la gestión de las empresas.

ARTICULO 58. Se garantizan la propiedad privada y los demás derechos


adquiridos con arreglo a las leyes civiles, los cuales no pueden ser
desconocidos ni vulnerados por leyes posteriores. Cuando de la aplicación
de una ley expedida por motivos de utilidad pública o interés social, resultaren
en conflicto los derechos de los particulares con la necesidad por ella
reconocida, el interés privado deberá ceder al interés público o social.
La propiedad es una función social que implica obligaciones. Como tal, le es
inherente una función ecológica.
El Estado protegerá y promoverá las formas asociativas y solidarias de
propiedad.
Por motivos de utilidad pública o de interés social definidos por el legislador,
podrá haber expropiación mediante sentencia judicial e indemnización previa.
Esta se fijará consultando los intereses de la comunidad y del afectado. En
los casos que determine el legislador, dicha expropiación podrá adelantarse

514
COLÔMBIA

por vía administrativa, sujeta a posterior acción contenciosa-administrativa,


incluso respecto del precio.

ARTICULO 59. En caso de guerra y sólo para atender a sus requerimientos,


la necesidad de una expropiación podrá ser decretada por el Gobierno
Nacional sin previa indemnización.
En el expresado caso, la propiedad inmueble sólo podrá ser temporalmente
ocupada, para atender a las necesidades de la guerra, o para destinar a ella
sus productos.
El Estado será siempre responsable por las expropiaciones que el Gobierno
haga por sí o por medio de sus agentes.

ARTICULO 60. El Estado promoverá, de acuerdo con la ley, el acceso a la


propiedad.
Cuando el Estado enajene su participación en una empresa, tomará las medidas
conducentes a democratizar la titularidad de sus acciones, y ofrecerá a sus
trabajadores, a las organizaciones solidarias y de trabajadores, condiciones especiales
para acceder a dicha propiedad accionaria. La ley reglamentará la materia.

ARTICULO 61. El Estado protegerá la propiedad intelectual por el tiempo


y mediante las formalidades que establezca la ley.

ARTICULO 62. El destino de las donaciones intervivos o testamentarias,


hechas conforme a la ley para fines de interés social, no podrá ser variado ni
modificado por el legislador, a menos que el objeto de la donación
desaparezca. En este caso, la ley asignará el patrimonio respectivo a un fin
similar.
El Gobierno fiscalizará el manejo y la inversión de tales donaciones.

ARTICULO 63. Los bienes de uso público, los parques naturales, las tierras
comunales de grupos étnicos, las tierras de resguardo, el patrimonio
arqueológico de la Nación y los demás bienes que determine la ley, son
inalienables, imprescriptibles e inembargables.

ARTICULO 64. Es deber del Estado promover el acceso progresivo a la


propiedad de la tierra de los trabajadores agrarios, en forma individual o
asociativa, y a los servicios de educacion, salud, vivienda, seguridad social,

515
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

recreación, crédito, comunicaciones, comercialización de los productos,


asistencia técnica y empresarial, con el fín de mejorar el ingreso y calidad de
vida de los campesinos.

ARTICULO 65. La producción de alimentos gozará de la especial protección


del Estado. Para tal efecto, se otorgará prioridad al desarrollo integral de las
actividades agrícolas, pecuarias, pesqueras, forestales y agroindustriales, así
como también a la construcción de obras de infraestructura física y adecuación
de tierras.
De igual manera, el Estado promoverá la investigación y la transferencia de
tecnología para la producción de alimentos y materias primas de origen
agropecuario, con el propósito de incrementar la productividad.

ARTICULO 66. Las disposiciones que se dicten en materia crediticia podrán


reglamentar las condiciones especiales del crédito agropecuario, teniendo en
cuenta los ciclos de las cosechas y de los precios, como también los riesgos
inherentes a la actividad y las calamidades ambientales.

ARTICULO 67. La educación es un derecho de la persona y un servicio


público que tiene una función social; con ella se busca el acceso al conocimiento,
a la ciencia, a la técnica, y a los demás bienes y valores de la cultura.
La educación formará al colombiano en el respeto a los derechos humanos, a
la paz y a la democracia; y en la práctica del trabajo y la recreación, para el
mejoramiento cultural, científico, tecnológico y para la protección del ambiente.
El Estado, la sociedad y la familia son responsables de la educación, que será
obligatoria entre los cinco y los quince años de edad y que comprenderá
como mínimo, un año de preescolar y nueve de educación básica.
La educación será gratuita en las instituciones del Estado, sin perjuicio del
cobro de derechos académicos a quienes puedan sufragarlos.
Corresponde al Estado regular y ejercer la suprema inspección y vigilancia
de la educación con el fin de velar por su calidad, por el cumplimiento de sus
fines y por la mejor formación moral, intelectual y física de los educandos;
garantizar el adecuado cubrimiento del servicio y asegurar a los menores las
condiciones necesarias para su acceso y permanencia en el sistema educativo.
La Nación y las entidades territoriales participarán en la dirección, financiación
y administración de los servicios educativos estatales, en los términos que
señalen la Constitución y la ley.

516
COLÔMBIA

ARTICULO 68. Los particulares podrán fundar establecimientos educativos.


La ley establecerá las condiciones para su creación y gestión.
La comunidad educativa participará en la dirección de las instituciones de
educación.
La enseñanza estará a cargo de personas de reconocida idoneidad ética y
pedagógica. La Ley garantiza la profesionalización y dignificación de la actividad
docente.
Los padres de familia tendrán derecho de escoger el tipo de educación para sus
hijos menores. En los establecimientos del Estado ninguna persona podrá ser
obligada a recibir educación religiosa.
Las integrantes de los grupos étnicos tendrán derecho a una formación que respete
y desarrolle su identidad cultural.
La erradicación del analfabetismo y la educación de personas con limitaciones
físicas o mentales, o con capacidades excepcionales, son obligaciones especiales
del Estado.

ARTICULO 69. Se garantiza la autonomía universitaria. Las universidades podrán


darse sus directivas y regirse por sus propios estatutos, de acuerdo con la ley.
La ley establecerá un régimen especial para las universidades del Estado.
El Estado fortalecerá la investigación científica en las universidades oficiales y
privadas y ofrecerá las condiciones especiales para su desarrollo.
El Estado facilitará mecanismos financieros que hagan posible el acceso de todas
las personas aptas a la educación superior.

ARTICULO 70. El Estado tiene el deber de promover y fomentar el acceso a la


cultura de todos los colombianos en igualdad de oportunidades, por medio de la
educación permanente y la enseñanza científica, técnica, artística y profesional en
todas las etapas del proceso de creación de la identidad nacional.
La cultura en sus diversas manifestaciones es fundamento de la nacionalidad. El
Estado reconoce la igualdad y dignidad de todas las que conviven en el país. El
Estado promoverá la investigación, la ciencia, el desarrollo y la difusión de los
valores culturales de la Nación.

ARTICULO 71. La búsqueda del conocimiento y la expresión artística son


libres. Los planes de desarrollo económico y social incluirán el fomento a las
ciencias y, en general, a la cultura. El Estado creará incentivos para personas
e instituciones que desarrollen y fomenten la ciencia y la tecnología y las demás

517
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

manifestaciones culturales y ofrecerá estímulos especiales a personas e


instituciones que ejerzan estas actividades.

ARTICULO 72. El patrimonio cultural de la Nación está bajo la protección


del Estado. El patrimonio arqueológico y otros bienes culturales que conforman
la identidad nacional, pertenecen a la Nación y son inalienables, inembargables
e imprescriptibles. La ley establecerá los mecanismos para readquirirlos cuando
se encuentren en manos de particulares y reglamentará los derechos especiales
que pudieran tener los grupos étnicos asentados en territorios de riqueza
arqueológica.

ARTICULO 73. La actividad periodística gozará de protección para


garantizar su libertad e independencia profesional.

ARTICULO 74. Todas las personas tienen derecho a acceder a los


documentos públicos salvo los casos que establezca la ley.
El secreto profesional es inviolable.

ARTICULO 75. El espectro electromagnético es un bien público inenajenable


e imprescriptible sujeto a la gestión y control del Estado. Se garantiza la
igualdad de oportunidades en el acceso a su uso en los términos que fije la
ley.
Para garantizar el pluralismo informativo y la competencia, el Estado intervendrá
por mandato de la ley para evitar las prácticas monopolísticas en el uso del
espectro electromagnético.

ARTICULO 76. Derogado.

ARTICULO 77. El Congreso de la República, a iniciativa del Gobierno,


expedirá la ley que fijará la política en materia de televisión.

CAPITULO III - DE LOS DERECHOS COLECTIVOS Y DEL


AMBIENTE

ARTICULO 78. La ley regulará el control de calidad de bienes y servicios


ofrecidos y prestados a la comunidad, así como la información que debe
suministrarse al público en su comercialización.

518
COLÔMBIA

Serán responsables, de acuerdo con la ley, quienes en la producción


y en la comercialización de bienes y servicios, atenten contra la salud,
la seguridad y el adecuado aprovisionamiento a consumidores y
usuarios.
El Estado garantizará la participación de las organizaciones de
consumidores y usuarios en el estudio de las disposiciones que les
conciernen. Para gozar de este derecho las organizaciones deben ser
representativas y observar procedimientos democráticos internos.

ARTICULO 79. Todas las personas tienen derecho a gozar de un


ambiente sano. La ley garantizará la participación de la comunidad en
las decisiones que puedan afectarlo.
Es deber del Estado proteger la diversidad e integridad del ambiente,
conservar las áreas de especial importancia ecológica y fomentar la
educación para el logro de estos fines.

ARTICULO 80. El Estado planificará el manejo y aprovechamiento


de los recursos naturales, para garantizar su desarrollo sostenible, su
conservación, restauración o sustitución.
Además, deberá prevenir y controlar los factores de deterioro ambiental,
imponer las sanciones legales y exigir la reparación de los daños
causados.
Así mismo, cooperará con otras naciones en la protección de los
ecosistemas situados en las zonas fronterizas.

ARTICULO 81. Queda prohibida la fabricación, importación, posesión


y uso de armas químicas, biológicas y nucleares, así como la introducción
al territorio nacional de residuos nucleares y desechos tóxicos.
El Estado regulará el ingreso al país y la salida de él de los recursos
genéticos, y su utilización, de acuerdo con el interés nacional.

ARTICULO 82. Es deber del Estado velar por la protección de la


integridad del espacio público y por su destinación al uso común, el
cual prevalece sobre el interés particular.
Las entidades públicas participarán en la plusvalía que genere su acción
urbanística y regularán la utilización del suelo y del espacio aéreo urbano
en defensa del interés común.

519
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPITULO IV - DE LA PROTECCION Y APLICACION DE LOS


DERECHOS

ARTICULO 83. Las actuaciones de los particulares y de las autoridades


públicas deberán ceñirse a los postulados de la buena fe, la cual se presumirá
en todas las gestiones que aquellos adelanten ante éstas.

ARTICULO 84. Cuando un derecho o una actividad hayan sido


reglamentados de manera general, las autoridades públicas no podrán
establecer ni exigir permisos, licencias o requisitos adicionales para su ejercicio.

ARTICULO 85. Son de aplicación inmediata los derechos consagrados en


los artículos 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 26, 27, 28,
29, 30, 31, 33, 34, 37 y 40.

ARTICULO 86. Toda persona tendrá acción de tutela para reclamar ante
los jueces, en todo momento y lugar, mediante un procedimiento preferente y
sumario, por sí misma o por quien actúe a su nombre, la protección inmediata
de sus derechos constitucionales fundamentales, cuando quiera que éstos
resulten vulnerados o amenazados por la acción o la omisión de cualquier
autoridad pública.
La protección consistirá en una orden para que aquel respecto de quien se
solicita la tutela, actúe o se abstenga de hacerlo. El fallo, que será de inmediato
cumplimiento, podrá impugnarse ante el juez competente y, en todo caso,
éste lo remitirá a la Corte Constitucional para su eventual revisión.
Esta acción solo procederá cuando el afectado no disponga de otro medio
de defensa judicial, salvo que aquella se utilice como mecanismo transitorio
para evitar un perjuicio irremediable.
En ningún caso podrán transcurrir más de diez días entre la solicitud de tutela
y su resolución.
La ley establecerá los casos en los que la acción de tutela procede contra
particulares encargados de la prestación de un servicio público o cuya conducta
afecte grave y directamente el interés colectivo, o respecto de quienes el
solicitante se halle en estado de subordinación o indefensión.

ARTICULO 87. Toda persona podrá acudir ante la autoridad judicial para
hacer efectivo el cumplimiento de una ley o un acto administrativo. En caso

520
COLÔMBIA

de prosperar la acción, la sentencia ordenará a la autoridad renuente el


cumplimiento del deber omitido.

ARTICULO 88. La ley regulará las acciones populares para la protección


de los derechos e intereses colectivos, relacionados con el patrimonio, el
espacio, la seguridad y la salubridad públicos, la moral administrativa, el
ambiente, la libre competencia económica y otros de similar naturaleza que
se definen en ella.
También regulará las acciones originadas en los daños ocasionados a un
número plural de personas, sin perjuicio de las correspondientes acciones
particulares.
Así mismo, definirá los casos de responsabilidad civil objetiva por el daño
inferido a los derechos e intereses colectivos.

ARTICULO 89. Además de los consagrados en los artículos anteriores, la


ley establecerá los demás recursos, las acciones, y los procedimientos
necesarios para que puedan propugnar por la integridad del orden jurídico, y
por la protección de sus derechos individuales, de grupo o colectivos, frente
a la acción u omisión de las autoridades públicas.

ARTICULO 90. El Estado responderá patrimonialmente por los daños


antijurídicos que le sean imputables, causados por la acción o la omisión de
las autoridades públicas.
En el evento de ser condenado el Estado a la reparación patrimonial de uno
de tales daños, que haya sido consecuencia de la conducta dolosa o
gravemente culposa de un agente suyo, aquél deberá repetir contra éste.

ARTICULO 91. En caso de infracción manifiesta de un precepto constitucional


en detrimento de alguna persona, el mandato superior no exime de
responsabilidad al agente que lo ejecuta.
Los militares en servicio quedan exceptuados de esta disposición. Respecto
de ellos, la responsabilidad recaerá únicamente en el superior que da la
orden.

ARTICULO 92. Cualquier persona natural o jurídica podrá solicitar de la


autoridad competente la aplicación de las sanciones penales o disciplinarias
derivadas de la conducta de las autoridades públicas.

521
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 93. Los tratados y convenios internacionales ratificados por el


Congreso, que reconocen los derechos humanos y que prohiben su limitación
en los estados de excepción, prevalecen en el orden interno.
Los derechos y deberes consagrados en esta Carta, se interpretarán de
conformidad con los tratados internacionales sobre derechos humanos
ratificados por Colombia.
El Estado Colombiano puede reconocer la jurisdicción de la Corte Penal
Internacional en los términos previstos en el Estatuto de Roma adoptado el
17 de julio de 1998 por la Conferencia de Plenipotenciarios de las Naciones
Unidas y, consecuentemente, ratificar este tratado de conformidad con el
procedimiento establecido en esta Constitución.
La admisión de un tratamiento diferente en materias sustanciales por parte
del Estatuto de Roma con respecto a las garantías contenidas en la Constitución
tendrá efectos exclusivamente dentro del ámbito de la materia regulada en él.

ARTICULO 94. La enunciación de los derechos y garantías contenidos en


la Constitución y en los convenios internacionales vigentes, no debe entenderse
como negación de otros que, siendo inherentes a la persona humana, no
figuren expresamente en ellos.

CAPITULO V - DE LOS DEBERES Y OBLIGACIONES

ARTICULO 95. La calidad de colombiano enaltece a todos los miembros


de la comunidad nacional. Todos están en el deber de engrandecerla y
dignificarla. El ejercicio de los derechos y libertades reconocidos en esta
Constitución implica responsabilidades.
Toda persona está obligada a cumplir la Constitución y las leyes.
Son deberes de la persona y del ciudadano:
1. Respetar los derechos ajenos y no abusar de los propios;
2. Obrar conforme al principio de solidaridad social, respondiendo con
acciones humanitarias ante situaciones que pongan en peligro la vida o la
salud de las personas;
3. Respetar y apoyar a las autoridades democráticas legítimamente constituídas
para mantener la independencia y la integridad nacionales.
4. Defender y difundir los derechos humanos como fundamento de la
convivencia pacífica;
5. Participar en la vida política, cívica y comunitaria del país;

522
COLÔMBIA

6. Propender al logro y mantenimiento de la paz;


7. Colaborar para el buen funcionamiento de la administración de la justicia;
8. Proteger los recursos culturales y naturales del país y velar por la
conservación de un ambiente sano;
9. Contribuír al financiamiento de los gastos e inversiones del Estado dentro
de conceptos de justicia y equidad.

TITULO III - DE LOS HABITANTES Y DEL TERRITORIO

CAPITULO I - DE LA NACIONALIDAD

ARTICULO 96. Son nacionales colombianos:

1. Por nacimiento:
a) Los naturales de Colombia, que con una de dos condiciones: que el padre
o la madre hayan sido naturales o nacionales colombianos o que, siendo hijos
de extranjeros, alguno de sus padres estuviere domiciliado en la República en
el momento del nacimiento y;
b) LLos hijos de padre o madre colombianos que hubieren nacido en tierra
extranjera y fuego se domiciliaren en territorio colombiano o registraren en
una oficina consular de la República.

2. Por adopción:
a) Los extranjeros que soliciten y obtengan carta de naturalización, de acuerdo
con la ley, la cual establecerá los casos en los cuales se pierde la nacionalidad
colombiana por adopción;
b) Los Latinoamericanos y del Caribe por nacimiento domiciliados en
Colombia, que con autorización del Gobierno y de acuerdo con la ley y el
principio de reciprocidad, pidan ser inscritos como colombianos ante la
municipalidad donde se establecieren, y;
c) Los miembros de los pueblos indígenas que comparten terr itorios
fronterizos, con aplicación del principio de reciprocidad según tratados
públicos.
Ningún colombiano por nacimiento podrá ser privado de su nacionalidad. La
calidad de nacional colombiano no se pierde por el hecho de adquirir otra
nacionalidad. Los nacionales por adopción no estarán obligados a renunciar
a su nacionalidad de origen o adopción.

523
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Quienes hayan renunciado a la nacionalidad colombiana podrán


recobrarla con arreglo a la ley.

ARTICULO 97. El colombiano, aunque haya renunciado a la calidad


de nacional, que actúe contra los intereses del país en guerra exterior
contra Colombia, será juzgado y penado como traidor.
Los colombianos por adopción y los extranjeros domiciliados en
Colombia, no podrán ser obligados a tomar las armas contra su país de
origen; tampoco lo serán los colombianos nacionalizados en país
extranjero, contra el país de su nueva nacionalidad.

CAPITULO II - DE LA CIUDADANIA

ARTICULO 98. La ciudadanía se pierde de hecho cuando se ha


renunciado a la nacionalidad, y su ejercicio se puede suspender en virtud
de decisión judicial en los casos que determine la ley.
Quienes hayan sido suspendidos en el ejercicio de la ciudadanía, podrán
solicitar su rehabilitación.

PARÁGRAFO. Mientras la ley no decida otra edad, la ciudadanía se


ejercerá a partir de los dieciocho años.

ARTICULO 99. La calidad de ciudadano en ejercicio es condición


previa e indispensable para ejercer el derecho de sufragio, para ser
elegido y para desempeñar cargos públicos que lleven anexa autoridad
o jurisdicción.

CAPITULO III - DE LOS EXTRANJEROS

ARTICULO 100. Los extranjeros disfrutarán en Colombia de los


mismos derechos civiles que se conceden a los colombianos. No
obstante, la ley podrá, por razones de orden público, subordinar a
condiciones especiales o negar el ejercicio de determinados derechos
civiles a los extranjeros.
Así mismo, los extranjeros gozarán, en el territorio de la República, de
las garantías concedidas a los nacionales, salvo las limitaciones que
establezcan la Constitución o la ley.

524
COLÔMBIA

Los derechos políticos se reservan a los nacionales, pero la ley podrá conceder
a los extranjeros residentes en Colombia el derecho al voto en las elecciones
y consultas populares de carácter municipal o distrital.

CAPITULO IV - DEL TERRITORIO

ARTICULO 101. Los límites de Colombia son los establecidos en los tratados
internacionales aprobados por el Congreso, debidamente ratificados por el
Presidente de la República, y los definidos por los laudos arbitrales en que
sea parte la Nación.
Los límites señalados en la forma prevista por esta Constitución, sólo podrán
modificarse en virtud de tratados aprobados por el Congreso, debidamente
ratificados por el Presidente de la República.
Forman parte de Colombia, además del territorio continental, el archipiélago
de San Andrés, Providencia, y Santa Catalina, la Isla de Malpelo y demás
islas, islotes, cayos, morros y bancos que le pertenecen.
También son parte de Colombia, el subsuelo, el mar territorial, la zona contigua,
la plataforma continental, la zona económica exclusiva, el espacio aéreo, el
segmento de la órbita geoestacionaria, el espectro electromagnético y el
espacio donde actúa, de conformidad con el Derecho Internacional o con las
leyes colombianas a falta de normas internacionales.

ARTICULO 102. El territorio, con los bienes públicos que de él forman


parte, pertenecen a la Nación.

TITULO IV - DE LA PARTICIPACION DEMOCRATICA Y DE


LOS PARTIDOS POLITICOS

CAPITULO I - DE LAS FORMAS DE PARTICIPACION


DEMOCRATICA

ARTICULO 103. Son mecanismos de participación del pueblo en ejercicio


de su soberanía: el voto, el plebiscito, el referendo, la consulta popular, el
cabildo abierto, la iniciativa legislativa y la revocatoria del mandato. La ley los
reglamentará.
El Estado contribuirá a la organización, promoción y capacitación de las
asociaciones profesionales, cívicas, sindicales, comunitarias, juveniles,

525
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

benéficas o de utilidad común no gubernamentales, sin detrimento de su


autonomía con el objeto de que constituyan mecanismos democráticos de
representación en las diferentes instancias de participación, concertación,
control y vigilancia de la gestión pública que se establezcan.

ARTICULO 104. El Presidente de la República, con la firma de todos los


ministros y previo concepto favorable del Senado de la República, podrá
consultar al pueblo decisiones de trascendencia nacional. La decisión del
pueblo será obligatoria. La consulta no podrá realizarse en concurrencia con
otra elección.

ARTICULO 105. Previo cumplimiento de los requisitos y formalidades que


señale el estatuto general de la organización territorial y en los casos que éste
determine, los Gobernadores y Alcaldes según el caso, podrán realizar
consultas populares para decidir sobre asuntos de competencia del respectivo
departamento o municipio.

ARTICULO 106. Previo el cumplimiento de los requisitos que la ley señale


y en los casos que ésta determine, los habitantes de las entidades territoriales
podrán presentar proyectos sobre asuntos que son de competencia de la
respectiva corporación pública, la cual está obligada a tramitarlos; decidir
sobre las disposiciones de interés de la comunidad a iniciativa de la autoridad
o corporación correspondiente o por no menos del 10% de los ciudadanos
inscritos en el respectivo censo electoral; y elegir representantes en las juntas
de las empresas que prestan servicios públicos dentro de la entidad territorial
respectiva.

CAPITULO II - DE LOS PARTIDOS Y DE LOS MOVIMIENTOS


POLITICOS

ARTICULO 107. Se garantiza a todos los ciudadanos el derecho a fundar,


organizar y desarrollar partidos y movimientos políticos, y la libertad de afiliarse
a ellos o de retirarse.
En ningún caso se permitirá a los ciudadanos pertenecer simultáneamente a
más de un partido o movimiento políticos con personería jurídica.
Los partidos y movimientos políticos se organizarán democráticamente. Para
la toma de sus decisiones o la escogencia de sus candidatos podrán celebrar

526
COLÔMBIA

consultas populares o internas que coincidan o no con las elecciones a


corporaciones públicas, de acuerdo con lo previsto en sus estatutos. En el
caso de las consultas populares se aplicarán las normas sobre financiación y
publicidad de campañas y acceso a los medios de comunicación del Estado,
que rigen para las elecciones ordinarias. Quien participe en las consultas de
un partido o movimiento político no podrá inscribirse por otro en el mismo
proceso electoral
También se garantiza a las organizaciones sociales el derecho a manifestarse
y participar en eventos políticos.

ARTICULO 108. El Consejo Nacional Electoral reconocerá personería


jurídica a los partidos, movimientos políticos y grupos significativos de
ciudadanos. Estos podrán obtenerlas con votación no inferior al dos por ciento
(2%) de los votos emitidos válidamente en el territorio nacional en elecciones
de Cámara de Representantes o Senado. Las perderán si no consiguen ese
porcentaje en las elecciones de las mismas Corporaciones Públicas. Se
exceptúa el régimen excepcional que se estatuya en la ley para las
circunscripciones de minorías, en las cuales bastará haber obtenido
representación en el Congreso.
Los partidos y movimientos políticos con personería jurídica reconocida
podrán inscribir candidatos a elecciones sin requisito adicional alguno.
Dicha inscripción deberá ser avalada para los mismos efectos por el respectivo
representante legal del partido o movimiento o por quien él delegue.
Los movimientos sociales y grupos significativos de ciudadanos también podrán
inscribir candidatos.
La ley determinará los requisitos de seriedad para la inscripción de
candidatos.
Los estatutos de los partidos y movimientos políticos regularán lo atinente a
su régimen disciplinario interno. Los miembros de las Corporaciones
Públicas elegidos por un mismo partido o movimiento político o ciudadano
actuarán en ellas como bancada en los términos que señale la ley y de
conformidad con las decisiones adoptadas democráticamente por estas.
Los estatutos internos de los partidos y movimientos políticos determinarán
los asuntos de conciencia respecto de los cuales no se aplicará este régimen
y podrán establecer sanciones por la inobservancia de sus directrices por
parte de los miembros de las bancadas, las cuales se fijarán gradualmente
hasta la expulsión, y podrán incluir la pérdida del derecho de voto del

527
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

congresista, diputado, concejal o edil por el resto del período para el cual fue
elegido.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 1º. Los partidos y movimientos políticos


con Personería Jurídica reconocida actualmente y con representación en el
Congreso, conservarán tal personería hasta las siguientes elecciones de
Congreso que se realicen con posterioridad a la promulgación del presente
Acto Legislativo, de cuyos resultados dependerá que la conserven de
acuerdo con las reglas dispuestas en la Constitución.
Para efectos de participar en cualquiera de las elecciones que se realicen
desde la entrada en vigencia de esta Reforma hasta las siguientes elecciones
de Congreso, los partidos y movimientos políticos con representación en el
Congreso podrán agruparse siempre que cumplan con los requisitos de
votación exigidos en la presente Reforma para la obtención de las personerías
jurídicas de los partidos y movimientos políticos y obtengan personería
jurídica que reemplazará a la de quienes se agrupen. La nueva agrupación
así constituida gozará de los beneficios y cumplirá las obligaciones,
consagrados en la Constitución para los partidos y movimientos políticos
en materia electoral.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 2º. Un número plural de Senadores o


Representantes a la Cámara, cuya sumatoria de votos en las pasadas
elecciones de Congreso hayan obtenido más del dos por ciento (2%) de los
votos válidos emitidos para Sena do de la República en el Territorio Nacional,
podrán solicitar el reconocimiento de la Personería jurídica de partido o
movimiento político. Esta norma regirá por tres (3) meses a partir de su
promulgación.

ARTICULO 109. El Estado concurrirá a la financiación de los partidos


y movimientos políticos con personería jurídica, de conformidad con la
ley.
Las campañas que adelanten los partidos y movimientos con personería
jurídica y los grupos significativos de ciudadanos que postulen candidatos
serán financiadas con recursos estatales mediante el sistema de reposición
por votos depositados.
La ley determinará el porcentaje de votación necesario para tener derecho a
dicha financiación.

528
COLÔMBIA

También se podrá limitar el monto de los gastos que los partidos, movimientos
o candidatos puedan realizar en las campañas electorales, así como la máxima
cuantía de las contribuciones privadas, de acuerdo con la ley.
Las campañas para elegir Presidente de la República dispondrán de acceso a
un máximo de espacios publicitarios y espacios institucionales de radio y
televisión costeados por el Estado, para aquellos candidatos de partidos,
movimientos y grupos significativos de ciudadanos cuya postulación cumpla
los requisitos de seriedad que, para el efecto, determine la ley.
Para las elecciones que se celebren a partir de la vigencia del presente acto
legislativo, la violación de los topes máximos de financiación de las campañas,
debidamente comprobada, será sancionada con la pérdida de investidura o
del cargo. La ley reglamentará los demás efectos por la violación de este
precepto.
Los partidos, movimientos y candidatos deberán rendir públicamente cuentas
sobre el volumen, origen y destino de sus ingresos.

PARÁGRAFO. La financiación anual de los partidos y movimientos políticos


con Personería Jurídica ascenderá como mínimo a dos punto siete veces la
aportada en el año 2003, manteniendo su valor en el tiempo.
La cuantía de la financiación de las campañas de los partidos y movimientos
políticos con personería jurídica será por lo menos tres veces la aportada en
el período 1999-2002 en pesos constantes de 2003. Ello incluye el costo del
transporte del día de elecciones y el costo de las franquicias de correo hoy
financiadas.
Las consultas populares internas de los partidos y movimientos que opten
por este mecanismo recibirán financiación mediante el sistema de reposición
por votos depositados, manteniendo para ello el valor en pesos constantes
vigente en el momento de aprobación de este Acto Legislativo.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. El Congreso reglamentará estas materias.


En lo concerniente a las elecciones departamentales y municipales, tal
reglamentación deberá estar lista a más tardar tres meses antes de su
realización. Si no lo hiciere, el Gobierno Nacional dictará un decreto con
fuerza de ley antes del cierre de las inscripciones correspondientes.

ARTICULO 110. Se prohibe a quienes desempeñan funciones públicas hacer


contribución alguna a los partidos, movimientos o candidatos, o inducir a

529
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

otros a que lo hagan, salvo las excepciones que establezca la ley. El


incumplimiento de cualquiera de estas prohibiciones será causal de remoción
del cargo o de pérdida de la investidura.

ARTICULO 111. Los partidos y movimientos políticos con personería


jurídica tienen derecho a utilizar los medios de comunicación que hagan uso
del espectro electromagnético, en todo tiempo, conforme a la ley. Ella
establecerá así mismo los casos y la forma como los partidos, los
movimientos políticos y los candidatos debidamente inscritos, tendrán acceso
a dichos medios.

CAPITULO III - DEL ESTATUTO DE LA OPOSICION

ARTICULO 112. Los partidos y movimientos políticos con personería


jurídica que se declaren en oposición al Gobierno, podrán ejercer libremente
la función crítica frente a este, y plantear y desarrollar alternativas políticas.
Para estos efectos, se les garantizarán los siguientes derechos: el acceso a
la información y a la documentación oficial, con las restricciones
constitucionales y legales; el uso de los medios de comunicación social del
Estado o en aquellos que hagan uso del espectro electromagnético de
acuerdo con la representación obtenida en las elecciones para Congreso
inmediatamente anteriores; la réplica en los mismos medios de comunicación.
Los partidos y movimientos minoritarios con personería jurídica tendrán
derecho a participar en las mesas directivas de los cuerpos colegiados,
según su representación en ellos.
Una ley estatutaria reglamentará íntegramente la materia.

TITULO V - DE LA ORGANIZACION DEL ESTADO

CAPITULO I - DE LA ESTRUCTURA DEL ESTADO

ARTICULO 113. Son Ramas del Poder Público, la legislativa, la ejecutiva,


y la judicial.
Además de los órganos que las integran existen otros, autónomos e
independientes, para el cumplimiento de las demás funciones del Estado.
Los diferentes órganos del Estado tienen funciones separadas pero colaboran
armónicamente para la realización de sus fines.

530
COLÔMBIA

ARTICULO 114. Corresponde al Congreso de la República reformar la


Constitución, hacer las leyes y ejercer control político sobre el gobierno y la
administración.
El Congreso de la República, estará integrado por el Senado y la Cámara de
Representantes.

ARTICULO 115. El Presidente de la República es Jefe del Estado, Jefe del


Gobierno y suprema autoridad administrativa.
El Gobierno Nacional está formado por el Presidente de la República, los
ministros del despacho y los directores de departamentos administrativos. El
Presidente y el Ministro o Director de Departamento correspondientes, en cada
negocio particular, constituyen el Gobierno.
Ningún acto del Presidente, excepto el de nombramiento y remoción de Ministros
y Directores de Departamentos Administrativos y aquellos expedidos en su
calidad de Jefe del Estado y de suprema autoridad administrativa, tendrá valor
ni fuerza alguna mientras no sea suscrito y comunicado por el Ministro del ramo
respectivo o por el Director del Departamento Administrativo correspondiente,
quienes, por el mismo hecho, se hacen responsables.
Las gobernaciones y las alcaldías, así como las superintendecias, los
establecimientos públicos y las empresas industriales o comerciales del Estado,
forman parte de la Rama Ejecutiva.

ARTICULO 116. La Corte Constitucional, la Corte Suprema de Justicia, el


Consejo de Estado, el Consejo Superior de la Judicatura, la Fiscalía General
de la Nación, los Tribunales y los Jueces, administran Justicia. También lo hace
la Justicia Penal Militar.
El Congreso ejercerá determinadas funciones judiciales.
Excepcionalmente la ley podrá atribuir función jurisdiccional en materias precisas
a determinadas autoridades administrativas. Sin embargo no les será permitido
adelantar la instrucción de sumarios ni juzgar delitos.
Los particulares pueden ser investidos transitoriamente de la función de
administrar justicia en la condición de jurados en las causas criminales,
conciliadores o en la de árbitros habilitados por las partes para proferir fallos en
derecho o en equidad, en los términos que determine la ley.

ARTICULO 117. El Ministerio Público y la Contraloría General de la


República son órganos de control.

531
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 118. El Ministerio Público será ejercido por el Procurador


General de la Nación, por el Defensor del Pueblo, por los procuradores
delegados y los agentes del ministerio público, ante las autoridades
jurisdiccionales, por los personeros municipales y por los demás funcionarios
que determine la ley. Al Ministerio Público corresponde la guarda y
promoción de los derechos humanos, la protección del interés público y la
vigilancia de la conducta oficial de quienes desempeñan funciones públicas.

ARTICULO 119. La Contraloría General de la República tiene a su cargo


la vigilancia de la gestión fiscal y el control de resultado de la administración.

ARTICULO 120. La Organización Electoral estará conformada por el


Tribunal Nacional Electoral, por la Registraduría Nacional del Estado Civil
y por el Comité Nacional de Vigilancia Electoral. La Registraduría Nacional
del Estado Civil tendrá a su cargo la organización de las elecciones, su
dirección y vigilancia, así como lo relativo a la identidad de las personas,
con el sistema electrónico o biométrico.

PARÁGRAFO. La ley reglamentará la composición y funciones del Tribunal


Nacional Electoral y el Comité Nacional de Vigilancia, los cuales tendrán
una conformación pluralista.

ARTICULO 121. Ninguna autoridad del Estado podrá ejercer funciones


distintas de las que le atribuyen la Constitución y la ley.

CAPITULO II - DE LA FUNCION PUBLICA

ARTICULO 122. No habrá empleo público que no tenga funciones


detalladas en ley o reglamento y para proveer los de carácter remunerado
se requiere que estén contemplados en la respectiva planta y previstos sus
emolumentos en el presupuesto correspondiente.
Ningún servidor público entrará a ejercer su cargo sin prestar juramento de
cumplir y defender la Constitución y desempeñar los deberes que le
incumben.
Antes de tomar posesión del cargo, al retirarse del mismo o cuando
autoridad competente se lo solicite deberá declarar, bajo juramento, el monto
de sus bienes y rentas.

532
COLÔMBIA

Dicha declaración sólo podrá ser utilizada para los fines y propósitos de la
aplicación de las normas del servidor público.
Sin perjuicio de las demás sanciones que establezca la ley, no podrán ser
inscritos como candidatos a cargos de elección popular, ni elegidos, ni
designados como servidores públicos, ni celebrar personalmente, o por
interpuesta persona, contratos con el Estado, quienes hayan sido
condenados, en cualquier tiempo, por la Comisión de Delitos que afecten
el patrimonio del Estado. Tampoco quien haya dado lugar, como servidor
público, con su conducta dolosa o gravemente culposa, así calificada por
sentencia judicial ejecutoriada, a que el Estado sea condenado a una
reparación patrimonial, salvo que asuma con cargo a su patrimonio el valor
del daño.

ARTICULO 123. Son servidores públicos los miembros de las corporaciones


públicas, los empleados y trabajadores del Estado y de sus entidades
descentralizadas territorialmente y por servicios.
Los servidores públicos están al servicio del Estado y de la comunidad;
ejercerán sus funciones en la forma prevista por la Constitución, la ley y el
reglamento.
La ley determinará el régimen aplicable a los particulares que temporalmente
desempeñen funciones públicas y regulará su ejercicio.

ARTICULO 124. La ley determinará la responsabilidad de los servidores


públicos y la manera de hacerla efectiva.

ARTICULO 125. Los empleos en los órganos y entidades del Estado son
de carrera. Se exceptúan los de elección popular, los de libre nombramiento
y remoción, los de trabajadores oficiales y los demás que determine la ley.
Todos los servidores públicos serán designados por concurso público de
méritos, salvo aquellos respecto de quienes la Constitución o la ley establezca
un mecanismo de designación especial. De esta disposición quedan
exceptuados los ministros, los viceministros, los jefes de departamento
administrativo, los secretarios de despachos departamentales y municipales y
los gerentes o directores de las entidades descentralizadas de todo orden.
El ingreso a los cargos de carrera y el ascenso en los mismos, se harán previo
cumplimiento de los requisitos y condiciones que fije la ley para determinar
los méritos y calidades de los aspirantes.

533
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

El retiro se hará: por calificación no satisfactoria en el desempeño del empleo;


por violación del régimen disciplinario y por las demás causales previstas
en la Constitución o la ley.
En ningún caso la filiación política de los ciudadanos podrá determinar su
nombramiento para un empleo de carrera, su ascenso o remoción.

PARÁGRAFO. Los períodos establecidos en la Constitución Política o


en la ley para cargos de elección tienen el carácter de institucionales. Quienes
sean designados o elegidos para ocupar tales cargos, en reemplazo por
falta absoluta de su titular, lo harán por cl resto del período para el cual este
fue elegido.

PARÁGRAFO 2º. La desvinculación de un cargo, no remueve la inhabilidad


del funcionario para postularse como candidato a cualquier cargo cuya
elección se realice durante el período para el cual fue elegido o nombrado.
Nadie podrá ejercer funciones en más de una corporación o cargo público,
ni en una corporación y un cargo, si los respectivos períodos coinciden, así
fuere parcialmente. La renuncia a alguno de ellos no elimina la inhabilidad.

ARTICULO 126. Los servidores públicos no podrán nombrar como


empleados a personas con las cuales tengan parentesco hasta el cuarto
grado de consanguinidad, segundo de afinidad, primero civil, o con quien
estén ligados por matrimonio o unión permanente. Tampoco podrán designar
a personas vinculadas por los mismos lazos con servidores públicos
competentes para intervenir en su designación.
Se exceptúan de lo previsto en este artículo los nombramientos que se
hagan en aplicación de las normas vigentes sobre ingreso o ascenso por
méritos.

ARTICULO 127. Los servidores públicos no podrán celebrar, por sí o


por interpuesta persona, o en representación de otro, contrato alguno con
entidades públicas o con personas privadas que manejen o administren
recursos públicos, salvo las excepciones legales.
A los empleados del Estado que se desempeñen en los órganos judicial,
electoral, de control, y organismos de seguridad les está prohibido tomar
parte en las actividades de los partidos y movimientos y en las controversias
políticas, sin perjuicio de ejercer libremente el derecho al sufragio. A los

534
COLÔMBIA

miembros de la Fuerza Pública en servicio activo se les aplican las limitaciones


contempladas en el artículo 219 de la Constitución.
Los empleados no contemplados en esta prohibición solo podrán participar
en dichas actividades y controversias en las condiciones que señale la ley
estatutaria.
La utilización del empleo para presionar a los ciudadanos a respaldar una
causa o campaña política constituye causal de mala conducta.
Cuando el Presidente y el Vicepresidente de la República presenten sus
candidaturas, solo podrán participar en las campañas electorales desde el
momento de su inscripción. En todo caso dicha participación solo podrá
darse desde los cuatro (4) meses anteriores a la fecha de la primera vuelta
de la elección presidencial, y se extenderá hasta la fecha de la segunda
vuelta en caso de que la hubiere. La Ley Estatutaria establecerá los términos
y condiciones en los cuales, antes de ese lapso, el Presidente o el
Vicepresidente podrán participar en los mecanismos democráticos de
selección de los candidatos de los partidos o movimientos políticos.
Durante la campaña, el Presidente y el Vicepresidente de la República no
podrán utilizar bienes del Estado o recursos del Tesoro Público, distintos
de aquellos que se ofrezcan en igualdad de condiciones a todos los
candidatos. Se exceptúan los destinados al cumplimiento de las funciones
propias de sus cargos y a su protección personal, en los términos que señale
la Ley Estatutaria.

ARTICULO 128. Nadie podrá desempeñar simultáneamente más de un


empleo público ni recibir más de una asignación que provenga del tesoro
público, o de empresas o de instituciones en las que tenga parte mayoritaria
el Estado, salvo los casos expresamente determinados por la ley.
Entiéndese por tesoro público el de la Nación, el de las entidades territoriales
y el de las descentralizadas.

ARTICULO 129. Los servidores públicos no podrán aceptar cargos,


honores o recompensas de gobiernos extranjeros u organismos internacionales,
ni celebrar contratos con ellos, sin previa autorización del Gobierno.

ARTICULO 130. Habrá una Comisión Nacional del Servicio Civil


responsable de la administración y vigilancia de las carreras de los servidores
públicos, excepción hecha de las que tengan carácter especial.

535
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 131. Compete a la ley la reglamentación del servicio público


que prestan los notarios y registradores, la definición del régimen laboral
para sus empleados y lo relativo a los aportes como tributación especial de
las notarías, con destino a la administración de justicia.
El nombramiento de los notarios en propiedad se hará mediante concurso.
Corresponde al gobierno la creación, supresión y fusión de los círculos de
notariado y registro y la determinación del número de notarios y oficinas de
registro.

TITULO VI - DE LA RAMA LEGISLATIVA

CAPITULO I - DE LA COMPOSICION Y LAS FUNCIONES

ARTICULO 132. Los senadores y los representantes serán elegidos para


un período de cuatro años, que se inicia el 20 de julio siguiente a la elección.

ARTICULO 133. Los miembros de cuerpos colegiados de elección directa


representan al pueblo, y deberán actuar consultando la justicia y el bien
común.
El elegido por voto popular en cualquier corporación pública, es responsable
ante la sociedad y frente a sus electores por el cumplimiento de las
obligaciones propias de su investidura. Su voto, salvo para asuntos de mero
trámite, será nominal y público.

ARTICULO 134. Los miembros de corporaciones públicas de elección


popular no tendrán suplentes. Las vacancias por sus faltas absolutas serán
suplidas por los candidatos no elegidos de su misma lista, según el orden de
inscripción en ella. La renuncia voluntaria no producirá como efecto el ingreso
a la corporación de quien debería suplirlo.

ARTICULO 135. Son facultades de cada Cámara:


1. Elegir sus mesas directivas.
2. Elegir al Secretario General para períodos de cuatro (4) años, contados
a partir del 20 de julio, quien deberá reunir las mismas calidades señaladas
para ser miembro de la respectiva cámara.
3. Solicitar al Gobierno los informes que necesite, salvo lo dispuesto en el
númeral 2 del Artículo siguiente.

536
COLÔMBIA

4. Determinar la celebración de sesiones reservadas en forma prioritaria a las


preguntas orales que formulen los congresistas a los Ministros y a las respuestas
de éstos. El reglamento regulará la materia.
5. Proveer los empleos creados por la ley para el cumplimiento de sus funciones.
6. Recabar del Gobierno la cooperación de los organismos de la administración
pública para el mejor desempeño de sus atribuciones.
7. Organizar su Policía interior.
8. En ejercicio del control político: Proponer moción de censura respecto de
los Ministros, directores de Departamento Administrativo, los presidentes de
las Empresas Industriales y Comerciales del E stado, los directores y miembros
de las juntas de los Organismos Autónomos e Independientes del Estado y los
directores de Institutos Descentralizados del orden Nacional, por asuntos
relacionados con funciones propias del cargo. La moción de censura, si hubiere
lugar a ella, deberá proponerla por lo menos la décima parte de los miembros
que componen la respectiva cámara. La votación se hará entre el tercero y el
décimo día siguientes a la terminación del debate, en Congreso pleno, con
audiencia de los funcionarios respectivos. Una aprobación requerirá la mayoría
absoluta de los integrantes de cada cámara. Una vez aprobada, el funcionario
quedará separado de su cargo. Si fuere rechazada, no podrá presentarse otra
sobre la misma materia a menos que la motiven hechos nuevos.
Como sanción, la moción de censura tiene carácter individual y mientras este
procedimiento se encuentre en trámite, no será admisible ni la presentación ni la
aceptación de la renuncia al cargo.
9. Citar y requerir a los Ministros, Directores de Departamento Administrativo
y Directores de Institutos Descentralizados del Orden Nacional y los Directores
y Miembros de las Juntas de los Organismos Autónomos e independientes del
Estado para que concurran a las sesiones. Las citaciones deberán hacerse con
una anticipación no menor de cinco (5) días y formularse precisando el objeto
de la citación. En caso de que los funcionarios no concurran, sin excusa aceptada
por la respectiva cámara, esta podrá proponer moción de censura. Los
funcionarios deberán ser oídos en la sesión para la cual fueron citados. El debate
no podrá extenderse a asuntos ajenos al objeto de la sesión y deberá encabezar
el orden del día de la misma.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Para efecto de lo dispuesto en el numeral


2 del presente artículo, el período comenzará a regir a partir del 20 de julio
de 2002.

537
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 136. Se prohibe al Congreso y a cada una de sus Cámaras:


1. Inmiscuirse, por medio de resoluciones o de leyes, en asuntos de
competencia privativa de otras autoridades.
2. Exigir al Gobierno información sobre instrucciones en materia
diplomática o sobre negociaciones de carácter reservado.
3. Dar votos de aplauso a los actos oficiales.
4. Decretar a favor de personas o entidades donaciones, gratificaciones,
auxilios, indemnizaciones, pensiones u otras erogaciones que no estén
destinadas a satisfacer créditos o derechos reconocidos con arreglo a
la ley preexistente.
5. Decretar actos de proscripción o persecución contra personas naturales
o jurídicas.
6. Autorizar viajes al exterior con dinero del erario, salvo en cumplimiento
de las misiones específicas, estrictamente relacionadas con la misión
congresual, aprobadas por las tres cuartas partes de los miembros de la
respectiva cámara, mediante votación nominal.
7. Dentro de los cinco días siguientes a su regreso al país, los comisionados
deberán entregar a la Presidencia de la Cámara a la cual pertenezcan, un
informe escrito sobre la gestión adelantada. Copia de este informe deberá
ser entregado a la Procuraduría General de la Nación y a la Contraloría
General de la República dentro del mismo plazo. El informe tendrá carácter
público.

ARTICULO 137. Cualquier comisión permanente podrá emplazar a


toda persona natural o jurídica, para que en sesión especial rinda
declaraciones orales o escritas, que podrán exigirse bajo juramento,
sobre hechos relacionados directamente con las indagaciones que la
comisión adelante.
Si quienes hayan sido citados se excusaren de asistir y la comisión insistiere
en llamarlos, la Corte Constitucional, despues de oirlos, resolverá sobre
el particular en un plazo de diez días, bajo estricta reserva.
La renuencia de los citados a comparecer o a rendir las declaraciones
requeridas, será sancionada por la comisión con la pena que señalen las
normas vigentes para los casos de desacato a las autoridades.
Si en el desarrollo de la investigación se requiere, para su
perfeccionamiento, o para la persecución de posibles infractores penales,
la intervención de otras autoridades, se las exhortará para lo pertinente.

538
COLÔMBIA

CAPITULO II - DE LA REUNION Y EL FUNCIONAMIENTO

ARTICULO 138. El Congreso, por derecho propio, se reunirá en sesiones


ordinarias, durante dos períodos por año, que constituirán una sola
legislatura. El primer período de sesiones comenzará el 20 de julio y
terminará el 16 de diciembre; el segundo el 16 de marzo y concluirá el 20
de junio.
Si por cualquier causa no pudiere reunirse en las fechas indicadas, lo hará
tan pronto como fuere posible, dentro de los períodos respectivos.
También se reunirá el Congreso en sesiones extraordinarias, por convocatoria
del Gobierno y durante el tiempo que éste señale.
En el curso de ellas sólo podrá ocuparse en los asuntos que el Gobierno
someta a su consideración, sin perjuicio de la función de control político
que le es propia, la cual podrá ejercer en todo tiempo.

ARTICULO 139. Las sesiones del Congreso serán instaladas y clausuradas


conjunta y públicamente por el Presidente de la República, sin que esta
ceremonia, en el primer evento, sea esencial para que el Congreso ejerza
legítimamente sus funciones.

ARTICULO 140. El Congreso tiene su sede en la capital de la República.


Las cámaras podrán por acuerdo entre ellas trasladar su sede a otro lugar y,
en caso de perturbación del orden público, podrán reunirse en el sitio que
designe el Presidente del Senado.

ARTICULO 141. El Congreso se reunirá en un solo cuerpo únicamente


para la instalación y clausura de sus sesiones, para dar posesión al Presidente
de la República, para recibir a Jefes de Estado o de Gobierno de otros países,
para elegir Contralor General de la República y Vicepresidente cuando sea
menester reemplazar el electo por el pueblo, así como decidir sobre la moción
de censura, con arreglo al artículo 135.
En tales casos el Presidente del Senado y el de la Cámara serán
respectivamente Presidente y Vicepresidente del Congreso.

ARTICULO 142. Cada Cámara elegirá, para el respectivo período


constitucional, comisiones permanentes que tramitarán en primer debate los
proyectos de acto legislativo o de ley.

539
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

La ley determinará el número de comisiones permanentes y el de sus miembros,


así como las materias de las que cada una deberá ocuparse.
Cuando sesionen conjuntamente las Comisiones Constitucionales Permanentes,
el quórum decisorio será el que se requiera para cada una de las comisiones
individualmente consideradas.

ARTICULO 143. El Senado de la República y la Cámara de Representantes


podrán disponer que cualquiera de las comisiones permanentes sesione durante
el receso, con el fin de debatir los asuntos que hubieren quedado pendientes
en el período anterior, de realizar los estudios que la corporación respectiva
determine y de preparar los proyectos que las Cámaras les encarguen.

ARTICULO 144. Las sesiones de las Cámaras y de sus comisiones


permanentes serán públicas, con las limitaciones a que haya lugar conforme a
su reglamento.

ARTICULO 145. El Congreso pleno, las Cámaras y sus comisiones no


podrán abrir sesiones ni deliberar con menos de una cuarta parte de sus
miembros. Las decisiones sólo podrán tomarse con la asistencia de la mayoría
de los integrantes de la respectiva corporación, salvo que la Constitución
determine un quórum diferente.

ARTICULO 146. En el Congreso pleno, en las Cámaras y en sus comisiones


permanentes, las decisiones se tomarán por la mayoría de los votos de los
asistentes, salvo que la Constitución exija expresamente una mayoría especial.

ARTICULO 147. Las mesas directivas de las cámaras y de sus comisiones


permanentes serán renovadas cada año, para la legislatura que se inicia el 20
de julio, y ninguno de sus miembros podrá ser reelegido dentro del mismo
cuatrienio constitucional.

ARTICULO 148. Las normas sobre quórum y mayorías decisorias regirán


también para las demás corporaciones públicas de elección popular.

ARTICULO 149. Toda reunión de miembros del Congreso que, con el


propósito de ejercer funciones propias de la rama legislativa del poder público,
se efectúe fuera de las condiciones constitucionales, carecerá de validez; a

540
COLÔMBIA

los actos que realice no podrá dárseles efecto alguno, y quienes participen en
las deliberaciones, serán sancionados conforme a las leyes.

CAPITULO III - DE LAS LEYES

ARTICULO 150. Corresponde al Congreso hacer las leyes. Por medio de


ellas ejerce las siguientes funciones:
1. Interpretar, reformar y derogar las leyes.
2. Expedir códigos en todos los ramos de la legislación y reformar sus
disposiciones.
3. Aprobar el plan nacional de desarrollo y de inversiones públicas que hayan
de emprenderse o continuarse, con la determinación de los recursos y
apropiaciones que se autoricen para su ejecución, y las medidas necesarias
para impulsar el cumplimiento de los mismos.
4. Definir la división general del territorio con arreglo a lo previsto en esta
Constitución, fijar las bases y condiciones para crear, eliminar, modificar o
fusionar entidades territoriales y establecer sus competencias.
5. Conferir atribuciones especiales a las asambleas departamentales.
6. Variar, en circunstancias extraordinarias y por graves motivos de
conveniencia pública, la actual residencia de los altos poderes nacionales.
7. Determinar la estructura de la administración nacional y crear, suprimir o
fusionar ministerios, departamentos administrativos, superintendencias,
establecimientos públicos y otras entidades del orden nacional, señalando
sus objetivos y estructura orgánica; reglamentar la creación y funcionamiento
de las Corporaciones Autónomas Regionales dentro de un régimen de
autonomía; así mismo, crear o autorizar la constitución de empresas industriales
y comerciales del estado y sociedades de economía mixta.
8. Expedir las normas a las cuales debe sujetarse el Gobierno para el ejercicio
de las funciones de inspección y vigilancia que le señala la Constitución.
9. Conceder autorizaciones al Gobierno para celebrar contratos, negociar
empréstitos y enajenar bienes nacionales. El Gobierno rendirá periódicamente
informes al Congreso sobre el ejercicio de estas autorizaciones.
10. Revestir, hasta por seis meses, al Presidente de la República de precisas
facultades extraordinarias, para expedir normas con fuerza de ley cuando la
necesidad lo exija o la conveniencia pública lo aconseje. Tales facultades
deberán ser solicitadas expresamente por el Gobierno y su aprobación
requerirá la mayoría absoluta de los miembros de una y otra Cámara.

541
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

El Congreso podrá, en todo tiempo y por iniciativa propia, modificar los


decretos leyes dictados por el Gobierno en uso de facultades extraordinarias.
Estas facultades no se podrán conferir para expedir códigos, leyes estatutarias,
orgánicas, ni las previstas en el numeral 20 del presente artículo, ni para
decretar impuestos.
11. Establecer las rentas nacionales y fijar los gastos de la administración.
12. Establecer contribuciones fiscales y, excepcionalmente, contribuciones
parafiscales en los casos y bajo las condiciones que establezca la ley.
13. Determinar la moneda legal, la convertibilidad y el alcance de su poder
liberatorio, y arreglar el sistema de pesas y medidas.
14. Aprobar o improbar los contratos o convenios que, por razones de
evidente necesidad nacional, hubiere celebrado el Presidente de la República,
con particulares, compañías o entidades públicas, sin autorización previa.
15. Decretar honores a los ciudadanos que hayan prestado servicios a la
patria.
16. Aprobar o improbar los tratados que el Gobierno celebre con otros
Estados o con entidades de derecho internacional. Por medio de dichos
tratados podrá el Estado, sobre bases de equidad, reciprocidad y
conveniencia nacional, transferir parcialmente determinadas atribuciones a
organismos internacionales, que tengan por objeto promover o consolidar
la integración económica con otros Estados.
17. Conceder, por mayoría de los dos tercios de los votos de los miembros
de una y otra Cámara y por graves motivos de conveniencia pública,
amnistías o indultos generales por delitos políticos. En caso de que los
favorecidos fueren eximidos de la responsabilidad civil respecto de
particulares, el Estado quedará obligado a las indemnizaciones a que hubiere
lugar.
18. Dictar las normas sobre apropiación o adjudicación y recuperación de
tierras baldías.
19. Dictar las normas generales, y señalar en ellas los objetivos y criterios a
los cuales debe sujetarse el Gobierno para los siguientes efectos:
a. Organizar el crédito público;
b. Regular el comercio exterior y señalar el régimen de cambio internacional,
en concordancia con las funciones que la Constitución consagra para la
Junta Directiva del Banco de la República;
c. Modificar, por razones de política comercial los aranceles, tarifas y demás
disposiciones concernientes al régimen de aduanas;

542
COLÔMBIA

d. Regular las actividades financiera, bursátil, aseguradora y cualquiera otra


relacionada con el manejo, aprovechamiento e inversión de los recursos
captados del público;
e. Fijar el régimen salarial y prestacional de los empleados públicos, de los
miembros del Congreso Nacional y la Fuerza Pública;
f. Regular el régimen de prestaciones sociales mínimas de los trabajadores
oficiales.
Estas funciones en lo pertinente a prestaciones sociales son indelegables en
las Corporaciones públicas territoriales y éstas no podrán arrogárselas.
20. Crear los servicios administrativos y técnicos de las Cámaras.
21. Expedir las leyes de intervención económica, previstas en el artículo 334,
las cuales deberán precisar sus fines y alcances y los límites a la libertad
económica.
22. Expedir las leyes relacionadas con el Banco de la República y con las
funciones que compete desempeñar a su Junta Directiva.
23. Expedir las leyes que regirán el ejercicio de las funciones públicas y la prestación
de los servicios públicos.
24. Regular el régimen de propiedad industrial, patentes y marcas y las otras
formas de propiedad intelectual.
25. Unificar las normas sobre policía de tránsito en todo el territorio de la República.
Compete al Congreso expedir el estatuto general de contratación de la
administración pública y en especial de la administración nacional.

PARÁGRAFO transitorio. Dentro de los 18 meses siguientes a la


promulgación de este acto legislativo el Congreso de la República,
expedirá un nuevo estatuto de la contratación administrativa. De no
expedirlo el Congreso dentro de este término, el Gobierno Nacional lo
expedirá dentro de los seis (6) meses siguientes.

ARTICULO 151. El Congreso expedirá leyes orgánicas a las cuales


estará sujeto el ejercicio de la actividad legislativa. Por medio de ellas se
establecerán los reglamentos del Congreso y de cada una de las Cámaras,
las normas sobre preparación, aprobación y ejecución del presupuesto
de rentas y ley de apropiaciones y del plan general de desarrollo, y las
relativas a la asignación de competencias normativas a las entidades
territoriales. Las leyes orgánicas requerirán, para su aprobación, la mayoría
absoluta de los votos de los miembros de una y otra Cámara.

543
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 152. Mediante las leyes estatutarias, el Congreso de la República


regulará las siguientes materias:
a) Derechos y deberes fundamentales de las personas y los procedimientos y
recursos para su protección;
b) Administración de justicia;
c) Organización y régimen de los partidos y movimientos políticos; estatuto
de la oposición y funciones electorales;
d) Instituciones y mecanismos de participación ciudadana.
e) Estados de excepción.
f) Un sistema que garantice la igualdad electoral entre los candidatos a la
Presidencia de la República.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. El Gobierno Nacional o los miembros


del Congreso presentarán, antes del 1o de marzo de 2005, un Proyecto de
Ley Estatutaria que desarrolle el literal f) del artículo 152 de la Constitución y
regule además, entre otras, las siguientes materias: Garantías a la oposición,
participación en política de servidores públicos, derecho al acceso equitativo
a los medios de comunicación que hagan uso del espectro electromagnético,
financiación preponderantemente estatal de las campañas presidenciales,
derecho de réplica en condiciones de equidad cuando el Presidente de la
República sea candidato y normas sobre inhabilidades para candidatos a la
Presidencia de la República.
El proyecto tendrá mensaje de urgencia y podrá ser objeto de mensaje de
insistencia si fuere necesario. El Congreso de la República expedirá la Ley
Estatutaria antes del 20 de junio de 2005. Se reducen a la mitad los términos
para la revisión previa de exequibilidad del Proyecto de Ley Estatutaria, por
parte de la Corte Constitucional.
Si el Congreso no expidiere la ley en el término señalado o el proyecto fuere
declarado inexequible por la Corte Constitucional, el Consejo de Estado, en
un plazo de dos (2) meses reglamentará transitoriamente la materia.

ARTICULO 153. La aprobación, modificación o derogación de las leyes


estatutarias exigirá la mayoría absoluta de los miembros del Congreso y deberá
efectuarse dentro de una sola legislatura.
Dicho trámite comprenderá la revisión previa, por parte de la Corte
Constitucional, de la exequibilidad del proyecto. Cualquier ciudadano podrá
intervenir para defenderla o impugnarla.

544
COLÔMBIA

ARTICULO 154. Las leyes pueden tener origen en cualquiera de las Cámaras
a propuesta de sus respectivos miembros, del Gobierno Nacional, de las
entidades señaladas en el artículo 156, o por iniciativa popular en los casos
previstos en la Constitución.
No obstante, sólo podrán ser dictadas o reformadas por iniciativa del
Gobierno las leyes a que se refieren los numerales 3, 7, 9, 11 y 22 y los
literales a, b y e, del numeral 19 del artículo 150; las que ordenen
participaciones en las rentas nacionales o transferencias de las mismas; las
que autoricen aportes o suscripciones del Estado a empresas industriales o
comerciales y las que decreten exenciones de impuestos, contribuciones o
tasas nacionales.
Las Cámaras podrán introducir modificaciones a los proyectos presentados
por el Gobierno.
Los proyectos de ley relativos a los tributos iniciarán su trámite en la Cámara
de Representantes y los que se refieran a relaciones internacionales, en el
Senado.

ARTICULO 155. Podrán presentar proyectos de ley, un número de


ciudadanos igual o superior al cinco por ciento (5%) del censo electoral
existente en la fecha respectiva o el quince por ciento (15%) de los concejales
o diputados del país. La iniciativa popular será tramitada por el Congreso, de
conformidad con lo establecido en el artículo 163, para los proyectos que
hayan sido objeto de manifestación de urgencia.
Los ciudadanos proponentes tendrán derecho a designar un vocero que será
oído por las cámaras en todas las etapas del trámite.

ARTICULO 156. La Corte Constitucional, el Consejo Superior de la


Judicatura, la Corte Suprema de Justicia, el Consejo de Estado, el Consejo
Nacional Electoral, el Procurador General de la Nación, el Contralor General
de la República, tienen la facultad de presentar proyectos de ley en materias
relacionadas con sus funciones.

ARTICULO 157. Ningún proyecto será ley sin los requisitos siguientes:
1. Haber sido publicado oficialmente por el Congreso, antes de darle curso
en la comisión respectiva.
2. Haber sido aprobado en primer debate en la correspondiente comisión
permanente de cada Cámara. El reglamento del Congreso determinará los

545
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

casos en los cuales el primer debate se surtirá en sesión conjunta de las


comisiones permanentes de ambas Cámaras.
3. Haber sido aprobado en cada Cámara en segundo debate.
4. Haber obtenido la sanción del Gobierno.

ARTICULO 158. Todo proyecto de ley debe referirse a una misma materia
y serán inadmisibles las disposiciones o modificaciones que no se relacionen
con ella. El Presidente de la respectiva comisión rechazará las iniciativas que
no se avengan con este precepto, pero sus decisiones serán apelables ante la
misma comisión. La ley que sea objeto de reforma parcial se publicará en un
solo texto que incorpore las modificaciones aprobadas.

ARTICULO 159. El proyecto de ley que hubiere sido negado en primer


debate podrá ser considerado por la respectiva cámara a solicitud de su
autor, de un miembro de ella, del Gobierno o del vocero de los proponentes
en los casos de iniciativa popular.

ARTICULO 160. Entre el primero y el segundo debate deberá mediar


un lapso no inferior a ocho (8) días, y entre la aprobación de un proyecto
en una de las cámaras y la iniciación del debate en la otra, deberán
transcurrir por lo menos quince (15) días.
Ningún proyecto será sometido a votación en sesión diferente a aquella
que previamente se haya anunciado. El aviso de que un proyecto será
sometido a votación lo dará la Presidencia de cada Cámara o comisión
en sesión distinta a aquella en la cual se realizará la votación.
Siempre deberá dejarse constancia del número de votos emitidos a favor
o en contra de todo proyecto. El voto será nominal. Igual procedimiento
se seguirá con aquellos temas nuevos que se pretendan someter a votación.
Durante el segundo debate, las cámaras podrán introducir al proyecto las
modificaciones, adiciones y supresiones que juzgue necesarias, sobre
aspectos o temas ya incluidos en el proyecto aprobado en primer debate.
Estas modificaciones, adiciones y supresiones requerirán para su
aprobación el voto afirmativo de la mayoría de los miembros de la
respectiva cámara. Si la propuesta no obtuviere dicha mayoría, el autor o
ponente podrán solicitar a la mesa directiva, el envío de la propuesta a la
comisión permanente en la cual surtió el primer debate para su discusión
dentro de los cinco (5) días siguientes. Durante el trámite a que se refiere

546
COLÔMBIA

este inciso, se suspenderá el término a que se refiere la parte final del


artículo 162 de la Constitución.
Todo proyecto de ley o de acto legislativo deberá tener informe de
ponencia en la respectiva comisión encargada de tramitarlo, y deberá
dársele el curso correspondiente.

PARÁGRAFO. Con el fin de promover la participación ciudadana en el debate


legislativo, entre el primero y el segundo debate y en la discusión de los
proyectos de leyes estatutarias, las comisiones respectivas del Senado de la
República y la Cámara de Representantes, podrán reunirse conjuntamente
por un período no inferior a tres (3) días y no superior de ocho (8), con el fin
de realizar audiencias públicas que permitan una adecuada participación de
las organizaciones sociales, políticas, gremiales o sindicales, en el trámite
respectivo.
El reglamento del Congreso regulará la materia y podrá hacer extensiva la
celebración de la audiencia a otros casos distintos al previsto en el presente
artículo.

ARTICULO 161. Cuando surgieren discrepancias en las Cámaras respecto


de un proyecto, ambas integrarán comisiones de conciliadores conformadas
por un mismo número de Senadores y Representantes, quienes reunidos
conjuntamente, procurarán conciliar los textos, y en caso de no ser posible,
definirán por mayoría.
Previa publicación por lo menos con un día de anticipación, el texto escogido
se someterá a debate y aprobación de las respectivas plenarias. Si después
de la repetición del segundo debate persiste la diferencia, se considera negado
el proyecto.

ARTICULO 162. Los proyectos de ley que no hubieren completado su


trámite en una legislatura y que hubieren recibido primer debate en alguna de
las cámaras, continuarán su curso en la siguiente, en el estado en que se
encuentren. Ningún proyecto podrá ser considerado en más de dos legislaturas.

ARTICULO 163. El Presidente de la República podrá solicitar trámite de


urgencia para cualquier proyecto de ley. En tal caso, la respectiva cámara
deberá decidir sobre el mismo dentro del plazo de treinta días. Aun dentro de
este lapso, la manifestación de urgencia puede repetirse en todas las etapas

547
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

constitucionales del proyecto. Si el Presidente insistiere en la urgencia, el


proyecto tendrá prelación en el orden del día excluyendo la consideración de
cualquier otro asunto, hasta tanto la respectiva cámara o comisión decida
sobre él.
Si el proyecto de ley a que se refiere el mensaje de urgencia se encuentra al
estudio de una comisión permanente, ésta, a solicitud del Gobierno,
deliberará conjuntamente con la correspondiente de la otra cámara para
darle primer debate.

ARTICULO 164. El Congreso dará prioridad al trámite de los proyectos


de ley aprobatorios de los tratados sobre derechos humanos que sean
sometidos a su consideración por el Gobierno.

ARTICULO 165. Aprobado un proyecto de ley por ambas cámaras, pasará


al Gobierno para su sanción. Si éste no lo objetare, dispondrá que se
promulgue como ley; si lo objetare, lo devolverá a la cámara en que tuvo
origen.

ARTICULO 166. El Gobierno dispone del término de seis días para


devolver con objeciones cualquier proyecto cuando no conste de más de
veinte artículos; de diez días, cuando el proyecto contenga de veintiuno a
cincuenta artículos; y hasta de veinte días cuando los artículos sean más de
cincuenta.
Si transcurridos los indicados términos, el Gobierno no hubiere devuelto el
proyecto con objeciones, el Presidente deberá sancionarlo y promulgarlo.
Si las cámaras entran en receso dentro de dichos términos, el Presidente
tendrá el deber de publicar el proyecto sancionado u objetado dentro de
aquellos plazos.

ARTICULO 167. El proyecto de ley objetado total o parcialmente por el


Gobierno volverá a las cámaras a segundo debate.
El Presidente sancionará sin poder presentar objeciones el proyecto que,
reconsiderado, fuere aprobado por la mayoría absoluta de los miembros
de una y otra cámara.
Exceptúase el caso en que el proyecto fuere objetado por inconstitucional.
En tal evento, si las cámaras insistieren, el proyecto pasará a la Corte
Constitucional para que ella, dentro de los seis (6) días siguientes, decida

548
COLÔMBIA

sobre su exequibilidad. El fallo de la Corte obliga al presidente a sancionar


la ley. Si lo declara inexequible, se archivará el proyecto.
Si la Corte considera que el proyecto es parcialmente inexequible, así lo
indicará a la cámara en que tuvo su origen para que, oído el Ministro del
ramo, rehaga e integre las disposiciones afectadas en términos concordantes
con el dictamen de la Corte. Una vez cumplido este trámite, remitirá a la
Corte el proyecto para fallo definitivo.
El Presidente de la República no podrá objetar por razones de conveniencia
un proyecto de ley, cuando dichas razones no hayan sido expresadas por
alguno de los Ministros del despacho, en el transcurso del trámite legislativo
correspondiente, salvo cuando los motivos de inconveniencia se presenten
con posterioridad a dicho trámite.

ARTICULO 168. Si el Presidente no cumpliere el deber de sancionar


las leyes en los términos y según las condiciones que la Constitución
establece, las sancionará y promulgará el Presidente del Congreso.

ARTICULO 169. El título de las leyes deberá corresponder precisamente


a su contenido, y a su texto precederá esta fórmula:
“El Congreso de Colombia, DECRETA”.

ARTICULO 170. Un número de ciudadanos equivalente a la décima


parte del censo electoral, podrá solicitar ante la organización electoral la
convocación de un referendo para la derogatoria de una ley.
La ley quedará derogada si así lo determina la mitad más uno de los
votantes que concurran al acto de consulta, siempre y cuando participe
en éste una cuarta parte de los ciudadanos que componen el censo
electoral.
No procede el referendo respecto de las leyes aprobatorias de tratados
internacionales, ni de la Ley de Presupuesto, ni de las referentes a materias
fiscales o tributarias.

CAPITULO IV - DEL SENADO

ARTICULO 171. El Senado de la República estará integrado por ochenta


y tres (83) senadores, elegidos de la siguiente manera: setenta y ocho
(78) elegidos, en circunscripción nacional, dos (2) elegidos en

549
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

circunscripción nacional especial por comunidades indígenas, y tres (3) en


circunscripción nacional especial de minorías políticas.
Para la asignación de curules en la circunscripción nacional, sólo se tendrán
en cuenta las listas que obtengan al menos el dos por ciento (2%) de los
votos emitidos válidamente. Para la asignación de curules entre las listas que
superen este umbral, se aplicará el sistema de cifra repartidora, definido en el
artículo 263 de la Constitución Política, tomando como base para el cálculo
solamente el total de votos válidos obtenidos por estas listas.
Los ciudadanos colombianos que se encuentren o residan en el exterior podrán
sufragar en las elecciones para Senado de la República. La circunscripción
especial para la elección de senadores por las comunidades indígenas, se
determinará por el sistema de cifra repartidora, definido en el artículo 263 de
la Constitución Política. Los representantes de las comunidades indígenas,
que aspiren a integrar el Senado de la República, deben haber ejercido un
cargo de autoridad tradicional en su respectiva comunidad, o haber sido líderes
de una organización indígena, calidad que se acreditará mediante certificado
de la respectiva organización, refrendado por el Ministerio del Interior.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Si transcurrido un año de vigencia de la


presente reforma constitucional, el Congreso no hubiere aprobado la ley para
la elección de minorías políticas, el Presidente de la República la expedirá
por decreto en los tres meses siguientes.

ARTICULO 172. Para ser elegido senador se requiere ser colombiano de


nacimiento, ciudadano en ejercicio y tener más de treinta años de edad en la
fecha de la elección.

ARTICULO 173. Son atribuciones del Senado:


1. Admitir o no las renuncias que hagan de sus empleos el Presidente de la
República o el Vicepresidente.
2. Aprobar o improbar los ascensos militares que confiera el Gobierno, desde
oficiales generales y oficiales de insignia de la fuerza pública, hasta el más alto
grado.
3. Conceder licencia al Presidente de la República para separarse
temporalmente del cargo, no siendo caso de enfermedad, y decidir sobre las
excusas del Vicepresidente para ejercer la Presidencia de la República.
4. Permitir el tránsito de tropas extranjeras por el territorio de la República.

550
COLÔMBIA

5. Autorizar al Gobierno para declarar la guerra a otra nación.


6. Elegir a los magistrados de la Corte Constitucional.
7. Elegir al Procurador General de la Nación.

ARTICULO 174. Corresponde al Senado conocer de las acusaciones que


formule la Cámara de Representantes contra el Presidente de la República o
quien haga sus veces; contra los Magistrados de la Corte Suprema de Justicia,
del Consejo de Estado y de la Corte Constitucional, los miembros del Consejo
Superior de la Judicatura y el Fiscal General de la Nación, aunque hubieren
cesado en el ejercicio de sus cargos. En este caso, conocerá por hechos u
omisiones ocurridos en el desempeño de los mismos.

ARTICULO 175. En los juicios que se sigan ante el Senado, se observarán


estas reglas:
1. El acusado queda de hecho suspenso de su empleo, siempre que una
acusación sea públicamente admitida.
2. Si la acusación se refiere a delitos cometidos en ejercicio de funciones, o a
indignidad por mala conducta, el Senado no podrá imponer otra pena que la
de destitución del empleo, o la privación temporal o pérdida absoluta de los
derechos políticos; pero al reo se le seguirá juicio criminal ante la Corte
Suprema de Justicia, si los hechos lo constituyen responsable de infracción
que merezca otra pena.
3. Si la acusación se refiere a delitos comunes, el Senado se limitará a declarar
si hay o no lugar a seguimiento de causa y, en caso afirmativo, pondrá al
acusado a disposición de la Corte Suprema.
4. El Senado podrá cometer la instrucción de los procesos a una diputación
de su seno, reservándose el juicio y la sentencia definitiva, que será
pronunciada en sesión pública, por los dos tercios, al menos, de los votos de
los Senadores presentes.

CAPITULO V - DE LA CAMARA DE REPRESENTANTES

ARTICULO 176. La Cámara de Representantes se elegirá en


circunscripciones territoriales y especiales.
Para la elección de Representantes a la Cámara, cada departamento
y el Distrito Capital de Bogotá conformarán una circunscripción
territorial.

551
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

La Cámara de Representantes estará integrada por 166 Representantes. Los


departamentos y el Distrito Capital Bogotá, eligirán 161 miembros, de la
siguiente manera:
Entidad Tertorial - No de Curules
AMAZONAS - 2
ANTIOQUIA - 17
ARAUCA - 2
ATLANTICO - 7
ARCHIPIELAGO DE SAN ANDRES, PROVIDENCIA Y SNTA
CATALINA - 2
BOGOTA, D.D - 18
BOLIVAR - 6
BOYACA - 6
CALDAS - 5
CAQUETA - 2
CASANARE - 2
CAUCA - 4
CESAR - 4
CORDOBA - 5
CUNDINAMARCA - 7
CHOCO - 2
GUAINIA - 2
GUAVIARE - 2
HUILA - 4
LA GUAJIRA - 2
MAGDALENA - 5
META - 3
NARIÑO - 5
NORTE DE SANTANDER - 5
PUTUMAYO - 2
QUINDIO - 3
RISARALDA - 4
SANTANDER - 7
SUCRE - 3
TOLIMA - 6
VALLE DEL CAUCA - 13
VAUPES - 2

552
COLÔMBIA

VICHADA 2

La ley podrá establecer una circunscripción especial para asegurar la


participación en la Cámara de Representates de los grupos étnicos y de las
minorías políticas y de los colombianos en el exterior. Mediante esta
circunscripción se podrá elegir hasta cinco (5) Representantes.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. El Congreso de la República


reglamentará la circunscripción internacional a más tardar el 16 de diciembre
de 2005, caso contrario, lo hará el Gobierno Nacional dentro de los quince
(15) días siguientes a esa fecha; incluirá entre otros temas: inscripción de
candidatos, inscripción de ciudadanos habilitados para votar en el exterior,
mecanismos para promover la participación y realización del escrutinio de
votos a través de los Consulados y financiación estatal para visitas al exterior
por parte del Representante elegido.

