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mae Sapte Termos associados ao verbo Sper anage Baai 0 modelo atémico, bdarios aplicar ao verbo o conceito de valéncia, pols ele também possui casas vazias ao seu redor, que precisam ser preenchidas. 1 INTRODUCAO No Capitulo 3, vimos que a andlise sintatica é um método que consiste em divi- dir (decompor) a frase nos seus termos constituintes. No mesmo capitulo, observamos também que a frase (na grande maioria dos casos) pode ser segmentada em dois termos bdsicos: 0 sujeito e o predicado. Ha frases minimas que podem conter, no ambito do sujeito, apenas o nucleo (um substantivo) e, dentro do predicado, apenas um verbo. Trata-se de frases minimas como esta: Pombo nticleo do sujeito | nticleo do predicado Em frases simples como esta, feita a divisdo em sujeito e predicado, nao hd ou- tras divisdes possiveis dentro dos limites da andlise sintatica. Qualquer outra seg- mentagao escapa desse dominio, indo penetrar, por exemplo, no territério da and- lise morfolégica. Em frases desse tipo, portanto, separado 0 sujeito do predicado, esta encerrada a anilise sintatica. Ocorre, porém, que as frases da lingua, em sua maioria, so mais complexas: em geral, a necessidade de acrescentar esclarecimentos e de dar precisdo ao enunciado pode promover expansées tanto do lado do sujeito quanto do lado do predicado. A frase inicial, formada de duas palavras, pode ser assim ampliada: Pombo amestrado voa longe. sistema anglo de ensino Frases desse tipo continuam sendo passiveis de divisao nos seus dois constituin- tes basicos: Pombo amestrado sujeito predicado nticleo: pombo nticleo: voa O mais comum é que, além do nticleo do sujeito e do nticleo do predicado, ocor- ram na frase outros termos. Faz parte da preocupacao da andlise sintatica separar cada um desses termos e perceber o seu papel na frase. 2 TERMOS ASSOCIADOS A NOMES E TERMOS ASSOCIADOS A VERBOS A partir daqui, vamos observar um dado de certa forma curioso e simplificador. Por mais ampliada que seja, uma frase nao contém mais do que duas grandes fa- milias de termos: * os termos associados a verbos; * os termos associados a nomes. A distingdo entre verbos e nomes, para atender aos interesses da andlise sinté- tica, 6 muito simples e ampla, sem necessidade de conceituagées sofisticadas. O verbo, como jd vimos em morfologia, na 1? série (Livro-texto 10, Capitulo 15, item 6, pag. 40), é a unica classe de palavras que possui desinéncia propria para marcar tempo (presente, passado, futuro). Uma outra marca formal do verbo é que ele nao faz o plural em s (0 plural de corre é correm; de falo é falamos; de cantas é cantais...). Mesmo 0 participio do verbo, que se parece com 0 adjetivo, em geral vem precedido de um verbo auxiliar com marcas de tempo: tenho falado, tens fa- lado, tem falado... Incluem-se na classe dos nomes, em sentido amplo, tudo 0 que nao é verbo. Trata-se de palavras que nao possuem desinéncias de tempo e fazem o plural em s. Sob o nome genérico de nomes, incluem-se os substantivos, as palavras adjetivas e alguns advérbios. £ uma classificagdo muito genérica, mas muito Util para os interesses da andlise sintdtica, pois permite uma sintese muito econémica para os termos da oragao. A oracao pode ser dividida basicamente em dois termos: sujeito e predicado. No interior do sujeito ou do predicado sao possiveis duas outras grandes divisoes: * termos associados ao verbo; * termos associados ao nome. Recuperando as frases jd citadas neste capitulo temos: Pombo | voa. sujeito predicado Em oracoes desse tipo, constituidas apenas do nucleo do sujeito e do nucleo do predicado, separados os dois, esta encerrada a anilise sintatica. ensino médio - 28 série Mas em oracdes mais complexas, apenas essa divisaéo nao esgota a anilise sin- tatica. Tomemos uma expansao maior, como esta: Pombo amestrado voa longe. sujeito termo associado a verbo termo associado anome Nesse caso, osujeito ao qual o predicado est atribuindo uma aco nao é mais constituido apenas do nucleo (pombo). Associado a ele vem um adjetivo (amestra- do) para dizer que o produtor da frase nAo esta se referindo a qualquer pombo mas aum tipo particular: pombo amestrado. Opredicado também nao é mais constituido apenas de um verbo (voa). Asso- ciado a ele, vem um advérbio donge) para acrescentar uma informacao: uma nogao de lugar. Em sintese, dentro do sujeito e do predicado foi possivel isolar outros elementos: * um termo associado a nome (amestrado); * um termo associado a verbo (longe). E, por mais que se amplie a orag¢ao, no seu interior nada mais vai ocorrer dife- rente deste esquema: Vamos expandir a frase inicial mais amplamente para demonstrar 0 que acaba de ser dito. Suponhamos uma expansao como esta: Aqueles dois pombos amestrados do vizinho voam longe em busca de ali- mento nao contaminado. Para produzir essa frase nao fomos, obviamente, jogando palavras a esmo den- tro dela. Como jd vimos na 1° série (Livro-texto 4, Capitulo 7, item 2, pags. 7 a 12), para montar uma frase operamos sempre com dois mecanismos: * selegao de um termo para cada lugar na cadeia da frase; * combinagao entre o termo escolhido e outro da mesma cadeia. Dessa forma, cada termo que vai surgindo vem associado a outro, formando com ele um par. Nesse par, um dos termos é chamado de termo determinado; 0 outro, de termo determinante. E chamado de determinado sempre aquele termo que recebe uma infor- macao nova do outro que a ele se associa. No fluxo da informagao, ha sempre uma relagao de anterioridade e posterioridade entre o termo determinado e 0 termo determinante. Em outras palavras: pode haver até inversao na ordem das palavras e o termo determinante vir antes do determinado, mas é sempre possivel reconhecer, na progressao da informagao, qual é o anterior, qual 0 posterior. sistema anglo de ensino 3 UM ESQUEMA DAS RELACOES SINTATICAS NA FRASE O esquema que vem a seguir ilustra as correlagdes entre os termos da frase ci- tada anteriormente. ou g 8 i To ae en - fee Vi en Aqueles_ | __ dois | |amestrados | do vizinho *termo * termo * termo * termo associado associado associado | associado a um nome a um nome aumnome | aumnome * indicador * indicador de * indicador de | « indicador de espago quantidade qualidade | de posse (do distante dos possuidor) interlocutores PREDICADO ~~ |_longe | embusca |dealimento | nao _| contaminado. * termo * termo * termo *termo * termo associado | associado | associado | associado | associado aumverbo | aumverbo | aumnome | aumnome | aumnome *indicador | indicador de | (busca) *indicador | (alimento) de lugar finalidade | ¢ indicador de negagao | + indicador de do objeto qualidade da busca Esse esquema serve para dar visibilidade