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Dia Internacional da Mulher 8 de março
Dia Nacional de Redução da mortalidade materna 28 de maio
Dia Internacional contra exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças 23 de setembro
Dia pela descriminalização do aborto na América Latina e Caribe 28 de setembro
Dia Nacional de Luta contra a violência à mulher 10 de outubro
Saúde da Mulher
Mulheres Negras
A área técnica de Saúde da Mulher tem como um de seus compromissos promover melhoria das
condições de saúde das mulheres negras, ao incluir ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e
prevenção de doenças. Sabese que as mulheres negras sofrem dois tipos de discriminação: a racial
e a de gênero.
Dados da publicação Saúde Brasil 2007 relatam que:
• entre as mulheres de raça/cor preta e parda, as doenças cerebrovasculares foram as principais
responsáveis pelos óbitos. O risco dessas mulheres morrerem por essa causa foi duas vezes maior
que entre as mulheres brancas.
• entre as mulheres pardas, os homicídios respondem pela segunda causa de morte, com um risco
três vezes maior em comparação às brancas.
• o vírus do HIV ocupa o segundo lugar no ranking de mortalidade entre as negras. O risco de
morte é 2,6 vezes maior que entre as mulheres brancas.
Há ainda, no Brasil, um consenso entre os diversos estudiosos acerca das doenças e agravos
prevalentes na população negra, com destaque para:
a) geneticamente determinados – tais como a doença falciforme, deficiência de glicose 6fosfato
desidrogenase, foliculite;
b) adquiridos em condições desfavoráveis – desnutrição, anemia ferropriva, doenças do trabalho,
DST/HIV/AIDS, mortes violentas, mortalidade infantil elevada, abortos sépticos, sofrimento
psíquico, estresse, depressão, tuberculose, transtornos mentais (derivados do uso abusivo de álcool
e outras drogas);
c) evolução agravada ou tratamento dificultado – hipertensão arterial, diabetes, coronariopatias,
insuficiência renal crônica, câncer, miomatoses.
Pautada pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra (2006), a área de
saúde da mulher procura melhorar essas condições com ações voltadas a dois eixos de ação
principais:
Enfrentar o racismo e sua presença no SUS;
Dar atenção à prevenção e ao tratamento dos problemas de saúde que mais atingem a população
negra.
Tendo como objetivos:
• Inclusão dos temas Racismo e Saúde da População Negra nos processos de formação e educação
permanente dos trabalhadores da saúde e no exercício do controle social na saúde;
• Ampliação e fortalecimento da participação do Movimento Social Negro nas instâncias de
controle social das políticas de saúde, em consonância com os princípios da gestão participativa do
SUS, adotados no Pacto pela Saúde;
• Incentivo à produção do conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra;
promoção do reconhecimento dos saberes e práticas populares de saúde, incluindo aqueles
preservados pelas religiões de matrizes africanas;
• Implementação do processo de monitoramento e avaliação das ações pertinentes ao combate ao
racismo e à redução das desigualdades étnicoraciais no campo da saúde nas distintas esferas de
governo;
• Desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação, que desconstruam
estigmas e preconceitos, fortaleçam uma identidade negra positiva e contribuam para a redução das
vulnerabilidades.
Vale destacar também que, embora a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra tenha
como públicoalvo toda a população negra, há menção aos seguintes grupos e temas específicos:
• metas para a melhoria dos indicadores de saúde da população negra, com especial atenção para as
populações quilombolas ;
• atenção à saúde mental de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos negros para o
acompanhamento do crescimento, do desenvolvimento e do envelhecimento e a prevenção dos
agravos decorrentes dos efeitos da discriminação racial e da exclusão social;
• atenção à saúde mental de mulheres negras e homens negros, em especial aqueles com transtornos
decorrentes do uso de álcool e outras drogas;
• qualificação e humanização da atenção à saúde da mulher negra, incluindo assistência
ginecológica, obstétrica, no puerpério, no climatério e em situação de abortamento, nos Estados e
municípios;
• articulação e fortalecimento das ações de atenção às pessoas com doença falciforme.
A anemia falciforme já foi incluída no conteúdo programático dos Seminários de Atenção
Obstétrica e Neonatal Humanizada Baseada em Evidências Científicas, bem como, nos cursos de
Urgência e Emergência implementados nos estados e municípios, em parceria com a área técnica
de saúde da mulher, para a qualificação da atenção ao parto.
Em relação ao parto domiciliar, a área técnica de saúde da mulher, em parceria com o
Departamento de Atenção Básica, com o Programa Nacional de DST/AIDS e a Secretaria Especial
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) rearticulou o projeto de capacitação de
parteiras quilombolas/Kalungas, com o envolvimento da Secretaria Estadual de Saúde e as
prefeituras. A intenção é multiplicar essas experiências para as demais comunidades quilombolas
em nível nacional.
HISTÓRIA Em 21 de março de 2003, o Governo Federal criou a Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), diretamente ligada à Presidência da República. Essa
instituição foi criada para viabilizar ações de enfrentamento da problemática racial e inagurar uma
nova era no tratamento dispensado pelo Estado brasileiro às iniqüidades resultantes do racismo, do
preconceito e da discriminação raciais.
Também com o propósito de promover a equidade e enfrentar a problemática racial, o Ministério da
Saúde criou o Comitê Técnico Saúde da População Negra ( Secretaria de Gestão Estratégica e
Participativa), que conta com a participação da área técnica de saúde da mulher. Este comitê tem a
função de formular uma proposta de Política Nacional para essa parcela da população e contemplar
ações específicas para as mulheres.