ARTICULO 177. Para ser elegido representante se requiere ser ciudadano


en ejercicio y tener más de veinticinco años de edad en la fecha de la
elección.

ARTICULO 178. La Cámara de Representantes tendrá las siguientes


atribuciones especiales:
1. Elegir al Defensor del Pueblo.
2. Examinar y fenecer la cuenta general del presupuesto y del tesoro que le
presente el Contralor General de la República.
3. Acusar ante el Senado cuando hubiere causas constitucionales, al
Presidente de la República o a quien haga sus veces, a los Magistrados de
la Corte Suprema de Justicia, de la Corte Constitucional y del Consejo de
Estado, a los Miembros del Consejo Superior de la Judicatura, al Fiscal
General de la Nación, al Procurador General de la Nación y al Contralor
General de la República.
4. Conocer de las denuncias y quejas que ante ella se presenten por el
Fiscal General de la Nación o por los particulares ante los expresados
funcionarios y, si prestan mérito, fundar en ellas acusación ante el Senado.
5. Requerir el auxilio de otras autoridades para el desarrollo de las
investigaciones que le competen, y comisionar para la práctica de pruebas
cuando lo considere conveniente.

553
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPITULO VI - DE LOS CONGRESISTAS

ARTICULO 179. No podrán ser congresistas:


1. Quienes hayan sido condenados en cualquier época por sentencia judicial,
a pena privativa de la libertad, excepto por delitos políticos o culposos.
2. Quienes hubieren ejercido, como empleados públicos, jurisdicción o
autoridad política, civil, administrativa o militar, dentro de los doce meses
anteriores a la fecha de la elección.
3. Quienes hayan intervenido en gestión de negocios ante entidades públicas,
o en la celebración de contratos con ellas e interés propio, o en el de terceros,
o hayan sido representantes legales de entidades que administren tributos o
contribuciones parafiscales, dentro de los seis meses anteriores a la fecha de
la elección.
4. Quienes hayan perdido la inv estidura de congresista, diputado, concejal o
edil.
5. Quienes tengan vínculos por matrimonio, o unión permanente, o de
parentesco en tercer grado de consanguinidad, primero de afinidad, o único
civil, con funcionarios que ejerzan autoridad civil o política.
6. Quienes estén vinculados entre sí por matrimonio, o unión permanente, o
parentesco dentro del tercer grado de consanguinidad, segundo de afinidad,
o primero civil, y se inscriban por el mismo partido, movimiento o grupo para
elección de cargos, o de miembros de corporaciones públicas que deban
realizarse en la misma fecha.
7. Quienes tengan doble nacionalidad, exceptuando los colombianos por
nacimiento.
8. Nadie podrá ser elegido para más de una corporación o cargo público, ni
para una corporación y un cargo, si los respectivos períodos coinciden en el
tiempo, así fuere parcialmente. La renuncia a alguno de ellos no elimina la
inhabilidad.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Lo dispuesto en el numeral 8 del presente


artículo no se aplicará a quienes hubiesen renunciado con anterioridad a la
vigencia del presente Acto Legislativo.
Las inhabilidades previstas en los numerales 2, 3, 5 y 6 se refieren a situaciones
que tengan lugar en la circunscripción en la cual deba efectuarse la respectiva
elección. La ley reglamentará los demás casos de inhabilidades por parentesco,
con las autoridades no contemplados en estas disposiciones.

554
COLÔMBIA

Para los fines de este artículo se considera que la circunscripción nacional


coincide con cada una de las territoriales, excepto para la inhabilidad
consignada en el numeral 5.

ARTICULO 180. Los congresistas no podrán:


1. Desempeñar cargo o empleo público o privado, excepto los cargos de
ministro del despacho o embajador, para lo cual deberá renunciar a su
investidura de Congresista.
2. Gestionar, en nombre propio o ajeno, asuntos ante las entidades
públicas o ante las personas que administren tributos, ser apoderados
ante las mismas, celebrar con ellas, por sí o por interpuesta persona,
contrato alguno. La ley establecerá las excepciones a esta disposición.
3. Ser miembro de juntas o consejos directivos de entidades oficiales
descentralizadas de cualquier nivel o de instituciones que administren
tributos.
4. Celebrar contratos o realizar gestiones con personas naturales o
jurídicas de derecho privado que administren, manejen o inviertan fondos
públicos o sean contratistas del Estado o reciban donaciones de éste. Se
exceptúa la adquisición de bienes o servicios que se ofrecen a los
ciudadanos en igualdad de condiciones.
5. Participar, bajo ninguna circunstancia, individual o colectivamente, en
las funciones administrativas del Congreso, salvo para la conformación
de su Unidad de Trabajo Legislativo. Los servicios técnicos y
administrativos de las Cámaras Legislativas estarán a cargo de una entidad
pública o privada, que ejercerá sus funciones con plena autonomía,
conforme lo establezca la ley.

PARÁGRAFO 1º. Se exceptúa del régimen de incompatibilidades el


ejercicio de la cátedra universitaria y el desempeño de los cargos de
Ministros de Despacho y de Embajador. Si un Congresista fuere nombrado
en uno de estos cargos, cesará en aquella condición por el resto del periodo
constitucional respectivo, siempre y cuando se haya posesionado del cargo.

PARÁGRAFO 2º. El funcionario que en contravención del presente


artículo, nombre a un Congresista para un empleo o cargo o celebre con
él un contrato o acepte que actúe como gestor en nombre propio o de
terceros, incurrirá en causal de mala conducta.

555
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 181. Las incompatibilidades de los congresistas tendrán


vigencia durante el período constitucional respectivo. En caso de renuncia,
se mantendrán durante el año siguiente a su aceptación, si el lapso que
faltare para el vencimiento del período fuere superior.
Quien fuere llamado a ocupar el cargo, quedará sometido al mismo régimen
de inhabilidades e incompatibilidades a partir de su posesión.

ARTICULO 182. Los congresistas deberán poner en conocimiento de


la respectiva cámara las situaciones de carácter moral o económico que
los inhiban para participar en el trámite de los asuntos sometidos a su
consideración. La ley determinará lo relacionado con los conflictos de
intereses y las recusaciones.
Cuando el Congreso de la República vote en Comisión o Plenaria Actos
Legislativos no habrá lugar a conflicto de intereses. Tampoco lo habrá
cuando se vote una ley que convoca a una Asamblea Constituyente o a un
Referendo para reformar la Constitución.

ARTICULO 183. Los congresistas, los diputados, los concejales y


cualquier otro miembro de corporación elegida popularmente, perderán
su investidura:
1. Por violación del régimen de inhabilidades e incompatibilidades, o del
régimen de conflicto de intereses.
2. Por la inasistencia sin causa justificada en un mismo período ordinario
de sesiones, a seis (6) reuniones plenarias, o de la respectiva Comisión
Constitucional, que hubieren sido citadas para votar proyectos de acto
legislativo, de ley, de ordenanza, de acuerdo, mociones de censura, o
elección de funcionarios. En el caso de las Asambleas y Concejos se
refiere a sus comisiones.
3. Por no tomar posesión del cargo dentro de los ocho (8) días siguientes
a la fecha de instalación de la respectiva corporación, o a la fecha en que
fueran llamados a pos esionarse.
4. Por indebida destinación de dineros públicos.
5. Por tráfico de influencias debidamente comprobado.
6. Por violar el régimen de financiación de las campañas electorales, por
negociar votos, o por participar en prácticas de trashumancia electoral.
7. Por celebrar o ejecutar cualquier acuerdo que hubiere tenido por objeto
el ingreso a la Corporación de quien deba sustituirlos, o por alegar como

556
COLÔMBIA

motivo para retirarse de la misma una incapacidad absoluta o una renuncia


que se probaren injustificadas. En caso de acuerdos perderán la investidura
las partes involucradas.
8. Por gestionar o aceptar auxilios con recursos públicos, cualquiera que
hubiese sido su forma de aprobación o ejecución.

PARÁGRAFO 1º. El servidor público que ofrezca cuotas o prebendas


burocráticas a uno o más Congresistas diputados o concejales a cambio
de la aprobación de un proyecto de acto legislativo o ley, ordenanza o
acuerdo será sancionado por falta gravísima que acarrea pérdida de
empleo.

PARÁGRAFO 2º. La ley reglamentará las causales de pérdida de


investidura de los miembros de las corporaciones públicas, para garantizar
los principios de proporcionalidad, legalidad, debido proceso y
culpabilidad. Igualmente, fijará el procedimiento para tramitarla y
dispondrá una mayoría calificada para imponer la sanción y su graduación,
de acuerdo con el principio de proporcionalidad. Esta disposición no
tendrá efectos retroactivos.
Facúltese al Presidente de la República para que, en el término de 90
días, contados a partir de la entrada en vigencia de esta reforma
constitucional, mediante decreto con fuerza de ley, adopte las disposiciones
contenidas en el presente artículo.

PARÁGRAFO 3º. El servidor público que ofrezca cuotas o prebendas


burocráticas a un congresista, diputado, o concejal, a cambio de la
aprobación de un proyecto de acto legislativo, ley, ordenanza, o acuerdo,
será sancionado por falta gravísima con pérdida de empleo.

ARTICULO 184. La pérdida de investidura será decretada por el Consejo


de Estado, Sala Electoral en primera instancia, y Consejo en Pleno en
segunda, en un término no mayor a noventa (90) días hábiles, contados a
partir de la solicitud formulada por la Mesa Directiva de la cámara
correspondiente o por cualquier ciudadano.
La ley señalará el procedimiento para tramitarla con observancia del
debido proceso y graduará la duración de la sanción en garantía del
principio de proporcionalidad.

557
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 185. Los congresistas serán inviolables por las opiniones y los
votos que emitan en el ejercicio del cargo, sin perjuicio de las normas
disciplinarias contenidas en el reglamento respectivo.

ARTICULO 186. De los delitos que cometan los congresistas conocerán


como investigador y acusador la Fiscalía General de la Nación previa petición
de la Sala Penal de la Corte Suprema de Justicia de conformidad con la ley,
a través del señor Fiscal General o su delegado ante la Corte, y como juzgador
en primera instancia la Sala Penal de la Corte Suprema de Justicia y en segunda
instancia la Sala Plena de la Corte Suprema de Justicia.

ARTICULO 187. La asignación de los miembros del Congreso se reajustará


cada año en proporción igual al promedio ponderado de los cambios ocurridos
en la remuneración de los servidores de la administración central, según
certificación que para el efecto expida el Contralor General de la República.
A partir de la vigencia de la presente reforma constitucional, la persona que
adquiera el derecho a pensionarse no podrá recibi r con cargo a recursos de
naturaleza pública, una pensión superior a veinticinco (25) salarios mínimos
mensuales legales vigentes. Se exceptúan quienes tengan derechos adquiridos
y quienes estén amparados por los regímenes pensionales exceptuados y
especiales.
La vigencia de los regímenes pensionales exceptuados, especiales, o
provenientes de normas y acuerdos entre nacionales de cualquier naturaleza,
expirará el 31 de diciembre de 2007, con excepción del régimen pensional
de los Presidentes de la República que tendrá eficacia desde la fecha de
entrada de la presente reforma constitucional.
El régimen de transición será reglamentado por la ley del Sistema General de
Pensiones.
Los requisitos y beneficios pensionales para todas las personas, a partir de la
vigencia de la presente reforma constitucional, con las excepciones temporales
anteriores, serán los establecidos en la ley del Sistema General de Pensiones.
No podrá dictarse disposición alguna o invocarse acuerdos entre nacionales,
de ninguna naturaleza, para apartarse de lo allí establecido.
Con las excepciones previstas en la ley del Sistema General de Pensiones, a
partir de la vigencia de la presente reforma constitucional, no podrán
reconocerse pensiones de vejez o jubilación a personas con menos de 55
años de edad.

558
COLÔMBIA

La Ley General de Pensiones ordenará la revisión de las pensiones


decretadas sin el cumplimiento de los requisitos legales, o con abuso del
derecho.
A partir del 1° de enero del año 2005, y hasta diciembre de 2006, no se
incrementarán los salarios y pensiones de los servidores públicos, o de
aquellas personas cuyos salarios y pensiones se paguen con recursos
públicos, en ambos casos cuando devenguen más de veinticinco (25) salarios
mínimos mensuales legales vigentes.
Se excluye de esta disposición el régimen legal para los miembros de la
Fuerza Pública.

TITULO VII - DE LA RAMA EJECUTIVA

CAPITULO I - DEL PRESIDENTE DE LA REPUBLICA

ARTICULO 188. El Presidente de la República simboliza la unidad


nacional y al jurar el cumplimiento de la Constitución y de las leyes, se
obliga a garantizar los derechos y libertades de todos los colombianos.

ARTICULO 189. Corresponde al Presidente de la República como Jefe


de Estado, Jefe del Gobierno y Suprema Autoridad Administrativa:
1. Nombrar y separar libremente a los Ministros del Despacho y a los
Directores de Departamentos Administrativos.
2. Dirigir las relaciones internacionales. Nombrar a los agentes
diplomáticos y consulares, recibir a los agentes respectivos y celebrar
con otros Estados y entidades de derecho internacional tratados o
convenios que se someterán a la aprobación del Congreso.
3. Dirigir la fuerza pública y disponer de ella como Comandante Supremo
de las Fuerzas Armadas de la República.
4. Conservar en todo el territorio el orden público y restablecerlo donde
fuere turbado.
5. Dirigir las operaciones de guerra cuando lo estime conveniente.
6. Proveer a la seguridad exterior de la República, defendiendo la
independencia y la honra de la Nación y la inviolabilidad del territorio;
declarar la guerra con permiso del Senado, o hacerla sin tal autorización
para repeler una agresión extranjera; y convenir y ratificar los tratados de
paz, de todo lo cual dará cuenta inmediata al Congreso.

559
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

7. Permitir, en receso del Senado, previo dictamen del Consejo de Estado, el


tránsito de tropas extranjeras por el territorio de la República.
8. Instalar y clausurar las sesiones del Congreso en cada legislatura.
9. Sancionar las leyes.
10. Promulgar las leyes, obedecerlas y velar por su estricto cumplimiento.
11. Ejercer la potestad reglamentaria, mediante la expedición de los decretos,
resoluciones y órdenes necesarios para la cumplida ejecución de las leyes.
12. Presentar un informe al Congreso, al iniciarse cada legislatura, sobre los
actos de la Administración, sobre la ejecución de los planes y programas de
desarrollo económico y social, y sobre los proyectos que el Gobierno se
proponga adelantar durante la vigencia de la nueva legislatura.
13. Nombrar a los presidentes, directores o gerentes de los establecimientos
públicos nacionales y a las personas que deban desempeñar empleos nacionales
cuya provisión no sea por concurso o no corresponda a otros funcionarios o
corporaciones, según la Constitución o la ley.
En todo caso, el Gobierno tiene la facultad de nombrar y remover libremente a
sus agentes.
14. Crear, fusionar o suprimir, conforme a la ley, los empleos que demande la
administración central, señalar sus funciones especiales y fijar sus dotaciones y
emolumentos. El Gobierno no podrá crear, con cargo al Tesoro, obligaciones
que excedan el monto global fijado para el respectivo servicio en la ley de
apropiaciones iniciales.
15. Suprimir o fusionar entidades u organismos administrativos nacionales de
conformidad con la ley.
16. Modificar la estructura de los Ministerios, Departamentos Administrativos
y demás entidades u organismos administrativos nacionales, con sujeción a los
principios y reglas generales que defina la ley.
17. Distribuir los negocios según su naturaleza, entre Ministerios, Departamentos
Administrativos y Establecimientos Públicos.
18. Conceder permiso a los empleados públicos nacionales que lo soliciten,
para aceptar, con carácter temporal, cargos o mercedes de gobiernos
extranjeros.
19. Conferir grados a los miembros de la fuerza pública y someter para
aprobación del Senado los que correspondan de acuerdo con el artículo 173.
20. Velar por la estricta recaudación y administración de las rentas y caudales
públicos y decretar su inversión de acuerdo con las leyes.
21. Ejercer la inspección y vigilancia de la enseñanza conforme a la ley.

560
COLÔMBIA

22. Ejercer la inspección y vigilancia de la prestación de los servicios


públicos.
23. Celebrar los contratos que le correspondan con sujeción a la Constitución
y la ley.
24. Ejercer, de acuerdo con la ley, la inspección, vigilancia y control sobre las
personas que realicen actividades financiera, bursátil, aseguradora y cualquier
otra relacionada con el manejo, aprovechamiento o inversión de recursos
captados del público. Así mismo, sobre las entidades cooperativas y las
sociedades mercantiles.
25. Organizar el Crédito Público; reconocer la deuda nacional y arreglar su
servicio; modificar los aranceles, tarifas y demás disposiciones concernientes
al régimen de aduanas; regular el comercio exterior; y ejercer la intervención
en las actividades financiera, bursátil, aseguradora y cualquier otra
relacionada con el manejo, aprovechamiento e inversión de recursos
provenientes del ahorro de terceros de acuerdo con la ley.
26. Ejercer la inspección y vigilancia sobre instituciones de utilidad común
para que sus rentas se conserven y sean debidamente aplicadas y para que
en todo lo esencial se cumpla con la voluntad de los fundadores.
27. Conceder patente de privilegio temporal a los autores de invenciones o
perfeccionamientos útiles, con arreglo a la ley.
28. Expedir cartas de naturalización, conforme a la ley.

ARTICULO 190. El Presidente de la República será elegido para un


período de cuatro años, por la mitad más uno de los votos que, de manera
secreta y directa, depositen los ciudadanos en la fecha y con las
formalidades que determine la ley. Si ningún candidato obtiene dicha
mayoría, se celebrará una nueva votación que tendrá lugar tres semanas
más tarde, en la que sólo participarán los dos candidatos que hubieren
obtenido las más altas votaciones. Será declarado Presidente quien
obtenga el mayor número de votos.
En caso de muerte o incapacidad física permanente de alguno de los dos
candidatos con mayoría de votos, su partido o movimiento político podrá
inscribir un nuevo candidato para la segunda vuelta. Si no lo hace o si la
falta obedece a otra causa, lo reemplazará quien hubiese obtenido la tercera
votación; y así en forma sucesiva y en orden descendente.
Si la falta se produjese con antelación menor a dos semanas de la segunda
vuelta, ésta se aplazará por quince días.

561
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 191. Para ser Presidente de la República se requiere ser


colombiano por nacimiento, ciudadano en ejercicio y mayor de treinta años.

ARTICULO 192. El Presidente de la República tomará posesión de su destino


ante el Congreso, y prestará juramento en estos términos: “Juro a Dios y prometo
al pueblo cumplir fielmente la Constitución y las leyes de Colombia”.
Si por cualquier motivo el Presidente de la República no pudiere tomar posesión
ante el Congreso, lo hará ante la Corte Suprema de Justicia o, en defecto de
ésta, ante dos testigos.

ARTICULO 193. Corresponde al Senado conceder licencia al Presidente de


la República para separarse temporalmente del cargo.
Por motivo de enfermedad, el Presidente de la República puede dejar de ejercer
el cargo, por el tiempo necesario, mediante aviso al Senado o, en receso de
éste, a la Corte Suprema de Justicia.

ARTICULO 194. Son faltas absolutas del Presidente de la República su muerte,


su renuncia aceptada, la destitución decretada por sentencia, la incapacidad
física permanente y el abandono del cargo, declarados éstos dos últimos por el
Senado.
Son faltas temporales la licencia y la enfermedad, de conformidad con el artículo
precedente y la suspensión en el ejercicio del cargo decretada por el Senado,
previa admisión pública de la acusación en el caso previsto en el numeral primero
del artículo 175.

ARTICULO 195. El encargado del Ejecutivo tendrá la misma preeminencia y


las mismas atribuciones que el Presidente, cuyas veces hace.

ARTICULO 196. El Presidente de la República, o quien haga sus veces, no


podrá trasladarse a territorio extranjero durante el ejercicio de su cargo, sin
previo aviso al Senado o, en receso de éste, a la Corte Suprema de Justicia.
La infracción de esta disposición implica abandono del cargo.
El Presidente de la República, o quien haya ocupado la Presidencia a título de
encargado, no podrá salir del país dentro del año siguiente a la fecha en que
cesó en el ejercicio de sus funciones, sin permiso previo del Senado.
Cuando el Presidente de la República se traslade a territorio extranjero en
ejercicio de su cargo, el Ministro a quien corresponda, según el orden de

562
COLÔMBIA

precedencia legal, ejercerá bajo su propia responsabilidad las funciones


constitucionales que el Presidente le delegue, tanto aquellas que le son propias
como las que ejerce en su calidad de Jefe del Gobierno. El Ministro Delegatario
pertenecerá al mismo partido o movimiento político del Presidente.

ARTICULO 197. Nadie podrá ser elegido para ocupar la Presidencia de la


República por más de dos períodos.
No podrá ser elegido Presidente de la República o Vicepresidente quien hubiere
incurrido en alguna de las causales de inhabilidad consagradas en los numerales
1, 4 y 7 del artículo 179, ni el ciudadano que un año antes de la elección haya
ejercido cualquiera de los siguientes cargos:
Ministro, Director de Departamento Administrativo, Magistrado de la Corte
Suprema de Justicia, de la Corte Constitucional, del Consejo de Estado, del
Consejo Superior de la Judicatura, o del Consejo Nacional Electoral, Procurador
General de la Nación, Defensor del Pueblo, Contralor General de la República,
Fiscal General de la Nación, Registrador Nacional del Estado Civil,
Comandantes de las Fuerzas Militares, Director General de la Policía,
Gobernador de Departamento o Alcaldes.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Quien ejerza o haya ejercido la Presidencia


de la República antes de la vigencia del presente Acto Legislativo sólo podrá
ser elegido para un nuevo período presidencial.

ARTICULO 198. El Presidente de la República, o quien haga sus veces, será


responsable de sus actos u omisiones que violen la Constitución o las leyes.

ARTICULO 199. El Presidente de la República, durante el período para el que


sea elegido, o quien se halle encargado de la Presidencia, no podrá ser perseguido
ni juzgado por delitos, sino en virtud de acusación de la Cámara de Representantes
y cuando el Senado haya declarado que hay lugar a formación de causa.

CAPITULO II - DEL GOBIERNO

ARTICULO 200. Corresponde al Gobierno, en relación con el Congreso:


1. Concurrir a la formación de las leyes, presentando proyectos por intermedio
de los ministros, ejerciendo el derecho de objetarlos y cumpliendo el deber
de sancionarlos con arreglo a la Constitución.

563
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2. Convocarlo a sesiones extraordinarias.


3. Presentar el plan nacional de desarrollo y de inversiones públicas, conforme
a lo dispuesto en el artículo 150.
4. Enviar a la Cámara de Representantes el proyecto de presupuesto de
rentas y gastos.
5. Rendir a las cámaras los informes que éstas soliciten sobre negocios que
no demanden reserva.
6. Prestar eficaz apoyo a las cámaras cuando ellas lo soliciten poniendo a su
disposición la fuerza pública, si fuere necesario.

ARTICULO 201. Corresponde al Gobierno, en relación con la Rama Judicial:


1. Prestar a los funcionarios judiciales, con arreglo a las leyes, los auxilios
necesarios para hacer efectivas sus providencias.
2. Conceder indultos por delitos políticos, con arreglo a la ley, e informar al
Congreso sobre el ejercicio de esta facultad. En ningún caso estos indultos
podrán comprender la responsabilidad que tengan los favorecidos respecto
de los particulares.

CAPITULO III - DEL VICEPRESIDENTE

ARTICULO 202. El Vicepresidente de la República será elegido por votación


popular el mismo día y en la misma fórmula con el Presidente de la República.
Los candidatos para la segunda votación, si la hubiere, deberán ser en cada
fórmula quienes la integraron en la primera.
El Vicepresidente tendrá el mismo período del Presidente y lo reemplazará
en sus faltas temporales o absolutas, aun en el caso de que éstas se presenten
antes de su posesión.
En las faltas temporales del Presidente de la República bastará con que el
Vicepresidente tome posesión del cargo en la primera oportunidad, para que pueda
ejercerlo cuantas veces fuere necesario. En caso de falta absoluta del Presidente de
la República, el Vicepresidente asumirá el cargo hasta el final del período.
El Presidente de la República podrá confiar al Vicepresidente misiones o
encargos especiales y designarlo en cualquier cargo de la rama ejecutiva. El
Vicepresidente no podrá asumir funciones de Ministro Delegatario.

ARTICULO 203. A falta del Vicepresidente cuando estuviera ejerciendo la


Presidencia, ésta será asumida por un Ministro en el orden que establezca la ley.

564
COLÔMBIA

La persona que de conformidad con este artículo reemplace al Presidente,


pertenecerá a su mismo partido o movimiento y ejercerá la Presidencia hasta
cuando el Congreso, por derecho propio, dentro de los treinta días siguientes
a la fecha en que se produzca la vacancia presidencial, elija al Vicepresidente,
quien tomará posesión de la Presidencia de la República.

ARTICULO 204. Para ser elegido Vicepresidente se requieren las mismas


calidades que para ser Presidente de la República.
El Vicepresidente podrá ser reelegido para el período siguiente si integra la
misma fórmula del Presidente en ejercicio.
El Vicepresidente podrá ser elegido Presidente de la República para el período
siguiente cuando el Presidente en ejercicio no se presente como candidato.

ARTICULO 205. En caso de falta absoluta del Vicepresidente, el


Congreso se reunirá por derecho propio, o por convocatoria del
Presidente de la República, a fin de elegir a quien haya de remplazarlo
para el resto del período. Son faltas absolutas del Vicepresidente: su
muerte, su renuncia aceptada y la incapacidad física permanente
reconocida por el Congreso.

CAPITULO IV - DE LOS MINISTROS Y DIRECTORES DE LOS


DEPARTAMENTOS ADMINISTRATIVOS

ARTICULO 206. El número, denominación y orden de precedencia de los


ministerios y departamentos administrativos serán determinados por la ley.

ARTICULO 207. Para ser ministro o director de departamento administrativo


se requieren las mismas calidades que para ser representante a la Cámara.

ARTICULO 208. Los Ministros y los directores de departamentos


administrativos son los jefes de la administración en sus respectivas
dependencias. Bajo la dirección del Presidente de la República, les
corresponde formular las políticas atinentes a su despacho, dirigir la actividad
administrativa y ejecutar la ley.
No podrán ser nombrados Ministros ni directores de departamentos
administrativos ni superintendentes quienes dentro del año anterior a la
designación hayan desempeñado cargo o prestado sus servicios a los gremios

565
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

del ramo respectivo o a personas jurídicas que deban tener bajo su


vigilancia y control.
Los ministros, en relación con el Congreso, son voceros del Gobierno,
presentan a las cámaras proyectos de ley, atienden las citaciones que
aquellas les hagan y toman parte en los debates directamente o por
conducto de los viceministros.
Las cámaras pueden requerir la asistencia de los ministros. Las
comisiones permanentes, además, la de los viceministros, los directores
de departamentos administrativos, el Gerente del Banco de la
República, los presidentes, directores o gerentes de las entidades
descentralizadas del orden nacional, los miembros de las comisiones
reguladoras y la de otros funcionarios de la rama ejecutiva del poder
público.
También podrá citar, para discutir temas de interés público, a cualquier
persona natural que tenga relación con el asunto a tratar.
Los ministros y los directores de departamentos administrativos, el
Gerente del Banco de la República y los presidentes, directores o
gerentes de las entidades del orden nacional presentarán al Congreso,
dentro de los primeros quince días de cada legislatura, informe sobre
el estado de los asuntos adscritos a su Ministerio, Departamento
Administrativo o Instituto, de los avances en los objetivos y metas
que le fueron encomendadas en el Plan de Desarrollo y sobre las
reformas que consideren convenientes. Los Ministros, deberán
sustentar su informe ante las comisiones constitucionales del Congreso
en sesión conjunta que será convocada para el efecto dentro del primer
mes de la legislatura.
Dichos informes de los Ministros deberán ser analizados y aprobados
por el Congreso. Si la reunión conjunta de las Comisiones relacionadas
con el área de actuación de cada Ministerio reunidas para su análisis,
rechaza el informe, este se remitirá para su debate en Congreso pleno
y para adelantar el procedimiento de moción de censura.
Los Ministros y Directores del Departamento Administrativo no podrán
aceptar cargo, ni prestar sus servicios durante el año siguiente a su
desvinculación, a los gremios del ramo respectivo o personas jurídicas
que hayan tenido bajo su vigilancia y control. Esta incompatibilidad
también se aplicará a quienes desempeñen el cargo de superintendente
y gerente o director de instituto descentralizado.

566
COLÔMBIA

CAPITULO V - DE LA FUNCION ADMINISTRATIVA

ARTICULO 209. La función administrativa está al servicio de los intereses


generales y se desarrolla con fundamento en los principios de igualdad,
moralidad, eficacia, economía, celeridad, imparcialidad y publicidad,
mediante la descentralización, la delegación y la desconcentración de
funciones.
Las autoridades administrativas deben coordinar sus actuaciones para el
adecuado cumplimiento de los fines del Estado. La administración pública,
en todos sus órdenes, tendrá un control interno que se ejercerá en los
términos que señale la ley.

ARTICULO 210. Las entidades del orden nacional descentralizadas por


servicios sólo pueden ser creadas por ley o por autorización de ésta, con
fundamento en los principios que orientan la actividad administrativa.
Los particulares pueden cumplir funciones administrativas en las condiciones
que señale la ley.
La ley establecerá el régimen jurídico de las entidades descentralizadas y la
responsabilidad de sus presidentes, directores o gerentes.

ARTICULO 211. La ley señalará las funciones que el Presidente de la


República podrá delegar en los ministros, directores de departamentos
administrativos, representantes legales de entidades descentralizadas,
superintendentes, gobernadores, alcaldes y agencias del Estado que la
misma ley determine. Igualmente, fijará las condiciones para que las
autoridades administrativas puedan delegar en sus subalternos o en otras
autoridades.
La delegación exime de responsabilidad al delegante, la cual corresponderá
exclusivamente al delegatario, cuyos actos o resoluciones podrá siempre
reformar o revocar aquel, reasumiendo la responsabilidad consiguiente.
La ley establecerá los recursos que se pueden interponer contra los actos
de los delegatarios.

CAPITULO VI - DE LOS ESTADOS DE EXCEPCION

ARTICULO 212. El Presidente de la República, con la firma de todos los


ministros, podrá declarar el Estado de Guerra Exterior. Mediante tal

567
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

declaración, el Gobierno tendrá las facultades estrictamente necesarias para


repeler la agresión, defender la soberanía, atender los requerimientos de la
guerra, y procurar el restablecimiento de la normalidad.
La declaración del Estado de Guerra Exterior sólo procederá una vez el
Senado haya autorizado la declaratoria de guerra, salvo que a juicio del
Presidente fuere necesario repeler la agresión.
Mientras subsista el Estado de Guerra, el Congreso se reunirá con la plenitud
de sus atribuciones constitucionales y legales, y el Gobierno le informará
motivada y periódicamente sobre los decretos que haya dictado y la evolución
de los acontecimientos.
Los decretos legislativos que dicte el Gobierno suspenden las leyes
incompatibles con el Estado de Guerra, rigen durante el tiempo que ellos
mismos señalen y dejarán de tener vigencia tan pronto se declare restablecida
la normalidad. El Congreso podrá, en cualquier época, reformarlos o
derogarlos con el voto favorable de los dos tercios de los miembros de una y
otra cámara.

ARTICULO 213. En caso de grave perturbación del orden público que


atente de manera inminente contra la estabilidad institucional, la seguridad del
Estado, o la convivencia ciudadana, y que no pueda ser conjurada mediante
el uso de las atribuciones ordinarias de las autoridades de Policía, el Presidente
de la República, con la firma de todos los ministros, podrá declarar el Estado
de Conmoción Interior, en toda la República o parte de ella, por término no
mayor de noventa días, prorrogable hasta por dos períodos iguales, el segundo
de los cuales requiere concepto previo y favorable del Senado de la República.
Mediante tal declaración, el Gobierno tendrá las facultades estrictamente
necesarias para conjurar las causas de la perturbación e impedir la extensión
de sus efectos.
Los decretos legislativos que dicte el Gobierno podrán suspender las leyes
incompatibles con el Estado de Conmoción y dejarán de regir tan pronto
como se declare restablecido el orden público. El Gobierno podrá prorrogar
su vigencia hasta por noventa días más.
Dentro de los tres días siguientes a la declaratoria o prórroga del Estado de
Conmoción, el Congreso se reunirá por derecho propio, con la plenitud de
sus atribuciones constitucionales y legales. El Presidente le pasará
inmediatamente un informe motivado sobre las razones que determinaron la
declaración.

568
COLÔMBIA

En ningún caso los civiles podrán ser investigados o juzgados por la justicia
penal militar.

ARTICULO 214. Los Estados de Excepción a que se refieren los artículos


anteriores se someterán a las siguientes disposiciones:
1. Los decretos legislativos llevarán la firma del Presidente de la República y
todos sus ministros y solamente podrán referirse a materias que tengan relación
directa y específica con la situación que hubiere determinado la declaratoria
del Estado de Excepción.
2. No podrán suspenderse los derechos humanos ni las libertades
fundamentales. En todo caso se respetarán las reglas del derecho internacional
humanitario. Una ley estatutaria regulará las facultades del Gobierno durante
los estados de excepción y establecerá los controles judiciales y las garantías
para proteger los derechos, de conformidad con los tratados internacionales.
Las medidas que se adopten deberán ser proporcionales a la gravedad de
los hechos.
3. No se interrumpirá el normal funcionamiento de las ramas del poder público
ni de los órganos del Estado.
4. Tan pronto como hayan cesado la guerra exterior o las causas que dieron
lugar al Estado de Conmoción Interior, el Gobierno declarará restablecido el
orden público y levantará el Estado de Excepción.
5. El Presidente y los ministros serán responsables cuando declaren los estados
de excepción sin haber ocurrido los casos de guerra exterior o de conmoción
interior, y lo serán también, al igual que los demás funcionarios, por cualquier
abuso que hubieren cometido en el ejercicio de las facultades a que se refieren
los artículos anteriores.
6. El Gobierno enviará a la Corte Constitucional al día siguiente de su
expedición, los decretos legislativos que dicte en uso de las facultades a que
se refieren los artículos anteriores, para que aquella decida definitivamente
sobre su constitucionalidad. Si el Gobierno no cumpliere con el deber de
enviarlos, la Corte Constitucional aprehenderá de oficio y en forma inmediata
su conocimiento.

ARTICULO 215. Cuando sobrevengan hechos distintos de los previstos en


los artículos 212 y 213 que perturben o amenacen perturbar en forma grave
e inminente el orden económico, social y ecológico del país, o que constituyan
grave calamidad pública, podrá el Presidente, con la firma de todos los

569
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ministros, declarar el Estado de Emergencia por períodos hasta de treinta


días en cada caso, que sumados no podrán exceder de noventa días en el
año calendario.
Mediante tal declaración, que deberá ser motivada, podrá el Presidente, con
la firma de todos los ministros, dictar decretos con fuerza de ley, destinados
exclusivamente a conjurar la crisis y a impedir la extensión de sus efectos.
Estos decretos deberán referirse a materias que tengan relación directa y
específica con el Estado de Emergencia, y podrán, en forma transitoria,
establecer nuevos tributos o modificar los existentes. En estos últimos casos,
las medidas dejarán de regir al término de la siguiente vigencia fiscal, salvo
que el Congreso, durante el año siguiente, les otorgue carácter permanente.
El Gobierno, en el decreto que declare el Estado de Emergencia, señalará el
término dentro del cual va a hacer uso de las facultades extraordinarias a que
se refiere este artículo, y convocará al Congreso, si éste no se hallare reunido,
para los diez días siguientes al vencimiento de dicho término.
El Congreso examinará hasta por un lapso de treinta días, prorrogable por
acuerdo de las dos cámaras, el informe motivado que le presente el Gobierno
sobre las causas que determinaron el Estado de Emergencia y las medidas
adoptadas, y se pronunciará expresamente sobre la conveniencia y
oportunidad de las mismas.
El Congreso, durante el año siguiente a la declaratoria de la emergencia,
podrá derogar, modificar o adicionar los decretos a que se refiere este artículo,
en aquellas materias que ordinariamente son de iniciativa del Gobierno. En
relación con aquellas que son de iniciativa de sus miembros, el Congreso
podrá ejercer dichas atribuciones en todo tiempo.
El Congreso, si no fuere convocado, se reunirá por derecho propio, en las
condiciones y para los efectos previstos en este artículo.
El Presidente de la República y los ministros serán responsables cuando
declaren el Estado de Emergencia sin haberse presentado alguna de las
circunstancias previstas en el inciso primero, y lo serán también por cualquier
abuso cometido en el ejercicio de las facultades que la Constitución otorga al
Gobierno durante la emergencia.
El Gobierno no podrá desmejorar los derechos sociales de los trabajadores
mediante los decretos contemplados en este artículo.

PARÁGRAFO. El Gobierno enviará a la Corte Constitucional al día siguiente


de su expedición los decretos legislativos que dicte en uso de las facultades a

570
COLÔMBIA

que se refiere este artículo, para que aquella decida sobre su constitucionalidad.
Si el Gobierno no cumpliere con el deber de enviarlos, la Corte Constitucional
aprehenderá de oficio y en forma inmediata su conocimiento.

CAPITULO VII - DE LA FUERZA PUBLICA

ARTICULO 216. La fuerza pública estará integrada en forma exclusiva por


las Fuerzas Militares y la Policía Nacional.
Todos los colombianos están obligados a tomar las armas cuando las
necesidades públicas lo exijan para defender la independencia nacional y las
instituciones públicas.
La Ley determinará las condiciones que en todo tiempo eximen del servicio
militar y las prerrogativas por la prestación del mismo.

ARTICULO 217. La Nación tendrá para su defensa unas Fuerzas Militares


permanentes constituidas por el Ejército, la Armada y la Fuerza Aérea.
Las Fuerzas Militares tendrán como finalidad primordial la defensa de la
soberanía, la independencia, la integridad del territorio nacional y del orden
constitucional.
La Ley determinará el sistema de reemplazos en las Fuerzas Militares, así
como los ascensos, derechos y obligaciones de sus miembros y el régimen
especial de carrera, prestacional y disciplinario, que les es propio.

ARTICULO 218. La ley organizará el cuerpo de Policía.


La Policía Nacional es un cuerpo armado permanente de naturaleza civil, a
cargo de la Nación, cuyo fin primordial es el mantenimiento de las condiciones
necesarias para el ejercicio de los derechos y libertades públicas, y para
asegurar que los habitantes de Colombia convivan en paz.
La ley determinará su régimen de carrera, prestacional y disciplinario.

ARTICULO 219. La Fuerza Pública no es deliberante; no podrá reunirse


sino por orden de autoridad legítima, ni dirigir peticiones, excepto sobre asuntos
que se relacionen con el servicio y la moralidad del respectivo cuerpo y con
arreglo a la ley.
Los miembros de la Fuerza Pública no podrán ejercer la función del sufragio
mientras permanezcan en servicio activo, ni intervenir en actividades o debates
de partidos o movimientos políticos.

571
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 220. Los miembros de la Fuerza Pública no pueden ser


privados de sus grados, honores y pensiones, sino en los casos y del
modo que determine la Ley.

ARTICULO 221. De los delitos cometidos por los miembros de la


fuerza pública en servicio activo, y en relación con el mismo servicio,
conocerán las Cortes Marciales o Tribunales Militares, con arreglo a
las prescripciones del Código Penal Militar. Tales Cortes o Tribunales
estarán integrados por miembros de la Fuerza Pública en servicio activo
o en retiro.

ARTICULO 222. La ley determinará los sistemas de promoción


profesional, cultural y social de los miembros de la Fuerza Pública. En
las etapas de su formación, se les impartirá la enseñanza de los
fundamentos de la democracia y de los derechos humanos.

ARTICULO 223. Sólo el Gobierno puede introducir y fabricar armas,


municiones de guerra y explosivos. Nadie podrá poseerlos ni portarlos
sin permiso de la autoridad competente. Este permiso no podrá
extenderse a los casos de concurrencia a reuniones políticas, a
elecciones, o a sesiones de corporaciones públicas o asambleas, ya sea
para actuar en ellas o para presenciarlas.
Los miembros de los organismos nacionales de seguridad y otros cuerpos
oficiales armados, de carácter permanente, creados o autorizados por
la ley, podrán portar armas bajo el control del Gobierno, de conformidad
con los principios y procedimientos que aquella señale.

CAPITULO VIII - DE LAS RELACIONES


INTERNACIONALES

ARTICULO 224. Los tratados, para su validez, deberán ser aprobados


por el Congreso. Sin embargo, el Presidente de la República podrá dar
aplicación provisional a los tratados de naturaleza económica y comercial
acordados en el ámbito de organismos internacionales, que así lo
dispongan. En este caso tan pronto como un tratado entre en vigor
provisionalmente, deberá enviarse al Congreso para su aprobación. Si
el Congreso no lo aprueba, se suspenderá la aplicación del tratado.

572
COLÔMBIA

ARTICULO 225. La Comisión Asesora de Relaciones Exteriores, cuya


composición será determinada por la ley, es cuerpo consultivo del
Presidente de la República.

ARTICULO 226. El Estado promoverá la internacionalización de las


relaciones políticas, económicas, sociales y ecológicas sobre bases de
equidad, reciprocidad y conveniencia nacional.

ARTICULO 227. El Estado promoverá la integración económica, social


y política con las demás naciones y especialmente, con los países de
América Latina y del Caribe mediante la celebración de tratados que
sobre bases de equidad, igualdad y reciprocidad, creen organismos
supranacionales, inclusive para conformar una comunidad
latinoamericana de naciones. La ley podrá establecer elecciones directas
para la constitución del Parlamento Andino y del Parlamento
Latinoamericano.

TITULO VIII - DE LA RAMA JUDICIAL

DE LAS DISPOSICIONES GENERALES

ARTICULO 228. La Administración de Justicia es función pública.


Sus decisiones son independientes. Las actuaciones serán públicas y
permanentes con las excepciones que establezca la ley y en ellas
prevalecerá el derecho sustancial. Los términos procesales se observarán
con diligencia y su incumplimiento será sancionado. Su funcionamiento
será desconcentrado y autónomo.

ARTICULO 229. Se garantiza el derecho de toda persona para acceder


a la administración de justicia. La ley indicará en qué casos podrá hacerlo
sin la representación de abogado.

ARTICULO 230. Los jueces, en sus providencias, sólo están sometidos


al imperio de la ley.
La equidad, la jurisprudencia, los principios generales del derecho y la
doctrina son criterios auxiliares de la actividad judicial.

573
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 231. Los Magistrados de la Corte Suprema de Justicia y del


Consejo de Estado serán nombrados por la respectiva corporación, de listas
enviadas por el Consejo Superior de la Judicatura.

ARTICULO 232. Para ser Magistrado de la Corte Constitucional, de la


Corte Suprema de Justicia y del Consejo de Estado se requiere:
1. Ser colombiano de nacimiento y ciudadano en ejercicio.
2. Ser abogado.
3. No haber sido condenado por sentencia judicial a pena privativa de la
libertad, excepto por delitos políticos o culposos.
4. Haber desempeñado, durante diez años, cargos en la Rama Judicial o en el
Ministerio Público, o haber ejercido, con buen crédito, por el mismo tiempo,
la profesión de abogado, o la cátedra universitaria en disciplinas jurídicas en
establecimientos reconocidos oficialmente.

PARÁGRAFO. Para ser Magistrado de estas corporaciones no será requisito


pertenecer a la carrera judicial.

ARTICULO 233. Los Magistrados de la Corte Constitucional, de la Corte


Suprema de Justicia, y del Consejo de Estado serán elegidos para períodos
individuales de ocho años, no podrán ser reelegidos y permanecerán en el
ejercicio de sus cargos mientras observen buena conducta, tengan rendimiento
satisfactorio y no hayan llegado a edad de retiro forzoso.

CAPITULO II - DE LA JURISDICCION ORDINARIA

ARTICULO 234. La Corte Suprema de Justicia es el máximo tribunal de la


jurisdicción ordinaria y se compondrá del número impar de magistrados que
determine la ley. Esta dividirá la Corte en salas, señalará a cada una de ellas
los asuntos que deba conocer separadamente y determinará aquellos en que
deba intervenir la Corte en pleno.
La ley determinará el número de magistrados que conforman la Sala Penal, lo
mismo que la forma como se dividirá para garantizar el control de garantía
constitucional respecto de las medidas judiciales limitativas de derechos
fundamentales que se tomen dentro del proceso penal.

ARTICULO 235. Son atribuciones de la Corte Suprema de Justicia:

574
COLÔMBIA

1. Actuar como Tribunal de Casación en el estudio de sentencias


ejecutoriadas. La ley podrá determinar mecanismos sumarios de
respuesta con el fin de lograr la unificación de la jurisprudencia, la
protección de las garantías fundamentales y la restauración del derecho
vulnerado.
2. Juzgar al Presidente de la República o a quien haga sus veces y a los
altos funcionarios de que trata el artículo 174, por cualquier hecho punible
que se les impute, conforme al artículo 175 numerales 2 y 3.
3. Juzgar mediante la Sala Penal en primera instancia, previa acusación
del Fiscal General de la Nación, a los miembros del Congreso de la
República: Senadores y Representantes a la Cámara.
4. Juzgar mediante la Sala Penal en primera instancia, previa acusación
del Fiscal General de la Nación, al Vicepresidente de la República, a
los ministros del despacho, al Procurador General, al Defensor del
Pueblo, a los agentes del Ministerio Público ante la Corte, ante el
Consejo de Estado y ante los tribunales; a los directores de los
departamentos administrativos, al Auditor General, al Contralor General
de la República, a los embajad ores y jefes de misión diplomática o
consular, a los gobernadores, a los magistrados de tribunales y a los
generales y almirantes de la fuerza pública, por los hechos punibles que
se les imputen.
5. Conocer de todos los negocios contenciosos de los agentes
diplomáticos acreditados ante el Gobierno de la Nación, en los casos
previstos por el derecho internacional.
6. Darse su propio reglamento.
7. Solicitar a través de la Sala Penal, al Fiscal General de la Nación el
inicio de investigación a los miembros del Congreso de la República:
Senadores y Representantes a la Cámara.
8. Las demás atribuciones que señale la ley.

PARÁGRAFO.Cuando los funcionarios antes enumerados hubieren


cesado en el ejercicio de su cargo, el fuero sólo se mantendrá para las
conductas punibles que tengan relación con las funciones desempeñadas.
La intervención de la Fiscalía ante la Corte Suprema de Justicia la
ejercerá el Fiscal General de la Nación o, por delegación suya, el
Vicefiscal General o los fiscales delegados ante la Corte Suprema de
Justicia.

575
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPITULO III - DE LA JURISDICCION CONTENCIOSO


ADMINISTRATIVA

ARTICULO 236. El Consejo de Estado tendrá el número impar de


Magistrados que determine la ley.
El Consejo se dividirá en salas y secciones para separar las funciones
jurisdiccionales de las demás que le asignen la Constitución y la ley.
La ley señalará las funciones de cada una de las salas y secciones, el
número de magistrados que deban integrarlas y su organización interna.

ARTICULO 237. Son atribuciones del Consejo de Estado:


1. Desempeñar las funciones de tribunal supremo de lo contencioso
administrativo, conforme a las reglas que señale la ley.
2. Conocer de las acciones de nulidad por inconstitucionalidad de los
decretos dictados por el Gobierno Nacional, cuya competencia no
corresponda a la Corte Constitucional.
3. Actuar como cuerpo supremo consultivo del Gobierno en asuntos de
administración, debiendo ser necesariamente oído en todos aquellos
casos que la Constitución y las leyes determinen.
En los casos de tránsito de tropas extranjeras por el territorio nacional,
de estación o tránsito de buques o aeronaves extranjeros de guerra, en
aguas o en territorio o en espacio aéreo de la nación, el gobierno debe
oír previamente al Consejo de Estado.
4. Preparar y presentar proyectos de actos reformatorios de la
Constitución y proyectos de ley.
5. Conocer de los casos sobre pérdida de la investidura de los
congresistas, de conformidad con esta Constitución y la ley.
6. Darse su propio reglamento y ejercer las demás funciones que
determine la ley.

ARTICULO 238. La jurisdicción de lo contencioso administrativo podrá


suspender provisionalmente, por los motivos y con los requisitos que
establezca la ley, los efectos de los actos administrativos que sean
susceptibles de impugnación por vía judicial.

576
COLÔMBIA

CAPITULO IV - DE LA JURISDICCION CONSTITUCIONAL

ARTICULO 239. La Corte Constitucional tendrá el número impar de


miembros que determine la ley. En su integración se atenderá el criterio de
designación de magistrados pertenecientes a diversas especialidades del
Derecho.
Los Magistrados de la Corte Constitucional serán elegidos por el Senado de
la República para períodos individuales de ocho años, de sendas ternas que
le presenten el Presidente de la República, la Corte Suprema de Justicia y el
Consejo de Estado.
Los Magistrados de la Corte Constitucional no podrán ser reelegidos.

ARTICULO 240. No podrán ser elegidos Magistrados de la Corte


Constitucional quienes durante el año anterior a la elección se hayan
desempeñado como Ministros del Despacho o Magistrados de la Corte
Suprema de Justicia o del Consejo de Estado.

ARTICULO 241. A la Corte Constitucional se le confía la guarda de la


integridad y supremacía de la Constitución, en los estrictos y precisos términos
de este artículo. Con tal fin, cumplirá las siguientes funciones:
1. Decidir sobre las demandas de inconstitucionalidad que promuevan los
ciudadanos contra los actos reformatorios de la Constitución, cualquiera que
sea su origen, sólo por vicios de procedimiento en su formación.
2. Decidir, con anterioridad al pronunciamiento popular, sobre la
constitucionalidad de la convocatoria a un referendo o a una Asamblea
Constituyente para reformar la Constitución, sólo por vicios de procedimiento
en su formación.
3. Decidir sobre la constitucionalidad de los referendos sobre leyes y de las
consultas populares y plebiscitos del orden nacional. Estos últimos sólo por
vicios de procedimiento en su convocatoria y realización.
4. Decidir sobre las demandas de inconstitucionalidad que presenten los
ciudadanos contra las leyes, tanto por su contenido material como por vicios
de procedimiento en su formación.
5. Decidir sobre las demandas de inconstitucionalidad que presenten los
ciudadanos contra los decretos con fuerza de ley dictados por el Gobierno
con fundamento en los artículos 150 numeral 10 y 341 de la Constitución,
por su contenido material o por vicios de procedimiento en su formación.

577
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

6. Decidir sobre las excusas de que trata el artículo 137 de la Constitución.


7. Decidir definitivamente sobre la constitucionalidad de los decretos
legislativos que dicte el Gobierno con fundamento en los artículos 212, 213 y
215 de la Constitución.
8. Decidir definitivamente sobre la constitucionalidad de los proyectos de ley
que hayan sido objetados por el Gobierno como inconstitucionales, y de los
proyectos de leyes estatutarias, tanto por su contenido material como por
vicios de procedimiento en su formación.
9. Revisar, en la forma que determine la ley, las decisiones judiciales
relacionadas con la acción de tutela de los derechos constitucionales.
10. Decidir definitivamente sobre la exequibilidad de los tratados
internacionales y de las leyes que los aprueben. Con tal fin, el Gobierno los
remitirá a la Corte, dentro de los seis días siguientes a la sanción de la ley.
Cualquier ciudadano podrá intervenir para defender o impugnar su
constitucionalidad. Si la Corte los declara constitucionales, el Gobierno podrá
efectuar el canje de notas; en caso contrario no serán ratificados. Cuando
una o varias normas de un tratado multilateral sean declaradas inexequibles
por la Corte Constitucional, el Presidente de la República sólo podrá manifestar
el consentimiento formulando la correspondiente reserva.
11. Darse su propio reglamento.

PARÁGRAFO. Cuando la Corte encuentre vicios de procedimiento


subsanables en la formación del acto sujeto a su control, ordenará devolverlo
a la autoridad que lo profirió para que, de ser posible, enmiende el defecto
observado. Subsanado el vicio, procederá a decidir sobre la exequibilidad
del acto.

ARTICULO 242. Los procesos que se adelanten ante la Corte Constitucional


en las materias a que se refiere este título, serán regulados por la ley conforme
a las siguientes disposiciones:
1. Cualquier ciudadano podrá ejercer las acciones públicas previstas en el
artículo precedente, e intervenir como impugnador o defensor de las normas
sometidas a control en los procesos promovidos por otros, así como en
aquellos para los cuales no existe acción pública.
2. El Procurador General de la Nación deberá intervenir en todos los procesos.
3. Las acciones por vicios de forma caducan en el término de un año, contado
desde la publicación del respectivo acto.

578
COLÔMBIA

4. De ordinario, la Corte dispondrá del término de sesenta días para decidir,


y el Procurador General de la Nación, de treinta para rendir concepto.
5. En los procesos a que se refiere el numeral 7 del artículo anterior, los
términos ordinarios se reducirán a una tercera parte y su incumplimiento es
causal de mala conducta, que será sancionada conforme a la ley.

ARTICULO 243. Los fallos que la Corte dicte en ejercicio del control
jurisdiccional hacen tránsito a cosa juzgada constitucional.
Ninguna autoridad podrá reproducir el contenido material del acto jurídico
declarado inexequible por razones de fondo, mientras subsistan en la Carta
las disposiciones que sirvieron para hacer la confrontación entre la norma
ordinaria y la Constitución.

ARTICULO 244. La Corte Constitucional comunicará al Presidente de la


República o al Presidente del Congreso, según el caso, la iniciación de cualquier
proceso que tenga por objeto el examen de constitucionalidad de normas
dictadas por ellos. Esta comunicación no dilatará los términos del proceso.

ARTICULO 245. El Gobierno no podrá conferir empleo a los Magistrados


de la Corte Constitucional durante el período de ejercicio de sus funciones ni
dentro del año siguiente a su retiro.

CAPITULO V - DE LAS JURISDICCIONES ESPECIALES

ARTICULO 246. Las autoridades de los pueblos indígenas podrán ejercer


funciones jurisdiccionales dentro de su ámbito territorial, de conformidad con
sus propias normas y procedimientos, siempre que no sean contrarios a la
Constitución y leyes de la República. La ley establecerá las formas de
coordinación de esta jurisdicción especial con el sistema judicial nacional.

ARTICULO 247. La ley podrá crear jueces de paz encargados de resolver


en equidad conflictos individuales y comunitarios. También podrá ordenar
que se elijan por votación popular.

ARTICULO 248. Unicamente las condenas proferidas en sentencias judiciales


en forma definitiva tienen la calidad de antecedentes penales y
contravencionales en todos los órdenes legales.

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CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPITULO VI - DE LA FISCALIA GENERAL DE LA NACION

ARTICULO 249. La Fiscalía General de la Nación estará integrada por el


Fiscal General, los fiscales delegados y los demás funcionarios que determine
la ley.
El Fiscal General de la Nación será elegido para un período de cuatro años
por la Corte Suprema de Justicia, de terna enviada por el Presidente de la
República y no podrá ser reelegido. Debe reunir las mismas calidades exigidas
para ser Magistrado de la Corte Suprema de Justicia. La Fiscalía General de
la Nación forma parte de la rama judicial y tendrá autonomía administrativa y
presupuestal.

ARTICULO 250. Corresponde a la Fiscalía General de la Nación, de oficio


o con fundamento en denuncia, petición especial o querella, desarrollar las
investigaciones de los hechos que puedan constituir delitos y acusar ante los
jueces de la República, cuando fuere el caso, a los presuntos infractores de la
ley penal. Se exceptúan los delitos cometidos por miembros de la Fuerza
Pública en servicio activo y en relación con el mismo servicio. Para tal efecto
la Fiscalía General de la Nación, deberá:
1. Solicitar al juez de control de garantías las medidas que aseguren la
comparecencia de los presuntos infractores de la ley penal, las que procuren
la conservación de la prueba y la protección de la comunidad; así mismo
aquellas necesarias para la asistencia inmediata a las víctimas y hacer efectivo
el restablecimiento del derecho.
Excepcionalmente, la ley podrá facultar a la Fiscalía General de la Nación
para realizar capturas administrativas. En estos casos, el juez de control de
garantías lo realizará a más tardar dentro de las treinta y seis (36) horas
siguientes.
El juez de control de garantías, no podrá ser en ningún caso, el juez de
conocimiento.
2. Adelantar registros, allanamientos, incautaciones e interceptaciones de
comunicaciones. En estos eventos, el juez de control de garantías efectuará el
control posterior respectivo, a más tardar dentro de las treinta y seis (36)
horas siguientes contadas a partir de su conocimiento.
3. Asegurar los elementos materiales probatorios, garantizando la cadena de
custodia mientras se ejerce su contradicción.
4. Aplicar el principio de oportunidad en las causales definidas en la ley.

580
COLÔMBIA

5. Solicitar al juez de control de garantías la autorización para acusar.


6. Presentar escrito de acusación ante el juez del conocimiento, con el fin
de dar inicio a un juicio público, oral, contradictorio y concentrado.
7. Solicitar ante el juez del conocimiento la preclusión de las investigaciones
cuando según lo dispuesto en la ley no hubiere mérito para acusar.
8. Solicitar ante el juez del conocimiento las, medidas necesarias para la
reparación integral a las víctimas. Igualmente, velar por la protección de las
víctimas, los testigos y demás intervinientes en el proceso penal. La ley
fijará los términos en que podrán intervenir las víctimas en el proceso penal
y los mecanismos de justicia restaurativa.
9. Dirigir y coordinar las funciones de policía judicial que en forma
permanente cumple la Policía Nacional y los demás organismos que señale
la ley.
10. Cumplir las demás funciones que establezca la ley.
El Fiscal General de la Nación y sus delegados tienen competencia en todo
el territorio nacional.

ARTICULO 251. Son funciones especiales del Fiscal General de la


Nación:
1. Investigar y acusar, si hubiere lugar, a los altos funcionarios que gocen
de fuero constitucional, con las excepciones previstas en la Constitución.
2. Nombrar y remover, de conformidad con la ley, a los empleados bajo
su dependencia.
3. Asignar y desplazar libremente a sus funcionarios en las investigaciones
y procesos. Asimismo, determinar el criterio y la posición que la Fiscalía
deba asumir en cada caso, en desarrollo de los principios de unidad de
gestión y de jerarquía.
4. Participar en el diseño de la política del Estado en materia criminal y
presentar proyectos de ley al respecto.
5. Otorgar atribuciones transitorias a entes públicos que puedan cumplir
funciones de Policía Judicial, bajo la responsabilidad y dependencia
funcional de la Fiscalía General de la Nación.
6. Suministrar al Gobierno información sobre las investigaciones que se
estén adelantando, cuando sea necesaria para la preservación del orden
público.
7. Investigar y acusar si hubiere lugar, a los miembros del Congreso, previa
solicitud de la Sala Penal de la Corte Suprema de Justicia.

581
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 252. Aun durante los Estados de Excepción de que trata la


Constitución en sus artículos 212 y 213, el Gobierno no podrá suprimir,
ni modificar los organismos ni las funciones básicas de acusación y
juzgamiento.

ARTICULO 253. La ley determinará lo relativo a la estructura y


funcionamiento de la Fiscalía General de la Nación, al ingreso por carrera y al
retiro del servicio, a las inhabilidades e incompatibilidades, denominación,
calidades, remuneración, prestaciones sociales y régimen disciplinario de los
funcionarios y empleados de su dependencia.

CAPITULO VII - DEL CONSEJO SUPERIOR DE LA


JUDICATURA

ARTICULO 254. El Consejo Superior de la Judicatura se dividirá en dos


salas:
1. La Sala Administrativa, integrada por seis magistrados elegidos para un
período de ocho años, así: dos por la Corte Suprema de Justicia, uno por la
Corte Constitucional y tres por el Consejo de Estado.
2. La Sala Jurisdiccional Disciplinaria, integrada por siete magistrados elegidos
para un período de ocho años, por el Congreso Nacional de ternas enviadas
por el Gobierno. Podrá haber Consejos Seccionales de la Judicatura
integrados como lo señale la ley.

ARTICULO 255. Para ser miembro del Consejo Superior de la Judicatura


se requiere ser colombiano por nacimiento, ciudadano en ejercicio y mayor
de treinta y cinco años; tener título de abogado y haber ejercido la profesión
durante diez años con buen crédito. Los miembros del Consejo no podrán
ser escogidos entre los magistrados de las mismas corporaciones postulantes.

ARTICULO 256. Corresponden al Consejo Superior de la Judicatura o a


los Consejos Seccionales, según el caso y de acuerdo a la ley, las siguientes
atribuciones:
1. Administrar la carrera judicial.
2. Elaborar las listas de candidatos para la designación de funcionarios
judiciales y enviarlas a la entidad que deba hacerla. Se exceptúa la jurisdicción
penal militar que se regirá por normas especiales.

582
COLÔMBIA

3. Examinar la conducta y sancionar las faltas de los funcionarios de la rama


judicial, así como las de los abogados en el ejercicio de su profesión, en la
instancia que señale la ley.
4. Llevar el control de rendimiento de las corporaciones y despachos judiciales.
5. Elaborar el proyecto de presupuesto de la rama judicial que deberá ser
remitido al Gobierno, y ejecutarlo de conformidad con la aprobación que
haga el Congreso.
6. Dirimir los conflictos de competencia que ocurran entre las distintas
jurisdicciones.
7. Las demás que señale la ley.

ARTICULO 257. Con sujeción a la ley, el Consejo Superior de la Judicatura


cumplirá las siguientes funciones:
1. Fijar la división del territorio para efectos judiciales y ubicar y redistribuir
los despachos judiciales.
2. Crear, suprimir, fusionar y trasladar cargos en la administración de justicia.
En ejercicio de esta atribución, el Consejo Superior de la Judicatura no podrá
establecer a cargo del Tesoro obligaciones que excedan el monto global fijado
para el respectivo servicio en la ley de apropiaciones iniciales.
3. Dictar los reglamentos necesarios para el eficaz funcionamiento de la
administración de justicia, los relacionados con la organización y funciones
internas asignadas a los distintos cargos y la regulación de los trámites judiciales
y administrativos que se adelanten en los despachos judiciales, en los aspectos
no previstos por el legislador.
4. Proponer proyectos de ley relativos a la administración de justicia y a los
códigos sustantivos y procedimentales.
5. Las demás que señale la ley.

TITULO IX - DE LAS ELECCIONES Y DE LA ORGANIZACION


ELECTORAL

CAPITULO I - DEL SUFRAGIO Y DE LAS ELECCIONES

ARTICULO 258. El voto es un derecho y un deber ciudadano. El Estado


velará porque se ejerza sin ningún tipo de coacción y en forma secreta por los
ciudadanos en cubículos individuales instalados en cada mesa de votación sin
perjuicio del uso de medios electrónicos o informáticos. En las elecciones de

583
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

candidatos podrán emplearse tarjetas electorales numeradas e impresas en papel


que ofrezca seguridad, las cuales serán distribuidas oficialmente. La Organización
Electoral suministrará igualitariamente a los votantes instrumentos en los cuales
deben aparecer identificados con claridad y en iguales condiciones los
movimientos y partidos políticos con personería jurídica y los candidatos. La
ley podrá implantar mecanismos de votación que otorguen más y mejores
garantías para el libre ejercicio de este derecho d e los ciudadanos.

PARÁGRAFO 1º. Deberá repetirse por una sola vez la votación para elegir
miembros de una corporación pública, gobernador, alcalde o la primera vuelta
en las elecciones presidenciales, cuando los votos en blanco constituyan mayoría
absoluta en relación con los votos válidos. Tratándose de elecciones unipersonales
no podrán presentarse los mismos candidatos, mientras que en las de
corporaciones públicas no se podrán presentar a las nuevas elecciones las listas
que no hayan alcanzado el umbral.

PARÁGRAFO 2º. Se podrá implementar el voto electrónico para lograr


agilidad y transparencia en todas las votaciones.

ARTICULO 259. Quienes elijan gobernadores y alcaldes, imponen por mandato


al elegido el programa que presentó al inscribirse como candidato. La ley
reglamentará el ejercicio del voto programático.

ARTICULO 260. Los ciudadanos eligen en forma directa Presidente y


Vicepresidente de la República, Senadores, Representantes, Gobernadores,
Diputados, Alcaldes, Concejales municipales y distritales, miembros de las juntas
administradoras locales, y en su oportunidad, los miembros de la Asamblea
Constituyente y las demás autoridades o funcionarios que la Constitución señale.

ARTICULO 261. Derogado

ARTICULO 262. La elección del Presidente y Vicepresidente no podrá


coincidir con otra elección. La de Congreso se hará en fecha separada de la
elección de autoridades departamentales y municipales.

ARTICULO 263. Para todos los procesos de elección popular, los partidos
y movimientos políticos presentarán listas y candidatos únicos, cuyo número

584
COLÔMBIA

de integrantes no podrá exceder el de curules o cargos a proveer en las


respectiva elección.
Para garantizar la equitativa representación de los partidos y movimientos
políticos y grupos significativos de ciudadanos, las curules de las
corporaciones públicas se distribuirán mediante el sistema de cifra repartidora
entre las listas de candidatos que superen un mínimo de votos que no podrá
ser inferior al dos por ciento (2%) de los sufragados para Senado de la
República o al cincuenta por ciento (50%) del cuociente electoral en el
caso de las demás corporaciones, conforme lo establezca la Constitución y
la Ley.
Cuando ninguna de las listas de aspirantes supere el umbral, las curules se
distribuirán de acuerdo con el sistema de cifra repartidora.
La Ley reglamentará los demás efectos de esta materia.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Sin perjuicio del ejercicio de las


competencias propias del Congreso de la República, para las elecciones de
las autoridades de las entidades territoriales que sigan a la entrada en vigencia
del presente acto legislativo, facúltese al Consejo Nacional Electoral para
que dentro del mes siguiente a su promulgación se ocupe de regular el tema.
En las circunscripciones electorales donde se elijan dos (2) curules se
aplicará el sistema del cuociente electoral, con sujeción a un umbral del
treinta por ciento (30%), del cociente electoral.

ARTICULO 263-A. La adjudicación de curules entre los miembros de la


respectiva corporación se hará por el sistema de cifra repartidora. Esta
resulta de dividir sucesivamente por uno, dos, tres o más el número de
votos obtenidos por cada lista, ordenando los resultados en forma
decreciente hasta que se obtenga un número total de resultados igual al
número de curules a proveer.
El resultado menor se llamará cifra repartidora. Cada lista obtendrá tantas
curules como veces esté contenida la cifra repartidora en el total de sus
votos.
Cada partido o movimiento político podrá optar por el mecanismo de voto
preferente. En tal caso, el elector podrá señalar el candidato de su
preferencia entre los nombres de la lista que aparezcan en la tarjeta electoral.
La lista se reordenará de acuerdo con la cantidad de votos obtenidos por
cada uno de los candidatos. La asignación de curules entre los miembros

585
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

de la respectiva lista se hará en orden descendente empezando por el


candidato que haya obtenido el mayor número de votos preferentes.
En el caso de los partidos y movimientos políticos que hayan optado por el
mecanismo del voto preferente, los votos por el partido o movimiento que no
hayan sido atribuidos por el elector a ningún candidato en particular, se
contabilizarán a favor de la respectiva lista para efectos de la aplicación de
las normas sobre el umbral y la cifra repartidora, pero no se computarán para
la reordenación de la lista. Cuando el elector vote simultáneamente por el
partido o movimiento político y por el candidato de su preferencia dentro de
la respectiva lista, el voto será válido y se computará a favor del candidato.

CAPITULO II - DE LAS AUTORIDADES ELECTORALES

ARTICULO 264. El Consejo Nacional Electoral se compondrá de nueve


(9) miembros elegidos por el Congreso de la República en pleno, para un
período institucional de cuatro (4) años, mediante el Sistema de Cifra
Repartidora, previa postulación de los partidos o movimientos políticos con
personería jurídica o por coaliciones entre ellos. Sus miembros serán servidores
públicos de dedicación exclusiva, tendrán las mismas calidades, inhabilidades,
incompatibilidades y derechos de los magistrados de la Corte Suprema de
Justicia y podrán ser reelegidos por una sola vez.

PARÁGRAFO. La jurisdicción contencioso administrativa decidirá la acción


de nulidad electoral en el término máximo de un (1) año.
En los casos de única instancia, según la ley, el término para decidir no podrá
exceder de seis (6) meses.

ARTICULO 265. Derogado.

ARTICULO 266. El Registrador Nacional del Estado Civil será escogido


por los Presidentes de la Corte Constitucional, la Corte Suprema de Justicia
y el Consejo de Estado, mediante concurso de méritos organizado según la
ley. Su período será de cuatro (4) años, deberá reunir las mismas calidades
que exige la Constitución Política para ser Magistrado de la Corte Suprema
de Justicia y no ha ber ejercido funciones en cargos directivos en partidos o
movimientos políticos dentro del año inmediatamente anterior a su elección.
Podrá ser reelegido por una sola vez y ejercerá las funciones que establezca

586
COLÔMBIA

la ley, incluida la dirección y organización de las elecciones, el registro civil y


la identificación de las personas, así como la de celebrar contratos en nombre
de la Nación, en los casos que aquella disponga.
La Registraduría Nacional estará conformada por servidores públicos que
pertenezcan a una carrera administrativa especial a la cual se ingresará
exclusivamente por concurso de méritos y que preverá el retiro flexible de
conformidad con las necesidades del servicio. En todo caso, los cargos de
responsabilidad administrativa o electoral serán de libre remoción, de
conformidad con la ley.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. El período de los actuales miembros


del Consejo Nacional Electoral y Registrador Nacional del Estado Civil irá
hasta el año 2006. La siguiente elección de unos y otro se hará de conformidad
con lo dispuesto en el presente Acto Legislativo.

TITULO X - DE LOS ORGANISMOS DE CONTROL

CAPITULO I - DE LA CONTRALORIA GENERAL DE LA


REPUBLICA

ARTICULO 267. El control fiscal es una función pública que ejercerá la


Contraloría General de la República, la cual vigila la gestión fiscal de la
administración y de los particulares o entidades que manejen fondos o bienes
de la Nación.
Dicho control se ejercerá en forma posterior y selectiva conforme a los
procedimientos, sistemas y principios que establezca la ley. Esta podrá, sin
embargo, autorizar que, en casos especiales, la vigilancia se realice por
empresas privadas colombianas escogidas por concurso público de méritos,
y contratadas previo concepto del Consejo de Estado.
La vigilancia de la gestión fiscal del Estado incluye el ejercicio de un control
financiero, de gestión y de resultados, fundado en la eficiencia, la economía,
la equidad y la valoración de los costos ambientales. En los casos
excepcionales, previstos por la ley, la Contraloría podrá ejercer control
posterior sobre cuentas de cualquier entidad territorial.
La Contraloría es una entidad de carácter técnico con autonomía administrativa
y presupuestal. No tendrá funciones administrativas distintas de las inherentes
a su propia organización.

587
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

El Contralor General de la República será elegido por el Congreso de la


República, en el primer mes de sus sesiones, de terna elaborada mediante
concurso de méritos que organicen para el efecto los presidentes de la Corte
Suprema de Justicia, el Consejo de Estado y la Corte Constitucional, para un
período institucional de cuatro años, con el voto favorable de la mayoría
absoluta de sus miembros. El Contralor no pertenecerá al mismo partido o
movimiento político o coalición del Presidente y no podrá ser reelegido. Si el
partido o movimiento político al cual pertenezca el Contralor entrara a hacer
parte del Gobierno, el elegido cesará en sus funciones y se procederá a una
nueva elección. Quien haya ejercido en propiedad este cargo no podrá
desempeñar empleo público alguno del orden nacional o departamental, salvo
la docencia, ni aspirar a cargos de elección popular sino un año después del
vencimiento del período para el cual fue elegido.
Sólo el Congreso puede admitir las renuncias que presente el Contralor y
proveer las vacantes definitivas del cargo; las faltas temporales serán provistas
por el Consejo de Estado.
Para ser elegido Contralor General de la República se requiere ser colombiano
de nacimiento y en ejercicio de la ciudadanía; tener más de 35 años de edad;
tener título universitario; o haber sido profesor universitario durante un tiempo
no menor de 5 años; y acreditar las calidades adicionales que exija la ley.
No podrá se elegido Contralor General de la República quien dentro del año
anterior a su elección haya contratado por sí o por interpuesta persona con
entidades del orden nacional o territorial, quien sea o haya sido dentro de los
cuatro años anteriores a la elección, miembro del Congreso u ocupado cargo
público alguno del orden nacional, salvo la docencia. Tampoco podrá ser
elegido quien haya sido condenado a pena de prisión por delitos comunes.
Cuando se produzca falta absoluta del Contralor General de la República,
será elegido uno nuevo que ejercerá las funciones hasta terminar el período
institucional de aquél al que reemplaza.
En ningún caso podrán intervenir en la postulación o elección del Contralor
personas que se hallen dentro del cuarto grado de consanguinidad, segundo
de afinidad y primero civil o legal respecto de los candidatos.

PARÁGRAFO. En el evento que ninguna de las personas ternadas obtenga


la mayoría absoluta, la Mesa Directiva convocará dentro de la semana siguiente
y se procederá a una nueva elección entre los candidatos que hubiesen obtenido
las mayorías.

588
COLÔMBIA

ARTICULO 268. El Contralor General de la Republíca tendrá las siguientes


atribuciones:
1. Prescribir los métodos y la forma de rendir cuentas los responsables del
manejo de fondos o bienes de la Nación e indicar los criterios de evaluación
financiera, operativa y de resultados que deberán seguirse.
2. Revisar y fenecer las cuentas que deben llevar los responsables del erario
y determinar el grado de eficiencia, eficacia y economía con que hayan
obrado.
3. Llevar un registro de la deuda pública de la Nación y de las entidades
territoriales.
4. Exigir informes sobre su gestión fiscal a los empleados oficiales de
cualquier orden y a toda persona o entidad pública o privada que administre
fondos o bienes de la Nación.
5. Establecer la responsabilidad que se derive de la gestión fiscal, imponer
las sanciones pecuniarias que sean del caso, recaudar su monto y ejercer la
jurisdicción coactiva sobre los alcances deducidos de la misma.
6. Conceptuar sobre la calidad y eficiencia del control fiscal interno de las
entidades y organismos del Estado.
7. Presentar al Congreso de la República un informe anual sobre el estado
de los recursos naturales y del ambiente.
8. Promover ante las autoridades competentes, aportando las pruebas
respectivas, investigaciones penales o disciplinarias contra quienes hayan
causado perjuicio a los intereses patrimoniales del Estado. La Contraloría,
bajo su responsabilidad, podrá exigir, verdad sabida y buena fe guardada,
la suspensión inmediata de funcionarios mientras culminan las investigaciones
o los respectivos procesos penales o disciplinarios.
9. Presentar proyectos de ley relativos al régimen del control fiscal y a la
organización y funcionamiento de la Contraloría General.
10. Proveer mediante concurso público los empleos de su dependencia
que haya creado la ley. Esta determinará un régimen especial de carrera
administrativa para la selección, promoción y retiro de los funcionarios de
la Contraloría. Se prohíbe a quienes formen parte de las corporaciones que
intervienen en la postulación y elección del Contralor, dar recomendaciones
personales y políticas para empleos en su despacho.
11. Presentar informes al Congreso y al Presidente de la República sobre el
cumplimiento de sus funciones y certificación sobre la situación de las
finanzas del Estado, de acuerdo con la ley.

