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073758 INJURIA AGRAVADA AUTO DE NOTICIA DENUNCIA FINS DAS PENAS PENA DE MULTA. RECURSO PENAL, PROVIDO PARCIALMENTE 1- O crime de injtiria agravada , p. ¢ p. pelas disposigdes conjugadas dos art.*s 181°, n2 1 © 184°, com teferéncia ao art. 132°, n,°2, alinea j), todos do Cédigo Penal, é de natureza semi-publica, por forga do artigo 188° do mesmo diploma, dependendo de queixa o respectivo procedimento criminal, IL A excepgdo contemplada pelo Dec-Lei n® 65/84, de 24 de Fevereiro, veio a ser rovogada pelo att® 2°, n® 2 al. c) do Dec-Lei n® 48/95 de 15 de Margo, diploma este que cfectuou a revistio do Cédigo Penal IIL - Quando 0 procedimento criminal depender de queixa, tem legitimidade para apresenté-la, salvo disposiggo legal em contratio, o ofendido, sendo necessaio que seja dado conhecimento do facto ao Ministétio Piblico, para que este promova proceso, ov, que a queixa seja dirigida a qualquer outra entidade que tenha a obrigagto de a transmitir aquele (artigos 113°, n.° 1, do Cédigo Penal e, 49°, n.° 1, do Codigo de Processo Penal). IV - Esta situago 6 correspondentemente aplicdvel aos casos em que o procedimento ctiminal depender da participagto de qualquer autoridade (n° 4 do art? 49° do CPP). V - 0 Cédigo Penal e, o Cédigo de Processo Penal, no contém normas sobre a formalidade da queixa, 0 que legitima o entendimento de que a manifestago inequivoca do ofendido de que se exerga o procedimento criminal por um certo facto deve ser considcrada queixa, independentemente da expresso formal dessa manifestagao Indispensavel é s6 que 0 queixoso revele indubitavelmente a sua vontade de que tenha lugar procedimento criminal contra os agentes (eventuais) pelo substrato féctico que descreve ow menciona (Jorge de Figueiredo Dias, Direito Penal Portugués, As Consequéncias Juridicas do Crime, Editorial Noticias, 1993, , pagina 675, § 1086). V1- A deniincia é obrigatéria, para as entidades policiais, quanto a todos os crimes de que tomarem conhecimento ainda que os agentes do crime nfo sejam eonhecidos, sendo que quando varias pessoas forem obrigadas & dentineia do mesmo crime, a stia apresentagio por uma delas dispensa as restantes ( art? 242° n? I ¢ 2do CPP). Vil - Sempre que uma autoridade judicidria, um orgdo de policia criminal ou outra entidade judicial, presenciarem qualquer crime de dentincia obrigatéria, levantam ou mandam levantar auto de noticia, que € obrigatoriamente remetido ao Ministério Pablico e vale como denincia (art°243° n° | ¢ 2 do CPP). VIII - Crimes de dentincia obrigatéria sio os crimes piiblicos, uma vez que a deniincia obrigatéria néo prejudica o regime dos crimes cujo procedimento depende de queixa ou de acusagao particular (n® 3 do art? 242° do CPP), IX - O levantamento, por um agente da PSP, de auto de noticia por detengao, que ae. descreve factos integrantes de crime de ofensa a integridade fisica de agentes da PSP, - bem como de factos integrantes de crime de injuiria agravada, de que também é ofendido © participant, - no exereicio de fungGes e por causa delas, e a posterior remessa do auto a0 Ministério Pablico, era legalmente obrigatério, por se referir a factos (ofensas corporais aos agentes policiais, em exercicio de fungdes ¢ por causa delas) integrantes de crime piblico, portanto de demincia obrigatéria (art® 243° n° 1 do CPP e 143° n° 2 do C-Penal). X - Tal auto de noticia por detengio jé nfo vale, porém, como deniincia de procedimento criminal por crime de natureza semi-piblica ~ 0 de injiria