a afirmagao de que cada termo que sele- cionamos para ocupar um lugar na seqiiéncia da frase vem associado a outro, forman- do um par. No esquema, a flecha vem sempre orientada do determinante para o deter- minado, isto é, do termo que, no fluxo da informagao, é posterior para o anterior. Esse esquema pée a mostra dados importantes para a compreensao da estrutura da frase. O primeiro deles é que existe uma hierarquia entre os pares que a consti- tuem. Pares mais amplos subdividem-se em pares menores, até chegar as unidades. Como jd comentamos, o primeiro grande par constituinte da oragao é osujeito e opredicado : osujeito funcionando como termo determinado; opredicado fun- cionando como um termo determinante. Mas, como se pode notar, osujeito , nessa frase, é constituido por um grupo de palavras. Esse grupo, que, em bloco, esté funcionando comosujeito , pode ser di- vidido em subgrupos, como mostra 0 esquema. Para deixar mais claras essas inclus6es de um termo dentro do outro, vamos fazer comentarios especificos para cada um dos segmentos da frase citada. Aqueles dois pombos amestrados do vizinho =sujeito . Em outros termos, esse grupo de palavras, em bloco, constitui o sujeito ao qual est4 associado o predicado:voam longe em busca de alimentq nao contaminado . ensino médio - 28 série O bloco que esta funcionando como sujeito contém um nucleo = pombos. Associados a esse nucleo, vém outros termos: Aqueles dois amestrados do vizinho Cada um desses quatro termos esta associado ao nucleo do sujeito, que é um nome, para acrescentar informag6es que o enunciador considera importantes. Os trés termos das casas 1, 2 e 4 (aqueles, dois e amestrados) sao determinan- tes do nucleo do sujeito. Por seu lado, nenhum desses trés vem determinado por outro. Nesse ponto, termina a anilise sintdtica: cada um dos trés nao admite mais divisdes de natureza sintatica. Mas 0 termo do vizinho (casa 5) esta determinando o nucleo do sujeito, e per- cebe-se que é formado de outros elementos (a preposigao de + 0 artigo 0 + 0 subs- tantivo vizinho). Como analisar esse termo? * A expressao toda (do vizinho) constitui um grupo de palavras que faz parte do sujeito: esta determinando o substantivo pombos. * A preposicao de relaciona o substantivo vizinho ao substantivo pombos. * QOartigo o esta determinando o substantivo vizinho (0 interlocutor ja sabe de ante- mao de que vizinho se trata. Caso contrario, o enunciador diria: de um vizinho). Entao temos a seguinte relagao posta em esquema: de ' Aqueles dois amestrados 9 vizinho Na Passando agora para o predicado, comecemos por registrar que 0 bloco todo contém um nticleo (0 verbo) e que, associados a ele, existem outros termos. Grafi- camente, teriamos a seguinte representagao: ala eleemenier een Se longe em busca de alimento nao contaminado O termo longe, como nao vem determinado por nenhum outro, nao pode mais ser analisado sintaticamente. Mas 0 outro termo é formado de um grupo de palavras e ainda admite andlise. O nticleo desse grupo de palavras é 0 substantivo busca, associado ao verbo por meio da preposicao em. Por sua vez, esse substantivo vem determinado por outra expressao (de alimento nao contaminado). sistema anglo de ensino Graficamente, teriamo: ' | de alimento nao contaminado A expressio de alimento nao contaminado vem associada ao substantivo busca por meio da preposigao de e tem como niicleo alimento. Graficamente teriamos: voam busca de mae ' nao contaminado Nor Por fim, a expresséo n4o contaminado, que qualifica 0 substantivo alimento, tem como nucleo 0 adjetivo contaminado, que, por sua vez, vem determinado pelo advérbio nao. Por meio dessa andlise da oragao fica demonstrado que, por mais que se quei- ra ampliar uma oragao, qualquer termo que ocorra: * ou vem associado a um nome; * ou vem associado a um verbo. Essa afirmagao deve ser complementada por duas observagées: a) Dentro da frase, ocorrem certas palavras que nao funcionam como determinan- te nem de um verbo, nem de um nome: seu papel é 0 de estabelecer conexao entre dois termos entre si. Sao as preposigGes, classe de palavras j4 estudadas na 1* série (ver Livro-texto 10, Capftulo 16, item 3, pag. 52). Na frase comentada anteriormente, a preposigao de foi usada para conectar 0 substantivo vizinho ao substantivo pombos, e ainda para relacionar alimento ao substantivo busca; a preposicao em foi usada para associar o substantivo busca ao verbo voam. b) Além dos conectores (as preposi¢des), hd na oragdo um tinico termo solitario, isto é, que nao se relaciona com outro termo da seqiiéncia: 6 0 vocativo, que sera estudado no Capitulo 8, no 2° bimestre. ensino médio ~ 2* série 4 UM CONCEITO UTIL: VALENCIA VERBAL Neste capitulo, nossa preocupagao é com os termos associados ao verbo. Para compreender o papel de cada um deles, um bom procedimento é tomar o verbo como um nticleo organizador da oragao. Ao entrar na orac4o, ele exige o acompanhamento de outros termos, necessa- rios para preencher certos espacos ao seu redor, como se fossem casas vazias. Sem o preenchimento dessas casas vazias, a frase ficaria sem sentido ou agra- matical. As palavras que entram para preencher esses espacos vazios sao chama- das pelo nome genérico de complementos do verbo, sugerindo a idéia de que, sem a sua participacao, nao seria possivel montar uma frase completa. E como se a estrutura do verbo fosse a estrutura do 4tomo, com casas vazias (ou valéncias) na Ultima camada. Ha, inclusive, uma corrente de estudos lingiiisticos que se intitula Gramatica das valéncias por abordar a frase como um enunciado constituido a partir das imposigées feitas sobretudo por um verbo. Segundo essa corrente, interpreta-se como valéncia uma propriedade do verbo que consiste em abrir em torno de si casas vazias as quais, ao serem preenchidas por complementos, produzem a frase. O verbo é assim concebido como 0 centro de uma constelagao. Um exemplo esclarece 0 que estamos dizendo. Tomemos 0 verbo atropelar e vamos imagind-lo sozinho dentro de uma ora¢do: * atropelou. Qualquer falante do Portugués sabe que isso nado é uma oracgao, exatamente porque nao foram preenchidas as duas casas vazias que esse verbo abre em torno de si: uma delas deve ser preenchida com o executor da a¢ao; a outra, com 0 obje- to afetado pela acdo. Eis uma oracao estruturada em torno desse verbo: Uma bicicleta atropelou um gato. Qualquer falante interpreta essa oracgao como perfeita, ja que 0 verbo esta com suas duas casas vazias (suas duas valéncias) preenchidas. Podemos dizer, entao, que o verbo atropelar é bivalente, isto é, tem duas valéncias. Isso quer dizer que, com esse verbo, s6 se monta uma oragao bem formada se preenchermos, no minimo, as duas casas vazias que existem ao seu redor. Convém esclarecer que um verbo pode aceitar, mas nao exigir outros satélites. Isso quer dizer que podemos associar outros termos ao verbo atropelar, mas nao s40 complementos obrigatérios. Seria também aceitavel uma oragao como esta: Uma bicicleta atropelou um gato na rua. termo, na rua, esta associado a atropelou. E um determinante aceito pelo verbo, mas nao é obrigatério. Entio, o verbo estabelece relagGes de dois tipos basicos: * acompanhamentos obrigatorios; * acompanhamentos facultativos. 