589
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

12. Dictar normas generales para armonizar los sistemas de control fiscal de
todas las entidades públicas del orden nacional y territorial.
13. Las demás que señale la ley.
Presentar a la Cámara de Representantes la Cuenta General de Presupuesto
y del Tesoro y certificar el balance de la Hacienda presentado al Congreso
por el Contador General.

ARTICULO 269. En las entidades públicas, las autoridades


correspondientes están obligadas a diseñar y aplicar, según la naturaleza
de sus funciones, métodos y procedimientos de control interno, de
conformidad con lo que disponga la ley, la cual podrá establecer
excepciones y autorizar la contratación de dichos servicios con empresas
privadas colombianas.

ARTICULO 270. La ley organizará las formas y los sistemas de


participación ciudadana que permitan vigilar la gestión pública que se
cumpla en los diversos niveles administrativos y sus resultados.

ARTICULO 271. Los resultados de las indagaciones preliminares


adelantadas por la Contraloría tendrán valor probatorio ante la Fiscalía
General de la Nación y el juez competente.

ARTICULO 272. El control de la Gestión Fiscal de las entidades del


orden territorial será ejercido, con austeridad y eficiencia, por la Contraloría
General de la República, para lo cual podrá apoyarse en el auxilio técnico de
fundaciones, corporaciones, universidades, instituciones de economía solidaria,
o empresas privadas escogidas en audiencia pública, celebrada previo
concurso de méritos. Las decisiones administrativas serán de competencia
privativa de la Contraloría.
Las Contralorías departamentales, distritales y municipales, hoy existentes,
quedarán suprimidas cuando el Contralor General de la República determine
que está en condiciones de asumir totalmente sus funciones, lo cual deberá
suceder a más tardar el 31 de diciembre de 2003. En el proceso de transición
se respetará el periodo de los contralores actuales. Los funcionarios de la
Contraloría General de la República, que se designen para desempeñar estos
cargos, serán escogidos mediante concurso de méritos y deberán ser oriundos
del departamento respectivo.

590
COLÔMBIA

ARTICULO 273. A solicitud de cualquiera de los proponentes, el Contralor


General de la República y demás autoridades de control fiscal competentes,
ordenarán que el acto de adjudicación de una licitación tenga lugar en audiencia
pública.
Los casos en que se aplique el mecanismo de audiencia pública, la manera
como se efectuará la evaluación de las propuestas y las condiciones bajo las
cuales se realizará aquella, serán señalados por la ley.

ARTICULO 274. La vigilancia de la Gestión Fiscal de la Contraloría General


de la República se ejercerá por un auditor elegido por el Consejo de Estado,
de terna enviada por la Corte Suprema de Justicia, para período institucional
de cuatro (4) años, no reelegible para el período inmediatamente siguiente.
La ley determinará la manera de ejercer dicha vigilancia a nivel departamental,
distrital y municipal. Igualmente fijará las funciones, calidades, inhabilidades,
incompatibilidades, prohibiciones, faltas absolutas y temporales y la forma de
llenar la vacancia del Auditor, en caso de presentarse.
Cada año el Auditor General presentará a los congresistas, a la Corte Suprema
de Justicia y al Consejo de Estado, los informes sobre el ejercicio de su
Gestión Fiscal y en desarrollo de lo anterior, anualmente rendirá la cuenta de
dicha gestión para ante el Consejo de Estado, el cual como órgano parte de
la vigilancia de la gestión fiscal aquí asignada, la revisará y dictaminará sobre
su fenecimiento.

CAPITULO II - DEL MINISTERIO PUBLICO

ARTICULO 275. El Procurador General de la Nación es el supremo director


del Ministerio Público.

ARTICULO 276. El Procurador General de la Nación ser á elegido por el


Senado en el primer mes de sus sesiones, para un período institucional de
cuatro años, de terna integrada por candidatos de la Corte Constitucional, la
Corte Suprema de Justicia y el Consejo de Estado con el voto favorable de
la mayoría absoluta de sus miembros.
No pertenecerá al mismo partido, movimiento político o coalición del
Presidente de la República y no podrá ser reelegido. Si el partido o movimiento
político al cual pertenezca el Procurador entrará a hacer parte del Gobierno,
el elegido cesará en sus funciones y se procederá a una nueva elección.

591
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Quien haya ejercido en propiedad este cargo no podrá desempeñar empleo


público alguno del orden nacional o departamental, salvo la docencia, ni aspirar
a cargos de elección popular sino un año después de haber cesado en sus
funciones.
Cuando se produzca falta absoluta del Procurador General de la Nación,
será elegido uno nuevo que ejercerá las funciones hasta terminar el período
institucional de aquel al que reemplaza.

PARÁGRAFO. En el evento que ninguna de las personas ternadas obtenga


la mayoría absoluta, la Mesa Directiva convocará dentro de la semana siguiente
y se procederá a una nueva elección entre los candidatos que hubiesen obtenido
las mayorías.

PARÁGRAFO transitorio. Para igualar los períodos el Senado elegirá el


próximo Procurador para el tiempo comprendido entre la terminación del
período institucional actual y la posesión del nuevo Senado en el año 2006.

ARTICULO 277. El Procurador General de la Nación, por sí o por medio


de sus delegados y agentes, tendrá las siguientes funciones:
1. Vigilar el cumplimiento de la Constitución, las leyes, las decisiones judiciales
y los actos administrativos.
2. Proteger los derechos humanos y asegurar su efectividad, con el auxilio del
Defensor del Pueblo.
3. Defender los intereses de la sociedad.
4. Defender los intereses colectivos, en especial el ambiente.
5. Velar por el ejercicio diligente y eficiente de las funciones administrativas.
6. Ejercer vigilancia superior de la conducta oficial de quienes desempeñen
funciones públicas, inclusive las de elección popular; ejercer preferentemente
el poder disciplinario; adelantar las investigaciones correspondientes, e imponer
las respectivas sanciones conforme a la ley.
7. Intervenir en los procesos y ante las autoridades judiciales o administrativas,
cuando sea necesario en defensa del orden jurídico, del patrimonio público,
o de los derechos y garantías fundamentales.
8. Rendir anualmente informe de su gestión al Congreso.
9. Exigir a los funcionarios públicos y a los particulares la información que
considere necesaria.
10. Las demás que determine la ley.

592
COLÔMBIA

Para el cumplimiento de sus funciones la Procuraduría tendrá atribuciones de


policía judicial, y podrá interponer las acciones que considere necesarias.

ARTICULO 278. El Procurador General de la Nación ejercerá directamente


las siguientes funciones:
1. Desvincular del cargo, previa audiencia y mediante decisión motivada, al
funcionario público que incurra en alguna de las siguientes faltas: infringir de
manera manifiesta la Constitución o la ley; derivar evidente e indebido provecho
patrimonial en el ejercicio de su cargo o de sus funciones; obstaculizar, en
forma grave, las investigaciones que realice la Procuraduría o una autoridad
administrativa o jurisdiccional; obrar con manifiesta negligencia en la
investigación y sanción de las faltas disciplinarias de los empleados de su
dependencia, o en la denuncia de los hechos punibles de que tenga
conocimiento en razón del ejercicio de su cargo.
2. Emitir conceptos en los procesos disciplinarios que se adelanten contra
funcionarios sometidos a fuero especial.
3. Presentar proyectos de ley sobre materias relativas a su competencia.
4. Exhortar al Congreso para que expida las leyes que aseguren la promoción,
el ejercicio y la protección de los derechos humanos, y exigir su cumplimiento
a las autoridades competentes.
5. Rendir concepto en los procesos de control de constitucionalidad.
6. Nombrar y remover, de conformidad con la ley, los funcionarios y
empleados de su dependencia.

ARTICULO 279. La ley determinará lo relativo a la estructura y al


funcionamiento de la Procuraduría General de la Nación, regulará lo atinente
al ingreso y concurso de méritos y al retiro del servicio, a las inhabilidades,
incompatibilidades, denominación, calidades, remuneración y al régimen
disciplinario de todos los funcionarios y empleados de dicho organismo.

ARTICULO 280. Los agentes del Ministerio Público tendrán las mismas
calidades, categoría, remuneración, derechos y prestaciones de los
magistrados y jueces de mayor jerarquía ante quienes ejerzan el cargo.

ARTICULO 281. El Defensor del Pueblo formará parte del Ministerio Público
y ejercerá sus funciones bajo la suprema dirección del Procurador General
de la Nación. Será elegido por la Cámara de Representantes en el primer

593
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

mes de sus sesiones, de terna integrada por candidatos de la Corte


Constitucional, la Corte Suprema de Justicia y el Consejo de Estado con el
voto favorable de la mayoría absoluta de sus miembros, para un período
institucional de cuatro años y no podrá ser reelegido para el período siguiente.
Cuando se produzca falta absoluta del Defensor del Pueblo, será elegido
uno nuevo que ejercerá las funciones hasta terminar el período institucional
de aquél al que reemplaza.

PARÁGRAFO. En el evento que ninguna de las personas ternadas obtenga


la mayoría absoluta, la Mesa Directiva convocará dentro de la semana
siguiente y se procederá a una nueva elección entre los candidatos que
hubiesen obtenido las mayorías.

ARTICULO 282. El Defensor del Pueblo velará por la promoción, el


ejercicio y la divulgación de los derechos humanos, para lo cual ejercerá
las siguientes funciones:
1. Orientar e instruir a los habitantes del territorio nacional y a los colombianos
en el exterior en el ejercicio y defensa de sus derechos ante las autoridades
competentes o entidades de carácter privado.
2. Divulgar los derechos humanos y recomendar las políticas para su
enseñanza.
3. Invocar el derecho de Habeas Corpus e interponer las acciones de tutela,
sin perjuicio del derecho que asiste a los interesados.
4. Organizar y dirigir la defensoría pública en los términos que señale la ley.
5. Interponer acciones populares en asuntos relacionados con su
competencia.
6. Presentar proyectos de ley sobre materias relativas a su competencia.
7. Rendir informes al Congreso sobre el cumplimiento de sus funciones.
8. Las demás que determine la ley.

ARTICULO 283. La ley determinará lo relativo a la organización y


funcionamiento de la Defensoría del Pueblo.

ARTICULO 284. Salvo las excepciones previstas en la Constitución y la


ley, el Procurador General de la Nación y el Defensor del Pueblo podrán
requerir de las autoridades las informaciones necesarias para el ejercicio
de sus funciones, sin que pueda oponérseles reserva alguna.

594
COLÔMBIA

TITULO XI - DE LA ORGANIZACION TERRITORIAL

CAPITULO I - DE LAS DISPOSICIONES GENERALES

ARTICULO 285. Fuera de la división general del territorio, habrá las que
determine la ley para el cumplimiento de las funciones y servicios a cargo del
Estado.

ARTICULO 286. Son entidades territoriales los departamentos, los distritos,


los municipios y los territorios indígenas.
La ley podrá darles el carácter de entidades territoriales a las regiones y
provincias que se constituyan en los términos de la Constitución y de la ley.

ARTICULO 287. Las entidades territoriales gozan de autonomía para la


gestión de sus intereses, y dentro de los límites de la Constitución y la ley. En
tal virtud tendrán los siguientes derechos:
1. Gobernarse por autoridades propias.
2. Ejercer las competencias que les correspondan.
3. Administrar los recursos y establecer los tributos necesarios para el
cumplimiento de sus funciones.
4. Participar en las rentas nacionales.

ARTICULO 288. La ley orgánica de ordenamiento territorial establecerá la


distribución de competencias entre la Nación y las entidades territoriales.
Las competencias atribuidas a los distintos niveles territoriales serán ejercidas
conforme a los principios de coordinación, concurrencia y subsidiariedad en
los términos que establezca la ley.
Como norma general de competencia entre los niveles de la organización
Administrativa, se tendrá que la Nación velará por el ejercicio de las relaciones
internacionales y la Defensa Nacional, de la soberanía, la seguridad y la Justicia
e invertirá en alta Infraestructura Nacional y normalizará y regulará la prestación
de los servicios; los Departamentos velarán por el medio ambiente e invertirán
en obras de interés regional, supervisarán y controlarán la prestación de los
servicios que hagan los municipios y éstos prestarán los servicios básicos al
ciudadano, velarán por la seguridad local y efectuarán inversiones que podrían
ser cofinanciadas por la Nación y los Departamentos en la infraestructura
básica local.

595
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Los recursos que en la actualidad ejecuta el Gobierno Nacional con destino


a competencias de Entidades Territoriales, le seguirán siendo transferidas a
ellos en pesos constantes durante el plazo que determine la ley y hasta cuando
las entidades territoriales generen con las rentas a ellas asignadas, recursos
para sustituir la cofinanciación.

ARTICULO 289. Por mandato de la ley, los departamentos y municipios


ubicados en zonas fronterizas podrán adelantar directamente con la entidad
territorial limítrofe del país vecino, de igual nivel, programas de cooperación
e integración, dirigidos a fomentar el desarrollo comunitario, la prestación de
servicios públicos y la preservación del ambiente.

ARTICULO 290. Con el cumplimiento de los requisitos y formalidades que


señale la ley, y en los casos que ésta determine, se realizará el examen periódico
de los límites de las entidades territoriales y se publicará el mapa oficial de la
República.

ARTICULO 291. Los miembros de las corporaciones públicas de las


entidades territoriales no podrán aceptar cargo alguno en la administración
pública, y si lo hicieren perderán su investidura.
Los contralores y personeros sólo asistirán a las juntas directivas y consejos
de administración que operen en las respectivas entidades territoriales, cuando
sean expresamente invitados con fines específicos.

ARTICULO 292. Los diputados y concejales y sus parientes dentro del


grado que señale la ley no podrán formar parte de las juntas directivas de las
entidades descentralizadas del respectivo departamento, distrito o municipio.
No podrán ser designados funcionarios de la correspondiente entidad territorial
los cónyuges o compañeros permanentes de los diputados y concejales, ni
sus parientes en el segundo grado de consanguinidad, primero de afinidad o
único civil.

ARTICULO 293. Sin perjuicio de lo establecido en la Constitución, la ley


determinará las calidades, inhabilidades, incompatibilidades, fecha de posesión,
períodos de sesiones, faltas absolutas o temporales, causas de destitución y
formas de llenar las vacantes de los ciudadanos que sean elegidos por voto
popular para el desempeño de funciones públicas en las entidades territoriales.

596
COLÔMBIA

La ley dictará también las demás disposiciones necesarias para su elección y


desempeño de funciones.

ARTICULO 294. La ley no podrá conceder exenciones ni tratamientos


preferenciales en relación con los tributos de propiedad de las entidades
territoriales. Tampoco podrá imponer recargos sobre sus impuestos salvo
lo dispuesto en el artículo 317.

ARTICULO 295. Las entidades territoriales podrán emitir títulos y bonos


de deuda pública, con sujeción a las condiciones del mercado financiero e
igualmente contratar crédito externo, todo de conformidad con la ley que
regule la materia.

ARTICULO 296. Para la conservación del orden público o para su


restablecimiento donde fuere turbado, los actos y órdenes del Presidente
de la República se aplicarán de manera inmediata y de preferencia sobre
los de los gobernadores; los actos y órdenes de los gobernadores se
aplicarán de igual manera y con los mismos efectos en relación con los de
los alcaldes.

CAPITULO II - DEL REGIMEN DEPARTAMENTAL

ARTICULO 297. El Congreso Nacional puede decretar la formación de


nuevos Departamentos, siempre que se cumplan los requisitos exigidos en
la Ley Orgánica del Ordenamiento Territorial y una vez verificados los
procedimientos, estudios y consulta popular dispuestos por esta Constitución.

ARTICULO 298. Los departamentos tienen autonomía para la


administración de los asuntos seccionales y la planificación y promoción
del desarrollo económico y social dentro de su territorio en los términos
establecidos por la Constitución.
Los departamentos ejercen funciones administrativas, de coordinación, de
complementariedad de la acción municipal, de intermediación entre la Nación
y los Municipios y de prestación de los servicios que determinen la
Constitución y las leyes.
La ley reglamentará lo relacionado con el ejercicio de las atribuciones que
la Constitución les otorga.

597
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 299. En cada departamento habrá una corporación


administrativa de elección popular que ejercerá el control político sobre
los actos del gobernador, secretarios de despacho, gerente y directores
de institutos descentralizados y que se denominará asamblea
departamental, la cual estará integrada por siete (7) miembros, en los
nuevos departamentos, creados en la Constitución de 1991, y en los
demás departamentos por no menos de once (11) ni más de veinticinco
(25) miembros.
La Organización Nacional Electoral, establecerá, dentro de los límites de
cada departamento, con base en su población, círculos para la elección
de diputados, de conformidad con lo que determine la Ley Orgánica de
Ordenamiento Territorial. El régimen de inhabilidades e incompatibilidades
de los diputados será fijado por la ley, el cual no podrá ser menos estricto
que el señalado para los congresistas en lo que corresponda. El período
de los diputados será de cuatro (4) años y tendrán la calidad de Servidores
Públicos.
Para ser elegido diputado se requiere ser ciudadano en ejercicio, tener
más de veintiún (21) años, no haber sido condenado a pena privativa de
la libertad, con excepción de los delitos políticos o culposos y haber
residido en la respectiva circunscripción electoral, durante el año
inmediatamente anterior a la fecha de elección.

PARÁGRAFO. Los diputados podrán ejercer la moción de censura que


será, reglamentada por la ley.

ARTICULO 300. Corresponde a las Asambleas Departamentales, por medio


de ordenanzas:
1. Reglamentar el ejercicio de las funciones y la prestación de los servicios a
cargo del Departamento.
2. Expedir las disposiciones relacionadas con la planeación, el desarrollo
económico y social, el apoyo financiero y crediticio a los municipios, el turismo,
el transporte, el ambiente, las obras públicas, las vías de comunicación y el
desarrollo de sus zonas de frontera.
3. Adoptar de acuerdo con la Ley los planes y programas de desarrollo
económico y social y los de obras públicas, con la determinación de las
inversiones y medidas que se consideren necesarias para impulsar su ejecución
y asegurar su cumplimiento.

598
COLÔMBIA

4. Decretar, de conformidad con la Ley, los tributos y contribuciones


necesarios para el cumplimiento de las funciones departamentales.
5. Expedir las normas orgánicas del presupuesto departamental y el
presupuesto anual de rentas y gastos.
6. Con sujeción a los requisitos que señale la Ley, crear y suprimir municipios,
segregar y agregar territorios municipales, y organizar provincias.
7. Determinar la estructura de la Administración Departamental, las funciones
de sus dependencias, las escalas de remuneración correspondientes a sus
distintas categorías de empleo; crear los establecimientos públicos y las
empresas industriales o comerciales del departamento y autorizar la formación
de sociedades de economía mixta.
8. Dictar normas de policía en todo aquello que no sea materia de disposición
legal.
9. Autorizar al gobernador del departamento para celebrar contratos, negociar
empréstitos y enajenar bienes.
10. Regular, en concurrencia con el municipio, el deporte, la educación y la
salud en los términos que determina la Ley.
11. Solicitar informes sobre el ejercicio de sus funciones al Contralor General
del Departamento, Secretario de Gabinete, Jefes de Departamentos
Administrativos y Directores de Institutos Descentralizados del orden
Departamental.
12. Cumplir las demás funciones que le asignen la Constitución y la Ley.
Los planes y programas de desarrollo de obras públicas, serán coordinados
e integrados con los planes y programas municipales, regionales y nacionales.
Las ordenanzas a que se refieren los numerales 3, 5 y 7 de este artículo, las
que decretan inversiones, participaciones o cesiones de rentas y bienes
departamentales y las que creen servicios a cargo del Departamento o los
traspasen a él, sólo podrán ser dictadas o reformadas a iniciativa del
Gobernador.

ARTICULO 301. La ley señalará los casos en los cuales las asambleas
podrán delegar en los concejos municipales las funciones que ella misma
determine. En cualquier momento, las asambleas podrán reasumir el ejercicio
de las funciones delegadas.

ARTICULO 302. La ley podrá establecer para uno o varios Departamentos


diversas capacidades y competencias de gestión administrativa y fiscal distintas

599
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

a las señaladas para ellos en la Constitución, en atención a la necesidad


de mejorar la administración o la prestación de los servicios públicos de
acuerdo con su población, recursos económicos y naturales y
circunstancias sociales, culturales y ecológicas.
En desarrollo de lo anterior, la ley podrá delegar, a uno o varios
Departamentos, atribuciones propias de los organismos o entidades
públicas nacionales.

ARTICULO 303. En cada uno de los departamentos habrá un


Gobernador que será jefe de la administración seccional y representante
legal del departamento; el gobernador será agente del Presidente de la
República para el mantenimiento del orden público y para la ejecución de
la política económica general, así como para aquellos asuntos que mediante
convenios la Nación acuerde con el departamento. Los gobernadores
serán elegidos popularmente para períodos institucionales de cuatro (4)
años y no podrán ser reelegidos para el período siguiente.
La ley fijará las calidades, requisitos, inhabilidades e incompatibilidades
de los gobernadores; reglamentará su elección; determinará sus faltas
absolutas y temporales; y la forma de llenar estas últimas y dictará las
demás disposiciones necesarias para el normal desempeño de sus cargos.
Siempre que se presente falta absoluta a más de dieciocho (18) meses de
la terminación del período, se elegirá gobernador para el tiempo que reste.
En caso de que faltare menos de dieciocho (18) meses, el Presidente de
la República designará un Gobernador para lo que reste del período,
respetando el partido, grupo político o coalición por el cual fue inscrito el
gobernador elegido.

ARTICULO 304. El Presidente de la República, en los casos


taxativamente señalados por la ley, suspenderá o destituirá a los
gobernadores.
Su régimen de inhabilidades e incompatibilidades no será menos estricto
que el establecido para el Presidente de la República.

ARTICULO 305. Son atribuciones del gobernador:


1. Cumplir y hacer cumplir la Constitución, las leyes, los decretos del
Gobierno y las ordenanzas de las Asambleas Departamentales.

600
COLÔMBIA

2. Dirigir y coordinar la acción administrativa del departamento y actuar en su


nombre como gestor y promotor del desarrollo integral de su territorio, de
conformidad con la Constitución y las leyes.
3. Dirigir y coordinar los servicios nacionales en las condiciones de la
delegación que le confiera el Presidente de la República.
4. Presentar oportunamente a la asamblea departamental los proyectos de
ordenanza sobre planes y programas de desarrollo económico y social, obras
públicas y presupuesto anual de rentas y gastos.
5. Nombrar y remover libremente a los gerentes o directores de los
establecimientos públicos y de las empresas industriales o comerciales del
Departamento. Los representantes del departamento en las juntas directivas
de tales organismos y los directores o gerentes de los mismos son agentes del
gobernador.
6. Fomentar de acuerdo con los planes y programas generales, las empresas,
industrias y actividades convenientes al desarrollo cultural, social y económico
del departamento que no correspondan a la Nación y a los municipios.
7. Crear, suprimir y fusionar los empleos de sus dependencias, señalar sus
funciones especiales y fijar sus emolumentos con sujeción a la ley y a las
ordenanzas respectivas. Con cargo al tesoro departamental no podrá crear
obligaciones que excedan al monto global fijado para el respectivo servicio
en el presupuesto inicialmente aprobado.
8. Suprimir o fusionar las entidades departamentales de conformidad con las
ordenanzas.
9. Objetar por motivos de inconstitucionalidad, ilegalidad o inconveniencia,
los proyectos de ordenanza, o sancionarlos y promulgarlos.
10. Revisar los actos de los concejos municipales y de los alcaldes y, por
motivos de inconstitucionalidad o ilegalidad, remitirlos al Tribunal competente
para que decida sobre su validez.
11. Velar por la exacta recaudación de las rentas departamentales, de las
entidades descentralizadas y las que sean objeto de transferencias por la
Nación.
12. Convocar a la asamblea departamental a sesiones extraordinarias en las
que sólo se ocupará de los temas y materias para lo cual fue convocada.
13. Escoger de las ternas enviadas por el jefe Nacional respectivo previo
concurso público a cargo de éste los gerentes o jefes seccionales de los
establecimientos públicos del orden Nacional que operen en el departamento,
de acuerdo con la ley. Estos servidores serán de libre remoción. El

601
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

cumplimiento de sus funciones, planes y programas de la institución que


representan, se desarrollarán en concordancia con los planes y programas de
la entidad territorial respectiva.
14. Ejercer las funciones administrativas que le delegue el Presidente de la
República.
15. Las demás que le señale la Constitución, las leyes y las ordenanzas.

ARTICULO 306. Dos o más departamentos podrán constituírse en regiones


administrativas y de planificación, con personería jurídica, autonomía y
patrimonio propio. Su objeto principal será el desarrollo económico y social
del respectivo territorio.
El departamento de Cundinamarca, el Distrito Capital de Bogotá, y los
municipios contiguos a este podrán asociarse en una región administrativa y
de planificación especial cuyo objeto principal será el desarrollo económico
y social de la respectiva ciudad-región. Las citadas entidades territoriales
conservarán su identidad política y territorial.

ARTICULO 307. La respectiva ley orgánica, previo concepto de la Comisión


de Ordenamiento Territorial, establecerá las condiciones para solicitar la
conversión de la Región en entidad territorial. La decisión tomada por el
Congreso se someterá en cada caso a referendo de los ciudadanos de los
departamentos interesados.
La misma ley establecerá las atribuciones, los órganos de administración, y
los recursos de las regiones y su participación en el manejo de los ingresos
provenientes del Fondo Nacional de Regalías. Igualmente definirá los principios
para la adopción del estatuto especial de cada región.

ARTICULO 308. La ley podrá limitar las apropiaciones departamentales


destinadas a honorarios de los diputados y a gastos de funcionamiento de las
asambleas y de las contralorías departamentales.

ARTICULO 309. Erígense en departamento las Intendencias de Arauca,


Casanare, Putumayo, el Archipiélago de San Andrés, Providencia y Santa
Catalina, y las Comisarías del Amazonas, Guaviare, Guainía, Vaupés y
Vichada. Los bienes y derechos que a cualquier título pertenecían a las
intendencias y comisarías continuarán siendo de propiedad de los
respectivos departamentos.

602
COLÔMBIA

ARTICULO 310. El Departamento Archipiélago de San Andrés, Providencia


y Santa Catalina se regirá, además de las normas previstas en la Constitución
y las leyes para los otros departamentos, por las normas especiales que en
materia administrativa, de inmigración, fiscal, de comercio exterior, de cambios,
financiera y de fomento económico establezca el legislador.
Mediante ley aprobada por la mayoría de los miembros de cada cámara se
podrá limitar el ejercicio de los derechos de circulación y residencia, establecer
controles a la densidad de la población, regular el uso del suelo y someter a
condiciones especiales la enajenación de bienes inmuebles con el fin de
proteger la identidad cultural de las comunidades nativas y preservar el
ambiente y los recursos naturales del Archipiélago.
Mediante la creación de los municipios a que hubiere lugar, la Asamblea
Departamental garantizará la expresión institucional de las comunidades raizales
de San Andrés. El municipio de Providencia tendrá en las rentas
departamentales una participación no inferior del 20% del valor total de dichas
rentas.

CAPITULO III - DEL REGIMEN MUNICIPAL

ARTICULO 311. Al municipio como entidad fundamental de la división


politico-administrativa del Estado le corresponde prestar los servicios públicos
que determine la ley, construir las obras que demande el progreso local, ordenar
el desarrollo de su territorio, promover la participación comunitaria, el
mejoramiento social y cultural de sus habitantes y cumplir las demás funciones
que le asignen la Constitución y las leyes.

ARTICULO 312. En cada municipio habrá una corporación administrativa


elegida popularmente para períodos de cuatro (4) años que se denominará
concejo municipal, integrado por no menos de siete, ni más de veintiún
miembros según lo determine la ley, de acuerdo con la población respectiva.
La ley determinará las calidades, inhabilidades e incompatibilidades de los
concejales y la época de sesiones ordinarias de los concejos. Los concejales
no tendrán la calidad de empleados públicos.
La ley podrá determinar los casos en que tengan derecho a honorarios por su
asistencia a sesiones.
Su aceptación de cualquier empleo público, constituye falta absoluta.
* Inciso primero modificado por Acto Legislativo 2/2002.

603
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 313. Corresponde a los concejos:


1. Reglamentar las funciones y la eficiente prestación de los servicios a cargo
del municipio.
2. Adoptar los correspondientes planes y programas de desarrollo económico
y social y de obras públicas.
3. Autorizar al Alcalde para celebrar contratos.
4. Votar de conformidad con la Constitución y la ley los tributos y los gastos
locales.
5. Dictar las normas orgánicas del presupuesto y expedir anualmente el
presupuesto de rentas y gastos.
6. Determinar la estructura de la administración municipal y las funciones de
sus dependencias; las escalas de remuneración correspondientes a las distintas
categorías de empleos; crear, a iniciativa del alcalde, establecimientos públicos
y empresas industriales o comerciales y autorizar la constitución de sociedades
de economía mixta.
7. Reglamentar los usos del suelo y, dentro de los límites que fije la ley, vigilar
y controlar las actividades relacionadas con la construcción y enajenación de
inmuebles destinados a vivienda.
8. Elegir Personero para el período que fije la ley y los demás funcionarios
que ésta determine.
9. Dictar las normas necesarias para el control, la preservación y defensa del
patrimonio ecológico y cultural del municipio.
10. Las demás que la Constitución y la ley le asignen.
11. Ejercer control político sobre la administración municipal. La ley
reglamentará la materia.

ARTICULO 314. En cada municipio habrá un alcalde, jefe de la


administración local y representante legal del municipio, que será elegido
popularmente para períodos institucionales de cuatro (4) años, y no podrá
ser reelegido para el período siguiente.
Siempre que se presente falta absoluta a más de dieciocho (18) meses de la
terminación del período, se elegirá alcalde para el tiempo que reste. En caso
de que faltare menos de dieciocho (18) meses, el gobernador designará un
alcalde para lo que reste del período, respetando el partido, grupo político o
coalición por el cual fue inscrito el alcalde elegido.
El presidente y los gobernadores, en los casos taxativamente señalados por
la ley, suspenderán o destituirán a los alcaldes.

604
COLÔMBIA

La ley establecerá las sanciones a que hubiere lugar por el ejercicio indebido
de esta atribución.

ARTICULO 315. Son atribuciones del alcalde:


1. Cumplir y hacer cumplir la Constitución, la ley, los decretos del gobierno,
las ordenanzas, y los acuerdos del concejo.
2. Conservar el orden público en el municipio, de conformidad con la ley y
las instrucciones y órdenes que reciba del Presidente de la República y del
respectivo gobernador. El alcalde es la primera autoridad de policía del
muncipio. La Policía Nacional cumplirá con prontitud y diligencia las órdenes
que le imparta el alcalde por conducto del respectivo comandante.
3. Dirigir la acción administrativa del municipio; asegurar el cumplimiento
de las funciones y la prestación de los servicios a su cargo; representarlo
judicial y extrajudicialmente; y nombrar y remover a los funcionarios bajo
su dependencia y a los gerentes o directores de los establecimientos públicos
y las empresas industriales o comerciales de carácter local, de acuerdo con
las disposiciones pertinentes.
4. Suprimir o fusionar entidades y dependencias municipales, de
conformidad con los acuerdos respectivos.
5. Presentar oportunamente al Concejo los proyectos de acuerdo sobre
planes y programas de desarrollo económico y social, obras públicas,
presupuesto anual de rentas y gastos y los demás que estime convenientes
para la buena marcha del municipio.
6. Sancionar y promulgar los acuerdos que hubiere aprobado el Concejo y
objetar los que considere inconvenientes o contrarios al ordenamiento
jurídico.
7. Crear, suprimir o fusionar los empleos de sus dependencias, señalarles
funciones especiales y fijar sus emolumentos con arreglo a los acuerdos
correspondientes. No podrá crear obligaciones que excedan el monto global
fijado para gastos de personal en el presupuesto inicialmente aprobado.
8. Colaborar con el Concejo para el buen desempeño de sus funciones,
presentarle informes generales sobre su administración y convocarlo a
sesiones extraordinarias, en las que sólo se ocupará de los temas y materias
para los cuales fue citado.
9. Ordenar los gastos municipales de acuerdo con el plan de inversión y el
presupuesto.
10. Las demás que la Constitución y la ley le señalen.

605
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 316. En las votaciones que se realicen para la elección de


autoridades locales y para la decisión de asuntos del mismo carácter, sólo
podrán participar los ciudadanos residentes en el respectivo municipio.

ARTICULO 317. Solo los municipios podrán gravar la propiedad inmueble.


Lo anterior no obsta para que otras entidades impongan contribución de
valorización.
La ley destinará un porcentaje de estos tributos, que no podrá exceder del
promedio de las sobretasas existentes, a las entidades encargadas del manejo
y conservación del ambiente y de los recursos naturales renovables, de acuerdo
con los planes de desarrollo de los municipios del área de su jurisdicción.

ARTICULO 318. Con el fin de mejorar la prestación de los servicios y


asegurar la participación de la ciudadanía en el manejo de los asuntos públicos
de carácter local, los concejos podrán dividir sus municipios en comunas
cuando se trate de áreas urbanas, y en corregimientos en el caso de las zonas
rurales.
En cada una de las comunas o corregimientos habrá una junta administradora
local de elección popular, integrada por el número de miembros que determine
la ley, que tendrá las siguientes funciones :
1. Participar en la elaboración de los planes y programas municipales de
desarrollo económico y social y de obras públicas.
2. Vigilar y controlar la prestación de los servicios municipales en su comuna
o corregimiento y las inversiones que se realicen con recursos públicos.
3. Formular propuestas de inversión ante las autoridades nacionales,
departamentales y municipales encargadas de la elaboración de los respectivos
planes de inversión.
4. Distribuir las partidas globales que les asigne el presupuesto municipal.
5. Ejercer las funciones que les deleguen el concejo y otras autoridades locales.
Las asambleas departamentales podrán organizar juntas administradoras para
el cumplimiento de las funciones que les señale el acto de su creación en el
territorio que este mismo determine.

ARTICULO 319. Cuando dos o más municipios tengan relaciones


económicas, sociales y físicas, que den al conjunto características de un área
metropolitana, podrán organizarse como entidad administrativa encargada
de programar y coordinar el desarrollo armónico e integrado del territorio

606
COLÔMBIA

colocado bajo su autoridad; racionalizar la prestación de los servicios públicos


a cargo de quienes la integran y, si es el caso, prestar en común algunos de
ellos; y ejecutar obras de interés metropolitano.
La ley de ordenamiento territorial adoptará para las áreas metropolitanas un
régimen administrativo y fiscal de carácter especial; garantizará que en sus
órganos de administración tengan adecuada participación las respectivas
autoridades municipales; y señalará la forma de convocar y realizar las
consultas populares que decidan la vinculación de los municipios.
Cumplida la consulta popular, los respectivos alcaldes y los concejos
municipales protocolizarán la conformación del área y definirán sus
atribuciones, financiación y autoridades, de acuerdo con la ley.
Las áreas metropolitanas podrán convertirse en Distritos conforme a la
ley.

ARTICULO 320. La ley podrá establecer categorías de municipios de


acuerdo con su población, recursos fiscales, importancia económica y situación
geográfica, y señalar distinto régimen para su organización, gobierno y
administración.

ARTICULO 321. Las provincias se constituyen con municipios o territorios


indígenas circunvecinos, pertenecientes a un mismo departamento.
La ley dictará el estatuto básico y fijará el régimen administrativo de las
provincias que podrán organizarse para el cumplimiento de las funciones que
les deleguen entidades nacionales o departamentales y que les asignen la ley
y los municipios que las integran.
Las provincias serán creadas por ordenanza, a iniciativa del gobernador, de
los alcaldes de los respectivos municipios o del número de ciudadanos que
determine la ley.
Para el ingreso a una provincia ya constituída deberá realizarse una consulta
popular en los municipios interesados.
El departamento y los municipios aportarán a las provincias el porcentaje de
sus ingresos corrientes que determinen la asamblea y los concejos respectivos.

CAPITULO IV - DEL REGIMEN ESPECIAL

ARTICULO 322. Bogotá, Capital de la República y del departamento de


Cundinamarca, se organiza como Distrito Capital.

607
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Su régimen político, fiscal y administrativo será el que determinen la


Constitución, las leyes especiales que para el mismo se dicten y las
disposiciones vigentes para los municipios.
Con base en las normas generales que establezca la ley, el concejo a iniciativa
del alcalde, dividirá el territorio distrital en localidades, de acuerdo con las
características sociales de sus habitantes, y hará el correspondiente reparto
de competencias y funciones administrativas.
A las autoridades distritales corresponderá garantizar el desarrollo armónico
e integrado de la ciudad y la eficiente prestación de los servicios a cargo del
Distrito; a las locales, la gestión de los asuntos propios de su territorio.

ARTICULO 323. El Concejo Distrital se compondrá de 41 concejales.


En cada una de las localidades habrá una junta administradora elegida
popularmente para períodos de cuatro (4) años que estará integrada por no
menos de siete ediles, según lo determine el concejo distrital, atendida la
población respectiva.
La elección de Alcalde Mayor, de concejales distritales y de ediles se hará en
un mismo día por períodos de cuatro (4) años y el al calde no podrá ser
reelegido para el período siguiente.
Siempre que se presente falta absoluta a más de dieciocho (18) meses de la
terminación del período, se elegirá alcalde mayor para el tiempo que reste.
En caso de que faltare menos de dieciocho (18) meses, el Presidente de la
República designará alcalde mayor para lo que reste del período, respetando
el partido, grupo político o coalición por el cual fue inscrito el alcalde elegido.
Los alcaldes locales serán designados por el alcalde mayor de terna enviada
por la correspondiente junta administradora.
En los casos taxativamente señalados por la ley, el Presidente de la República
suspenderá o destituirá al alcalde mayor.
Los concejales y los ediles no podrán hacer parte de las juntas directivas de
las entidades descentralizadas.

ARTICULO 324. Las juntas administradoras locales distribuirán y apropiarán


las partidas globales que en el presupuesto anual del Distrito se asignen a las
localidades teniendo en cuenta las necesidades básicas insatisfechas de su
población.
Sobre las rentas departamentales que se causen en Santa Fe de Bogotá, la
ley determinará la participación que le corresponda a la capital de la República.

608
COLÔMBIA

Tal participación no podrá ser superior a la establecida en la fecha de vigencia


de esta Constitución.

ARTICULO 325. Con el fin de garantizar la ejecución de planes y programas


de desarrollo integral y la prestación oportuna y eficiente de los servicios a su
cargo, dentro de las condiciones que fijen la Constitución y la ley, el Distrito
Capital podrá conformar un área metropolitana con los municipios
circunvecinos y una región con otras entidades territoriales de carácter
departamental.

ARTICULO 326. Los municipios circunvecinos podrán incorporarse al


Distrito Capital si así lo determinan los ciudadanos que residan en ellos
mediante votación que tendrá lugar cuando el concejo distrital haya
manifestado su acuerdo con esta vinculación. Si ésta ocurre, al antiguo
municipio se le aplicarán las normas constitucionales y legales vigentes para
las demás localidades que conformen el Distrito Capital.

ARTICULO 327. En las elecciones de Gobernador y de diputados a la


Asamblea Departamental de Cundinamarca no participarán los ciudadanos
inscritos en el censo electoral del Distrito Capital.

ARTICULO 328. El Distrito Turístico y Cultural de Cartagena de Indias y el


Distrito Turístico, Cultural e Histórico de Santa Marta conservarán su régimen
y carácter.

ARTICULO 329. La conformación de las entidades territoriales indígenas


se hará con sujeción a lo dispuesto en la Ley Orgánica de Ordenamiento
Territorial, y su delimitación se hará por el Gobierno Nacional, con
participación de los representantes de las comunidades indígenas, previo
concepto de la Comisión de Ordenamiento Territorial.
Los resguardos son de propiedad colectiva y no enajenable.
La ley definirá las relaciones y la coordinación de estas entidades con aquellas
de las cuales formen parte.

PARÁGRAFO. En el caso de un territorio indígena que comprenda el


territorio de dos o más departamentos, su administración se hará por los
consejos indígenas en coordinación con los gobernadores de los respectivos

609
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

departamentos. En caso de que este territorio decida constituirse como entidad


territorial, se hará con el cumplimiento de los requisitos establecidos en el
inciso primero de este artículo.

ARTICULO 330. De conformidad con la Constitución y las leyes, los


territorios indígenas estarán gobernados por consejos conformados y
reglamentados según los usos y costumbres de sus comunidades y ejercerán
las siguientes funciones:
1. Velar por la aplicación de las normas legales sobre usos del suelo y
poblamiento de sus territorios.
2. Diseñar las políticas y los planes y programas de desarrollo económico y
social dentro de su territorio, en armonía con el Plan Nacional de Desarrollo.
3. Promover las inversiones públicas en sus territorios y velar por su debida
ejecución.
4. Percibir y distribuir sus recursos.
5. Velar por la preservación de los recursos naturales.
6. Coordinar los programas y proyectos promovidos por las diferentes
comunidades en su territorio.
7. Colaborar con el mantenimiento del orden público dentro de su territorio
de acuerdo con las instrucciones y disposiciones del Gobierno Nacional.
8. Representar a los territorios ante el Gobierno Nacional y las demás
entidades a las cuales se integren; y
9. Las que les señalen la Constitución y la ley.

PARÁGRAFO. La explotación de los recursos naturales en los territorios


indígenas se hará sin desmedro de la integridad cultural, social y económica
de las comunidades indígenas. En las decisiones que se adopten respecto de
dicha explotación, el Gobierno propiciará la participación de los representantes
de las respectivas comunidades.

ARTICULO 331. Créase la Corporación Autónoma Regional del Río Grande


de la Magdalena encargada de la recuperación de la navegación, de la actividad
portuaria, la adecuación y la conservación de tierras, la generación y
distribución de energía y el aprovechamiento y preservación del ambiente,
los recursos ictiológicos y demás recursos naturales renovables.
La ley determinará su organización y fuentes de financiación, y definirá en
favor de los municipios ribereños un tratamiento especial en la asignación de

610
COLÔMBIA

regalías y en la participación que les corresponda en los ingresos corrientes


de la Nación.

TITULO XII - DEL REGIMEN ECONOMICO Y DE LA


HACIENDA PUBLICA

CAPITULO I - DE LAS DISPOSICIONES GENERALES

ARTICULO 332. El Estado es propietario del subsuelo y de los recursos


naturales no renovables, sin perjuicio de los derechos adquiridos y
perfeccionados con arreglo a las leyes preexistentes.

ARTICULO 333. La actividad económica y la iniciativa privada son libres,


dentro de los límites del bien común. Para su ejercicio, nadie podrá exigir
permisos previos ni requisitos, sin autorización de la ley.
La libre competencia económica es un derecho de todos que supone
responsabilidades.
La empresa, como base del desarrollo, tiene una función social que implica
obligaciones. El Estado fortalecerá las organizaciones solidarias y estimulará
el desarrollo empresarial.
El Estado, por mandato de la ley, impedirá que se obstruya o se restrinja la
libertad económica y evitará o controlará cualquier abuso que personas o
empresas hagan de su posición dominante en el mercado nacional.
La ley delimitará el alcance de la libertad económica cuando así lo exijan el
interés social, el ambiente y el patrimonio cultural de la Nación.

ARTICULO 334. La dirección general de la economía estará a cargo del


Estado. Este intervendrá, por mandato de la ley, en la explotación de los
recursos naturales, en el uso del suelo, en la producción, distribución,
utilización y consumo de los bienes, y en los servicios públicos y privados,
para racionalizar la economía con el fin de conseguir el mejoramiento de la
calidad de vida de los habitantes, la distribución equitativa de las
oportunidades y los beneficios del desarrollo y la preservación de un ambiente
sano.
El Estado, de manera especial, intervendrá para dar pleno empleo a los
recursos humanos y asegurar que todas las personas, en particular las de
menores ingresos, tengan acceso efectivo a los bienes y servicios básicos.

611
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

También para promover la productividad y la competitividad y el desarrollo


armónico de las regiones.

ARTICULO 335. Las actividades financiera, bursátil, aseguradora y cualquier


otra relacionada con el manejo, aprovechamiento e inversión de los recursos
de captación a las que se refiere el literal d) del numeral 19 del artículo 150
son de interés público y sólo pueden ser ejercidas previa autorización del
Estado, conforme a la ley, la cual regulará la forma de intervención del Gobierno
en estas materias y promoverá la democratización del crédito.

ARTICULO 336. Ningún monopolio podrá establecerse sino como arbitrio


rentístico, con una finalidad de interés público o social y en virtud de la ley.
La ley que establezca un monopolio no podrá aplicarse antes de que hayan
sido plenamente indemnizados los individuos que en virtud de ella deban
quedar privados del ejercicio de una actividad económica lícita.
La organización, administración, control y explotación de los monopolios
rentísticos estarán sometidos a un régimen propio, fijado por la ley de
iniciativa gubernamental.
Las rentas obtenidas en el ejercicio de los monopolios de suerte y azar
estarán destinadas exclusivamente a los servicios de salud.
Las rentas obtenidas en el ejercicio del monopolio de licores, estarán
destinadas preferentemente a los servicios de salud y educación.
La evasión fiscal en materia de rentas provenientes de monopolios rentísticos
será sancionada penalmente en los términos que establezca la ley.
El Gobierno enajenará o liquidará las empresas monopolísticas del Estado
y otorgará a terceros el desarrollo de su actividad cuando no cumplan los
requisitos de eficiencia, en los términos que determine la ley.
En cualquier caso se respetarán los derechos adquiridos por los
trabajadores.

ARTICULO 337. La ley podrá establecer para las zonas de frontera,


terrestres y marítimas, normas especiales en materias ecónomicas y sociales
tendientes a promover su desarrollo.

ARTICULO 338. En tiempo de paz, solamente el Congreso, las asambleas


departamentales y los concejos distritales y municipales podrán imponer
contribuciones fiscales o parafiscales. La ley, las ordenanzas y los acuerdos

612
COLÔMBIA

deben fijar, directamente, los sujetos activos y pasivos, los hechos y las bases
gravables, y las tarifas de los impuestos.
La ley, las ordenanzas y los acuerdos pueden permitir que las autoridades
fijen la tarifa de las tasas y contribuciones que cobren a los contribuyentes,
como recuperación de los costos de los servicios que les presten o
participación en los beneficios que les proporcionen; pero el sistema y el
método para definir tales costos y beneficios, y la forma de hacer su reparto,
deben ser fijados por la ley, las ordenanzas o los acuerdos.
Las leyes, ordenanzas o acuerdos que regulen contribuciones en las que la
base sea el resultado de hechos ocurridos durante un período determinado,
no pueden aplicarse sino a partir del período que comience después de iniciar
la vigencia de la respectiva ley, ordenanza o acuerdo.

CAPITULO II - DE LOS PLANES DE DESARROLLO

ARTICULO 339. Habrá un plan nacional de desarrollo conformado por


una parte general y un plan de inversiones de las entidades públicas del orden
nacional. En la parte general se señalarán los propósitos y objetivos nacionales
de largo plazo y las estrategias y orientaciones generales de la política
económica, ambiental y social, en especial las estrategias gubernamentales
de lucha contra la pobreza. El plan de inversiones públicas contendrá los
presupuestos plurianuales de los principales programas, estrategias, y
proyectos de inversión pública nacional y la especificación de los recursos
financieros requeridos para su ejecución.
Las entidades territoriales elaborarán y adoptarán de manera concertada entre
ellas y el Gobierno Nacional, Planes de Desarrollo con el objeto de asegurar
el uso eficiente de sus recursos, desarrollar estrategias de lucha contra la
pobreza, y el desempeño adecuado de las funciones que les hayan sido
asignadas por la Constitución y la ley.
Los planes de las entidades territoriales estarán conformados por una parte
estratégica y un plan de inversiones de corto y largo plazo.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Una vez entre en vigencia el acto


legislativo, modificatorio del artículo 339, el Gobierno Nacional presentará a
consideración del Congreso, dentro de los tres (3) meses siguientes, las
modificaciones necesarias para darle cumplimiento, por el resto del período
constitucional de Gobierno.

613
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 340. Habrá un Consejo Nacional de Planeación integrado por


representantes de las entidades territoriales y de los sectores económicos,
sociales, ecológicos, comunitarios y culturales. El Consejo tendrá carácter
consultivo y servirá de foro para la discusión del Plan Nacional de Desarrollo.
Los miembros del Consejo Nacional serán designados por el Presidente de
la República de listas que le presenten las autoridades y las organizaciones de
las entidades y sectores a que se refiere el inciso anterior, quienes deberán
estar o haber estado vinculados a dichas actividades. Su período será de
ocho años y cada cuatro se renovará parcialmente en la forma que establezca
la ley.
En las entidades territoriales habrá también consejos de planeación, según lo
determine la ley.
El Consejo Nacional y los consejos territoriales de planeación constituyen el
Sistema Nacional de Planeación.

ARTICULO 341. El Gobierno elaborará el Plan Nacional de Desarrollo de


acuerdo con las metas anuales del balance primario del sector público no
financiero y con participación activa de las autoridades de planeación y de las
entidades territoriales y someterá el proyecto correspondiente al concepto
del Consejo Nacional de Planeación. Oída la opinión del Consejo procederá
a efectuar las enmiendas que considere pertinentes y presentará el proyecto a
consideración del Congreso, dentro de los seis meses siguientes a la iniciación
del período presidencial respectivo.
Previo el informe que elaboren las comisiones de cada cámara respecto a los
temas afines a su especialidad, el Plan será discutido por el Gobierno con las
bancadas parlamentarias regionales, integradas por los Representantes a la
Cámara de cada circunscripción y dos Senadores en representación de las
listas que obtuvieron las dos mayores votaciones para el Senado en el
departamento respectivo. Los parlamentarios elegidos por circunscripción
especial indígena participarán en las regiones donde haya territorio y población
indígena, los de circunscripción especial de comunidades negras en aquellas
regiones donde haya población negra con procesos de identidad propia
legalmente reconocidos, los de minorías políticas en el departamento donde
su lista obtuvo la mayor votación y el congresista por los colombianos residentes
en el exterior lo hará en la bancada que corresponde a Bogotá. Cumplidos
los pasos anteriores el proyecto de Plan de Desarrollo se debatirá en las
plenarias para su aprobación.

614
COLÔMBIA

Los desacuerdos con el contenido de la parte general, si los hubiere, no serán


obstáculo para que el Gobierno ejecute las políticas propuestas en lo que sea
de su competencia. No obstante, cuando el gobierno decida modificar la
parte general del plan, deberá seguir el procedimiento indicado en el artículo
siguiente.
El Plan Nacional de Inversiones se expedirá mediante una ley que tendrá
prelación sobre las demás leyes; en consecuencia, sus mandatos constituirán
mecanismos idóneos para su ejecución y suplirán los existentes sin necesidad
de expedición de leyes posteriores. Con todo, en las leyes anuales de
presupuesto se podrá aumentar o disminuir las partidas y recursos aprobados
en la ley del plan. Si el Congreso no aprueba el Plan Nacional de Inversiones
Públicas en un término de tres meses después de presentado, el Gobierno
podrá ponerlo en vigencia mediante decreto con fuerza de ley.
El Congreso podrá modificar el Plan de Inversiones Públicas siempre y cuando
mantenga el equilibrio financiero. Cualquier incremento en las autorizaciones
de endeudamiento solicitadas en el proyecto gubernamental o inclusión de
proyectos de inversión no contemplados en él, requerirá e l visto bueno del
Gobierno Nacional.

PARÁGRAFO. El Gobierno Nacional fijará metas anuales de balance


primario para el sector público no financiero que garanticen la sostenibilidad
de largo plazo de la deuda pública consolidada del sector público no financiero.

ARTICULO 342. La correspondiente ley orgánica reglamentará todo lo


relacionado con los procedimientos de elaboración, aprobación y ejecución
de los planes de desarrollo y dispondrá los mecanismos apropiados para su
armonización y para la sujeción a ellos de los presupuestos oficiales.
Determinará, igualmente, la organización y funciones del Consejo Nacional
de Planeación y de los consejos territoriales, así como los procedimientos
conforme a los cuales se hará efectiva la participación ciudadana en la discusión
de los planes de desarrollo, y las modificaciones correspondientes, conforme
a lo establecido en la Constitución.

ARTICULO 343. La entidad nacional de planeación que señale la ley, tendrá


a su cargo el diseño y la organización de los sistemas de evaluación de gestión
y resultados de la administración pública, tanto en lo relacionado con políticas
como con proyectos de inversión, en las condiciones que ella determine.

615
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO 344. Los organismos departamentales de planeación harán la


evaluación de gestión y resultados sobre los planes y programas de desarrollo
e inversión de los departamentos y municipios, y participarán en la preparación
de los presupuestos de estos últimos en los términos que señale la ley.
En todo caso el organismo nacional de planeación, de manera selectiva, podrá
ejercer dicha evaluación sobre cualquier entidad territorial.

CAPITULO III - DEL PRESUPUESTO

ARTICULO 345. En tiempo de paz no se podrá percibir contribución o


impuesto que no figure en el presupuesto de rentas, ni hacer erogación con
cargo al Tesoro que no se halle incluida en el de gastos.
Tampoco podrá hacerse ningún gasto público que no haya sido decretado
por el Congreso, por las asambleas departamentales, o por los concejos
distritales o municipales, ni transferir crédito alguno a objeto no previsto en el
respectivo presupuesto.

PARÁGAFO TRANSITORIO. Los gastos de funcionamiento de los


órganos que conforman el presupuesto general de la Nación, de las entidades
descentralizadas, autónomas, de naturaleza especial o única, que administren
recursos públicos y de las territoriales, incluidos los salarios y las pensiones
superiores a dos (2) salarios mínimos legales mensuales, no se incrementarán
con relación a los gastos del año 2002, durante un período de dos (2) años,
contados a partir de la entrada en vigencia del presente acto legislativo. Se
exceptúan: el Sistema General de Par ticipaciones de los departamentos,
distritos y municipios; los gastos destinados a la expansión de la seguridad
democrática, diferentes de los correspondientes a salarios; el pago de nuevas
pensiones y las nuevas cotizaciones a la seguridad social, o las compensaciones
a que dé lugar. Cualquier incremento de salarios y pensiones en el año 2003
estará sujeto a la decisión que adopte el constituyente primario sobre este
artículo. De registrarse, a finales de diciembre del año 2003 o 2004, un
incremento anual en la inflación, calculada de acuerdo con el IPC, superior al
correspondiente para el año 2002, se incrementarán los salarios y pensiones
en un porcentaje igual a la diferencia entre la inflación registrada en cada uno
de estos años, y la correspondiente al año 2002.
El ahorro de los departamentos, distritos y municipios, generado por el menor
crecimiento del gasto financiado por el sistema general de participaciones de

616
COLÔMBIA

los departamentos, distritos y municipios, lo destinarán las entidades territoriales


para reservas del Fondo Nacional de Pensiones Territoriales, del Fondo de
Prestaciones Sociales del Magisterio, y para el pasivo pensional del sector
salud.

ARTICULO 346. El Gobierno formulará anualmente el Presupuesto de Rentas


y Ley de Apropiaciones que deberá corresponder al Plan Nacional de
Desarrollo y a las metas anuales del balance primario del sector público no
financiero y lo presentará al Congreso, dentro de los primeros diez (10) días
de cada legislatura.
En la Ley de Presupuesto se podrán conceder autorizaciones para reorientar
rentas cedidas o asignadas y modificar leyes que decreten gasto público,
todo ello con carácter transitorio y de conformidad con lo dispuesto en la
Ley Orgánica de Presupuesto.
En la Ley de Apropiaciones no podrá incluirse partida alguna que no
corresponda a un crédito judicialmente reconocido, o a un gasto decretado
conforme a la ley anterior, o a uno propuesto por el Gobierno para atender
debidamente el funcionamiento de las ramas del poder público, o al servicio
de la deuda, o destinado a dar cumplimiento al Plan de Desarrollo.
Las comisiones de asuntos económicos de las dos cámaras deliberarán en
forma conjunta para dar primer debate al proyecto de presupuesto de rentas
y ley de apropiaciones. La correspondiente ponencia deberá rendirse por lo
menos con un mes de antelación a su discusión en comisiones.
Previamente a la discusión en comisiones conjuntas de asuntos económicos
de las dos cámaras, y durante el mes después de su presentación se reunirán
conjuntamente las comisiones constitucionales permanentes de las dos cámaras
por especialidad, con el objeto de producir sendos conceptos o pliegos
reformatorios respecto del proyecto de ley de presupuesto y en relación
con los temas de su competencia. Los informes así producidos serán
distribuidos a todos los miembros del Congreso y serán considerados
durante el primer debate.
Durante el mismo período los congresistas se reunirán por bancadas
departamentales y Bogotá para examinar las partidas que se asignen al
respectivo departamento o al Distrito Capital, efectuando dicho estudio
de manera desagregada y producirán un informe con las mismas
características del mencionado en el inciso anterior, el cual tendrá el mismo
trámite.

617
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Los Senadores formarán parte de la bancada del departamento donde hayan


obtenido la mayor votación.
El proyecto de rentas y ley de apropiaciones deberá ser sometido a
consideración para segundo debate en las plenarias a más tardar ocho (8)
días antes del vencimiento del término para la expedición del presupuesto del
que trata el artículo 349.
Entre el 2 de mayo y el 20 de junio se realizarán audiencias públicas
departamentales y distritales para escuchar a la comunidad.

PARÁGRAFO 1º. Las modificaciones que se propongan en los informes de


que tratan los incisos 4 y 5 del presente artículo deberán corresponder al
Plan de Inversiones del Plan Nacional de Desarrollo y a los planes de inversión
de los planes de desarrollo de las entidades territoriales. El proyecto
presentado al Congreso por el Gobierno, recogerá el resultado de audiencias
públicas consultivas convocadas por los Gobiernos Nacional, Departamentales
y del Distrito Capital y del análisis hecho en el Congreso por las Comisiones
Constitucionales y las Bancadas de cada departamento y Bogotá. No incluirá
partidas globales excepto las necesarias par a atender emergencias y
catástrofes. La Ley Orgánica del Presupuesto reglamentará la materia, así
como la realización de audiencias públicas especiales de control político, en
las cuales los congresistas formularán los reclamos y aspiraciones de la
comunidad.

PARÁGRAFO 2º. Lo dispuesto en este artículo se aplicará a la elaboración


y aprobación en todas las entidades territoriales. Con excepción de los
mecanismos establecidos en esta disposición, en ningún caso y en ningún
tiempo los miembros de las corporaciones públicas podrán directamente o
por intermedio de terceros, convenir con organismos o funcionarios del Estado
la apropiación de partidas presupuestales o las decisiones de destinación de
la inversión de dineros públicos.
Los gastos de inversión, incluidos en el proyecto de presupuesto presentado
al Congreso por el Gobierno, recogerán el resultado de audiencias públicas
consultivas, convocadas por los gobiernos nacional, departamentales y del
Distrito Capital, y del análisis hecho en el Congreso por las comisiones
constitucionales y las bancadas de cada departamento y Bogotá. El
presupuesto no incluirá partidas globales, excepto las necesarias para atender
emergencias y desastres. El Congreso de la República participará activamente

618
COLÔMBIA

en la dirección y control de los ingresos y los gastos públicos, lo cual


comprenderá, tanto el análisis y la decisión sobre la inversión nacional, como
sobre la regional. La Ley Orgánica del Presupuesto reglamentará la materia,
así como la realización de las audiencias públicas especiales de control político,
en las cuales los congresistas formularán los reclamos y aspiraciones de la
comunidad. Lo relativo a las audiencias, dispuesto en este artículo, se aplicará
a la elaboración, aprobación y ejecución del presupuesto, en todas las
entidades territoriales.

PARÁGRAFO. Con excepción de los mecanismos establecidos en el título


XII de la Constitución Política, en ningún caso y en ningún tiempo, los
miembros de las corporaciones públicas podrán, directamente o por
intermedio de terceros, convenir con organismos o funcionarios del Estado
la apropiación de partidas presupuestales, o las decisiones de destinación
de la inversión de dineros públicos. Lo dispuesto en este parágrafo se
aplicará a la elaboración y aprobación de presupuesto en todas las entidades
territoriales.

ARTICULO 347. El proyecto de ley de apropiaciones deberá contener la


totalidad de los gastos que el Estado pretenda realizar durante la vigencia
fiscal respectiva. Si los ingresos legalmente autorizados no fueren suficientes
para atender los gastos proyectados, el Gobierno propondrá, por separado,
ante las mismas comisiones que estudian el proyecto de ley del presupuesto,
la creación de nuevas rentas o la modificación de las existentes para financiar
el monto de gastos contemplados.
El presupuesto podrá aprobarse sin que se hubiere perfeccionado el proyecto
de ley referente a los recursos adicionales, cuyo trámite podrá continuar su
curso en el período legislativo siguiente.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Durante los años 2002, 2003, 2004,


2005, 2006, 2007 y 2008 el monto total de las apropiaciones autorizadas
por la ley anual de presupuesto para gastos generales, diferentes de los
destinados al pago de pensiones, salud, gastos de defensa, servicios personales,
al Sistema General de Participaciones y a otras transferencias que señale la
ley, no podrá incrementarse de un año a otro, en un porcentaje superior al de
la tasa de inflación causada para cada uno de ellos, más el uno punto cinco
por ciento (1.5%).

619
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

La restricción al monto de las apropiaciones, no se aplicará a las necesarias


para atender gastos decretados con las facultades de los Estados de
Excepción.

ARTICULO 348. Si el Congreso no expidiere el presupuesto, regirá el


presentado por el Gobierno dentro de los términos del artículo precedente; si
el presupuesto no hubiere sido presentado dentro de dicho plazo, regirá el
del año anterior, pero el Gobierno podrá reducir gastos, y, en consecuencia,
suprimir o refundir empleos, cuando así lo aconsejen los cálculos de rentas
del nuevo ejercicio.

ARTICULO 349. Durante los tres primeros meses de cada legislatura, y


estrictamente de acuerdo con las reglas de la Ley Orgánica, el Congreso
discutirá y expedirá el Presupuesto General de Rentas y Ley de Apropiaciones.
Los cómputos de las rentas, de los recursos del crédito y los provenientes del
balance del Tesoro, no podrán aumentarse por el Congreso sino con el
concepto previo y favorable suscrito por el ministro del ramo.

ARTICULO 350. La ley de apropiaciones deberá tener un componente


denominado gasto público social que agrupará las partidas de tal naturaleza,
según definición hecha por la ley orgánica respectiva. Excepto en los casos
de guerra exterior o por razones de seguridad nacional, el gasto público social
tendrá prioridad sobre cualquier otra asignación.
En la distribución territorial del gasto público social se tendrá en cuenta el
número de personas con necesidades básicas insatisfechas, la población, y la
eficiencia fiscal y administrativa, según reglamentación que hará la ley.
El presupuesto de inversión no se podrá disminuir porcentualmente con
relación al año anterior respecto del gasto total de la correspondiente ley de
apropiaciones.

ARTICULO 351. El Congreso no podrá aumentar ninguna de las


partidas del presupuesto de gastos propuestas por el Gobierno, ni incluir
una nueva, sino con la aceptación escrita del ministro del ramo.
El Congreso podrá eliminar o reducir partidas de gastos propuestas
por el Gobierno, con excepción de las que se necesitan para el servicio
de la deuda pública, las demás obligaciones contractuales del Estado,
la atención completa de los servicios ordinarios de la administración y

620
COLÔMBIA

las inversiones autorizadas en los planes y programas a que se refiere el


artículo 341.
Si se elevare el cálculo de las rentas, o si se eliminaren o disminuyeren algunas
de las partidas del proyecto respectivo, las sumas así disponibles, sin exceder
su cuantía, podrán aplicarse a otras inversiones o gastos autorizados conforme
a lo prescrito en el inciso final del artículo 349 de la Constitución.

ARTICULO 352. Además de lo señalado en esta Constitución, la Ley


Orgánica del Presupuesto regulará lo correspondiente a la programación,
aprobación, modificación, ejecución de los presupuestos de la Nación, de
las entidades territoriales y de los entes descentralizados de cualquier nivel
administrativo, y su coordinación con el Plan Nacional de Desarrollo, así
como también la capacidad de los organismos y entidades estatales para
contratar.

ARTICULO 353. Los principios y las disposiciones establecidos en este


título se aplicarán, en lo que fuere pertinente, a las entidades territoriales,
para la elaboración, aprobación y ejecución de su presupuesto.

ARTICULO 354. Habrá un Contador General, funcionario de la rama


ejecutiva, quien llevará la contabilidad general de la Nación y consolidará
ésta con la de sus entidades descentralizadas territorialmente o por servicios,
cualquiera que sea el orden al que pertenezcan, excepto la referente a la
ejecución del Presupuesto, cuya competencia se atribuye a la Contraloría.
Corresponden al Contador General las funciones de uniformar, centralizar y
consolidar la contabilidad pública, elaborar el balance general y determinar
las normas contables que deben regir en el país, conforme a la ley.

PARÁGRAFO. Seis meses después de concluido el año fiscal, el Gobierno


Nacional enviará al Congreso el balance de la Hacienda, auditado por la
Contraloría General de la República, para su conocimiento y análisis.

ARTICULO 355. Ninguna de las ramas u órganos del poder público podrá
decretar auxilios o donaciones en favor de personas naturales o jurídicas de
derecho privado.
El Gobierno, en los niveles nacional, departamental, distrital y municipal podrá,
con recursos de los respectivos presupuestos, celebrar contratos con entidades

621
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

privadas sin ánimo de lucro y de reconocida idoneidad con el fin de impulsar


programas y actividades de interés público acordes con el Plan Nacional y
los planes seccionales de Desarrollo. El Gobierno Nacional reglamentará la
materia.
Así mismo, queda prohibida cualquier forma de concesión de auxilios con
recursos de origen público, bien sean de la Nación, los departamentos o los
municipios, sus entidades descentralizadas, o los establecimientos públicos o
las empresas industriales y comerciales, o las sociedades de economía mixta,
mediante apropiaciones, donaciones o contratos que tengan por destino final,
en todo o en parte, apoyar campañas políticas, agradecer apoyos o
comprometer la independencia de los miembros de corporaciones públicas
de elección popular.
Sin perjuicio de las demás sanciones a que haya lugar, la violación de estas
prohibiciones constituye causal de destitución o desvinculación para el servidor
público que la promueva, tolere o ejecute, lo mismo que de inhabilidad para
el ejercicio, en el futuro, de cualquier otro cargo o función pública, y de
pérdida de investidura para el congresista, diputado, concejal o miembro de
juntas administradoras locales que la consume.

CAPITULO IV - DE LA DISTRIBUCION DE RECURSOS Y DE


LAS COMPETENCIAS

ARTICULO 356. Salvo lo dispuesto por la Constitución, la ley, a iniciativa


del Gobierno, fijará los servicios a cargo de la Nación y de los Departamentos,
Distritos, y Municipios. Para efecto de atender los servicios a cargo de éstos
y a proveer los recursos para financiar adecuadamente su prestación, se crea
el Sistema General de Participaciones de los Departamentos, Distritos y
Municipios.
Los Distritos tendrán las mismas competencias que los municipios y
departamentos para efectos de la distribución del Sistema General de
Participaciones que establezca la ley.
Para estos efectos, serán beneficiarias las entidades territoriales indígenas,
una vez constituidas. Así mismo, la ley establecerá como beneficiarios a los
resguardos indígenas, siempre y cuando estos no se hayan constituido en
entidad territorial indígena.
Los recursos del Sistema General de Participaciones de los departamentos,
distritos y municipios se destinarán a la financiación de los servicios a su

622
COLÔMBIA

cargo, dándole prioridad al servicio de salud y los servicios de educación


preescolar, primaria, secundaria y media, garantizando la prestación de los
servicios y la ampliación de cobertura.
Teniendo en cuenta los principios de solidaridad, complementariedad y
subsidiariedad, la ley señalará los casos en los cuales la Nación podrá concurrir
a la financiación de los gastos en los servicios que sean señalados por la ley
como de competencia de los departamentos, distritos y municipios.
La ley reglamentará los criterios de distribución del Sistema General de
Participaciones de los Departamentos, Distritos, y Municipios, de acuerdo
con las competencias que le asigne a cada una de estas entidades; y contendrá
las disposiciones necesarias para poner en operación el Sistema General de
Participaciones de éstas, incorporando principios sobre distribución que tengan
en cuenta los siguientes criterios:
a. Para educación y salud: población atendida y por atender, reparto entre
población urbana y rural, eficiencia administrativa y fiscal, y equidad;
b. Para otros sectores: población, reparto entre población y urbana y rural,
eficiencia administrativa y fiscal, y pobreza relativa.
No se podrá descentralizar competencias sin la previa asignación de los
recursos fiscales suficientes para atenderlas.
Los recursos del Sistema General de Participaciones de los Departamentos,
Dis tritos, y Municipios se distribuirán por sectores que defina la ley.
El monto de recursos que se asigne para los sectores de salud y educación,
no podrá ser inferior al que se transfería a la expedición del presente acto
legislativo a cada uno de estos sectores.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. El Gobierno deberá presentar el proyecto


de ley que regule la organización y funcionamiento del Sistema General de
Participaciones de los Departamentos, Distritos, y Municipios, a más tardar
el primer mes de sesiones del próximo período legislativo.

ARTICULO 357. El monto del Sistema General de Participaciones de los


Departamentos, Distritos y Municipios se incrementará anualmente en un
porcentaje igual al promedio de la variación porcentual que hayan tenido los
ingresos Corrientes de la Nación durante los cuatro (4) años anteriores,
incluida la correspondiente al aforo del presupuesto en ejecución.
Para efectos del cálculo de la variación de los ingresos corrientes de la Nación
a que se refiere el inciso anterior, estarán excluidos los tributos que se arbitren

623
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

por medidas de estados de excepción, salvo que el Congreso, durante el año


siguiente les otorgue el carácter permanente.
Los municipios clasificados en las categorías cuarta, quinta y sexta, de
conformidad con las normas vigentes, podrán destinar libremente, para
inversión y otros gastos inherentes al funcionamiento de la administración
municipal, hasta un veintiocho (28%) de los recursos que perciban por
concepto del Sistema General de Participaciones de los Departamentos,
Distritos y Municipios, exceptuando los recursos que se destinen para
educación y salud.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 1º. El Sistema General de Participaciones


de los Departamentos, Distritos y Municipios tendrá como base inicial el
monto de los recursos que la Nación transfería a las entidades territoriales
antes de entrar en vigencia este acto legislativo, por concepto de situado
fiscal, participación de los municipios en los ingresos corrientes de la Nación
y las transferencias complementarias al situado fiscal para educación, que
para el año 2001 se valoran en la suma de diez punto novecientos sesenta y
dos (10.962) billones de pesos.
En el caso de educación, la base inicial contempla los costos por concepto
de docentes y administrativos pagados con situado fiscal y el fondo de
compensación educativa, docentes y otros gastos en educación financiados a
nivel distrital y municipal con las participaciones en los ingresos corrientes de
la nación, y los docentes, personal administrativo de los planteles educativos
y directivos docentes departamentales y municipales pagados con recursos
propios, todos ellos a 1º. de noviembre del 2000. Esta incorporación será
automática a partir del 1º. de enero de 2002.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 2º. Durante los años comprendidos entre


2002 y 2008 el monto del Sistema General de Participaciones crecerá en un
porcentaje igual al de la tasa de inflación causada, más un crecimiento adicional
que aumentará en forma escalonada así: Para los años 2002, 2003, 2004 y
2005 el incremento será de 2%; para los años 2006, 2007 y 2008 el
incremento será de 2.5%.
Si durante el período de transición el crecimiento real de la economía (producto
interno bruto) certificado por el DANE en el mes de mayo del año siguiente
es superior al 4%, el crecimiento adicional del Sistema General de
Participaciones de que trata el presente parágrafo se incrementará en una

624
COLÔMBIA

proporción equivalente al crecimiento que supere el 4%, previo descuento


de los porcentajes que la Nación haya tenido que asumir, cuando el crecimiento
real de la economía no haya sido suficiente para financiar el 2% adicional
durante los años 2002, 2003, 2004 y 2005, y 2.5% adicional para los años
2006, 2007 y 2008.

PARÁGRAFO TRANSITORIO 3º. Al finalizar el período de transición,


el porcentaje de los ingresos corrientes de la Nación destinados para el Sistema
General de Participación será como mínimo el porcentaje que
constitucionalmente se transfiera en el año 2001. La Ley, a iniciativa del
Congreso, establecerá la gradualidad del incremento autorizado en este
parágrafo.
En todo caso, después del período de transición, el Congreso, cada cinco
años y a iniciativa propia a través de ley, podrá incrementar el porcentaje.
Igualmente durante la vigencia del Sistema General de Participaciones de los
Departamentos, Distritos, y Municipios, el Congreso de la República, podrá
revisar por iniciativa propia cada cinco años, la base de liquidación de éste.

ARTICULO 358. Para los efectos contemplados en los dos artículos


anteriores, entiéndese por ingresos corrientes los constituidos por los ingresos
tributarios y no tributarios con excepción de los recursos de capital.

ARTICULO 359. No habrá rentas nacionales de destinación específica. Se


exceptúan:
1. Las participaciones previstas en la Constitución a favor de los
Departamentos, Distritos y Municipios.
2. Las destinadas para inversión social.
3. Las que, con base en las leyes anteriores, la Nación asigna a entidades de
previsión social y a las antiguas intendencias y comisarías.
4. El 25% de los recursos del impuesto del valor agregado IVA que se recaude
a nivel nacional, se destinarán única y exclusivamente al fortalecimiento de los
planes y programas de inversión social en un 13% para los municipios con
menos de 25.000 habitantes, un 4% para todos los corregimientos, un 4%
para los resguardos indígenas y un 4% para los estratos uno (1), dos (2) y
tres (3) de los Distritos y Municipios del país.
Estos recursos destinados según el numeral anterior, se distribuirán en los
siguientes sectores así:

625
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Para la salud básica primaria, acueductos, electrificación, alcantarillado


domiciliario y hogares comunitarios.
Para educación básica primaria, educación en técnicas agropecuarias y de
pesca, reforestación de especies autóctonas, técnicas en tratamientos de ríos,
lagunas y ciénagas.
Para créditos agropecuarios, para asistencia técnica y mejoramiento de calidad
de vida del campesino.
Para el tratamiento de enfermedades infantiles de alto costo no incluidas en el
régimen de salud.
Para desarrollo de planes de vivienda, salud y educación para la población
desplazada por la violencia.
Para subsidio de tarifas de energía, acueducto y alcantarillado de los estratos
1, 2 y 3.
Para fortalecer el fondo pensional de los jubilados de las Universidades
Públicas, el cual será inembargable.
Para seguridad social y reubicación de vendedores ambulantes y estacionarios.
Para garantizar planes de vivienda y seguridad social para los periodistas y
artistas colombianos, definidos en la Ley 25 de 1985, y
Para el deporte.
Para la protección y la asistencia de las personas de la tercera edad, y para la
atención especializada que requieran los disminuidos físicos, sensoriales y
síquicos.

PARÁGRAFO. No se podrá invertir más de un 20% del recurso destinado


en el numeral 4o de este artículo, en un mismo sector.

ARTICULO 360. La ley determinará las condiciones para la explotacion


de los recursos naturales no renovables así como los derechos de las
entidades territoriales sobre los mismos.
La explotación de un recurso natural no renovable causará a favor del
Estado, una contraprestación económica a título de regalía, sin perjuicio de
cualquier otro derecho o compensación que se pacte.
Los departamentos y municipios en cuyo territorio se adelanten explotaciones
de recursos naturales no renovables, así como los puertos marítimos y
fluviales por donde se transporten dichos recursos o productos derivados
de los mismos, tendrán derecho a participar en las regalías y
compensaciones.

626
COLÔMBIA

ARTICULO 361. Los ingresos provenientes de las regalías que no sean


asignados a los departamentos, municipios y distritos productores y portuarios,
y a Cormagdalena, se destinarán a las entidades territoriales, en los términos
que señale la ley.
Estos fondos se aplicarán así: el 56% a la ampliación de la cobertura con
calidad en educación preescolar, básica y media. El 36% para agua potable
y saneamiento básico, el 7% para el Fondo Nacional de Pensiones de las
Entidades Territoriales, y el 1% para inversión en la recuperación del río
Cauca.
En la ejecución de estos recursos se dará prioridad a la participación de los
destinados a la educación.
La ley, a iniciativa del Gobierno, reglamentará la materia.