agravada -se néo incluir ‘manifestagdo inequivoca da vontade do(s) ofendido(s) de procedimento criminal por tal crime, ainda que ofendido seja também 0 agente que elaborou ¢ assinou esse auto. XI- Embora o artigo 255° do CPP, estabelega que em caso de flagrante delito, por crime punivel com pena de priso, qualquer autoridade judiciéria ou entidade policial procede 4 detengfo (n? | al a)), determina 0 n°3 que “Tratando-se de crime cujo procedimento dependa de queixa, a detengo s6 se mantém quando, em acto a ela seguido, o titular do direito respectivo 0 exercer. Neste caso, a autoridade judiciéria ou a entidade policial Ievantam ou mandam levantar auto em que a queixa fique registada.” (Nao hé lugar a deteng&o em flagrante delito, mas apenas a identificagiio do infractor, tratando-se de crime cujo procedimento dependa de acusagéo particular -n° 4 do preccito) XII - N&o constando do auto de noticia por detengdio, nem posteriormente, o registo de qualquer queixa pelo erime de injiria agravada, por qualquer dos agentes de autoridade ofendidos, no pode presumir-se que descrigao dos factos integrantes desse ilfcito criminal, no auto de notfeia por detengfo da arguida, equivale a queixa por tal crime, e, por conseguinte, nfo assumindo tal crime natureza pitblica, nilo tem 0 Ministério Pablico legitimidade para acusar, por tal crime. XIII - O facto de a injiria ter por destinatério agente de autoridade no exercicio dessas fangées, ou, por causa delas, apenas agrava a ilicitude, niio a natureza desta, que sempre semi-pablica, XIV - Embora o tribunal colectivo pudesse conhecer da questiio prévia antes da dar inicio A produgaio da prova, nos termos do art® 338° n° 1 do CPP, contudo, ainda poderia fazé-lo na fase da decistio final, possibilitado pelo art® 368° n° 1 do mesmo diploma adjectivo. XV- A aplicagio de penas ¢ de medidas de seguranga visa a protecgo de bens juridicos ¢ a reintegragdo do agente na sociedade (art* 40° n° 1 do C.Penal). XVI -A determinagio da medida da pena, dentro dos limites definidos na lei, é feita em fungfio da culpa do agente e das exigéncias de prevengio (art? 71° n° 1 do CP). XVII- Na determinagéo da medida conereta da pena o tribunal atende a todas as cirounstancias que, no fazendo parte do tipo de crime, depuserem a favor do agente ou contra ele, considerando nomeadamente as indicadas no art® 71° n° 2 do CP. XVII Em caso algum a pena pode ultrapassar a medida da culpa (art? 40° n° 2 do Cédigo Penal). XIX- A pena de multa é fixada de acordo com os ctitérios estabelecidos no n° | do art® 71° axl? 47° n° 1 do CP -, sendo a quantia correspondente a cada dia de mutta , dentro dos parametros legais numéricos estabelecidos, fixada pelo tribunal em fungaio da situagéo econémica ¢ financeira do condenado ¢ dos seus encargos pessoas (n° 2 do art® 4?) XX = A lei nio fornece ao juiz. quaisquer critérios de determinago da capacidade econ6mica para os fins pretendidos. XXI No ensinamento de Figueiredo Dias(ibidem, §148): “deverd atender-se (numa base, em todo o caso, juridico-penal, que no juridico-fiscal) & totalidade dos rendimentos proprios do condenado, qualquer que seja a sua fonte (do trabatho, por conta propria ou alheia, como do capital: de pensdes, como de seguros), com excepedio de abonos, subsidios eventuais, ajudas de custo e similares, Como é seguro, por outro lado, que aaqueles rendimentos hio-de ser deduzidos os gastos com impostos, prémios de seguro — obrigatérios e voluntarios ~ ¢ encargos anélogos. Como igualmente parece legitimo tomar em conta, a semelhanga do que expressamente dispde a lei alem®, rendimentos ¢ encargos faturos, mas jé previsiveis no momento da condenagéo (v.