8 Verbos avalentes Embora raros, ha certos verbos que nao exigem 0 acompanhamento de com- plemento algum. Sao uns poucos verbos, em geral indicadores de fendémenos da natureza. 70 sistema anglo de ensino 998 Sao capazes de, sozinhos, constituir uma oragao. Exemplos: Choveu. Trovejou. Esta ventando. Lesiintknnapions cosh Locugao verbal, formada de um auxiliar mais um verbo principal: 6 considerada como um tinico verbo. 6 Verbos monovalentes Ha certos verbos que tém em torno de si apenas uma casa vazia, que, preenchida, cria uma oracao completa. A casa vazia, nesses casos, em geral, é a casa do sujeito. Exemplos: A arvore caiu. O passaro voou. A lua esta brilhando. O cao desapareceu. Como se vé, todos os elementos a esquerda do verbo sao sujeitos. Prova disso é que, indo para o plural, levam o verbo para o plural. Tanto os verbos avalentes quanto os monovalentes sao chamados tradicional- mente de verbos intransitivos. 7 Verbos bivalentes Os chamados verbos bivalentes vém rodeados de duas casas vazias: uma para um sujeito e outra para um complemento. Exemplos: O tribunal anulou as elei¢ées. A oposicao derrotou o partido governista. O povo duvida dos politicos. Na nossa tradicao gramatical, entre os verbos bivalentes estao incluidos tanto os transitivos diretos quanto os transitivos indiretos. Os transitivos diretos so os que vem acompanhados de complemento sem preposicao obrigatéria. Isso quer dizer que, quando o verbo transitivo direto vem precedido de prepo- sicdo, ela aparece por exigéncias outras que nao a regéncia verbal. Prova disso é que, em muitos contextos, o verbo transitivo direto ocorre sem preposi¢ao, 0 que, alids, 6 o mais geral. Vamos retomar esse aspecto logo a seguir. Os verbo bivalentes sao transitivos indiretos quando exigem complemento com preposicao obrigatéria. Uma das caracteristicas dos verbos transitivos indire- tos € que a preposicao nao pode ser permutada por outra a gosto do falante. Tam- bém esse aspecto sera retomado logo a seguir. 8 Verbos trivalentes HA verbos que tém trés casas vazias: 0 sujeito, um complemento sem prepo- sigdo e outro com preposi¢ao. Tais verbos so chamados de transitivos diretos e indiretos. ensino médio - 2# série Exemplos: O Brasil enviou alimentos as vitimas. O vendaval trouxe prejuizos a nacao. O jornal comunicou os fatos aos interessados. Essa classificagao dos verbos, tomando como base as casas vazias a serem preen- chidas pelos seus complementos, traz algumas vantagens em relagao a classificagaio tradicional. Uma delas é a de incluir 0 sujeito como uma das valéncias do verbo, isto é, como uma das casas vazias a serem preenchidas por um determinado termo. 9 O VERBO E SEUS SATELITES Podemos resumir tudo 0 que dissemos com a afirmagio de que ha na oracao cinco termos que gravitam em torno do verbo: * =sujeito * objeto direto * objeto indireto * adjunto adverbial * agente da voz passiva O sujeito ja foi devidamente considerado no Capitulo 3. Neste capitulo vamos tratar de cada um dos outros quatro satélites, advertindo que, a partir daqui, vamos descrever o papel de cada um dos termos da frase, isto é, a sua fungao sintatica, tomando por base trés critérios: * relagio ° forma ° valor Isso quer dizer que, para detectar a fun¢do sintatica de um termo qualquer da oragao, vamos seguir um método sempre constante: * oprimeiro passo do raciocinio é detectar se 0 termo sob anilise esta relaciona- do com um verbo ou com um nome; * 0 segundo é observar alguma marca concreta que sirva de traco distintivo do termo sob consideracao; * o terceiro é interpretar o valor, isto é, 0 significado que emerge da relacao entre os termos associados. Exemplificando, tomemos esta frase: A ventania destruiu casas. Vamos seguir os trés passos do raciocinio proposto, para detectar a fungao do termo casas: * relacao: o termo casas esta associado a destruiu (um verbo). Graficamente teriamos: KEE A ventania destruiu casas. * forma: uma marca formal relevante é que, nesse caso, 0 termo casas esté asso- ciado ao verbo sem nenhuma preposicao. * valor: o significado que se depreende dessa relacao é que casas, no caso, esta na frase para indicar 0 objeto afetado pela ago verbal. Uma observacao importante é que o valor da fun¢ao sintatica nao se confunde com 0 significado particular da palavra casas. sistema anglo de ensino O conceito de valor é mais amplo e resulta de uma relagao entre palavras - e nao do significado da palavra isolada. Tanto isso é verdade, que palavras com significa- dos muito diferentes podem entrar no lugar da palavra casas, com o mesmo valor. Exemplo: as A ventania destruiu_| casas. pontes. supermercados. antenas. telhados. Todas as palavras em verde estao desempenhando nessa frase a mesma fun¢ao sintatica, jA que todas se encaixam no mesmo modelo: * relagao com o verbo; * sem preposicao; * com valor de objeto afetado pela agao verbal. 10 Sujeito Levando em conta que 0 sujeito é um dos termos exigidos pela valéncia do verbo, podemos consideré-lo, sob esse aspecto, como um dos cinco satélites pos- siveis de gravitar em torno dele. Mas nao ha necessidade de retomar neste capitu- lo o que ja foi tratado no Capitulo 3, onde expusemos as marcas tipicas do sujeito de uma oracdo. Neste capitulo, pois, vamos sempre referir-nos ao sujeito pressu- pondo ja sabido o método para identificd-lo na oragao. 11 Objeto direto Observe a seguinte expressao: Pedro | comprou. * temos aqui um verbo cercado de duas casas vazias; além do sujeito, exige um paciente afetado pela agao, algum objeto: é um verbo transitivo « nao esta presente na oracdo 0 objeto sobre 6 qual recai a aco de comprar, e ela so ficaré completa quando se acrescentar ao verbo esse termo Dando a ele 0 complemento exigido, teremos: MiG aN Pedro verbo transitivo complemento Observe agora as caracteristicas desse complemento, tomando por base os trés critérios antes mencionados. * relacao: termo associado a um verbo transitivo; * forma: sem preposi¢ao; * valor: esta indicando 0 paciente afetado pela acao do verbo, aquilo que sofreu a acao da compra. ensino médio ~ 28 série Na nossa tradi¢ao gramatical, qualquer termo que tenha essas caracteristicas classifica-se como objeto direto. Podemos entao definir 0 objeto direto como todo termo que se enquadre den- tro desse modelo. * relagao: associado a verbo transitivo direto, isto é, aquele que exige ou aceita um complemento sem preposi¢ao; * forma: sem preposicao; * valor: alvo sobre o qual recai a agao do verbo. = [eeapeerea se tea Colombo descobriu o novo mundo. ——— O mundo cobi¢a nossos recursos naturais. Exemplos: Como se vé, 0 objeto direto pode ser formado por um grupo de palavras (e em geral 0 6). 