PARÁGRAFO TRANSITORIO. Serán respetados los recursos


provenientes de regalías que se vincularon, por varias vigencias fiscales, para
atender compromisos adquiridos por las entidades territoriales.

ARTICULO 362. Los bienes y rentas tributarias o no tributarias o


provenientes de la explotación de monopolios de las entidades territoriales,
son de su propiedad exclusiva y gozan de las mismas garantías que la propiedad
y renta de los particulares.
Los impuestos departamentales y municipales gozan de protección
constitucional y en consecuencia la ley no podrá trasladarlos a la Nación,
salvo temporalmente en caso de guerra exterior.

ARTICULO 363. El sistema tributario se funda en los principios de equidad,


eficiencia y progresividad.
Las leyes tributarias no se aplicarán con retroactividad.

ARTICULO 364. El endeudamiento interno y externo de la Nación y de las


entidades territoriales no podrá exceder su capacidad de pago. La ley regulará
la materia.

627
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

CAPITULO V - DE LA FINALIDAD SOCIAL DEL ESTADO Y DE


LOS SERVICIOS PUBLICOS

ARTICULO 365. Los servicios públicos son inherentes a la finalidad social


del Estado. Es deber del Estado asegurar su prestación eficiente a todos los
habitantes del territorio nacional.
Los servicios públicos estarán sometidos al régimen jurídico que fije la ley,
podrán ser prestados por el Estado, directa o indirectamente, por comunidades
organizadas, o por particulares. En todo caso, el Estado mantendrá la
regulación, el control y la vigilancia de dichos servicios. Si por razones de
soberanía o de interés social, el Estado, mediante ley aprobada por la mayoría
de los miembros de una y otra cámara, por iniciativa del Gobierno decide
reservarse determinadas actividades estratégicas o servicios públicos, deberá
indemnizar previa y plenamente a las personas que en virtud de dicha ley,
queden privadas del ejercicio de una actividad lícita.

ARTICULO 366. El bienestar general y el mejoramiento de la calidad de


vida de la población son finalidades sociales del Estado. Será objetivo
fundamental de su actividad la solución de las necesidades insatisfechas de
salud, de educación, de saneamiento ambiental y de agua potable.
Para tales efectos, en los planes y presupuestos de la Nación y de las entidades
territoriales, el gasto público social tendrá prioridad sobre cualquier otra
asignación.

ARTICULO 367. La ley fijará las competencias y responsabilidades relativas


a la prestación de los servicios públicos domiciliarios, su cobertura, calidad y
financiación, y el régimen tarifario que tendrá en cuenta además de los criterios
de costos, los de solidaridad y redistribución de ingresos.
Los servicios públicos domiciliarios se prestarán directamente por cada
municipio cuando las características técnicas y económicas del servicio y las
conveniencias generales lo permitan y aconsejen, y los departamentos cumplirán
funciones de apoyo y coordinación.
La ley determinará las entidades competentes para fijar las tarifas.

ARTICULO 368. La Nación, los departamentos, los distritos, los municipios


y las entidades descentralizadas podrán conceder subsidios, en sus respectivos
presupuestos, para que las personas de menores ingresos puedan pagar las

628
COLÔMBIA

tarifas de los servicios públicos domiciliarios que cubran sus necesidades


básicas.

ARTICULO 369. La ley determinará los deberes y derechos de los usuarios,


el régimen de su protección y sus formas de participación en la gestión y
fiscalización de las empresas estatales que presten el servicio. Igualmente
definirá la participación de los municipios o de sus representantes, en las
entidades y empresas que les presten servicios públicos domiciliarios.

ARTICULO 370. Corresponde al Presidente de la República señalar, con


sujeción a la ley, las políticas generales de administración y control de eficiencia
de los servicios públicos domiciliarios y ejercer por medio de la
Superintendencia de Servicios Públicos Domiciliarios, el control, la inspección
y vigilancia de las entidades que los presten.

CAPITULO VI - DE LA BANCA CENTRAL.

ARTICULO 371. El Banco de la República ejercerá las funciones de banca


central. Estará organizado como persona jurídica de derecho público, con
autonomía administrativa, patrimonial y técnica, sujeto a un régimen legal
propio.
Serán funciones básicas del Banco de la República: regular la moneda, los
cambios internacionales y el crédito; emitir la moneda legal; administrar las
reservas internacionales; ser prestamista de última instancia y banquero de
los establecimientos de crédito; y servir como agente fiscal del gobierno.
Todas ellas se ejercerán en coordinación con la política económica general.
El Banco rendirá al Congreso informe sobre la ejecución de las políticas a su
cargo y sobre los demás asuntos que se le soliciten.

ARTICULO 372. Los miembros de dedicación exclusiva de la Junta Directiva


del Banco de la República, no podrán aceptar cargo directivo o prestar sus
servicios a entidades de carácter financiero de todo orden, dentro del año
siguiente a su renuncia al cargo o terminación del período para el cual fueron
nombrados.

ARTICULO 373. El Estado, por intermedio del Banco de la República,


velará por el mantenimiento de la capacidad adquisitiva de la moneda. El

629
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Banco no podrá establecer cupos de crédito, ni otorgar garantías a favor de


particulares, salvo cuando se trate de intermediación de crédito externo para
su colocación por medio de los establecimientos de crédito, o de apoyos
transitorios de liquidez para los mismos. Las operaciones de financiamiento a
favor del Estado requerirán la aprobación unánime de la junta directiva, a
menos que se trate de operaciones de mercado abierto. El legislador, en
ningún caso, podrá ordenar cupos de crédito a favor del Estado o de los
particulares.

TITULO XIII - DE LA REFORMA DE LA CONSTITUCION

ARTICULO 374. La Constitución Política podrá ser reformada por el


Congreso, por una Asamblea Constituyente o por el pueblo mediante
referendo.

ARTICULO 375. Podrán presentar proyectos de acto legislativo el


Gobierno, diez (10) miembros del Congreso, el quince por ciento (15%) de
los concejales o de los diputados, y los ciudadanos al menos el cinco por
ciento (5%) del censo electoral.
El trámite del proyecto tendrá lugar en dos períodos ordinarios y consecutivos.
Aprobado en el primero de ellos por la mayoría de los asistentes, el proyecto
será publicado por el Gobierno. En el segundo período la aprobación requerirá
el voto de la mayoría de los miembros de cada Cámara.
En este segundo período sólo podrán debatirse iniciativas presentadas en el
primero.

ARTICULO 376. Mediante ley aprobada por mayoría de los miembros de


una y otra Cámara, el Congreso podrá disponer que el pueblo en votación
popular decida si convoca una Asamblea Constituyente con la competencia,
el período y la composición que la misma ley determine.
Se entenderá que el pueblo convoca la Asamblea, si así lo aprueba, cuando
menos, una tercera parte de los integrantes del censo electoral. La Asamblea
deberá ser elegida por el voto directo de los ciudadanos, en acto electoral
que no podrá coincidir con otro. A partir de la elección quedará en suspenso
la facultad ordinaria del Congreso para reformar la Constitución durante el
término señalado para que la Asamblea cumpla sus funciones. La Asamblea
adoptará su propio reglamento.

630
COLÔMBIA

ARTICULO 377. Deberán someterse a referendo las reformas


constitucionales aprobadas por el Congreso, cuando se refieran a los derechos
reconocidos en el Capítulo 1 del Título II y a sus garantías, a los procedimientos
de participación popular, o al Congreso, si así lo solicita, dentro de los seis
meses siguientes a la promulgación del Acto Legislativo, un cinco por ciento
de los ciudadanos que integren el censo electoral. La reforma se entenderá
derogada por el voto negativo de la mayoría de los sufragantes, siempre que
en la votación hubiere participado al menos la cuarta parte del censo electoral.

ARTICULO 378. Por iniciativa del Gobierno o de los ciudadanos en las


condiciones del artículo 155, el Congreso, mediante ley que requiere la
aprobación de la mayoría de los miembros de ambas Cámaras, podrá someter
a referendo un proyecto de reforma constitucional que el mismo Congreso
incorpore a la ley. El referendo será presentado de manera que los electores
puedan escoger libremente en el temario o articulado qué votan positivamente
y qué votan negativamente.
La aprobación de reformas a la Constitución por vía de referendo requiere el
voto afirmativo de más de la mitad de los sufragantes, y que el número de
éstos exceda de la cuarta parte del total de ciudadanos que integren el censo
electoral.

ARTICULO 379. Los Actos Legislativos, la convocatoria a referendo, la


consulta popular o el acto de convocación de la Asamblea Constituyente,
sólo podrán ser declarados inconstitucionales cuando se violen los requisitos
establecidos en este título.
La acción pública contra estos actos sólo procederá dentro del año siguiente a
su promulgación, con observancia de lo dispuesto en el artículo 241 numeral 2.

ARTICULO 380. Queda derogada la Constitución hasta ahora vigente con


todas sus reformas. Esta Constitución rige a partir del día de su promulgación.

DISPOSICIONES TRANSITORIAS

CAPITULO I.

ARTICULO TRANSITORIO 1º. Convócase a elecciones generales del


Congreso de la República para el 27 de octubre de 1991.

631
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

El Congreso así elegido, tendrá el período que termina el 19 de julio de


1994.
La Registraduría del Estado Civil, abrirá un período de inscripción de cédulas
de ciudadanía.

ARTICULO TRANSITORIO 2º. No podrán ser candidatos en dicha


elección los delegatarios de la Asamblea Constituyente de pleno derecho ni
los actuales Ministros del Despacho.
Tampoco podrán serlo los funcionarios de la Rama Ejecutiva que no hubieren
renunciado a su cargo antes del 14 de junio de 1991.

ARTICULO TRANSITORIO 3º. Mientras se instala, el 1 de diciembre


de 1991 el nuevo congreso, el actual y sus comisiones entrarán en receso y
no podrán ejercer ninguna de sus atribuciones ni por iniciativa propia ni por
convocatoria del Presidente de la República.

ARTICULO TRANSITORIO 4º. El Congreso elegido el 27 de octubre


de 1991 sesionará ordinariamente así:
Del 1o. al 20 de diciembre de 1991 y del 14 de enero al 26 de junio de 1992.
A partir del 20 de julio de 1992 su régimen de sesiones será el prescrito en
esta Constitución.

ARTICULO TRANSITORIO 5º. Revístese al Presidente de la República


de precisas facultades extraordinarias para:
a. Expedir las normas que organicen la Fiscalía General y las normas de
procedimiento penal;
b. Reglamentar el derecho de tutela;
c. Tomar las medidas administrativas necesarias para el funcionamiento de la
Corte Constitucional y el Consejo Superior de la Judicatura:
d. Expedir el Presupuesto General de la Nación para la vigencia de 1992;
e. Expedir normas transitorias para descongestionar los despachos judiciales.

ARTICULO TRANSITORIO 6º. Créase una Comisión Especial de


treinta y seis miembros elegidos por cuociente electoral por la Asamblea
Nacional Constituyente, la mitad de los cuales podrán ser Delegatarios,
que se reunirá entre el 15 de julio y el 4 de octubre de 1991 y entre el 18
de noviembre de 1991 y el día de la instalación del nuevo Congreso. La

632
COLÔMBIA

elección se realizará en sesión convocada para este efecto el 4 de julio de


1991.
Esta Comisión Especial tendrá las siguientes atribuciones:
a. Improbar por la mayoría de sus miembros, en todo o en parte, los proyectos
de decreto que prepare el Gobierno Nacional en ejercicio de las facultades
extraordinarias concedidas al Presidente de la República por el artículo anterior
y en otras disposiciones del presente Acto Constituyente, excepto los de
nombramientos.
Los artículos improbados no podrán ser expedidos por el Gobierno.
b. Preparar los proyectos de ley que considere convenientes para desarrollar
la Constitución. La Comisión Especial podrá presentar dichos proyectos para
que sean debatidos y aprobados por el Congreso de la República.
c. Reglamentar su funcionamiento.

PARÁGRAFO. Si la Comisión Especial no aprueba antes del 15 de diciembre


de 1991 el proyecto de presupuesto para la vigencia fiscal de 1992, regirá el
del año anterior, pero el Gobierno podrá reducir gastos, y, en consecuencia,
suprimir o fusionar empleos, cuando así lo aconsejen los cálculos de rentas
del nuevo ejercicio.

ARTICULO TRANSITORIO 7º. El Presidente de la República designará


un representante del Gobierno ante la Comisión Especial, que tendrá voz e
iniciativa.

ARTICULO TRANSITORIO 8º. Los decretos expedidos en ejercicio


de las facultades de Estado de Sitio hasta la fecha de promulgación del
presente Acto Constituyente, continuarán rigiendo por un plazo máximo de
noventa días, durante los cuales el Gobierno Nacional podrá convertirlos
en legislación permanente, mediante decreto, si la Comisión Especial no los
imprueba.

ARTICULO TRANSITORIO 9º. Las facultades extraordinarias para cuyo


ejercicio no se hubiere señalado plazo especial, expirarán quince días después
de que la Comisión Especial cese definitivamente en sus funciones.

ARTICULO TRANSITORIO 10. Los decretos que expida el Gobierno


en ejercicio de las facultades otorgadas en los anteriores artículos tendrán

633
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

fuerza de ley y su control de constitucionalidad corresponderá a la Corte


Constitucional.

ARTICULO TRANSITORIO 11. Las facultades extraordinarias a que se


refiere el Artículo Transitorio 5, cesarán el día en que se instale el Congreso
elegido el 27 de octubre de 1991.
En la misma fecha la comisión especial creada por el artículo transitorio 6
también cesará en sus funciones.

ARTICULO TRANSITORIO 12. Con el fin de facilitar la reincorporación


a la vida civil de los grupos guerrilleros que se encuentren vinculados
decididamente a un proceso de paz bajo la dirección del Gobierno, éste
podrá establecer, por una sola vez, circunscripciones especiales de paz
para las elecciones a corporaciones públicas que tendrán lugar el 27 de
octubre de 1991, o nombrar directamente por una sola vez, un número
plural de Congresistas en cada Cámara en representación de los
mencionados grupos en proceso de paz y desmovilizados.
El número será establecido por el Gobierno Nacional, según valoración
que haga de las circunstancias y del avance del proceso. Los nombres de
los Senadores y Representantes a que se refiere este artículo serán
convenidos entre el Gobierno y los grupos guerrilleros y su designación
corresponderá al Presidente de la República.
Para los efectos previstos en este artículo, el Gobierno podrá no tener en
cuenta determinadas inhabilidades y requisitos necesarios para ser
Congresista.

ARTICULO TRANSITORIO 13. Dentro de los tres años siguientes a la


entrada en vigencia de esta Constitución, el Gobierno podrá dictar las
disposiciones que fueren necesarias para facilitar la reinserción de grupos
guerrilleros desmovilizados que se encuentren vinculados a un proceso de
paz bajo su dirección; para mejorar las condiciones económicas y sociales
de las zonas donde ellos estuvieran presentes; y para proveer a la organización
territorial, organización y competencia municipal, servicios públicos y
funcionamiento e integración de los cuerpos colegiados municipales en dichas
zonas.
El Gobierno Nacional entregará informes periódicos al Congreso de la
República sobre el cumplimiento y desarrollo de este artículo.

634
COLÔMBIA

ARTICULO TRANSITORIO 14. Dentro de la legislatura que se inicia el


primero de diciembre de 1991, el Congreso Nacional, el Senado de la
República y la Cámara de Representantes expedirán su respectivo reglamento.
De no hacerlo, lo expedirá el Consejo de Estado, dentro de los tres meses
siguientes.

ARTICULO TRANSITORIO 15. La primera elección de Vicepresidente


de la República se efectuará en el año de 1994. Entre tanto, para suplir las
faltas absolutas o temporales del Presidente de la República se conservará el
anterior sistema de Designado, por lo cual, una vez vencido el período del
elegido en 1990, el Congreso en pleno elegirá uno nuevo para el período de
1992-1994.

ARTICULO TRANSITORIO 16. Salvo los casos que señale la


Constitución, la primera elección popular de gobernadores se celebrará el 27
de octubre de 1991.
Los gobernadores elegidos en esa fecha tomarán posesión el 2 de enero de
1992.

ARTICULO TRANSITORIO 17. La primera elección popular de


Gobernadores en los departamentos del Amazonas, Guaviare, Guainía,
Vaupés, y Vichada se hará a más tardar en 1997.
La ley puede fijar una fecha anterior. Hasta tanto, los gobernadores de los
mencionados departamentos serán designados y podrán ser removidos por
el Presidente de la República.

ARTICULO TRANSITORIO 18. Mientras la ley establece el régimen de


inhabilidades para los gobernadores, en las elecciones del 27 de octubre de
1991 no podrán ser elegidos como tales:
1. Quienes en cualquier época hayan sido condenados por sentencia judicial
a pena privativa de la libertad, con excepción de quienes lo hubieran sido por
delitos políticos o culposos.
2. Quienes dentro de los seis meses anteriores a la elección hubieren ejercido
como empleados públicos jurisdicción o autoridad política, civil, administrativa
o militar a nivel nacional o en el respectivo departamento.
3. Quienes estén vinculados por matrimonio o parentesco dentro del tercer
grado de consanguinidad, segundo de afinidad o primero civil con quienes se

635
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

inscriban como candidatos en las mismas elecciones a Congreso de la


República.
4. Quienes dentro de los seis meses anteriores a la elección, hayan intervenido
en la gestión de asuntos o en la celebración de contratos con entidades
públicas, en su propio interés o en interés de terceros.
La prohibición establecida en el numeral dos de este artículo no se aplica a
los miembros de la Asamblea Nacional Constituyente.

ARTICULO TRANSITORIO 19. Los alcaldes, concejales y diputados


que se elijan en 1992 ejercerán sus funciones hasta el 31 de diciembre de
1994.

CAPITULO II.

ARTICULO TRANSITORIO 20. El Gobierno Nacional, durante el término


de dieciocho meses contados a partir de la entrada en vigencia de esta
Constitución y teniendo en cuenta la evaluación y recomendaciones de una
Comisión conformada por tres expertos en Administración Pública o Derecho
Administrativo designados por el Consejo de Estado; tres miembros
designados por el Gobierno Nacional y uno en representación de la
Federación Colombiana de Municipios, suprimirá, fusionará o reestructurará
las entidades de la rama ejecutiva, los establecimientos públicos, las empresas
industriales y comerciales y las sociedades de economía mixta del orden
nacional, con el fin de ponerlas en consonancia con los mandatos de la presente
reforma constitucional y, en especial, con la redistribución de competencias y
recursos que ella establece.

ARTICULO TRANSITORIO 21. Las normas legales que desarrollen los


principios consignados en el artículo 125 de la Constitución serán expedidas
por el Congreso dentro del año siguiente a su instalación. Si en este plazo el
Congreso no las dicta, el Presidente de la República queda facultado para
expedirlas en un término de tres meses.
A partir de la expedición de las normas legales que regulen la carrera, los
nominadores de los servidores públicos la aplicarán en un término de seis
meses.
El incumplimiento de los términos señalados en el inciso anterior será causal
de mala conducta.

636
COLÔMBIA

Mientras se expiden las normas a que hace referencia este artículo, continuarán
vigentes las que regulan actualmente la materia en cuanto no contraríen la
Constitución.

CAPITULO III.

ARTICULO TRANSITORIO 22. Mientras la ley no fije otro número, la


primera Corte Constitucional estará integrada por siete magistrados que serán
designados para un período de un año así:
Dos por el Presidente de la República;
Uno por la Corte Suprema de Justicia;
Uno por el Consejo de Estado, y
Uno por el Procurador General de la Nación.
Los magistrados así elegidos designarán los dos restantes, de ternas que
presentará el Presidente de la República.
La elección de los Magistrados que corresponde a la Corte Suprema de
Justicia, al Consejo de Estado, al Presidente de la República y al Procurador
General de la Nación, deberá hacerse dentro de los cinco días siguientes a la
entrada en vigencia de esta Constitución. El incumplimiento de este deber
será causal de mala conducta y si no se efectuare la elección por alguno de
los órganos mencionados en dicho término, la misma se hará por los
magistrados restantes debidamente elegidos.

PARÁGRAFO 1º. Los miembros de la Asamblea Constituyente no podrán


ser designados Magistrados de la Corte Constitucional en virtud de este
procedimiento extraordinario.

PARÁGRAFO 2º. La inhabilidad establecida en el artículo 240 para los


Ministros y Magistrados de la Corte Suprema de Justicia y del Consejo de
Estado no es aplicable para la integración inmediata de la Corte Constitucional
que prevé este artículo.

ARTICULO TRANSITORIO 23. Revístese al Presidente de la República


de precisas facultades extraordinarias para que dentro de los dos meses
siguientes a la promulgación de la Constitución dicte mediante decreto, el
régimen procedimental de los juicios y actuaciones que deban surtirse ante la
Corte Constitucional.

637
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

En todo tiempo el Congreso podrá derogar o modificar las normas así


establecidas.
Mientras se expide el decreto previsto en el inciso primero, el funcionamiento
de la Corte Constitucional y el trámite y despacho de los asuntos a su cargo,
se regirán por las normas pertinentes del decreto 432 de 1969.

ARTICULO TRANSITORIO 24. Las acciones públicas de


inconstitucionalidad instauradas antes del 1 de junio de 1991 continuarán
siendo tramitadas y deberán ser decididas por la Corte Suprema de Justicia,
dentro de los plazos señalados en el decreto 432 de 1969.
Las que se hubieren iniciado con posterioridad a la fecha citada, deberán ser
remitidas a la Corte Constitucional en el estado en que se encuentren.
Una vez sean fallados todos los procesos por la Corte Suprema de Justicia
conforme al inciso primero del presente artículo, su Sala Constitucional cesará
en el ejercicio de sus funciones.

ARTICULO TRANSITORIO 25. El Presidente de la República designará


por primera y única vez a los miembros de la Sala Disciplinaria del Consejo
Superior de la Judicatura.
La Sala Administrativa será integrada con arreglo a lo dispuesto en el numeral
primero del artículo 254 de la Constitución.

ARTICULO TRANSITORIO 26. Los procesos que se adelanten


actualmente en el Tribunal Disciplinario, continuarán tramitándose sin
interrupción alguna por los magistrados de dicha corporación y pasarán al
conocimiento de la sala disciplinaria del Consejo Superior de la Judicatura
desde la instalación de la misma.

ARTICULO TRANSITORIO 27. La Fiscalía General de la Nación entrará


a funcionar cuando se expidan los decretos extraordinarios que la organicen
y los que establezcan los nuevos procedimientos penales, en desarrollo de las
facultades concedidas por la Asamblea Nacional Constituyente al Presidente
de la República.
En los decretos respectivos se podrá, sin embargo, disponer que la
competencia de los distintos despachos judiciales se vaya asignando a medida
que las condiciones concretas lo permitan, sin exceder del 30 de junio de
1992, salvo para los jueces penales municipales, cuya implantación se podrá

638
COLÔMBIA

extender por el término de cuatro años contados a partir de la expedición de


esta reforma, según lo dispongan el Consejo Superior de la Judicatura y el
Fiscal General de la Nación.
Las actuales fiscalías de los juzgados superiores, penales del circuito y
superiores de aduana, y de orden público, pasarán a la Fiscalía General de la
Nación. Las demás fiscalías se incorporarán a la estructura orgánica y a la
planta de personal de la Procuraduría. El Procurador General señalará la
denominación, funciones y sedes de estos servidores públicos, y podrá designar
a quienes venían ejerciendo dichos cargos, conservando su remuneración y
régimen prestacional.
La Procuraduría Delegada en lo Penal continuará en la estructura de la
Procuraduría General de la Nación.
Igualmente pasarán a la Fiscalía General de la Nación, la dirección nacional y
las direcciones seccionales de instrucción criminal, el cuerpo técnico de policía
judicial, y los juzgados de instrucción criminal de la justicia ordinaria, de orden
público y penal aduanera.
La Dirección Nacional de Medicina Legal del Ministerio de Justicia, con sus
dependencias seccionales, se integrará a la Fiscalía General como
establecimiento público adscrito a la misma.
Las dependencias que se integren a la Fiscalía General pasarán a ella con
todos sus recursos humanos y materiales, en los términos que señale la ley
que la organice.

ARTICULO TRANSITORIO 28. Mientras se expide la ley que atribuya


a las autoridades judiciales el conocimiento de los hechos punibles sancionables
actualmente con pena de arresto por las autoridades de policía, éstas
continuarán conociendo de los mismos.

ARTICULO TRANSITORIO 29. Para la aplicación en cualquier tiempo


de las normas que prohiben la reelección de los magistrados de la Corte
Constitucional, de la Corte Suprema de Justicia y del Consejo de Estado,
sólo se tomarán en cuenta las elecciones que se produzcan con posterioridad
a la promulgación de la presente reforma.

ARTICULO TRANSITORIO 30. Autorízase al Gobierno Nacional para


conceder indultos o amnistías por delitos políticos y conexos, cometidos con
anterioridad a la promulgación del presente Acto Constituyente, a miembros

639
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

de grupos guerrilleros que se reincorporen a la vida civil en los términos de la


política de reconciliación. Para tal efecto el Gobierno Nacional expedirá las
reglamentaciones correspondientes. Este beneficio no podrá extenderse a
delitos atroces ni a homicidios cometidos fuera de combate o aprovechándose
del estado de indefensión de la víctima.

CAPITULO IV

ARTICULO TRANSITORIO 31. Transcurrido un mes desde la instalación


del Congreso elegido el 27 de octubre de 1991, el Consejo de Estado elegirá
los miembros del Consejo Nacional Electoral en proporción a la representación
que alcancen los partidos y movimientos políticos en el Congreso de la
República.
Dicho Consejo permanecerá en ejercicio de sus funciones hasta el 1 de
septiembre de 1994.

ARTICULO TRANSITORIO 32. Mientras se integra el Consejo Nacional


Electoral en los términos que establece la Constitución, la composición actual
de este órgano será ampliada con cuatro miembros designados por el Consejo
de Estado, de ternas presentadas por los partidos y movimientos que no se
encuentren representados en aquel, en la proporción de los resultados de las
elecciones celebradas el 9 de diciembre de 1990, otorgando dos a la lista
mayoritaria y uno a cada una de las listas no representadas que le siguieron en
votos. Tales nombramientos deberán hacerse antes del quince de julio de
1991.

ARTICULO TRANSITORIO 33. El período del actual Registrador


Nacional del Estado Civil concluye el 30 de septiembre de 1994.
El período del Registrador Nacional del Estado Civil a que se refiere esta
Constitución empezará a contarse a partir del 1o. de octubre de 1994.

ARTICULO TRANSITORIO 34. El Presidente de la República, en un


plazo no mayor de ocho días hábiles contados a partir de la promulgación de
esta Constitución, designará, por un período de tres años un ciudadano que
tendrá la función de impedir de oficio, o a petición de parte, el uso de recursos
originalmente provenientes del tesoro público, o del exterior, en las campañas
electorales que se efectúen en el término indicado, exceptuando la financiación

640
COLÔMBIA

de las campañas electorales conforme a la Constitución o la ley. Para este


efecto tendrá derecho a pedir y a obtener la colaboración de la
Procuraduría General de la Nación, de la Contraloría General de la
República, de todas las entidades públicas que ejerzan atribuciones de
control y vigilancia y de los organismos que ejerzan funciones de policía
judicial.
El Presidente de la República reglamentará esta norma y le prestará al
ciudadano designado todo el apoyo administrativo y financiero que le
fuere indispensable.

ARTICULO TRANSITORIO 35. El Consejo Nacional Electoral


reconocerá automáticamente personería jurídica a los partidos y
movimientos políticos representados en la Asamblea Nacional
Constituyente que se lo soliciten.

CAPITULO V.

ARTICULO TRANSITORIO 36. Los actuales Contralor General de


la República y Procurador General de la Nación continuarán en el ejercicio
de sus cargos, hasta tanto el Congreso elegido para el período
constitucional de 1994-1998, realice la nueva elección, la que deberá
hacer dentro de los primeros treinta días siguientes a su instalación.

ARTICULO TRANSITORIO 37. El primer Defensor del Pueblo será


elegido por el Procurador General de la Nación, de terna enviada por el
Presidente de la República, en un plazo no mayor de treinta días.

CAPITULO VI.

ARTICULO TRANSITORIO 38. El Gobierno organizará e integrará,


en el término de seis meses, una Comisión de Ordenamiento Territorial,
encargada de realizar los estudios y formular ante las autoridades
competentes las recomendaciones que considere del caso para acomodar
la división territorial del país a las disposiciones de la Constitución. La
Comisión cumplirá sus funciones durante un período de tres años, pero la
ley podrá darle carácter permanente. En este caso, la misma ley fijará la
periodicidad con la cual presentará sus propuestas.

641
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ARTICULO TRANSITORIO 39. Revístese al Presidente de la República


de precisas facultades extraordinarias, por un término de tres meses, para
expedir decretos con fuerza de ley mediante los cuales se asegure la debida
organización y el funcionamiento de los nuevos departamentos erigidos como
tales en la Constitución.
En ejercicio de estas facultades el Gobierno podrá suprimir las instituciones
nacionales encargadas de la administración de las antiguas intendencias y
comisarías y asignar a las entidades territoriales los bienes nacionales que a
juicio del Gobierno deban pertenecerles.

ARTICULO TRANSITORIO 40. Son válidas las creaciones de municipios


hechas por las Asambleas Departamentales antes del 31 de diciembre de
1990.

ARTICULO TRANSITORIO 41. Si durante los dos años siguientes a la


fecha de promulgación de esta Constitución, el Congreso no dicta la ley a
que se refieren los artículos 322, 323 y 324, sobre régimen especial para el
Distrito Capital de Santa Fe de Bogotá, el Gobierno, por una sola vez expedirá
las normas correspondientes.

ARTICULO TRANSITORIO 42. Mientras el Congreso expide las leyes


de que trata el artículo 310 de la Constitución, el Gobierno adoptará por
decreto, las reglamentaciones necesarias para controlar la densidad de
población del Departamento Archipiélago de San Andrés, Providencia y Santa
Catalina, en procura de los fines expresados en el mismo artículo.

CAPITULO VII.

ARTICULO TRANSITORIO 43. Para financiar el funcionamiento de las


nuevas instituciones y atender las obligaciones derivadas de la reforma
constitucional que no hayan sido compensadas por disminución de gastos o
traslados de responsabilidades, el Congreso podrá, por una sola vez disponer
ajustes tributarios cuyo producto se destine exclusivamente a la Nación.
Si en un plazo de dieciocho meses, contados a partir de la instalación del
Congreso, éste no ha efectuado tales ajustes fiscales y es evidente que los
esfuerzos de la administración para hacer más eficiente el recaudo y para
disminuir el gasto público a nivel nacional no han sido suficientes para cubrir

642
COLÔMBIA

los nuevos gastos, el Gobierno Nacional podrá, por una sola vez, mediante
decreto con fuerza de ley, realizar dichos ajustes.

ARTICULO TRANSITORIO 44. El situado fiscal para el año de 1992 no


será inferior al de 1991 en pesos constantes.

ARTICULO TRANSITORIO 45. Los distritos y municipios percibirán


como mínimo, durante la vigencia fiscal de 1992, las participaciones en el
impuesto al valor agregado IVA establecidas en la ley 12 de 1986. A partir de
1993 entrará a regir lo dispuesto en el artículo 357 de la Constitución, sobre
participación de los municipios en los ingresos corrientes de la Nación.
La ley, sin embargo, establecerá un régimen gradual y progresivo de transición
a partir de 1993 y por un período de tres años, al cabo del cual entrarán en
vigencia los nuevos criterios de distribución señalados en el citado artículo.
Durante el período de transición el valor que reciban los distritos y municipios
por concepto de participaciones no será inferior, en ningún caso, al percibido
en 1992, en pesos constantes.

ARTICULO TRANSITORIO 46. El Gobierno Nacional pondrá en


funcionamiento, por un período de cinco años, un fondo de solidaridad y
emergencia social, adscrito a la Presidencia de la República. Este fondo
financiará proyectos de apoyo a los sectores más vulnerables de la población
colombiana.
El fondo deberá buscar, además, recursos de cooperación nacional e
internacional.

ARTICULO TRANSITORIO 47. La ley organizará para las zonas afectadas


por aguda violencia, un plan de seguridad social de emergencia, que cubrirá
un período de tres años.

ARTICULO TRANSITORIO 48. Dentro de los tres meses siguientes a la


instalación del Congreso de la República el Gobierno presentará los proyectos
de ley relativos al régimen jurídico de los servicios públicos; a la fijación de
competencias y criterios generales que regirán la prestación de los servicios
públicos domiciliarios, así como su financiamiento y régimen tarifario; al régimen
de participación de los representantes de los municipios atendidos y de los
usuarios en la gestión y fiscalización de las empresas estatales que presten los

643
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

servicios, así como los relativos a la protección, deberes y derechos de aquellos


y al señalamiento de las políticas generales de administración y control de
eficiencia de los servicios públicos domiciliarios.
Si al término de las dos siguientes legislaturas no se expidieren las leyes
correspondientes, el Presidente de la República pondrá en vigencia los
proyectos mediante decretos con fuerza de ley.

ARTICULO TRANSITORIO 49. En la primera legislatura posterior a la


entrada en vigencia de esta Constitución, el Gobierno presentará al Congreso
los proyectos de ley de que tratan los artículos 150 numeral 19 literal d, 189
numeral 24 y 335, relacionados con las actividades financiera, bursátil,
aseguradora y cualquiera otra relacionada con el manejo, aprovechamiento e
inversión de recursos captados del público.
Si al término de las dos legislaturas ordinarias siguientes, este último no los
expide, el Presidente de la Republica pondrá en vigencia los proyectos,
mediante decretos con fuerza de ley.

ARTICULO TRANSITORIO 50. Mientras se dictan las normas generales


a las cuales debe sujetarse el Gobierno para regular la actividad financiera,
bursátil, aseguradora y cualquier otra relacionada con el manejo,
aprovechamiento e inversión de los recursos captados del público, el
Presidente de la República ejercerá, como atribución constitucional propia,
la intervención en estas actividades.

ARTICULO TRANSITORIO 51. Mientras se dicten las leyes


correspondientes, la nueva Junta del Banco de la República que nombrará
provisionalmente el Presidente dentro del mes siguiente a la entrada en vigencia
de esta Constitución, asumirá las funciones que actualmente corresponden a
la Junta Monetaria, las cuales cumplirá conforme a lo previsto en la
Constitución.
La ley determinará las entidades a las cuales se trasladarán los fondos de
fomento administrados por el Banco, el cual, entre tanto, continuará cumpliendo
esta función.
El Gobierno presentará al Congreso, al mes siguiente de su instalación, el
proyecto de ley relativo al ejercicio de las funciones del Banco y a las normas
con sujeción a las cuales el Gobierno expedirá sus estatutos de conformidad
con el artículo 372 de la Constitución.

644
COLÔMBIA

Si cumplido un año de la presentación de este proyecto no se ha expedido la


ley correspondiente, el Presidente de la República lo pondrá en vigencia
mediante Decreto con fuerza de ley.

ARTICULO TRANSITORIO 52. A partir de la entrada en vigencia de


esta Constitución, la Comisión Nacional de Valores tendrá el carácter de
Superintendencia. El Gobierno Nacional dispondrá lo necesario para la
adecuación de dicha institución a su nueva naturaleza, sin perjuicio de lo que
al respecto podrá disponer el Gobierno en desarrollo de lo establecido en el
artículo transitorio 20.

ARTICULO TRANSITORIO 53. El Gobierno tomará las decisiones


administrativas y hará los traslados presupuestales que fueren necesarios para
asegurar el normal funcionamiento de la Corte Constitucional.

CAPITULO VIII.

ARTICULO TRANSITORIO 54. Adóptanse, para todos los efectos


constitucionales y legales, los resultados del Censo Nacional de Población y
Vivienda realizado el 15 de octubre de 1985.

ARTICULO TRANSITORIO 55. Dentro de los dos años siguientes a la


entrada en vigencia de la presente Constitución, el Congreso expedirá, previo
estudio por parte de una comisión especial que el Gobierno creará para tal
efecto, una ley que les reconozca a las comunidades negras que han venido
ocupando tierras baldías en las zonas rurales ribereñas de los ríos de la Cuenca
del Pacífico, de acuerdo con sus prácticas tradicionales de producción, el derecho
a la propiedad colectiva sobre las áreas que habrá de demarcar la misma ley.
En la comisión especial de que trata el inciso anterior tendrán participación en
cada caso representantes elegidos por las comunidades involucradas.
La propiedad así reconocida sólo será enajenable en los términos que señale la ley.
La misma ley establecerá mecanismos para la protección de la identidad
cultural y los derechos de estas comunidades, y para el fomento de su
desarrollo económico y social.

PARÁGRAFO 1º. Lo dispuesto en el presente artículo podrá aplicarse a


otras zonas del país que presenten similares condiciones, por el mismo

645
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

procedimiento y previos estudio y concepto favorable de la comisión especial


aquí prevista.

PARÁGRAFO 2º. Si al vencimiento del término señalado en este artículo el


Congreso no hubiere expedido la ley a la que él se refiere, el Gobierno
procederá a hacerlo dentro de los seis meses siguientes, mediante norma con
fuerza de ley.

ARTICULO TRANSITORIO 56. Mientras se expide la ley a que se refiere


el artículo 329, el Gobierno podrá dictar las normas fiscales necesarias y las
demás relativas al funcionamiento de los territorios indígenas y su coordinación
con las demás entidades territoriales.

ARTICULO TRANSITORIO 57. El Gobierno formará una comisión


integrada por representantes del Gobierno, los sindicatos, los gremios
económicos, los movimientos políticos y sociales, los campesinos y los
trabajadores informales, para que en un plazo de ciento ochenta días a partir
de la entrada en vigencia de esta Constitución, elabore una propuesta que
desarrolle las normas sobre seguridad social.
Esta propuesta servirá de base al Gobierno para la preparación de los
proyectos de ley que sobre la materia deberá presentar a consideración del
Congreso.

ARTICULO TRANSITORIO 58. Autorízase al Gobierno Nacional para


ratificar los tratados o convenios celebrados que hubiesen sido aprobados, al
menos, por una de las Cámaras del Congreso de la República.

ARTICULO TRANSITORIO 59. La presente Constitución y los demás


actos promulgados por esta Asamblea Constituyente no están sujetos a control
jurisdiccional alguno.

ARTICULO TRANSITORIO 60. Para los efectos de la aplicación de los


artículos 346 y 355 constitucionales y normas concordantes, el Plan Nacional
de Desarrollo para los años 1993 y 1994 y hasta cuando entre en vigencia el
aprobado por el Congreso de la República, en los términos y condiciones
establecidos en la actual Constitución Política, será el que corresponda a las
leyes anuales del Presupuesto de Rentas y de Apropiaciones de la Nación. El

646
COLÔMBIA

proyecto de ley respectivo presentado por el Gobierno desarrollará los


programas, proyectos y planes aprobados por el Consejo Nacional de Política
Económica y Social, Conpes.
Tratándose de Planes de Desarrollo Departamentales, Distritales y Municipales
serán considerados los aprobados por la respectiva Corporación Pública
Territorial.
Si presentado el Proyecto del Plan de Desarrollo por el respectivo Jefe de
Administración de la entidad territorial, no fuere expedido por la Corporación
Pública antes del vencimiento del siguiente período de sesiones ordinarias a
la vigencia de este Acto legislativo, aquél por medio de Decreto le impartirá
su validez legal. Dicho Plan regirá por el término establecido en la ley.

ARTICULO TRANSITORIO. La Comisión Especial creada por el artículo


38 transitorio también sesionará entre el 1º. y el 30 de noviembre de 1991,
fecha en la cual cesará en sus funciones.

CONSTANCIA

El suscrito como Secretario de la Asamblea Nacional Constituyente durante


el período reglamentario deja constancia que firma la Constitución Política de
Colombia de 1991 en dicho carácter, después de haber revisado el texto
definitivo y encontrado que él corresponde esencialmente al articulado
aprobado en segundo debate por la mencionada corporación en sus sesiones
de los días 28, 29 y 30 de junio y 1º., 2º., y 3º., de julio de 1991. Ese solo
alcance tiene su refrendación al hacerlo en la fecha.

647
Equador

CONSTITUCIÓN DE LA REPÚBLICA DEL ECUADOR (2008)

PREÁMBULO

NOSOTRAS Y NOSOTROS, el pueblo soberano del Ecuador


RECONOCIENDO nuestras raíces milenarias, forjadas por mujeres y
hombres de distintos pueblos,
CELEBRANDO a la naturaleza, la Pacha Mama, de la que somos parte y
que es vital para nuestra existencia,
INVOCANDO el nombre de Dios y reconociendo nuestras diversas formas
de religiosidad y espiritualidad,
APELANDO a la sabiduría de todas las culturas que nos enriquecen como
sociedad,
COMO HEREDEROS de las luchas sociales de liberación frente a todas las
formas de dominación y colonialismo, y con un profundo compromiso con el
presente y el futuro,
Decidimos construir
Una nueva forma de convivencia ciudadana, en diversidad y armonía con la
naturaleza, para alcanzar el buen vivir, el sumak kawsay;
Una sociedad que respeta, en todas sus dimensiones, la dignidad de las
personas y las colectividades;

649
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Un país democrático, comprometido con la integración latinoamericana –


sueño de Bolívar y Alfaro -, la paz y la solidaridad con todos los pueblos de
la tierra;
Y, en ejercicio de nuestra soberanía, en Ciudad Alfaro, Montecristi, provincia
de Manabí, nos damos la presente:

CONSTITUCIÓN DE LA REPÚBLICA DEL ECUADOR

TITULO I
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DEL ESTADO

Capítulo primero
Principios fundamentales

Art. 1. El Ecuador es un Estado constitucional de derechos y justicia, social,


democrático, soberano, independiente, unitario, intercultural, plurinacional y
laico. Se organiza en forma de república y se gobierna de manera
descentralizada. La soberanía radica en el pueblo, cuya voluntad es el
fundamento de la autoridad, y se ejerce a través de los órganos del poder
público y de las formas de participación directa previstas en la Constitución.
Los recursos naturales no renovables del territorio del Estado pertenecen a
su patrimonio inalienable, irrenunciable e imprescriptible.

Art. 2. La bandera, el escudo y el himno nacional, establecidos por la ley, son


los símbolos de la patria. El castellano es el idioma oficial del Ecuador; el
castellano, el kichwa y el shuar son idiomas oficiales de relación intercultural.
Los demás idiomas ancestrales son de uso oficial para los pueblos indígenas
en las zonas donde habitan y en los términos que fija la ley. El Estado respetará
y estimulará su conservación y uso.

Art. 3. Son deberes primordiales del Estado:


1. Garantizar sin discriminación alguna el efectivo goce de los derechos
establecidos en la Constitución y en los instrumentos internacionales, en
particular la educación, la salud, la alimentación, la seguridad social y el agua
para sus habitantes.
2. Garantizar y defender la soberanía nacional.
3. Fortalecer la unidad nacional en la diversidad.

650
EQUADOR

4. Garantizar la ética laica como sustento del quehacer público y el


ordenamiento jurídico.
5. Planificar el desarrollo nacional, erradicar la pobreza, promover el desarrollo
sustentable y la redistribución equitativa de los recursos y la riqueza, para
acceder al buen vivir.
6. Promover el desarrollo equitativo y solidario de todo el territorio, mediante
el fortalecimiento del proceso de autonomías y descentralización.
7. Proteger el patrimonio natural y cultural del país.
8. Garantizar a sus habitantes el derecho a una cultura de paz, a la seguridad
integral y a vivir en una sociedad democrática y libre de corrupción.

Art. 4. El territorio del Ecuador constituye una unidad geográfica e histórica


de dimensiones naturales, sociales y culturales, legado de nuestros
antepasados y pueblos ancestrales. Este territorio comprende el espacio
continental y marítimo, las islas adyacentes, el mar territorial, el Archipiélago
de Galápagos, el suelo, la plataforma submarina, el subsuelo y el espacio
suprayacente continental, insular y marítimo. Sus límites son los
determinados por los tratados vigentes. El territorio del Ecuador es
inalienable, irreductible e inviolable. Nadie atentará contra la unidad
territorial ni fomentará la secesión. La capital del Ecuador es Quito. El
Estado ecuatoriano ejercerá derechos sobre los segmentos
correspondientes de la órbita sincrónica geoestacionaria, los espacios
marítimos y la Antártida.

Art. 5. El Ecuador es un territorio de paz. No se permitirá el establecimiento


de bases militares extranjeras ni de instalaciones extranjeras con propósitos
militares. Se prohíbe ceder bases militares nacionales a fuerzas armadas o de
seguridad extranjeras.

Capítulo segundo
Ciudadanas y ciudadanos

Art. 6. Todas las ecuatorianas y los ecuatorianos son ciudadanos y gozarán


de los derechos establecidos en la Constitución. La nacionalidad ecuatoriana
es el vínculo jurídico político de las personas con el Estado, sin perjuicio de
su pertenencia a alguna de las nacionalidades indígenas que coexisten en el
Ecuador plurinacional. La nacionalidad ecuatoriana se obtendrá por nacimiento

651
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

o por naturalización y no se perderá por el matrimonio o su disolución, ni por


la adquisición de otra nacionalidad.

Art. 7. Son ecuatorianas y ecuatorianos por nacimiento:


1. Las personas nacidas en el Ecuador.
2. Las personas nacidas en el extranjero de madre o padre nacidos en el
Ecuador; y sus descendientes hasta el tercer grado de consanguinidad.
3. Las personas pertenecientes a comunidades, pueblos o nacionalidades
reconocidos por el Ecuador con presencia en las zonas de frontera.

Art. 8. Son ecuatorianas y ecuatorianos por naturalización las siguientes personas:


1. Las que obtengan la carta de naturalización.
2. Las extranjeras menores de edad adoptadas por una ecuatoriana o ecuatoriano,
que conservarán la nacionalidad ecuatoriana mientras no expresen voluntad contraria.
3. Las nacidas en el exterior de madre o padre ecuatorianos por naturalización,
mientras aquéllas sean menores de edad; conservarán la nacionalidad ecuatoriana
si no expresan voluntad contraria.
4. Las que contraigan matrimonio o mantengan unión de hecho con una ecuatoriana
o un ecuatoriano, de acuerdo con la ley. 19
5. Las que obtengan la nacionalidad ecuatoriana por haber prestado servicios
relevantes al país con su talento o esfuerzo Individual. Quienes adquieran la
nacionalidad ecuatoriana no estarán obligados a renunciar a su nacionalidad de
origen. La nacionalidad ecuatoriana adquirida por naturalización se perderá por
renuncia expresa.

Art. 9. Las personas extranjeras que se encuentren en el territorio ecuatoriano


tendrán los mismos derechos y deberes que las ecuatorianas, de acuerdo con la
Constitución.

TÍTULO II
DERECHOS

Capítulo primero
Principios de aplicación de los derechos

Art. 10. Las personas, comunidades, pueblos, nacionalidades y colectivos


son titulares y gozarán de los derechos garantizados en la Constitución y en

652
EQUADOR

los instrumentos internacionales. La naturaleza será sujeto de aquellos derechos


que le reconozca la Constitución.

Art. 11. EI ejercicio de los derechos se regirá por los siguientes principios:
1. Los derechos se podrán ejercer, promover y exigir de forma individual o
colectiva ante las autoridades competentes; estas autoridades garantizarán su
cumplimiento.
2. Todas las personas son iguales y gozaran de los mismos derechos, deberes
y oportunidades. Nadie podrá ser discriminado por razones de etnia, lugar
de nacimiento, edad, sexo, identidad de género, identidad cultural, estado
civil, idioma, religión, ideología, filiación política, pasado judicial, condición
socio-económica, condición migratoria, orientación sexual, estado de salud,
portar VIH, discapacidad, diferencia física; ni por cualquier otra distinción,
personal o colectiva, temporal o permanente, que tenga por objeto o
resultado menoscabar o anular el reconocimiento, goce o ejercicio de los
derechos. La ley sancionará toda forma de discriminación. El Estado
adoptará medidas de acción afirmativa que promuevan la igualdad real en
favor de los titulares de derechos que se encuentren en situación de
desigualdad.
3. Los derechos y garantías establecidos en la Constitución y en los
instrumentos internacionales de derechos humanos serán de directa e
inmediata aplicación por y ante cualquier servidora o servidor público,
administrativo o judicial, de oficio o a petición de parte. Para el ejercicio de
los derechos y las garantías constitucionales no se exigirán condiciones o
requisitos que no estén establecidos en la Constitución o la ley. Los derechos
serán plenamente justiciables. No podrá alegarse falta de norma jurídica
para justificar su violación o desconocimiento, para desechar la acción por
esos hechos ni para negar su reconocimiento.
4. Ninguna norma jurídica podrá restringir el contenido de los derechos ni
de las garantías constitucionales.
5. En materia de derechos y garantías constitucionales, las servidoras y
servidores públicos, administrativos o judiciales, deberán aplicar la norma y
la interpretación que más favorezcan su efectiva vigencia.
6. Todos los principios y los derechos son inalienables, irrenunciables,
indivisibles, interdependientes y de igual jerarquía.
7. El reconocimiento de los derechos y garantías establecidos en la Constitución
y en los instrumentos internacionales de derechos humanos, no excluirá los

653
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

demás derechos derivados de la dignidad de las personas, comunidades,


pueblos y nacionalidades, que sean necesarios para su pleno desenvolvimiento.
8. El contenido de los derechos se desarrollará de manera progresiva a través
de las normas, la jurisprudencia y las políticas públicas. El Estado generará y
garantizará las condiciones necesarias para su pleno reconocimiento y ejercicio.
Será inconstitucional cualquier acción u omisión de carácter regresivo que
disminuya, menoscabe o anule injustificadamente el ejercicio de los derechos.
9. El más alto deber del Estado consiste en respetar y hacer respetar los
derechos garantizados en la Constitución. El Estado, sus delegatarios,
concesionarios y toda persona que actúe en ejercicio de una potestad pública,
estarán obligados a reparar las violaciones a los derechos de los particulares
por la falta o deficiencia en la prestación de los servicios públicos, o por las
acciones u omisiones de sus funcionarias y funcionarios, y empleadas y
empleados públicos en el desempeño de sus cargos. 23 El Estado ejercerá
de forma inmediata el derecho de repetición en contra de las personas
responsables del daño producido, sin perjuicio de las responsabilidades civiles,
penales y administrativas. El Estado será responsable por detención arbitraria,
error judicial, retardo injustificado o inadecuada administración de justicia,
violación del derecho a la tutela judicial efectiva, y por las violaciones de los
principios y reglas del debido proceso. Cuando una sentencia condenatoria
sea reformada o revocada, el Estado reparará a la persona que haya sufrido
pena como resultado de tal sentencia y, declarada la responsabilidad por
tales actos de servidoras o servidores públicos, administrativos o judiciales,
se repetirá en contra de ellos.

Capítulo segundo
Derechos del buen vivir

Sección primera
Agua y alimentación

Art. 12. El derecho humano al agua es fundamental e irrenunciable. El agua


constituye patrimonio nacional estratégico de uso público, inalienable,
imprescriptible, inembargable y esencial para la vida.

Art. 13. Las personas y colectividades tienen derecho al acceso seguro y


permanente a alimentos sanos, suficientes y nutritivos; preferentemente

654
EQUADOR

producidos a nivel local y en correspondencia con sus diversas identidades y


tradiciones culturales. El Estado ecuatoriano promoverá la soberanía
alimentaria.

Sección segunda
Ambiente sano

Art. 14. Se reconoce el derecho de la población a vivir en un ambiente sano


y ecológicamente equilibrado, que garantice la sostenibilidad y el buen vivir,
sumak kawsay. Se declara de interés público la preservación del ambiente, la
conservación de los ecosistemas, la biodiversidad y la integridad del patrimonio
genético del país, la prevención del daño ambiental y la recuperación de los
espacios naturales degradados.

Art. 15. El Estado promoverá, en el sector público y privado, el uso de


tecnologías ambientalmente limpias y de energías alternativas no contaminantes
y de bajo impacto. La soberanía energética no se alcanzará en detrimento de
la soberanía alimentaria, ni afectará el derecho al agua. Se prohíbe el desarrollo,
producción, tenencia, comercialización, importación, transporte,
almacenamiento y uso de armas químicas, biológicas y nucleares, de
contaminantes orgánicos persistentes altamente tóxicos, agroquímicos
internacionalmente prohibidos, y las tecnologías y agentes biológicos
experimentales nocivos y organismos genéticamente modificados perjudiciales
para la salud humana o que atenten contra la 25 soberanía alimentaria o los
ecosistemas, así como la introducción de residuos nucleares y desechos tóxicos
al territorio nacional.

Sección tercera
Comunicación e Información

Art. 16. Todas las personas, en forma individual o colectiva, tienen derecho a:
1. Una comunicación libre, intercultural, incluyente, diversa y participativa, en
todos los ámbitos de la interacción social, por cualquier medio y forma, en su
propia lengua y con sus propios símbolos.
2. El acceso universal a las tecnologías de información y comunicación.
3. La creación de medios de comunicación social, y al acceso en igualdad de
condiciones al uso de las frecuencias del espectro radioeléctrico para la gestión

655
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

de estaciones de radio y televisión públicas, privadas y comunitarias, y a


bandas libres para la explotación de redes inalámbricas.
4. El acceso y uso de todas las formas de comunicación visual, auditiva,
sensorial y a otras que permitan la inclusión de personas con discapacidad.
5. Integrar los espacios de participación previstos en la Constitución en el
campo de la comunicación.

Art. 17. El Estado fomentará la pluralidad y la diversidad en la comunicación,


y al efecto:
1. Garantizará la asignación, a través de métodos transparentes y en igualdad
de condiciones, de las frecuencias del espectro radioeléctrico, para la gestión
de estaciones de radio y televisión públicas, privadas y comunitarias, así como
el acceso a bandas libres para la explotación de redes inalámbricas, y
precautelará que en su utilización prevalezca el interés colectivo.
2. Facilitará la creación y el fortalecimiento de medios de comunicación
públicos, privados y comunitarios, así como el acceso universal a las tecnologías
de información y comunicación en especial para las personas y colectividades
que carezcan de dicho acceso o lo tengan de forma limitada.
3. No permitirá el oligopolio o monopolio, directo ni indirecto, de la propiedad
de los medios de comunicación y del uso de las frecuencias.

Art. 18. Todas las personas, en forma individual o colectiva, tienen derecho
a:
1. Buscar, recibir, intercambiar, producir y difundir información veraz,
verificada, oportuna, contextualizada, plural, sin censura previa acerca de los
hechos, acontecimientos y procesos de interés general, y con responsabilidad
ulterior.
2. Acceder libremente a la información generada en entidades públicas, o en
las privadas que manejen fondos del Estado o realicen funciones públicas.
No existirá reserva de información excepto en los casos expresamente
establecidos en la ley. En caso de violación a los derechos humanos, ninguna
entidad pública negará la información.

Art. 19. La ley regulará la prevalencia de contenidos con fines informativos,


educativos y culturales en la programación de los medios de comunicación, y
fomentará la creación de espacios para la difusión de la producción nacional
independiente. Se prohíbe la emisión de publicidad que induzca a la violencia,

656
EQUADOR

la discriminación, el racismo, la toxicomanía, el sexismo, la intolerancia religiosa


o política y toda aquella que atente contra los derechos.

Art. 20. El Estado garantizará la cláusula de conciencia a toda persona, y el


secreto profesional y la reserva de la fuente a quienes informen, emitan sus
opiniones a través de los medios u otras formas de comunicación, o laboren
en cualquier actividad de comunicación.

Sección cuarta
Cultura y ciência

Art. 21. Las personas tienen derecho a construir y mantener su propia identidad
cultural, a decidir sobre su pertenencia a una o varias comunidades culturales
y a expresar dichas elecciones; a la libertad estética; a conocer la memoria
histórica de sus culturas y a acceder a su patrimonio cultural; a difundir sus
propias expresiones culturales y tener acceso a expresiones culturales diversas.
No se podrá invocar la cultura cuando se atente contra los derechos
reconocidos en la Constitución.

Art. 22. Las personas tienen derecho a desarrollar su capacidad creativa, al


ejercicio digno y sostenido de las actividades culturales y artísticas, y a
beneficiarse de la protección de los derechos morales y patrimoniales que les
correspondan por las producciones científicas, literarias o artísticas de su
autoría.

Art. 23. Las personas tienen derecho a acceder y participar del espacio
público como ámbito de deliberación, intercambio cultural, cohesión social
y promoción de la igualdad en la diversidad. El derecho a difundir en el
espacio público las propias expresiones culturales se ejercerá sin más
limitaciones que las que establezca la ley, con sujeción a los principios
constitucionales.

Art. 24. Las personas tienen derecho a la recreación y al esparcimiento, a la


práctica del deporte y al tiempo libre.

Art. 25. Las personas tienen derecho a gozar de los beneficios y aplicaciones
del progreso científico y de los saberes ancestrales.

657
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sección quinta
Educación

Art. 26. La educación es un derecho de las personas a lo largo de su vida


y un deber ineludible e inexcusable del Estado. Constituye un área prioritaria
de la política pública y de la inversión estatal, garantía de la igualdad e
inclusión social y condición indispensable para el buen vivir. Las personas,
las familias y la sociedad tienen el derecho y la responsabilidad de participar
en el proceso educativo.

Art. 27. La educación se centrará en el ser humano y garantizará su desarrollo


holístico, en el marco del respeto a los derechos humanos, al medio ambiente
sustentable y a la democracia; será participativa, obligatoria, intercultural,
democrática, incluyente y diversa, de calidad y calidez; impulsará la equidad
de género, la justicia, la solidaridad y la paz; estimulará el sentido crítico, el
arte y la cultura física, la iniciativa individual y comunitaria, y el desarrollo
de competencias y capacidades para crear y trabajar. La educación es
indispensable para el conocimiento, el ejercicio de los derechos y la
construcción de un país soberano, y constituye un eje estratégico para el
desarrollo nacional.

Art. 28. La educación responderá al interés público y no estará al servicio


de intereses individuales y corporativos. Se garantizará el acceso universal,
permanencia, movilidad y egreso sin discriminación alguna y la
obligatoriedad en el nivel inicial, básico y bachillerato o su equivalente. Es
derecho de toda persona y comunidad interactuar entre culturas y participar
en una sociedad que aprende. El Estado promoverá el diálogo intercultural
en sus múltiples dimensiones. El aprendizaje se desarrollará de forma
escolarizada y no escolarizada. La educación pública será universal y laica
en todos sus niveles, y gratuita hasta el tercer nivel de educación superior
inclusive.

Art. 29. EI Estado garantizará la libertad de enseñanza, la libertad de cátedra


en la educación superior, y el derecho de las personas de aprender en su
propia lengua y ámbito cultural. Las madres y padres o sus representantes
tendrán la libertad de escoger para sus hijas e hijos una educación acorde
con sus principios, creencias y opciones pedagógicas.

658
EQUADOR

Sección sexta
Hábitat y vivienda

Art. 31. Las personas tienen derecho al disfrute pleno de la ciudad y de sus
espacios públicos, bajo los principios de sustentabilidad, justicia social, respeto
a las diferentes culturas urbanas y equilibrio entre lo urbano y lo rural. El
ejercicio del derecho a la ciudad se basa en la gestión democrática de ésta,
en la función social y ambiental de la propiedad y de la ciudad, y en el ejercicio
pleno de la ciudadanía.

Sección séptima
Salud

Art. 32. La salud es un derecho que garantiza el Estado, cuya realización se


vincula al ejercicio de otros derechos, entre ellos el derecho al agua, la
alimentación, la educación, la cultura física, el trabajo, la seguridad social, los
ambientes sanos y otros que sustentan el buen vivir. El Estado garantizará
este derecho mediante políticas económicas, sociales, culturales, educativas
y ambientales; y el acceso permanente, oportuno y sin exclusión a programas,
acciones y servicios de promoción y atención integral de salud, salud sexual y
salud reproductiva. La prestación de los servicios de salud se regirá por los
principios de equidad, universalidad, solidaridad, interculturalidad, calidad,
eficiencia, eficacia, precaución y bioética, con enfoque de genero y
generacional.

Sección octava
Trabajo y seguridad social

Art. 33. El trabajo es un derecho y un deber social, y un derecho económico,


fuente de realización personal y base de la economía. El Estado garantizará a
las personas trabajadoras el pleno respeto a su dignidad, una vida decorosa,
remuneraciones y retribuciones justas y el desempeño de un trabajo saludable
y libremente escogido o aceptado.

Art. 34. EI derecho a la seguridad social es un derecho irrenunciable de


todas las personas, y será deber y responsabilidad primordial del Estado. La
seguridad social se regirá por los principios de solidaridad, obligatoriedad,

659
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

universalidad, equidad, eficiencia, subsidiaridad, suficiencia, transparencia y


participación, para la atención de las necesidades individuales y colectivas. El
Estado garantizará y hará efectivo el ejercicio pleno del derecho a la seguridad
social, que incluye a las personas que realizan trabajo no remunerado en los
hogares, actividades para el auto sustento en el campo, toda forma de trabajo
autónomo y a quienes se encuentran en situación de desempleo.

Capítulo tercero
Derechos de las personas y grupos de atención prioritária

Art. 35. Las personas adultas mayores, niñas, niños y adolescentes, mujeres
embarazadas, personas con discapacidad, personas privadas de libertad y
quienes adolezcan de enfermedades catastróficas o de alta complejidad,
recibirán atención prioritaria y especializada en los ámbitos público y privado.
La misma atención prioritaria recibirán las personas en situación de riesgo,
las víctimas de violencia doméstica y sexual, maltrato infantil, desastres
naturales o antropogénicos. El Estado prestará especial protección a las
personas en condición de doble vulnerabilidad.

Sección primera
Adultas y adultos mayores

Art. 36. Las personas adultas mayores recibirán atención prioritaria y


especializada en los ámbitos público y privado, en especial en los campos de
inclusión social y económica, y protección contra la violencia. Se considerarán
personas adultas mayores aquellas personas que hayan cumplido los sesenta
y cinco años de edad.

Art. 37. El Estado garantizará a las personas adultas mayores los siguientes
derechos:
1. La atención gratuita y especializada de salud, así como el acceso gratuito a
medicinas.
2. El trabajo remunerado, en función de sus capacidades, para lo cual tomará
en cuenta sus limitaciones.
3. La jubilación universal.
4. Rebajas en los servicios públicos y en servicios privados de transporte y
espectáculos.

660
EQUADOR

5. Exenciones en el régimen tributario.


6. Exoneración del pago por costos notariales y registrales, de acuerdo con
la ley.
7. El acceso a una vivienda que asegure una vida digna, con respeto a su
opinión y consentimiento.

Art. 38. El Estado establecerá políticas públicas y programas de atención a


las personas adultas mayores, que tendrán en cuenta las diferencias
específicas entre áreas urbanas y rurales, las inequidades de género, la etnia,
la cultura y las diferencias propias de las personas, comunidades, pueblos y
nacionalidades; asimismo, fomentará el mayor grado posible de autonomía
personal y participación en la definición y ejecución de estas políticas. En
particular, el Estado tomará medidas de:
1. Atención en centros especializados que garanticen su nutrición, salud,
educación y cuidado diario, en un marco de protección integral de derechos.
Se crearán centros de acogida para albergar a quienes no puedan ser
atendidos por sus familiares o quienes carezcan de un lugar donde residir
de forma permanente.
2. Protección especial contra cualquier tipo de explotación laboral o
económica. El Estado ejecutará políticas destinadas a fomentar la
participación y el trabajo de las personas adultas mayores en entidades
públicas y privadas para que contribuyan con su experiencia, y desarrollará
programas de capacitación laboral, en función de su vocación y sus
aspiraciones.
3. Desarrollo de programas y políticas destinadas a fomentar su autonomía
personal, disminuir su dependencia y conseguir su plena integración social.
4. Protección y atención contra todo tipo de violencia, maltrato, explotación
sexual o de cualquier otra índole, o negligencia que provoque tales situaciones.
5. Desarrollo de programas destinados a fomentar la realización de
actividades recreativas y espirituales.
6. Atención preferente en casos de desastres, conflictos armados y todo
tipo de emergencias.
7. Creación de regímenes especiales para el cumplimiento de medidas
privativas de libertad. En caso de condena a pena privativa de libertad,
siempre que no se apliquen otras medidas alternativas, cumplirán su
sentencia en centros adecuados para el efecto, y en caso de prisión
preventiva se someterán a arresto domiciliario.

661
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

8. Protección, cuidado y asistencia especial cuando sufran enfermedades


crónicas o degenerativas.
9. Adecuada asistencia económica y psicológica que garantice su estabilidad
física y mental. La ley sancionará el abandono de las personas adultas mayores
por parte de sus familiares o las instituciones establecidas para su protección.

Sección segunda
Jóvenes

Art. 39. El Estado garantizará los derechos de las jóvenes y los jóvenes,
y promoverá su efectivo ejercicio a través de políticas y programas,
instituciones y recursos que aseguren y mantengan de modo permanente
su participación e inclusión en todos los ámbitos, en particular en los
espacios del poder público. El Estado reconocerá a las jóvenes y los
jóvenes como actores estratégicos del desarrollo del país, y les garantizará
la educación, salud, vivienda, recreación, deporte, tiempo libre, libertad
de expresión y asociación. El Estado fomentará su incorporación al trabajo
en condiciones justas y dignas, con énfasis en la capacitación, la garantía
de acceso al primer empleo y la promoción de sus habilidades de
emprendimiento.

Sección tercera
Movilidad humana

Art. 40. Se reconoce a las personas el derecho a migrar. No se identificará ni


se considerará a ningún ser humano como ilegal por su condición migratoria.
El Estado, a través de las entidades correspondientes, desarrollará entre otras
las siguientes acciones para el ejercicio de los derechos de las personas
ecuatorianas en el exterior, cualquiera sea su condición migratoria:
1. Ofrecerá asistencia a ellas y a sus familias, ya sea que éstas residan en el
exterior o en el país.
2. Ofrecerá atención, servicios de asesoría y protección integral para que
puedan ejercer libremente sus derechos.
3. Precautelará sus derechos cuando, por cualquier razón, hayan sido privadas
de su libertad en el exterior.
4. Promoverá sus vínculos con el Ecuador, facilitará la reunificación familiar y
estimulará el retorno voluntario.

662
EQUADOR

5. Mantendrá la confidencialidad de los datos de carácter personal que se


encuentren en los archivos de las instituciones del Ecuador en el exterior.
6. Protegerá las familias transnacionales y los derechos de sus miembros.

Art. 41. Se reconocen los derechos de asilo y refugio, de acuerdo con la ley
y los instrumentos internacionales de derechos humanos. Las personas que
se encuentren en condición de asilo o refugio gozarán de protección especial
que garantice el pleno ejercicio de sus derechos. El Estado respetará y
garantizará el principio de no devolución, además de la asistencia humanitaria
y jurídica de emergencia. No se aplicará a las personas solicitantes de asilo o
refugio sanciones penales por el hecho de su ingreso o de su permanencia en
situación de irregularidad. El Estado, de manera excepcional y cuando las
circunstancias lo ameriten, reconocerá a un colectivo el estatuto de refugiado,
de acuerdo con la ley.

Art. 42. Se prohíbe todo desplazamiento arbitrario. Las personas que hayan
sido desplazadas tendrán derecho a recibir protección y asistencia
humanitaria emergente de las autoridades, que asegure el acceso a alimentos,
alojamiento, vivienda y servicios médicos y sanitarios. Las niñas, niños,
adolescentes, mujeres embarazadas, madres con hijas o hijos menores,
personas adultas mayores y personas con discapacidad recibirán asistencia
humanitaria preferente y especializada. Todas las personas y grupos
desplazados tienen derecho a retornar a su lugar de origen de forma
voluntaria, segura y digna.

Sección cuarta
Mujeres embarazadas

Art. 43. El Estado garantizará a las mujeres embarazadas y en periodo de


lactancia los derechos a:
1. No ser discriminadas por su embarazo en los ámbitos educativo, social y
laboral.
2. La gratuidad de los servicios de salud materna.
3. La protección prioritaria y cuidado de su salud integral y de su vida durante
el embarazo, parto y posparto.
4. Disponer de las facilidades necesarias para su recuperación después del
embarazo y durante el periodo de lactancia.

663
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sección quinta
Niñas, niños y adolescentes

Art. 44. El Estado, la sociedad y la familia promoverán de forma prioritaria el


desarrollo integral de las niñas, niños y adolescentes, y asegurarán el ejercicio
pleno de sus derechos; se atenderá al principio de su interés superior y sus
derechos prevalecerán sobre los de las demás personas. Las niñas, niños y
adolescentes tendrán derecho a su desarrollo integral, entendido como proceso
de crecimiento, maduración y despliegue de su intelecto y de sus capacidades,
potencialidades y aspiraciones, en un entorno familiar, escolar, social y
comunitario de afectividad y seguridad. Este entorno permitirá la satisfacción
de sus necesidades sociales, afectivo-emocionales y culturales, con el apoyo
de políticas intersectoriales nacionales y locales.

Art. 45. Las niñas, niños y adolescentes gozarán de los derechos comunes
del ser humano, además de los específicos de su edad. El Estado reconocerá
y garantizará la vida, incluido el cuidado y protección desde la concepción.
Las niñas, niños y adolescentes tienen derecho a la integridad física y psíquica;
a su identidad, nombre y ciudadanía; a la salud integral y nutrición; a la
educación y cultura, al deporte y recreación; a la seguridad social; a tener una
familia y disfrutar de la convivencia familiar y comunitaria; a la participación
social; al respeto de su libertad y dignidad; a ser consultados en los asuntos
que les afecten; a educarse de manera prioritaria en su idioma y en los
contextos culturales propios de sus pueblos y nacionalidades; y a recibir
información acerca de sus progenitores o familiares ausentes, salvo que fuera
perjudicial para su bienestar. El Estado garantizará su libertad de expresión y
asociación, el funcionamiento libre de los consejos estudiantiles y demás formas
asociativas.

Art. 46. El Estado adoptará, entre otras, las siguientes medidas que aseguren
a las niñas, niños y adolescentes:
1. Atención a menores de seis años, que garantice su nutrición, salud, educación
y cuidado diario en un marco de protección integral de sus derechos.
2. Protección especial contra cualquier tipo de explotación laboral o
económica. Se prohíbe el trabajo de menores de quince años, y se
implementarán políticas de erradicación progresiva del trabajo infantil. El
trabajo de las adolescentes y los adolescentes será excepcional, y no podrá

664
EQUADOR

conculcar su derecho a la educación ni realizarse en situaciones nocivas o


peligrosas para su salud o su desarrollo personal. Se respetará, reconocerá y
respaldará su trabajo y las demás actividades siempre que no atenten a su
formación y a su desarrollo integral.
3. Atención preferente para la plena integración social de quienes tengan
discapacidad. El Estado garantizará su incorporación en el sistema de educación
regular y en la sociedad.
4. Protección y atención contra todo tipo de violencia, maltrato, explotación
sexual o de cualquier otra índole, o contra la negligencia que provoque
tales situaciones.
5. Prevención contra el uso de estupefacientes o psicotrópicos y el
consumo de bebidas alcohólicas y otras sustancias nocivas para su salud
y desarrollo.
6. Atención prioritaria en caso de desastres, conflictos armados y todo
tipo de emergencias.
7. Protección frente a la influencia de programas o mensajes, difundidos a
través de cualquier medio, que promuevan la violencia, o la discriminación
racial o de género. Las políticas públicas de comunicación priorizarán su
educación y el respeto a sus derechos de imagen, integridad y los demás
específicos de su edad. Se establecerán limitaciones y sanciones para hacer
efectivos estos derechos.
8. Protección y asistencia especiales cuando la progenitora o el progenitor, o
ambos, se encuentran privados de su libertad.
9. Protección, cuidado y asistencia especial cuando sufran enfermedades
crónicas o degenerativas.

Sección sexta
Personas con discapacidad

Art. 47. El Estado garantizará políticas de prevención de las discapacidades


y, de manera conjunta con la sociedad y la familia, procurará la equiparación
de oportunidades para las personas con discapacidad y su integración social.
Se reconoce a las personas con discapacidad, los derechos a:
1. La atención especializada en las entidades públicas y privadas que
presten servicios de salud para sus necesidades específicas, que incluirá
la provisión de medicamentos de forma gratuita, en particular para aquellas
personas que requieran tratamiento de por vida.

665
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2. La rehabilitación integral y la asistencia permanente, que incluirán las


correspondientes ayudas técnicas.
3. Rebajas en los servicios públicos y en servicios privados de transporte y
espectáculos.
4. Exenciones en el régimen tributarlo.
5. El trabajo en condiciones de igualdad de oportunidades, que fomente
sus capacidades y potencialidades, a través de políticas que permitan su
incorporación en entidades públicas y privadas.
6. Una vivienda adecuada, con facilidades de acceso y condiciones
necesarias para atender su discapacidad y para procurar el mayor grado
de autonomía en su vida cotidiana. Las personas con discapacidad que no
puedan ser atendidas por sus familiares durante el día, o que no tengan
donde residir de forma permanente, dispondrán de centros de acogida para
su albergue.
7. Una educación que desarrolle sus potencialidades y habilidades para su
integración y participación en igualdad de condiciones. Se garantizará su
educación dentro de la educación regular. Los planteles regulares
incorporarán trato diferenciado y los de atención especial la educación
especializada. Los establecimientos educativos cumplirán normas de
accesibilidad para personas con discapacidad e implementarán un sistema
de becas que responda a las condiciones económicas de este grupo.
8. La educación especializada para las personas con discapacidad intelectual
y el fomento de sus capacidades mediante la creación de centros educativos
y programas de enseñanza específicos.
9. La atención psicológica gratuita para las personas con discapacidad y
sus familias, en particular en caso de discapacidad intelectual.
10. El acceso de manera adecuada a todos los bienes y servicios. Se
eliminarán las barreras arquitectónicas.
11. El acceso a mecanismos, medios y formas alternativas de comunicación,
entre ellos el lenguaje de señas para personas sordas, el oralismo y el sistema
braille.

Art. 48. El Estado adoptará a favor de las personas con discapacidad


medidas que aseguren:
1. La inclusión social, mediante planes y programas estatales y privados
coordinados, que fomenten su participación política, social, cultural,
educativa y económica.

666
EQUADOR

2. La obtención de créditos y rebajas o exoneraciones tributarias que les


permita iniciar y mantener actividades productivas, y la obtención de becas
de estudio en todos los niveles de educación.
3. El desarrollo de programas y políticas dirigidas a fomentar su esparcimiento
y descanso.
4. La participación política, que asegurará su representación, de acuerdo con
la ley.
5. El establecimiento de programas especializados para la atención integral
de las personas con discapacidad severa y profunda, con el fin de alcanzar
el máximo desarrollo de su personalidad, el fomento de su autonomía y la
disminución de la dependencia.
6. El incentivo y apoyo para proyectos productivos a favor de los familiares
de las personas con discapacidad severa.
7. La garantía del pleno ejercicio de los derechos de las personas con
discapacidad. La ley sancionará el abandono de estas personas, y los
actos que incurran en cualquier forma de abuso, trato inhumano o
degradante y discriminación por razón de la discapacidad.

Art. 49. Las personas y las familias que cuiden a personas con
discapacidad que requieran atención permanente serán cubiertas por la
Seguridad Social y recibirán capacitación periódica para mejorar la calidad
de la atención.

Sección séptima
Personas con enfermedades catastróficas

Art. 50. El Estado garantizará a toda persona que sufra de enfermedades


catastróficas o de alta complejidad el derecho a la atención especializada
y gratuita en todos los niveles, de manera oportuna y preferente.

Sección octava
Personas privadas de libertad

Art. 51. Se reconoce a las personas privadas de la libertad los siguientes


derechos:
1. No ser sometidas a aislamiento como sanción disciplinaria.
2. La comunicación y visita de sus familiares y profesionales del derecho.