¢., 0 caso de um desempregado que dentro de alguns dias assumiré um posto de trabalho)” - XXII - Mantém actualidade a jurisprudéncia do acérdao do STJ de 2 de Outubro de 1997 in Col. Jur. Acs do STS, V, tomo 3, 183, de que o montante dirio da multa deve ser fixado em termos de constituir um sacrificio real para o condenado sem no entanto, deixar de Ihe serem asseguradas as disponibilidades indispenséveis ao suporte das suas necessidades e do respectivo agregado familiar , Acordam no Supremo Tribunal de Justiga No Processo comum n° 1248/05.7PAPTM DO 1° JUIZO CRIMINAL DA COMARCA DE PORTIMAO, a arguida AA, divorciada, empregada de limpeza, nascida a 23.12.1974, natural da Bielo-Russia, filha de .. e de ..., residente no Bairro ...,n.° 00, em Portimdo, foi submetida a julgamento perante o Tribunal Colectivo, na sequéncia de acusagio formulada pelo Ministério Piiblico, que The imputava a pritica, em autoria material e concurso real, de quatro crimes de injtirias agravadas, p. e p. pelas disposigdes conjugadas dos art.°s 181°, n.° 1 ¢ 184°, com referéneia ao art, 132°, n.° 2, alinea j), todos do Cédigo Penal dois crimes de ofensas a integridade fisica qualificada, p, e p. pelas disposiges conjugadas dos art.°s 143°, n.° 1 € 146°, n.°s 1 e 2, com referéncia ao art, 132°, n.°2, allnea j), todos do Cédigo Penal, Realizado o Julgamento, deci 2007 a) condenar a arguida pela prética de dois crimes de ofensa & integridade fisica simples p. € p. pelo art.° 143° do C, Penal na pena de 80 (oitenta) dias de multa por cada um deles, & taxa didtia de 3€ e, em ciimulo juridico, na pena tinica de 120 (cento e vinte) dias de multa aquela taxa didria, o que perfaz a multa de 360 € (trezentos ¢ sessenta euros) ou, se for caso disso, em 80 dias de pris4o subsididria; ) condenar a arguida nas custas do processo e em 1% da taxa de justiga nos termos do atl? 13° n°3 do DL 423/91 de 30/10, fixando-se em 3 UC’s a taxa de justign e no minimo a procuradoria e no pagamento doe honordrios ao seu Defensor, de acordo com a tabela legal em vigor, que serdo adiantados pelo CGT; ©) otdenar a remessa de boletins DSIC. iu 0 tribunal colectivo, por acdrdéo de 20 de Junho de Inconformado, recorreu o Ministério Putblico, através do Exmo Procurador da Reptiblica, concluindo: 1. Ap, em sede de questio prévia, o douto acérdo recorrido ter arquivado os autos no que se reporta aos crimes de injiria agravada pelos quais a arguida se mostrava acusada, invocando a inexisténcia da necessdria queixa por parte dos elementos da PSP ofendidos, violou o disposto nos artOs. 49° do Cédigo de Proceso Penal 113°, 181%, n°l ¢ 184°, com referéneia ao ast? 132°, n°2, al j), todos do Cédigo Penal; 2. Pois que tal queixa existia efectivamente, pelo menos no que se refere ao guarda da PSP que elaborou ¢ assinou o auto de detencao da arguida, no qual eram relatados os factos consubstanciadores de tal ilicito; 3. Constituindo essa participagio/auto de noticia por detengzio uma participagiio/queixa nos moldes em que o art? 49°, n° 1, do Cédigo Penal a prevé; 4, Pelo que, de forma a dar cumprimento aos normativos legais atras indicados, devertio 15 autos ser reenviados para novo julgamento limitado a tal ilfcito. 