12 Constituigao do objeto direto O objeto direto é constituido de: VW BS a) substantivo: Comprei um livro. Koy b) pronome substantivo: Convidei-o. = c) qualquer palavra substantivada: Ignoro o porqué. 13 Objeto direto preposicionado Excepcionalmente, o objeto direto pode vir ligado ao verbo por meio de prepo- si¢do. Neste caso, ela ocorrera por outras razdes que nao a exigéncia do verbo. Exemplo: Bavenes Nao temas | da morte. objeto direto preposicionado * a preposigao poderia ser retirada sem prejuizo 14 Caracteristica do objeto direto preposicionado * Relagao: liga-se a verbo transitivo direto; * Forma: por meio de preposicao que nao é exigéncia obrigatoria do verbo; * Valor: indica 0 alvo afetado pela acao verbal. Quando se diz que a preposigao que precede 0 objeto direto nao é exigida pela re- géncia do verbo, quer-se dizer que o mesmo verbo pode ocorrer com 0 mesmo sentido sem a preposi¢ao. E perfeitamente aceitavel em Portugués culto uma frase como esta: Ka ‘Nao temas a morte. sistema anglo de ensino HA casos em que a preposigao que precede o objeto direto nao pode ser sim- plesmente excluida da oracéo, mas nem por isso se trata de preposi¢4o obrigaté- ria no sentido estrito. Vejamos um exemplo: objeto direto preposicionado No caso, a preposi¢ao a nao pode ser excluida: nao é aceitavel uma frase como: “Todos amam ti. Nao podemos concluir, entretanto, que estamos diante de uma preposi¢ao obrigatoriamente exigida pelo verbo. Prova disso é 0 fato de que o verbo amar pode ocorrer em intimeras frases sem preposicao. Exemplo: Ele | ama Ora, se na oragéo todos amam a ti a preposicdo que vem antes do objeto dire- to nao é exigida pelo verbo, por que nao pode ser retirada da oracao? Porque o pronome obliquo, que esta funcionando como objeto, aparece na forma t6nica. E as formas ténicas do pronome obliquo jamais podem vir desacom- panhadas de preposicao. Assim, a preposi¢do, no caso, ocorre em fun¢ao do pro- nome ~ e no em funcao do verbo. O raciocinio que se deve levar em conta é este: 0 objeto direto preposiciona- doé um complemento que se liga ao verbo com preposi¢ao nao necessariamente exigida por este verbo. Para testar se um verbo exige obrigatoriamente a preposic¢io, o melhor artificio é testé-lo com um objeto constituido de um substantivo masculino, em que a pre- posi¢ao a, se ocorrer, se destaca do artigo. Exemplo: aaa Os mestres | _ajudaram | _anés. objeto direto preposicionado Testando o verbo com um complemento constitufdo de um substantivo mascu- lino, teremos: Os mestres | ajudaram Entao se conclui que o verbo ajudarnao exige obrigatoriamente a preposicao. Portanto, se seu complemento vier precedido de uma, seré analisado como objeto direto preposicionado ensino médio ~ 28 série 75 . 15 Casos de objeto direto preposicionado HA casos em que verbos reconhecidamente transitivos diretos admitem prepo- sigdo antes do objeto. A ocorréncia dessa preposi¢ao € motivada pela natureza do objeto. Pronomes do caso obliquo e objetos constituidos por nomes de pessoa cos- tumam conviver bem com a preposi¢ao. O objeto direto pode vir precedido de preposicao: Quando o objeto for constituido pelo pronome quem: objeto direto preposicionado * Quando o objeto for constituido por um pronome obliquo ténico: — Nao convidaram objeto direto preposicionado Nesse caso, a preposigao nao é dispensavel, como ja vimos. * Quando vem repetido, constituindo pleonasmo: objeto direto preposicionado objeto direto preposicionado objeto direto preposicionado 16 Objeto direto pleondstico Pleonasmo é a repeti¢éio de uma informagao ja contida na frase. O objeto dire- to pode vir repetido por razées de énfase ou reforgo. Neste caso, é analisado como objeto direto pleonastico objeto direto pleondstico sistema anglo de ensino 1” Objeto indireto * ocorre aqui um verbo de sentido incompleto: além do sujeito, exige o preenchimento de uma casa vazia * trata-se de um verbo bivalente ou verbo transitivo Completando a casa vazia, teremos: a Pedro | gostou | do present complemento do verbo Observemos as caracteristicas desse complemento, seguindo os trés critérios estabelecidos: * relacao: associado a um verbo transitivo; * forma: por meio de preposi¢ao obrigatoriamente exigida pelo verbo; * valor: esté indicando o alvo afetado pelo ato de gostar. Esse complemento é classificado como objeto indireto. Chamamos, entao, de objeto indireto todo termo da oragao que se enquadra dentro desse modelo: * relacao: sempre associado a verbo transitivo indireto; * forma: sempre por meio de preposi¢ao obrigatoriamente exigida pelo verbo; * valor: indica 0 alvo afetado pela acdo verbal. Pode ser que um mesmo verbo venha completado por um objeto direto e um ob- jeto indireto. Nesse caso, 0 objeto indireto indicara sempre o destinatario ou o be- neficidrio, isto é, aquele em proveito do qual se faz a aco ou aquele para o qual a aco é enderecada. Exemplo: Pedro | enviou | cartas |_ao amigo. objeto direto objeto indireto * associado a * associado a verbo verbo transitivo transitivo direto * sem preposicao e indireto * indica o paciente * por meio de preposigao afetado pela agao obrigatoria * indica o destinatario da acéo Diante desse outro valor que o objeto indireto pode assumir, vamos ampliar a definicao de objeto indireto, considerando como tal o termo da oragao que apre- sente as caracteristicas a seguir. * relacdo: sempre associado a verbo transitivo indireto, ou transitivo direto e indireto; * forma: por meio de preposi¢ao obrigatoriamente exigida pelo verbo; * valor: indica o alvo afetado pela agao ou o destinatario (beneficiario) da agdo. ensino médio ~ 28 série 18 Constituigao do objeto indireto O objeto indireto pode ser constituido de: 71 a) substantivo — Todos se referiamao problema . x™ 7 b) pronome substantivo - O povolhe obedece. [ean ©) qualquer palavra substantivada - Eu gosteido andar dela. 19 Observacées sobre o objeto indireto 1. Hd um caso em que oobjeto indireto nao vem precedido de preposi¢a' do é constituido de um pronome obliquo atono. Exemplo: Isto objeto indireto * pronome obliquo étono Nesse caso, como distingui-lo do objeto direto? E facil. Basta testar se 0 verbo exige obrigatoriamente a preposicdo, usando como artificio a permutacao do pronome