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XLVI

A PERDA DA AUROLA

Ol! O senhor por aqui, meu caro? O senhor nestes maus lugares! O
senhor bebedor de quintessncias e comedor de ambrosia! Na
verdade, tenho razo para me surpreender!
Meu caro, voc conhece meu terror de cavalos e viaturas. Agora
mesmo, quando atravessava a avenida, muito apressado, saltando
pelas poas de lama, no meio desse caos mvel, onde a morte chega
a galope de todos os lados ao mesmo tempo, minha aurola, em um
brusco movimento, escorregou de minha cabea e caiu na lama do
macadame. No tive coragem de apanh-la. Julguei menos
desagradvel perder minhas insgnias do que me arriscar a quebrar
uns ossos. E depois, disse para mim mesmo, h males que vm para
o bem. Posso, agora passear incgnito, cometer aes reprovveis e
abandonar-me crapulagem como um simples mortal, E eis-me aqui,
igual a voc, como voc v.
O senhor deveria, ao menos, colocar um anncio dessa aurola ou
reclam-la na delegacia caso algum a achasse.
No! No quero! Sinto-me bem assim. Voc, s voc me reconheceu.
Alm disso a dignidade me entedia. E penso com alegria que algum
mau poeta a apanhara e a meter na cabea descaradamente. Fazer
algum feliz, que alegria! e sobretudo uma pessoa feliz que me far
rir. Pense em X ou em Z. Hein? Como ser engraado.
1865

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