5.A taxa diaria de nmulta de trés euros s6 deverd ser aplicada a quem for manifestamente indigente, nunca a quem - como a arguida - aufere por hora de trabalho quantitativo superior; 6, Dagui que a condenagiio nessa taxa viole 0 disposto nos art’s. 40° ¢ 47° do Cédigo Penal; 7, Havendo que fazer a arguida compreender - através da imposigfo de multa que represente um efectivo sacrificio - 0 desvalor da sua acgo; 8. Sob pena de - até em termos de prevengio geral - se transmitir a imagem que agredir (ao pontapé, & bofetada ¢ & dentada) elementos das forgas policiais se «resolve» através do pagamento de quantitativo que corresponde ao valor de um telemével de gama média 9. Os tribunais t8m que, através de decisées que correspondam a efectivas condenagies, ransmitir a ideia de que necessério ¢ 0 respeito pelo Estado de Direito, dos quais os, elementos policiais so os seus agentes directos. 10, Pelo que a taxa diria de multa a impor peta prética dos crimes de ofensa a integridade fisica pelos quais a arguida foi condenada ter4 que ser alterada para, pelo menos, a de € 5,00 didrios, assim se dando cumprimento a0 disposto nas normas legais citadas, V's Exas., no entanto, decidirdo como for de JUSTICA Admitido 0 recurso e, notificada a arguida, nfio houve resposta & motivagéo. Neste Supremo, o Exmo Procurador-Geral Adjunto, pronunciou-se nos termos de fls dos autos, nada obstando ao prosseguimento dos autos Foi o processo a vistos dos Exmos Adjuntos, apés 0 que o Exmo Presidente designou a audiéneia, que veio a realizar-se na forma legal. Consta da decistio recorrida: ‘A arguida nfio ofereceu contestago. Procedeu-se a julgamento com observancia do legal formalismo. Questo prévia ‘Nos termos do art.°188° do C. Penal o procedimento criminal pelo crime de injirias depende de acusagao particular salvo nos casos do art.” 184° e do art.” 187°, neste sempre que 0 ofendido exerga autoridade publica, em que é suficiente a queixa ou a participagaio. ‘No caso dos autos & arguida é imputada a pratica de 4 crimes de injtirias agravadas p. e p. pelos arts 181°, n° e 1842, com referéncia ao art.° 132°, n°2, al. j), todos do C, Penal ¢ nifo foi exercido o direito de queixa pelos agentes da PSP, supostamente injuriados pela arguida, existindo apenas um auto de noticia por detengao, elaborado pelo agente autuante, um dos visedos, no qual sio relatados os factos ocorridos com a arguida, designadamente, as express6es injuriosas supostamente proferidas por aquela, Tal como resulta do art.° 188° do €: Penal, uma vez qite estamos perante o crime de injiries agravado nos termos do seu art.’ 184°, o procedimento criminal néo esté dependente de acusagio particular. Porquanto também nfo existe queixa por parte dos titulares da mesina, ser’ que basta a participacio, tal como parece resultar & primeira vista daquele preceito legal e parece ter sido entendimento do M.° Pablico quando deduziu a acusagio? Tal como esté redigido o preceito- art. 188° - a resposta Aquela questo néo pode deixar de ser negativa, Com efeito, o art.” afasta a necessidade de acusagio particular nos crime de injirias agravados nos termos do art.° 184°, casos em que no nosso entender bastard a queixa, ¢ ‘bem assim nos casos do art.