obliquo atono por um substantivo masculino. Se, no lugar do prono- me, nado é possivel usar como complemento um substantivo sem preposi¢ao, entdo o verbo étransitivo indireto e seu complemento (o pronome inclusive) serdobjeto indireto . Se, ao contrario, o verbo admite como complemento um substantivo sem pre- posic4o, entao o verbo étransitivo direto e o seu complemento (0 pronome in- clusive) serdobjeto direto (ouobjeto direto preposicionado ). Exemplo: LOIS O jogo | pertencia- | me. objeto indireto Se féssemos substituir 0 pronome obliquo por um substantivo masculino, este seria necessariamente preposicionado: a O jogo | pertencia_| ao colega. ao colégio. Confrontando com o objeto direto: Os aluno: sistema anglo de ensino ° Agora é diferente, pois, substituindo o me pér um substantivo masculino, teria- mos um substantivo nao necessariamente precedido de preposicao: Os alunos | convidaram | _o mestre. objeto direto 2. O pronome obliquo the na variante culta escrita nunca pode funcionar como objeto direto; o pronome obliquo o nunca funciona como objeto indireto. Tais marcas tém sido propostas como artificios para distinguir 0 objeto direto do indireto. Um objeto indireto nao admite substitugdo pelo pronome o, assim como um objeto direto nao admite substituigdo pelo pronome Ihe. O artificio falha por causa do uso que se tem feito do pronome lhe em funcao de objeto di- reto na fala popular. Exemplos: objeto indireto * s6 pode ser substituido porlhe e nao poro Isto lhe pertence. aN Guardou em casa. objeto direto * sé pode ser substituido poro e nao porlhe Guardou-0 em casa. 20Adjunto adverbial Observe o seguinte exemplo: ca 1D) _Oc&o | morreu | narua. * esse termo esté associado a um verbo que, além do sujeito, ndo exige nenhum outro complemento: trata-se de um verbo intransitivo * nao se trata, pois, de complemento do verbo Observe ainda este outro: I) _O mecanico desmontou o motor do carro | rapidamente. * esse termo esté associado aum verbo transitivo que jé vem acompanhado do seu complemento * nao se trata, pois, de complemento do verbo ensino médio ~ 2° série Vejamos as caracteristicas desses dois termos segundo os trés critérios. relacdo: termo associado a verbo intransitivo ou transitivo j4 devidamente acompanhado de seus complementos; forma: em I est ligado ao verbo com preposicao; em II, sem preposigao. Nao se trata, pois, de uma marca ttil para definir este termo; * valor: em L indica o lugar em que ocorre o processo verbal; em Il, indica modo. Esse termo é classificado como adjunto adverbial. Podemos, entao, definir o adjunto adverbial como o termo da oragao que se enquadra no modelo a seguir. relagao: termo associado a verbo (transitivo ou intransitivo); * forma: com ou sem preposigao; © valor: indica circunstancias variadas que envolvem a ago verbal. . ‘A funcio especifica doadjunto adverbial nao 6, pois, a de completar o sentido do verbo, mas a de indicar a circunstancia ou ambiente em que se processa a acao verbal. Falando em outros termos, o adjunto adverbial nao preenche, em princi- pio, casas vazias do verbo. Para destacar com nitidez a funcao propria de cada um dos acompanhantes do verbo até aqui estudados, vamos confronta-los numa mesma oracao: Sujeito Predicado t ) Pedro |__entregou | orecado |___a vocé | ontem. sujeito miicleo do ‘objeto direto objeto indireto | adjunto elemento que predicado liga-se ao verbo | liga-se ao verbo _| adverbial preenche uma verbo transitivo | sem preposigio | por meio de liga-se ao verbs casa vazia do direto e indireto | elhecompletao | preposicao nao Ihe completa verbo e com 0 sentido, indicando | obrigatériae Ihe | 0 sentido, mas qual o verbo esté oalvo que sofre | completa o indica a concordando aagao sentido, indicando | circunstancia de oelemento para | tempo em que se o qual se destina | deu a agao do aacao verbo 21 Constituig¢ao do adjunto adverbial O adjunto adverbial é constituido de: is a) advérbio - Eu estouaqui. b) substantivo precedido de preposicao — Eu estouem Santos. yi ©) pronome substantivo precedido de preposicao - O cao fugiude voce. 22 Observacoes HA, muitas vezes, confusao entre oadjunto adverbial ¢ 0 objeto indireto por- que, em certas ocasides, suas caracteristicas aproximam-se muito. Ja dissemos que o objeto indireto é umcomplemento do verbo - e oadjunto adverbial, nao. Isso é valido, digamos, como principio geral. » 80 sistema anglo de ensino aoe Ha casos em que o adjunto adverbial é necessario para completar o sentido de um verbo e, mesmo assim, nao deve ser considerado como complemento, pois esse termo, em sentido estrito, s6 é usado para indicar 0 objeto sobre o qual recai a aio verbal ou 0 ponto para o qual se destina a mesma acao. Vejamos um caso como este: A es de Roma. * este termo deve ser analisado como adjunto adverbial e nao como objeto indireto * este termo é necessirio para completar o sentido do verbo, que, sozinho, nao completa 0 predicado. Nao tem sentido algum dizer: O navio procede. O navio * apesar disso, é analisado como adjunto adverbial e nao objeto indireto Como entender que este termo, necessdrio que é para completar 0 sentido do verbo, seja analisado como adjunto adverbial? A resposta é a seguinte: mesmo reconhecendo que se trata de um termo neces- sdrio para completar o sentido do verbo, podemos dizer que nao é um complemen- to verbal, no sentido restrito em que tomamos tal conceito. Complemento verbal, em sentido estrito, é o elemento que indica 0 objeto sobre o qual recai a acao ou 0 ponto para o qual ela se destina. Neste caso, o termo Roma nao se enquadra como. complemento verbal. Na verdade, Roma, nesse exemplo, indica um lugar de onde parte a acdo e nao um objeto sobre o qual ela recai. Vamos confrontar 0 adjunto adverbial e 0 objeto indireto, tentando encontrar as diferengas existentes entre os dois: a Eu | vim | de Portugal. adjunto adverbial * liga-se ao verbo por meio de preposigéo * nao é complemento em sentido estrito * indica circunstancia de lugar, de onde parte a acao LL Eu | gostei_| de Portugal. objeto indireto * liga-se ao verbo por meio de preposi¢ao * completa o sentido do verbo em sentido estrito, pois indica 0 alvo sobre o qual recai a agao do verbo Outra marca distintiva entre 0 objeto indireto e 0 adjunto adverbial é a seguinte: * apreposicao que precede o adjunto adverbial é carregada de sentido e pode ser trocada por outras preposigées, sindnimas ou anténimas, por decisao do falante; * a preposicao que precede 0 objeto indireto 6 sempre vazia de significado, to- talmente dependente do verbo e nao pode ser trocada por outra, sinénima ou anténima. ensino médio ~ 28 série Vejamos alguns exemplos: Os meninos | gostam | de circo. objeto indireto © observe