667
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

3. Declarar ante una autoridad judicial sobre el trato que haya recibido durante
la privación de la libertad.
4. Contar con los recursos humanos y materiales necesarios para garantizar
su salud integral en los centros de privación de libertad.
5. La atención de sus necesidades educativas, laborales, productivas,
culturales, alimenticias y recreativas.
6. Recibir un tratamiento preferente y especializado en el caso de las mujeres
embarazadas y en periodo de lactancia, adolescentes, y las personas adultas
mayores, enfermas o con discapacidad.
7. Contar con medidas de protección para las niñas, niños, adolescentes,
personas con discapacidad y personas adultas mayores que estén bajo su
cuidado y dependencia.

Sección novena
Personas usuarias y consumidoras

Art. 52. Las personas tienen derecho a disponer de bienes y servicios de


óptima calidad y a elegirlos con libertad, así como a una información precisa
y no engañosa sobre su contenido y características. La ley establecerá los
mecanismos de control de calidad y los procedimientos de defensa de las
consumidoras y consumidores; y las sanciones por vulneración de estos
derechos, la reparación e indemnización por deficiencias, daños o mala calidad
de bienes y servicios, y por la interrupción de los servicios públicos que no
fuera ocasionada por caso fortuito o fuerza mayor.

Art. 53. Las empresas, instituciones y organismos que presten servicios


públicos deberán incorporar sistemas de medición de satisfacción de las
personas usuarias y consumidoras, y poner en práctica sistemas de atención
y reparación. El Estado responderá civilmente por los daños y perjuicios
causados a las personas por negligencia y descuido en la atención de los
servicios públicos que estén a su cargo, y por la carencia de servicios que
hayan sido pagados.

Art. 54. Las personas o entidades que presten servicios públicos o que
produzcan o comercialicen bienes de consumo, serán responsables civil y
penalmente por la deficiente prestación del servicio, por la calidad 40
defectuosa del producto, o cuando sus condiciones no estén de acuerdo con

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EQUADOR

la publicidad efectuada o con la descripción que incorpore. Las personas


serán responsables por la mala práctica en el ejercicio de su profesión, arte u
oficio, en especial aquella que ponga en riesgo la integridad o la vida de las
personas.

Art. 55. Las personas usuarias y consumidoras podrán constituir asociaciones


que promuevan la información y educación sobre sus derechos, y las
representen y defiendan ante las autoridades judiciales o administrativas. Para
el ejercicio de este u otros derechos, nadie será obligado a asociarse.

Capítulo cuarto
Derechos de las comunidades, pueblos y nacionalidades

Art. 56. Las comunidades, pueblos, y nacionalidades indígenas, el pueblo


afroecuatoriano, el pueblo montubio y las comunas forman parte del Estado
ecuatoriano, único e indivisible.

Art. 57. Se reconoce y garantizará a las comunas, comunidades, pueblos y


nacionalidades indígenas, de conformidad con la Constitución y con los pactos,
convenios, declaraciones y demás instrumentos internacionales de derechos
humanos, los siguientes derechos colectivos:
1. Mantener, desarrollar y fortalecer libremente su identidad, sentido de
pertenencia, tradiciones ancestrales y formas de organización social.
2. No ser objeto de racismo y de ninguna forma de discriminación fundada
en su origen, identidad étnica o cultural.
3. El reconocimiento, reparación y resarcimiento a las colectividades afectadas
por racismo, xenofobia y otras formas conexas de intolerancia y discriminación.
4. Conservar la propiedad imprescriptible de sus tierras comunitarias, que
serán inalienables, inembargables e indivisibles. Estas tierras estarán exentas
del pago de tasas e impuestos.
5. Mantener la posesión de las tierras y territorios ancestrales y obtener su
adjudicación gratuita.
6. Participar en el uso, usufructo, administración y conservación de los recursos
naturales renovables que se hallen en sus tierras.
7. La consulta previa, libre e informada, dentro de un plazo razonable, sobre
planes y programas de prospección, explotación y comercialización de recursos
no renovables que se encuentren en sus tierras y que puedan afectarles

669
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

ambiental o culturalmente; participar en los beneficios que esos proyectos


reporten y recibir indemnizaciones por los perjuicios sociales, culturales
y ambientales que les causen. La consulta que deban realizar las
autoridades competentes será obligatoria y oportuna. Si no se obtuviese
el consentimiento de la comunidad consultada, se procederá conforme a
la Constitución y la ley.
8. Conservar y promover sus prácticas de manejo de la biodiversidad y
de su entorno natural. El Estado establecerá y ejecutará programas, con
la participación de la comunidad, para asegurar la conservación y utilización
sustentable de la biodiversidad.
9. Conservar y desarrollar sus propias formas de convivencia y organización
social, y de generación y ejercicio de la autoridad, en sus territorios
legalmente reconocidos y tierras comunitarias de posesión ancestral.
10. Crear, desarrollar, aplicar y practicar su derecho propio o
consuetudinario, que no podrá vulnerar derechos constitucionales, en
particular de las mujeres, niñas, niños y adolescentes.
11. No ser desplazados de sus tierras ancestrales.
12. Mantener, proteger y desarrollar los conocimientos colectivos; sus
ciencias, tecnologías y saberes ancestrales; los recursos genéticos que
contienen la diversidad biológica y la agrobiodiversidad; sus medicinas y
prácticas de medicina tradicional, con inclusión del derecho a recuperar,
promover y proteger los lugares rituales y sagrados, así como plantas,
animales, minerales y ecosistemas dentro de sus territorios; y el
conocimiento de los recursos y propiedades de la fauna y la flora. Se
prohíbe toda forma de apropiación sobre sus conocimientos, innovaciones
y prácticas.
13. Mantener, recuperar, proteger, desarrollar y preservar su patrimonio
cultural e histórico como parte indivisible del patrimonio del Ecuador. El
Estado proveerá los recursos para el efecto.
14. Desarrollar, fortalecer y potenciar el sistema de educación intercultural
bilingüe, con criterios de calidad, desde la estimulación temprana hasta el
nivel superior, conforme a la diversidad cultural, para el cuidado y
preservación de las identidades en consonancia con sus metodologías de
enseñanza y aprendizaje. Se garantizará una carrera docente digna. La
administración de este sistema será colectiva y participativa, con
alternancia temporal y espacial, basada en veeduría comunitaria y rendición
de cuentas.

670
EQUADOR

15. Construir y mantener organizaciones que los representen, en el marco del


respeto al pluralismo y a la diversidad cultural, política y organizativa. El Estado
reconocerá y promoverá todas sus formas de expresión y organización.
16. Participar mediante sus representantes en los organismos oficiales que
determine la ley, en la definición de las políticas públicas que les conciernan,
así como en el diseño y decisión de sus prioridades en los planes y proyectos
del Estado.
17. Ser consultados antes de la adopción de una medida legislativa que pueda
afectar cualquiera de sus derechos colectivos.
18. Mantener y desarrollar los contactos, las relaciones y la cooperación con
otros pueblos, en particular los que estén divididos por fronteras
internacionales.
19. Impulsar el uso de las vestimentas, los símbolos y los emblemas que los
identifiquen.
20. La limitación de las actividades militares en sus territorios, de acuerdo
con la ley.
21. Que la dignidad y diversidad de sus culturas, tradiciones, historias y
aspiraciones se reflejen en la educación pública y en los medios de
comunicación; la creación de sus propios medios de comunicación social en
sus idiomas y el acceso a los demás sin discriminación alguna. Los territorios
de los pueblos en aislamiento voluntario son de posesión ancestral irreductible
e intangible, y en ellos estará vedada todo tipo de actividad extractiva. El
Estado adoptará medidas para garantizar sus vidas, hacer respetar su
autodeterminación y voluntad de permanecer en aislamiento, y precautelar la
observancia de sus derechos. La violación de estos derechos constituirá delito
de etnocidio, que será tipificado por la ley. El Estado garantizará la aplicación
de estos derechos colectivos sin discriminación alguna, en condiciones de
igualdad y equidad entre mujeres y hombres.

Art. 58. Para fortalecer su identidad, cultura, tradiciones y derechos, se


reconocen al pueblo afroecuatoriano los derechos colectivos establecidos en
la Constitución, la ley y los pactos, convenios, declaraciones y demás
instrumentos internacionales de derechos humanos.

Art. 59. Se reconocen los derechos colectivos de los pueblos montubios


para garantizar su proceso de desarrollo humano integral, sustentable y
sostenible, las políticas y estrategias para su progreso y sus formas de

671
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

administración sociativa, a partir del conocimiento de su realidad y el respeto


a su cultura, identidad y visión propia, de acuerdo con la ley.

Art. 60. Los pueblos ancestrales, indígenas, afroecuatorianos y montubios


podrán constituir circunscripciones territoriales para la preservación de su
cultura. La ley regulará su conformación. Se reconoce a las comunas que
tienen propiedad colectiva de la tierra, como una forma ancestral de
organización territorial.

Capítulo quinto
Derechos de participación

Art. 61. Las ecuatorianas y ecuatorianos gozan de los siguientes derechos:


1. Elegir y ser elegidos.
2. Participar en los asuntos de interés público.
3. Presentar proyectos de iniciativa popular normativa.
4. Ser consultados.
5. Fiscalizar los actos del poder público.
6. Revocar el mandato que hayan conferido a las autoridades de elección
popular.
7. Desempeñar empleos y funciones públicas con base en méritos y
capacidades, y en un sistema de selección y designación transparente,
incluyente, equitativo, pluralista y democrático, que garantice su participación,
con criterios de equidad y paridad de género, igualdad de oportunidades
para las personas con discapacidad y participación intergeneracional.
8. Conformar partidos y movimientos políticos, afiliarse o desafiliarse
libremente de ellos y participar en todas las decisiones que éstos adopten.
Las personas extranjeras gozarán de estos derechos en lo que les sea aplicable.

Art. 62. Las personas en goce de derechos políticos tienen derecho al vot o
universal, igual, directo, secreto y escrutado públicamente, de conformidad
con las siguientes disposiciones:
1. El voto será obligatorio para las personas mayores de dieciocho años.
Ejercerán su derecho al voto las personas privadas de libertad sin sentencia
condenatoria ejecutoriada.
2. El voto será facultativo para las personas entre dieciséis y dieciocho años
de edad, las mayores de sesenta y cinco años, las ecuatorianas y ecuatorianos

672
EQUADOR

que habitan en el exterior, los integrantes de las Fuerzas Armadas y Policía


Nacional, y las personas con discapacidad.

Art. 63. Las ecuatorianas y ecuatorianos en el exterior tienen derecho a elegir


a la Presidenta o Presidente y a la Vicepresidenta o Vicepresidente de la
República, representantes nacionales y de la circunscripción del exterior; y
podrán ser elegidos para cualquier cargo. Las personas extranjeras residentes
en el Ecuador tienen derecho al voto siempre que hayan residido legalmente
en el país al menos cinco años.

Art. 64. El goce de los derechos políticos se suspenderá, además de los


casos que determine la ley, por las razones siguientes:
1. Interdicción judicial, mientras ésta subsista, salvo en caso de insolvencia o
quiebra que no haya sido declarada fraudulenta.
2. Sentencia ejecutoriada que condene a pena privativa de libertad, mientras
ésta subsista.

Art. 65. El Estado promoverá la representación paritaria de mujeres y hombres


en los cargos de nominación o designación de la función pública, en sus
instancias de dirección y decisión, y en los partidos y movimientos políticos.
En las candidaturas a las elecciones pluripersonales se respetará su
participación alternada y secuencial. El Estado adoptará medidas de acción
afirmativa para garantizar la participación de los sectores discriminados.

Capítulo sexto
Derechos de libertad

Art. 66. Se reconoce y garantizará a las personas:


1. El derecho a la inviolabilidad de la vida. No habrá pena de muerte.
2. El derecho a una vida digna, que asegure la salud, alimentación y nutrición,
agua potable, vivienda, saneamiento ambiental, educación, trabajo, empleo,
descanso y ocio, cultura física, vestido, seguridad social y otros servicios
sociales necesarios.
3. El derecho a la integridad personal, que incluye: a) La integridad física,
psíquica, moral y sexual. b) Una vida libre de violencia en el ámbito público y
privado. El Estado adoptará las medidas necesarias para prevenir, eliminar y
sancionar toda forma de violencia, en especial la ejercida contra las mujeres,

673
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

niñas, niños y adolescentes, personas adultas mayores, personas con


discapacidad y contra toda persona en situación de desventaja o
vulnerabilidad; idénticas medidas se tomarán contra la violencia, la esclavitud
y la explotación sexual. c) La prohibición de la tortura, la desaparición forzada
y los tratos y penas crueles, inhumanos o degradantes. d) La prohibición del
uso de material genético y la experimentación científica que atenten contra los
derechos humanos.
4. Derecho a la igualdad formal, igualdad material y no discriminación.
5. El derecho al libre desarrollo de la personalidad, sin más limitaciones que
los derechos de los demás.
6. El derecho a opinar y expresar su pensamiento libremente y en todas sus
formas y manifestaciones.
7. El derecho de toda persona agraviada por informaciones sin pruebas o
inexactas, emitidas por medios de comunicación social, a la correspondiente
rectificación, réplica o respuesta, en forma inmediata, obligatoria y gratuita,
en el mismo espacio u horario.
8. El derecho a practicar, conservar, cambiar, profesar en público o en privado,
su religión o sus creencias, y a difundirlas individual o colectivamente, con las
restricciones que impone el respeto a los derechos. El Estado protegerá la
práctica religiosa voluntaria, así como la expresión de quienes no profesan
religión alguna, y favorecerá un ambiente de pluralidad y tolerancia.
9. El derecho a tomar decisiones libres, informadas, voluntarias y responsables
sobre su sexualidad, y su vida y orientación sexual. El Estado promoverá el
acceso a los medios necesarios para que estas decisiones se den en condiciones
seguras.
10. El derecho a tomar decisiones libres, responsables e informadas sobre su
salud y vida reproductiva y a decidir cuándo y cuántas hijas e hijos tener.
11. El derecho a guardar reserva sobre sus convicciones. Nadie podrá ser
obligado a declarar sobre las mismas. En ningún caso se podrá exigir o utilizar
sin autorización del titular o de sus legítimos representantes, la información
personal o de terceros sobre sus creencias religiosas, filiación o pensamiento
político; ni sobre datos referentes a su salud y vida sexual, salvo por
necesidades de atención médica.
12. El derecho a la objeción de conciencia, que no podrá menoscabar otros
derechos, ni causar daño a las personas o a la naturaleza. Toda persona tiene
derecho a negarse a usar la violencia y a participar en el servicio militar.
13. El derecho a asociarse, reunirse y manifestarse en forma libre y voluntaria.

674
EQUADOR

14. EI derecho a transitar libremente por el territorio nacional y a escoger


su residencia, así como a entrar y salir libremente del país, cuyo ejercicio
se regulará de acuerdo con la ley. La prohibición de salir del país sólo
podrá ser ordenada por juez competente. Las personas extranjeras no
podrán ser devueltas o expulsadas a un país donde su vida, libertad,
seguridad o integridad o la de sus familiares peligren por causa de su
etnia, religión, nacionalidad, 49 ideología, pertenencia a determinado
grupo social, o por sus opiniones políticas. Se prohíbe la expulsión de
colectivos de extranjeros. Los procesos migratorios deberán ser
singularizados.
15. El derecho a desarrollar actividades económicas, en forma individual
o colectiva, conforme a los principios de solidaridad, responsabilidad social
y ambiental.
16. El derecho a la libertad de contratación.
17. EI derecho a la libertad de trabajo. Nadie será obligado a realizar un
trabajo gratuito o forzoso, salvo los casos que determine la ley.
18. El derecho al honor y al buen nombre. La ley protegerá la imagen y la
voz de la persona.
19. El derecho a la protección de datos de carácter personal, que incluye
el acceso y la decisión sobre información y datos de este carácter, así
como su correspondiente protección. La recolección, archivo,
procesamiento, distribución o difusión de estos datos o información
requerirán la autorización del titular o el mandato de la ley.
20. El derecho a la intimidad personal y familiar.
21. El derecho a la inviolabilidad y al secreto de la correspondencia física
y virtual; ésta no podrá ser retenida, abierta ni examinada, excepto en los
casos previstos en la ley, previa intervención judicial y con la obligación
de guardar el secreto de los asuntos ajenos al hecho que motive su examen.
Este derecho protege cualquier otro tipo o forma de comunicación.
22. El derecho a la inviolabilidad de domicilio. No se podrá ingresar en el
domicilio de una persona, ni realizar inspecciones o registros sin su
autorización o sin orden judicial, salvo delito flagrante, en los casos y
forma que establezca la ley.
23. El derecho a dirigir quejas y peticiones individuales y colectivas a las
autoridades y a recibir atención o respuestas motivadas. No se podrá
dirigir peticiones a nombre del pueblo.
24. El derecho a participar en la vida cultural de la comunidad. 50

675
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

25. EI derecho a acceder a bienes y servicios públicos y privados de calidad,


con eficiencia, eficacia y buen trato, así como a recibir información adecuada
y veraz sobre su contenido y características.
26. El derecho a la propiedad en todas sus formas, con función y
responsabilidad social y ambiental. El derecho al acceso a la propiedad se
hará efectivo con la adopción de políticas públicas, entre otras medidas.
27. EI derecho a vivir en un ambiente sano, ecológicamente equilibrado, libre
de contaminación y en armonía con la naturaleza.
28. El derecho a la identidad personal y colectiva, que incluye tener nombre
y apellido, debidamente registrados y libremente escogidos; y conservar,
desarrollar y fortalecer las características materiales e inmateriales de la
identidad, tales como la nacionalidad, la procedencia familiar, las
manifestaciones espirituales, culturales, religiosas, lingü.sticas, políticas y
sociales.
29. Los derechos de libertad también incluyen:
a) El reconocimiento de que todas las personas nacen libres.
b) La prohibición de la esclavitud, la explotación, la servidumbre y el tráfico
y la trata de seres humanos en todas sus formas. El Estado adoptará medidas
de prevención y erradicación de la trata de personas, y de protección y
reinserción social de las víctimas de la trata y de otras formas de violación de
la libertad.
c) Que ninguna persona pueda ser privada de su libertad por deudas, costas,
multas, tributos, ni otras obligaciones, excepto el caso de pensiones
alimenticias.
d) Que ninguna persona pueda ser obligada a hacer algo prohibido o a dejar
de hacer algo no prohibido por la ley.

Art. 67. Se reconoce la familia en sus diversos tipos. El Estado la protegerá


como núcleo fundamental de la sociedad y garantizará condiciones que
favorezcan integralmente la consecución de sus fines. Estas se constituirán
por vínculos jurídicos o de hecho y se basarán en la igualdad de derechos y
oportunidades de sus integrantes. El matrimonio es la unión entre hombre y
mujer, se fundará en el libre consentimiento de las personas contrayentes y en
la igualdad de sus derechos, obligaciones y capacidad legal.

Art. 68. La unión estable y monogámica entre dos personas libres de vínculo
matrimonial que formen un hogar de hecho, por el lapso y bajo las condiciones

676
EQUADOR

y circunstancias que señale la ley, generará los mismos derechos y obligaciones


que tienen las familias constituidas mediante matrimonio. La adopción
corresponderá sólo a parejas de distinto sexo.

Art. 69. Para proteger los derechos de las personas integrantes de la familia:
1. Se promoverá la maternidad y paternidad responsables; la madre y el
padre estarán obligados al cuidado, crianza, educación, alimentación, desarrollo
integral y protección de los derechos de sus hijas e hijos, en particular cuando
se encuentren separados de ellos por cualquier motivo.
2. Se reconoce el patrimonio familiar inembargable en la cuantía y con las
condiciones y limitaciones que establezca la ley. Se garantizará el derecho de
testar y de heredar.
3. El Estado garantizará la igualdad de derechos en la toma de decisiones
para la administración de la sociedad conyugal y de la sociedad de bienes.
4. El Estado protegerá a las madres, a los padres y a quienes sean jefas y
jefes de familia, en el ejercicio de sus obligaciones, y prestará especial atención
a las familias disgregadas por cualquier causa.
5. El Estado promoverá la corresponsabilidad materna y paterna y vigilará el
cumplimiento de los deberes y derechos recíprocos entre madres, padres,
hijas e hijos.
6. Las hijas e hijos tendrán los mismos derechos sin considerar antecedentes
de filiación o adopción.
7. No se exigirá declaración sobre la calidad de la filiación en el momento de
la inscripción del nacimiento, y ningún documento de identidad hará referencia
a ella.

Art. 70. El Estado formulará y ejecutará políticas para alcanzar la igualdad


entre mujeres y hombres, a través del mecanismo especializado de acuerdo
con la ley, e incorporará el enfoque de género en planes y programas, y
brindará asistencia técnica para su obligatoria aplicación en el sector público.

Capítulo séptimo
Derechos de la naturaleza

Art. 71. La naturaleza o Pacha Mama, donde se reproduce y realiza la vida,


tiene derecho a que se respete integralmente su existencia y el mantenimiento
y regeneración de sus ciclos vitales, estructura, funciones y procesos evolutivos.

677
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Toda persona, comunidad, pueblo o nacionalidad podrá exigir a la autoridad


pública el cumplimiento de los derechos de la naturaleza. Para aplicar e
interpretar estos derechos se observaran los principios establecidos en la
Constitución, en lo que proceda. El Estado incentivará a las personas
naturales y jurídicas, y a los colectivos, para que protejan la naturaleza, y
promoverá el respeto a todos los elementos que forman un ecosistema.

Art. 72. La naturaleza tiene derecho a la restauración. Esta restauración


será independiente de la obligación que tienen el Estado y las personas
naturales o jurídicas de Indemnizar a los individuos y colectivos que
dependan de los sistemas naturales afectados. En los casos de impacto
ambiental grave o permanente, incluidos los ocasionados por la explotación
de los recursos naturales no renovables, el Estado establecerá los
mecanismos más eficaces para alcanzar la restauración, y adoptará las
medidas adecuadas para eliminar o mitigar las consecuencias ambientales
nocivas.

Art. 73. EI Estado aplicará medidas de precaución y restricción para las


actividades que puedan conducir a la extinción de especies, la destrucción
de ecosistemas o la alteración permanente de los ciclos naturales. Se prohíbe
la introducción de organismos y material orgánico e inorgánico que puedan
alterar de manera definitiva el patrimonio genético nacional.

Art. 74. Las personas, comunidades, pueblos y nacionalidades tendrán


derecho a beneficiarse del ambiente y de las riquezas naturales que les permitan
el buen vivir. Los servicios ambientales no serán susceptibles de apropiación;
su producción, prestación, uso y aprovechamiento serán regulados por el
Estado.

Capítulo octavo
Derechos de protección

Art. 75. Toda persona tiene derecho al acceso gratuito a la justicia y a la


tutela efectiva, imparcial y expedita de sus derechos e intereses, con sujeción
a los principios de inmediación y celeridad; en ningún caso quedará en
indefensión. El incumplimiento de las resoluciones judiciales será sancionado
por la ley.

678
EQUADOR

Art. 76. En todo proceso en el que se determinen derechos y


obligaciones de cualquier orden, se asegurará el derecho al debido
proceso que incluirá las siguientes garantías básicas:
1. Corresponde a toda autoridad administrativa o judicial, garantizar
el cumplimiento de las normas y los derechos de las partes.
2. Se presumirá la inocencia de toda persona, y será tratada como tal,
mientras no se declare su responsabilidad mediante resolución firme o
sentencia ejecutoriada.
3. Nadie podrá ser juzgado ni sancionado por un acto u omisión que,
al momento de cometerse, no esté tipificado en la ley como infracción
penal, administrativa o de otra naturaleza; ni se le aplicará una sanción
no prevista por la Constitución o la ley. Sólo se podrá juzgar a una
persona ante un juez o autoridad competente y con observancia del
trámite propio de cada procedimiento.
4. Las pruebas obtenidas o actuadas con violación de la Constitución
o la ley no tendrán validez alguna y carecerán de eficacia probatoria.
5. En caso de conflicto entre dos leyes de la misma materia que
contemplen sanciones diferentes para un mismo hecho, se aplicará la
menos rigurosa, aún cuando su promulgación sea posterior a la
infracción. En caso de duda sobre una norma que contenga sanciones,
se la aplicará en el sentido más favorable a la persona infractora.
6. La ley establecerá la debida proporcionalidad entre las infracciones
y las sanciones penales, administrativas o de otra naturaleza.
7. El derecho de las personas a la defensa incluirá las siguientes
garantías:
a) Nadie podrá ser privado del derecho a la defensa en ninguna etapa
o grado del procedimiento.
b) Contar con el tiempo y con los medios adecuados para la
preparación de su defensa.
c) Ser escuchado en el momento oportuno y en igualdad de condiciones.
d) Los procedimientos serán públicos salvo las excepciones previstas
por la ley. Las partes podrán acceder a todos los documentos y
actuaciones del procedimiento.
e) Nadie podrá ser interrogado, ni aún con fines de investigación, por
la Fiscalía General del Estado, por una autoridad policial o por
cualquier otra, sin la presencia de un abogado particular o un defensor
público, ni fuera de los recintos autorizados para el efecto.

679
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

f) Ser asistido gratuitamente por una traductora o traductor o intérprete, si no


comprende o no habla el idioma en el que se sustancia el procedimiento.
g) En procedimientos judiciales, ser asistido por una abogada o abogado de
su elección o por defensora o defensor público; no podrá restringirse el acceso
ni la comunicación libre y privada con su defensora o defensor.
h) Presentar de forma verbal o escrita las razones o argumentos de los que se
crea asistida y replicar los argumentos de las otras partes; presentar pruebas
y contradecir las que se presenten en su contra.
i) Nadie podrá ser juzgado más de una vez por la misma causa y materia. Los
casos resueltos por la jurisdicción indígena deberán ser considerados para
este efecto.
j) Quienes actúen como testigos o peritos estarán obligados a comparecer
ante la jueza, juez o autoridad, y a responder al interrogatorio respectivo.
k) Ser juzgado por una jueza o juez independiente, imparcial y competente.
Nadie será juzgado por tribunales de excepción o por comisiones especiales
creadas para el efecto.
l) Las resoluciones de los poderes públicos deberán ser motivadas. No habrá
motivación si en la resolución no se enuncian las normas o principios jurídicos
en que se funda y no se explica la pertinencia de su aplicación a los
antecedentes de hecho. Los actos administrativos, resoluciones o fallos que
no se encuentren debidamente motivados se consideraran nulos. Las servidoras
o servidores responsables serán sancionados.
m) Recurrir el fallo o resolución en todos los procedimientos en los que se
decida sobre sus derechos.

Art. 77. En todo proceso penal en que se haya privado de la libertad a una
persona, se observarán las siguientes garantías básicas:
1. La privación de la libertad se aplicará excepcionalmente cuando sea
necesaria para garantizar la comparecencia en el proceso, o para asegurar el
cumplimiento de la pena; procederá por orden escrita de jueza o juez
competente, en los casos, por el tiempo y con las formalidades establecidas
en la ley. Se exceptúan los delitos flagrantes, en cuyo caso no podrá mantenerse
a la persona detenida sin fórmula de juicio por más de veinticuatro horas. La
jueza o juez siempre podrá ordenar medidas cautelares distintas a la prisión
preventiva.
2. Ninguna persona podrá ser admitida en un centro de privación de libertad
sin una orden escrita emitida por jueza o juez competente, salvo en caso de

680
EQUADOR

delito flagrante. Las personas procesadas o indiciadas en juicio penal que se


hallen privadas de libertad permanecerán en centros de privación provisional
de libertad legalmente establecidos.
3. Toda persona, en el momento de la detención, tendrá derecho a conocer
en forma clara y en un lenguaje sencillo las razones de su detención, la identidad
de la jueza o juez, o autoridad que la ordenó, la de quienes la ejecutan y la de
las personas responsables del respectivo interrogatorio.
4. En el momento de la detención, la agente o el agente informará a la
persona detenida de su derecho a permanecer en silencio, a solicitar la
asistencia de una abogada o abogado, o de una defensora o defensor
público en caso de que no pudiera designarlo por sí mismo, y a comunicarse
con un familiar o con cualquier persona que indique. 56
5. Si la persona detenida fuera extranjera, quien lleve a cabo la detención
informará inmediatamente al representante consular de su país.
6. Nadie podrá ser incomunicado.
7. El derecho de toda persona a la defensa incluye:
a) Ser informada, de forma previa y detallada, en su lengua propia y en
lenguaje sencillo de las acciones y procedimientos formulados en su contra,
y de la identidad de la autoridad responsable de la acción o procedimiento.
b) Acogerse al silencio.
c) Nadie podrá ser forzado a declarar en contra de sí mismo, sobre asuntos
que puedan ocasionar su responsabilidad penal.
8. Nadie podrá ser llamado a declarar en juicio penal contra su cónyuge,
pareja o parientes hasta el cuarto grado de consanguinidad o segundo de
afinidad, excepto en el caso de violencia intrafamiliar, sexual y de género.
Serán admisibles las declaraciones voluntarias de las víctimas de un delito
o de los parientes de éstas, con independencia del grado de parentesco.
Estas personas podrán plantear y proseguir la acción penal
correspondiente.
9. Bajo la responsabilidad de la jueza o juez que conoce el proceso, la
prisión preventiva no podrá exceder de seis meses en las causas por delitos
sancionados con prisión, ni de un año en los casos de delitos sancionados
con reclusión. Si se exceden estos plazos, la orden de prisión preventiva
quedará sin efecto.
10. Sin excepción alguna, dictado el auto de sobreseimiento o la sentencia
absolutoria, la persona detenida recobrará inmediatamente su libertad,
aun cuando estuviera pendiente cualquier consulta o recurso.

681
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

11. La jueza o juez aplicará de forma prioritaria sanciones y medidas cautelares


alternativas a la privación de libertad contempladas en la ley. Las sanciones
alternativas se aplicarán de acuerdo con las circunstancias, la personalidad
de la persona infractora y las exigencias de reinserción social de la persona
sentenciada.
12. Las personas declaradas culpables y sancionadas con penas de privación
de libertad por sentencia condenatoria ejecutoriada, permanecerán en centros
de rehabilitación social. Ninguna persona condenada por delitos comunes
cumplirá la pena fuera de los centros de rehabilitación social del Estado,
salvo los casos de penas alternativas y de libertad condicionada, de acuerdo
con la ley.
13. Para las adolescentes y los adolescentes infractores regirá un sistema de
medidas socioeducativas proporcionales a la infracción atribuida. El Estado
determinará mediante ley sanciones privativas y no privativas de libertad. La
privación de la libertad será establecida como último recurso, por el periodo
mínimo necesario, y se llevará a cabo en establecimientos diferentes a los de
personas adultas.
14. Al resolver la impugnación de una sanción, no se podrá empeorar la
situación de la persona que recurre. Quien haya detenido a una persona con
violación de estas normas será sancionado. La ley establecerá sanciones
penales y administrativas por la detención arbitraria que se produzca en uso
excesivo de la fuerza policial, en aplicación o interpretación abusiva de
contravenciones u otras normas, o por motivos discriminatorios. Para los
arrestos disciplinarios de los miembros de las Fuerzas Armadas y de la Policía
Nacional, se aplicará lo dispuesto en la ley.

Art. 78. Las víctimas de infracciones penales gozarán de protección especial,


se les garantizará su no revictimización, particularmente en la obtención y
valoración de las pruebas, y se las protegerá de cualquier amenaza u otras
formas de intimidación. Se adoptarán mecanismos para una reparación integral
que incluirá, sin dilaciones, el conocimiento de la verdad de los hechos y la
restitución, indemnización, rehabilitación, garantía de no repetición y
satisfacción del derecho violado. Se establecerá un sistema de protección y
asistencia a víctimas, testigos y participantes procesales.

Art. 79. En ningún caso se concederá la extradición de una ecuatoriana o


ecuatoriano. Su juzgamiento se sujetará a las leyes del Ecuador.

682
EQUADOR

Art. 80. Las acciones y penas por delitos de genocidio, lesa humanidad,
crímenes de guerra, desaparición forzada de personas o crímenes de
58 agresión a un Estado serán imprescriptibles. Ninguno de estos casos
será susceptible de amnistía. El hecho de que una de estas infracciones
haya sido cometida por un subordinado no eximirá de responsabilidad
penal al superior que la ordenó ni al subordinado que la ejecutó.

Art. 81. La ley establecerá procedimientos especiales y expeditos para


el juzgamiento y sanción de los delitos de violencia intrafamiliar, sexual,
crímenes de odio y los que se cometan contra niñas, niños, adolescentes,
jóvenes, personas con discapacidad, adultas mayores y personas que,
por sus particularidades, requieren una mayor protección. Se nombrarán
fiscales y defensoras o defensores especializados para el tratamiento
de estas causas, de acuerdo con la ley.

Art. 82. El derecho a la seguridad jurídica se fundamenta en el respeto


a la Constitución y en la existencia de normas jurídicas previas, claras,
públicas y aplicadas por las autoridades competentes.

Capítulo noveno
Responsabilidades

Art. 83. Son deberes y responsabilidades de las ecuatorianas y los


ecuatorianos, sin perjuicio de otros previstos en la Constitución y la ley:
1. Acatar y cumplir la Constitución, la ley y las decisiones legítimas de autoridad
competente.
2. Ama killa, ama llulla, ama shwa. No ser ocioso, no mentir, no robar.
3. Defender la integridad territorial del Ecuador y sus recursos naturales.
4. Colaborar en el mantenimiento de la paz y de la seguridad.
5. Respetar los derechos humanos y luchar por su cumplimiento.
6. Respetar los derechos de la naturaleza, preservar un ambiente sano y utilizar
los recursos naturales de modo racional, sustentable y sostenible.
7. Promover el bien común y anteponer el interés general al interés particular,
conforme al buen vivir.
8. Administrar honradamente y con apego irrestricto a la ley el patrimonio
público, y denunciar y combatir los actos de corrupción.

683
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

9. Practicar la justicia y la solidaridad en el ejercicio de sus derechos y en el disfrute


de bienes y servicios.
10. Promover la unidad y la igualdad en la diversidad y en las relaciones interculturales.
11.Asumir las funciones públicas como un servicio a la colectividad y rendir cuentas
a la sociedad y a la autoridad, de acuerdo con la ley.
12. Ejercer la profesión u oficio con sujeción a la ética.
13. Conservar el patrimonio cultural y natural del país, y cuidar y mantener los
bienes públicos.
14. Respetar y reconocer las diferencias étnicas, nacionales, sociales, generacionales,
de género, y la orientación e identidad sexual.
15. Cooperar con el Estado y la comunidad en la seguridad social, y pagar los
tributos establecidos por la ley.
16. Asistir, alimentar, educar y cuidar a las hijas e hijos. Este deber es
corresponsabilidad de madres y padres en igual proporción, y corresponderá también
a las hijas e hijos cuando las madres y padres lo necesiten.
17. Participar en la vida política, cívica y comunitaria del país, de manera honesta y
transparente.

TÍTULO III
GARANTÍAS CONSTITUCIONALES

Capítulo primero
Garantías normativas

Art. 84. La Asamblea Nacional y todo órgano con potestad normativa tendrá la
obligación de adecuar, formal y materialmente, las leyes y demás normas jurídicas a
los derechos previstos en la Constitución y los tratados internacionales, y los que
sean necesarios para garantizar la dignidad del ser humano o de las comunidades,
pueblos y nacionalidades. En ningún caso, la reforma de la Constitución, las leyes,
otras normas jurídicas ni los actos del poder público atentarán contra los derechos
que reconoce la Constitución.

Capítulo segundo
Políticas públicas, servicios públicos y participación ciudadana

Art. 85. La formulación, ejecución, evaluación y control de las políticas


públicas y servicios públicos que garanticen los derechos reconocidos

684
EQUADOR

por la Constitución, se regularán de acuerdo con las siguientes


disposiciones:
1. Las políticas públicas y la prestación de bienes y servicios públicos
se orientarán a hacer efectivos el buen vivir y todos los derechos, y se
formularán a partir del principio de solidaridad.
2. Sin perjuicio de la prevalencia del interés general sobre el interés
particular, cuando los efectos de la ejecución de las políticas públicas o
prestación de bienes o servicios públicos vulneren o amenacen con
vulnerar derechos constitucionales, la política o prestación deberá
reformularse o se adoptarán medidas alternativas que concilien los
derechos en conflicto.
3. El Estado garantizará la distribución equitativa y solidaria del
presupuesto para la ejecución de las políticas públicas y la prestación
de bienes y servicios públicos. En la formulación, ejecución, evaluación
y control de las políticas públicas y servicios públicos se garantizará
la participación de las personas, comunidades, pueblos y
nacionalidades.

Capítulo tercero
Garantías jurisdiccionales

Sección primera
Disposiciones comunes

Art. 86. Las garantías jurisdiccionales se regirán, en general, por las


siguientes disposiciones:
1. Cualquier persona, grupo de personas, comunidad, pueblo o
nacionalidad podrá proponer las acciones previstas en la Constitución.
2. Será competente la jueza o juez del lugar en el que se origina el acto
o la omisión o donde se producen sus efectos, y serán aplicables las
siguientes normas de procedimiento:
a) El procedimiento será sencillo, rápido y eficaz. Será oral en todas
sus fases e instancias.
b) Serán hábiles todos los días y horas.
c) Podrán ser propuestas oralmente o por escrito, sin formalidades, y
sin necesidad de citar la norma infringida. No será indispensable el
patrocinio de un abogado para proponer la acción.

685
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

d) Las notificaciones se efectuarán por los medios más eficaces que estén al
alcance del juzgador, del legitimado activo y del órgano responsable del acto
u omisión.
e) No serán aplicables las normas procesales que tiendan a retardar su ágil
despacho.
3. Presentada la acción, la jueza o juez convocará inmediatamente a una
audiencia pública, y en cualquier momento del proceso podrá ordenar la
práctica de pruebas y designar comisiones para recabarlas. Se presumirán
ciertos los fundamentos alegados por la persona accionante cuando la entidad
pública requerida no demuestre lo contrario o no suministre información. La
jueza o juez resolverá la causa mediante sentencia, y en caso de constatarse
la vulneración de derechos, deberá declararla, ordenar la reparación integral,
material e inmaterial, y especificar e individualizar las obligaciones, positivas y
negativas, a cargo del destinatario de la decisión judicial, y las circunstancias
en que deban cumplirse. Las sentencias de primera instancia podrán ser
apeladas ante la corte provincial. Los procesos judiciales sólo finalizarán con
la ejecución integral de la sentencia o resolución.
4. Si la sentencia o resolución no se cumple por parte de servidoras o servidores
públicos, la jueza o juez ordenará su destitución del cargo o empleo, sin
perjuicio de la responsabilidad civil o penal a que haya lugar. Cuando sea un
particular quien incumpla la sentencia o resolución, se hará efectiva la
responsabilidad determinada en la ley.
5. Todas las sentencias ejecutoriadas serán remitidas a la Corte Constitucional,
para el desarrollo de su jurisprudencia.

Art. 87. Se podrán ordenar medidas cautelares conjunta o Independientemente


de las acciones constitucionales de protección de derechos, con el objeto de
evitar o hacer cesar la violación o amenaza de violación de un derecho.

Sección segunda
Acción de protección

Art. 88. La acción de protección tendrá por objeto el amparo directo y eficaz
de los derechos reconocidos en la Constitución, y podrá interponerse cuando
exista una vulneración de derechos constitucionales, por actos u omisiones
de cualquier autoridad pública no judicial; contra políticas públicas cuando
supongan la privación del goce o ejercicio de los derechos constitucionales; y

686
EQUADOR

cuando la violación proceda de una persona particular, si la violación del


derecho provoca daño grave, si presta servicios públicos impropios, si actúa
por delegación o concesión, o si la persona afectada se encuentra en estado
de subordinación, indefensión o discriminación.

Sección tercera
Acción de hábeas corpus

Art. 89. La acción de hábeas corpus tiene por objeto recuperar la libertad de
quien se encuentre privado de ella de forma ilegal, arbitraria o ilegítima, por
orden de autoridad pública o de cualquier persona, así como proteger la vida y
la integridad física de las personas privadas de libertad. Inmediatamente de
interpuesta la acción, la jueza o juez convocará a una audiencia que deberá
realizarse en las veinticuatro horas siguientes, en la que se deberá presentar la
orden de detención con las formalidades de ley y las justificaciones de hecho y
de derecho que sustenten la medida. La jueza o juez ordenará la comparecencia
de la persona privada de libertad, de la autoridad a cuya orden se encuentre la
persona detenida, de la defensora o defensor público y de quien la haya dispuesto
o provocado, según el caso. De ser necesario, la audiencia se realizará en el
lugar donde ocurra la privación de libertad. La jueza o juez resolverá dentro de
las veinticuatro horas siguientes a la finalización de la audiencia. En caso de
privación ilegítima o arbitraria, se dispondrá la libertad. La resolución que ordene
la libertad se cumplirá de forma inmediata. En caso de verificarse cualquier
forma de tortura, trato inhumano, cruel o degradante se dispondrá la libertad de
la víctima, su atención integral y especializada, y la imposición de medidas
alternativas a la privación de la libertad cuando fuera aplicable. Cuando la orden
de privación de la libertad haya sido dispuesta en un proceso penal, el recurso
se interpondrá ante la Corte Provincial de Justicia.

Art. 90. Cuando se desconozca el lugar de la privación de libertad y existan


indicios sobre la intervención de algún funcionario público o cualquier otro
agente del Estado, o de personas que actúen con su autorización, apoyo o
aquiescencia, la jueza o juez deberá convocar a audiencia al máximo
representante de la Policía Nacional y al ministro competente. Después de
escucharlos, se adoptarán las medidas necesarias para ubicar a la persona y
a los responsables de la privación de libertad.
Sección cuarta

687
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Acción de acceso a la información pública

Art. 91. La acción de acceso a la información pública tendrá por objeto


garantizar el acceso a ella cuando ha sido denegada expresa o tácitamente,
o cuando la que se ha proporcionado no sea completa o fidedigna. Podrá
ser interpuesta incluso si la negativa se sustenta en el carácter secreto,
reservado, confidencial o cualquiera otra clasificación de la información.
El carácter reservado de la información deberá ser declarado con
anterioridad a la petición, por autoridad competente y de acuerdo con la
ley.

Sección quinta
Acción de hábeas data

Art. 92. Toda persona, por sus propios derechos o como representante
legitimado para el efecto, tendrá derecho a conocer de la existencia y a
acceder a los documentos, datos genéticos, bancos o archivos de datos
personales e informes que sobre sí misma, o sobre sus bienes, consten en
entidades públicas o privadas, en soporte material o electrónico. Asimismo
tendrá derecho a conocer el uso que se haga de ellos, su finalidad, el
origen y destino de información personal y el tiempo de vigencia del archivo
o banco de datos. Las personas responsables de los bancos o archivos
de datos personales podrán difundir la información archivada con
autorización de su titular o de la ley. La persona titular de los datos podrá
solicitar al responsable el acceso sin costo al archivo, así como la
actualización de los datos, su rectificación, eliminación o anulación. En el
caso de datos sensibles, cuyo archivo deberá estar autorizado por la ley
o por la persona titular, se exigirá la adopción de las medidas de seguridad
necesarias. Si no se atendiera su solicitud, ésta podrá acudir a la jueza o
juez. La persona afectada podrá demandar por los perjuicios ocasionados.

Sección sexta
Acción por Incumplimiento

Art. 93. La acción por incumplimiento tendrá por objeto garantizar la


aplicación de las normas que integran el sistema jurídico, así como el
cumplimiento de sentencias o informes de organismos internacionales de

688
EQUADOR

derechos humanos, cuando la norma o decisión cuyo cumplimiento se


persigue contenga una obligación de hacer o no hacer clara, expresa y
exigible. La acción se interpondrá ante la Corte Constitucional.

Sección séptima
Acción extraordinaria de protección

Art. 94. La acción extraordinaria de protección procederá contra


sentencias o autos definitivos en los que se haya violado por acción u
omisión derechos reconocidos en la Constitución, y se interpondrá ante
la Corte Constitucional. El recurso procederá cuando se hayan agotado
los recursos ordinarios y extraordinarios dentro del término legal, a menos
que la falta de interposición de estos recursos no fuera atribuible a la
negligencia de la persona titular del derecho constitucional vulnerado.

TÍTULO IV
PARTICIPACIÓN Y ORGANIZACIÓN DEL PODER

Capítulo primero
Participación en democracia

Sección primera
Principios de la participación

Art. 95. Las ciudadanas y ciudadanos, en forma individual y colectiva,


participarán de manera protagónica en la toma de decisiones, planificación
y gestión de los asuntos públicos, y en el control popular de las instituciones
del Estado y la sociedad, y de sus representantes, en un proceso
permanente de construcción del poder ciudadano. La participación se
orientará por los principios de igualdad, autonomía, deliberación pública,
respeto a la diferencia, control popular, solidaridad e interculturalidad.
La participación de la ciudadanía en todos los asuntos de interés público
es un derecho, que se ejercerá a través de los mecanismos de la
democracia representativa, directa y comunitaria.

Sección segunda

689
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Organización colectiva

Art. 96. Se reconocen todas las formas de organización de la sociedad, como


expresión de la soberanía popular para desarrollar procesos de
autodeterminación e incidir en las decisiones y políticas públicas y en el control
social de todos los niveles de gobierno, así como de las entidades públicas y
de las privadas que presten servicios públicos. Las organizaciones podrán
articularse en diferentes niveles para fortalecer el poder ciudadano y sus formas
de expresión; deberán garantizar la democracia interna, la alternabilidad de
sus dirigentes y la rendición de cuentas.

Art. 97. Todas las organizaciones podrán desarrollar formas alternativas de


mediación y solución de conflictos, en los casos que permita la ley; actuar por
delegación de la autoridad competente, con asunción de la debida
responsabilidad compartida con esta autoridad; demandar la reparación de
daños ocasionados por entes públicos o privados; formular propuestas y
reivindicaciones económicas, políticas, ambientales, sociales y culturales; y
las demás iniciativas que contribuyan al buen vivir. Se reconoce al voluntariado
de acción social y desarrollo como una forma de participación social.

Art. 98. Los individuos y los colectivos podrán ejercer el derecho a la


resistencia frente a acciones u omisiones del poder público o de las personas
naturales o jurídicas no estatales que vulneren o puedan vulnerar sus derechos
constitucionales, y demandar el reconocimiento de nuevos derechos.

Art. 99. La acción ciudadana se ejercerá en forma individual o en


representación de la colectividad, cuando se produzca la violación de un
derecho o la amenaza de su afectación; será presentada ante autoridad
competente de acuerdo con la ley. El ejercicio de esta acción no impedirá las
demás acciones garantizadas en la Constitución y la ley.

Sección tercera
Participación en los diferentes niveles de gobierno

Art. 100. En todos los niveles de gobierno se conformarán instancias de


participación integradas por autoridades electas, representantes del régimen
dependiente y representantes de la sociedad del ámbito territorial de cada

690
EQUADOR

nivel de gobierno, que funcionarán regidas por principios democráticos. La


participación en estas instancias se ejerce para:
1. Elaborar planes y políticas nacionales, locales y sectoriales entre los
gobiernos y la ciudadanía.
2. Mejorar la calidad de la inversión pública y definir agendas de desarrollo.
3. Elaborar presupuestos participativos de los gobiernos.
4. Fortalecer la democracia con mecanismos permanentes de transparencia,
rendición de cuentas y control social.
5. Promover la formación ciudadana e impulsar procesos de comunicación.
Para el ejercicio de esta participación se organizarán audiencias públicas,
veedurías, asambleas, cabildos populares, consejos consultivos, observatorios
y las demás instancias que promueva la ciudadanía.

Art. 101. Las sesiones de los gobiernos autónomos descentralizados serán


públicas, y en ellas existirá la silla vacía que ocupará una representante o un
representante ciudadano en función de los temas a tratarse, con el propósito
de participar en su debate y en la toma de decisiones.

Art. 102. Las ecuatorianas y ecuatorianos, incluidos aquellos domiciliados en


el exterior, en forma individual o colectiva, podrán presentar sus propuestas y
proyectos a todos los niveles de gobierno, a través de los mecanismos
previstos en la Constitución y la ley.

Sección cuarta
Democracia directa

Art. 103. La iniciativa popular normativa se ejercerá para proponer la creación,


reforma o derogatoria de normas jurídicas ante la Función Legislativa o
cualquier otro órgano con competencia normativa. Deberá contar con el
respaldo de un número no inferior al cero punto veinte y cinco por ciento de
las personas inscritas en el registro electoral de la jurisdicción correspondiente.
Quienes propongan la iniciativa popular participarán, mediante representantes,
en el debate del proyecto en el órgano correspondiente, que tendrá un plazo
de ciento ochenta días para tratar la propuesta; si no lo hace, la propuesta
entrará en vigencia. Cuando se trate de un proyecto de ley, la Presidenta o
Presidente de la República podrá enmendar el proyecto pero no vetarlo
totalmente. Para la presentación de propuestas de reforma constitucional se

691
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

requerirá el respaldo de un número no inferior al uno por ciento de las personas


inscritas en el registro electoral. En el caso de que la Función Legislativa no
trate la propuesta en el plazo de un año, los proponentes podrán solicitar al
Consejo Nacional Electoral que convoque a consulta popular, sin necesidad
de presentar el ocho por ciento de respaldo de los inscritos 70 en el registro
electoral. Mientras se tramite una propuesta ciudadana de reforma
constitucional no podrá presentarse otra.

Art. 104. EI organismo electoral correspondiente convocará a consulta


popular por disposición de la Presidenta o Presidente de la República, de la
máxima autoridad de los gobiernos autónomos descentralizados o de la
iniciativa ciudadana. La Presidenta o Presidente de la República dispondrá al
Consejo Nacional Electoral que convoque a consulta popular sobre los asuntos
que estime convenientes. Los gobiernos autónomos descentralizados, con la
decisión de las tres cuartas partes de sus integrantes, podrán solicitar la
convocatoria a consulta popular sobre temas de interés para su jurisdicción.
La ciudadanía podrá solicitar la convocatoria a consulta popular sobre
cualquier asunto. Cuando la consulta sea de carácter nacional, el petitorio
contará con el respaldo de un número no inferior al cinco por ciento de personas
inscritas en el registro electoral; cuando sea de carácter local el respaldo será
de un número no inferior al diez por ciento del correspondiente registro
electoral. Cuando la consulta sea solicitada por ecuatorianas y ecuatorianos
en el exterior, para asuntos de su interés y relacionados con el Estado
ecuatoriano, requerirá el respaldo de un número no inferior al cinco por ciento
de las personas inscritas en el registro electoral de la circunscripción especial.
Las consultas populares que soliciten los gobiernos autónomos
descentralizados o la ciudadanía no podrán referirse a asuntos relativos a
tributos o a la organización político administrativa del país, salvo lo dispuesto
en la Constitución. En todos los casos, se requerirá dictamen previo de la
Corte Constitucional sobre la constitucionalidad de las preguntas propuestas.

Art. 105. Las personas en goce de los derechos políticos podrán revocar el
mandato a las autoridades de elección popular. La solicitud de revocatoria
del mandato podrá presentarse una vez cumplido el primero y antes del último
año del periodo para el que fue electa la autoridad cuestionada. Durante el
periodo de gestión de una autoridad podrá realizarse sólo un proceso de
revocatoria del mandato. La solicitud de revocatoria deberá respaldarse por

692
EQUADOR

un número no inferior al diez por ciento de personas inscritas en el registro


electoral correspondiente. Para el caso de la Presidenta o Presidente de la
República se requerirá el respaldo de un número no inferior al quince por
ciento de inscritos en el registro electoral.

Art. 106. El Consejo Nacional Electoral, una vez que conozca la decisión de
la Presidenta o Presidente de la República o de los gobiernos autónomos
descentralizados, o acepte la solicitud presentada por la ciudadanía, convocará
en el plazo de quince días a referéndum, consulta popular o revocatoria del
mandato, que deberá efectuarse en los siguientes sesenta días. Para la
aprobación de un asunto propuesto a referéndum, consulta popular o
revocatoria del mandato, se requerirá la mayoría absoluta de los votos válidos,
salvo la revocatoria de la Presidenta o Presidente de la República en cuyo
caso se requerirá la mayoría absoluta de los sufragantes. El pronunciamiento
popular será de obligatorio e inmediato cumplimiento. En el caso de
revocatoria del mandato la autoridad cuestionada será cesada de su cargo y
será reemplazada por quien corresponda de acuerdo con la Constitución.

Art. 107. Los gastos que demande la realización de los procesos electorales
que se convoquen por disposición de los gobiernos autónomos
descentralizados se imputarán al presupuesto del correspondiente nivel de
gobierno; los que se convoquen por disposición de la Presidenta o Presidente
de la República o por solicitud de la ciudadanía se imputarán al Presupuesto
General del Estado.

Sección quinta
Organizaciones políticas

Art. 108. Los partidos y movimientos políticos son organizaciones públicas


no estatales, que constituyen expresiones de la pluralidad política del pueblo
y sustentarán concepciones filosóficas, políticas, ideológicas, incluyentes y
no discriminatorias. Su organización, estructura y funcionamiento será
democráticos y garantizarán la alternabilidad, rendición de cuentas y
conformación paritaria entre mujeres y hombres en sus directivas.
Seleccionarán a sus directivas y candidaturas mediante procesos electorales
internos o elecciones primarias.

693
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 109. Los partidos políticos serán de carácter nacional, se regirán por sus
principios y estatutos, propondrán un programa de gobierno y mantendrán el
registro de sus afiliados. Los movimientos políticos podrán corresponder a
cualquier nivel de gobierno o a la circunscripción del exterior. La ley establecerá
los requisitos y condiciones de organización, permanencia y accionar
democrático de los movimientos políticos, así como los incentivos para que
conformen alianzas. Los partidos políticos deberán presentar su declaración
de principios ideológicos, programa de gobierno que establezca las acciones
básicas que se proponen realizar, estatuto, símbolos, siglas, emblemas,
distintivos, nómina de la directiva. Los partidos deberán contar con una
organización nacional, que comprenderá al menos al cincuenta por ciento de
las provincias del país, dos de las cuales deberán corresponder a las tres de
mayor población. El registro de afiliados no podrá ser menor al uno punto
cinco por ciento del registro electoral utilizado en el último proceso electoral.
Los movimientos políticos deberán presentar una declaración de principios,
programa de gobierno, símbolos, siglas, emblemas, distintivos y registro de
adherentes o simpatizantes, en número no inferior al uno punto cinco por
ciento del registro electoral utilizado en el último proceso electoral.

Art. 110. Los partidos y movimientos políticos se financiarán con los aportes
de sus afiliadas, afiliados y simpatizantes, y en la medida en que cumplan con
los requisitos que establezca la ley, los partidos políticos recibirán asignaciones
del Estado sujetas a control. El movimiento político que en dos elecciones
pluripersonales sucesivas obtenga al menos el cinco por ciento de votos válidos
a nivel nacional, adquirirá iguales derechos y deberá cumplir las mismas
obligaciones que los partidos políticos.

Art. 111.Se reconoce el derecho de los partidos y movimientos políticos


registrados en el Consejo Nacional Electoral a la oposición política en todos
los niveles de gobierno.

Sección sexta
Representación política

Art. 112. Los partidos y movimientos políticos o sus alianzas podrán presentar
a militantes, simpatizantes o personas no afiliadas como candidatas de elección
popular. Los movimientos políticos requerirán el respaldo de personas

694
EQUADOR

inscritas en el registro electoral de la correspondiente jurisdicción en un


número no inferior al uno punto cinco por ciento. Al solicitar la inscripción
quienes postulen su candidatura presentarán su programa de gobierno o
sus propuestas.

Art. 113. No podrán ser candidatas o candidatos de elección popular:


1. Quienes al inscribir su candidatura tengan contrato con el Estado, como
personas naturales o como representantes o apoderados de personas jurídicas,
siempre que el contrato se haya celebrado para la ejecución de obra pública,
prestación de servicio público o explotación de recursos naturales.
2. Quienes hayan recibido sentencia condenatoria ejecutoriada por delitos
sancionados con reclusión, o por cohecho, enriquecimiento ilícito o peculado.
3. Quienes adeuden pensiones alimenticias.
4. Las juezas y jueces de la Función Judicial, del Tribunal Contencioso
Electoral, y los miembros de la Corte Constitucional y del Consejo Nacional
Electoral, salvo que hayan renunciado a sus funciones seis meses antes de la
fecha señalada para la elección.
5. Los miembros del servicio exterior que cumplan funciones fuera del país
no podrán ser candidatas ni candidatos en representación de las ecuatorianas
y ecuatorianos en el exterior, salvo que hayan renunciado a sus funciones seis
meses antes de la fecha señalada para la elección.
6. Las servidoras y servidores públicos de libre nombramiento y remoción, y
los de periodo fijo, salvo que hayan renunciado con anterioridad a la fecha de
la inscripción de su candidatura. Las demás servidoras o servidores públicos
y los docentes, podrán candidatizarse y gozarán de licencia sin sueldo desde
la fecha de 74 inscripción de sus candidaturas hasta el día siguiente de las
elecciones, y de ser elegidos, mientras ejerzan sus funciones. El ejercicio del
cargo de quienes sean elegidos para integrar las juntas parroquiales no será
incompatible con el desempeño de sus funciones como servidoras o servidores
públicos, o docentes.
7. Quienes hayan ejercido autoridad ejecutiva en gobiernos de facto.
8. Los miembros de las Fuerzas Armadas y de la Policía Nacional en servicio
activo.

Art. 114. Las autoridades de elección popular podrán reelegirse por una sola
vez, consecutiva o no, para el mismo cargo. Las autoridades de elección

695
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

popular que se postulen para un cargo diferente deberán renunciar al que


desempeñan.

Art. 115. El Estado, a través de los medios de comunicación, garantizará de


forma equitativa e igualitaria la promoción electoral que propicie el debate y
la difusión de las propuestas programáticas de todas las candidaturas. Los
sujetos políticos no podrán contratar publicidad en los medios de
comunicación y vallas publicitarias. Se prohíbe el uso de los recursos y la
infraestructura estatales, así como la publicidad gubernamental, en todos los
niveles de gobierno, para la campaña electoral. La ley establecerá sanciones
para quienes incumplan estas disposiciones y determinará el límite y los
mecanismos de control de la propaganda y el gasto electoral.

Art. 116. Para las elecciones pluripersonales, la ley establecerá un sistema


electoral conforme a los principios de proporcionalidad, igualdad del voto,
equidad, paridad y alternabilidad entre mujeres y hombres; y determinará las
circunscripciones electorales dentro y fuera del país.

Art. 117. Se prohíbe realizar reformas legales en materia electoral durante el


año anterior a la celebración de elecciones. En caso de que la declaratoria de
inconstitucionalidad de una disposición afecte el normal desarrollo del proceso
electoral, el Consejo Nacional Electoral propondrá a la Función Legislativa
un proyecto de ley para que ésta lo considere en un plazo no mayor de treinta
días; de no tratarlo, entrará en vigencia por el ministerio de la ley.

Capítulo segundo
Función Legislativa

Sección primera
Asamblea Nacional

Art. 118. La Función Legislativa se ejerce por la Asamblea Nacional, que se


integrará por asambleístas elegidos para un periodo de cuatro años. La
Asamblea Nacional es unicameral y tendrá su sede en Quito. Excepcionalmente
podrá reunirse en cualquier parte del territorio nacional. La Asamblea Nacional
se integrará por:
1. Quince asambleístas elegidos en circunscripción nacional.

696
EQUADOR

2. Dos asambleístas elegidos por cada provincia, y uno más por cada
doscientos mil habitantes o fracción que supere los ciento cincuenta mil, de
acuerdo al último censo nacional de la población.
3. La ley determinará la elección de asambleístas de regiones, de distritos
metropolitanos, y de la circunscripción del exterior.

Art. 119. Para ser asambleísta se requerirá tener nacionalidad ecuatoriana,


haber cumplido dieciocho años de edad al momento de la inscripción de la
candidatura y estar en goce de los derechos políticos
.
Art. 120. La Asamblea Nacional tendrá las siguientes atribuciones y deberes,
además de las que determine la ley:
1. Posesionar a la Presidenta o Presidente y a la Vicepresidenta o
Vicepresidente de la República proclamados electos por el Consejo Nacional
Electoral. La posesión tendrá lugar el veinticuatro de mayo del año de su
elección.
2. Declarar la incapacidad física o mental inhabilitante para ejercer el cargo
de Presidenta o Presidente de la República y resolver el cese de sus funciones
de acuerdo con lo previsto en la Constitución.
3. Elegir a la Vicepresidenta o Vicepresidente, en caso de su falta definitiva,
de una terna propuesta por la Presidenta o Presidente de la República.
4. Conocer los informes anuales que debe presentar la Presidenta o Presidente
de la República y pronunciarte al respecto.
5. Participar en el proceso de reforma constitucional.
6. Expedir, codificar, reformar y derogar las leyes, e interpretarlas con carácter
generalmente obligatorio.
7. Crear, modificar o suprimir tributos mediante ley, sin menoscabo de las
atribuciones conferidas a los gobiernos autónomos descentralizados.
8. Aprobar o improbar los tratados internacionales en los casos que
corresponda.
9. Fiscalizar los actos de las funciones Ejecutiva, Electoral y de Transparencia
y Control Social, y los otros órganos del poder público, y requerir a las
servidoras y servidores públicos las informaciones que considere necesarias.
10. Autorizar con la votación de las dos terceras partes de sus integrantes, el
enjuiciamiento penal de la Presidenta o Presidente o de la Vicepresidenta o
Vicepresidente de la República, cuando la autoridad competente lo solicite
fundadamente.

697
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

11. Posesionar a la máxima autoridad de la Procuraduría General del


Estado, Contraloría General del Estado, Fiscalía General del Estado,
Defensoría del Pueblo, Defensoría Pública, Superintendencias, y a los
miembros del Consejo Nacional Electoral, del Consejo de la Judicatura y
del Consejo de Participación Ciudadana y Control Social.
12. Aprobar el Presupuesto General del Estado, en el que constará el
límite del endeudamiento público, y vigilar su ejecución.
13. Conceder amnistías por delitos políticos e indultos por motivos
humanitarios, con el voto favorable de las dos terceras partes de sus
integrantes. No se concederán por delitos cometidos contra la
administración pública ni por genocidio, tortura, desaparición forzada de
personas, secuestro y homicidio por razones políticas o de conciencia.

Art. 121. La Asamblea Nacional elegirá a una Presidenta o Presidente y


a dos Vicepresidentas o Vicepresidentes de entre sus miembros, para un
periodo de dos años, y podrán ser reelegidos. Las Vicepresidentas o
Vicepresidentes ocuparán, en su orden, la Presidencia en caso de ausencia
temporal o definitiva, o de renuncia del cargo. La Asamblea Nacional
llenará las vacantes cuando sea el caso, y por el tiempo que falte, para
completar los periodos. La Asamblea Nacional elegirá de fuera de su
seno a una secretaria o secretario y a una prosecretaria o prosecretario.

Art. 122. EI máximo órgano de la administración legislativa se integrará


por quienes ocupen la Presidencia y las dos Vicepresidencias, y por cuatro
vocales elegidos por la Asamblea Nacional de entre asambleístas
pertenecientes a diferentes bancadas legislativas.

Art. 123. La Asamblea Nacional se instalará en Quito, sin necesidad de


convocatoria, el catorce de mayo del año de su elección. El pleno sesionará
de forma ordinaria y permanente, con dos recesos al año de quince días
cada uno. Las sesiones de la Asamblea Nacional serán públicas, salvo las
excepciones establecidas en la ley. Durante el tiempo de receso, la
Presidenta o Presidente de la Asamblea Nacional, por sí, a petición de la
mayoría de los miembros de la Asamblea o de la Presidenta o Presidente
de la República, convocará a periodos extraordinarios de sesiones para
conocer exclusivamente los asuntos específicos señalados en la
convocatoria.

698
EQUADOR

Art. 124. Los partidos o movimientos políticos que cuenten con un número
de asambleístas que represente al menos el diez por ciento de los miembros
de la Asamblea Nacional podrán formar una bancada legislativa. Los partidos
o movimientos que no lleguen a tal porcentaje podrán unirse con otros para
formarla.

Art. 125. Para el cumplimiento de sus atribuciones, la Asamblea Nacional


integrará comisiones especializadas permanentes, en las que participarán todos
sus miembros. La ley determinará el número, conformación y competencias
de cada una de ellas.

Art. 126. Para el cumplimiento de sus labores la Asamblea Nacional se regirá


por la ley correspondiente y su reglamento interno. Para la reforma o
codificación de esta ley se requerirá la mayoría absoluta de los miembros de
la Asamblea.

Art. 127. Las asambleístas y los asambleístas ejercerán una función pública
al servicio del país, actuarán con sentido nacional, serán responsables
políticamente ante la sociedad de sus acciones u omisiones en el cumplimiento
de sus deberes y atribuciones, y estarán obligados a rendir cuentas a sus
mandantes. Las asambleístas y los asambleístas no podrán:
1. Desempeñar ninguna otra función pública o privada, ni dedicarse a sus
actividades profesionales si fueran incompatibles con su cargo, excepto la
docencia universitaria siempre que su horario lo permita.
2. Ofrecer, tramitar, recibir o administrar recursos del General del Estado,
salvo los destinados al funcionamiento Presupuesto administrativo de la
Asamblea Nacional.
3. Gestionar nombramientos de cargos públicos.
4. Percibir dietas u otros ingresos de fondos públicos que no sean los
correspondientes a su función de asambleístas.
5. Aceptar nombramientos, delegaciones, comisiones o representaciones
remuneradas de otras funciones del Estado.
6. Integrar directorios de otros cuerpos colegiados de instituciones o empresas
en las que tenga participación el Estado.
7. Celebrar contratos con entidades del sector público. Quien incumpla alguna
de estas prohibiciones perderá la calidad de asambleísta, además de las
responsabilidades que determine la ley.

699
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 128. Las asambleístas y los asambleístas gozarán de fuero de Corte


Nacional de Justicia durante el ejercicio de sus funciones; no serán civil ni
penalmente responsables por las opiniones que emitan, ni por las decisiones
o actos que realicen en el ejercicio de sus funciones, dentro y fuera de la
Asamblea Nacional. Para iniciar causa penal en contra de una asambleísta
o de un asambleísta se requerirá autorización previa de la Asamblea
Nacional, excepto en los casos que no se encuentren relacionados con el
ejercicio de sus funciones. Si la solicitud de la jueza o juez competente en la
que pide la autorización para el enjuiciamiento no se contesta en el plazo de
treinta días, se entenderá concedida. Durante los periodos de receso se
suspenderá el decurso del plazo mencionado. Solo se les podrá privar de
libertad en caso de delito flagrante o sentencia ejecutoriada. Las causas
penales que se hayan iniciado con anterioridad a la posesión del cargo
continuarán en trámite ante la jueza o juez que avocó el conocimiento de la
causa.

Sección segunda
Control de la acción de gobierno

Art. 129. La Asamblea Nacional podrá proceder al enjuiciamiento político


de la Presidenta o Presidente, o de la Vicepresidenta o Vicepresidente de la
República, a solicitud de al menos una tercera parte de sus miembros, en los
siguientes casos:
1. Por delitos contra la seguridad del Estado.
2. Por delitos de concusión, cohecho, peculado o enriquecimiento ilícito.
3. Por delitos de genocidio, tortura, desaparición forzada de personas,
secuestro u homicidio por razones políticas o de conciencia.
Para iniciar el juicio político se requerirá el dictamen de admisibilidad de la
Corte Constitucional, pero no será necesario el enjuiciamiento penal
previo. En un plazo de setenta y dos horas, concluido el procedimiento
establecido en la ley, la Asamblea Nacional resolverá motivadamente con
base en las pruebas de descargo presentadas por la Presidenta o
Presidente de la República. Para proceder a la censura y destitución se
requerirá el voto favorable de las dos terceras partes de los miembros de
la Asamblea Nacional. Si de la censura se derivan indicios de
responsabilidad penal, se dispondrá que el asunto pase a conocimiento
de la jueza o juez competente.

700
EQUADOR

Art. 130. La Asamblea Nacional podrá destituir a la Presidenta o Presidente


de la República en los siguientes casos:
1. Por arrogarse funciones que no le competan constitucionalmente, previo
dictamen favorable de la Corte Constitucional.
2. Por grave crisis política y conmoción interna. En un plazo de setenta y dos
horas, concluido el procedimiento establecido en la ley, la Asamblea Nacional
resolverá motivadamente con base en las pruebas de descargo presentadas
por la Presidenta o Presidente de la República. Para proceder a la destitución
se requerirá el voto favorable de las dos terceras partes de los miembros de
la Asamblea Nacional. De prosperar la destitución, la Vicepresidenta o
Vicepresidente asumirá la Presidencia de la República. Esta facultad podrá
ser ejercida por una sola vez durante el periodo legislativo, en los tres primeros
años del mismo. En un plazo máximo de siete días después de la publicación
de la resolución de destitución, el Consejo Nacional Electoral convocará
para una misma fecha a elecciones legislativas y presidenciales anticipadas
para el resto de los respectivos periodos. La instalación de la Asamblea
Nacional y la posesión de la Presidenta o Presidente electo tendrá lugar de
acuerdo con lo previsto en la Constitución, en la fecha determinada por el
Consejo Nacional Electoral.

Art. 131. La Asamblea Nacional podrá proceder al enjuiciamiento político, a


solicitud de al menos una cuarta parte de sus miembros y por incumplimiento
de las funciones que les asignan la Constitución y la ley, de las ministras o
ministros de Estado, o de la máxima autoridad de la Procuraduría General
del Estado, Contraloría General del Estado, Fiscalía General del Estado,
Defensoría del Pueblo, Defensoría Pública General, Superintendencias, y de
los miembros del Consejo Nacional Electoral, Tribunal Contencioso Electoral,
Consejo de la Judicatura y Consejo de Participación Ciudadana y Control
Social, y de las demás autoridades que la Constitución determine, durante el
ejercicio de su cargo y hasta un año después de terminado. Para proceder a
su censura y destitución se requerirá el voto favorable de la mayoría absoluta
de los miembros de la Asamblea Nacional, con excepción de las ministras o
ministros de Estado y los miembros de la Función Electoral y del Consejo de
la Judicatura, en cuyo caso se requerirá las dos terceras partes. La censura
producirá la inmediata destitución de la autoridad. Si de los motivos de la
censura se derivan indicios de responsabilidad penal, se dispondrá que el
asunto pase a conocimiento de la autoridad competente.

701
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sección tercera
Procedimiento legislativo

Art. 132. La Asamblea Nacional aprobará como leyes las normas generales
de interés común. Las atribuciones de la Asamblea Nacional que no
requieran de la expedición de una ley se ejercerán a través de acuerdos o
resoluciones. Se requerirá de ley en los siguientes casos:
1. Regular el ejercicio de tos derechos y garantías constitucionales.
2. Tipificar infracciones y establecer las sanciones correspondientes.
3. Crear, modificar o suprimir tributos, sin menoscabo de las atribuciones
que la Constitución confiere a los gobiernos autónomos descentralizados.
4. Atribuir deberes, responsabilidades y competencias a los gobiernos
autónomos descentralizados.
5. Modificar la división político-administrativa del país, excepto en lo relativo
a las parroquias.
6. Otorgar a los organismos públicos de control y regulación la facultad de
expedir normas de carácter general en las materias propias de su
competencia, sin que puedan alterar o innovar las disposiciones legales.

Art. 133. Las leyes serán orgánicas y ordinarias. Serán leyes orgánicas:
1. Las que regulen la organización y funcionamiento de las instituciones
creadas por la Constitución.
2. Las que regulen el ejercicio de los derechos y garantías constitucionales.
3. Las que regulen la organización, competencias, facultades y
funcionamiento de los gobiernos autónomos descentralizados.
4. Las relativas al régimen de partidos políticos y al sistema electoral.
La expedición, reforma, derogación e interpretación con carácter
generalmente obligatorio de las leyes orgánicas requerirán mayoría absoluta
de los miembros de la Asamblea Nacional. Las demás serán leyes ordinarias,
que no podrán modificar ni prevalecer sobre una ley orgánica.

Art. 134. La iniciativa para presentar proyectos de ley corresponde:


1. A las asambleístas y los asambleístas, con el apoyo de una bancada
legislativa o de al menos el cinco por ciento de los miembros de la Asamblea
Nacional.
2. A la Presidenta o Presidente de la República.
3. A las otras funciones del Estado en los ámbitos de su competencia.

702
EQUADOR

4. A la Corte Constitucional, Procuraduría General del Estado, Fiscalía General


del Estado, Defensoría del Pueblo y Defensoría Pública en las materias que
les corresponda de acuerdo con sus atribuciones.
5. A las ciudadanas y los ciudadanos que estén en goce de los derechos
políticos y a las organizaciones sociales que cuenten con el respaldo de por lo
menos el cero punto veinticinco por ciento de las ciudadanas y ciudadanos
inscritos en el padrón electoral nacional.
6. Quienes presenten proyectos de ley de acuerdo con estas disposiciones
podrán participar en su debate, personalmente o por medio de sus delegados.

Art. 135. Sólo la Presidenta o Presidente de la República podrá presentar


proyectos de ley que creen, modifiquen o supriman impuestos, aumenten el
gasto público o modifiquen la división político administrativa del país.

Art. 136. Los proyectos de ley deberán referirse a una sola materia y serán
presentados a la Presidenta o Presidente de la Asamblea Nacional con la
suficiente exposición de motivos, el articulado que se proponga y la expresión
clara de los artículos que con la nueva ley se derogarían o se reformarían. Si
el proyecto no reúne estos requisitos no se tramitará.

Art. 137. El proyecto de ley será sometido a dos debates. La Presidenta o


Presidente de la Asamblea Nacional, dentro de los plazos que establezca la
ley, ordenará que se distribuya el proyecto a los miembros de la Asamblea y
se difunda públicamente su extracto, y enviará el proyecto a la comisión que
corresponda, que iniciará su respectivo conocimiento y trámite. Las ciudadanas
y los ciudadanos que tengan interés en la aprobación del proyecto de ley, o
que consideren que sus derechos puedan ser afectados por su expedición,
podrán acudir ante la comisión y exponer sus argumentos. Aprobado el
proyecto de ley, la Asamblea lo enviará a la Presidenta o Presidente de la
República para que lo sancione u objete de forma fundamentada. Sancionado
proyecto de ley o de no haber objeciones dentro del plazo de treinta días
posteriores a su recepción por parte de la Presidenta o Presidente de la
República, se promulgará la ley, y se publicará en el Registro Oficial.

Art. 138. Si la Presidenta o Presidente de la República objeta totalmente el


proyecto de ley, la Asamblea podrá volver a considerarlo solamente después
de un año contado a partir de la fecha de la objeción. Transcurrido este

703
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

plazo, la Asamblea podrá ratificarlo en un solo debate, con el voto favorable


de las dos terceras partes de sus miembros, y lo enviará inmediatamente al
Registro Oficial para su publicación. Si la objeción fuera parcial, la Presidenta
o Presidente de la República presentará un texto alternativo, que no podrá
incluir materias no contempladas en el proyecto; igual restricción observara
la Asamblea Nacional en la aprobación de las modificaciones sugeridas. La
Asamblea examinará la objeción parcial dentro del plazo de treinta días,
contados a partir de la fecha de su entrega y podrá, en un solo debate, allanarse
a ella y enmendar el proyecto con el voto favorable de la mayoría de asistentes
a la sesión. También podrá ratificar el proyecto inicialmente aprobado, con el
voto favorable de las dos terceras partes de sus miembros. En ambos casos,
la Asamblea enviará la ley al Registro Oficial para su publicación. Si la
Asamblea no considera la objeción en el plazo señalado, se entenderá que se
ha allanado a ésta y la Presidenta o Presidente de la República dispondrá la
promulgación de la ley y su publicación en el Registro Oficial. Si la objeción
fuera también por inconstitucionalidad, se resolverá primero la objeción por
inconstitucionalidad.