° 1878, em que esté em causa uma injiria a pessoa colectiva, organismo ou servigo, sempre que este exerga autoridade piblica, casos em que bastard ent&o a participagio. Compreende-se que assim seja na medida em que conespondendo tradicionalmente a pacdo A queixa, quando a sua titularidade caiba por forga das normas gerais & autoridade piblica (Figueiredo Dias, Direito Penal Portugués, As consequéncias Jurfdicas do Crime, pag, 682) ¢ dada a natureza eminentemente pessoal do bem juridico protegido no crime de injirias ~ a honra sé faz. sentido dispensar a queixa para prosseguir 0 nento criminal quando ¢ ofendido ume autoridade piblica, no exercicio dessa antoridade endo quando esse ofendido € o proprio agente cuja honra e consideragito so igidas, relativamente ao qual tem de haver uma manifestago propria e inequivoca de vontade de que pretence o procedimento criminal contra 0 agente, o que s6 é alcangado através da queixa, E que o facto do ofendido ser aqui agente da autoridade no releva para efeitos de dispensar a queixa, na medida em que é a sua propria honra que é atingida que nfo a da autoridade piblica em si, mas to s6 para agravar a injtiria e assim dispensar a acusagao particular, Entendemos assim que estando em causa expressGes injuriosas supostamente dirigidas pela arguida a quatro agentes da PSP, individualmente, ¢ nfo & PSP em si, como corporagilo que se representa a si propria e que exerce a autoridade publica, 0 procedimento criminal nao se basta com a mera participagaio ou auto de noticia por detengao, antes depende de prévia existéncia de queixa por parte de cada um dos agentes ofendidos na sua honra e consideragdio, o que nfo ocorreu no caso dos autos. Este foi, alids, 0 entendimento do tribunal da Relagio de Evora no recurso n° 322/06 e do tribunal da Relagio de Coimbra no recurso n° 890/04 (acérddos de 23/05/06 ¢ 14/04/2004, respectivamente, publicados no site http://pwww.dgsi.pt. Face & inexisténcia de queixa por parte dos respectivos titulares, carece o M.° Publico de legitimidade para o exercicio da acgio penal pelos erimes de injarias de que a arguida vem acusada e, consequentemente, nessa parte nfio poderd o tribunal conhecer, determinando-se 0 oportuno arquivamento dos autos. ‘Mantém-se no mais a validade e regularidade da inst€ncia constatadas no despacho que recebeu a acusagio, f Discutida a causa ficaram provados os seguintes FACTOS: 1. No dia 17 de Agosto de 2005, pelas SH20, a arguida encontrava-se junto & porta do estabelecimento comercial denominado Katedral, sito na AV. ...., na Praia da Rocha, em Portiméo, pretendendo entrar no mesmo, 20 que era impedida pelo porteiro de servigo, proferindo expresses como sfo uns cabrées, uns chulos e dizendo que iria partir tudo. 2, Solicitada a presenga policial, apresentaram-se, devidamente uniformizados, os Agentes da Policia de Seguranga Pablica, entéio do Corpo de intervengtio de Faro, yu. @ . 05 quais tentaram acalmar a arguida e Ihe disseram para se retirar daquele local, 3. Todavia, a arguida nilo 0 fez pelo que aqueles agentes a transportaram para a Esquadra da PSP de Portimao a fim de ai procederem a sua identificagao. 4, Uma vez na viatura policial, a arguida mostrou-se agitada e desferiu bofetadas e pontapés no corpo do agente ... que com ela seguia no banco de tras da viatura ¢ mordeu- Ihe o brago dircito, o que levou os agentes a algemarem a arguida, para o que tiveram de parar a viatura. No momento em que estava a ser algemada ¢ também @ porta da Esquadra da PSP, a arguida desferiu pontapés também no agente ..... 6, Ao desferir aquelas bofetadas, pontapés ¢ dentada na pessoa de .... ¢ a0 desferir pontapés na pessoa de ..., bem sabia a arguida que assim os ofendia corporalmente, resultado que queria ¢ aleangou, 7. Mais sabia a arguida que....¢ .. eram agentes da PSP, no exercicio des suas fungées de restabelecer a ordem e tranquilidade piblicas, com poderes de autoridade, 8. A arguida agiu livre, deliberada ¢ conscientemente, bem sabendo que a sua conduta era proibida e punida por lei. 9, A arguida encontrava-se embriagada, o que a determinou a prética dos factos, embora, na altura, tenha consciencializado os actos que praticou ¢ a censurabilidade dos mesmos, 10, Confessou parcialmente os factos. 