que a preposigao de, no caso, é vazia de significado e nao pode ser trocada por outra do mesmo sentido ou de sentido oposto * 0 objeto indireto vem precedido de preposigdes vazias de significado eo Eu | estou | em casa. adjunto adverbial * observe que a preposi¢ao em, no caso, tem um significado nitido: dé idéia de lugar. Pode ser trocada por uma preposicao sindnima: dentro de; ou por uma preposig&o anténima: fora de. O uso da preposi¢do que precede o adjunto adverbial é determinada pelo sentido que o falante deseja dar a frase - e nao pela regéncia do verbo. Comparemos ainda os dois exemplos que seguem: Eu | aspiro | ao cargo. ‘objeto indireto «a preposicao a, no caso, no tem um significado préprio e ndo pode ser trocada por outra. Nao é possivel dizer: *Eu aspiro para o cargo; nem tampouco: *Eu aspiro do cargo. * esse tipo de preposicao, préprio do objeto indireto, é determinado pela regéncia do verbo — e nao pela escolha do falante Eu | vim | ao curso. adjunto adverbial * a preposigao a, no caso, tem um significado claro: indica o lugar para onde se dirige a agao © é possivel substituf-la por outra preposigao sinénima: Eu vim para o curso e pode ainda ser substituida por outra de sentido oposto: Eu vim do curso. sistema anglo de ensino Apés essas consideragdes, podemos ento sintetizar as diferencas existentes entre o objeto indireto e o adjunto adverbial: Pode ocorrer adjunto adverbial ligado a um nome. Isso acontece quando um ad- vérbio se liga a um adjetivo ou a um advérbio, normalmente para lhes intensificar 0 sentido, funcionando, pois, em geral, como adjunto adverbial de intensidade. Exemplo: Este professor é adjunto adverbial de intensidade adjetivo Como se vé, nesse caso, 0 adjunto adverbial est4 intensificando um adjetivo. Ee Este professor fala_| muito bem. adjunto adverbial | advérbio de intensidade Aqui, ha um adjunto adverbial intensificando um advérbio. 23 Agente da voz passiva Para conceituar 0 agente da voz passiva, observemos a seguinte oragao: co O mestre os aluno: Nesse tipo de oragao: * osujeito é 0 executor da agao verbal (0 agente); * o objeto direto é 0 paciente da acao verbal. ensino médio - 28 série Suponhamos a seguinte transforma¢ao correspondente: verbo transitivo direto na voz passiva Dizemos que tal oragio esta na voz passiva. Na voz passiva 0 sujeito é sempre o paciente da acao verbal. Nessa oragao (passiva) existe um elemento que se liga ao verbo por meio de pre- posig&io e desempenha o papel de executor da ago. A este termo damos o nome de agente da passiva. Tomemos a mesma oracao citada anteriormente: cues nett Qs alunos | foram elogiados | pelo professor. sujeito verbo transitivo direto agente da passiva paciente na voz passiva * associado a verbo pa * € 0 executor da acgao Define-se, pois, como agente da passiva o termo que se enquadra no modelo a seguir. * relacao: é um elemento associado a um verbo passivo; * forma: por meio de preposi¢do (no Portugués moderno, quase sempre a prepo- sicdo por (pelo, pela, pelos, pelas); « valor: indica aquele que executa a acdo representada pelo verbo. £ conveniente notar que o agente da voz passiva, na transformagao para a voz ativa, torna-se sujeito. Observacao Para converter uma oragao da voz ativa para a voz passiva, procede-se assim: * coloca-se 0 objeto direto da voz ativa como sujeito da voz passiva; * conjuga-se 0 verbo na forma passiva correspondente; * coloca-se 0 sujeito da voz ativa como agente da voz passiva. Exemplos: Voz ativa Pe ey Qs ventos derrubaram |_ as casas. sujeito verbo ativo objeto direto * executor da acao verbal * receptor da acao verbal Voz passiva oe PX OT As casas |_ foram derrubadas | pelos ventos. sujeito verbo passivo agente da voz passiva * paciente * formado pelo verbo * executor da acao * corresponde ao auxiliar + participio | corresponde ao objeto direto passado do verbo sujeito da voz ativa da voz ativa principal 2 sistema anglo de ensino %e Capitulo Ort]. 1.. sebeeeiemmaa eee eee & i 3 ; : g & 3 3 z : 5 ensino médio - 2 série 95. O adjetivo mamiferos esta associado a um nome (nés), por meio de um verbo (somos), também indicando uma qualidade. 22% Anuério do Clube de Criaglo de So Paulo, 1997, pag. 81 A expresso esta associada a um nome (doadores), indicando aquilo que foi doado. 1 INTRODUCAO Como se nota, os termos destacados em cada ilustragéo vém associados a um nome, e cada um deles com uma funcao distinta. E desses termos, os satélites do nome, que vamos tratar neste capitulo. Antes, porém, de descrever a sua fun¢do, convém retomar alguns dados do ca- pitulo anterior, para que se tenha uma nogao de conjunto de toda a andlise sintati- ca e se compreenda 0 modo como as palavras se combinam para gerar a oracao. Pelo que foi tratado, sobretudo nos Capitulos 3 e 4 do 1° bimestre, ja sabemos que a oracao é o resultado de combinagoes de palavras entre si. Particularmente no Capitulo 4, vimos que em torno do verbo gravitam 5 termos a que chamamos de satélites do verbo, que vém esbocados no esquema a seguir. 2 OS SATELITES DO VERBO Sujeito we Predicado Objeto YO direto Verbo Exemplificando esse esquema com uma oracao teriamos: Fro eres eee corr | (Ea Cd Date | Presidente entregou livros a escolas em Belém. Analisando cada termo de acordo com a cor, teremos: * Sujeito * Nucleo do Predicado (um verbo) Objeto direto * Objeto indireto ¢ Adjunto adverbial (de lugar) ‘ensino médio - 28 série 8 ‘I Neste outro esquema, as relagées entre os termos da oragao ficam mais evidentes. SUJEITO Presidente entregou livros ORACAO em \a PREDICADO escolas Belém Esse esquema deixa claro que a oracao analisada se divide em dois grandes blocos: * osujeito e * o predicado Como 0 sujeito, nesse caso, é constituido apenas do nucleo, nao hé outras divi- sdes a fazer. Mas o predicado admite outras subdivisdes: 0 ntiicleo (um verbo) e trés satélites associados a ele. No esquema, quando um termo se liga a outro sem preposi¢ao, vem disposto na mesma linha e a relagao é indicada pela flecha. E 0 caso do objeto direto livros e 0 verbo entregou. Quando se liga por meio de preposi¢ao, a relacdo é indicada por uma ramificagaéo em Angulo; a preposigdo, como é um conector entre os dois ele- mentos, vem situada no vértice do Angulo e grafada em preto. E 0 caso do objeto indireto a escolas e do adjunto adverbial em Belém. Tais termos so dispostos na ordem em que ocorrem na frase: as ramificagoes superiores devem ser lidas antes das inferiores. Convém observar que, no exemplo anterior, nao ocorre Oagente da voz passi- va entre os satélites do verbo, pura e simplesmente porque esse termo jamais ocor- re numa frase ativa, como é 0 caso do exemplo dado. Convertendo-a para a voz passiva, porém, apareceré 0 agente, como se pode constatar no exemplo a seguir. .