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FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nos anos 80, Magno José Cruz foi convidado para conhecer
o Centro de Cultura Negra do Maranhão.
Lá, encontrou a base que precisava para lutar pelos direitos
dos negros. Presidiu a entidade por duas vezes e nunca mais
a deixou.
Caçula dos quatro filhos de Raimunda e Silvério, casal de
operários de uma fábrica em São Luís, formou-se em
engenharia civil em 1973.
Dava aulas de matemática num colégio, mas era para os
movimentos sociais que dedicava maior parte do tempo. E
não apenas para organizações do movimento negro.
Em meados dos anos 80, ajudou a fundar o sindicato dos
trabalhadores das indústrias urbanas do Maranhão.
Ao presidir a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos,
lutou pela conquista de terras para comunidades quilombolas
no Estado.
Já tinha um filho quando conheceu Telma no centro de
cultura negra. Foi viver com ela e teve mais três filhos, todos
engajados no movimento negro. Casaram-se oficialmente
apenas em 2008.
Em 2001, participou da fundação de uma rádio comunitária.
Lutava pela manutenção dela no ar, mesmo tendo sido
fechada várias vezes pela Polícia Federal.
Gostava de Martinho da Vila, Dona Ivone Lara e Leci
Brandão. Viajava à Bahia para se inspirar na atuação do
movimento negro do Estado.
Atualmente, trabalhava no projeto de contar a revolta da
Balaiada em forma de literatura de cordel.
Morreu na terça-feira (3), aos 59, em São Luís, em
decorrência de um câncer no fígado, deixando a mulher e
quatro filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
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Folha de S.Paulo - Magno José Cruz (1951 - 2010): Militante do movim... http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1008201022.htm
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