11, Do seu certificado de registo criminal, em Portugal, nada consta. 12, A arguida encontra-se em Portugal ha cerea de 6 anos ¢ trabalha como emprogada de limpeza durante 3 ou 4 dias por semana auferindo 5€ a hora, Vive com o namorado que portugués e domina j4 bem a lingua portuguesa. Na Bielo-Riissia tem dois filhos de 15 ¢ 12 anos de idade ¢ estudon durante 12 anos, no final dos quais fez um curso profissional de I ano e 6 meses como pedreira, profiss4o que exercia antes de vir para Portugal. Em julgamento nfo ficou provado: ~ que quando foi solicitada a presenga da PSP junto da discoteca Katedral, também af se {enha apresentado o agente ... FUNDAMENTACAO Formou o tribunal a sua conviogiio com base no conjunto da prova produzida e examinada em audiéneia, livre e criticamente apreciada, luz das regras da experiéneia comum, designadamente: - nas declaragSes da arguida, que relatou a sua versio dos factos ( de que ja havia estado no interior da discoteca Katedra! mas fora posta na rua por ordem do seu namorado e que apenas pretendia voltar a entrar para beber um copo) e que admitiu ter dado empurrdes ¢ pontapés aos policiais referindo porém jé nao se lembrar com preciso dos factos porque 4 tinha bebido bastante e que procurou justificar os seu comportamento, no facto de ter sido algemada logo antes de entrar no carro da PSP e de quando vinha na viatura ter sido apalpada por um dos agentes, 0 que voltou a acontecer na Esquadra, versio esta que foi negada por todas as testemunhas inguiridas ¢ que por isso se afigurou pouco credivel, tanto mais que a arguida se encontrava bastante agitada e com éleool em excesso quando foi abordada pelos agentes ¢ nunca antes, designadamente em primeiro interrogatério a arguida referiu tal factualismo; - nos depoimentos prestados de forma credivel pelos agentes da PSP a... ©... qUe tiveram intervengao nos factos, revelando por isso conhecimento directo dos mesmos, € bem assim pelo agente... que embora nfo tendo participado na abordagem da arguida junto da discoteca Katedral visionou a abordagem que Ihe foi feita pelos demais agentes tendo depois acompanhado, numa outra viatura, a viatura que conduziu a arguida A Esquadra e, por isso observado os movimentos que aquela fazia dentro da viatura e os pontapés que deu quer quando a viatura parou para a algemarem, quer junto da Esquadra; ~ CRC da arguida junto aos autos e as declaragdes crediveis prestadas pela mesma quanto & sua situagaio pessoal e econdn © facto nfo provado resulta da circunstaneia de sobre ele ter sido produzida prova precisamente em sentido contiétio pelo préprio agente da PSP em causa - de que nifo abordou a arguida juntamente com os demais agentes. Cumpre pois apreciar e decidir. Inexistem vicios de que cumpra conhecer nos termos do artigo 410° n? 2 do CPP. Nilo ocorrem nulidades. Sobre a questo da queixa por parte dos elementos da PSP ofendidos. O art 174° do Cédigo Penal de 1982, antes da revisto de 1995, na esteira do corpo do art? 416° do Cédigo Penal anterior, determinava que o procedimento criminal pelos crimes previstos neste capitulo (0 capitulo V referente aos crimes contra a honra) depende de acusagaio, salvo os casos do artigo 168°, em que é suficiente a queixa, O artigo 168° referia-se & agravagto das penas dos crimes de injria e difamagaio, quando ayitima fosse membro de érgio de