Art. 139. Si la objeción de la Presidenta o Presidente de la República se


fundamenta en la inconstitucionalidad total o parcial del proyecto, requerirá
dictamen de la Corte Constitucional, que lo emitirá dentro del plazo de treinta
días. Si el dictamen confirmara la inconstitucionalidad total del proyecto, éste
será archivado, y si esta fuera parcial, la Asamblea Nacional realizará las
enmiendas necesarias para que el proyecto pase a la sanción de la Presidenta
o Presidente de la República. Si la Corte Constitucional dictamina que no hay
inconstitucionalidad, la Asamblea Nacional lo promulgará y ordenará su
publicación.

Art. 140. La Presidenta o Presidente de la República podrá enviar a la


Asamblea Nacional proyectos de ley calificados de urgencia en materia
económica. La Asamblea deberá aprobarlos, modificarlos o negarlos dentro
de un plazo máximo de treinta días a partir de su recepción. El trámite para la
presentación, discusión y aprobación de estos proyectos será el ordinario,
excepto en cuanto a los plazos anteriormente establecidos. Mientras se discuta
un proyecto calificado de urgente, la Presidenta o Presidente de la República
no podrá enviar otro, salvo que se haya decretado el estado de excepción.
Cuando en el plazo señalado la Asamblea no apruebe, modifique o niegue el

704
EQUADOR

proyecto calificado de urgente en materia económica, la Presidenta o


Presidente de la República lo promulgará como decreto-ley y ordenará su
publicación en el Registro Oficial. La Asamblea Nacional podrá en cualquier
tiempo modificarla o derogarla, con sujeción al trámite ordinario previsto en
la Constitución.

Capítulo tercero
Función Ejecutiva

Sección primera
Organización y funciones

Art. 141. La Presidenta o Presidente de la República ejerce la Función


Ejecutiva, es el Jefe del Estado y de Gobierno y responsable de la
administración pública. La Función Ejecutiva esta integrada por la Presidencia
y Vicepresidencia de la República, los Ministerios de Estado y los demás
organismos e instituciones necesarios para cumplir, en el ámbito de su
competencia, las atribuciones de rectoría, planificación, ejecución y
evaluación de las políticas públicas nacionales y planes que se creen para
ejecutarlas.

Art. 142. La Presidenta o Presidente de la República debe ser ecuatoriano


por nacimiento, haber cumplido treinta y cinco años de edad a la fecha de
inscripción de su candidatura, estar en goce de los derechos políticos y no
encontrarse incurso en ninguna de las inhabilidades o prohibiciones establecidas
en la Constitución.

Art. 143.Las candidaturas a la Presidencia y a la Vicepresidencia de la


República constarán en la misma papeleta. La Presidenta o Presidente y la
Vicepresidenta o Vicepresidente serán elegidos por mayoría absoluta de votos
válidos emitidos. Si en la primera votación ningún binomio hubiera logrado
mayoría absoluta, se realizara una segunda vuelta electoral dentro de los
siguientes cuarenta y cinco días, y en ella participaran los dos binomios más
votados en la primera vuelta. No será necesaria la segunda votación si el
binomio que consiguió el primer lugar obtiene al menos el cuarenta por ciento
de los votos válidos y una diferencia mayor de diez puntos porcentuales sobre
la votación lograda por el binomio ubicado en el segundo lugar.

705
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 144.El período de gobierno de la Presidenta o Presidente de la República


se iniciará dentro de los diez días posteriores a la instalación de la Asamblea
Nacional, ante la cual prestará juramento. En caso de que la Asamblea
Nacional se encuentre instalada, el período de gobierno se iniciará dentro de
los cuarenta y cinco días posteriores a la proclamación de los resultados
electorales. La Presidenta o Presidente de la República permanecerá cuatro
años en sus funciones y podrá ser reelecto por una sola vez. La Presidenta o
Presidente de la República, durante su mandato y hasta un año después de
haber cesado en sus funciones, deberá comunicar a la Asamblea Nacional,
con antelación a su salida, el periodo y las razones de su ausencia del país.

Art. 145. La Presidenta o Presidente de la República cesará en sus funciones


y dejará vacante el cargo en los casos siguientes:
1. Por terminación del período presidencial.
2. Por renuncia voluntaria aceptada por la Asamblea Nacional.
3. Por destitución, de acuerdo a lo dispuesto en la Constitución.
4. Por incapacidad física o mental permanente que le impida ejercer el cargo,
certificada de acuerdo con la ley por un comité de médicos especializados, y
declarada por la Asamblea Nacional con los votos de las dos terceras partes
de sus integrantes.
5. Por abandono del cargo, comprobado por la Corte Constitucional y
declarado por la Asamblea Nacional con los votos de las dos terceras partes
de sus integrantes.
6. Por revocatoria del mandato, de acuerdo con el procedimiento establecido
en la Constitución.

Art. 146. En caso de ausencia temporal en la Presidencia de la República, lo


reemplazará quien ejerza la Vicepresidencia. Se considerará ausencia temporal
la enfermedad u otra circunstancia de fuerza mayor que le impida ejercer su
función durante un período máximo de tres meses, o la licencia concedida
por la Asamblea Nacional. En caso de falta definitiva de la Presidenta o
Presidente de la República, lo reemplazará quien ejerza la Vicepresidencia
por el tiempo que reste para completar el correspondiente período presidencial.
Ante falta simultánea y definitiva en la Presidencia y en la Vicepresidencia de
la República, la Presidenta o Presidente de la Asamblea Nacional asumirá
temporalmente la Presidencia, y en el término de cuarenta y ocho horas, el

706
EQUADOR

Consejo Nacional Electoral convocará a elección para dichos cargos. Quienes


resulten elegidos ejercerán sus funciones hasta completar el período. En el
caso de que faltare un año o menos, la Presidenta o Presidente de la Asamblea
Nacional asumirá la Presidencia de la República por el resto del período.

Art. 147. Son atribuciones y deberes de la Presidenta o Presidente de la


República, además de los que determine la ley:
1. Cumplir y hacer cumplir la Constitución, las leyes, los tratados
internacionales y las demás normas jurídicas dentro del ámbito de su
competencia.
2. Presentar al momento de su posesión ante la Asamblea Nacional los
lineamientos fundamentales de las políticas y acciones que desarrollará durante
su ejercicio.
3. Definir y dirigir las políticas públicas de la Función Ejecutiva.
4. Presentar al Consejo Nacional de Planificación la propuesta del Plan
Nacional de Desarrollo para su aprobación.
5. Dirigir la administración pública en forma desconcentrada y expedir los
decretos necesarios para su integración, organización, regulación y control.
6. Crear, modificar y suprimir los ministerios, entidades e instancias de
coordinación.
7. Presentar anualmente a la Asamblea Nacional, el informe sobre el
cumplimiento del Plan Nacional de Desarrollo y los objetivos que el gobierno
se propone alcanzar durante el año siguiente.
8. Enviar la proforma del Presupuesto General del Estado a la Asamblea
Nacional, para su aprobación.
9. Nombrar y remover a las ministras y ministros de Estado y a las demás
servidoras y servidores públicos cuya nominación le corresponda.
10. Definir la política exterior, suscribir y ratificar los tratados internacionales,
nombrar y remover a embajadores y jefes de misión.
11. Participar con iniciativa legislativa en el proceso de formación de las leyes.
12. Sancionar los proyectos de ley aprobados por la Asamblea Nacional y
ordenar su promulgación en el Registro Oficial.
13. Expedir los reglamentos necesarios para la aplicación de las leyes, sin
contravenirlas ni alterarlas, así como los que convengan a la buena marcha de
la administración.
14. Convocar a consulta popular en los casos y con los requisitos previstos
en la Constitución.

707
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

15. Convocar a la Asamblea Nacional a períodos extraordinarios de sesiones,


con determinación de los asuntos específicos que se conocerán.
16. Ejercer la máxima autoridad de las Fuerzas Armadas y de la Policía
Nacional y designar a los integrantes del alto mando militar y policial.
17. Velar por el mantenimiento de la soberanía, de la independencia del Estado,
del orden interno y de la seguridad pública, y ejercer la dirección política de
la defensa nacional.
18. Indultar, rebajar o conmutar las penas, de acuerdo con la ley.

Art. 148. La Presidenta o Presidente de la República podrá disolver la


Asamblea Nacional cuando, a su juicio, ésta se hubiera arrogado funciones
que no le competan constitucionalmente, previo dictamen favorable de la
Corte Constitucional; o si de forma reiterada e injustificada obstruye la
ejecución del Plan Nacional de Desarrollo, o por grave crisis política y
conmoción interna. Esta facultad podrá ser ejercida por una sola vez en los
tres primeros años de su mandato. En un plazo máximo de siete días después
de la publicación del decreto de disolución, el Consejo Nacional Electoral
convocará para una misma fecha a elecciones legislativas y presidenciales
para el resto de los respectivos períodos. Hasta la instalación de la Asamblea
Nacional, la Presidenta o Presidente de la República podrá, previo dictamen
favorable de la Corte Constitucional, expedir decretos-leyes de urgencia
económica, que podrán ser aprobados o derogados por el órgano legislativo.

Art. 149. Quien ejerza la Vicepresidencia de la República cumplirá los mismos


requisitos, estará sujeto a las mismas inhabilidades y prohibiciones establecidas
para la Presidenta o Presidente de la República, y desempeñará sus funciones
por igual período. La Vicepresidenta o Vicepresidente de la República, cuando
no reemplace a la Presidenta o Presidente de la República, ejercerá las
funciones que ésta o este le asigne.

Art. 150. En caso de ausencia temporal de quien ejerza la Vicepresidencia


de la República, corresponderá el reemplazo a la ministra o ministro de Estado
que sea designado por la Presidencia de la República. Serán causas de
ausencia temporal de quien ejerza la Vicepresidencia de la República las mismas
determinadas para la Presidencia de la República. En caso de falta definitiva
de la Vicepresidenta o Vicepresidente de la República, la Asamblea Nacional,
con el voto conforme de la mayoría de sus integrantes, elegirá su reemplazo

708
EQUADOR

de una terna presentada por la Presidencia de la República. La persona elegida


ejercerá sus funciones por el tiempo que falte para completar el período. Si la
Asamblea Nacional omite pronunciarse en el plazo de treinta días de notificada
la petición, se entenderá elegida la primera persona que conforme la terna.

Art. 151. Las ministras y los ministros de Estado serán de libre nombramiento
y remoción por la Presidenta o Presidente de la República, y lo representarán
en los asuntos propios del ministerio a su cargo. Serán responsables política,
civil y penalmente por los actos y contratos que realicen en el ejercicio de
sus funciones, con independencia de la responsabilidad civil subsidiaria del
Estado. Para ser titular de un ministerio de Estado se requerirá tener la
nacionalidad ecuatoriana, estar en goce de los derechos políticos y no
encontrarse en ninguno de los casos de inhabilidad o incompatibilidad
previstos en la Constitución. El número de ministras o ministros de Estado,
su denominación y las competencias que se les asigne serán establecidos
mediante decreto expedido por la Presidencia de la República.

Art. 152. No podrán ser ministras o ministros de Estado:


1. Los parientes hasta el cuarto grado de consanguinidad y segundo de afinidad
de quienes ejerzan la Presidencia o la Vicepresidencia de la República.
2. Las personas naturales, propietarias, miembros del directorio,
representantes o apoderadas de personas jurídicas privadas, 90 nacionales o
extranjeras, que mantengan contrato con el Estado para la ejecución de obras
públicas, prestación de servicios públicos o explotación de recursos naturales,
mediante concesión, asociación o cualquier otra modalidad contractual.
3. Los miembros de las Fuerzas Armadas y de la Policía Nacional en servicio
activo.

Art. 153. Quienes hayan ejercido la titularidad de los ministerios de Estado y


las servidoras y servidores públicos de nivel jerárquico superior definidos
por la ley, una vez hayan cesado en su cargo y durante los siguientes dos
años, no podrán formar parte del directorio o del equipo de dirección, o ser
representantes legales o ejercer la procuración de personas jurídicas privadas,
nacionales o extranjeras, que celebren contrato con el Estado, bien sea para
la ejecución de obras publicas, prestación de servicios públicos o explotación
de recursos naturales, mediante concesión, asociación o cualquier otra

709
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

modalidad contractual, ni ser funcionarias o funcionarios de instituciones


financieras internacionales acreedoras del país.

Art. 154. A las ministras y ministros de Estado, además de las atribuciones


establecidas en la ley, les corresponde:
1. Ejercer la rectoría de las políticas públicas del área a su cargo y expedir
los acuerdos y resoluciones administrativas que requiera su gestión.
2. Presentar ante la Asamblea Nacional los informes que les sean requeridos
y que estén relacionados con las áreas bajo su responsabilidad, y comparecer
cuando sean convocados o sometidos a enjuiciamiento político.
Art. 155. En cada territorio, la Presidenta o Presidente de la República
podrá tener un representante que controlará el cumplimiento de las políticas
del Ejecutivo, y dirigirá y coordinará las actividades de sus servidoras y
servidores públicos.

Sección segunda
Consejos nacionales de igualdad

Art. 156. Los consejos nacionales para la igualdad son órganos responsables
de asegurar la plena vigencia y el ejercicio de los derechos consagrados en
la Constitución y en los instrumentos internacionales de derechos humanos.
Los consejos ejercerán atribuciones en la formulación, transversalización,
observancia, seguimiento y evaluación de las políticas públicas relacionadas
con las temáticas de género, étnicas, generacionales, interculturales, y de
discapacidades y movilidad humana, de acuerdo con la ley. Para el
cumplimiento de sus fines se coordinarán con las entidades rectoras y
ejecutoras y con los organismos especializados en la protección de derechos
en todos los niveles de gobierno.

Art. 157. Los consejos nacionales de igualdad se integrarán de forma


paritaria, por representantes de la sociedad civil y del Estado, y estarán
presididos por quien represente a la Función Ejecutiva. La estructura,
funcionamiento y forma de integración de sus miembros se regulará de
acuerdo con los principios de alternabilidad, participación democrática,
inclusión y pluralismo.

710
EQUADOR

Sección tercera
Fuerzas Armadas y Policía Nacional

Art. 158. Las Fuerzas Armadas y la Policía Nacional son instituciones de


protección de los derechos, libertades y garantías de los ciudadanos. Las
Fuerzas Armadas tienen como misión fundamental la defensa de la
soberanía y la integridad territorial. La protección interna y el
mantenimiento del orden público son funciones privativas del Estado y
responsabilidad de la Policía Nacional. Las servidoras y servidores de
las Fuerzas Armadas y la Policía Nacional se formarán bajo los
fundamentos de la democracia y de los derechos humanos, y respetarán
la dignidad y los derechos de las personas sin discriminación alguna y con
apego irrestricto al ordenamiento jurídico.

Art. 159. Las Fuerzas Armadas y la Policía Nacional serán obedientes y no


deliberantes, y cumplirán su misión con estricta sujeción al poder civil y a la
Constitución. Las autoridades de las Fuerzas Armadas y de la Policía Nacional
serán responsables por las órdenes que impartan. La obediencia a las órdenes
superiores no eximirá de responsabilidad a quienes las ejecuten.

Art. 160. Las personas aspirantes a la carrera militar y policial no serán


discriminadas para su ingreso. La ley establecerá los requisitos específicos
para los casos en los que se requiera de habilidades, conocimientos o
capacidades especiales. Los miembros de las Fuerzas Armadas y de la Policía
Nacional estarán sujetos a las leyes específicas que regulen sus derechos y
obligaciones, y su sistema de ascensos y promociones con base en méritos y
con criterios de equidad de género. Se garantizará su estabilidad y
profesionalización. Los miembros de las Fuerzas Armadas y de la Policía
Nacional sólo podrán ser privados de sus grados, pensiones, condecoraciones
y reconocimientos por las causas establecidas en dichas leyes y no podrán
hacer uso de prerrogativas derivadas de sus grados sobre los derechos de
las personas. Los miembros de las Fuerzas Armadas y de la Policía Nacional
serán juzgados por los órganos de la Función Judicial; en el caso de delitos
cometidos dentro de su misión específica, serán juzgados por salas
especializadas en materia militar y policial, pertenecientes a la misma Función
Judicial. Las infracciones disciplinarias serán juzgadas por los órganos
competentes establecidos en la ley.

711
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 161. El servicio cívico-militar es voluntario. Este servicio se realizará en


el marco del respeto a la diversidad y a los derechos, y estará acompañado
de una capacitación alternativa en diversos campos ocupacionales que
coadyuven al desarrollo individual y al bienestar de la sociedad. Quienes
participen en este servicio no serán destinados a áreas de alto riesgo militar.
Se prohíbe toda forma de reclutamiento forzoso.

Art. 162. Las Fuerzas Armadas sólo podrán participar en actividades


económicas relacionadas con la defensa nacional, y podrán aportar su
contingente para apoyar el desarrollo nacional, de acuerdo con la ley. Las
Fuerzas Armadas podrán organizar fuerzas de reserva, de acuerdo a las
necesidades para el cumplimiento de sus funciones. El Estado asignara los
recursos necesarios para su equipamiento, entrenamiento y formación.

Art. 163. La Policía Nacional es una institución estatal de carácter civil, armada,
técnica, jerarquizada, disciplinada, profesional y altamente especializada, cuya
misión es atender la seguridad ciudadana y el orden público, y proteger el
libre ejercicio de los derechos y la seguridad de las personas dentro del territorio
nacional. Los miembros de la Policía Nacional tendrán una formación basada
en derechos humanos, investigación especializada, prevención, control y
prevención del delito y utilización de medios de disuasión y conciliación como
alternativas al uso de la fuerza. Para el desarrollo de sus tareas la Policía
Nacional coordinará sus funciones con los diferentes niveles de gobiernos
autónomos descentralizados.

Sección cuarta
Estados de excepción

Art. 164. La Presidenta o Presidente de la República podrá decretar el estado


de excepción en todo el territorio nacional o en parte de él en caso de agresión,
conflicto armado internacional o interno, grave conmoción interna, calamidad
pública o desastre natural. La declaración del estado de excepción no
interrumpirá las actividades de las funciones del Estado. El estado de excepción
observará los principios de necesidad, proporcionalidad, legalidad,
temporalidad, territorialidad y razonabilidad. El decreto que establezca el
estado de excepción contendrá la determinación de la causal y su motivación,

712
EQUADOR

ámbito territorial de aplicación, el periodo de duración, las medidas que


deberán aplicarse, los derechos que podrán suspenderse o limitarse y las
notificaciones que correspondan de acuerdo a la Constitución y a los tratados
internacionales.

Art. 165. Durante el estado de excepción la Presidenta o Presidente de la


República únicamente podrá suspender o limitar el ejercicio del derecho a la
inviolabilidad de domicilio, inviolabilidad de correspondencia, libertad de
tránsito, libertad de asociación y reunión, y libertad de información, en los
términos que señala la Constitución. Declarado el estado de excepción, la
Presidenta o Presidente de la República podrá:
1. Decretar la recaudación anticipada de tributos.
2. Utilizar los fondos públicos destinados a otros fines, excepto los
correspondientes a salud y educación.
3. Trasladar la sede del gobierno a cualquier lugar del territorio nacional. 94
4. Disponer censura previa en la información de los medios de comunicación
social con estricta relación a los motivos del estado de excepción y a la
seguridad del Estado.
5. Establecer como zona de seguridad todo o parte del territorio nacional.
6. Disponer el empleo de las Fuerzas Armadas y de la Policía Nacional y
llamar a servicio activo a toda la reserva o a una parte de ella, así como al
personal de otras instituciones.
7. Disponer el cierre o la habilitación de puertos, aeropuertos y pasos
fronterizos.
8. Disponer la movilización y las requisiciones que sean necesarias, y decretar
la desmovilización nacional, cuando se restablezca la normalidad.

Art. 166. La Presidenta o Presidente de la República notificará la declaración


del estado de excepción a la Asamblea Nacional, a la Corte Constitucional y
a los organismos internacionales que corresponda dentro de las cuarenta y
ocho horas siguientes a la firma del decreto correspondiente. Si las
circunstancias lo justifican, la Asamblea Nacional podrá revocar el decreto
en cualquier tiempo, sin perjuicio del pronunciamiento que sobre su
constitucionalidad pueda realizar la Corte Constitucional. El decreto de estado
de excepción tendrá vigencia hasta un plazo máximo de sesenta días. Si las
causas que lo motivaron persisten podrá renovarse hasta por treinta días
más, lo cual deberá notificarse. Si el Presidente no renueva el decreto de

713
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

estado de excepción o no lo notifica, éste se entenderá caducado. Cuando


las causas que motivaron el estado de excepción desaparezcan, la
Presidenta o Presidente de la República decretará su terminación y lo
notificará inmediatamente con el informe correspondiente. Las servidoras
y servidores públicos serán responsables por cualquier abuso que hubieran
cometido en el ejercicio de sus facultades durante la vigencia del estado
de excepción.

Capítulo cuarto
Función Judicial y justicia indígena

Sección primera
Principios de la administración de justicia

Art. 167. La potestad de administrar justicia emana del pueblo y se


ejerce por los órganos de la Función Judicial y por los demás órganos y
funciones establecidos en la Constitución.

Art. 168. La administración de justicia, en el cumplimiento de sus


deberes y en el ejercicio de sus atribuciones, aplicará los siguientes
principios:
1. Los órganos de la Función Judicial gozarán de independencia interna
y externa. Toda violación a este principio conllevará responsabilidad
administrativa, civil y penal de acuerdo con la ley.
2. La Función Judicial gozará de autonomía administrativa, económica
y financiera.
3. En virtud de la unidad jurisdiccional, ninguna autoridad de las demás
funciones del Estado podrá desempeñar funciones de administración de
justicia ordinaria, sin perjuicio de las potestades jurisdiccionales
reconocidas por la Constitución.
4. El acceso a la administración de justicia será gratuito. La ley
establecerá el régimen de costas procesales.
5. En todas sus etapas, los juicios y sus decisiones serán públicos, salvo
los casos expresamente señalados en la ley.
6. La sustanciación de los procesos en todas las materias, instancias,
etapas y diligencias se llevará a cabo mediante el sistema oral, de acuerdo
con los principios de concentración, contradicción y dispositivo.

714
EQUADOR

Art. 169.EI sistema procesal es un medio para la realización de la justicia.


Las normas procesales consagrarán los principios de simplificación,
uniformidad, eficacia, inmediación, celeridad y economía procesal, y harán
efectivas las garantías del debido proceso. No se sacrificará la justicia por la
sola omisión de formalidades.

Art. 170. Para el ingreso a la Función Judicial se observarán los criterios de


igualdad, equidad, probidad, oposición, méritos, publicidad, impugnación y
participación ciudadana. Se reconoce y garantiza la carrera judicial en la justicia
ordinaria. Se garantizará la profesionalización mediante la formación continua
y la evaluación periódica de las servidoras y servidores judiciales, como
condiciones indispensables para la promoción y permanencia en la carrera
judicial.

Sección segunda
Justicia indígena

Art. 171. Las autoridades de las comunidades, pueblos y nacionalidades


indígenas ejercerán funciones jurisdiccionales, con base en sus tradiciones
ancestrales y su derecho propio, dentro de su ámbito territorial, con garantía
de participación y decisión de las mujeres. Las autoridades aplicarán normas
y procedimientos propios para la solución de sus conflictos internos, y que no
sean contrarios a la Constitución y a los derechos humanos reconocidos en
instrumentos internacionales. El Estado garantizará que las decisiones de la
jurisdicción indígena sean respetadas por las instituciones y autoridades
públicas. Dichas decisiones estarán sujetas al control de constitucionalidad.
La ley establecerá los mecanismos de coordinación y cooperación entre la
jurisdicción indígena y la jurisdicción ordinaria.

Sección tercera
Principios de la Función Judicial

Art. 172. Las juezas y jueces administrarán justicia con sujeción a la


Constitución, a los instrumentos internacionales de derechos humanos y a la
ley. Las servidoras y servidores judiciales, que incluyen a juezas y jueces, y
los otros operadores de justicia, aplicarán el principio de la debida diligencia
en los procesos de administración de justicia. Las juezas y jueces serán

715
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

responsables por el perjuicio que se cause a las partes por retardo, negligencia,
denegación de justicia o quebrantamiento de la ley.

Art. 173. Los actos administrativos de cualquier autoridad del Estado podrán
ser impugnados, tanto en la vía administrativa como ante los correspondientes
órganos de la Función Judicial.

Art. 174. Las servidoras y servidores judiciales no podrán ejercer la abogacía


ni desempeñar otro empleo público o privado, excepto la docencia universitaria
fuera de horario de trabajo. La mala fe procesal, el litigio malicioso o temerario,
la generación de obstáculos o dilación procesal, serán sancionados de acuerdo
con la ley. Las juezas y jueces no podrán ejercer funciones de dirección en
los partidos y movimientos políticos, ni participar como candidatos en procesos
de elección popular, ni realizar actividades de proselitismo político o religioso.

Art. 175. Las niñas, niños y adolescentes estarán sujetos a una legislación y a
una administración de justicia especializada, así como a operadores de justicia
debidamente capacitados, que aplicarán los principios de la doctrina de
protección integral. La administración de justicia especializada dividirá la
competencia en protección de derechos y en responsabilidad de adolescentes
infractores.

Art. 176. Los requisitos y procedimientos para designar servidoras y servidores


judiciales deberán contemplar un concurso de oposición y méritos,
impugnación y control social; se propenderá a la paridad entre mujeres y
hombres. Con excepción de las juezas y jueces de la Corte Nacional de
Justicia, las servidoras y servidores judiciales deberán aprobar un curso de
formación general y especial, y pasar pruebas teóricas, prácticas y psicológicas
para su ingreso al servicio judicial.

Sección cuarta
Organización y funcionamiento

Art. 177. La Función Judicial se compone de órganos jurisdiccionales, órganos


administrativos, órganos auxiliares y órganos autónomos. La ley determinará
su estructura, funciones, atribuciones, competencias y todo lo necesario para
la adecuada administración de justicia.

716
EQUADOR

Art. 178. Los órganos jurisdiccionales, sin perjuicio de otros órganos con
iguales potestades reconocidos en la Constitución, son los encargados de
administrar justicia, y serán los siguientes:
1. La Corte Nacional de Justicia.
2. Las cortes provinciales de justicia.
3. Los tribunales y juzgados que establezca la ley.
4. Los juzgados de paz.
El Consejo de la Judicatura es el órgano de gobierno, administración, vigilancia
y disciplina de la Función Judicial. La Función Judicial tendrá como órganos
auxiliares el servicio notarial, los martilladores judiciales, los depositarios
judiciales y los demás que determine la ley. La Defensoría Pública y la Fiscalía
General del Estado son órganos autónomos de la Función Judicial. La ley
determinará la organización, el ámbito de competencia, el funcionamiento de
los órganos judiciales y todo lo necesario para la adecuada administración de
justicia.

Sección quinta
Consejo de la Judicatura

Art. 179. El Consejo de la Judicatura se integrará por nueve vocales con sus
respectivos suplentes, que durarán en el ejercicio de sus funciones seis años
y no podrán ser reelegidos; para su conformación se propenderá a la paridad
entre hombres y mujeres. El Consejo designará, de entre sus integrantes, una
presidenta o presidente y una vicepresidenta o vicepresidente, para un periodo
de tres años. El Consejo de la Judicatura rendirá su informe anual ante la
Asamblea Nacional, que podrá fiscalizar y juzgar a sus miembros.

Art. 180. Las vocales y los vocales cumplirán los siguientes requisitos:
1. Ser ecuatoriana o ecuatoriano y estar en goce de los derechos políticos.
2. Tener título de tercer nivel en Derecho legalmente reconocido en el país o
en las ramas académicas afines a las funciones propias del Consejo, legalmente
acreditado.
3. Haber ejercido con probidad e idoneidad notorias la profesión o la docencia
universitaria en Derecho o en las materias afines a las funciones propias del
Consejo, por un lapso mínimo de diez años.
La designación de las vocales y los vocales del Consejo de la Judicatura y
sus suplentes se realizará por concurso de méritos y oposición con veeduría

717
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

e impugnación ciudadana. Se elegirán seis vocales profesionales en


Derecho y tres profesionales en las áreas de administración, economía,
gestión y otras afines.

Art. 181. Serán funciones del Consejo de la Judicatura, además de las


que determine la ley:
1. Definir y ejecutar las políticas para el mejoramiento y modernización
del sistema judicial.
2. Conocer y aprobar la proforma presupuestarla de la Función Judicial,
con excepción de los órganos autónomos.
3. Dirigir los procesos de selección de jueces y demás servidores de la
Función Judicial, así como su evaluación, ascensos y sanción. Todos los
procesos serán públicos y las decisiones motivadas.
4. Administrar la carrera y la profesionalización judicial, y organizar y
gestionar escuelas de formación y capacitación judicial.
5. Velar por la transparencia y eficiencia de la Función Judicial. Las
decisiones del Consejo de la Judicatura se tomarán con el voto conforme
de cinco de sus vocales, salvo las suspensiones y destituciones que
requerirán el voto favorable de siete de sus integrantes.

Sección sexta
Justicia ordinaria

Art. 182 . La Corte Nacional de Justicia estará integrada por juezas y


jueces en el número de veinte y uno, quienes se organizarán en salas
especializadas, y serán designados para un periodo de nueve años; no podrán
ser reelectos y se renovarán por tercios cada tres años. Cesarán en sus
cargos conforme a la ley. Las juezas y jueces de la Corte Nacional de
Justicia elegirán de entre sus miembros a la Presidenta o Presidente, que
representará a la Función Judicial y durará en sus funciones tres años. En
cada sala se elegirá un presidente para el período de un año. Existirán
conjuezas y conjueces que formarán parte de la Función Judicial, quienes
serán seleccionados con los mismos procesos y tendrán las mismas
responsabilidades y el mismo régimen de incompatibilidades que sus titulares.
La Corte Nacional de Justicia tendrá jurisdicción en todo el territorio
nacional y su sede estará en Quito.

718
EQUADOR

Art. 183. Para ser jueza o juez de la Corte Nacional de Justicia, además de
los requisitos de idoneidad que determine la ley, se requerirá:
1. Ser ecuatoriana o ecuatoriano y hallarse en goce de los derechos políticos.
2. Tener título de tercer nivel en Derecho legalmente reconocido en el país.
3. Haber ejercido con probidad notoria la profesión de abogada o abogado,
la judicatura o la docencia universitaria en ciencias jurídicas, por un lapso
mínimo de diez años.
Las juezas y jueces de la Corte Nacional de Justicia serán elegidos por el
Consejo de la Judicatura conforme a un procedimiento con concurso de
oposición y méritos, impugnación y control social. Se propenderá a la paridad
entre mujer y hombre.

Art. 184.serán funciones de la Corte Nacional de Justicia, además de las


determinadas en la ley, las siguientes:
1. Conocer los recursos de casación, de revisión y los demás que establezca
la ley.
2. Desarrollar el sistema de precedentes jurisprudenciales fundamentado en
los fallos de triple reiteración.
3. Conocer las causas que se inicien contra las servidoras y servidores públicos
que gocen de fuero.
4. Presentar proyectos de ley relacionados con el sistema de administración
de justicia.

Art. 185. Las sentencias emitidas por las salas especializadas de la Corte
Nacional de Justicia que reiteren por tres ocasiones la misma opinión sobre
un mismo punto, obligarán a remitir el fallo al pleno de la Corte a fin de que
esta delibere y decida en el plazo de hasta sesenta días sobre su conformidad.
Si en dicho plazo no se pronuncia, o si ratifica el criterio, esta opinión constituirá
jurisprudencia obligatoria. La jueza o juez ponente para cada sentencia será
designado mediante sorteo y deberá observar la jurisprudencia obligatoria
establecida de manera precedente. Para cambiar el criterio jurisprudencial
obligatorio la jueza o juez ponente se sustentará en razones jurídicas motivadas
que justifiquen el cambio, y su fallo deberá ser aprobado de forma unánime
por la sala.

Art. 186. En cada provincia funcionará una corte provincial de justicia


integrada por el número de juezas y jueces necesarios para atender las causas,

719
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

que provendrán de la carrera judicial, el libre ejercicio profesional y la docencia


universitaria. Las juezas y jueces se organizarán en salas especializadas en las
materias que se correspondan con las de la Corte Nacional de Justicia. El
Consejo de la Judicatura determinará el número de tribunales y juzgados
necesarios, conforme a las necesidades de la población. En cada cantón existirá
al menos una jueza o juez especializado en familia, niñez y adolescencia y una
jueza o juez especializado en adolescentes infractores, de acuerdo con las
necesidades poblacionales. En las localidades donde exista un centro de
rehabilitación social existirá, al menos, un juzgado de garantías penitenciarias.

Art. 187. Las servidoras y servidores judiciales tienen derecho a permanecer


en el desempeño de sus cargos mientras no exista una causa legal para
separarlos; estarán sometidos a una evaluación individual y periódica de su
rendimiento, de acuerdo a parámetros técnicos que elabore el Consejo de la
Judicatura y con presencia de control social. Aquellos que no alcancen los
mínimos requeridos, serán removidos.

Art. 188. En aplicación del principio de unidad jurisdiccional, los miembros


de las Fuerzas Armadas y de la Policía Nacional serán juzgados por la justicia
ordinaria, Las faltas de carácter disciplinario o administrativo serán sometidas
a sus propias normas de procedimiento. En razón de la jerarquía y
responsabilidad administrativa, la ley regulará los casos de fuero.

Sección séptima
Jueces de Paz

Art. 189. Las juezas y jueces de paz resolverán en equidad y tendrán


competencia exclusiva y obligatoria para conocer aquellos conflictos
individuales, comunitarios, vecinales y contravenciones, que sean sometidos
a su jurisdicción, de conformidad con la ley. En ningún caso podrá disponer
la privación de la libertad ni prevalecerá sobre la justicia indígena. Las juezas
y jueces de paz utilizaran mecanismos de conciliación, dialogo, acuerdo
amistoso y otros practicados por la comunidad para adoptar sus resoluciones,
que garantizarán y respetarán los derechos reconocidos por la Constitución.
No será necesario el patrocinio de abogada o abogado. Las juezas y jueces
de paz deberán tener su domicilio permanente en el lugar donde ejerzan su
competencia y contar con el respeto, consideración y apoyo de la comunidad.

720
EQUADOR

Serán elegidos por su comunidad, mediante un proceso cuya


responsabilidad corresponde al Consejo de la Judicatura y permanecerán
en funciones hasta que la propia comunidad decida su remoción, de
acuerdo con la ley. Para ser jueza o juez de paz no se requerirá ser
profesional en Derecho.

Sección octava
Medios alternativos de solución de conflictos

Art. 190. Se reconoce el arbitraje, la mediación y otros procedimientos


alternativos para la solución de conflictos. Estos procedimientos se
aplicarán con sujeción a la ley, en materias en las que por su naturaleza se
pueda transigir. En la contratación pública procederá el arbitraje en
derecho, previo pronunciamiento favorable de la Procuraduría General
del Estado, conforme a las condiciones establecidas en la ley.

Sección novena
Defensoría Pública

Art.191. La Defensoría Pública es un órgano autónomo de la Función Judicial


cuyo fin es garantizar el pleno e igual acceso a la justicia de las personas
que, por su estado de indefensión o condición económica, social o cultural,
no puedan contratar los servicios de defensa legal para la protección de sus
derechos. La Defensoría Pública prestará un servicio legal, técnico, oportuno,
eficiente, eficaz y gratuito, en el patrocinio y asesoría jurídica de los derechos
de las personas, en todas las materias e instancias. La Defensoría Pública
es indivisible y funcionará de forma desconcentrada con autonomía
administrativa, económica y financiera; estará representada por la Defensora
Pública o el Defensor Público General y contará con recursos humanos,
materiales y condiciones laborales equivalentes a las de la Fiscalía General
del Estado.

Art. 192. La Defensora Pública o Defensor Público General reunirá los


siguientes requisitos:
1. Ser ecuatoriana o ecuatoriano y estar en goce de los derechos políticos.
2. Tener título de tercer nivel en Derecho, legalmente reconocido en el país, y
conocimientos en gestión administrativa.

721
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

3. Haber ejercido con idoneidad y probidad notorias la profesión de abogada


o abogado, la judicatura o la docencia universitaria por un lapso mínimo de
diez años.
La Defensora Pública o Defensor Público desempeñará sus funciones durante
seis años y no podrá ser reelegido, y rendirá informe anual a la Asamblea
Nacional.

Art. 193. Las facultades de Jurisprudencia, Derecho o Ciencias Jurídicas de


las universidades, organizarán y mantendrán servicios de defensa y asesoría
jurídica a personas de escasos recursos económicos y grupos que requieran
atención prioritaria. Para que otras organizaciones puedan brindar dicho
servicio deberán acreditarse y ser evaluadas por parte de la Defensoría Pública.

Sección décima
Fiscalía General del Estado

Art. 194. La Fiscalía General del Estado es un órgano autónomo de la Función


Judicial, único e indivisible, funcionará de forma desconcentrada y tendrá
autonomía administrativa, económica y financiera. La Fiscal o el Fiscal General
es su máxima autoridad y representante legal y actuará con sujeción a los
principios constitucionales, derechos y garantías del debido proceso.

Art. 195. La Fiscalía dirigirá, de oficio o a petición de parte, la investigación


preprocesal y procesal penal; durante el proceso ejercerá la acción pública
con sujeción a los principios de oportunidad y mínima intervención penal, con
especial atención al interés público y a los derechos de las víctimas. De hallar
mérito acusará a los presuntos infractores ante el juez competente, e impulsará
la acusación en la sustanciación del juicio penal. Para cumplir sus funciones,
la Fiscalía organizará y dirigirá un sistema especializado integral de
investigación, de medicina legal y ciencias forenses, que incluirá un personal
de investigación civil y policial; dirigirá el sistema de protección y asistencia a
víctimas, testigos y participantes en el proceso penal; y, cumplirá con las
demás atribuciones establecidas en la ley.

Art. 196. La Fiscal o el Fiscal General del Estado reunirá los siguientes
requisitos:
1. Ser ecuatoriana o ecuatoriano y estar en goce de los derechos políticos.

722
EQUADOR

2. Tener título de tercer nivel en Derecho legalmente reconocido en el país y


conocimientos en gestión administrativa.
3. Haber ejercido con idoneidad y probidad notorias la profesión de abogada
o abogado, la judicatura o la docencia universitaria en materia penal por un
lapso mínimo de diez años.
La Fiscal o el Fiscal General del Estado desempeñará sus funciones durante
seis años y no podrá ser reelegido; rendirá un informe anual a la Asamblea
Nacional. La designación se realizará de acuerdo con el procedimiento
establecido en la Constitución y en la ley.

Art. 197. Se reconoce y garantiza la carrera fiscal, cuyas regulaciones se


determinarán en la ley. La profesionalización con base en la formación continua,
así como la evaluación periódica de sus servidoras y servidores, serán
condiciones indispensables para la promoción y permanencia en la carrera
fiscal.

Sección undécima
Sistema de protección de víctimas y testigos

Art. 198.La Fiscalía General del Estado dirigirá el sistema nacional de


protección y asistencia a víctimas, testigos y otros participantes en el proceso
penal, para lo cual coordinará la obligatoria participación de las entidades
públicas afines a los intereses y objetivos del sistema y articulará la participación
de organizaciones de la sociedad civil. El sistema se regirá por los principios
de accesibilidad, responsabilidad, complementariedad, oportunidad, eficacia
y eficiencia.

Sección duodécima
Servicio notarial

Art. 199. Los servicios notariales son públicos. En cada cantón o distrito
metropolitano habrá el número de notarias y notarios que determine el Consejo
de la Judicatura. Las remuneraciones de las notarias y notarios, el régimen de
personal auxiliar de estos servicios, y las tasas que deban satisfacer los usuarios,
serán fijadas por el Consejo de la Judicatura. Los valores recuperados por
concepto de tasas ingresarán al Presupuesto General del Estado conforme lo
que determine la ley.

723
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 200. Las notarias y notarios son depositarios de la fe pública; serán


nombrados por el Consejo de la Judicatura previo concurso publico de
oposición y méritos, sometido a impugnación y control social. Para ser notaria
o notario se requerirá tener titulo de tercer nivel en Derecho legalmente
reconocido en el país, y haber ejercido con probidad notoria la profesión de
abogada o abogado por un lapso no menor de tres años. Las notarias y
notarios permanecerán en sus funciones seis años y podrán ser reelegidos
por una sola vez. La ley establecerá los estándares de rendimiento y las
causales para su destitución.

Sección decimotercera
Rehabilitación social

Art. 201. El sistema de rehabilitación social tendrá como finalidad la


rehabilitación integral de las personas sentenciadas penalmente para
reinsertarlas en la sociedad, así como la protección de las personas privadas
de libertad y la garantía de sus derechos. El sistema tendrá como prioridad el
desarrollo de las capacidades de las personas sentenciadas penalmente para
ejercer sus derechos y cumplir sus responsabilidades al recuperar la libertad.

Art. 202. El sistema garantizará sus finalidades mediante un organismo técnico


encargado de evaluar la eficacia de sus políticas, administrar los centros de
privación de libertad y fijar los estándares de cumplimiento de los fines del
sistema. Los centros de privación de libertad podrán ser administrados por
los gobiernos autónomos descentralizados, de acuerdo con la ley. El directorio
del organismo de rehabilitación social se integrará por representantes de la
Función Ejecutiva y profesionales que serán designados de acuerdo con la
ley. La Presidenta o Presidente de la República designará a la ministra o
ministro de Estado que presidirá el organismo. El personal de seguridad,
técnico y administrativo del sistema de rehabilitación social será nombrado
por el organismo de rehabilitación social, previa evaluación de sus condiciones
técnicas, cognoscitivas y psicológicas.

Art. 203. El sistema se regirá por las siguientes directrices:


1. Únicamente las personas sancionadas con penas de privación de
libertad, mediante sentencia condenatoria ejecutoriada, permanecerán
internas en los centros de rehabilitación social. Solo los centros de

724
EQUADOR

rehabilitación social y los de detención provisional formarán parte del


sistema de rehabilitación social y estarán autorizados para mantener a
personas privadas de la libertad. Los cuarteles militares, policiales, o de
cualquier otro tipo, no son sitios autorizados para la privación de la libertad
de la población civil.
2. En los centros de rehabilitación social y en los de detención provisional
se promoverán y ejecutarán planes educativos, de capacitación laboral, de
producción agrícola, artesanal, industrial o cualquier otra forma ocupacional,
de salud mental y física, y de cultura y recreación.
3. Las juezas y jueces de garantías penitenciarias asegurarán los derechos
de las personas internas en el cumplimiento de la pena y decidirán sobre
sus modificaciones.
4. En los centros de privación de libertad se tomarán medidas de acción
afirmativa para proteger los derechos de las personas pertenecientes a los
grupos de atención prioritaria.
5. El Estado establecerá condiciones de inserción social y económica real
de las personas después de haber estado privadas de la libertad.

Capítulo quinto
Función de Transparencia y Control Social

Sección primera
Naturaleza y funciones

Art. 204. El pueblo es el mandante y primer fiscalizador del poder público,


en ejercicio de su derecho a la participación. La Función de Transparencia
y Control Social promoverá e impulsará el control de las entidades y
organismos del sector público, y de las personas naturales o jurídicas del
sector privado que presten servicios o desarrollen actividades de interés
público, para que los realicen con responsabilidad, transparencia y equidad;
fomentará e incentivará la participación ciudadana; protegerá el ejercicio y
cumplimiento de los derechos; y prevendrá y combatirá la corrupción. La
Función de Transparencia y Control Social estará formada por el Consejo
de Participación Ciudadana y Control Social, la Defensoría del Pueblo, la
Contraloría General del Estado y las superintendencias. Estas entidades
tendrán personalidad jurídica y autonomía administrativa, financiera,
presupuestaria y organizativa.

725
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 205. Los representantes de las entidades que forman parte de la Función
de Transparencia y Control Social ejercerán sus funciones durante un período
de cinco años, tendrán fuero de Corte Nacional y estarán sujetos al
enjuiciamiento político de la Asamblea Nacional. En caso de darse este
enjuiciamiento, y de procederse a la destitución, se deberá realizar un nuevo
proceso de designación. En ningún caso la Función Legislativa podrá designar
al reemplazo. Sus máximas autoridades deberán ser ecuatorianas o
ecuatorianos en goce de los derechos políticos y serán seleccionadas mediante
concurso público de oposición y méritos en los casos que proceda, con
postulación, veeduría e impugnación ciudadana.

Art. 206. Los titulares de las entidades de la Función de Transparencia y


Control Social conformarán una instancia de coordinación, y elegirán de entre
ellos, cada año, a la Presidenta o Presidente de la Función. Serán atribuciones
y deberes de la instancia de coordinación, además de los que establezca la
ley:
1. Formular políticas públicas de transparencia, control, rendición de cuentas,
promoción de la participación ciudadana y prevención y lucha contra la
corrupción.
2. Coordinar el plan de acción de las entidades de la Función, sin afectar su
autonomía.
3. Articular la formulación del plan nacional de lucha contra la corrupción.
4. Presentar a la Asamblea Nacional propuestas de reformas legales en el
ámbito de sus competencias.
5. Informar anualmente a la Asamblea Nacional de las actividades relativas al
cumplimiento de sus funciones, o cuando ésta lo requiera.

Sección segunda
Consejo de Participación Ciudadana y Control Social

Art. 207. El Consejo de Participación Ciudadana y Control Social promoverá


e incentivará el ejercicio de los derechos relativos a la participación ciudadana,
impulsará y establecerá mecanismos de control social en los asuntos de interés
público, y designará a las autoridades que le corresponda de acuerdo con la
Constitución y la ley. La estructura del Consejo será desconcentrada y
responderá al cumplimiento de sus funciones. El Consejo se integrará por
siete consejeras o consejeros principales y siete suplentes. Los miembros

726
EQUADOR

principales elegirán de entre ellos a la Presidenta o Presidente, quien será su


representante legal, por un tiempo que se extenderá a la mitad de su período.
La selección de las consejeras y los consejeros se realizará de entre los
postulantes que propongan las organizaciones sociales y la ciudadanía. El
proceso de selección será organizado por el Consejo Nacional Electoral,
que conducirá el concurso público de oposición y méritos correspondiente,
con postulación, veeduría y derecho, a impugnación ciudadana de acuerdo
con la ley.

Art. 208. Serán deberes y atribuciones del Consejo de Participación


Ciudadana y Control Social, además de los previstos en la ley:
1. Promover la participación ciudadana, estimular procesos de deliberación
pública y propiciar la formación en ciudadanía, valores, transparencia y lucha
contra la corrupción.
2. Establecer mecanismos de rendición de cuentas de las instituciones y
entidades del sector público, y coadyuvar procesos de veeduría ciudadana y
control social.
3. Instar a las demás entidades de la Función para que actúen de forma
obligatoria sobre los asuntos que ameriten intervención a criterio del Consejo.
4. Investigar denuncias sobre actos u omisiones que afecten a la participación
ciudadana o generen corrupción.
5. Emitir informes que determinen la existencia de indicios de responsabilidad,
formular las recomendaciones necesarias e impulsar las acciones legales que
correspondan.
6. Actuar como parte procesal en las causas que se instauren como
consecuencia de sus investigaciones. Cuando en sentencia se determine que
en la comisión del delito existió apropiación indebida de recursos, la autoridad
competente procederá al decomiso de los bienes del patrimonio personal del
sentenciado.
7. Coadyuvar a la protección de las personas que denuncien actos de
corrupción.
8. Solicitar a cualquier entidad o funcionario de las instituciones del Estado la
información que considere necesaria para sus investigaciones o procesos.
Las personas e instituciones colaborarán con el Consejo y quienes se nieguen
a hacerlo serán sancionados de acuerdo con la ley.
9. Organizar el proceso y vigilar la transparencia en la ejecución de los actos
de las comisiones ciudadanas de selección de autoridades estatales.

727
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

10. Designar a la primera autoridad de la Procuraduría General del Estado y


de las superintendencias de entre las ternas propuestas por la Presidenta o
Presidente de la República, luego del proceso de impugnación y veeduría
ciudadana correspondiente.
11. Designar a la primera autoridad de la Defensoría del Pueblo, Defensoría
Pública, Fiscalía General del Estado y Contraloría General del Estado, luego
de agotar el proceso de selección correspondiente.
12. Designar a los miembros del Consejo Nacional Electoral, Tribunal
Contencioso Electoral y Consejo de la Judicatura, luego de agotar el proceso
de selección correspondiente.

Art. 209. Para cumplir sus funciones de designación el Consejo de


Participación Ciudadana y Control Social organizará comisiones ciudadanas
de selección, que serán las encargadas de llevar a cabo, en los casos que
corresponda, el concurso público de oposición y méritos con postulación,
veeduría y derecho a impugnación ciudadana. Las comisiones ciudadanas de
selección se integrarán por una delegada o delegado por cada Función del
Estado e igual número de representantes por las organizaciones sociales y la
ciudadanía, escogidos en sorteo público de entre quienes se postulen y cumplan
con los requisitos que determinen el Consejo y la ley. Las candidatas y
candidatos serán sometidos a escrutinio público e impugnación ciudadana.
Las comisiones serán dirigidas por uno de los representantes de la ciudadanía,
que tendrá voto dirimente, y sus sesiones serán públicas.

Art. 210.En los casos de selección por concurso de oposición y méritos de una
autoridad, el Consejo de Participación Ciudadana y Control Social escogerá a
quien obtenga la mejor puntuación en el respectivo concurso e informará a la
Asamblea Nacional para la posesión respectiva. Cuando se trate de la selección
de cuerpos colegiados que dirigen entidades del Estado, el Consejo designará
a los miembros principales y suplentes, en orden de prelación, entre quienes
obtengan las mejores puntuaciones en el concurso. Los miembros suplentes
sustituirán a los principales cuando corresponda, con apego al orden de su
calificación y designación. Quienes se encuentren en ejercicio de sus funciones
no podrán presentarse a los concursos públicos de oposición y méritos
convocados para designar a sus reemplazos. Se garantizarán condiciones de
equidad y paridad entre mujeres y hombres, así como de igualdad de condiciones
para la participación de las ecuatorianas y ecuatorianos en el exterior.

728
EQUADOR

Sección tercera
Contraloría General del Estado

Art. 211. La Contraloría General del Estado es un organismo técnico


encargado del control de la utilización de los recursos estatales, y la
consecución de los objetivos de las instituciones del Estado y de las personas
jurídicas de derecho privado que dispongan de recursos públicos.

Art. 212. Serán funciones de la Contraloría General del Estado, además de


las que determine la ley:
1. Dirigir el sistema de control administrativo que se compone de auditoría
interna, auditoría externa y del control interno de las entidades del sector
público y de las entidades privadas que dispongan de recursos públicos.
2. Determinar responsabilidades administrativas y civiles culposas e indicios
de responsabilidad penal, relacionadas con los aspectos y gestiones sujetas a
su control, sin perjuicio de las funciones que en esta materia sean propias de
la Fiscalía General del Estado.
3. Expedir la normativa para el cumplimiento de sus funciones.
4. Asesorar a los órganos y entidades del Estado cuando se le solicite.

Sección cuarta
Superintendencias

Art. 213. Las superintendencias son organismos técnicos de vigilancia, auditoría,


intervención y control de las actividades económicas, sociales y ambientales, y
de los servicios que prestan las entidades públicas y privadas, con el propósito
de que estas actividades y servicios se sujeten al ordenamiento jurídico y atiendan
al interés general. Las superintendencias actuarán de oficio o por requerimiento
ciudadano. Las facultades específicas de las superintendencias y las áreas que
requieran del control, auditoría y vigilancia de cada una de ellas se determinarán
de acuerdo con la ley. Las superintendencias serán dirigidas y representadas
por las superintendentas o superintendentes. La ley determinará los requisitos
que deban cumplir quienes aspiren a dirigir estas entidades. Las superintendentas
o los superintendentes serán nombrados por el Consejo de Participación
Ciudadana y Control Social de una terna que enviará la Presidenta o Presidente
de la República, conformada con criterios de especialidad y méritos y sujeta
a escrutinio público y derecho de impugnación ciudadana.

729
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sección quinta
Defensoría del Pueblo

Art. 214. La Defensoría del Pueblo será un órgano de derecho público con
jurisdicción nacional, personalidad jurídica y autonomía administrativa y
financiera. Su estructura será desconcentrada y tendrá delegados en cada
provincia y en el exterior.

Art. 215. La Defensoría del Pueblo tendrá como funciones la protección y


tutela de los derechos de los habitantes del Ecuador y la defensa de los
derechos de las ecuatorianas y ecuatorianos que estén fuera del país. Serán
sus atribuciones, además de las establecidas en la ley, las siguientes:
1. El patrocinio, de oficio o a petición de parte, de las acciones de protección,
hábeas corpus, acceso a la información pública, hábeas data, incumplimiento,
acción ciudadana y los reclamos por mala calidad o indebida prestación de
los servicios públicos o privados.
2. Emitir medidas de cumplimiento obligatorio e inmediato en materia de
protección de los derechos, y solicitar juzgamiento y sanción ante la autoridad
competente, por sus incumplimientos.
3. Investigar y resolver, en el marco de sus atribuciones, sobre acciones u
omisiones de personas naturales o jurídicas que presten servicios públicos.
4. Ejercer y promover la vigilancia del debido proceso, y prevenir, e impedir
de inmediato la tortura, el trato cruel, inhumano y degradante en todas sus
formas.

Art. 216. Para ser designado Defensora o Defensor del Pueblo será necesario
cumplir con los mismos requisitos exigidos para las juezas y jueces de la
Corte Nacional de Justicia y acreditar amplia trayectoria en la defensa de los
derechos humanos. La Defensora o Defensor del Pueblo tendrá fuero de
Corte Nacional de Justicia y gozará de inmunidad en los términos que establezca
la ley.

Capítulo sexto
Función Electoral

Art. 217. La Función Electoral garantizará el ejercicio de los derechos políticos


que se expresan a través del sufragio, así como los referentes a la organización

730
EQUADOR

política de la ciudadanía. La Función Electoral estará conformada por el


Consejo Nacional Electoral y el Tribunal Contencioso Electoral. Ambos
órganos tendrán sede en Quito, jurisdicción nacional, autonomías
administrativa, financiera y organizativa, y personalidad jurídica propia. Se
regirán por principios de autonomía, independencia, publicidad, transparencia,
equidad, interculturalidad, paridad de género, celeridad y probidad.

Sección primera
Consejo Nacional Electoral

Art. 218. EI Consejo Nacional Electoral se integrará por cinco consejeras o


consejeros principales, que ejercerán sus funciones por seis años, y se renovará
parcialmente cada tres años, dos miembros en la primera ocasión, tres en la
segunda, y así sucesivamente. Existirán cinco consejeras o consejeros suplentes
que se renovarán de igual forma que los principales. La Presidenta o Presidente
y la Vicepresidenta o Vicepresidente se elegirán de entre sus miembros
principales, y ejercerán sus cargos por tres años. La Presidenta o Presidente
del Consejo Nacional Electoral será representante de la Función Electoral.
La ley determinará la organización, funcionamiento y jurisdicción de los
organismos electorales desconcentrados, que tendrán carácter temporal. Para
ser miembro del Consejo Nacional Electoral se requerirá tener ciudadanía
ecuatoriana y estar en goce de los derechos políticos.

Art. 219. El Consejo Nacional Electoral tendrá, además de las funciones que
determine la ley, las siguientes:
1. Organizar, dirigir, vigilar y garantizar, de manera transparente, los procesos
electorales, convocar a elecciones, realizar los cómputos electorales, proclamar
los resultados, y posesionar a los ganadores de las elecciones.
2. Designar los integrantes de los organismos electorales desconcentrados.
3. Controlar la propaganda y el gasto electoral, conocer y resolver sobre las
cuentas que presenten las organizaciones políticas y los candidatos.
4. Garantizar la transparencia y legalidad de los procesos electorales internos
de las organizaciones políticas y las demás que señale la ley.
5. Presentar propuestas de iniciativa legislativa sobre el ámbito de competencia
de la Función Electoral, con atención a lo sugerido por el Tribunal Contencioso
Electoral.
6. Reglamentar la normativa legal sobre los asuntos de su competencia.

731
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

7. Determinar su organización y formular y ejecutar su presupuesto.


8. Mantener el registro permanente de las organizaciones políticas y de sus
directivas, y verificar los procesos de inscripción.
9. Vigilar que las organizaciones políticas cumplan con la ley, sus reglamentos
y sus estatutos.
10. Ejecutar, administrar y controlar el financiamiento estatal de las campañas
electorales y el fondo para las organizaciones políticas.
11. Conocer y resolver las impugnaciones y reclamos administrativos sobre
las resoluciones de los organismos desconcentrados durante los procesos
electorales, e imponer las sanciones que correspondan.
12. Organizar y elaborar el registro electoral del país y en el exterior en
coordinación con el Registro Civil.
13. Organizar el funcionamiento de un instituto de investigación, capacitación
y promoción político electoral.

Sección segunda
Tribunal Contencioso Electoral

Art. 220. El Tribunal Contencioso Electoral se conformará por cinco


miembros principales, que ejercerán sus funciones por seis años. El Tribunal
Contencioso Electoral se renovará parcialmente cada tres años, dos
miembros en la primera ocasión, tres en la segunda, y así sucesivamente.
Existirán cinco miembros suplentes que se renovarán de igual forma que los
principales. La Presidenta o Presidente y la Vicepresidenta o Vicepresidente
se elegirán de entre sus miembros principales, y ejercerán sus cargos por
tres años. 116 Para ser miembro del Tribunal Contencioso Electoral se
requerirá tener la ciudadanía ecuatoriana, estar en goce de los derechos
políticos, tener título de tercer nivel en Derecho legalmente reconocido en
el país y haber ejercido con probidad notoria la profesión de abogada o
abogado, la judicatura o la docencia universitaria en ciencias jurídicas por
un lapso mínimo de diez años.

Art. 221. El Tribunal Contencioso Electoral tendrá, además de las funciones


que determine la ley, las siguientes:
1. Conocer y resolver los recursos electorales contra los actos del Consejo
Nacional Electoral y de los organismos desconcentrados, y los asuntos litigiosos
de las organizaciones políticas.

732
EQUADOR

2. Sancionar por incumplimiento de las normas sobre financiamiento,


propaganda, gasto electoral y en general por vulneraciones de normas
electorales.
3. Determinar su organización, y formular y ejecutar su presupuesto. Sus
fallos y resoluciones constituirán jurisprudencia electoral, y serán de última
instancia e inmediato cumplimiento.

Sección tercera
Normas comunes de control político y social

Art. 222. Los integrantes del Consejo Nacional Electoral y el Tribunal


Contencioso Electoral serán sujetos de enjuiciamiento político por el
incumplimiento de sus funciones y responsabilidades establecidas en la
Constitución y la ley. La Función Legislativa no podrá designar a los reemplazos
de las personas destituidas.

Art. 223. Los órganos electorales estarán sujetos al control social; se


garantizará a las organizaciones políticas y candidaturas la facultad de control
y veeduría de la labor de los organismos electorales. Los actos y las sesiones
de los organismos electorales serán públicos.

Art. 224. Los miembros del Consejo Nacional Electoral y del Tribunal
Contencioso Electoral serán designados por el Consejo de Participación
Ciudadana y Control Social, previa selección mediante concurso público de
oposición y meritos, con postulación e impugnación de la ciudadanía, y garantía
de equidad y paridad entre hombres y mujeres, de acuerdo con la ley.

Capítulo séptimo
Administración pública

Sección primera
Sector público

Art. 225. El sector público comprende:


1. Los organismos y dependencias de las funciones Ejecutiva, Legislativa,
Judicial, Electoral y de Transparencia y Control Social.
2. Las entidades que integran el régimen autónomo descentralizado.

733
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

3. Los organismos y entidades creados por la Constitución o la ley para el


ejercicio de la potestad estatal, para la prestación de servicios públicos o
para desarrollar actividades económicas asumidas por el Estado.
4. Las personas jurídicas creadas por acto normativo de los gobiernos
autónomos descentralizados para la prestación de servicios públicos.

Art. 226. Las instituciones del Estado, sus organismos, dependencias, las
servidoras o servidores públicos y las personas que actúen en virtud de una
potestad estatal ejercerán solamente las competencias y facultades que les
sean atribuidas en la Constitución y la ley. Tendrán el deber de coordinar
acciones para el cumplimiento de sus fines y hacer efectivo el goce y ejercicio
de los derechos reconocidos en la Constitución.

Sección segunda
Administración pública

Art. 227. La administración pública constituye un servicio a la colectividad


que se rige por los principios de eficacia, eficiencia, calidad, jerarquía,
desconcentración, descentralización, coordinación, participación, planificación,
transparencia y evaluación.

Art. 228. El ingreso al servicio público, el ascenso y la promoción en la carrera


administrativa se realizarán mediante concurso de méritos y oposición, en la
forma que determine la ley, con excepción de las servidoras y servidores
públicos de elección popular o de libre nombramiento y remoción. Su
inobservancia provocará la destitución de la autoridad nominadora.

Sección tercera
Servidoras y servidores públicos

Art. 229. Serán servidoras o servidores públicos todas las personas que en
cualquier forma o a cualquier titulo trabajen, presten servicios o ejerzan un
cargo, función o dignidad dentro del sector público. Los derechos de las
servidoras y servidores públicos son irrenunciables. La ley definirá el organismo
rector en materia de recursos humanos y remuneraciones para todo el sector
público y regulará el ingreso, ascenso, promoción, incentivos, régimen
disciplinario, estabilidad, sistema de remuneración y cesación de funciones

734
EQUADOR

de sus servidores. Las obreras y obreros del sector público estarán sujetos al
Código de Trabajo. La remuneración de las servidoras y servidores públicos
será justa y equitativa, con relación a sus funciones, y valorará la
profesionalización, capacitación, responsabilidad y experiencia.

Art. 230. En el ejercicio del servicio público se prohíbe, además de lo que


determine la ley:
1. Desempeñar más de un cargo público simultáneamente a excepción de la
docencia universitaria siempre que su horario lo permita.
2. El nepotismo.
3. Las acciones de discriminación de cualquier tipo.

Art. 231. Las servidoras y servidores públicos sin excepción presentarán, al


iniciar y al finalizar su gestión y con la periodicidad que determine la ley, una
declaración patrimonial jurada que incluirá activos y pasivos, así como la
autorización para que, de ser necesario, se levante el sigilo de sus cuentas
bancarias; quienes incumplan este deber no podrán posesionarse en sus cargos.
Los miembros de las Fuerzas Armadas y Policía Nacional harán una
declaración patrimonial adicional, de forma previa a la obtención de ascensos
y a su retiro. La Contraloría General del Estado examinará y confrontará las
declaraciones e investigará los casos en que se presuma enriquecimiento ilícito.
La falta de presentación de la declaración al término de las funciones o la
inconsistencia no justificada entre las declaraciones hará presumir
enriquecimiento ilícito. Cuando existan graves indicios de testaferrismo, la
Contraloría podrá solicitar declaraciones similares a terceras personas
vinculadas con quien ejerza o haya ejercido una función pública.

Art. 232. No podrán ser funcionarias ni funcionarios ni miembros de


organismos directivos de entidades que ejerzan la potestad estatal de control
y regulación, quienes tengan intereses en las áreas que vayan a ser controladas
o reguladas o representen a terceros que los tengan. Las servidoras y
servidores públicos se abstendrán de actuar en los casos en que sus intereses
entren en conflicto con los del organismo o entidad en los que presten sus
servicios.

Art. 233. Ninguna servidora ni servidor público estará exento de


responsabilidades por los actos realizados en el ejercicio de sus funciones, o

735
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

por sus omisiones, y serán responsables administrativa, civil y penalmente


por el manejo y administración de fondos, bienes o recursos públicos. Las
servidoras o servidores públicos y los delegados o representantes a los
cuerpos colegiados de las instituciones del Estado, estarán sujetos a las
sanciones establecidas por delitos de peculado, cohecho, concusión y
enriquecimiento ilícito. La acción para perseguirlos y las penas
correspondientes serán imprescriptibles y, en estos casos, los juicios se
iniciarán y continuarán incluso en ausencia de las personas acusadas. Estas
normas también se aplicarán a quienes participen en estos delitos, aun
cuando no tengan las calidades antes señaladas.

Art. 234. El Estado garantizará la formación y capacitación continua de las


servidoras y servidores públicos a través de las escuelas, institutos,
academias y programas de formación o capacitación del sector público; y
la coordinación con instituciones nacionales e internacionales que operen
bajo acuerdos con el Estado.

Sección cuarta
Procuraduría General del Estado

Art. 235. La Procuraduría General del Estado es un organismo público,


técnico jurídico, con autonomía administrativa, presupuestaria y financiera,
dirigido y representado por la Procuradora o Procurador General del Estado,
designado para un período de cuatro años.

Art. 236. El Consejo de Participación Ciudadana y Control Social


nombrará a la Procuradora o Procurador General del Estado, de una
terna que enviará la Presidencia de la República. La terna se conformará
con criterios de especialidad y méritos y estará sujeta a escrutinio público
y derecho de impugnación ciudadana; quienes la conformen deberán reunir
los mismos requisitos exigidos para ser miembros de la Corte
Constitucional.

Art. 237. Corresponderá a la Procuradora o Procurador General del Estado,


además de las otras funciones que determine la ley:
1. La representación judicial del Estado.
2. El patrocinio del Estado y de sus instituciones.

736
EQUADOR

3. El asesoramiento legal y la absolución de las consultas jurídicas a los


organismos y entidades del sector público con carácter vinculante, sobre la
inteligencia o aplicación de la ley, en aquellos temas en que la Constitución
o la ley no otorguen competencias a otras autoridades u organismos.
4. Controlar con sujeción a la ley los actos y contratos que suscriban los
organismos y entidades del sector público.

TÍTULO V
ORGANIZACIÓN TERRITORIAL DEL ESTADO

Capítulo primero
Principios generales

Art. 238. Los gobiernos autónomos descentralizados gozarán de autonomía


política, administrativa y financiera, y se regirán por los principios de
solidaridad, subsidiariedad, equidad interterritorial, integración y
participación ciudadana. En ningún caso el ejercicio de la autonomía permitirá
la secesión del territorio nacional. Constituyen gobiernos autónomos
descentralizados las juntas parroquiales rurales, los concejos municipales,
los concejos metropolitanos, los consejos provinciales y los consejos
regionales.

Art. 239. El régimen de gobiernos autónomos descentralizados se regirá


por la ley correspondiente, que establecerá un sistema nacional de
competencias de carácter obligatorio y progresivo y definirá las políticas y
mecanismos para compensar los desequilibrios territoriales en el proceso
de desarrollo.

Art. 240. Los gobiernos autónomos descentralizados de las regiones, distritos


metropolitanos, provincias y cantones tendrán facultades legislativas en el
ámbito de sus competencias y jurisdicciones territoriales. Las juntas
parroquiales rurales tendrán facultades reglamentarias. Todos los gobiernos
autónomos descentralizados ejercerán facultades ejecutivas en el ámbito
de sus competencias y jurisdicciones territoriales.

Art. 241. La planificación garantizará el ordenamiento territorial y será


obligatoria en todos los gobiernos autónomos descentralizados.

737
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Capítulo segundo
Organización del territorio

Art. 242. El Estado se organiza territorialmente en regiones, provincias,


cantones y parroquias rurales. Por razones de conservación ambiental, étnico-
culturales o de población podrán constituirse regímenes especiales. Los
distritos metropolitanos autónomos, la provincia de Galápagos y las
circunscripciones territoriales indígenas y pluriculturales serán regímenes
especiales.

Art. 243. Dos o más regiones, provincias, cantones o parroquias contiguas


podrán agruparse y formar mancomunidades, con la finalidad de mejorar la
gestión de sus competencias y favorecer sus procesos de integración. Su
creación, estructura y administración serán reguladas por la ley.

Art. 244. Dos o más provincias con continuidad territorial, superficie regional
mayor a veinte mil kilómetros cuadrados y un número de habitantes que en
conjunto sea superior al cinco por ciento de la población nacional, formarán
regiones autónomas de acuerdo con la ley. Se procurará el equilibrio
interregional, la afinidad histórica y cultural, la complementariedad ecológica
y el manejo integrado de cuencas. La ley creará incentivos económicos y de
otra índole, para que las provincias se integren en regiones.

Art. 245.La iniciativa para la conformación de una región autónoma


corresponderá a los gobiernos provinciales, los que elaborarán un proyecto
de ley de regionalización que propondrá la conformación territorial de la
nueva región, así como un proyecto de estatuto de autonomía regional. La
Asamblea Nacional aprobará en un plazo máximo de ciento veinte días el
proyecto de ley, y en caso de no pronunciarse dentro de este plazo se
considerará aprobado. Para negar o archivar el proyecto de ley, la Asamblea
Nacional requerirá de los votos de las dos terceras partes de sus integrantes.
El proyecto de estatuto será presentado ante la Corte Constitucional para
que verifique su conformidad con la Constitución. El dictamen
correspondiente se emitirá en un plazo máximo de cuarenta y cinco días, y
en caso de no emitirse dentro de éste se entenderá que el dictamen es
favorable. Con el dictamen favorable de la Corte Constitucional y la
aprobación del proyecto de ley orgánica, se convocará a consulta popular

738
EQUADOR

en las provincias que formarían la región, para que se pronuncien sobre el


estatuto regional. Si la consulta fuera aprobada por la mayoría absoluta de
los votos válidamente emitidos en cada provincia, entrará en vigencia la ley
y su estatuto, y se convocará a elecciones regionales en los siguientes
cuarenta y cinco días para nombrar a las autoridades y representantes
correspondientes.

Art. 246. El estatuto aprobado será la norma institucional básica de la región


y establecerá su denominación, símbolos, principios, instituciones del
gobierno regional y su sede, así como la identificación de los bienes, rentas,
recursos propios y la enumeración de las competencias que inicialmente
asumirá. Las reformas al estatuto se realizarán con sujeción al proceso en
él establecido y requerirán de dictamen favorable de la Corte Constitucional.

Art. 247. El cantón o conjunto de cantones contiguos en los que existan


conurbaciones, con un número de habitantes mayor al siete por ciento de la
población nacional podrán constituir un distrito metropolitano. Los cantones
interesados en formar un distrito metropolitano seguirán el mismo
procedimiento establecido para la conformación de las regiones. Sus concejos
cantonales elaborarán una propuesta que contenga un proyecto de ley y un
proyecto de estatuto de autonomía del distrito metropolitano. Los distritos
metropolitanos coordinarán las acciones de su administración con las provincias
y regiones que los circundan. El estatuto del distrito metropolitano cumplirá
con las mismas condiciones que el estatuto de las regiones.

Art. 248. Se reconocen las comunidades, comunas, recintos, barrios y


parroquias urbanas. La ley regulará su existencia con la finalidad de que
sean consideradas como unidades básicas de participación en los gobiernos
autónomos descentralizados y en el sistema nacional de planificación.

Art. 249. Los cantones cuyos territorios se encuentren total o parcialmente


dentro de una franja fronteriza de cuarenta kilómetros, recibirán atención
preferencial para afianzar una cultura de paz y el 124 desarrollo
socioeconómico, mediante políticas integrales que precautelen la soberanía,
biodiversidad natural e interculturalidad. La ley regulará y garantizará la
aplicación de estos derechos.

739
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 250. El territorio de las provincias amazónicas forma parte de un


ecosistema necesario para el equilibrio ambiental del planeta. Este territorio
constituirá una circunscripción territorial especial para la que existirá una
planificación integral recogida en una ley que incluirá aspectos sociales,
económicos, ambientales y culturales, con un ordenamiento territorial que
garantice la conservación y protección de sus ecosistemas y el principio
del sumak kawsay.

Capítulo tercero
Gobiernos autónomos descentralizados y regímenes especiales

Art. 251. Cada región autónoma elegirá por votación a su consejo regional
y a su gobernadora o gobernador regional, que lo presidirá y tendrá voto
dirimente. Los consejeros regionales se elegirán de forma proporcional a
la población urbana y rural por un período de cuatro años, y entre ellos
se elegirá una vicegobernadora o vicegobernador. Cada gobierno regional
establecerá en su estatuto los mecanismos de participación ciudadana
que la Constitución prevea.

Art. 252. Cada provincia tendrá un consejo provincial con sede en su


capital, que estará integrado por una prefecta o prefecto y una viceprefecta
o viceprefecto elegidos por votación popular; por alcaldesas o alcaldes,
o concejalas o concejales en representación de los cantones; y por
representantes elegidos de entre quienes presidan las juntas parroquiales
rurales, de acuerdo con la ley. La prefecta o prefecto será la máxima
autoridad administrativa, que presidirá el Consejo con voto dirimente, y
en su ausencia temporal o definitiva será reemplazado por la persona que
ejerza la viceprefectura, elegida por votación popular en binomio con la
prefecta o prefecto.

Art. 253. Cada cantón tendrá un concejo cantonal, que estará integrado
por la alcaldesa o alcalde y las concejalas y concejales elegidos por
votación popular, entre quienes se elegirá una vicealcaldesa o vicealcalde.
La alcaldesa o alcalde será su máxima autoridad administrativa y lo
presidirá con voto dirimente. En el concejo estará representada
proporcionalmente a la población cantonal urbana y rural, en los términos
que establezca la ley.

740
EQUADOR

Art. 254. Cada distrito metropolitano autónomo tendrá un concejo elegido


por votación popular. La alcaldesa o alcalde metropolitano será su máxima
autoridad administrativa y presidirá el concejo con voto dirimente. Los distritos
metropolitanos autónomos establecerán regímenes que permitan su
funcionamiento descentralizado o desconcentrado.

Art. 255. Cada parroquia rural tendrá una junta parroquial conformada por
vocales de elección popular, cuyo vocal más votado la presidirá. La
conformación, las atribuciones y responsabilidades de las juntas parroquiales
estarán determinadas en la ley.

Art. 256. Quienes ejerzan la gobernación territorial y las alcaldías


metropolitanas, serán miembros de un gabinete territorial de consulta que
será convocado por la Presidencia de la República de manera periódica.

Art. 257. En el marco de la organización político administrativa podrán


conformarse circunscripciones territoriales indígenas o afroecuatorianas, que
ejercerán las competencias del gobierno territorial autónomo correspondiente,
y se regirán por principios de interculturalidad, plurinacionalidad y de acuerdo
con los derechos colectivos. Las parroquias, cantones o provincias
conformados mayoritariamente por comunidades, pueblos o nacionalidades
indígenas, afroecuatorianos, montubios o ancestrales podrán adoptar este
régimen de administración especial, luego de una consulta aprobada por al
menos las dos terceras partes de los votos válidos. Dos o más
circunscripciones administradas por gobiernos territoriales indígenas o
pluriculturales podrán integrarse y conformar una nueva circunscripción. La
ley establecerá las normas de conformación, funcionamiento y competencias
de estas circunscripciones.

Art. 258. La provincia de Galápagos tendrá un gobierno de régimen especial.


Su planificación y desarrollo se organizará en función de un estricto apego a
los principios de conservación del patrimonio natural del Estado y del buen
vivir, de conformidad con lo que la ley determine. Su administración estará a
cargo de un Consejo de Gobierno presidido por el representante de la
Presidencia de la República e integrado por las alcaldesas y alcaldes de los
municipios de la provincia de Galápagos, representante de las Juntas
parroquiales y los representantes de los organismos que determine la ley.

741
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Dicho Consejo de Gobierno tendrá a su cargo la planificación, manejo de


los recursos y organización de las actividades que se realicen en la provincia.
La ley definirá el organismo que actuará en calidad de secretaría técnica.
Para la protección del distrito especial de Galápagos se limitarán los derechos
de migración interna, trabajo o cualquier otra actividad pública o privada
que pueda afectar al ambiente. En materia de ordenamiento territorial, el
Consejo de Gobierno dictará las políticas en coordinación con los municipios
y juntas parroquiales, quienes las ejecutarán. 127 Las personas residentes
permanentes afectadas por la limitación de los derechos tendrán acceso
preferente a los recursos naturales y a las actividades ambientalmente
sustentables.

Art. 259. Con la finalidad de precautelar la biodiversidad del ecosistema


amazónico, el Estado central y los gobiernos autónomos descentralizados
adoptarán políticas de desarrollo sustentable que, adicionalmente, compensen
las inequidades de su desarrollo y consoliden la soberanía.