____, NA LIBERDADE, FAMOSO BAIRRO ORIENTAL DE SAO PAULO. Nesta frase, cada um dos dois termos destacados em cores esta associado a um nome, como indicam as flechas. = | sistemasangio de ensino | | Esses termos nao foram postos na frase para indicar atributos dos nomes a que se referem (como ja vimos, essa funcdo compete aoadjunto adnominal ou ao pre- dicativo ). Também nao estao ai para indicar 0 paciente ou 0 alvo afetado pela acao de um nome, o que seria fun¢4o do complemento nominal. Nessa frase, ambos est&o associados a um nome (Presidente e Liberdade) para indicar um equivalente, uma palavra ou expressao com um significado correspon- dente ao do nome a que se referem. Vamos entao definir o aposto com base nos 3 critérios que estamos usando: * relacdo — trata-se de um termo sempre associado a um nome; * forma - oaposto prototipico (isto é, mais tipico) tem como nticleo um substan- tivo nao precedido de preposicao; * valor — oaposto corresponde sempre a um equivalente do nome a que se refere. O que caracteriza o aposto é uma rela¢ao de correspondéncia de significado, isto é, na frase em que aparece, oaposto e o nome tém a mesma referéncia. Dizen- do em outras palavras: ambos remetem a mesma pessoa ou coisa. Nos exemplos dados, as palavras Presidente e Fernando Henrique estao indi- cando o mesmo individuo; Liberdade e famoso bairro oriental de Sao Paulo estao indicando o mesmo lugar. O aposto pode ser uma tinica palavra ou uma expressao bem mais extensa. A posicao nuclear, porém, é sempre ocupada por um substantivo. Exemplos: PON O jogador Maradona é mais jovem do que Pelé. Nesse caso, 0 aposto (Maradona) ¢ constituido de apenas uma palavra. po Fora de Sao Paulo, talvez poucos conhecgam o Tucuruvi, bairro muito impor- SEER EEEEEEE EERE tante da Zona Norte da capital do Estado de Sao Paulo. Ja nessa outra frase, 0 aposto é constituido de varias palavras, mas a posigao nuclear é ocupada pelo substantivo bairro. 12GRUPO NOMINAL Encerrando este capitulo, convém definir o que muitos costumam chamar de grupo nominal (ou sintagma nominal). Trata-se de qualquer conjunto de palavras que tem como nucleo um substantivo. Em outros termos, chama-se de sintagma nominal ou grupo nominal ao substantivo acompanhado de seus satélites. O grupo nominal pode ser minimo ou muito amplo, como se pode ver nos dois exemplos a seguir. Coice de égua nao machucao potro. ensino médio - 2# série Na frase, ha dois grupos nominais de pouca extensao: oN Coice de égua (sujeito) coice = nucleo de égua = adjunto adnominal. a 0 potro (objeto direto) potro = nticleo o= adjunto adnominal (ae GM Os turistas exigem um meio de transporte seguro, limpo, confortavel e rapido. O sujeito da frase é um grupo nominal pouco extenso, formado apenas por: um nucleo: turistas e um adjunto adnominal: os Mas 0 objeto direto é constituido por um grupo nominal muito extenso: um nticleo: meio seis adjuntos adnominai rapido. : um, de transporte, seguro, limpo, confortavel, sistema anglo de ensino Capitulo A ek. Tipos de predicado - Vocativo Os jogadores Giberto Marques / A Gazeta Esportiva Os jogadores andam pelo gramado. 3 3 z 8 — Os jogadores andam pelo gramado cabishaixos, Djalma Vassao / A Gazeta Esportiva ensino médio - 2* série 123 1 INTRODUCGAO A tradicao dos nossos estudos gramaticais costuma classificar o predicado das oragées em trés grandes grupos: * predicado nominal * predicado verbal * predicado verbo-nominal 2 PREDICADO NOMINAL Observe a oracao que segue. KN Os jogadores andam cabisbaixos, sujeito predicado Veja que, nesse predicado: * apalavra que realmente esta atribuindo algo ao sujeito nao é 0 verbo, e sim o nome (cabisbaixos); * 0 verbo (anda), no caso, nao tem contetido préprio. Serve apenas de ponte de ligagao entre o sujeito e a qualidade que se atribui a ele. A frase que serve de legenda para a primeira ilustracdo (Os jogadores andam cabisbaixos) nao quer dizer que os jogadores (0 sujeito) estado executando o ato de andar. Prova disso é que estao parados. Afirma-se um estado do sujeito, e esta idéia esta contida sobretudo no nome cabisbaixos — e nado no verbo. Por isso é que predicados com essa caracteristica sao chamados de nominais. Entao: Predicado nominal é aquele cujo nucleo da afirmacao esta contido no nome, e nao no verbo. No predicado nominal, 0 verbo é sempre de ligagao. 3 PREDICADO VERBAL Observe a seguinte oracao: andam pelo gramado. Sujeito predicado Observe-se que, nesse predicado: * apalavra que realmente atribui algo ao sujeito é o verbo (andam); * nesse caso, o verbo nao é mais uma ponte de ligacdo entre um nome e o sujei- to. O verbo tem um contetido préprio. Na legenda da segunda ilustragdo (Os jogadores andam pelo gramado), o pre- dicado atribui uma acao (uma atividade) ao sujeito (os jogadores). sistema anglo de ensino O nticleo da afirmacao esta, pois, concentrado no verbo (andam), e nao no nome. Esse predicado nao pode ser usado na legenda da primeira ilustracao, em que os jogadores nao estao praticando a acao de andar. Assim: Predicado verbal é aquele em que a palavra nuclear é 0 verbo. No predicado verbal, o verbo nunca seré de ligacao. Sempre teré um contetido proprio: serd sempre um verbo intransitivo ou transitivo. 4 PREDICADO VERBO-NOMINAL Veja a oracao que segue: ao ies, | Os jogadores | andam pelo gramado cabisbaixos. sujeito | predicado Nesse predicado: ¢ ha duas palavras nucleares (um verbo e um nome); * © verbo nao é de liga¢4o, pois tem um contetido préprio e realmente atribui uma a¢ao ao sujeito; Na frase que serve de legenda para a terceira ilustragao (Os jogadores andam pelo gramado cabisbaixos), 0 predicado atribui ao sujeito uma acao (andam) e um. estado (cabisbaixos). Ha, pois, nesse predicado duas palavras em posicao nuclear: um verbo e um nome. Na verdade, o predicado verbo-nominal é uma soma do predicado verbal com o nominal. Poderiamos até dizer que entre o nome (cabisbaixos) € 0 sujeito existe um verbo de ligacao oculto, que poderia ser explicitado numa frase desse tipo: andam pelo gramado Os jogadores (e) ae (esto) cabisbaixos. Entao: Predicado verbo-nominal é aquele cujo nucleo da afirmagao esta contido tanto no verbo quanto no nome. No predicado verbo-nominal ha sempre um verbo intransitivo ou transitivo e um predicativo do sujeito ou do objeto. O predicativo, por sinal, sempre fun- ciona como nucleo do predicado nominal ou como o segundo niicleo do predica- do verbo-nominal. Observacao Quando se diz que o verbo de ligaco nao tem contetido proprio nao se quer dizer que ele seja totalmente vazio de significado. Para compreender bem essa afirmacao, convém dedicarmos um pouco mais de aten¢ao a essa classe especial de verbos, que