soberania, magistrado, comandante da forga piblica, professor ou examinador piblicos, no exereicio das suas fungdes ou por causa delas (n” 1) ou sendo a vitima funciondrio, membro das forgas armadas ou das forgas militarizadas, € verificando-se as circunstancias referidas no niimero anterior (n° 2) Este rogime do art® 174°, apenas foi alterado, excepcionalmente, pelo Dee-Lei n° 65/84, de 24 de Fevereiro, que atribuiu a natureza de crimes piblicos a quem verbalmente por gestos ou por qualquer outro meio de expressdo injuriasse ou ultrajasse um membro de 6rgiio de soberania, ministro da Repiiblica ou membro do Governo proprio das regides autonomas ou do tertitério de Macau ou magistrado em reunio ou ajuntamento publicos, na presenga da pessoa injuriada ou ultrajada, encontrando-se esta em exercfcio de fungdes e desse modo faltando ao respeito devido a fungo ou pondo em perigo 0 prestigio da mesma, (n° 1) ou se fossem praticados contra comandante da forga pablica, professor ou cxaminador piblicos, membro das Forgas armadas ou de outros corpos militares ow militarizados, ou contra uma autoridade publica, Porém, esta excepgéio, constante do Dec-Lei n° 65/84, de 24 de Fevereiro, veio a ser sevogada pelo art” 2°, n® 2 al. c) do Dec-Lei n? 48/95 de 15 de Margo, diploma este que efectnou a revisto do Cédigo Penal. ‘No capitulo VI (Dos crimes contra a honra), do titulo II (Dos crimes contra as pessoas), do Livro TI (parte especial), do Cédigo Penal Portugués, encontra-se entre outros, o crime de injfia agravado, p. e p. nos artigos 181° ¢ 184° do Cédigo Penal, O artigo 184° dispde que as penas previstas nos artigos 180°, 181° ¢ 183° sfio elevadas de metade nos seus limites mfnimo € maximo se a vitima for uma das pessoas referentes na alfnea j) do n?2 do art? 132%, no exercicio das suas fungdes ou por causa delas, ou se 0 agente for funciondtio e praticar 0 facto com grave abuso de autoridade. O art? 188° deste diploma legal substantivo disp6e que 0 procecimento criminal pelos crimes praticados no presente capitulo o referido capitulo VI depende de acusagao particular, ressalvados os casos: a) do artigo 184°: e dG) em que suficiente a queixa ou a participagio O regime aqui estabelecido ¢ idéntico ao dos artigos 416° do CP de 1886 e 174° da versio origindria. Nao existe, porém, disposigo correspondente A do § tinico do CP de 1886 e, assim, salvo nos casos das alineas a) ¢ b) do n° 1, os crimes previstos neste capitulo siio particulares. (Maia Gongalves, Cédigo Penal Portugués, anotado e comentado, 17" edigtio, 2005, p. 638, nota 2) Quando 0 procedimento depender de queixa, tem legitimidade para apresenté-la, salvo disposigao legal em contrério, 0 ofendido, considerando-se como tal o titular dos interesses que a lei especialmente quis proteger com a incriminagao.- artigo 113°, n.°1, do Cédigo Penal O artigo 49°, n." 1, do Cédigo de Processo Penal estabelece que quando o procedimento depender de queixa, do ofendido ou de outras pessoas, ¢ necessério que estas pessoas déem conhecimento do facto ao Ministério Pablico, para que este promova o processo, Nos termos do n® 2 do mesmo preceito: Para efeito do nimero anterior, considera-se feita 20 Ministério Pablico a queixa dirigida a qualquer outra entidade que tenha a obrigagtio dea transmitir aquele. Por forga do n° 4 do mesmo preceito, o disposto nos mimeros anteriores, & corespondentemente aplicdvel aos casos em que o procedimento criminal depender da participagaio de qualquer autoridade.

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