Capítulo cuarto
Régimen de competencias

Art. 260. El ejercicio de las competencias exclusivas no excluirá el ejercicio


concurrente de la gestión en la prestación de servicios públicos y actividades
de colaboración y complementariedad entre los distintos niveles de gobierno.

Art. 261. El Estado central tendrá competencias exclusivas sobre:


1. La defensa nacional, protección interna y orden público.
2. Las relaciones internacionales.
3. El registro de personas, nacionalización de extranjeros y control migratorio.
4. La planificación nacional.
5. Las políticas económica, tributaria, aduanera, arancelaria; fiscal y monetaria;
comercio exterior y endeudamiento.
6. Las políticas de educación, salud, seguridad social, vivienda.
7. Las áreas naturales protegidas y los recursos naturales.
8. El manejo de desastres naturales.
9. Las que le corresponda aplicar como resultado de tratados internacionales.
10. El espectro radioeléctrico y el régimen general de comunicaciones y
telecomunicaciones; puertos y aeropuertos.

742
EQUADOR

11. Los recursos energéticos; minerales, hidrocarburos, hídricos, biodiversidad


y recursos forestales.
12. El control y administración de las empresas públicas nacionales.

Art. 262. Los gobiernos regionales autónomos tendrán las siguientes


competencias exclusivas, sin perjuicio de las otras que determine la ley que
regule el sistema nacional de competencias:
1. Planificar el desarrollo regional y formular los correspondientes planes de
ordenamiento territorial, de manera articulada con la planificación nacional,
provincial, cantonal y parroquial.
2. Gestionar el ordenamiento de cuencas hidrográficas y propiciar la creación
de consejos de cuenca, de acuerdo con la ley.
3. Planificar, regular y controlar el tránsito y el transporte regional y el cantonal
en tanto no lo asuman las municipalidades.
4. Planificar, construir y mantener el sistema vial de ámbito regional.
5. Otorgar personalidad jurídica, registrar y controlar las organizaciones
sociales de carácter regional.
6. Determinar las políticas de investigación e innovación del conocimiento,
desarrollo y transferencia de tecnologías, necesarias para el desarrollo regional,
en el marco de la planificación nacional.
7. Fomentar las actividades productivas regionales.
8. Fomentar la seguridad alimentaria regional.
9. Gestionar la cooperación internacional para el cumplimiento de sus
competencias. En el ámbito de estas competencias exclusivas y en el uso de
sus facultades, expedirá normas regionales.

Art. 263. Los gobiernos provinciales tendrán las siguientes competencias


exclusivas, sin perjuicio de las otras que determine la ley:
1. Planificar el desarrollo provincial y formular los correspondientes planes
de ordenamiento territorial, de manera articulada con la planificación nacional,
regional, cantonal y parroquial.
2. Planificar, construir y mantener el sistema vial de ámbito provincial, que no
incluya las zonas urbanas.
3. Ejecutar, en coordinación con el gobierno regional, obras en cuencas y
micro cuencas.
4. La gestión ambiental provincial.
5. Planificar, construir, operar y mantener sistemas de riego.

743
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

6. Fomentar la actividad agropecuaria.


7. Fomentar las actividades productivas provinciales.
8. Gestionar la cooperación internacional para el cumplimiento de sus
competencias. En el ámbito de sus competencias y territorio, y en uso de
sus facultades, expedirán ordenanzas provinciales.

Art. 264. Los gobiernos municipales tendrán las siguientes competencias


exclusivas sin perjuicio de otras que determine la ley:
1. Planificar el desarrollo cantonal y formular los correspondientes planes
de ordenamiento territorial, de manera articulada con la planificación nacional,
regional, provincial y parroquial, con el fin de regular el uso y la ocupación
del suelo urbano y rural.
2. Ejercer el control sobre el uso y ocupación del suelo en el cantón.
3. Planificar, construir y mantener la vialidad urbana.
4. Prestar los servicios públicos de agua potable, alcantarillado, depuración
de aguas residuales, manejo de desechos sólidos, actividades de saneamiento
ambiental y aquellos que establezca la ley.
5. Crear, modificar o suprimir mediante ordenanzas, tasas y contribuciones
especiales de mejoras.
6. Planificar, regular y controlar el tránsito y el transporte público dentro de
su territorio cantonal.
7. Planificar, construir y mantener la infraestructura física y los equipamientos
de salud y educación, así como los espacios públicos destinados al desarrollo
social, cultural y deportivo, de acuerdo con la ley.
8. Preservar, mantener y difundir el patrimonio arquitectónico, cultural y
natural del cantón y construir los espacios públicos para estos fines.
9. Formar y administrar los catastros inmobiliarios urbanos y rurales.
10. Delimitar, regular, autorizar y controlar el uso de las playas de mar,
riberas y lechos de ríos, lagos y lagunas, sin perjuicio de las limitaciones
que establezca la ley.
11. Preservar y garantizar el acceso efectivo de las personas al uso de las
playas de mar, riberas de ríos, lagos y lagunas.
12. Regular, autorizar y controlar la explotación de materiales áridos y
pétreos, que se encuentren en los lechos de los ríos, lagos, playas de mar y
canteras.
13. Gestionar los servicios de prevención, protección, socorro y extinción
de incendios.

744
EQUADOR

14. Gestionar la cooperación internacional para el cumplimiento de sus


competencias. En el ámbito de sus competencias y territorio, y en uso de
sus facultades, expedirán ordenanzas cantonales.

Art. 265. El sistema público de registro de la propiedad será administrado


de manera concurrente entre el Ejecutivo y las municipalidades.

Art. 266. Los gobiernos de los distritos metropolitanos autónomos


ejercerán las competencias que corresponden a los gobiernos cantonales
y todas las que sean aplicables de los gobiernos provinciales y regionales,
sin perjuicio de las adicionales que determine la ley que regule el sistema
nacional de competencias. En el ámbito de sus competencias y territorio,
y en uso de sus facultades, expedirán ordenanzas distritales.

Art. 267. Los gobiernos parroquiales rurales ejercerán las siguientes


competencias exclusivas, sin perjuicio de las adicionales que determine la
ley:
1. Planificar el desarrollo parroquial y su correspondiente ordenamiento
territorial, en coordinación con el gobierno cantonal y provincial.
2. Planificar, construir y mantener la infraestructura física, los equipamientos
y los espacios públicos de la parroquia, contenidos en los planes de
desarrollo e incluidos en los presupuestos participativos anuales.
3. Planificar y mantener, en coordinación con los gobiernos provinciales,
la vialidad parroquial rural.
4. Incentivar el desarrollo de actividades productivas comunitarias, la
preservación de la biodiversidad y la protección del ambiente.
5. Gestionar, coordinar y administrar los servicios públicos que le sean
delegados o descentralizados por otros niveles de gobierno.
6. Promover la organización de los ciudadanos de las comunas, recintos
y demás asentamientos rurales, con el carácter de organizaciones
territoriales de base.
7. Gestionar la cooperación internacional para el cumplimiento de sus
competencias.
8. Vigilar la ejecución de obras y la calidad de los servicios públicos. En
el ámbito de sus competencias y territorio, y en uso de sus facultades,
emitirán acuerdos y resoluciones.

745
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 268. La ley determinará los casos excepcionales, el procedimiento y la


forma de control, en los que por omisión o deficiente ejecución de una
competencia se podrá intervenir en la gestión del gobierno autónomo
descentralizado en esa competencia, en forma temporal y subsidiaria, hasta
que se supere la causa que motivó la intervención.

Art. 269. El sistema nacional de competencias contará con un organismo


técnico conformado por un representante de cada nivel de gobierno, que
tendrá las siguientes funciones:
1. Regular el procedimiento y el plazo máximo de transferencia de las
competencias exclusivas, que de forma obligatoria y progresiva deberán asumir
los gobiernos autónomos descentralizados. Los gobiernos que acrediten tener
capacidad operativa podrán asumir inmediatamente estas competencias.
2. Regular el procedimiento de transferencia de las competencias adicionales
que señale la ley a favor del gobierno autónomo descentralizado.
3. Regular la gestión de las competencias concurrentes entre los diferentes
niveles de gobierno, de acuerdo al principio de subsidiariedad y sin incurrir
en la superposición de competencias.
4. Asignar las competencias residuales a favor de los gobiernos autónomos
descentralizados, excepto aquellas que por su naturaleza no sean susceptibles
de transferencia.
5. Resolver en sede administrativa los conflictos de competencia que surjan
entre los distintos niveles de gobierno, de acuerdo con los principios de
subsidiariedad y competencia, sin perjuicio de la acción ante la Corte
Constitucional.

Capítulo quinto
Recursos económicos

Art. 270. Los gobiernos autónomos descentralizados generarán sus propios


recursos financieros y participarán de las rentas del Estado, de conformidad
con los principios de subsidiariedad, solidaridad y equidad.

Art. 271. Los gobiernos autónomos descentralizados participarán de al menos


el quince por ciento de ingresos permanentes y de un monto no inferior al
cinco por ciento de los no permanentes correspondientes al Estado central,
excepto los de endeudamiento público. Las asignaciones anuales serán

746
EQUADOR

predecibles, directas, oportunas y automáticas, y se harán efectivas mediante


las transferencias desde la Cuenta Única del Tesoro Nacional a las cuentas
de los gobiernos autónomos descentralizados.

Art. 272. La distribución de los recursos entre los gobiernos autónomos


descentralizados será regulada por la ley, conforme a los siguientes criterios:
1. Tamaño y densidad de la población.
2. Necesidades básicas insatisfechas, jerarquizadas y consideradas en relación
con la población residente en el territorio de cada uno de los gobiernos
autónomos descentralizados.
3. Logros en el mejoramiento de los niveles de vida, esfuerzo fiscal y
administrativo, y cumplimiento de metas del Plan Nacional de Desarrollo y
del plan de desarrollo del gobierno autónomo descentralizado.

Art. 273. Las competencias que asuman los gobiernos autónomos


descentralizados serán transferidas con los correspondientes recursos. No
habrá transferencia de competencias sin la transferencia de recursos suficientes,
salvo expresa aceptación de la entidad que asuma las competencias. Los
costos directos e indirectos del ejercicio de las competencias descentralizables
en el ámbito territorial de cada uno de los gobiernos autónomos
descentralizados se cuantificarán por un organismo técnico, que se integrará
en partes iguales por delegados del Ejecutivo y de cada uno de los gobiernos
autónomos descentralizados, de acuerdo con la ley orgánica correspondiente.
Únicamente en caso de catástrofe existirán asignaciones discrecionales no
permanentes para los gobiernos autónomos descentralizados.

Art. 274. Los gobiernos autónomos descentralizados en cuyo territorio se


exploten o industrialicen recursos naturales no renovables tendrán derecho a
participar de las rentas que perciba el Estado por esta actividad, de acuerdo
con la ley.

747
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

TÍTULO VI
RÉGIMEN DE DESARROLLO

Capítulo primero
Principios generales

Art. 275. El régimen de desarrollo es el conjunto organizado, sostenible y


dinámico de los sistemas económicos, políticos, socio-culturales y
ambientales, que garantizan la realización del buen vivir, del sumak kawsay.
El Estado planificará el desarrollo del país para garantizar el ejercicio de
los derechos, la consecución de los objetivos del régimen de desarrollo y
los principios consagrados en la Constitución. La planificación propiciará
la equidad social y territorial, promoverá la concertación, y será
participativa, descentralizada, desconcentrada y transparente. El buen vivir
requerirá que las personas, comunidades, pueblos y nacionalidades gocen
efectivamente de sus derechos, y ejerzan responsabilidades en el marco de
la interculturalidad, del respeto a sus diversidades, y de la convivencia
armónica con la naturaleza.

Art. 276. El régimen de desarrollo tendrá los siguientes objetivos:


1. Mejorar la calidad y esperanza de vida, y aumentar las capacidades y
potencialidades de la población en el marco de los principios y derechos
que establece la Constitución.
2. Construir un sistema económico, justo, democrático, productivo, solidario
y sostenible basado en la distribución igualitaria de los beneficios del
desarrollo, de los medios de producción y en la generación de trabajo digno
y estable.
3. Fomentar la participación y el control social, con reconocimiento de las
diversas identidades y promoción de su representación equitativa, en todas
las fases de la gestión del poder público.
4. Recuperar y conservar la naturaleza y mantener un ambiente sano y
sustentable que garantice a las personas y colectividades el acceso
equitativo, permanente y de calidad al agua, aire y suelo, y a los beneficios
de los recursos del subsuelo y del patrimonio natural.
5. Garantizar la soberanía nacional, promover la integración latinoamericana
e impulsar una inserción estratégica en el contexto internacional, que
contribuya a la paz y a un sistema democrático y equitativo mundial.

748
EQUADOR

6. Promover un ordenamiento territorial equilibrado y equitativo que integre y


articule las actividades socioculturales, administrativas, económicas y de
gestión, y que coadyuve a la unidad del Estado.
7. Proteger y promover la diversidad cultural y respetar sus espacios de
reproducción e intercambio; recuperar, preservar y acrecentar la memoria
social y el patrimonio cultural.

Art. 277.Para la consecución del buen vivir, serán deberes generales del
Estado:
1. Garantizar los derechos de las personas, las colectividades y la naturaleza.
2. Dirigir, planificar y regular el proceso de desarrollo.
3. Generar y ejecutar las políticas públicas, y controlar y sancionar su
incumplimiento.
4. Producir bienes, crear y mantener infraestructura y proveer servicios
públicos.
5. Impulsar el desarrollo de las actividades económicas mediante un orden
jurídico e instituciones políticas que las promuevan, fomenten y defiendan
mediante el cumplimiento de la Constitución y la ley.
6. Promover e impulsar la ciencia, la tecnología, las artes, los saberes
ancestrales y en general las actividades de la iniciativa creativa comunitaria,
asociativa, cooperativa y privada.

Art. 278. Para la consecución del buen vivir, a las personas y a las
colectividades, y sus diversas formas organizativas, les corresponde:
1. Participar en todas las fases y espacios de la gestión pública y de la
planificación del desarrollo nacional y local, y en la ejecución y control del
cumplimiento de los planes de desarrollo en todos sus niveles.
2. Producir, intercambiar y consumir bienes y servicios con responsabilidad
social y ambiental.

Capítulo segundo
Planificación participativa para el desarrollo

Art. 279. El sistema nacional descentralizado de planificación participativa


organizará la planificación para el desarrollo. El sistema se conformará por un
Consejo Nacional de Planificación, que integrará a los distintos niveles de
gobierno, con participación ciudadana, y tendrá una secretaría técnica, que

749
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

lo coordinará. Este consejo tendrá por objetivo dictar los lineamientos y las
políticas que orienten al sistema y aprobar el Plan Nacional de Desarrollo, y
será presidido por la Presidenta o Presidente de la República. Los consejos
de planificación en los gobiernos autónomos descentralizados estarán
presididos por sus máximos representantes e integrados de acuerdo con la
ley. Los consejos ciudadanos serán instancias de deliberación y generación
de lineamientos y consensos estratégicos de largo plazo, que orientarán el
desarrollo nacional.

Art. 280. EI Plan Nacional de Desarrollo es el instrumento al que se sujetarán


las políticas, programas y proyectos públicos; la programación y ejecución
del presupuesto del Estado; y la inversión y la asignación de los recursos
públicos; y coordinar las competencias exclusivas entre el Estado central y
los gobiernos autónomos descentralizados. Su observancia será de carácter
obligatorio para el sector público e indicativo para los demás sectores.

Capítulo tercero
Soberanía alimentaria

Art. 281. La soberanía alimentaria constituye un objetivo estratégico y una


obligación del Estado para garantizar que las personas, comunidades, pueblos
y nacionalidades alcancen la autosuficiencia de alimentos sanos y culturalmente
apropiado de forma permanente. Para ello, será responsabilidad del Estado:
1. Impulsar la producción, transformación agroalimentaria y pesquera de las
pequeñas y medianas unidades de producción, comunitarias y de la economía
social y solidaria.
2. Adoptar políticas fiscales, tributarias y arancelarias que protejan al sector
agroalimentario y pesquero nacional, para evitar la dependencia de
importaciones de alimentos.
3. Fortalecer la diversificación y la introducción de tecnologías ecológicas y
orgánicas en la producción agropecuaria.
4. Promover políticas redistributivas que permitan el acceso del campesinado
a la tierra, al agua y otros recursos productivos.
5. Establecer mecanismos preferenciales de financiamiento para los pequeños
y medianos productores y productoras, facilitándoles la adquisición de medios
de producción.

750
EQUADOR

6. Promover la preservación y recuperación de la agrobiodiversidad y de los


saberes ancestrales vinculados a ella; así como el uso, la conservación e
intercambio libre de semillas.
7. Precautelar que los animales destinados a la alimentación humana estén
sanos y sean criados en un entorno saludable.
8. Asegurar el desarrollo de la investigación científica y de la innovación
tecnológica apropiadas para garantizar la soberanía alimentaria.
9. Regular bajo normas de bioseguridad el uso y desarrollo de biotecnología,
así como su experimentación, uso y comercialización.
10. Fortalecer el desarrollo de organizaciones y redes de productores y de
consumidores, así como las de comercialización y distribución de alimentos
que promueva la equidad entre espacios rurales y urbanos.
11. Generar sistemas justos y solidarios de distribución y comercialización de
alimentos. Impedir prácticas monopólicas y cualquier tipo de especulación
con productos alimenticios.
12. Dotar de alimentos a las poblaciones víctimas de desastres naturales o
antrópicos que pongan en riesgo el acceso a la alimentación. Los alimentos
recibidos de ayuda internacional no deberán afectar la salud ni el futuro de la
producción de alimentos producidos localmente.
13. Prevenir y proteger a la población del consumo de alimentos contaminados
o que pongan en riesgo su salud o que la ciencia tenga incertidumbre sobre
sus efectos.
14. Adquirir alimentos y materias primas para programas sociales y
alimenticios, prioritariamente a redes asociativas de pequeños productores y
productoras.

Art. 282. El Estado normará el uso y acceso a la tierra que deberá cumplir la
función social y ambiental. Un fondo nacional de tierra, establecido por ley,
regulará el acceso equitativo de campesinos y campesinas a la tierra. Se prohíbe
el latifundio y la concentración de la tierra, así como el acaparamiento o
privatización del agua y sus fuentes. El Estado regulará el uso y manejo del
agua de riego para la producción de alimentos, bajo los principios de equidad,
eficiencia y sostenibilidad ambiental.

751
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Capítulo cuarto
Soberanía económica

Sección primera
Sistema económico y política económica

Art. 283. El sistema económico es social y solidario; reconoce al ser


humano como sujeto y fin; propende a una relación dinámica y equilibrada
entre sociedad, Estado y mercado, en armonía con la naturaleza; y tiene
por objetivo garantizar la producción y reproducción de las condiciones
materiales e inmateriales que posibiliten el buen vivir. El sistema
económico se integrará por las formas de organización económica
pública, privada, mixta, popular y solidaria, y las demás que la
Constitución determine. La economía popular y solidaria se regulará de
acuerdo con la ley e incluirá a los sectores cooperativistas, asociativos
y comunitarios.

Art. 284. La política económica tendrá los siguientes objetivos:


1. Asegurar una adecuada distribución del ingreso y de la riqueza nacional.
2. Incentivar la producción nacional, la productividad y competitividad
sistémicas, la acumulación del conocimiento científico y tecnológico, la inserción
estratégica en la economía mundial y las actividades productivas
complementarias en la integración regional.
3. Asegurar la soberanía alimentaria y energética.
4. Promocionar la incorporación del valor agregado con máxima eficiencia,
dentro de los límites biofísicos de la naturaleza y el respeto a la vida y a las
culturas.
5. Lograr un desarrollo equilibrado del territorio nacional, la integración entre
regiones, en el campo, entre el campo y la ciudad, en lo económico, social y
cultural.
6. Impulsar el pleno empleo y valorar todas las formas de trabajo, con respeto
a los derechos laborales.
7. Mantener la estabilidad económica, entendida como el máximo nivel de
producción y empleo sostenibles en el tiempo.
8. Propiciar el intercambio justo y complementario de bienes y servicios en
mercados transparentes y eficientes.
9. Impulsar un consumo social y ambientalmente responsable.

752
EQUADOR

Sección segunda
Política fiscal

Art. 285. La política fiscal tendrá como objetivos específicos:


1. El financiamiento de servicios, inversión y bienes públicos.
2. La redistribución del ingreso por medio de transferencias, tributos y
subsidios adecuados.
3. La generación de incentivos para la inversión en los diferentes sectores de
la economía y para la producción de bienes y servicios, socialmente deseables
y ambientalmente aceptables.

Art. 286. Las finanzas públicas, en todos los niveles de gobierno, se conducirán
de forma sostenible, responsable y transparente y procurarán la estabilidad
económica. Los egresos permanentes se financiarán con ingresos permanentes.
Los egresos permanentes para salud, educación y justicia serán prioritarios y,
de manera excepcional, podrán ser financiados con ingresos no permanentes.

Art. 287. Toda norma que cree una obligación financiada con recursos públicos
establecerá la fuente de financiamiento correspondiente. Solamente las
instituciones de derecho público podrán financiarse con tasas y contribuciones
especiales establecidas por ley.

Art. 288. Las compras públicas cumplirán con criterios de eficiencia,


transparencia, calidad, responsabilidad ambiental y social. Se priorizarán los
productos y servicios nacionales, en particular los provenientes de la economía
popular y solidaria, y de las micro, pequeñas y medianas unidades productivas.

Sección tercera
Endeudamiento público

Art. 289. La contratación de deuda pública en todos los niveles del Estado
se regirá por las directrices de la respectiva planificación y presupuesto, y
será autorizada por un comité de deuda y financiamiento de acuerdo con la
ley, que definirá su conformación y funcionamiento. El Estado promoverá las
instancias para que el poder ciudadano vigile y audite el endeudamiento
público.
Art. 290. El endeudamiento público se sujetará a las siguientes regulaciones:

753
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

1. Se recurrirá al endeudamiento público solo cuando los ingresos fiscales y


los recursos provenientes de cooperación internacional sean insuficientes.
2. Se velará para que el endeudamiento público no afecte a la soberanía, los
derechos, el buen vivir y la preservación de la naturaleza.
3. Con endeudamiento público se financiarán exclusivamente programas y
proyectos de inversión para infraestructura, o que tengan capacidad financiera
de pago. Sólo se podrá refinanciar deuda pública externa, siempre que las
nuevas condiciones sean más beneficiosas para el Ecuador.
4. Los convenios de renegociación no contendrán, de forma tácita o expresa,
ninguna forma de anatocismo o usura.
5. Se procederá a la impugnación de las deudas que se declaren ilegítimas
por organismo competente. En caso de ilegalidad declarada, se ejercerá el
derecho de repetición.
6. Serán imprescriptibles las acciones por las responsabilidades administrativas
o civiles causadas por la adquisición y manejo de deuda pública.
7. Se prohíbe la estatización de deudas privadas.
8. La concesión de garantías de deuda por parte del Estado se regulará por
ley.
9. La Función Ejecutiva podrá decidir si asumir o no asumir deudas de los
gobiernos autónomos descentralizados.

Art. 291. Los órganos competentes que la Constitución y la ley determinen


realizarán análisis financieros, sociales y ambientales previos del impacto de
los proyectos que impliquen endeudamiento público, para determinar su
posible financiación. Dichos órganos realizarán el control y la auditoría
financiera, social y ambiental en todas las fases del endeudamiento público
interno y externo, tanto en la contratación como en el manejo y la renegociación.

Sección cuarta
Presupuesto General del Estado

Art. 292. El Presupuesto General del Estado es el instrumento para la


determinación y gestión de los ingresos y egresos del Estado, e incluye todos
los ingresos y egresos del sector público, con excepción de los pertenecientes
a la seguridad social, la banca pública, las empresas públicas y los gobiernos
autónomos descentralizados.

754
EQUADOR

Art. 293. La formulación y la ejecución del Presupuesto General del Estado


se sujetarán al Plan Nacional de Desarrollo. Los presupuestos de los gobiernos
autónomos descentralizados y los de otras entidades públicas se ajustarán a
los planes regionales, provinciales, cantonales y parroquiales, respectivamente,
en el marco del Plan Nacional de Desarrollo, sin menoscabo de sus
competencias y su autonomía. Los gobiernos autónomos descentralizados se
someterán a reglas fiscales y de endeudamiento interno, análogas a las del
Presupuesto General del Estado, de acuerdo con la ley.

Art. 294. La Función Ejecutiva elaborará cada año la proforma presupuestaria


anual y la programación presupuestaria cuatrianual. La Asamblea Nacional
controlará que la proforma anual y la programación cuatrianual se adecuen a
la Constitución, a la ley y al Plan Nacional de Desarrollo y, en consecuencia,
las aprobará u observará.

Art. 295. La Función Ejecutiva presentará a la Asamblea Nacional la proforma


presupuestaria anual y la programación presupuestaria cuatrianual durante los
primeros noventa días de su gestión y, en los años siguientes, sesenta días antes
del inicio del año fiscal respectivo. La Asamblea Nacional aprobará u observará,
en los treinta días siguientes y en un solo debate, la proforma anual y la
programación cuatrianual. Si transcurrido este plazo la Asamblea Nacional no
se pronuncia, entrarán en vigencia la proforma y la programación elaboradas
por la Función Ejecutiva. Las observaciones de la Asamblea Nacional serán
sólo por sectores de ingresos y gastos, sin alterar el monto global de la proforma.
En caso de observación a la proforma o programación por parte de la Asamblea
Nacional, la Función Ejecutiva, en el plazo de diez días, podrá aceptar dicha
observación y enviar una nueva propuesta a la Asamblea Nacional, o ratificarse
en su propuesta original. La Asamblea Nacional, en los diez días siguientes,
podrá ratificar sus observaciones, en un solo debate, con el voto de dos tercios
de sus integrantes. De lo contrario, entrarán en vigencia la programación o
proforma enviadas en segunda instancia por la Función Ejecutiva. Hasta que se
apruebe el presupuesto del año en que se posesiona la Presidenta o Presidente
de la República, regirá el presupuesto anterior. Cualquier aumento de gastos
durante la ejecución presupuestaria deberá ser aprobado por la Asamblea
Nacional, dentro del límite establecido por la ley. Toda la información sobre el
proceso de formulación, aprobación y ejecución del presupuesto será pública
y se difundirá permanentemente a la población por los medios más adecuados.

755
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 296. La Función Ejecutiva presentará cada semestre a la Asamblea


Nacional el informe sobre la ejecución presupuestaria. De igual manera los
gobiernos autónomos descentralizados presentarán cada semestre informes
a sus correspondientes órganos de fiscalización sobre la ejecución de los
presupuestos. La ley establecerá las sanciones en caso de incumplimiento.

Art. 297. Todo programa financiado con recursos públicos tendrá objetivos,
metas y un plazo predeterminado para ser evaluado, en el marco de lo
establecido en el Plan Nacional de Desarrollo. Las Instituciones y entidades
que reciban o transfieran bienes o recursos públicos se someterán a las normas
que las regulan y a los principios y procedimientos de transparencia, rendición
de cuentas y control público.

Art. 298. Se establecen preasignaciones presupuestarias destinadas a los


gobiernos autónomos descentralizados, al sector salud, al sector educación,
a la educación superior; y a la investigación, ciencia, tecnología e innovación
en los términos previstos en la ley. Las transferencias correspondientes a
preasignaciones serán predecibles y automáticas. Se prohíbe crear otras
preasignaciones presupuestarias.

Art. 299. El Presupuesto General del Estado se gestionará a través de una


Cuenta Única del Tesoro Nacional abierta en el Banco Central, con las
subcuentas correspondientes. En el Banco Central se crearán cuentas
especiales para el manejo de los depósitos de las empresas públicas y los
gobiernos autónomos descentralizados, y las demás cuentas que
correspondan. Los recursos públicos se manejarán en la banca pública, de
acuerdo con la ley. La ley establecerá los mecanismos de acreditación y pagos,
así como de inversión de recursos financieros. Se prohíbe a las entidades del
sector público invertir sus recursos en el exterior sin autorización legal.

Sección quinta
Régimen tributarlo

Art. 300. El régimen tributario se regirá por los principios de generalidad,


progresividad, eficiencia, simplicidad administrativa, irretroactividad, equidad,
transparencia y suficiencia recaudatoria. Se priorizarán los impuestos directos
y progresivos. La política tributaria promoverá la redistribución y estimulará

756
EQUADOR

el empleo, la producción de bienes y servicios, y conductas ecológicas, sociales


y económicas responsables.

Art. 301. Sólo por iniciativa de la Función Ejecutiva y mediante ley sancionada
por la Asamblea Nacional se podrá establecer, modificar, exonerar o extinguir
impuestos. Sólo por acto normativo de órgano competente se podrán
establecer, modificar, exonerar y extinguir tasas y contribuciones. Las tasas y
contribuciones especiales se crearán y regularán de acuerdo con la ley.

Sección sexta
Política monetaria, cambiaria, crediticia y financiera

Art. 302. Las políticas monetaria, crediticia, cambiaria y financiera tendrán


como objetivos:
1. Suministrar los medios de pago necesarios para que el sistema económico
opere con eficiencia.
2. Establecer niveles de liquidez global que garanticen adecuados márgenes
de seguridad financiera.
3. Orientar los excedentes de liquidez hacia la inversión requerida para el
desarrollo del país.
4. Promover niveles y relaciones entre las tasas de interés pasivas y activas
que estimulen el ahorro nacional y el financiamiento de las actividades
productivas, con el propósito de mantener la estabilidad de precios y los
equilibrios monetarios en la balanza de pagos, de acuerdo al objetivo de
estabilidad económica definido en la Constitución.

Art. 303. La formulación de las políticas monetaria, crediticia, cambiaria y


financiera es facultad exclusiva de la Función Ejecutiva y se instrumentará a
través del Banco Central. La ley regulará la circulación de la moneda con
poder liberatorio en el territorio ecuatoriano. La ejecución de la política
crediticia y financiera también se ejercerá a través de la banca pública. El
Banco Central es una persona jurídica de derecho público, cuya organización
y funcionamiento será establecido por la ley.

757
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sección séptima
Política comercial

Art. 304. La política comercial tendrá los siguientes objetivos:


1. Desarrollar, fortalecer y dinamizar los mercados internos a partir del objetivo
estratégico establecido en el Plan Nacional de Desarrollo.
2. Regular, promover y ejecutar las acciones correspondientes para impulsar
la inserción estratégica del país en la economía mundial.
3. Fortalecer el aparato productivo y la producción nacionales.
4. Contribuir a que se garanticen la soberanía alimentaria y energética, y se
reduzcan las desigualdades internas.
5. Impulsar el desarrollo de las economías de escala y del comercio justo.
6. Evitar las prácticas monopólicas y oligopólicas, particularmente en el sector
privado, y otras que afecten el funcionamiento de los mercados.

Art. 305. La creación de aranceles y la fijación de sus niveles son competencia


exclusiva de la Función Ejecutiva.

Art. 306. El Estado promoverá las exportaciones ambientalmente


responsables, con preferencia de aquellas que generen mayor empleo y valor
agregado, y en particular las exportaciones de los pequeños y medianos
productores y del sector artesanal. El Estado propiciará las importaciones
necesarias para los objetivos del desarrollo y desincentivará aquellas que
afecten negativamente a la producción nacional, a la población y a la
naturaleza.

Art. 307. Los contratos celebrados por el Estado con personas naturales o
jurídicas extranjeras llevarán implícita la renuncia de éstas a toda reclamación
diplomática, salvo contrataciones que correspondan al servicio diplomático.

Sección octava
Sistema financiero

Art. 308. Las actividades financieras son un servicio de orden público, y


podrán ejercerse, previa autorización del Estado, de acuerdo con la ley;
tendrán la finalidad fundamental de preservar los depósitos y atender los
requerimientos de financiamiento para la consecución de los objetivos de

758
EQUADOR

desarrollo del país. Las actividades financieras intermediarán de forma eficiente


los recursos captados para fortalecer la inversión productiva nacional, y el
consumo social y ambientalmente responsable. El Estado fomentará el acceso
a los servicios financieros y a la democratización del crédito. Se prohíben las
prácticas colusorias, el anatocismo y la usura. La regulación y el control del
sector financiero privado no trasladarán la responsabilidad de la solvencia
bancaria ni supondrán garantía alguna del Estado. Las administradoras y
administradores de las instituciones financieras y quienes controlen su capital
serán responsables de su solvencia. Se prohíbe el congelamiento o la retención
arbitraria o generalizada de los fondos o depósitos en las instituciones
financieras públicas o privadas.

Art. 309. El sistema financiero nacional se compone de los sectores público,


privado, y del popular y solidario, que intermedian recursos del público. Cada
uno de estos sectores contará con normas y entidades de control específicas
y diferenciadas, que se encargarán de preservar su seguridad, estabilidad,
transparencia y solidez. Estas entidades serán autónomas. Los directivos de
las entidades de control serán responsables administrativa, civil y penalmente
por sus decisiones.

Art. 310. El sector financiero público tendrá como finalidad la prestación


sustentable, eficiente, accesible y equitativa de servicios financieros. El crédito
que otorgue se orientará de manera preferente a incrementar la productividad
y competitividad de los sectores productivos que permitan alcanzar los
objetivos del Plan de Desarrollo y de los grupos menos favorecidos, a fin de
impulsar su inclusión activa en la economía.

Art. 311. EI sector financiero popular y solidario se compondrá de cooperativas


de ahorro y crédito, entidades asociativas o solidarias, cajas y bancos
comunales, cajas de ahorro. Las iniciativas de servicios del sector financiero
popular y solidario, y de las micro, pequeñas y medianas unidades productivas,
recibirán un tratamiento diferenciado y preferencial del Estado, en la medida
en que impulsen el desarrollo de la economía popular y solidaria.

Art. 312. Las entidades o grupos financieros no podrán poseer participaciones


permanentes, totales o parciales, en empresas ajenas a la actividad financiera.
Se prohíbe la participación en el control del capital, la inversión o el patrimonio

759
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

de los medios de comunicación social, a entidades o grupos financieros, sus


representantes legales, miembros de su directorio y accionistas. Cada entidad
integrante del sistema financiero nacional tendrá una defensora o defensor del
cliente, que será independiente de la institución y designado de acuerdo con
la ley.

Capítulo quinto
Sectores estratégicos, servicios y empresas públicas

Art. 313. El Estado se reserva el derecho de administrar, regular, controlar y


gestionar los sectores estratégicos, de conformidad con los principios de
sostenibilidad ambiental, precaución, prevención y eficiencia. Los sectores
estratégicos, de decisión y control exclusivo del Estado, son aquellos que por
su trascendencia y magnitud tienen decisiva influencia económica, social,
política o ambiental, y deberán orientarse al pleno desarrollo de los derechos
y al interés social. Se consideran sectores estratégicos la energía en todas sus
formas, las telecomunicaciones, los recursos naturales no renovables, el
transporte y la refinación de hidrocarburos, la biodiversidad y el patrimonio
genético, el espectro radioeléctrico, el agua, y los demás que determine la
ley.

Art. 314. El Estado será responsable de la provisión de los servicios públicos


de agua potable y de riego, saneamiento, energía eléctrica, telecomunicaciones,
vialidad, infraestructuras portuarias y aeroportuarias, y los demás que
determine la ley. El Estado garantizará que los servicios públicos y su provisión
respondan a los principios de obligatoriedad, generalidad, uniformidad,
eficiencia, responsabilidad, universalidad, accesibilidad, regularidad,
continuidad y calidad. El Estado dispondrá que los precios y tarifas de los
servicios públicos sean equitativos, y establecerá su control y regulación.

Art. 315. El Estado constituirá empresas públicas para la gestión de sectores


estratégicos, la prestación de servicios públicos, el aprovechamiento
sustentable de recursos naturales o de bienes públicos y el desarrollo de
otras actividades económicas. Las empresas públicas estarán bajo la
regulación y el control específico de los organismos pertinentes, de acuerdo
con la ley; funcionarán como sociedades de derecho público, con personalidad
jurídica, autonomía financiera, económica, administrativa y de gestión, con

760
EQUADOR

altos parámetros de calidad y criterios empresariales, económicos, sociales y


ambientales. Los excedentes podrán destinarse a la inversión y reinversión en
las mismas empresas o sus subsidiarias, relacionadas o asociadas, de carácter
público, en niveles que garanticen su desarrollo. Los excedentes que no fueran
invertidos o reinvertidos se transferirán al Presupuesto General del Estado.
La ley definirá la participación de las empresas públicas en empresas mixtas
en las que el Estado siempre tendrá la mayoría accionaria, para la participación
en la gestión de los sectores estratégicos y la prestación de los servicios
públicos.

Art. 316. El Estado podrá delegar la participación en los sectores estratégicos


y servicios públicos a empresas mixtas en las cuales tenga mayoría accionaria.
La delegación se sujetará al interés nacional y respetará los plazos y limites
fijados en la ley para cada sector estratégico. El Estado podrá, de forma
excepcional, delegar a la iniciativa privada y a la economía popular y solidaria,
el ejercicio de estas actividades, en los casos que establezca la ley.

Art. 317. Los recursos naturales no renovables pertenecen al patrimonio


inalienable e imprescriptible del Estado. En su gestión, el Estado priorizará la
responsabilidad intergeneracional, la conservación de la naturaleza, el cobro
de regalías u otras contribuciones no tributarias y de participaciones
empresariales; y minimizará los impactos negativos de carácter ambiental,
cultural, social y económico.

Art. 318. El agua es patrimonio nacional estratégico de uso público, dominio


inalienable e imprescriptible del Estado, y constituye un elemento vital para la
naturaleza y para la existencia de los seres humanos. Se prohíbe toda forma
de privatización del agua. La gestión del agua será exclusivamente pública o
comunitaria. El servicio público de saneamiento, el abastecimiento de agua
potable y el riego serán prestados únicamente por personas jurídicas estatales
o comunitarias. El Estado fortalecerá la gestión y funcionamiento de las
iniciativas comunitarias en torno a la gestión del agua y la prestación de los
servicios públicos, mediante el incentivo de alianzas entre lo público y
comunitario para la prestación de servicios. El Estado, a través de la autoridad
única del agua, será el responsable directo de la planificación y gestión de los
recursos hídricos que se destinarán a consumo humano, riego que garantice
la soberanía alimentaria, caudal ecológico y actividades productivas, en este

761
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

orden de prelación. Se requerirá autorización del Estado para el


aprovechamiento del agua con fines productivos por parte de los sectores
público, privado y de la economía popular y solidaria, de acuerdo con la ley.

Capítulo sexto
Trabajo y producción

Sección primera
Formas de organización de la producción y su gestión

Art. 319. Se reconocen diversas formas de organización de la producción


en la economía, entre otras las comunitarias, cooperativas, empresariales
públicas o privadas, asociativas, familiares, domésticas, autónomas y mixtas.
El Estado promoverá las formas de producción que aseguren el buen vivir
de la población y desincentivará aquellas que atenten contra sus derechos
o los de la naturaleza; alentará la producción que satisfaga la demanda
interna y garantice una activa participación del Ecuador en el contexto
internacional.

Art. 320. En las diversas formas de organización de los procesos de


producción se estimulará una gestión participativa, transparente y eficiente.
La producción, en cualquiera de sus formas, se sujetará a principios y normas
de calidad, sostenibilidad, productividad sistémica, valoración del trabajo y
eficiencia económica y social.

Sección segunda
Tipos de propiedad

Art. 321. El Estado reconoce y garantiza el derecho a la propiedad en sus


formas pública, privada, comunitaria, estatal, asociativa, cooperativa, mixta,
y que deberá cumplir su función social y ambiental.

Art. 322. Se reconoce la propiedad intelectual de acuerdo con las condiciones


que señale la ley. Se prohíbe toda forma de apropiación de conocimientos
colectivos, en el ámbito de las ciencias, tecnologías y saberes ancestrales. Se
prohíbe también la apropiación sobre los recursos genéticos que contienen la
diversidad biológica y la agro-biodiversidad.

762
EQUADOR

Art. 323. Con el objeto de ejecutar planes de desarrollo social, manejo


sustentable del ambiente y de bienestar colectivo, las instituciones del
Estado, por razones de utilidad pública o interés social y nacional,
podrán declarar la expropiación de bienes, previa justa valoración,
indemnización y pago de conformidad con la ley. Se prohíbe toda forma
de confiscación.

Art. 324. El Estado garantizará la igualdad de derechos y oportunidades de


mujeres y hombres en el acceso a la propiedad y en la toma de decisiones
para la administración de la sociedad conyugal.

Sección tercera
Formas de trabajo y su retribución

Art. 325. El Estado garantizará el derecho al trabajo. Se reconocen todas las


modalidades de trabajo, en relación de dependencia o autónomas, con
inclusión de labores de autosustento y cuidado humano; y como actores
sociales productivos, a todas las trabajadoras y trabajadores.

Art. 326. El derecho al trabajo se sustenta en los siguientes principios:


1. El Estado impulsará el pleno empleo y la eliminación del subempleo y del
desempleo.
2. Los derechos laborales son irrenunciables e intangibles. Será nula toda
estipulación en contrario.
3. En caso de duda sobre el alcance de las disposiciones legales, reglamentarias
o contractuales en materia laboral, estas se aplicarán en el sentido más
favorable a las personas trabajadoras.
4. A trabajo de igual valor corresponderá igual remuneración.
5. Toda persona tendrá derecho a desarrollar sus labores en un ambiente
adecuado y propicio, que garantice su salud, integridad, seguridad, higiene y
bienestar.
6. Toda persona rehabilitada después de un accidente de trabajo o
enfermedad, tendrá derecho a ser reintegrada al trabajo y a mantener la relación
laboral, de acuerdo con la ley.
7. Se garantizará el derecho y la libertad de organización de las personas
trabajadoras, sin autorización previa. Este derecho comprende el de formar
sindicatos, gremios, asociaciones y otras formas de organización, afiliarse a

763
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

las de su elección y desafiliarse libremente. De igual forma, se garantizará la


organización de los empleadores.
8. El Estado estimulará la creación de organizaciones de las trabajadoras y
trabajadores, y empleadoras y empleadores, de acuerdo con la ley; y
promoverá su funcionamiento democrático, participativo y transparente con
alternabilidad en la dirección.
9. Para todos los efectos de la relación laboral en las instituciones del Estado,
el sector laboral estará representado por una sola organización.
10. Se adoptará el diálogo social para la solución de conflictos de trabajo y
formulación de acuerdos.
11. Será valida la transacción en materia laboral siempre que no implique
renuncia de derechos y se celebre ante autoridad administrativa o juez
competente.
12. Los conflictos colectivos de trabajo, en todas sus instancias, serán
sometidos a tribunales de conciliación y arbitraje.
13. Se garantizará la contratación colectiva entre personas trabajadoras y
empleadoras, con las excepciones que establezca la ley.
14. Se reconocerá el derecho de las personas trabajadoras y sus
organizaciones sindicales a la huelga. Los representantes gremiales gozarán
de las garantías necesarias en estos casos. Las personas empleadoras tendrán
derecho al paro de acuerdo con la ley.
15. Se prohíbe la paralización de los servicios públicos de salud y saneamiento
ambiental, educación, justicia, bomberos, seguridad social, energía eléctrica,
agua potable y alcantarillado, producción hidrocarburífera, procesamiento,
transporte y distribución de combustibles, transportación pública, correos y
telecomunicaciones. La ley establecerá límites que aseguren el funcionamiento
de dichos servicios.
16. En las instituciones del Estado y en las entidades de derecho privado en
las que haya participación mayoritaria de recursos públicos, quienes cumplan
actividades de representación, directivas, administrativas o profesionales, se
sujetarán a las leyes que regulan la administración pública. Aquellos que no se
incluyen en esta categorización estarán amparados por el Código del Trabajo.

Art. 327. La relación laboral entre personas trabajadoras y empleadoras


será bilateral y directa. Se prohíbe toda forma de precarización, como la
intermediación laboral y la tercerización en las actividades propias y habituales
de la empresa o persona empleadora, la contratación laboral por horas, o

764
EQUADOR

cualquiera otra que afecte los derechos de las personas trabajadoras en forma
individual o colectiva. El incumplimiento de obligaciones, el fraude, la
simulación, y el enriquecimiento injusto en materia laboral se penalizarán y
sancionarán de acuerdo con la ley.

Art. 328. La remuneración será justa, con un salario digno que cubra al menos
las necesidades básicas de la persona trabajadora, así como las de su familia;
será inembargable, salvo para el pago de pensiones por alimentos. El Estado
fijará y revisará anualmente el salario básico establecido en la ley, de aplicación
general y obligatoria. El pago de remuneraciones se dará en los plazos
convenidos y no podrá ser disminuido ni descontado, salvo con autorización
expresa de la persona trabajadora y de acuerdo con la ley. Lo que el empleador
deba a las trabajadoras y trabajadores, por cualquier concepto, constituye
crédito privilegiado de primera clase, con preferencia aun a los hipotecarios.
Para el pago de indemnizaciones, la remuneración comprende todo lo que
perciba la persona trabajadora en dinero, en servicios o en especies, inclusive
lo que reciba por los trabajos extraordinarios y suplementarios, a destajo,
comisiones, participación en beneficios o cualquier otra retribución que tenga
carácter normal. Se exceptuarán el porcentaje legal de utilidades, los viáticos
o subsidios ocasionales y las remuneraciones adicionales. Las personas
trabajadoras del sector privado tienen derecho a participar de las utilidades
liquidas de las empresas, de acuerdo con la ley. La ley fijará los límites de esa
participación en las empresas de explotación de recursos no renovables. En
las empresas en las cuales el Estado tenga participación mayoritaria, no habrá
pago de utilidades. Todo fraude o falsedad en la declaración de utilidades
que perjudique este derecho se sancionará por la ley.

Art. 329. Las jóvenes y los jóvenes tendrán el derecho de ser sujetos activos
en la producción, así como en las labores de autosustento, cuidado familiar e
iniciativas comunitarias. Se impulsarán condiciones y oportunidades con este
fin. Para el cumplimiento del derecho al trabajo de las comunidades, pueblos
y nacionalidades, el Estado adoptará medidas específicas a fin de eliminar
discriminaciones que los afecten, reconocerá y apoyará sus formas de
organización del trabajo, y garantizará el acceso al empleo en igualdad de
condiciones. Se reconocerá y protegerá el trabajo autónomo y por cuenta
propia realizado en espacios públicos, permitidos por la ley y otras regulaciones.
Se prohíbe toda forma de confiscación de sus productos, materiales o

765
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

herramientas de trabajo. Los procesos de selección, contratación y promoción


laboral se basarán en requisitos de habilidades, destrezas, formación, méritos
y capacidades. Se prohíbe el uso de criterios e instrumentos discriminatorios
que afecten la privacidad, la dignidad e integridad de las personas. El Estado
impulsará la formación y capacitación para mejorar el acceso y calidad del
empleo y las iniciativas de trabajo autónomo. El Estado velará por el respeto
a los derechos laborales de las trabajadoras y trabajadores ecuatorianos en
el exterior, y promoverá convenios y acuerdos con otros países para la
regularización de tales trabajadores.

Art. 330. Se garantizará la inserción y accesibilidad en igualdad de condiciones


al trabajo remunerado de las personas con discapacidad. El Estado y los
empleadores implementarán servicios sociales y de ayuda especial para facilitar
su actividad. Se prohíbe disminuir la remuneración del trabajador con
discapacidad por cualquier circunstancia relativa a su condición.

Art. 331. El Estado garantizará a las mujeres igualdad en el acceso al empleo,


a la formación y promoción laboral y profesional, a la remuneración equitativa,
y a la iniciativa de trabajo autónomo. Se adoptarán todas las medidas
necesarias para eliminar las desigualdades. Se prohíbe toda forma de
discriminación, acoso o acto de violencia de cualquier índole, sea directa o
indirecta, que afecte a las mujeres en el trabajo.

Art. 332. El Estado garantizará el respeto a los derechos reproductivos de


las personas trabajadoras, lo que incluye la eliminación de riesgos laborales
que afecten la salud reproductiva, el acceso y estabilidad en el empleo sin
limitaciones por embarazo o número de hijas e hijos, derechos de maternidad,
lactancia, y el derecho a licencia por paternidad. Se prohíbe el despido de la
mujer trabajadora asociado a su condición de gestación y maternidad, así
como la discriminación vinculada con los roles reproductivos.

Art. 333. Se reconoce como labor productiva el trabajo no remunerado de


autosustento y cuidado humano que se realza en los hogares El Estado
promoverá un régimen laboral que funcione en armonía con las necesidades
del cuidado humano, que facilite servicios, infraestructura y horarios de trabajo
adecuados; de manera especial, proveerá servicios de cuidado infantil, de
atención a las personas con discapacidad y otros necesarios para que las

766
EQUADOR

personas trabajadoras puedan desempeñar sus actividades laborales; e


impulsará la corresponsabilidad y reciprocidad de hombres y mujeres en el
trabajo doméstico y en las obligaciones familiares. La protección de la
seguridad social se extenderá de manera progresiva a las personas que tengan
a su cargo el trabajo familiar no remunerado en el hogar, conforme a las
condiciones generales del sistema y la ley.

Sección cuarta
Democratización de los factores de producción

Art. 334. El Estado promoverá el acceso equitativo a los factores de


producción, para lo cual le corresponderá:
1. Evitar la concentración o acaparamiento de factores y recursos productivos,
promover su redistribución y eliminar privilegios o desigualdades en el acceso
a ellos.
2. Desarrollar políticas específicas para erradicar la desigualdad y
discriminación hacia las mujeres productoras, en el acceso a los factores de
producción.
3. Impulsar y apoyar el desarrollo y la difusión de conocimientos y tecnologías
orientados a los procesos de producción.
4. Desarrollar políticas de fomento a la producción nacional en todos los
sectores, en especial para garantizar la soberanía alimentaria y la soberanía
energética, generar empleo y valor agregado.
5. Promover los servicios financieros públicos y la democratización del crédito.

Sección quinta
Intercambios económicos y comercio justo

Art. 335. El Estado regulará, controlará e intervendrá, cuando sea necesario,


en los intercambios y transacciones económicas; y sancionará la explotación,
usura, acaparamiento, simulación, intermediación especulativa de los bienes y
servicios, así como toda forma de perjuicio a los derechos económicos y a los
bienes públicos y colectivos. El Estado definirá una política de precios orientada
a proteger la producción nacional, establecerá los mecanismos de sanción para
evitar cualquier práctica de monopolio y oligopolio privados, o de abuso de
posición de dominio en el mercado y otras prácticas de competencia desleal.

767
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 336. EI Estado impulsará y velará por el comercio justo como medio
de acceso a bienes y servicios de calidad, que minimice las distorsiones
de la intermediación y promueva la sustentabilidad. El Estado asegurará
la transparencia y eficiencia en los mercados y fomentará la competencia
en igualdad de condiciones y oportunidades, lo que se definirá mediante
ley.

Art. 337. El Estado promoverá el desarrollo de infraestructura para el


acopio, trasformación, transporte y comercialización de productos para
la satisfacción de las necesidades básicas internas, así como para asegurar
la participación de la economía ecuatoriana en el contexto regional y
mundial a partir de una visión estratégica.

Sección sexta
Ahorro e inversión

Art. 338. El Estado promoverá y protegerá el ahorro interno como fuente


de inversión productiva en el país. Asimismo, generará incentivos al retorno
del ahorro y de los bienes de las personas migrantes, y para que el ahorro
de las personas y de las diferentes unidades económicas se oriente hacia
la inversión productiva de calidad.

Art. 339. El Estado promoverá las inversiones nacionales y extranjeras, y


establecerá regulaciones específicas de acuerdo a sus tipos, otorgando
prioridad a la inversión nacional. Las inversiones se orientarán con criterios
de diversificación productiva, innovación tecnológica, y generación de
equilibrios regionales y sectoriales. La inversión extranjera directa será
complementaria a la nacional, estará sujeta a un estricto respeto del marco
jurídico y de las regulaciones nacionales, a la aplicación de los derechos
y se orientará según las necesidades y prioridades definidas en el Plan
Nacional de Desarrollo, así como en los diversos planes de desarrollo de
los gobiernos autónomos descentralizados. La inversión pública se dirigirá
a cumplir los objetivos del régimen de desarrollo que la Constitución
consagra, y se enmarcará en los planes de desarrollo nacional y locales, y
en los correspondientes planes de inversión.

768
EQUADOR

TÍTULO VII
RÉGIMEN DEL BUEN VIVIR

Capítulo primero
Inclusión y equidad

Art. 340. EI sistema nacional de inclusión y equidad social es el conjunto


articulado y coordinado de sistemas, instituciones, políticas, normas,
programas y servicios que aseguran el ejercicio, garantía y exigibilidad de los
derechos reconocidos en la Constitución y el cumplimiento de los objetivos
del régimen de desarrollo. El sistema se articulará al Plan Nacional de
Desarrollo y al sistema nacional descentralizado de planificación participativa;
se guiará por los principios de universalidad, igualdad, equidad, progresividad,
interculturalidad, solidaridad y no discriminación; y funcionará bajo los criterios
de calidad, eficiencia, eficacia, transparencia, responsabilidad y participación.
El sistema se compone de los ámbitos de la educación, salud, seguridad social,
gestión de riesgos, cultura física y deporte, hábitat y vivienda, cultura,
comunicación e información, disfrute del tiempo libre, ciencia y tecnología,
población, seguridad humana y transporte.

Art. 341. El Estado generará las condiciones para la protección integral de


sus habitantes a lo largo de sus vidas, que aseguren los derechos y principios
reconocidos en la Constitución, en particular la igualdad en la diversidad y la
no discriminación, y priorizará su acción hacia aquellos grupos que requieran
consideración especial por la persistencia de desigualdades, exclusión,
discriminación o violencia, o en virtud de su condición etaria, de salud o de
discapacidad. La protección integral funcionará a través de sistemas
especializados, de acuerdo con la ley. Los sistemas especializados se guiarán
por sus principios específicos y los del sistema nacional de inclusión y equidad
social. El sistema nacional descentralizado de protección integral de la niñez y
la adolescencia será el encargado de asegurar el ejercicio de los derechos de
niñas, niños y adolescentes. Serán parte del sistema las instituciones públicas,
privadas y comunitarias.

Art. 342. El Estado asignará, de manera prioritaria y equitativa, los recursos


suficientes, oportunos y permanentes para el funcionamiento y gestión del
sistema.

769
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sección primera
Educación

Art. 343. El sistema nacional de educación tendrá como finalidad el desarrollo


de capacidades y potencialidades individuales y colectivas de la población,
que posibiliten el aprendizaje, y la generación y utilización de conocimientos,
técnicas, saberes, artes y cultura. El sistema tendrá como centro al sujeto que
aprende, y funcionará de manera flexible y dinámica, incluyente, eficaz y
eficiente. El sistema nacional de educación integrará una visión intercultural
acorde con la diversidad geográfica, cultural y lingü.stica del país, y el respeto
a los derechos de las comunidades, pueblos y nacionalidades.

Art. 344. El sistema nacional de educación comprenderá las instituciones,


programas, políticas, recursos y actores del proceso educativo, así como
acciones en los niveles de educación inicial, básica y bachillerato, y estará
articulado con el sistema de educación superior. El Estado ejercerá la rectoría
del sistema a través de la autoridad educativa nacional, que formulará la política
nacional de educación; asimismo regulará y controlará las actividades
relacionadas con la educación, así como el funcionamiento de las entidades
del sistema.

Art. 345. La educación como servicio público se prestará a través de


instituciones públicas, fiscomisionales y particulares. En los establecimientos
educativos se proporcionarán sin costo servicios de carácter social y de apoyo
psicológico, en el marco del sistema de inclusión y equidad social.

Art. 346. Existirá una institución pública, con autonomía, de evaluación integral
interna y externa, que promueva la calidad de la educación.

Art. 347. Será responsabilidad del Estado:


1. Fortalecer la educación pública y la coeducación; asegurar el mejoramiento
permanente de la calidad, la ampliación de la cobertura, la infraestructura
física y el equipamiento necesario de las instituciones educativas públicas.
2. Garantizar que los centros educativos sean espacios democráticos de
ejercicio de derechos y convivencia pacífica. Los centros educativos serán
espacios de detección temprana de requerimientos especiales.
3. Garantizar modalidades formales y no formales de educación.

770
EQUADOR

4. Asegurar que todas las entidades educativas impartan una educación en


ciudadanía, sexualidad y ambiente, desde el enfoque de derechos.
5. Garantizar el respeto del desarrollo psicoevolutivo de los niños, niñas y
adolescentes, en todo el proceso educativo.
6. Erradicar todas las formas de violencia en el sistema educativo y velar por
la integridad física, psicológica y sexual de las estudiantes y los estudiantes.
7. Erradicar el analfabetismo puro, funcional y digital, y apoyar los procesos
de post-alfabetización y educación permanente para personas adultas, y la
superación del rezago educativo.
8. Incorporar las tecnologías de la información y comunicación en el proceso
educativo y propiciar el enlace de la enseñanza con las actividades productivas
o sociales.
9. Garantizar el sistema de educación intercultural bilingüe, en el cual se
utilizará como lengua principal de educación la de la nacionalidad respectiva
y el castellano como idioma de relación intercultural, bajo la rectoría de las
políticas públicas del Estado y con total respeto a los derechos de las
comunidades, pueblos y nacionalidades.
10. Asegurar que se incluya en los currículos de estudio, de manera
progresiva, la enseñanza de al menos una lengua ancestral.
11. Garantizar la participación activa de estudiantes, familias y docentes en
los procesos educativos.
12. Garantizar, bajo los principios de equidad social, territorial y regional
que todas las personas tengan acceso a la educación pública.

Art. 348. La educación pública será gratuita y el Estado la financiará de


manera oportuna, regular y suficiente. La distribución de los recursos
destinados a la educación se regirá por criterios de equidad social,
poblacional y territorial, entre otros. El Estado financiará la educación
especial y podrá apoyar financieramente a la educación fiscomisional,
artesanal y comunitaria, siempre que cumplan con los principios de gratuidad,
obligatoriedad e igualdad de oportunidades, rindan cuentas de sus resultados
educativos y del manejo de los recursos públicos, y estén debidamente
calificadas, de acuerdo con la ley. Las instituciones educativas que reciban
financiamiento público no tendrán fines de lucro. La falta de transferencia
de recursos en las condiciones señaladas será sancionada con la destitución
de la autoridad y de las servidoras y servidores públicos remisos de su
obligación.

771
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 349. El Estado garantizará al personal docente, en todos los niveles


y modalidades, estabilidad, actualización, formación continua y
mejoramiento pedagógico y académico; una remuneración justa, de
acuerdo a la profesionalización, desempeño y méritos académicos. La
ley regulará la carrera docente y el escalafón; establecerá un sistema
nacional de evaluación del desempeño y la política salarial en todos los
niveles. Se establecerán políticas de promoción, movilidad y alternancia
docente.

Art. 350. El sistema de educación superior tiene como finalidad la


formación académica y profesional con visión científica y humanista; la
investigación científica y tecnológica; la innovación, promoción, desarrollo
y difusión de los saberes y las culturas; la construcción de soluciones
para los problemas del país, en relación con los objetivos del régimen de
desarrollo.

Art. 351. El sistema de educación superior estará articulado al sistema


nacional de educación y al Plan Nacional de Desarrollo; la ley establecerá
los mecanismos de coordinación del sistema de educación superior con
la Función Ejecutiva. Este sistema se regirá por los principios de autonomía
responsable, cogobierno, igualdad de oportunidades, calidad, pertinencia,
integralidad, autodeterminación para la producción del pensamiento y
conocimiento, en el marco del diálogo de saberes, pensamiento universal
y producción científica tecnológica global.

Art. 352. El sistema de educación superior estará integrado por


universidades y escuelas politécnicas; institutos superiores técnicos,
tecnológicos y pedagógicos; y conservatorios de música y artes,
debidamente acreditados y evaluados. Estas instituciones, sean públicas
o particulares, no tendrán fines de lucro.

Art. 353. El sistema de educación superior se regirá por:


1. Un organismo público de planificación, regulación y coordinación interna
del sistema y de la relación entre sus distintos actores con la Función Ejecutiva.
2. Un organismo público técnico de acreditación y aseguramiento de la
calidad de instituciones, carreras y programas, que no podrá conformarse
por representantes de las instituciones objeto de regulación.

772
EQUADOR

Art. 354. Las universidades y escuelas politécnicas, públicas y particulares,


se crearán por ley, previo informe favorable vinculante del organismo
encargado de la planificación, regulación y coordinación del sistema, que
tendrá como base los informes previos favorables y obligatorios de la institución
responsable del aseguramiento de la calidad y del organismo nacional de
planificación. Los institutos superiores tecnológicos, técnicos y pedagógicos,
y los conservatorios, se crearán por resolución del organismo encargado de
la planificación, regulación y coordinación del sistema, previo informe favorable
de la institución de aseguramiento de la calidad del sistema y del organismo
nacional de planificación. La creación y financiamiento de nuevas casas de
estudio y carreras universitarias públicas se supeditará a los requerimientos
del desarrollo nacional. El organismo encargado de la planificación, regulación
y coordinación del sistema y el organismo encargado para la acreditación y
aseguramiento de la calidad podrán suspender, de acuerdo con la ley, a las
universidades, escuelas politécnicas, institutos superiores, tecnológicos y
pedagógicos, y conservatorios, así como solicitar la derogatoria de aquellas
que se creen por ley.

Art. 355. El Estado reconocerá a las universidades y escuelas politécnicas


autonomía académica, administrativa, financiera y orgánica, acorde con los
objetivos del régimen de desarrollo y los principios establecidos en la
Constitución. Se reconoce a las universidades y escuelas politécnicas el
derecho a la autonomía, ejercida y comprendida de manera solidaria y
responsable. Dicha autonomía garantiza el ejercicio de la libertad académica
y el derecho a la búsqueda de la verdad, sin restricciones; el gobierno y
gestión de sí mismas, en consonancia con los principios de alternancia,
transparencia y los derechos políticos; y la producción de ciencia, tecnología,
cultura y arte. Sus recintos son inviolables, no podrán ser allanados sino en
los casos y términos en que pueda serlo el domicilio de una persona. La
garantía del orden interno será competencia y responsabilidad de sus
autoridades. Cuando se necesite el resguardo de la fuerza pública, la máxima
autoridad de la entidad solicitará la asistencia pertinente. La autonomía no
exime a las instituciones del sistema de ser fiscalizadas, de la responsabilidad
social, rendición de cuentas y participación en la planificación nacional. La
Función Ejecutiva no podrá privar de sus rentas o asignaciones
presupuestarias, o retardar las transferencias a ninguna institución del sistema,
ni clausurarlas o reorganizarlas de forma total o parcial.

773
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 356. La educación superior pública será gratuita hasta el tercer nivel. El
ingreso a las instituciones públicas de educación superior se regulará a través
de un sistema de nivelación y admisión, definido en la ley. La gratuidad se
vinculará a la responsabilidad académica de las estudiantes y los estudiantes.
Con independencia de su carácter público o particular, se garantiza la igualdad
de oportunidades en el acceso, en la permanencia, y en la movilidad y en el
egreso, con excepción del cobro de aranceles en la educación particular. El
cobro de aranceles en la educación superior particular contará con mecanismos
tales como becas, créditos, cuotas de ingreso u otros que permitan la
integración y equidad social en sus múltiples dimensiones.

Art. 357. El Estado garantizará el financiamiento de las instituciones públicas


de educación superior. Las universidades y escuelas politécnicas públicas
podrán crear fuentes complementarias de ingresos para mejorar su capacidad
académica, invertir en la investigación y en el otorgamiento de becas y
créditos, que no implicarán costo o gravamen alguno para quienes estudian
en el tercer nivel. La distribución de estos recursos deberá basarse
fundamentalmente en la calidad y otros criterios definidos en la ley. La ley
regulará los servicios de asesoría técnica, consultoría y aquellos que
involucren fuentes alternativas de ingresos para las universidades y escuelas
politécnicas, públicas y particulares.

Sección segunda
Salud

Art. 358. El sistema nacional de salud tendrá por finalidad el desarrollo,


protección y recuperación de las capacidades y potencialidades para una
vida saludable e integral, tanto individual como colectiva, y reconocerá la
diversidad social y cultural. El sistema se guiará por los principios generales
del sistema nacional de inclusión y equidad social, y por los de bioética,
suficiencia e interculturalidad, con enfoque de género y generacional.

Art. 359. El sistema nacional de salud comprenderá las instituciones,


programas, políticas, recursos, acciones y actores en salud; abarcará todas
las dimensiones del derecho a la salud; garantizará la promoción, prevención,
recuperación y rehabilitación en todos los niveles; y propiciará la participación
ciudadana y el control social.

774
EQUADOR

Art. 360. El sistema garantizará, a través de las instituciones que lo conforman,


la promoción de la salud, prevención y atención integral, familiar y comunitaria,
con base en la atención primaria de salud; articulará los diferentes niveles de
atención; y promoverá la complementariedad con las medicinas ancestrales y
alternativas. La red pública integral de salud será parte del sistema nacional
de salud y estará conformada por el conjunto articulado de establecimientos
estatales, de la seguridad social y con otros proveedores que pertenecen al
Estado, con vínculos jurídicos, operativos y de complementariedad.

Art. 361. El Estado ejercerá la rectoría del sistema a través de la autoridad


sanitaria nacional, será responsable de formular la política nacional de salud,
y normará, regulará y controlará todas las actividades relacionadas con la
salud, así como el funcionamiento de las entidades del sector.

Art. 362. La atención de salud como servicio público se prestará a través de


las entidades estatales, privadas, autónomas, comunitarias y aquellas que
ejerzan las medicinas ancestrales alternativas y complementarias. Los servicios
de salud serán seguros, de calidad y calidez, y garantizarán el consentimiento
informado, el acceso a la información y la confidencialidad de la información
de los pacientes. Los servicios públicos estatales de salud serán universales y
gratuitos en todos los niveles de atención y comprenderán los procedimientos
de diagnóstico, tratamiento, medicamentos y rehabilitación necesarios.

Art. 363. El Estado será responsable de:


1. Formular políticas públicas que garanticen la promoción, prevención,
curación, rehabilitación y atención integral en salud y fomentar prácticas
saludables en los ámbitos familiar, laboral y comunitario.
2. Universalizar la atención en salud, mejorar permanentemente la calidad y
ampliar la cobertura.
3. Fortalecer los servicios estatales de salud, incorporar el talento humano y
proporcionar la infraestructura física y el equipamiento a las instituciones
públicas de salud.
4. Garantizar las prácticas de salud ancestral y alternativa mediante el
reconocimiento, respeto y promoción del uso de sus conocimientos, medicinas
e instrumentos.
5. Brindar cuidado especializado a los grupos de atención prioritaria
establecidos en la Constitución.

775
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

6. Asegurar acciones y servicios de salud sexual y de salud reproductiva, y


garantizar la salud integral y la vida de las mujeres, en especial durante el
embarazo, parto y postparto.
7. Garantizar la disponibilidad y acceso a medicamentos de calidad, seguros
y eficaces, regular su comercialización y promover la producción nacional y
la utilización de medicamentos genéricos que respondan a las necesidades
epidemiológicas de la población. En el acceso a medicamentos, los intereses
de la salud pública prevalecerán sobre los económicos y comerciales.
8. Promover el desarrollo integral del personal de salud.

Art. 364. Las adicciones son un problema de salud pública. Al Estado le


corresponderá desarrollar programas coordinados de información, prevención
y control del consumo de alcohol, tabaco y sustancias estupefacientes y
psicotrópicas; así como ofrecer tratamiento y rehabilitación a los consumidores
ocasionales, habituales y problemáticos. En ningún caso se permitirá su
criminalización ni se vulnerarán sus derechos constitucionales. El Estado
controlará y regulará la publicidad de alcohol y tabaco.

Art. 365. Por ningún motivo los establecimientos públicos o privados ni los
profesionales de la salud negarán la atención de emergencia. Dicha negativa
se sancionará de acuerdo con la ley.

Art. 366. El financiamiento público en salud será oportuno, regular y suficiente,


y deberá provenir de fuentes permanentes del Presupuesto General del Estado.
Los recursos públicos serán distribuidos con base en criterios de población y
en las necesidades de salud. El Estado financiará a las instituciones estatales
de salud y podrá apoyar financieramente a las autónomas y privadas siempre
que no tengan fines de lucro, que garanticen gratuidad en las prestaciones,
cumplan las políticas públicas y aseguren calidad, seguridad y respeto a los
derechos. Estas instituciones estarán sujetas a control y regulación del Estado.

Sección tercera
Seguridad social

Art. 367. EI sistema de seguridad social es público y universal, no podrá


privatizarse y atenderá las necesidades contingentes de la población. La
protección de las contingencias se hará efectiva a través del seguro universal

776
EQUADOR

obligatorio y de sus regímenes especiales. El sistema se guiará por los principios


del sistema nacional de inclusión y equidad social y por los de obligatoriedad,
suficiencia, integración, solidaridad y subsidiaridad.

Art. 368. EI sistema de seguridad social comprenderá las entidades públicas,


normas, políticas, recursos, servicios y prestaciones de seguridad social, y
funcionará con base en criterios de sostenibilidad, eficiencia, celeridad y
transparencia. El Estado normará, regulará y controlará las actividades
relacionadas con la seguridad social.

Art. 369. El seguro universal obligatorio cubrirá las contingencias de


enfermedad, maternidad, paternidad, riesgos de trabajo, cesantía, desempleo,
vejez, invalidez, discapacidad, muerte y aquellas que defina la ley. Las
prestaciones de salud de las contingencias de enfermedad y maternidad se
brindarán a través de la red pública integral de salud. El seguro universal
obligatorio se extenderá a toda la población urbana y rural, con independencia
de su situación laboral. Las prestaciones para las personas que realizan trabajo
doméstico no remunerado y tareas de cuidado se financiarán con aportes y
contribuciones del Estado. La ley definirá el mecanismo correspondiente. La
creación de nuevas prestaciones estará debidamente financiada.

Art. 370. El Instituto Ecuatoriano de Seguridad Social, entidad autónoma


regulada por la ley, será responsable de la prestación de las contingencias del
seguro universal obligatorio a sus afiliados. La policía nacional y las fuerzas
armadas podrán contar con un régimen especial de seguridad social, de
acuerdo con la ley; sus entidades de seguridad social formarán parte de la
red pública integral de salud y del sistema de seguridad social.

Art. 371. Las prestaciones de la seguridad social se financiarán con el aporte


de las personas aseguradas en relación de dependencia y de sus empleadoras
o empleadores; con los aportes de las personas independientes aseguradas;
con los aportes voluntarios de las ecuatorianas y ecuatorianos domiciliados
en el exterior; y con los aportes y contribuciones del Estado. Los recursos
del Estado destinados para el seguro universal obligatorio constarán cada
año en el Presupuesto General del Estado y serán transferidos de forma
oportuna. Las prestaciones en dinero del seguro social no serán susceptibles
de cesión, embargo o retención, salvo los casos de alimentos debidos por ley

777
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

o de obligaciones contraídas a favor de la institución aseguradora, y estarán


exentas del pago de impuestos.

Art. 372. Los fondos y reservas del seguro universal obligatorio serán
propios y distintos de los del fisco, y servirán para cumplir de forma
adecuada los fines de su creación y sus funciones. Ninguna institución del
169 Estado podrá intervenir o disponer de sus fondos y reservas, ni
menoscabar su patrimonio. Los fondos provisionales públicos y sus
inversiones se canalizarán a través de una institución financiera de
propiedad del Instituto Ecuatoriano de Seguridad Social; su gestión se
sujetará a los principios de seguridad, solvencia, eficiencia, rentabilidad y
al control del órgano competente.

Art. 373. El seguro social campesino, que forma parte del Instituto
Ecuatoriano de Seguridad Social, será un régimen especial del seguro
universal obligatorio para proteger a la población rural y a las personas
dedicadas a la pesca artesanal; se financiará con el aporte solidario de
las personas aseguradas y empleadoras del sistema nacional de seguridad
social, con la aportación diferenciada de las jefas o jefes de las familias
protegidas y con las asignaciones fiscales que garanticen su
fortalecimiento y desarrollo. El seguro ofrecerá prestaciones de salud y
protección contra las contingencias de invalidez, discapacidad, vejez y
muerte. Los seguros públicos y privados, sin excepción, contribuirán al
financiamiento del seguro social campesino a través del Instituto
Ecuatoriano de Seguridad Social.

Art. 374. El Estado estimulará la afiliación voluntaria al Instituto Ecuatoriano


de Seguridad Social a las ecuatorianas y ecuatorianos domiciliados en el
exterior, y asegurará la prestación de contingencias. El financiamiento de estas
prestaciones contará con el aporte de las personas afiliadas voluntarias
domiciliadas en el exterior.

Sección cuarta
Hábitat y vivienda

Art. 375. El Estado, en todos sus niveles de gobierno, garantizará el derecho


al hábitat y a la vivienda digna, para lo cual:

778
EQUADOR

1. Generará la información necesaria para el diseño de estrategias y programas


que comprendan las relaciones entre vivienda, servicios, espacio y transporte
públicos, equipamiento y gestión del suelo urbano.
2. Mantendrá un catastro nacional integrado georreferenciado, de hábitat y
vivienda.
3. Elaborará, implementará y evaluará políticas, planes y programas de hábitat
y de acceso universal a la vivienda, a partir de los principios de universalidad,
equidad e interculturalidad, con enfoque en la gestión de riesgos.
4. Mejorará la vivienda precaria, dotará de albergues, espacios públicos y
áreas verdes, y promoverá el alquiler en régimen especial.
5. Desarrollará planes y programas de financiamiento para vivienda de interés
social, a través de la banca pública y de las instituciones de finanzas populares,
con énfasis para las personas de escasos recursos económicos y las mujeres
jefas de hogar.
6. Garantizará la dotación ininterrumpida de los servicios públicos de agua
potable y electricidad a las escuelas y hospitales públicos.
7. Asegurará que toda persona tenga derecho a suscribir contratos de
arrendamiento a un precio justo y sin abusos.
8. Garantizará y protegerá el acceso público a las playas de mar y riberas de
ríos, lagos y lagunas, y la existencia de vías perpendiculares de acceso. El
Estado ejercerá la rectoría para la planificación, regulación, control,
financiamiento y elaboración de políticas de hábitat y vivienda.

Art. 376. Para hacer efectivo el derecho a la vivienda, al hábitat y a la


conservación del ambiente, las municipalidades podrán expropiar, reservar y
controlar áreas para el desarrollo futuro, de acuerdo con la ley. Se prohíbe la
obtención de beneficios a partir de prácticas especulativas sobre el uso del
suelo, en particular por el cambio de uso, de rústico a urbano o de público a
privado.

Sección quinta
Cultura

Art. 377. El sistema nacional de cultura tiene como finalidad fortalecer la


identidad nacional; proteger y promover la diversidad de las expresiones
culturales; incentivar la libre creación artística y la producción, difusión,
distribución y disfrute de bienes y servicios culturales; y salvaguardar la

779
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

memoria social y el patrimonio cultural. Se garantiza el ejercicio pleno de los


derechos culturales.

Art. 378. El sistema nacional de cultura estará integrado por todas las
instituciones del ámbito cultural que reciban fondos públicos y por los
colectivos y personas que voluntariamente se vinculen al sistema. Las entidades
culturales que reciban fondos públicos estarán sujetas a control y rendición
de cuentas. El Estado ejercerá la rectoría del sistema a través del órgano
competente, con respeto a la libertad de creación y expresión, a la
interculturalidad y a la diversidad; será responsable de la gestión y promoción
de la cultura, así como de la formulación e implementación de la política
nacional en este campo.

Art. 379. Son parte del patrimonio cultural tangible e intangible relevante
para la memoria e identidad de las personas y colectivos, y objeto de
salvaguarda del Estado, entre otros:
1. Las lenguas, formas de expresión, tradición oral y diversas manifestaciones
y creaciones culturales, incluyendo las de carácter ritual, festivo y productivo.
2. Las edificaciones, espacios y conjuntos urbanos, monumentos, sitios
naturales, caminos, jardines y paisajes que constituyan referentes de identidad
para los pueblos o que tengan valor histórico, artístico, arqueológico,
etnográfico o paleontológico.
3. Los documentos, objetos, colecciones, archivos, bibliotecas y museos que
tengan valor histórico, artístico, arqueológico, etnográfico o paleontológico.
4. Las creaciones artísticas, científicas y tecnológicas. Los bienes culturales
patrimoniales del Estado serán inalienables, inembargables e imprescriptibles.
El Estado tendrá derecho de prelación en la adquisición de los bienes del
patrimonio cultural y garantizará su protección. Cualquier daño será sancionado
de acuerdo con la ley.