nossas gramaticas classificam como de ligacao. ensino médio ~ 2° série 8 PROPRIEDADES DO VERBO DE LIGACAO Todo verbo de ligacao pode ser definido com base em trés propriedades: © sempre liga um predicativo ao sujeito; * sempre um verbo de estado; * sempre um sinénimo aproximado de ser ou estar. Exemplos: Predicativo | 1. Paulo é 2, Paulo esta 3. Paulo parece 4. Paulo ficou 5. Paulo _ permanece 6. Paulo. continua Uma observagao atenta dessas oracées nos permite fazer as seguintes anotagées: * os verbos dessas seis frases possuem as trés propriedades definidoras do verbo de ligagao; * os verbos das oragées de 1 a 6 sao, pois, de ligacao; * essas oracdes possuem nitidas diferengas de significado entre si; * a tnica diferenga entre elas estd no verbo de ligagao. Dai tiramos a conclusdo de que o verbo de ligagao é 0 unico responsavel pela diferenga de sentido entre elas, o que significa que esse tipo de verbo nao é total- mente vazio de sentido pois, se o fosse, nao haveria diferenca alguma de significa- do entre as seis oragGes anteriores. A primeira oragao teria o mesmo significado da segunda; a terceira teria o mesmo significado da quarta, e assim por diante. E verdade que o verbo de ligagao nao é carregado de no¢gao como os demais; mas ele possui um certo significado. E como podemos definir esse significado? Sem dtivida, a melhor explicagao é dizer que ele ajuda 0 predicativo a dizer sob que aspecto um atributo incide no sujeito. Quando se diz, por exemplo, que Paulo é sadio, 0 verbo de ligagao serve para dizer que a qualidade de sadio existe per- manentemente em Paulo; quando se diz que Paulo esta saclio, 0 verbo de ligacao serve para dizer que a qualidade de sadio existe temporariamente em Paulo; quan- do se diz que Paulo parece sadio, 0 verbo de ligacao serve para dizer que a quali- dade de sadio existe aparentemente em Paulo, e assim por diante. Em resumo: 0 verbo de ligagao, apesar de nao ter um nticleo de significagao propria, tem um valor importante na ora¢gao, porque ajuda a identificar 0 aspecto pelo qual uma qualidade existe no sujeito. » 126 sistema anglo de ensino bee 8 VOCATIVO i : ; 2 Marcelinho, toca essa bola mais rapido! A palavra transcrita em cor é 0 que a teoria de andlise sintatica chama de voca- tivo, termo da oracao que, sob o ponto de vista argumentativo, tem mais impor- tancia do que os estudos gramaticais lhe atribuem. Antes de aborda-lo sob esse aspecto, vamos defini-lo com base nos trés crité- rios que adotamos para definir os satélites do nome e os do verbo. Relagao — 0 vocativo é um termo isolado na orac¢ao, isto 6, nao vem sintatica- mente associado nem a verbo nem a nome. Forma - 0 vocativo possui muitas marcas formais. A primeira é que seu nticleo sempre um substantivo ou palavra equivalente; a segunda é que pode vir sempre precedido de uma interjeic¢aéo de chamamento: 6, 6, oh, ah...; a terceira 6 que vem inscrito entre duas pausas longas, na fala, e marcado por virgula, na escrita. Valor - sob o ponto de vista de seu significado na cadeia da frase, 0 vocativo é palavra (ou grupo de palavras) que serve para fazer um apelo, um chamamento a pessoa com quem se fala. Exemplo: Amigo, nao faca ceriménia: entre. Como se vé, 0 vocativo € como se fosse uma frase inserida dentro de outra. Tanto isso é verdade, que certos gramaticos antigos o consideravam como um tipo de frase intercalada em outra. E como se usdssemos uma forma intercalada para interpelar o interlocutor, chamando-o pelo nome ou por outra designacao qual- quer que o tenha como referéncia. 7 5 ivo Por ser um termo solto na frase, 0 vocativo goza de uma liberdade de posi¢ao muito alta, podendo ocorrer em quase todos os intervalos da cadeia da frase. ensino médio ~ 28 série 127), rr) Exemplo: Senhores passageiros, a chegada a Sao Paulo sofreré um pequeno atraso. A chegada a Sao Paulo, senhores passageiros, sofrerd um pequeno atraso. A chegada a Sao Paulo sofrerd um pequeno atraso, senhores passageiros. 8 Diversas formas de vocativo Para interpelar o interlocutor, o falante faz uso de varios recursos, tais como: * Citar o seu nome préprio. Exemplo: Acorda, Maria, que hoje é dia de Carnaval. * Citar o nome acompanhado de um adjunto adnominal. Exemplo: Diga-me, Senhor José, onde é que 0 senhor mora. Linda Inés, compra esta e mais trés. ¢ Citar uma caracteristica ou uma particularidade do interlocutor. Exemplo: Olha a melancia, frequesa, olha o melao! * Citar a profissao ou o grupo social a que pertence o interlocutor. Exemplo: Caro poeta, nao te esquecas deste seu admirador. Em sintese, 0 vocativo é um termo (uma palavra ou uma expresso mais ampla) que entra na frase para fazer um chamado ou uma interpelacao ao interlocutor. Uma observagao que nao se pode deixar de fazer quando se trata do vocativo é a sua importancia argumentativa, ou seja, sua interferéncia no jogo da persuasao. Os manuais que tratam de temas do tipo “Como influenciar pessoas e fazer ami- gos” nao deixam de realgar a influéncia do vocativo como facilitador ou complica- dor do contato entre pessoas. E muito importante realcar que, no mundo de anonimato e de despersonaliza- ¢ao em que vivemos, sé o fato de citar o nome proprio da pessoa num didlogo ja um expediente de captacao da benevoléncia. E um gesto de aproximacao. Além disso, as multiplas possibilidades de escolha de palavras ou expressoes para a fun- ¢ao de vocativo fornecem ao falante possibilidades variadas de evidenciar a ima- gem que faz do seu interlocutor. Ai ha um espectro de imagens que vao desde 0 pieguismo até o insulto, passando pela “caretice”, pela falta de polidez, pelo pre- conceito etc. Exemplos: Senhorita, vocé pode vir até a lousa? Fernanda, vocé pode vir até a lousa? Gatinha, vocé pode vir até a lousa? Fefé, vocé pode vir até a lousa? A lista de vocativos é praticamente inesgotavel, e a escolha de cada palavra in- dica um tipo de relacgao diferente entre o falante e seu interlocutor. Cada nome ou expressao funciona como poderoso instrumento para o falante exprimir a imagem que faz do seu interlocutor e também para indicar o tipo de relagao que pretende estabelecer com ele: relagao de formalidade, de neutralidade, de agressividade, de ameaga, de provoca¢ao, de sedugao etc. Em resumo, poucas fung6es sintaticas sao tao poderosamente expressivas como 0 vocativo, o que se pode constatar nas ilustragdes a seguir. Z ‘428 sistema anglo de ensino * a acusacao est evidentes artificios para intimidar o réu. Senhores passageiros, queiram dirigirse ao portao de embarque. Seu cafajeste, nunca mais se atreva a repetir essa canalhice! Assim vocé me deixa sem graca, seu engragadinho! ensino médio - 2* série 129).

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