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Jornada em busca de

Fotos de divulgação/Projeto Nova Origem


um mundo sustentável
KICO, TIAGO,
CARLOS E Quatro amigos pedalam
MARCELO:
o quarteto
atravessará cinco
pelo planeta para espalhar
continentes
aprendendo
conhecimento ecológico
(e divulgando) RENATO GRANDELLE — Estou pedalando na academia, mas
conceitos ligados ainda não tenho força no braço para

C
arlos, Kico, Marcelo e Tiago construí- aguentar o tranco da bike — lamenta. —
à sustentabilidade,
ram carreiras promissoras. Amigos de Acompanho os outros de longe, por tele-
em uma jornada infância, antes de chegar aos 30 anos já fone ou e-mail, e pesquiso materiais sobre
ainda sem data tinham no currículo grandes projetos, desen- sustentabilidade, algo que eles não conse-
volvidos em multinacionais. O administrador, guem fazer na estrada.
para terminar o analista de sistemas, o engenheiro e o con- Considerando o perfil multimídia do gru-
sultor de negócios cumpriam expediente em po — seu trajeto pode ser acompanhado por
empresas sólidas, ambição profissional de blog, site, Twitter e vídeos —, parece fácil
muita gente. Mas não do quarteto. Três meses mantê-lo sob vigilância. Mas nem sempre a
atrás, as carreiras convencionais deram lugar tecnologia e o acaso colaboram. Para aten-
a quatro bicicletas. É com elas que o grupo der à reportagem do Planeta Terra, por exem- um orçamento apertado, qualquer canto sob tantes no roteiro. O grupo também não perde goados pelo quarteto, são comunidades de nas comunidades. Um centro urbano precisa O GRUPO
espera atravessar cinco continentes, cerca de plo, Carlos deu plantão em frente a um ore- um teto equivale a um hotel cinco estrelas. uma chance de divulgar o cicloturismo, que, até 100 pessoas, que tentam viver da forma de outras saídas, que esperam encontrar em
atravessa o
40 países e 45 mil quilômetros, em uma jor- lhão em Cavalcante, no interior de Goiás. Não raro os ciclistas acampam em quintais. segundo eles, proporciona uma maior inte- mais sustentável possível — o que implica, um dos países do roteiro.
nada batizada de Projeto Nova Origem. Estra- Nas três semanas seguintes, quando fariam Em Alto Paraíso (GO), os fundos de um su- gração com a natureza. Os pontos de interes- por exemplo, produzir alimentos, dar fim aos E a busca vai demorar. Ao saírem de Juiz Viaduto das
da afora, os aventureiros divulgarão uma cau- uma ronda pela Chapada dos Veadeiros, o permercado serviram de hospedagem. En- se ecológico são traçados em todas as para- seus dejetos (normalmente transformados de Fora, os ciclistas imaginavam que a via- Almas, no interior
sa: a importância de um estilo de vida susten- trio ficaria sem celular ou internet. quanto preparavam-se para dormir, viram das. Mapeados com um sistema universal de em adubo) e até fabricar os tijolos de suas gem consumiria três anos. Hoje, não arris-
tável, que saiba explorar o solo, aproveitar so- O roteiro também está sujeito a rasuras. muitos alimentos, ainda proveitosos, sendo coordenadas, eles poderão ser vistos no Go- casas com argila. cam mais um prazo. Longe de suas famílias, de Minas Gerais:
bras de alimentos e até promover construções Depois da volta pelo Centro-Oeste, os ciclis- levados para um chiqueiro. Foi a deixa para a ogle Maps, assim como as árvores nativas Outro conceito sempre digno de registro, os quatro amigos contam somente com a im- 1.300
em sintonia com o meio ambiente. tas, segundo o plano original, rumariam para formação de uma frente de trabalho, onde fi- plantadas pelos rapazes em algumas cidades segundo Marcelo, é a permacultura: previsibilidade, inclusive da opinião alheia. quilômetros já
De Juiz de Fora, onde as pedaladas tiveram Santarém, no Pará, e, depois, Venezuela. zeram a pré-seleção do que ainda poderia brasileiras. — Todos os agricultores deveriam se preo- — Recebemos muitos julgamentos, de
início, até hoje, já ficaram para trás 1.300 qui- — Mudamos tudo. Agora vamos de Cuiabá ser aproveitado, em vez de enriquecer a dieta — Pelo menos 70% dos objetivos que lis- cupar com isso. É um conjunto de medidas quem nos chame de lunáticos àqueles que percorridos de um
lômetros. E, também, um integrante da equipe. para o Acre e, depois, Peru, Equador e Co- dos porcos. tamos já estão sendo cumpridos — comemo- para preservarmos o solo, em vez de queimá- dão apoio — conta Carlos. — Muita gente roteiro em
Marcelo caiu da bicicleta 20 dias após a lar- lômbia — revela Carlos. — Não temos rotina A “peneira” da comida foi só um dos tra- ra Marcelo. — Visitamos escolas e divulga- lo, de forma que ele tenha sempre o mesmo diz que gostaria de fazer a mesma coisa
constante
gada e teve uma fratura exposta no braço di- ou acomodação. Cada dia é mais um passo balhos abraçados pelo grupo na viagem. As mos regiões de vocação ambiental. Agora, rendimento. que nós. Mas nossa intenção não é mudar
reito. Fez duas cirurgias e, agora, se recupera para o desconhecido. palestras sobre educação ambiental, quase queremos chegar às ecovilas do Cerrado. Marcelo e Carlos admitem que suas ideias a vida dos outros. Não temos uma solução mutação
em Juiz de Fora para reencontrar os amigos. Adaptação, segundo ele, é a regra. Com sempre com uma plateia infantil, são cons- As ecovilas, um dos conceitos mais apre- estão mais próximas da realidade em peque- para o mundo. ■

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