Art. 380. Serán responsabilidades del Estado:


1. Velar, mediante políticas permanentes, por la identificación, protección,
defensa, conservación, restauración, difusión y acrecentamiento del patrimonio
cultural tangible e intangible, de la riqueza histórica, artística, lingü.stica y
arqueológica, de la memoria colectiva y del conjunto de valores y
manifestaciones que configuran la identidad plurinacional, pluricultural y
multiétnica del Ecuador.

780
EQUADOR

2. Promover la restitución y recuperación de los bienes patrimoniales


expoliados, perdidos o degradados, y asegurar el depósito legal de impresos,
audiovisuales y contenidos electrónicos de difusión masiva.
3. Asegurar que los circuitos de distribución, exhibición pública y difusión
masiva no condicionen ni restrinjan la independencia de los creadores, ni el
acceso del público a la creación cultural y artística nacional independiente.
4. Establecer políticas e implementar formas de enseñanza para el desarrollo
de la vocación artística y creativa de las personas de todas las edades, con
prioridad para niñas, niños y adolescentes.
5. Apoyar el ejercicio de las profesiones artísticas.
6. Establecer incentivos y estímulos para que las personas, instituciones,
empresas y medios de comunicación promuevan, apoyen, desarrollen y
financien actividades culturales.
7. Garantizar la diversidad en la oferta cultural y promover la producción
nacional de bienes culturales, así como su difusión masiva.
8. Garantizar los fondos suficientes y oportunos para la ejecución de la
política cultural.

Sección sexta
Cultura física y tiempo libre

Art. 381. El Estado protegerá, promoverá y coordinará la cultura física que


comprende el deporte, la educación física y la recreación, como actividades
que contribuyen a la salud, formación y desarrollo integral de las personas;
impulsará el acceso masivo al deporte y a las actividades deportivas a nivel
formativo, barrial y parroquial; auspiciará la preparación y participación de
los deportistas en competencias nacionales e internacionales, que incluyen
los Juegos Olímpicos y Paraolímpicos; y fomentará la participación de las
personas con discapacidad. El Estado garantizará los recursos y la
infraestructura necesaria para estas actividades. Los recursos se sujetarán
al control estatal, rendición de cuentas y deberán distribuirse de forma
equitativa.

Art. 382. Se reconoce la autonomía de las organizaciones deportivas y de


la administración de los escenarios deportivos y demás instalaciones
destinadas a la práctica del deporte, de acuerdo con la ley.

781
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Art. 383. Se garantiza el derecho de las personas y las colectividades al


tiempo libre, la ampliación de las condiciones físicas, sociales y ambientales
para su disfrute, y la promoción de actividades para el esparcimiento,
descanso y desarrollo de la personalidad.

Sección séptima
Comunicación social

Art. 384. El sistema de comunicación social asegurará el ejercicio de los


derechos de la comunicación, la información y la libertad de expresión, y
fortalecerá la participación ciudadana. El sistema se conformará por las
instituciones y actores de carácter público, las políticas y la normativa; y los
actores privados, ciudadanos y comunitarios que se integren voluntariamente
a el. El Estado formulará la política pública de comunicación, con respeto
irrestricto de la libertad de expresión y de los derechos de la comunicación
consagrados en la Constitución y los instrumentos internacionales de derechos
humanos. La ley definirá su organización, funcionamiento y las formas de
participación ciudadana.

Sección octava
Ciencia, tecnología, innovación y saberes ancestrales

Art. 385. El sistema nacional de ciencia, tecnología, innovación y saberes


ancestrales, en el marco del respeto al ambiente, la naturaleza, la vida, las
culturas y la soberanía, tendrá como finalidad:
1. Generar, adaptar y difundir conocimientos científicos y tecnológicos.
2. Recuperar, fortalecer y potenciar los saberes ancestrales.
3. Desarrollar tecnologías e innovaciones que impulsen la producción nacional,
eleven la eficiencia y productividad, mejoren la calidad de vida y contribuyan
a la realización del buen vivir.

Art. 386. El sistema comprenderá programas, políticas, recursos, acciones,


e incorporará a instituciones del Estado, universidades y escuelas politécnicas,
institutos de investigación públicos y particulares, empresas públicas y privadas,
organismos no gubernamentales y personas naturales o jurídicas, en tanto
realizan actividades de investigación, desarrollo tecnológico, innovación y
aquellas ligadas a los saberes ancestrales. El Estado, a través del organismo

782
EQUADOR

competente, coordinará el sistema, establecerá los objetivos y políticas, de


conformidad con el Plan Nacional de Desarrollo, con la participación de los
actores que lo conforman.

Art. 387. Será responsabilidad del Estado:


1. Facilitar e impulsar la incorporación a la sociedad del conocimiento para
alcanzar los objetivos del régimen de desarrollo.
2. Promover la generación y producción de conocimiento, fomentar la
investigación científica y tecnológica, y potenciar los saberes ancestrales, para
así contribuir a la realización del buen vivir, al sumak kawsay.
3. Asegurar la difusión y el acceso a los conocimientos científicos y
tecnológicos, el usufructo de sus descubrimientos y hallazgos en el marco de
lo establecido en la Constitución y la Ley.
4. Garantizar la libertad de creación e investigación en el marco del respeto a
la ética, la naturaleza, el ambiente, y el rescate de los conocimientos
ancestrales.
5. Reconocer la condición de investigador de acuerdo con la Ley.

Art. 388. El Estado destinará los recursos necesarios para la investigación


científica, el desarrollo tecnológico, la innovación, la formación científica, la
recuperación y desarrollo de saberes ancestrales y la difusión del conocimiento.
Un porcentaje de estos recursos se destinará a financiar proyectos mediante
fondos concursables. Las organizaciones que reciban fondos públicos estarán
sujetas a la rendición de cuentas y al control estatal respectivo.

Sección novena
Gestión del riesgo

Art. 389. El Estado protegerá a las personas, las colectividades y la naturaleza


frente a los efectos negativos de los desastres de origen natural o antrópico
mediante la prevención ante el riesgo, la mitigación de desastres, la recuperación
y mejoramiento de las condiciones sociales, económicas y ambientales, con el
objetivo de minimizar la condición de vulnerabilidad. El sistema nacional
descentralizado de gestión de riesgo está compuesto por las unidades de gestión
de riesgo de todas las instituciones públicas y privadas en los ámbitos local,
regional y nacional. El Estado ejercerá la rectoría a través del organismo técnico
establecido en la ley. Tendrá como funciones principales, entre otras:

783
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

1. Identificar los riesgos existentes y potenciales, internos y externos que


afecten al territorio ecuatoriano.
2. Generar, democratizar el acceso y difundir información suficiente y oportuna
para gestionar adecuadamente el riesgo.
3. Asegurar que todas las instituciones públicas y privadas incorporen
obligatoriamente, y en forma transversal, la gestión de riesgo en su planificación
y gestión.
4. Fortalecer en la ciudadanía y en las entidades públicas y privadas
capacidades para identificar los riesgos inherentes a sus respectivos ámbitos
de acción, informar sobre ellos, e incorporar acciones tendientes a reducirlos.
5. Articular las instituciones para que coordinen acciones a fin de prevenir y
mitigar los riesgos, así como para enfrentarlos, recuperar y mejorar las
condiciones anteriores a la ocurrencia de una emergencia o desastre.
6. Realizar y coordinar las acciones necesarias para reducir vulnerabilidades
y prevenir, mitigar, atender y recuperar eventuales efectos negativos derivados
de desastres o emergencias en el territorio nacional.
7. Garantizar financiamiento suficiente y oportuno para el funcionamiento del
Sistema, y coordinar la cooperación internacional dirigida a la gestión de
riesgo.

Art. 390. Los riesgos se gestionarán bajo el principio de descentralización


subsidiaria, que implicará la responsabilidad directa de las instituciones dentro
de su ámbito geográfico. Cuando sus capacidades para la gestión del riesgo
sean insuficientes, las instancias de mayor ámbito territorial y mayor capacidad
técnica y financiera brindarán el apoyo necesario con respeto a su autoridad
en el territorio y sin relevarlos de su responsabilidad.

Sección décima
Población y movilidad humana

Art. 391. El Estado generará y aplicará políticas demográficas que contribuyan


a un desarrollo territorial e intergeneracional equilibrado y garanticen la
protección del ambiente y la seguridad de la población, en el marco del respeto
a la autodeterminación de las personas y a la diversidad.

Art. 392. El Estado velará por los derechos de las personas en movilidad
humana y ejercerá la rectoría de la política migratoria a través del órgano

784
EQUADOR

competente en coordinación con los distintos niveles de gobierno. El Estado


diseñará, adoptará, ejecutará y evaluará políticas, planes, programas y
proyectos, y coordinará la acción de sus organismos con la de otros Estados
y organizaciones de la sociedad civil que trabajen en movilidad humana a
nivel nacional e internacional.

Sección undécima
Seguridad humana

Art. 393. El Estado garantizará la seguridad humana a través de políticas y


acciones integradas, para asegurar la convivencia pacífica de las personas,
promover una cultura de paz y prevenir las formas de violencia y discriminación
y la comisión de infracciones y delitos. La planificación y aplicación de estas
políticas se encargará a órganos especializados en los diferentes niveles de
gobierno.

Sección duodécima
Transporte

Art. 394. El Estado garantizará la libertad de transporte terrestre, aéreo,


marítimo y fluvial dentro del territorio nacional, sin privilegios de ninguna
naturaleza. La promoción del transporte público masivo y la adopción de una
política de tarifas diferenciadas de transporte serán prioritarias. El Estado
regulará el transporte terrestre, aéreo y acuático y las actividades aeroportuarias
y portuarias.

Capítulo segundo
Biodiversidad y recursos naturales

Sección primera
Naturaleza y ambiente

Art. 395. La Constitución reconoce los siguientes principios ambientales:


1. El Estado garantizará un modelo sustentable de desarrollo, ambientalmente
equilibrado y respetuoso de la diversidad cultural, que conserve la biodiversidad
y la capacidad de regeneración natural de los ecosistemas, y asegure la
satisfacción de las necesidades de las generaciones presentes y futuras.

785
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2. Las políticas de gestión ambiental se aplicarán de manera transversal y


serán de obligatorio cumplimiento por parte del Estado en todos sus niveles y
por todas las personas naturales o jurídicas en el territorio nacional.
3. El Estado garantizará la participación activa y permanente de las
personas, comunidades, pueblos y nacionalidades afectadas, en la
planificación, ejecución y control de toda actividad que genere impactos
ambientales.
4. En caso de duda sobre el alcance de las disposiciones legales en materia
ambiental, éstas se aplicarán en el sentido más favorable a la protección
de la naturaleza.

Art. 396. El Estado adoptará las políticas y medidas oportunas que eviten
los impactos ambientales negativos, cuando exista certidumbre de daño.
En caso de duda sobre el impacto ambiental de alguna acción u omisión,
aunque no exista evidencia científica del daño, el Estado adoptará medidas
protectoras eficaces y oportunas. La responsabilidad por daños
ambientales es objetiva. Todo daño al ambiente, además de las sanciones
correspondientes, implicará también la obligación de restaurar
integralmente los ecosistemas e indemnizar a las personas y comunidades
afectadas. Cada uno de los actores de los procesos de producción,
distribución, comercialización y uso de bienes o servicios asumirá la
responsabilidad directa de prevenir cualquier impacto ambiental, de mitigar
y reparar los daños que ha causado, y de mantener un sistema de control
ambiental permanente. Las acciones legales para perseguir y sancionar
por daños ambientales serán imprescriptibles.

Art. 397. En caso de daños ambientales el Estado actuará de manera


inmediata y subsidiaria para garantizar la salud y la restauración de los
ecosistemas. Además de la sanción correspondiente, el Estado repetirá
contra el operador de la actividad que produjera el daño las obligaciones
que conlleve la reparación integral, en las condiciones y con los
procedimientos que la ley establezca. La responsabilidad también recaerá
sobre las servidoras o servidores responsables de realizar el control
ambiental. Para garantizar el derecho individual y colectivo a vivir en un
ambiente sano y ecológicamente equilibrado, el Estado se compromete a:
1. Permitir a cualquier persona natural o jurídica, colectividad o grupo
humano, ejercer las acciones legales y acudir a los órganos judiciales y

786
EQUADOR

administrativos, sin perjuicio de su interés directo, para obtener de ellos


la tutela efectiva en materia ambiental, incluyendo la posibilidad de solicitar
medidas cautelares que permitan cesar la amenaza o el daño ambiental
materia de litigio. La carga de la prueba sobre la inexistencia de daño
potencial o real recaerá sobre el gestor de la actividad o el demandado.
2. Establecer mecanismos efectivos de prevención y control de la
contaminación ambiental, de recuperación de espacios naturales
degradados y de manejo sustentable de los recursos naturales.
3. Regular la producción, importación, distribución, uso y disposición final
de materiales tóxicos y peligrosos para las personas o el ambiente.
4. Asegurar la intangibilidad de las áreas naturales protegidas, de tal forma
que se garantice la conservación de la biodiversidad y el mantenimiento
de las funciones ecológicas de los ecosistemas. El manejo y administración
de las áreas naturales protegidas estará a cargo del Estado.
5. Establecer un sistema nacional de prevención, gestión de riesgos y
desastres naturales, basado en los principios de inmediatez, eficiencia,
precaución, responsabilidad y solidaridad.

Art. 398. Toda decisión o autorización estatal que pueda afectar al


ambiente deberá ser consultada a la comunidad, a la cual se informará
amplia y oportunamente. El sujeto consultante será el Estado. La ley
regulará la consulta previa, la participación ciudadana, los plazos, el sujeto
consultado y los criterios de valoración y de objeción sobre la actividad
sometida a consulta. El Estado valorará la opinión de la comunidad según
los criterios establecidos en la ley y los instrumentos internacionales de
derechos humanos. Si del referido proceso de consulta resulta una
oposición mayoritaria de la comunidad respectiva, la decisión de ejecutar
o no el proyecto será adoptada por resolución debidamente motivada de
la instancia administrativa superior correspondiente de acuerdo con la
ley.

Art. 399. El ejercicio integral de la tutela estatal sobre el ambiente y la


corresponsabilidad de la ciudadanía en su preservación, se articulará a
través de un sistema nacional descentralizado de gestión ambiental, que
tendrá a su cargo la defensoría del ambiente y la naturaleza.

787
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Sección segunda
Biodiversidad

Art. 400. El Estado ejercerá la soberanía sobre la biodiversidad, cuya


administración y gestión se realizará con responsabilidad intergeneracional.
Se declara de interés público la conservación de la biodiversidad y todos sus
componentes, en particular la biodiversidad agrícola y silvestre y el patrimonio
genético del país.

Art. 401. Se declara al Ecuador libre de cultivos y semillas transgénicas.


Excepcionalmente, y sólo en caso de interés nacional debidamente
fundamentado por la Presidencia de la República y aprobado por la Asamblea
Nacional, se podrán introducir semillas y cultivos genéticamente modificados.
El Estado regulará bajo estrictas normas de bioseguridad, el uso y el desarrollo
de la biotecnología moderna y sus productos, así como su experimentación,
uso y comercialización. Se prohíbe la aplicación de biotecnologías riesgosas
o experimentales.

Art. 402. Se prohíbe el otorgamiento de derechos, incluidos los de propiedad


intelectual, sobre productos derivados o sintetizados, obtenidos a partir del
conocimiento colectivo asociado a la biodiversidad nacional.

Art. 403. El Estado no se comprometerá en convenios o acuerdos de


cooperación que incluyan cláusulas que menoscaben la conservación y el
manejo sustentable de la biodiversidad, la salud humana y los derechos
colectivos y de la naturaleza.

Sección tercera
Patrimonio natural y ecosistemas

Art. 404. El patrimonio natural del Ecuador único e invaluable comprende,


entre otras, las formaciones físicas, biológicas y geológicas cuyo valor desde
el punto de vista ambiental, científico, cultural o paisajístico exige su
protección, conservación, recuperación y promoción. Su gestión se sujetará
a los principios y garantías consagrados en la Constitución y se llevará a
cabo de acuerdo al ordenamiento territorial y una zonificación ecológica,
de acuerdo con la ley.

788
EQUADOR

Art. 405. EI sistema nacional de áreas protegidas garantizará la conservación


de la biodiversidad y el mantenimiento de las funciones ecológicas. El sistema
se integrará por los subsistemas estatal, autónomo descentralizado,
comunitario y privado, y su rectoría y regulación será ejercida por el Estado.
El Estado asignará los recursos económicos necesarios para la sostenibilidad
financiera del sistema, y fomentará la participación de las comunidades, pueblos
y nacionalidades que han habitado ancestralmente las áreas protegidas en su
administración y gestión. Las personas naturales o jurídicas extranjeras no
podrán adquirir a ningún título tierras o concesiones en las áreas de seguridad
nacional ni en áreas protegidas, de acuerdo con la ley.

Art. 406. El Estado regulará la conservación, manejo y uso sustentable,


recuperación, y limitaciones de dominio de los ecosistemas frágiles y
amenazados; entre otros, los páramos, humedales, bosques nublados, bosques
tropicales secos y húmedos y manglares, ecosistemas marinos y marinos-
costeros.

Art. 407. Se prohíbe la actividad extractiva de recursos no renovables en las


áreas protegidas y en zonas declaradas como intangibles, incluida la explotación
forestal. Excepcionalmente dichos recursos se podrán explotar a petición
fundamentada de la Presidencia de la República y previa declaratoria de interés
nacional por parte de la Asamblea Nacional, que, de estimarlo conveniente,
podrá convocar a consulta popular.

Sección cuarta
Recursos naturales

Art. 408. Son de propiedad inalienable, imprescriptible e inembargable del


Estado los recursos naturales no renovables y, en general, los productos del
subsuelo, yacimientos minerales y de hidrocarburos, substancias cuya naturaleza
sea distinta de la del suelo, incluso los que se encuentren en las áreas cubiertas
por las aguas del mar territorial y las zonas marítimas; así como la biodiversidad
y su patrimonio genético y el espectro radioeléctrico. Estos bienes sólo podrán
ser explotados en estricto cumplimiento de los principios ambientales
establecidos en la Constitución. El Estado participará en los beneficios del
aprovechamiento de estos recursos, en un monto que no será inferior a los de
la empresa que los explota. El Estado garantizará que los mecanismos de

789
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

producción, consumo y uso de los recursos naturales y la energía preserven


y recuperen los ciclos naturales y permitan condiciones de vida con
dignidad.

Sección quinta
Suelo

Art. 409. Es de interés público y prioridad nacional la conservación del suelo,


en especial su capa fértil. Se establecerá un marco normativo para su
protección y uso sustentable que prevenga su degradación, en particular la
provocada por la contaminación, la desertificación y la erosión. En áreas
afectadas por procesos de degradación y desertificación, el Estado
desarrollará y estimulará proyectos de forestación, reforestación y revegetación
que eviten el monocultivo y utilicen, de manera preferente, especies nativas y
adaptadas a la zona.

Art. 410. El Estado brindará a los agricultores y a las comunidades rurales


apoyo para la conservación y restauración de los suelos, así como para el
desarrollo de prácticas agrícolas que los protejan y promuevan la soberanía
alimentaria.

Sección sexta
Agua

Art. 411. El Estado garantizará la conservación, recuperación y manejo integral


de los recursos hídricos, cuencas hidrográficas y caudales ecológicos asociados
al ciclo hidrológico. Se regulará toda actividad que pueda afectar la calidad y
cantidad de agua, y el equilibrio de los ecosistemas, en especial en las fuentes
y zonas de recarga de agua. La sustentabilidad de los ecosistemas y el consumo
humano serán prioritarios en el uso y aprovechamiento del agua.

Art. 412. La autoridad a cargo de la gestión del agua será responsable de su


planificación, regulación y control. Esta autoridad cooperará y se coordinará
con la que tenga a su cargo la gestión ambiental para garantizar el manejo del
agua con un enfoque ecosistémico.

Sección séptima

790
EQUADOR

Biosfera, ecología urbana y energías alternativas

Art. 413. El Estado promoverá la eficiencia energética, el desarrollo y uso de


prácticas y tecnologías ambientalmente limpias y sanas, así como de energías
renovables, diversificadas, de bajo impacto y que no pongan en riesgo la
soberanía alimentaria, el equilibrio ecológico de los ecosistemas ni el derecho
al agua.

Art. 414. El Estado adoptará medidas adecuadas y transversales para la


mitigación del cambio climático, mediante la limitación de las emisiones de
gases de efecto invernadero, de la deforestación y de la contaminación
atmosférica; tomará medidas para la conservación de los bosques y la
vegetación, y protegerá a la población en riesgo.

Art. 415. El Estado central y los gobiernos autónomos descentralizados


adoptarán políticas integrales y participativas de ordenamiento territorial
urbano y de uso del suelo, que permitan regular el crecimiento urbano,
el manejo de la fauna urbana e incentiven el establecimiento de zonas
verdes. Los gobiernos autónomos descentralizados desarrollarán
programas de uso racional del agua, y de reducción reciclaje y
tratamiento adecuado de desechos sólidos y líquidos. Se incentivará y
facilitará el transporte terrestre no motorizado, en especial mediante el
establecimiento de ciclo vías.

TÍTULO VIII
RELACIONES INTERNACIONALES

Capítulo primero
Principios de las relaciones internacionales

Art. 416. Las relaciones del Ecuador con la comunidad internacional


responderán a los intereses del pueblo ecuatoriano, al que le rendirán cuenta
sus responsables y ejecutores, y en consecuencia:
1. Proclama la independencia e igualdad jurídica de los Estados, la convivencia
pacífica y la autodeterminación de los pueblos, así como la cooperación, la
integración y la solidaridad.

791
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2. Propugna la solución pacífica de las controversias y los conflictos


internacionales, y rechaza la amenaza o el uso de la fuerza para
resolverlos.
3. Condena la injerencia de los Estados en los asuntos internos de otros
Estados, y cualquier forma de intervención, sea incursión armada,
agresión, ocupación o bloqueo económico o militar.
4. Promueve la paz, el desarme universal; condena el desarrollo y uso
de armas de destrucción masiva y la imposición de bases o instalaciones
con propósitos militares de unos Estados en el territorio de otros.
5. Reconoce los derechos de los distintos pueblos que coexisten dentro
de los Estados, en especial el de promover mecanismos que expresen,
preserven y protejan el carácter diverso de sus sociedades, y rechaza
el racismo, la xenofobia y toda forma de discriminación.
6. Propugna el principio de ciudadanía universal, la libre movilidad de
todos los habitantes del planeta y el progresivo fin de la condición de
extranjero como elemento transformador de las relaciones desiguales
entre los países, especialmente Norte-Sur.
7. Exige el respeto de los derechos humanos, en particular de los
derechos de las personas migrantes, y propicia su pleno ejercicio
mediante el cumplimiento de las obligaciones asumidas con la suscripción
de instrumentos internacionales de derechos humanos. 184
8. Condena toda forma de imperialismo, colonialismo, neocolonialismo,
y reconoce el derecho de los pueblos a la resistencia y liberación de
toda forma de opresión.
9. Reconoce al derecho internacional como norma de conducta, y
demanda la democratización de los organismos internacionales y la
equitativa participación de los Estados al interior de estos.
10. Promueve la conformación de un orden global multipolar con la
participación activa de bloques económicos y políticos regionales, y el
fortalecimiento de las relaciones horizontales para la construcción de
un mundo justo, democrático, solidario, diverso e intercultural.
11. Impulsa prioritariamente la integración política, cultural y económica
de la región andina, de América del Sur y de Latinoamérica.
12. Fomenta un nuevo sistema de comercio e inversión entre los Estados
que se sustente en la justicia, la solidaridad, la complementariedad, la
creación de mecanismos de control internacional a las corporaciones
multinacionales y el establecimiento de un sistema financiero

792
EQUADOR

internacional, justo, transparente y equitativo. Rechaza que controversias


con empresas privadas extranjeras se conviertan en conflictos entre
Estados.
13. Impulsa la creación, ratificación y vigencia de instrumentos
internacionales para la conservación y regeneración de los ciclos vitales
del planeta y la biosfera.

Capítulo segundo
Tratados e instrumentos internacionales

Art. 417. Los tratados internacionales ratificados por el Ecuador se


sujetarán a lo establecido en la Constitución. En el caso de los tratados
y otros instrumentos internacionales de derechos humanos se aplicarán
los principios pro ser humano, de no restricción de derechos, de
aplicabilidad directa y de cláusula abierta establecidos en la Constitución.

Art. 418. A la Presidenta o Presidente de la República le corresponde


suscribir o ratificar los tratados y otros instrumentos internacionales. La
Presidenta o Presidente de la República informará de manera inmediata
a la Asamblea Nacional de todos los tratados que suscriba, con
indicación precisa de su carácter y contenido. Un tratado sólo podrá
ser ratificado, para su posterior canje o depósito, diez días después de
que la Asamblea haya sido notificada sobre el mismo.

Art. 419. La ratificación o denuncia de los tratados internacionales


requerirá la aprobación previa de la Asamblea Nacional en los casos
que:
1. Se refieran a materia territorial o de límites.
2. Establezcan alianzas políticas o militares.
3. Contengan el compromiso de expedir, modificar o derogar una ley.
4. Se refieran a los derechos y garantías establecidas en la Constitución.
5. Comprometan la política económica del Estado establecida en su
Plan Nacional de Desarrollo a condiciones de instituciones financieras
internacionales o empresas transnacionales.
6. Comprometan al país en acuerdos de integración y de comercio.
7. Atribuyan competencias propias del orden jurídico interno a un
organismo internacional o supranacional.

793
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

8. Comprometan el patrimonio natural y en especial el agua, la biodiversidad


y su patrimonio genético.

Art. 420. La ratificación de tratados se podrá solicitar por referéndum, por


iniciativa ciudadana o por la Presidenta o Presidente de la República. 186 La
denuncia un tratado aprobado corresponderá a la Presidenta o Presidente de
la República. En caso de denuncia de un tratado aprobado por la ciudadanía
en referéndum se requerirá el mismo procedimiento que lo aprobó.

Art. 421. La aplicación de los instrumentos comerciales internacionales no


menoscabará, directa o indirectamente, el derecho a la salud, el acceso a
medicamentos, insumos, servicios, ni los avances científicos y tecnológicos.

Art. 422. No se podrá celebrar tratados o instrumentos internacionales en


los que el Estado ecuatoriano ceda jurisdicción soberana a instancias de
arbitraje internacional, en controversias contractuales o de índole comercial,
entre el Estado y personas naturales o jurídicas privadas. Se exceptúan los
tratados e instrumentos internacionales que establezcan la solución de
controversias entre Estados y ciudadanos en Latinoamérica por instancias
arbitrales regionales o por órganos jurisdiccionales de designación de los
países signatarios. No podrán intervenir jueces de los Estados que como
tales o sus nacionales sean parte de la controversia. En el caso de controversias
relacionadas con la deuda externa, el Estado ecuatoriano promoverá
soluciones arbitrales en función del origen de la deuda y con sujeción a los
principios de transparencia, equidad y justicia internacional.

Capítulo tercero
Integración latinoamericana

Art. 423. La integración, en especial con los países de Latinoamérica y el


Caribe será un objetivo estratégico del Estado. En todas las instancias y
procesos de integración, el Estado ecuatoriano se comprometerá a:
1. Impulsar la integración económica, equitativa, solidaria y complementaria;
la unidad productiva, financiera y monetaria; la adopción de una política
económica internacional común; el fomento de políticas de compensación
para superar las asimetrías regionales; y el comercio regional, con énfasis en
bienes de alto valor agregado.

794
EQUADOR

2. Promover estrategias conjuntas de manejo sustentable del patrimonio natural,


en especial la regulación de la actividad extractiva; la cooperación y
complementación energética sustentable; la conservación de la biodiversidad,
los ecosistemas y el agua; la investigación, el desarrollo científico y el
intercambio de conocimiento y tecnología; y la implementación de estrategias
coordinadas de soberanía alimentaria.
3. Fortalecer la armonización de las legislaciones nacionales con énfasis en
los derechos y regímenes laboral, migratorio, fronterizo, ambiental, social,
educativo, cultural y de salud pública, de acuerdo con los principios de
progresividad y de no regresividad.
4. Proteger y promover la diversidad cultural, el ejercicio de la interculturalidad,
la conservación del patrimonio cultural y la memoria común de América Latina
y del Caribe, así como la creación de redes de comunicación y de un mercado
común para las industrias culturales.
5. Propiciar la creación de la ciudadanía latinoamericana y caribeña; la libre
circulación de las personas en la región; la implementación de políticas que
garanticen los derechos humanos de las poblaciones de frontera y de los
refugiados; y la protección común de los latinoamericanos y caribeños en los
países de tránsito y destino migratorio.
6. Impulsar una política común de defensa que consolide una alianza estratégica
para fortalecer la soberanía de los países y de la región.
7. Favorecer la consolidación de organizaciones de carácter supranacional
conformadas por Estados de América Latina y del Caribe, así como la
suscripción de tratados y otros instrumentos internacionales de integración
regional.

TÍTULO IX
SUPREMACÍA DE LA CONSTITUCIÓN

Capítulo primero
Principios

Art. 424. La Constitución es la norma suprema y prevalece sobre cualquier


otra del ordenamiento jurídico. Las normas y los actos del poder público
deberán mantener conformidad con las disposiciones constitucionales; en caso
contrario carecerán de eficacia jurídica. La Constitución y los tratados
internacionales de derechos humanos ratificados por el Estado que reconozcan

795
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

derechos más favorables a los contenidos en la Constitución, prevalecerán


sobre cualquier otra norma jurídica o acto del poder público.

Art. 425. El orden jerárquico de aplicación de las normas será el siguiente:


La Constitución; los tratados y convenios internacionales; las leyes orgánicas;
las leyes ordinarias; las normas regionales y las ordenanzas distritales; los
decretos y reglamentos; las ordenanzas; los acuerdos y las resoluciones; y los
demás actos y decisiones de los poderes públicos. En caso de conflicto entre
normas de distinta jerarquía, la Corte Constitucional, las juezas y jueces,
autoridades administrativas y servidoras y servidores públicos, lo resolverán
mediante la aplicación de la norma jerárquica superior. La jerarquía normativa
considerará, en lo que corresponda, el principio de competencia, en especial
la titularidad de las competencias exclusivas de los gobiernos autónomos
descentralizados.

Art. 426. Todas las personas, autoridades e instituciones están sujetas a la


Constitución. Las juezas y jueces, autoridades administrativas y servidoras y
servidores públicos, aplicarán directamente las normas constitucionales y las
previstas en los instrumentos internacionales de derechos humanos siempre
que sean más favorables a las establecidas en la Constitución, aunque las
partes no las invoquen expresamente. Los derechos consagrados en la
Constitución y los instrumentos internacionales de derechos humanos serán
de inmediato cumplimiento y aplicación. No podrá alegarse falta de ley o
desconocimiento de las normas para justificar la vulneración de los derechos
y garantías establecidos en la Constitución, para desechar la acción interpuesta
en su defensa, ni para negar el reconocimiento de tales derechos.

Art. 427. Las normas constitucionales se interpretarán por el tenor literal que
más se ajuste a la Constitución en su integralidad. En caso de duda, se
interpretarán en el sentido que más favorezca a la plena vigencia de los
derechos y que mejor respete la voluntad del constituyente, y de acuerdo con
los principios generales de la interpretación constitucional.

Art. 428. Cuando una jueza o juez, de oficio o a petición de parte, considere
que una norma jurídica es contraria a la Constitución o a los instrumentos
internacionales de derechos humanos que establezcan derechos más favorables
que los reconocidos en la Constitución, suspenderá la tramitación de la causa

796
EQUADOR

y remitirá en consulta el expediente a la Corte Constitucional, que en un plazo


no mayor a cuarenta y cinco días, resolverá sobre la constitucionalidad de la
norma. Si transcurrido el plazo previsto la Corte no se pronuncia, el
perjudicado podrá interponer la acción correspondiente.

Capítulo segundo
Corte Constitucional

Art. 429. La Corte Constitucional es el máximo órgano de control,


interpretación constitucional y de administración de justicia en esta materia.
Ejerce jurisdicción nacional y su sede es la ciudad de Quito. Las decisiones
relacionadas con las atribuciones previstas en la Constitución serán adoptadas
por el pleno de la Corte.

Art. 430. La Corte Constitucional gozará de autonomía administrativa y


financiera. La ley determinará su organización, funcionamiento y los
procedimientos para el cumplimiento de sus atribuciones.

Art. 431. Los miembros de la Corte Constitucional no estarán sujetos a juicio


político ni podrán ser removidos por quienes los designen. No obstante, estarán
sometidos a los mismos controles que el resto de autoridades públicas y
responderán por los demás actos u omisiones que cometan en el ejercicio de
sus funciones. Sin perjuicio de la responsabilidad civil, en caso de
responsabilidad penal únicamente serán acusados por la Fiscal o el Fiscal
General de la Nación y juzgados por el pleno de la Corte Nacional de Justicia,
para cuyo efecto se requerirá el voto conforme de las dos terceras partes de
sus integrantes. Su destitución será decidida por las dos terceras partes de
los integrantes de la Corte Constitucional. El procedimiento, los requisitos y
las causas se determinarán en la ley.

Art. 432. La Corte Constitucional estará integrada por nueve miembros que
ejercerán sus funciones en plenario y en salas de acuerdo con la ley.
Desempeñarán sus cargos por un periodo de nueve años, sin reelección
inmediata y serán renovados por tercios cada tres años. La ley determinará el
mecanismo de reemplazo en caso de ausencia del titular.

Art. 433. Para ser designado miembro de la Corte Constitucional se requerirá:

797
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

1. Ser ecuatoriana o ecuatoriano y encontrarse en ejercicio de sus derechos


políticos.
2. Tener título de tercer nivel en Derecho legalmente reconocido en el país.
3. Haber ejercido con probidad notoria la profesión de abogada o abogado,
la judicatura o la docencia universitaria en ciencias jurídicas por un lapso
mínimo de diez años.
4. Demostrar probidad y ética.
5. No pertenecer ni haber pertenecido en los últimos diez años a la directiva
de ningún partido o movimiento político. La ley determinará el procedimiento
para acreditar estos requisitos.

Art. 434. Los miembros de la Corte Constitucional se designarán por una


comisión calificadora que estará integrada por dos personas nombradas por
cada una de las funciones, Legislativa, Ejecutiva y de Transparencia y Control
Social. La selección de los miembros se realizará de entre las candidaturas
presentadas por las funciones anteriores, a través de un proceso de concurso
público, con veeduría y posibilidad de impugnación ciudadana. En la integración
de la Corte se procurará la paridad entre hombres y mujeres. El procedimiento,
plazos y demás elementos de selección y calificación serán determinados por
la ley.

Art. 435. La Corte Constitucional elegirá de entre sus miembros, a una


Presidenta o Presidente y a una Vicepresidenta o Vicepresidente, quienes
desempeñarán sus funciones durante tres años, y no podrán ser reelegidos de
forma inmediata. La Presidenta o Presidente ejercerá la representación legal
de la Corte Constitucional.

Art. 436. La Corte Constitucional ejercerá, además de las que le confiera la


ley, las siguientes atribuciones:
1. Ser la máxima instancia de interpretación de la Constitución, de los tratados
internacionales de derechos humanos ratificados por el Estado ecuatoriano,
a través de sus dictámenes y sentencias. Sus decisiones tendrán carácter
vinculante.
2. Conocer y resolver las acciones públicas de inconstitucionalidad, por el
fondo o por la forma, contra actos normativos de carácter general emitidos
por órganos autoridades del Estado. La declaratoria de inconstitucionalidad
tendrá como efecto la invalidez del acto normativo impugnado.

798
EQUADOR

3. Declarar de oficio la inconstitucionalidad de normas conexas, cuando en


los casos sometidos a su conocimiento concluya que una o varias de ellas son
contrarias a la Constitución.
4. Conocer y resolver, a petición de parte, la inconstitucionalidad contra los
actos administrativos con efectos generales emitidos por toda autoridad
pública. La declaratoria de inconstitucionalidad tendrá como efecto la invalidez
del acto administrativo.
5. Conocer y resolver, a petición de parte, las acciones por incumplimiento
que se presenten con la finalidad de garantizar la aplicación de normas o
actos administrativos de carácter general, cualquiera que sea su naturaleza o
jerarquía, así como para el cumplimiento de sentencias o informes de
organismos internacionales de protección de derechos humanos que no sean
ejecutables por las vías judiciales ordinarias.
6. Expedir sentencias que constituyan jurisprudencia vinculante respecto de
las acciones de protección, cumplimiento, hábeas corpus, hábeas data, acceso
a la información pública y demás procesos constitucionales, así como los
casos seleccionados por la Corte para su revisión.
7. Dirimir conflictos de competencias o de atribuciones entre funciones del
Estado u órganos establecidos en la Constitución.
8. Efectuar de oficio y de modo inmediato el control de constitucionalidad de
las declaratorias de los estados de excepción, cuando impliquen la suspensión
de derechos constitucionales.
9. Conocer y sancionar el incumplimiento de las sentencias y dictámenes
constitucionales.
10. Declarar la inconstitucionalidad en que incurran las instituciones del Estado
o autoridades públicas que por omisión inobserven, en forma total o parcial,
los mandatos contenidos en normas constitucionales, dentro del plazo
establecido en la Constitución o en el plazo considerado razonable por la
Corte Constitucional. Si transcurrido el plazo la omisión persiste, la Corte, de
manera provisional, expedirá la norma o ejecutará el acto omitido, de acuerdo
con la ley.

Art. 437. Los ciudadanos en forma individual o colectiva podrán presentar


una acción extraordinaria de protección contra sentencias, autos definitivos y
resoluciones con fuerza de sentencia. Para la admisión de este recurso la
Corte constatará el cumplimiento de los siguientes requisitos:
1. Que se trate de sentencias, autos y resoluciones firmes o ejecutoriados.

799
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

2. Que el recurrente demuestre que en el juzgamiento se ha violado, por acción


u omisión, el debido proceso u otros derechos reconocidos en la Constitución.

Art. 438. La Corte Constitucional emitirá dictamen previo y vinculante de


constitucionalidad en los siguientes casos, además de los que determine la ley:
1. Tratados internacionales, previamente a su ratificación por parte de la
Asamblea Nacional.
2. Convocatorias a consultas populares de carácter nacional o a nivel de los
gobiernos autónomos descentralizados.
3. Objeciones de inconstitucionalidad presentadas por la Presidenta o Presidente
de la República en el proceso de formación de las leyes.

Art. 439. Las acciones constitucionales podrán ser presentadas por cualquier
ciudadana o ciudadano individual o colectivamente.

Art. 440. Las sentencias y los autos de la Corte Constitucional tendrán el carácter
de definitivos e inapelables.

Capítulo tercero
Reforma de la Constitución

Art. 441. La enmienda de uno o varios artículos de la Constitución que no


altere su estructura fundamental, o el carácter y elementos constitutivos del
Estado, que no establezca restricciones a los derechos y garantías, o que no
modifique el procedimiento de reforma de la Constitución, se realizará:
1. Mediante referéndum solicitado por la Presidenta o Presidente de la
República, o por la ciudadanía con el respaldo de al menos el ocho por ciento
de las personas inscritas en el registro electoral.
2. Por iniciativa de un número no inferior a la tercera parte de los miembros de
la Asamblea Nacional. El proyecto se tramitará en dos debates; el segundo
debate se realizará de modo impostergable en los treinta días siguientes al año
de realizado el primero. La reforma sólo se aprobará si obtiene el respaldo de
las dos terceras partes de los miembros de la Asamblea Nacional.

Art. 442. La reforma parcial que no suponga una restricción en los derechos
y garantías constitucionales, ni modifique el procedimiento de reforma de la
Constitución tendrá lugar por iniciativa de la Presidenta o Presidente de la

800
EQUADOR

República, o a solicitud de la ciudadanía con el respaldo de al menos el uno


por ciento de ciudadanas y ciudadanos inscritos en el registro electoral, o
mediante resolución aprobada por la mayoría de los integrantes de la Asamblea
Nacional. La iniciativa de reforma constitucional será tramitada por la Asamblea
Nacional en al menos dos debates. El segundo debate se realizará al menos
noventa días después del primero. El proyecto de reforma se aprobará por la
Asamblea Nacional. Una vez aprobado el proyecto de reforma constitucional
se convocará a referéndum dentro de los cuarenta y cinco días siguientes.
Para la aprobación en referéndum se requerirá al menos la mitad más uno de
los votos válidos emitidos. Una vez aprobada la reforma en referéndum, y
dentro de los siete días siguientes, el Consejo Nacional Electoral dispondrá
su publicación.

Art. 443. La Corte Constitucional calificará cual de los procedimientos


previstos en este capítulo corresponde en cada caso.

Art. 444. La asamblea constituyente sólo podrá ser convocada a través de


consulta popular. Esta consulta podrá ser solicitada por la Presidenta o
Presidente de la República, por las dos terceras partes de la Asamblea
Nacional, o por el doce por ciento de las personas inscritas en el registro
electoral. La consulta deberá incluir la forma de elección de las representantes
y los representantes y las reglas del proceso electoral. La nueva Constitución,
para su entrada en vigencia, requerirá ser aprobada mediante referéndum
con la mitad más uno de los votos válidos.

DISPOSICIONES TRANSITORIAS

PRIMERA. El órgano legislativo, en el plazo máximo de ciento veinte días


contados desde la entrada en vigencia de esta Constitución aprobará la ley
que desarrolle el régimen de soberanía alimentaria, la ley electoral, la ley
reguladora de la Función Judicial, del Consejo de la Judicatura y la que regula
el Consejo de Participación Ciudadana y Control Social. En el plazo máximo
de trescientos sesenta días, se aprobarán las siguientes leyes:
1. La ley que regule el funcionamiento de la Corte Constitucional y los
procedimientos de control de constitucionalidad.
2. La ley que regule los recursos hídricos, usos y aprovechamiento del agua,
que incluirá los permisos de uso y aprovechamiento, actuales y futuros, sus

801
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

plazos, condiciones, mecanismos de revisión y auditoría, para asegurar la


formalización y la distribución equitativa de este patrimonio.
3. La ley que regule la participación ciudadana.
4. La ley de comunicación.
5. Las leyes que regulen la educación, la educación superior, la cultura y el
deporte.
6. La ley que regule el servicio público.
7. La ley que regule la Defensoría Pública.
8. Las leyes que organicen los registros de datos, en particular los registros
civil, mercantil y de la propiedad. En todos los casos se establecerán sistemas
de control cruzado y bases de datos nacionales.
9. La ley que regule la descentralización territorial de los distintos niveles de
gobierno y el sistema de competencias, que incorporará los procedimientos
para el cálculo y distribución anual de los fondos que recibirán los gobiernos
autónomos descentralizados del Presupuesto General del Estado. Esta ley
fijará el plazo para la conformación de regiones autónomas, que en ningún
caso excederá de ocho años. 198
10. La ley penal y la ley de procedimiento penal en materia militar y policial.
11. La ley que regule la seguridad pública y del Estado. El ordenamiento
jurídico necesario para el desarrollo de la Constitución será aprobado durante
el primer mandato de la Asamblea Nacional.

SEGUNDA. El órgano legislativo, en el plazo de treinta días desde la entrada


en vigencia de esta Constitución, designará con base en un concurso público
de oposición y méritos, con postulación, veeduría e impugnación ciudadanas
a las consejeras y consejeros del primer Consejo de Participación Ciudadana
y Control Social, quienes permanecerán provisionalmente en sus funciones
hasta la aprobación de la ley correspondiente. En este proceso se aplicarán
las normas y principios señalados en la Constitución. El Consejo de transición
permanecerá en sus funciones hasta que se promulgue la ley que regule su
organización y funcionamiento, y en ciento veinte días preparará el proyecto
de ley correspondiente para consideración del órgano legislativo.

TERCERA. Las servidoras y servidores públicos de la Comisión de Control


Cívico de la Corrupción y de la Secretaria Nacional Anticorrupción, que no
sean de libre nombramiento y remoción, pasarán a formar parte del Consejo
de Participación Ciudadana y Control Social. Las superintendencias existentes

802
EQUADOR

continuarán en funcionamiento hasta que el órgano legislativo expida las leyes


correspondientes.

CUARTA. Las servidoras y servidores públicos del Congreso Nacional, salvo


los de libre nombramiento y remoción, pasarán a prestar sus servicios en la
Asamblea Nacional. Los bienes del Congreso Nacional pasarán a formar
parte del patrimonio de la Asamblea Nacional.

QUINTA. El personal de funcionarias y funcionarios, y empleadas y


empleados del Tribunal Constitucional, con excepción de los de libre
nombramiento y remoción, podrá formar parte de la Corte Constitucional
previo proceso de evaluación y selección. 199 Los bienes del Tribunal
Constitucional se transferirán a la Corte Constitucional. La Editora Nacional
y el Registro Oficial se transformará en una empresa pública del Estado,
autónoma, de conformidad con lo establecido en esta Constitución y en la
ley. Su personal, bienes y presupuesto se transferirán a la nueva entidad.

SEXTA. Los consejos nacionales de niñez y adolescencia, discapacidades,


mujeres, pueblos y nacionalidades indígenas, afroecuatorianos y montubios,
se constituirán en consejos nacionales para la igualdad, para lo que adecuarán
su estructura y funciones a la Constitución.

SÉPTIMA. Se garantiza la estabilidad de las funcionarias y funcionarios, y


las empleadas y empleados de la actual Corte Suprema de Justicia, Consejo
Nacional de la Judicatura, cortes superiores, tribunales distritales de lo
contencioso administrativo y fiscal, tribunales de lo fiscal y tribunales penales,
que serán reubicados en cargos de similar jerarquía y remuneración en el
Consejo de la Judicatura, Corte Nacional de Justicia, cortes provinciales y
tribunales, respectivamente.

OCTAVA. Los procesos que estén sustanciándose por miembros de la Corte


Suprema de Justicia, así como aquéllos que estén en conocimiento de las
cortes policial y militar, pasarán a conocimiento y resolución de la Corte
Nacional de Justicia.

NOVENA. El Consejo de la Judicatura, en un plazo no mayor de trescientos


sesenta días a partir de su conformación, implementará el nuevo servicio

803
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

notarial, de acuerdo con esta Constitución y la ley. A partir de la entrada en


vigencia de esta Constitución los periodos de nombramiento, encargos,
interinazgo o suplencias de las notarias y notarios se declaran concluidos. En
el plazo señalado en el primer inciso, se convocará a concursos públicos de
oposición y méritos para estas funciones, de conformidad con el nuevo marco
constitucional. Mientras concluyen los concursos, las notarias y notarios
permanecerán en funciones prorrogadas hasta ser legalmente sustituidos. Las
instalaciones y documentos notariales pertenecientes al actual régimen notarial
ingresarán al nuevo servicio notarial.

DÉCIMA. En el periodo de transición el servicio de defensa penal seguirá a


cargo del Ministerio de Justicia, a través de la Unidad Transitoria de Gestión
de Defensoría Pública Penal, sobre cuya base técnica se organizará la
Defensoría Pública, que deberá crearse en el plazo de dos años, con prioridad
en la defensa pública penal, la defensa de la niñez y adolescencia, y los asuntos
laborales.

UNDÉCIMA. Durante el tercer año de funciones se realizará un sorteo entre


quienes integren el primer Consejo Nacional Electoral y el primer Tribunal
Contencioso Electoral, para determinar cuáles de sus miembros deberán ser
reemplazados conforme la regla de renovación parcial establecida en esta
Constitución. El sorteo se realizará en la sesión en la que se apruebe la
convocatoria a los correspondientes exámenes públicos eliminatorios de
conocimientos y concursos públicos de oposición y méritos. Las funcionarias
y funcionarios, y empleadas y empleados del Tribunal Supremo Electoral y
de los tribunales provinciales electorales, que no sean de libre nombramiento
y remoción, continuarán en sus funciones dentro de la Función Electoral, y se
sujetarán a un proceso de selección y calificación acorde a las necesidades
de los nuevos organismos. En cada provincia se conformarán temporalmente
las juntas electorales dependientes del Consejo Nacional Electoral, que
ejercerán las funciones que éste les asigne y las determinadas en la ley. No
existirán organismos inferiores del Tribunal Contencioso Electoral.

DUODÉCIMA. En el plazo de cuarenta y cinco días desde la entrada en


vigencia de esta Constitución, los partidos y movimientos políticos deberán
reinscribirse en el Consejo Nacional Electoral y podrán conservar sus nombres,
símbolos y número.

804
EQUADOR

DECIMOTERCERA. La erradicación del analfabetismo constituirá política


de Estado, y mientras ésta subsista el voto de las personas analfabetas será
facultativo.

DECIMOCUARTA. A partir del Presupuesto General del Estado del año


2009, el monto de transferencias del Estado central a los gobiernos autónomos
descentralizados no será, en ningún caso, inferior al monto asignado en el
Presupuesto del ejercicio fiscal del año 2008.

DECIMOQUINTA. Los activos y pasivos, las funcionarias y funcionarios y


las empleadas y empleados del Consejo Provincial de Galápagos y del Instituto
Nacional Galápagos, pasarán a formar parte del Consejo de Gobierno del
Régimen Especial de Galápagos.

DECIMOSEXTA. Para resolver los conflictos de limites territoriales y de


pertenencia se remitirán los informes correspondientes a la Presidencia de la
República que, en el plazo de dos años desde la entrada en vigencia de esta
Constitución, remitirá el proyecto de ley de fijación de límites territoriales al
órgano legislativo y, de ser el caso, instará la convocatoria de consulta popular
para resolver conflictos de pertenencia.

DECIMOSÉPTIMA. El Estado central, dentro del plazo de dos años desde


la entrada en vigencia de esta Constitución, financiará y, en coordinación con
los gobiernos autónomos descentralizados, elaborará la cartografía geodésica
del territorio nacional para el diseño de los catastros urbanos y rurales de la
propiedad inmueble y de los procesos de planificación territorial, en todos
los niveles establecidos en esta Constitución.

DECIMOCTAVA. El Estado asignará de forma progresiva recursos públicos


del Presupuesto General del Estado para la educación inicial básica y el
bachillerato, con incrementos anuales de al menos el cero punto cinco por
ciento del Producto Interior Bruto hasta alcanzar un mínimo del seis por ciento
del Producto Interior Bruto. Hasta la aprobación del Presupuesto General
del Estado del año siguiente a la entrada en vigencia de esta Constitución, el
Estado compensará a las universidades y escuelas politécnicas públicas por
el monto que dejarán de percibir por concepto del cobro de aranceles,
matrículas y derechos que hagan referencia a la escolaridad de las estudiantes

805
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

y los estudiantes. A partir de ese momento, este financiamiento constará en el


Presupuesto General del Estado. Solamente, previa evaluación, las
universidades particulares que a la entrada en vigencia de esta Constitución
reciban asignaciones y rentas del Estado, de acuerdo con la ley, podrán
continuar percibiéndolas en el futuro. Estas entidades deberán rendir cuentas
de los fondos públicos recibidos y destinarán los recursos entregados por el
Estado a la concesión de becas a estudiantes de escasos recursos económicos
desde el inicio de la carrera.

DECIMONOVENA. El Estado realizará una evaluación integral de las


instituciones educativas unidocentes y pluridocentes públicas, y tomará medidas
con el fin de superar la precariedad y garantizar el derecho a la educación. En
el transcurso de tres años, el Estado realizará una evaluación del funcionamiento,
finalidad y calidad de los procesos de educación popular y diseñará las políticas
adecuadas para el mejoramiento y regularización de la planta docente.

VIGÉSIMA. El Ejecutivo creará una institución superior con el objetivo de


fomentar el ejercicio de la docencia y de cargos directivos, administrativos y
de apoyo en el sistema nacional de educación. La autoridad educativa nacional
dirigirá esta institución en lo académico, administrativo y financiero. En el
plazo de cinco años a partir de la entrada en vigencia de esta Constitución,
todas las instituciones de educación superior, así como sus carreras, programas
y postgrados deberán ser evaluados y acreditados conforme a la ley. En caso
de no superar la evaluación y acreditación, quedarán fuera del sistema de
educación superior.

VIGESIMOPRIMERA. El Estado estimulará la jubilación de las docentes y


los docentes del sector público, mediante el pago de una compensación
variable que relacione edad y años de servicio. El monto máximo será de
ciento cincuenta salarios básicos unificados del trabajador privado, y de cinco
salarios básicos unificados del trabajador privado en general por año de
servicios. La ley regulará los procedimientos y métodos de cálculo.

VIGESIMOSEGUNDA. El Presupuesto General del Estado destinado al


financiamiento del sistema nacional de salud, se incrementará cada año en un
porcentaje no inferior al cero punto cinco por ciento del Producto Interior
Bruto, hasta alcanzar al menos el cuatro por ciento.

806
EQUADOR

VIGESIMOTERCERA. Dentro del plazo de ciento ochenta días a partir de


la aprobación de esta Constitución, se creará la entidad financiera de propiedad
del Instituto Ecuatoriano de Seguridad Social, responsable de la administración
de sus fondos, bajo criterios de banca de inversión, y con el objetivo de
generar empleo y valor agregado.

VIGESIMOCUARTA. Dentro del plazo máximo de treinta días a partir de la


aprobación de esta Constitución, el Ejecutivo conformará una comisión para
realizar una auditoría de las concesiones de las frecuencias de radio y televisión,
cuyo informe se entregará en un plazo máximo de ciento ochenta días.

VIGESIMOQUINTA. La revisión anual del salario básico se realizará con


carácter progresivo hasta alcanzar el salario digno de acuerdo con lo dispuesto
en esta Constitución. El salario básico tenderá a ser equivalente al costo de la
canasta familiar. La jubilación universal para los adultos mayores se aplicará
de modo progresivo.

VIGESIMOSEXTA. En el plazo de trescientos sesenta días a partir de la


entrada en vigencia de esta Constitución, las delegaciones de servicios públicos
en agua y saneamiento realizadas a empresas privadas serán auditadas
financiera, jurídica, ambiental y socialmente. El Estado definirá la vigencia,
renegociación y, en su caso, la terminación de los contratos de delegación, de
acuerdo con lo establecido en esta Constitución y en los resultados de las
auditorías. Se condona a las usuarias y usuarios en extrema pobreza las deudas
de agua de consumo humano que hayan contraído hasta la entrada en vigencia
de esta Constitución.

VIGESIMOSÉPTIMA. El Ejecutivo, en el plazo de dos años desde la entrada


en vigencia de esta Constitución, revisará la situación de acceso al agua de
riego con el fin de reorganizar el otorgamiento de las concesiones, evitar el
abuso y las inequidades en las tarifas de uso, y garantizar una distribución y
acceso más equitativo, en particular a los pequeños y medianos productores
agropecuarios. La ley que regule la participación de los gobiernos autónomos
descentralizados en las rentas por la explotación o industrialización de los
recursos no renovables, no podrá disminuir las rentas establecidas por la Ley
010 del Fondo para el Ecodesarrollo Regional Amazónico y de Fortalecimiento
de sus Organismos Seccionales, así como las establecidas en la ley de

807
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

asignaciones del cinco por ciento de las rentas generadas por la venta de
energía que realicen las Centrales Hidroeléctricas de Paute, Pisayambo y
Agoyán (Ley 047) para beneficio de las provincias de Azuay, Cañar, Morona
Santiago y Tungurahua.

VIGESIMONOVENA. Las participaciones accionarias que posean las


personas jurídicas del sector financiero en empresas ajenas a este sector, se
enajenarán en el plazo de dos años a partir de la entrada en vigencia de esta
Constitución. Las participaciones accionarias de las personas jurídicas del
sector financiero, sus representantes legales y miembros de directorio y
accionistas que tengan participación en el capital pagado de medios de
comunicación social, deberán ser enajenadas en el plazo de dos años a partir
de la entrada en vigencia de esta Constitución.

TRIGÉSIMA. El Fondo de Solidaridad, en el plazo de trescientos sesenta


días, de forma previa a su liquidación, transformará al régimen de empresas
públicas las de régimen privado en las que sea accionista. Para ello, dispondrá
que dichas empresas realicen previamente un inventario detallado de sus activos
y pasivos, y contraten en forma inmediata la realización de auditorias, cuyos
resultados servirán de base para su transformación. El Estado garantizará el
financiamiento de las prestaciones sociales atendidas por el Fondo de
Solidaridad, en particular la de maternidad gratuita y atención a la infancia,
así como de los recursos comprometidos por esa institución para los programas
de desarrollo humano en ejecución, hasta su culminación. Las inversiones
financieras y las disponibilidades monetarias del Fondo de Solidaridad serán
reinvertidas al momento de su extinción en las empresas públicas que se creen
o se transferirán al Estado central. El resto del patrimonio del Fondo de
Solidaridad pasará a la institución que se determine mediante decreto ejecutivo.
Los proyectos de inversión en los sectores eléctrico y de las
telecomunicaciones que se encuentren aprobados y en ejecución conforme al
Mandato Constituyente número nueve, pasarán a las empresas eléctricas y
de telecomunicaciones que se creen en virtud de esta disposición transitoria,
con los saldos de las respectivas asignaciones presupuestarlas comprometidas
para su culminación y liquidación. Una vez cumplidas las disposiciones
precedentes, y en el plazo máximo de trescientos sesenta días, el Fondo de
Solidaridad se extinguirá.

808
EQUADOR

DISPOSICIÓN DEROGATORIA. Se deroga la Constitución Política de la


República del Ecuador publicada en el Registro Oficial número uno del día
once de agosto de 1998, y toda norma contraria a esta Constitución. El resto
del ordenamiento jurídico permanecerá vigente en cuanto no sea contrario a
la Constitución.

RÉGIMEN DE TRANSICIÓN

Capítulo Primero
Naturaleza de la transición

Art. 1. De aprobarse por el pueblo en el Referéndum Aprobatorio la


Constitución Política de la República, se aplicarán las normas contenidas en
este Régimen de Transición.

Capítulo Segundo
De las elecciones

Art. 2. (Responsabilidad de las elecciones) El proceso de elección de los


dignatarios señalados en estas normas de transición será organizado y dirigido
por el Consejo Nacional Electoral.

Art. 3. (Elecciones generales) El Consejo Nacional Electoral, en el plazo


máximo de treinta (30) días contados desde su posesión, con fundamento en
lo establecido en la ley, convocará a elecciones generales para designar las
siguientes dignidades:
a) Presidente y Vicepresidente de la República.
b) Cinco (5) representantes al Parlamento Andino.
c) Integrantes de la Asamblea Nacional elegidos por las circunscripciones
provinciales, la nacional y la especial del exterior. En cada provincia se elegirán
dos asambleístas, más uno por cada doscientos mil habitantes o fracción
mayor de ciento cincuenta mil; quince (15) asambleístas nacionales; y, seis
(6) por las ecuatorianas y ecuatorianos domiciliados en el exterior, distribuidos
así: dos por Europa, Oceanía y Asia, dos por Canadá y Estados Unidos y
dos por Latinoamérica, El Caribe y África.
d) Prefectos y viceprefectos provinciales.
e) Alcaldes municipales.

809
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

f) Cinco (5) y un máximo de quince (15) concejales y concejalas en cada


cantón, conforme lo dispuesto en el artículo 27 de la Ley Orgánica de Régimen
Municipal.
g) Cinco (5) vocales en cada una de las juntas parroquiales rurales, el más
votado será elegido Presidente. La aplicación de estas normas se basará en
el último censo de población.

Art. 4. (Presentación de candidaturas) En estas elecciones, las


organizaciones políticas y alianzas que participaron en la elección de
asambleístas podrán presentar candidaturas. Podrán también hacerlo otras
organizaciones políticas, para lo cual deberán presentar el uno por ciento
(1%) de firmas de adhesión de los ciudadanos y ciudadanas del
correspondiente registro electoral. Al efecto, el Consejo Nacional Electoral
entregará los formularios necesarios. Las candidaturas pluripersonales se
presentarán en listas completas con candidatos principales y sus
respectivos suplentes. Las listas se conformarán paritariamente con
secuencia de mujer, hombre u hombre, mujer hasta completar el total de
candidaturas.

Art. 5. (Forma de votación) Los electores escogerán los candidatos de su


preferencia así:
1. En las papeletas de Presidente y Vicepresidente, Parlamentarios Andinos,
Prefectos y Viceprefectos y Alcaldes marcando en el casillero de la lista; y,
2. En las de Asambleístas Nacionales, Asambleístas Provinciales, Asambleístas
del Exterior, Concejales y Miembros de Juntas Parroquiales Rurales, marcando
en los casilleros de los candidatos de una o varias listas.

Art. 6. (Asignación de escaños) Para la adjudicación de los escaños se


aplicarán las siguientes disposiciones:
1. En las elecciones de Presidente y Vicepresidente de la República conforme
lo señalado en la Constitución Política de la República.
2. En las elecciones de los binomios de Prefectos y Viceprefectos y en las de
alcaldes serán los ganadores quienes hayan obtenido las más altas votaciones.
3. En las elecciones de parlamentarios andinos se procederá así:
a. Se sumarán los votos alcanzados por cada una de las listas.
b. Estos resultados se dividen para la serie de los números 1, 3, 5, 7, 9, 11, ...
hasta obtener tantos cocientes como puestos por asignarse.

810
EQUADOR

c. Los cocientes obtenidos se ordenan de mayor a menor; se asignarán a


cada lista los puestos que le correspondan, de acuerdo a los más altos
cocientes.
d. Si fuese el caso que cumplido el procedimiento anterior, todos los cuocientes
corresponden a una sola lista, el último puesto se lo asignará a la lista que siga
en votación.
e. En caso de empate, se procederá al sorteo para definir la lista ganadora
del puesto.
f. Los escaños alcanzados por las listas serán asignados a los candidatos
según el orden en la lista.
4. En las elecciones de asambleístas nacionales, asambleístas provinciales,
asambleístas del exterior, concejales municipales y miembros de juntas
parroquiales rurales, se procederá así:
4.1. En las circunscripciones donde se eligen dos (2) dignatarios, el primer
puesto corresponde a la lista que obtenga el mayor número de votos; el
segundo, a la que le sigue en votos, siempre que tenga por lo menos el 35%
de los votos de aquella; caso contrario, ambos puestos corresponderán a la
lista más votada.
4.2. Donde se eligen tres (3) o más dignatarios, se seguirán los siguientes
pasos:
a) Se sumarán los votos alcanzados por los candidatos de cada una de las
listas.
b) Estos resultados se dividirán para la serie de números 1, 3, 5, 7, 9, 11, ...
hasta obtener tantos cocientes como puestos por asignarse.
c) Los cocientes obtenidos se ordenan de mayor a menor; se asignarán a
cada lista los puestos que le correspondan, de acuerdo a los más altos
cocientes. 210
d) Si fuese el caso que cumplido el procedimiento anterior, todos los cocientes
corresponden a una sola lista, el último puesto se lo asignará a la lista que siga
en votación.
e) En caso de empate, se procederá al sorteo para definir la lista ganadora
del puesto.
f) Los escaños alcanzados por las listas serán asignados a los candidatos más
votados de cada lista.

Art. 7. (Circunscripciones urbanas y rurales) Para las elecciones de concejales


en los cantones existirán dos circunscripciones electorales, una urbana y otra

811
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

rural, constituidas por los electores de las parroquias urbanas y las rurales,
respectivamente. En cada circunscripción se elegirá el número que resulte de
multiplicar el total de concejales del cantón por el porcentaje de la población de
la circunscripción correspondiente. El resultado se aproximará al entero más
cercano. Cuando el valor no alcance la unidad en la circunscripción se elegirá
un concejal. En los cantones que no cuentan con parroquias rurales existirá una
sola circunscripción, donde se elegirán todos los concejales.

Art. 8. (Registro electoral) El registro electoral se elaborará conforme las


disposiciones de la Constitución. Se cumplirán los plazos establecidos en la
Ley Orgánica de Elecciones para la actualización de domicilio y la elaboración
del registro electoral.

Art. 9. (Calendario y períodos de funciones) Los dignatarios de elección popular


iniciarán sus períodos de la siguiente forma y de acuerdo con el siguiente
calendario:
1. La Asamblea Nacional, sin necesidad de convocatoria previa, se reunirá
treinta (30) días luego de proclamados los resultados de las elecciones de todas
las dignidades. En la misma fecha, iniciarán sus períodos los prefectos y
viceprefectos, alcaldes, concejales y miembros de las juntas parroquiales rurales.
2. Los representantes al Parlamento Andino se posesionarán ante la Asamblea
Nacional luego de cinco (5) días de su instalación.
3. El Presidente y Vicepresidente de la República iniciarán su período a los diez
(10) días de la instalación de la Asamblea Nacional, ante la cual prestarán
juramento.
El Presidente y Vicepresidente de la República concluirán su período de gobierno
el día 24 de mayo de 2013; los parlamentarios andinos lo harán el día 19 de
mayo de 2013; y, los miembros de la Asamblea Nacional el día 14 de mayo de
2013. A fin de que las elecciones nacionales y locales no sean concurrentes, los
siguientes dos períodos de los prefectos y viceprefectos, alcaldes, concejales
municipales y vocales de las juntas parroquiales rurales, por ésta y la próxima
ocasión, concluirán sus períodos el día 14 de mayo de 2014 y el día 14 de
mayo de 2019.

Art. 10. (Cómputo de los períodos de gestión) El período de gestión de los


dignatarios electos con las normas del Régimen de Transición, se considerará
el primero, para todos los efectos jurídicos.

812
EQUADOR

Art. 11. (Terminación de períodos) El Presidente y el Vicepresidente de la


República, los parlamentarios andinos, prefectos, alcaldes, consejeros y
concejales de mayoría y minoría, los miembros de las juntas parroquiales
rurales, que se encuentran en funciones al momento del Referéndum
Aprobatorio, culminarán sus períodos en las fechas de posesión de quienes
sean electos conforme la normativa del Régimen de Transición.

Art. 12. (Control del gasto y la propaganda electoral) Para este proceso
aplíquese el artículo 10 de la Ley Orgánica del Control del Gasto Electoral y
de la Propaganda Electoral, utilizando los siguientes valores para el cálculo
correspondiente:
a. Elección de binomio de Presidente y Vicepresidente de la República: cero
punto quince dólares (0,15 USD);
b. Elección de miembros al Parlamento Andino: cero punto cero cinco dólares
(0,05 USD);
c. Elección de asambleístas nacionales, provinciales y prefectos: cero punto
quince dólares (0,15 USD);
d. Elección de asambleístas del exterior: cero punto treinta dólares (0,30
USD);
e. Elección de alcaldes municipales: cero punto quince dólares (0,15 USD);
f. Elección de concejales: el monto máximo será el sesenta por ciento (60%)
del valor fijado para el respectivo alcalde municipal;
g. Elección de miembros de juntas parroquiales: cero punto treinta dólares
(0,30 USD); Donde en la ley dice diputados entiéndase asambleístas.

Art. 13. (Financiamiento de la campaña) El Estado, a través del presupuesto


del Consejo Nacional Electoral, financiará exclusivamente la campaña
propagandística en prensa escrita, radio, televisión y vallas publicitarias de
todas las candidaturas unipersonales y pluripersonales, excepto las de juntas
parroquiales rurales.

Art. 14. (Prohibición de propaganda) Durante el período de la campaña


electoral, conforme la norma constitucional y legal, está prohibido que las
funciones e instituciones del Estado realicen propaganda, publicidad y utilicen
sus bienes y recursos con estos fines. También se prohíbe la contratación
privada de propaganda y publicidad sobre el proceso electoral en prensa
escrita, radio, televisión y vallas publicitarias. Las candidatas y candidatos y

813
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

las organizaciones políticas no podrán entregar donaciones, dádivas o regalos


a las ciudadanas y ciudadanos.

Art. 15. (Aplicación de normas) Los órganos de la Función Electoral aplicarán


todo lo dispuesto en la Constitución, la Ley Orgánica de Elecciones y en las
demás leyes conexas, siempre que no se oponga a la presente normativa y
contribuya al cumplimiento del proceso electoral. Dicha aplicación se extiende
a las sanciones por faltas, violaciones o delitos contra lo preceptuado. Si es
necesario, podrán también, en el ámbito de sus competencias, dictar las
normas necesarias para viabilizar la aplicación del nuevo ordenamiento
constitucional.

Capítulo III
De la transición institucional

Art. 16. (Proceso de transición) Una vez aprobada la Constitución y a efecto


de posibilitar los cambios institucionales previstos en ella, se implementará el
proceso de transición establecido en las normas que a continuación se señalan.

Art. 17. (Función Legislativa) Se declara concluido el período de los diputados


y diputadas, principales y suplentes, elegidos el 15 de octubre del 2006. La
Asamblea Constituyente se reunirá cinco días después de proclamados los
resultados del referéndum aprobatorio para conformar la Comisión Legislativa
y de Fiscalización procurando mantener la proporcionalidad política que tuvo
el plenario de la Asamblea Constituyente. Esta Comisión Legislativa y de
Fiscalización cumplirá las funciones de la Asamblea Nacional previstas en la
Constitución, hasta que se elijan y posesionen los Asambleístas, conforme lo
establecido en este Régimen de Transición.

Art. 18. (Función Electoral) Con el fin de posibilitar la inmediata realización


del proceso electoral dispuesto en este Régimen de Transición, la Asamblea
Constituyente designará a quienes transitoriamente conformarán el Consejo
Nacional Electoral y el Tribunal Contencioso Electoral. Los integrantes de
estos órganos así designados, serán reemplazados por quienes resulten
ganadores de los concursos establecidos en la Constitución. El proceso de
selección dará inicio una vez concluido el proceso electoral.

814
EQUADOR

Art. 19. Los funcionarios y empleados del Tribunal Supremo Electoral y de


los tribunales provinciales electorales que no son de libre nombramiento y
remoción, continuarán desempeñando funciones en la Función Electoral, se
sujetarán a un proceso de selección y calificación acorde a las necesidades
de los nuevos organismos. Los bienes del Tribunal Supremo Electoral pasarán
a formar parte del patrimonio de la Función Electoral. 214

Art. 20. (Consejo de la Judicatura) En un plazo no mayor de ciento ochenta


(180) días se organizará el Consejo de la Judicatura; sus integrantes se
designarán por el procedimiento establecido en la Constitución.

Art. 21. (Corte Nacional de Justicia) A los diez (10) días de proclamados los
resultados del Referéndum Aprobatorio terminan los períodos de las treinta y
uno (31) magistradas y magistrados de la Corte Suprema de Justicia. El
Consejo Nacional Electoral organizará un sorteo público entre las treinta y
uno (31) magistradas y magistrados de la Corte Suprema de Justicia, para
escoger las veinte y uno (21) juezas y jueces a quienes se les encarga las
funciones y responsabilidades de la Corte Nacional de Justicia, hasta que se
designe a los titulares, con aplicación de los procedimientos establecidos en
la Constitución.

Art. 22. Una vez promulgada la ley que regule la conformación y funcionamiento
del Consejo de la Judicatura, este organismo conformará la Corte Nacional
de Justicia, también procederá a organizar las Cortes Provinciales de Justicia
y los Tribunales Distritales y Penales, designando a sus integrantes.

Art. 23. En la renovación parcial de la Corte Nacional de Justicia, que se


efectuará luego de tres años, se seleccionará los magistrados que deben
concluir su gestión, considerando la evaluación del desempeño. Cesarán en
sus funciones los siete que menor puntuación alcanzaron. A los seis años,
cuando se produzca la siguiente renovación parcial, los siete magistrados que
deban salir serán los siete menos puntuados en la evaluación de los catorce
restantes del primer grupo. Los siete mejores durarán nueve años en funciones.

Art. 24. (Estabilidad de los funcionarios judiciales) Se garantiza la estabilidad


de los funcionarios judiciales, que no son de libre remoción, de la Corte
Suprema de Justicia, cortes superiores y tribunales distritales; serán reubicados

815
CONSTITUIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

en cargos de similar remuneración en la Corte Nacional de Justicia, cortes


provinciales y tribunales, respectivamente, previo proceso de evaluación y
selección.

Art. 25. (Corte Constitucional) Una vez constituidas las nuevas funciones Legislativa,
Ejecutiva y de Transparencia y Control Social, se organizará la comisión calificadora
que designará a las magistradas y magistrados que integrarán la primera Corte
Constitucional. Cada función propondrá al menos nueve (9) candidatos. Las normas
y procedimientos del concurso serán dictadas por el Consejo de Participación
Ciudadana y Control Social. Cuando corresponda la renovación del primer tercio
de las magistradas y magistrados que integran la Corte, se escogerán por sorteo
quienes deban cesar en sus funciones. Cuando se renueve el segundo tercio el
sorteo será entre las seis (6) magistradas y magistrados restantes de los designados
la primera vez.

Art. 26. Los empleados del Tribunal Constitucional con excepción de los de libre
nombramiento y remoción, podrán continuar prestando sus servicios en la Corte
Constitucional, previo proceso de evaluación y selección.

Art. 27. (Transición de otras entidades) Los integrantes del Consejo Nacional de
la Judicatura, Tribunal Constitucional y Tribunal Supremo Electoral terminarán
sus períodos cuando se posesionen los vocales del nuevo Consejo de la Judicatura,
los miembros de la Corte Constitucional, los consejeros y consejeras del Consejo
Nacional Electoral y los integrantes del Tribunal Contencioso Electoral. Su selección
se realizará conforme las normas del Régimen de Transición y de la Constitución.

Art. 28. (Vigencia de las designaciones provisionales) Las designaciones


provisionales efectuadas por la Asamblea Constituyente para el ejercicio de las
funciones de: Contralor General del Estado, Procurador General del Estado,
Ministro Fiscal General, Defensor del Pueblo, Superintendentes de
Telecomunicaciones, Compañías, Bancos y Seguros se mantendrán vigentes hasta
que, de acuerdo con las normas constitucionales, se proceda a la designación de
sus reemplazos.

Art. 29. (Consejo de Participación Ciudadana y Control Social) La Comisión


Legislativa, en el plazo de los quince (15) días posteriores a su conformación,
iniciará el concurso público de oposición y méritos para la designación de los

816
EQUADOR

miembros del Consejo de Participación Ciudadana y Control Social. Una


vez constituido este Consejo organizará las 216 correspondientes comisiones
ciudadanas seleccionadoras para escoger las autoridades y funcionarios que
establecen la Constitución y la ley. Mientras se dicta la ley, el Consejo de
Participación Ciudadana y Control Social, reglamentará la conformación de
las comisiones ciudadanas de selección y dictará las normas de cada concurso,
los mismos que serán convocados luego de la posesión de los dignatarios de
elección popular a los que hace referencia el Régimen de Transición. Tendrá
también la potestad de designar a los representantes de la Función de
Transparencia y Control Social, en las comisiones ciudadanas seleccionadoras.
El Consejo de Participación Ciudadana y Control Social, en el plazo de ciento
veinte (120) días, contados desde su posesión, preparará el proyecto de ley
orgánica que regule su organización y funcionamiento, propuesta que pasará
para consideración de la Asamblea Nacional.

Art. 30. Los servidores públicos de la Comisión de Control Cívico de la


Corrupción y de la Secretaría Nacional Anticorrupción, que no son de libre
nombramiento y remoción, pasarán a formar parte del Consejo de
Participación Ciudadana y Control Social. Los bienes de la Comisión de
Control Cívico de la Corrupción pasarán a formar parte del patrimonio del
Consejo de Participación Ciudadana y Control Social.

DISPOSICIÓN FINAL

Esta Constitución, aprobada en referéndum por el pueblo ecuatoriano, entrará


en vigencia el día de su publicación en el Registro Oficial.

817
Formato 15,5 x 22,5 cm
Mancha gráfica 12 x 18,3cm
Papel pólen soft 80g (miolo), duo design 250g (capa)
Fontes Times New Roman 17/20,4 (títulos),
12/14 (textos)

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